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Conceitos básicos

de cinemática
Cinemática

Prof. Alan Queiroz


MECÂNICA, CONCEITOS BÁSICOS DE CINEMÁTICA E
MOVIMENTO UNIFORME
• Mecânica é o segmento da Física que se preocupa em
estudar o movimento e o repouso dos corpos, bem
como as forças que eles interagem.

• Cinemática é a parte da mecânica que tem como


objeto o estudo do movimento dos corpos (e suas
trajetórias) em função das grandezas físicas de
posicionamento, velocidade, aceleração e tempo de
deslocamento, desconsiderando os agentes que o
produzem, o mantêm ou o modificam – ou seja, sem
revelar suas causas.
Conceitos básicos de Cinemática

• Todo corpo (porção limitada de matéria, dotado • Referencial é o corpo ou sistema físico (conjunto
de massa e de volume) cujo movimento é objeto observável de corpos) em relação ao qual se realizam
de estudo da Cinemática recebe o nome de as observações, as descrições e as descrições de leis
móvel.
físicas. Por exemplo as posições e as velocidades dos
móveis dependem do referencial adotado.
Movimento e Repouso
Movimento

• é fenômeno físico no qual um móvel


muda de posição, com o passar do tempo,
em relação a um referencial adotado.

Repouso

• é o fenômeno físico no qual um móvel


mantém a mesma posição, no decorrer do
tempo em relação a determinado
referencial.
Movimento e Repouso
Diremos que um móvel está em movimento em É possível haver movimento em relação a certo referencial
relação a certo referencial quando o móvel sofre sem que o móvel se aproxime ou se afaste do mesmo. É o
um deslocamento em relação ao mesmo caso de um móvel em movimento circular, quando o
referencial, isto é, quando há uma variação da referencial adotado é o centro da trajetória. Sua posição
posição do móvel em função do tempo decorrido. (vetor) varia com o tempo, mas a distância do móvel em
relação ao centro da trajetória não varia.
Movimento e Repouso

Um corpo está em movimento quando sua posição


mudar, com o decorrer do tempo, em relação ao
referencial adotado. Por exemplo: um carro com
velocidade de 80 km/h está em movimento em relação a
um poste fixo na rua, pois a posição do carro em relação
ao poste varia com o passar do tempo.
Movimento e Repouso
Um corpo está em repouso quando sua posição não mudar, no decorrer do tempo, em relação ao referencial adotado. Por
exemplo: uma pessoa caminhando ao lado de outra pessoa com a mesma velocidade, esta em repouso, pois a sua
posição não varia em relação a outra com o passar do tempo.
Veja a seguir.
Movimento e Repouso

Observe que os conceitos de repouso e de movimento são relativos a um referencial adotado. Note ainda que é
possível o mesmo objeto estar em repouso e em movimento ao mesmo tempo, basta considerarmos referenciais
diferentes.
Movimento e Repouso
Movimento e Repouso
Por exemplo: considere uma pessoa sentada na poltrona de um avião que está em pleno vôo.
Podemos dizer que a pessoa está em repouso em relação às poltronas do avião, por outro
lado, podemos dizer também que ela está em movimento em relação ao solo.

PORTANTO, NÃO EXISTE MOVIMENTO OU REPOUSO ABSOLUTO.


Trajetória e Espaço

Trajetória
é o conjunto formado por todas as posições ocupadas por um móvel durante seu movimento, tendo em vista
determinado referencial.

Com relação à trajetória você deve saber que:

a) A trajetória determina uma das características do b) A trajetória depende do referencial adotado. No caso
movimento. Poderemos ter movimentos retilíneos, de um corpo solto de um avião que se move
circulares, parabólicos etc., em função da trajetória horizontalmente com velocidade constante, para um
seguida pelo móvel. observador fixo ao solo, a trajetória é parabólica, ao
passo que para o piloto a trajetória é considerada uma
reta.
Trajetória e Espaço
Trajetória e Espaço
EXEMPLO:

Em um ônibus que se desloca com velocidade constante em relação a uma rodovia reta que atravessa uma
floresta, um passageiro faz a seguinte afirmação: "As árvores estão se deslocando para trás".
Essa afirmação ________ pois, considerando-se _______ como referencial, é (são) _________que se
movimenta(m).

