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FÍSICA I ASSUNTO

Cinemática I: escalar
1
1. Referencial Entretanto, se considerarmos o trenzinho como referencial, a trajetória
é uma reta orientada para cima na subida e uma reta orientada para baixo
Para descrevermos o estado de repouso e movimento de um ponto na descida.
material, sua trajetória ou seu deslocamento, precisamos de um corpo, ou Conclusão: A forma dessa linha imaginária (trajetória) depende do
conjunto de corpos, que tomaremos como referência para determinar as referencial adotado para sua observação. Portanto, referenciais diferentes
posições do ponto material. Este corpo é denominado referencial. podem observar trajetórias diferentes.
Os conceitos de movimento e repouso não são absolutos, mas sim
relativos, já que dependem do referencial adotado. Um corpo estará em
repouso quando sua posição não se alterar em relação a um referencial 3. Posição, deslocamento
com o decorrer do tempo. Caso ocorra alteração, dizemos que o corpo
está em movimento.
e distância percorrida
Unidade no SI: metro; abreviação: m.
Importante: A escolha de um referencial é uma tarefa muito importante na
Outras unidades comuns: centímetro (cm), milímetro (mm),
resolução de um problema, principalmente quando se faz uso de cálculos.
quilômetro (km).
Deve-se ter em mente que, a partir da escolha do referencial, a descrição do
movimento dos corpos que participam do fenômeno passa a ser feita em
relação a este referencial e só em relação a ele. Isso é muito importante,
3.1 Posição escalar (s)
pois, se não obedecido, pode levar seus cálculos a conclusões erradas. Por definição, posição é o número associado ao ponto da trajetória
ocupado por um móvel em determinado instante, de acordo com algum
1.1 Classificação do referencial referencial. No caso da cinemática escalar, utilizaremos como referencial
uma reta orientada e como origem das posições um ponto qualquer dessa
1.1.1 Referencial inercial mesma reta (em geral, associa-se a letra “O” para a origem).
Um referencial inercial é todo aquele que torna válida a lei da inércia,
ou seja, é qualquer sistema de referência que permanece em repouso ou O
em movimento retilíneo uniforme.
Assim, para determinarmos o módulo da posição de um móvel,
1.1.2 Referencial não inercial mediremos a distância desse ponto à origem adotada. É imprescindível ter
Um referencial não inercial é todo aquele que apresenta aceleração atenção para o sinal. Se o móvel estiver a favor do referencial, usaremos
em relação a um referencial inercial. Por esse motivo, os referenciais não o sinal positivo, e se estiver contra, o negativo.
inerciais são também conhecidos como referenciais acelerados.
Quando a situação não especificar o referencial a ser utilizado, 3.2 Deslocamento escalar (ΔS)
considere sempre a Terra ou o solo. Por exemplo, se em uma situação Considerando um móvel qualquer em movimento em relação a um
genérica for feita uma afirmação do tipo “um corpo se movimenta com referencial inercial, por definição, seu deslocamento escalar (∆S) em um
velocidade de 80 km/h”, assuma que essa velocidade é medida em relação intervalo de tempo ∆t = t2 – t1 é dado pela diferença entre as posições
à Terra ou ao solo. nesses respectivos intervalos de tempo.
Chamando a posição inicial e final, respectivamente, de s0 e s, teremos:
2. Trajetória DS = s – s0
A trajetória de um móvel corresponde à linha imaginária obtida ao serem
ligadas as posições ocupadas pelo móvel em instantes sucessivos durante 3.3 Distância percorrida (d)
seu movimento. Não podemos confundir o conceito de deslocamento escalar (∆S) com
Por exemplo, quando uma bola é lançada verticalmente para cima o conceito de distância percorrida (em geral, representada pela letra d).
de um trenzinho que se move com velocidade horizontal constante, a Distância percorrida é uma grandeza de utilidade prática que informa quanto
trajetória para um referencial parado fora do trenzinho é uma curva (ou a partícula efetivamente percorreu entre dois instantes, devendo, portanto,
seja, uma parábola). ser calculada sempre em módulo.
Para entender a diferença, considere a figura a seguir:

90 150 210 310 km

A B C D

Note que, por exemplo, a posição de um móvel que passa pelo ponto
A é = +90 km. Isso acontece porque o ponto A dista 90 km da origem
adotada e está no sentido positivo do referencial adotado (para a direita).