Selecione a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase.

a) correta – a estrada – as arvores


b) correta – as arvores – a estrada
c) correta – o ônibus – as arvores
d) incorreta – a estrada – as arvores
e) incorreta – o ônibus – as arvores
Trajetória e Espaço
Espaço Sentido:

Indicado por (s) é o valor algébrico da distância Dado o trajeto e tendo sido adotada nele uma orientação,
medida na trajetória, entre a posição do móvel e a um móvel pode movimentar-se em dois sentidos,
origem (o) dos espaços (o ponto de referência para aproximando-se do ponto de origem (o) ou afastando-se
medições), em determinado instante de tempo (t). dele.
Deslocamento escalar

• Deslocamento Escalar: As mudanças de posição de um móvel sobre certa trajetória ficam caracterizadas
pela variação do espaço, ou deslocamento escalar.

Observe, na figura a seguir, uma partícula que se A variação de espaço Δs (lê-se “delta esse”) entre t1 e t2 é
dada por:
desloca do instante t1, em que o espaço vale s1, até o

instante t2, em que o espaço vale s2.

Das duas posições consideradas, uma é inicial e outra é final.


Assim, a variação de espaço é o espaço na posição final
menos o espaço na posição inicial.
Deslocamento escalar

Como interpretar o sinal algébrico de Δs?

Se Δs > 0, entendemos que sf > s0. Portanto, a mudança de Se Δs < O, então st < s0 . A mudança de espaço se dá para trás,
espaço se faz para a frente, isto é, de acordo com a isto é, contrária à orientação positiva da trajetória; este é o
orientação positiva da trajetória; nesse caso, dizemos que o movimento retrógrado.
movimento é progressivo.

0 100 S = 100 m e S0 = 0
DS = 100 – 0  DS = 100 m

0 100 S = 0 m e S0 = 100 m
DS = 0 – 100  DS = - 100 m
Deslocamento escalar

DS = S – So
DS = Deslocamento escalar
S = Posição final do móvel
S0 = Posição inicial do móvel

É importante ressaltar que deslocamento escalar e distância percorrida são conceitos


diferentes. Enquanto o deslocamento escalar é uma simples comparação entre a posição
inicial e a posição final, a distância percorrida é a soma de todos os espaços percorridos
pelo móvel.
Exemplo:
Considere a trajetória dada na figura abaixo. Em cada item a seguir determine o deslocamento
escalar e a distância percorrida:

Essa trajetória está numerada de um em um metro. A origem da trajetória é o marco zero. A


trajetória é orientada positivamente para a direita. As posições dos pontos são as seguintes:

SA = – 7m SB = – 3m SC = 0 (está na origem)

SD = + 2m SE = + 6m
a) Trajeto ABD:

Nesse caso o móvel saiu da posição A, foi até a posição B e em seguida dirigiu-
se à posição D.

Deslocamento Escalar:
S = S – S0 = SD – SA = 2 – ( – 7) = 9 m

Distância Percorrida:
Entre A e B, o móvel andou 4m. Entre B e D, andou 5m. Portanto: Distância
percorrida = 9 m
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

- O deslocamento escalar será positivo quando o móvel se deslocar mais no


sentido positivo do que no sentido negativo da trajetória;

- O deslocamento escalar será negativo quando o móvel se deslocar mais no


sentido negativo do que no sentido positivo da trajetória;

- O deslocamento escalar será nulo em duas situações: quando o móvel


permanecer em repouso e quando ele retornar à posição inicial;