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FÍSICA I
Assunto 1

Um móvel (que anda sempre sobre o segmento orientado Dessa forma, a velocidade média em todo o trajeto AB é:
representado na figura), situado inicialmente em B, desloca-se para o
ponto A e, a seguir, para o ponto D. O deslocamento escalar no primeiro 2d 2d 2d 2v · v 1
Vm     1 2  .
trajeto é de Ds = s – s0 = +90 – (+150) = –60 km (negativo, pois t1  t2 d  d d (v1  v 2 ) (v1  v 2 ) 1 1

está contra o referencial). No segundo trajeto, o deslocamento escalar é v1 v 2 v1 · v 2 v1 v 2
Ds = s – s0 = +310 – (+90) = +220 km (positivo, pois está a favor 2
do referencial).
Note que, quando o trajeto é dividido em partes iguais, a velocidade
Note que, embora o deslocamento escalar do referido móvel de B até D média total é a média harmônica das velocidades em cada trecho (e não a
seja Dstotal = Ds1 – Ds2 = –60 + 220 = +160 km, a distância percorrida média aritmética). Para quem não se lembra, média harmônica é o inverso
entre o começo e o fim do deslocamento é de 280 km (60 km de B até A da média aritmética dos inversos.
e 220 km de A até D).
Matematicamente, podemos dizer que a distância percorrida pode Ex.2: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea ABC de modo que,
ser obtida por meio das somas dos deslocamentos escalares parciais. na primeira parte do percurso (AB), sua velocidade é v1 e, na segunda
parte (BC), sua velocidade é v2. Sabendo que o intervalo de tempo nas
d  | S | duas partes do percurso é o mesmo, determine a velocidade média em
todo o percurso.
No exemplo, tem-se d = |Ds1|+| Ds2|=|–60|+|220| = 280 km.
Solução:
Dica: Se algum exercício perguntar qual a distância percorrida por um Por conveniência, chamaremos o tempo em cada parte do percurso de t.
móvel, deve-se seguir o seguinte passo a passo: s
Usaremos também que V   s  v  t. Dessa forma, a velocidade
t
I. Encontrar os instantes em que o móvel troca o sentido do movimento.
média em todo o trajeto AC é:
Para isso, basta descobrir os pontos em que a velocidade é igual a zero.
II. Calcular os deslocamentos parciais em cada um dos intervalos de
AB  BC v1 · t  v 2 · t v1  v 2
tempo limitados pelos instantes encontrados (assim, você garante Vm    .
que está olhando para um deslocamento em um único sentido). t1  t2 2t 2
III. Somar os módulos dos deslocamentos encontrados. Note que, quando o trajeto é dividido em tempos iguais, a velocidade
média em todo o percurso é a média aritmética das velocidades em cada
4. Velocidade escalar média trecho.

Unidade no SI: metro por segundo; abreviação: m/s. 4.1 Conversão de unidades
Outras unidades comuns: centímetro por segundo (cm/s), milímetro
por segundo (mm/s), quilômetro por hora (km/h). No S.I., a unidade de velocidade é o m/s, embora a unidade mais
Conceitualmente, a velocidade escalar de um corpo mede a rapidez utilizada seja o km/h.
com a qual esse corpo muda de posição. Para convertermos os valores dados de um sistema de unidades para
Embora a velocidade seja uma grandeza vetorial (precisa de módulo, outro, deve-se partir da unidade original e substituir as unidades originais
direção e sentido para ser compreendida), por enquanto iremos abordar km 1.000m 1m
pelas unidades a que se quer chegar: 1 = = . Portanto,
seu comportamento escalar, ou seja, vamos nos preocupar somente h 3.600 s 3,6 s
com o seu módulo. Por esse motivo, na cinemática escalar, estudaremos
para passarmos de m/s para km/h, basta multiplicar por 3,6 o valor da
basicamente trajetórias retilíneas.
velocidade em m/s. De maneira análoga, para passarmos de km/h para
Por definição, a velocidade escalar média de um corpo em um trecho
m/s, dividimos o valor em km/h por 3,6.
de um percurso é a razão entre seu deslocamento escalar nesse intervalo
de tempo e o respectivo intervalo de tempo. Esquematicamente:
dividir por 3,6
S s  s0
Vm  
t t  t0
Importante: A velocidade média não é a média das velocidades. Os exemplos km/h m/s
abaixo mostrarão a importância de usar o conceito correto de velocidade
média para não cair em armadilhas.

Ex.1: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea AB. Na primeira multiplicar por 3,6
metade do percurso, sua velocidade possui módulo v1 e na segunda
metade, módulo v2. Determine a velocidade média em todo o trajeto AB. Repare que o método utilizado acima pode ser utilizado para transformar
quaisquer unidades de velocidade. Por exemplo, se quisermos converter
Solução: 3 dam/min em m/s (repare que dam/min é uma unidade extremamente
Por conveniência chamaremos a distância entre os pontos A e B de 2d, o incomum), devemos proceder da seguinte forma:
tempo na primeira metade do percurso de t1 e na segunda metade de t2.
S S dam 3 dam 30m m
Usaremos, também, que V   t  . Em problemas como este, 3 = = =0,5 .
t v min 1min 60 s s
a ideia é escrever a expressão da velocidade média para o percurso todo
e, só depois, substituir as variáveis que não foram dadas usando alguma
informação da questão.

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Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