- A distância percorrida somente será igual ao deslocamento escalar em duas


situações: quando o móvel permanecer em repouso e quando o móvel caminhar
somente no sentido positivo da trajetória, sem voltar.
Velocidade escalar média
Percorrendo as ruas de uma cidade ou mesmo uma rodovia, De toda maneira, qualquer que tenha sido o deslocamento, um
um motorista dificilmente conseguirá deslocar-se com intervalo de tempo foi despendido para cumpri-lo, o que dá uma
velocidade constante. Mesmo na estrada, curvas sucederão ideia da rapidez do movimento. A velocidade é a medida dessa
retas, veículos terão que ser ultrapassados e podem ser rapidez.
feitas paradas durante o trajeto.

Velocidade Escalar Média (Vm) é a razão dentre o deslocamento


realizado por um móvel e o tempo necessário para perfazê-lo

Vm = Velocidade escalar média

DS = Deslocamento escalar

Dt = Tempo gasto
Velocidade escalar média

Velocidade Escalar Instantânea (v) é a velocidade


escalar média tomada em um intervalo de tempo muito
pequeno, quase zero; é o valor da velocidade em
determinado instante.

É importante salientar que o velocímetro de um automóvel não


indica sua velocidade média, mas sim aquela que se verifica no
momento em que é efetuada a leitura. Essa é a chamada
velocidade escalar instantânea (v).
IMPORTANTE:

No Sistema Internacional de Unidades (SI) a unidade de


velocidade é m/s (metros por segundo). Entretanto, estamos mais
acostumados a utilizar o km/h (quilômetros por hora). Então, é
importante saber transformar de uma unidade para a outra. Para
fazer esta transformação adotamos a seguinte regra:

x 3,6

Por exemplo:
72 km/h = 20 m/s (dividir 72 por 3,6)
Km/h m/s 30 m/s = 108 km/h (multiplicar 30 por 3,6)

 3,6
EXEMPLO:

Um automóvel aproxima-se de um paredão, como ilustra a figura:

É incorreto afirmar que:


a) o automóvel está em movimento em relação ao paredão.
b) o paredão está em movimento em relação ao automóvel.
c) o paredão está em repouso em relação ao solo.
d) o motorista está em repouso em relação ao automóvel,
mas em movimento em relação à superfície da Terra.
e) o paredão está em repouso em relação ao automóvel.
EXEMPLO:

Um veículo trafegou por uma rodovia federal passando pelo km 55 às 9 h e pelo km 235 às 11 h, isto é, 2
horas mais tarde. Sabendo-se que nesse intervalo de tempo o veículo ficou estacionado durante 15 minutos
na lanchonete do km 137, determine a velocidade escalar média resultante.

Resolução:
A velocidade escalar média é calculada sobre todo o
período de tempo transcorrido, sem se descontar o
intervalo em que o veículo permaneceu estacionado.

Logo, a velocidade escalar média foi de:


OBRIGADO!
REFERÊNCIAS
PIETROCOLA, M. POGIBIN, A. ANDRADE, R. ROMERO, T. Física em Contextos. Vol 1. São Paulo: Ed do Brasil,
2016.

BONJORMO, J. R.; RAMOS, C. M.; PRADO; E. P.; BONJORNO, V.; BONJORNO, M. A.; CASEMIRO,
R.; BONJORNO, R. F. S. A. Física: Mecânica, 1º ano. São Paulo: FTD, 2016.

BARRETO F, Benigno. SILVA, Claudio. Física aula por aula: mecânica, 1°/ Benigno Barreto Filho, Claudio Xavier
da Silva. - 3ª Ed. São Paulo: FTD, 2016.

MARTINI, Glorinha. SPINELLI, Walter. REIS, Hugo C. SANT’ANNA, Blaidi. Conexões com a Física. Vol 3. 3ª
Edição. São Paulo: Moderna, 2016.

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