5. Velocidade escalar instantânea Conclusão: a velocidade instantânea de um móvel pode ser obtida
calculando o coeficiente angular da reta tangente ao ponto considerado
Unidade no SI: metro por segundo; abreviação: m/s. em um gráfico s × t. Portanto:
Outras unidades comuns: centímetro por segundo (cm/s), milímetro I quanto mais inclinado for o gráfico, maior o módulo da velocidade
por segundo (mm/s), quilômetro por hora (km/h). instantânea naquele ponto. Quanto menos inclinado, menor o módulo
Conceitualmente, velocidade instantânea é a velocidade em um da velocidade.
instante específico do movimento. Como a velocidade é a razão entre II. se a reta tangente for horizontal (vértices), a inclinação é zero e, portanto,
o deslocamento e o intervalo de tempo, temos que, se calcularmos a a velocidade é zero. O móvel troca de sentido.
velocidade média para intervalos de tempo cada vez menores, (intervalos Matematicamente, a velocidade instantânea é o limite da velocidade
muito próximos de zero), tenderemos a chegar à velocidade naquele exato média quando o intervalo de tempo tende a zero (o conceito explicado
momento. anteriormente é exatamente o conceito de derivada). Ou, em outras
Para entender melhor esse conceito, vamos ao seguinte exemplo palavras, é a derivada de primeira ordem da posição em relação ao tempo
numérico: considere um móvel que se move em trajetória retilínea segundo ou a taxa de variação da posição em relação ao tempo.
a equação s(t) = t2 – 4t + 2, em que s está em metros e t, em segundos. s ds
v  lim 
Essa é uma equação do tipo equação horária da posição, já que informa t  0 t dt
a posição do móvel em função do tempo.
Para calcular a velocidade instantânea desse móvel no instante t = 3 s,
vamos calcular velocidades médias fazendo o intervalo de tempo tender
6. Aceleração escalar média
a um valor cada vez mais próximo de zero. Unidade no SI: metro por (segundo)2; abreviação: m/s2.
I. Tempo t = 0 s a t = 7 s. Nesses instantes, temos que as Outras unidades comuns: quilômetro por (hora); abreviação: km/h2.
posições são respectivamente iguais a s(0)  02  4  0  2  2 m
e s(7)  72  4  7  2  23 m . Logo, a velocidade média é dada por Conceitualmente, a aceleração escalar de um corpo mede a rapidez
s 23  2 com que o valor da velocidade muda, independentemente de essa
vm    3 m/s. velocidade aumentar ou diminuir.
t 70
II. Tempo t = 1,5 s a t = 5 s. Analogamente, teremos que a velocidade Atenção para a diferença entre os conceitos: Velocidade mede a taxa
média é 2,5 m/s. da variação da posição em relação ao tempo; aceleração mede a taxa de
III. Tempo t = 2,8 s a t = 3,1 s. Analogamente, teremos que a velocidade variação da velocidade em relação ao tempo.
média é 1,9 m/s. Um carro de Fórmula 1, por exemplo, atinge altas velocidades em
trajetórias retilíneas. Entretanto, se ele mantiver a velocidade constante,
Note que, quanto menor o intervalo de tempo considerado e quanto não vai haver variação da velocidade. Por esse motivo, a aceleração seria
mais próximo do instante t = 3 s, a velocidade média calculada se igual a zero.
aproximará da velocidade instantânea em t = 3 s. Um elevador parado, por exemplo, tem velocidade igual a zero (já
É extremamente importante também entender o argumento gráfico. que sua posição não está mudando). Entretanto, imediatamente antes
Veja-se um exemplo a seguir: de começar a subir, ele possui aceleração maior que zero, já que sua
A curva azul representa também a posição de um móvel qualquer em velocidade vai variar logo depois.
relação ao tempo. Por definição, a aceleração escalar média de um corpo em um dado
trecho de um percurso é a razão entre a variação de velocidade escalar
s
nesse intervalo e o respectivo intervalo de tempo.
v v  v 0
am  
t t  t0
Ds A unidade no SI da aceleração escalar média é m/s2. Assim sendo, dizer
que um corpo possui uma aceleração de 3 m/s2, por exemplo, significa
dizer que sua velocidade aumenta 3 m/s a cada segundo. Vale destacar
que, embora o m/s2 seja a unidade mais usada, ela não é a única. Qualquer
unidade de variação de velocidade sobre qualquer unidade de tempo nos
dará uma unidade de aceleração.
t
0
Dt 7. Aceleração escalar instantânea
Se quisermos calcular a velocidade média entre os instantes Unidade no SI: metro por (segundo)2; abreviação: m/s2.
representados pelos pontos brancos, basta dividir o ΔS representado no Outras unidades comuns: quilômetro por (hora)2; abreviação: km/h2.
eixo das ordenadas pelo Δt representado no eixo das abscissas.
Repare que, se o intervalo de tempo tender a zero, os dois pontos Para obtermos a aceleração de um móvel em um instante específico,
tendem a um só (ponto vermelho). Nesse caso, a velocidade média devemos calcular a aceleração instantânea. Seguindo a mesma ideia de
calculada vai se aproximar da velocidade instantânea naquele ponto. velocidade instantânea, podemos dizer que a aceleração instantânea é a
Graficamente, ao dividirmos ΔS por Δt quando Δt tende a zero, aceleração de um móvel em um ponto específico da trajetória.
acabamos descobrindo a tangente do ângulo formado entre o eixo das
abscissas e a reta que tangencia a curva vermelha, passando pelo ponto
vermelho.

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FÍSICA I
Assunto 1

Matematicamente, a aceleração instantânea é o limite da aceleração


média quando o intervalo de tempo tende a zero. Em outras palavras, é
9. Derivadas de polinômios
a derivada de primeira ordem da velocidade em relação ao tempo (ou a Podemos encontrar velocidade e aceleração instantâneas se
derivada de segunda ordem da posição em relação ao tempo) ou a taxa soubermos a equação horária da posição de um móvel. Para isso,
de variação da velocidade em relação ao tempo. usaremos as ideias de derivada abordadas neste módulo.
v dv d 2 s A seguir, encontra-se a regra prática para derivadas de polinômios,
  lim  
t  0 t dt dt 2 o tipo de equação mais encontrada em nosso curso para a descrição de
movimentos.
Basicamente, a regra a ser usada para derivar qualquer parcela de um
8. Classificação dos movimentos d
polinômio é ( at n )  a  n  t n 1 . Importante saber que a derivada de um
dt
8.1 Quanto ao sentido do deslocamento polinômio é a soma das derivadas de cada termo.
Daí, se a equação da posição é dada por S = a1t n + a2t n–1 + ... ant +
8.1.1 Progressivo an+1, então as funções horárias da velocidade e da aceleração serão
(condição necessária e suficiente: v > 0) dadas por:
O móvel desloca-se no sentido definido como positivo da trajetória. ds
v  a1nt n 1  a2 ( n  1)t n  2  ...  an 1  2t  an  0
(A posição escalar do móvel é crescente com o tempo). Nesse caso, o dt
deslocamento escalar é positivo e, portanto, a velocidade também é positiva. dv d 2 s
a   a1  n  ( n  1)t n  2  a2 ( n  1)  ( n  2)t n  3  ...  2 an 1  0
dt dt 2
8.1.2 Retrógrado
t 3 5t 2
(condição necessária e suficiente: v < 0) Ex.: Um corpo se move segundo a equação s( t )    6t  1,
3 2
O móvel desloca-se no sentido definido como negativo da trajetória. com s em metros e t em segundos. Para esse corpo, calcule:
(A posição escalar do móvel é decrescente com o tempo). Nesse caso,
o deslocamento escalar é negativo e, portanto, a velocidade também é a. a velocidade em um instante genérico t.
negativa. b. a aceleração em um instante genérico t.
c. a velocidade em t = 4 s.
8.1.3 Repouso d. a aceleração em t = 6 s.
(condição necessária e suficiente: v = 0) e. os instantes para os quais o móvel troca de sentido.
f. a velocidade média entre 2 s e 4 s.
Um móvel está em repouso quando sua posição não se altera com
g. a distância percorrida entre 2 s e 4 s.
o passar do tempo para um determinado referencial. Nesse caso, a sua
h. os instantes para os quais o movimento é retrógrado.
velocidade é nula.
i. os instantes para os quais o movimento é acelerado.
8.2 Quanto à variação de velocidade Solução:
ds t2 5t
8.2.1 Uniforme a. v  3  2   6  0  v ( t )  t 2  5 t  6.
dt 3 2
(condição necessária e suficiente: a = 0) dv
b. a  2  t  5  1  0  a( t )  2t  5.
O módulo da velocidade do móvel não varia ao longo do tempo. dt
c. v(4) = 42 – 5 · 4 + 6 = 2 m/s.
8.2.2 Acelerado
d. a(6) = 2 · 6 – 5 = 7 m/s2.
(condição necessária e suficiente: a · v > 0) e. Trocar de sentido: v = 0 → t2 –5t + 6 = 0 → t = 2 s ou t = 3 s.
O módulo da velocidade aumenta ao longo do tempo. Isso só ocorre f. s s( 4)  s( 2)
quando a aceleração e a velocidade possuem o mesmo sinal para um vm   
t 42
dado referencial.
43 5  42  23 5  22 
  6  4  1    6  2  1
8.2.3 Retardado 3 2  3 2   1 m/s.
(condição necessária e suficiente: a · v < 0) 42 3
g. Como o móvel troca de sentido em t = 3 s,
O módulo da velocidade diminui ao longo do tempo. Isso só ocorre
quando a aceleração e a velocidade possuem o sinais contrários para um  33 5  3 2 
d  | S2 a3 s |  | S3 a 4 s |    6  3  1 
dado referencial. 3 2 
 23 5  22   43 5  4 2 
Repouso Progressivo Retrógrado    6  2  1     6  4  1 
 3 2   3 2 
v=0 v: + v: –
Uniforme  33 5  3 2  1 5
a=0 a=0 a=0
   6  3  1    1 m.
v: + v: –  3 2  6 6
Acelerado –
a: + a: – h. Retrógrado: v < 0 → t2 –5t + 6 < 0 → 2 s < t < 3 s.
v: + v: – i. Acelerado: a · v > 0 → (2t –5) · (t 2 – 5t + 6) > 0 →
Retardado –
a: – a: + (2t – 5) · (t – 2) · (t – 3) > 0 → 2 s < t < 2,5 s ou t > 3 s.

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Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

10. Movimento retilíneo uniforme 10.1.1 Gráfico s × t


(MRU) O gráfico posição por tempo (s × t) do movimento retilíneo uniforme
é regido pela função horária de posição, que é uma função linear
O movimento retilíneo uniforme é aquele no qual a velocidade escalar (1o grau). Portanto, o seu gráfico é sempre uma reta. Crescente se seu
instantânea é constante, e não nula, para qualquer instante considerado coeficiente angular for positivo (velocidade positiva) ou decrescente se
por um corpo que descreve trajetória retilínea. Nesse tipo de movimento, seu coeficiente angular for negativo (velocidade negativa).
a velocidade média em qualquer trecho é igual à velocidade instantânea
em qualquer ponto do percurso. v>0
s s
Convém destacar que, no caso do movimento retilíneo uniforme, v<0 Se os eixos estiverem na
s0
podemos dizer que, em intervalos de tempos iguais, o móvel sofre mesma escala:
deslocamentos iguais. s0 q q t
t tan θ = velocidade

10.1 Função horária de posição


A função horária de posição é uma equação que mostra a posição de
um corpo em função de cada instante.
10.2 Função horária de velocidade
s s  s Por definição, um movimento é dito uniforme quando sua velocidade
v  v m    v   0  v  t  t0   s  s0  s  s0  v  t  t0 
t t  t0 não se altera em relação ao tempo. Logo, a função horária de velocidade
não poderia ser outra senão uma função constante.
Fazendo t0 = 0, chegamos à equação horária de posição no MRU: v(t) = constante
s(t)=s0 + v · t 10.2.1 Gráfico v × t
Ex.: Considere dois móveis, A e B, que se movimentam, sob uma O gráfico v × t para esse mesmo movimento é uma reta paralela ao
estrada retilínea, em sentidos contrários e que no instante t = 0 distam eixo do tempo (indicando que a velocidade é constante).
1.400 metros entre si. As velocidades dos móveis A e B têm módulos
respectivamente iguais a 40 m/s e 30 m/s. Determine o instante em que v v
os móveis se encontram e a que distância da posição inicial do móvel A v
isso ocorreu. t
t
Solução: v
Fazendo um sistema de referencial positivo no sentido A → B e com
origem em A, teremos que as funções horárias serão:
SA = 0 + 40t → SA = 40t e SB = 1.400 – 30t. Um fato interessante sobre esse tipo de gráfico é que, ao calcularmos
sua área, estamos multiplicando um eixo contendo a velocidade por outro
Em problemas que pedem encontro, uma ideia muito boa é encontrar contendo o tempo. Como já vimos, desse produto resulta o deslocamento
as equações horárias de cada móvel e igualar suas posições (para que do corpo.
haja encontro, as posições precisam ser iguais). Então, de uma maneira bem genérica (isso não se restringe a MRU),
Daí, SA = SB. Então 40t = 1.400 – 30t → 70t = 1.400 → t = 20 s. podemos dizer que a área do gráfico v × t é numericamente igual ao
deslocamento do corpo.
Para determinar a posição de encontro, substituiremos esse valor em
uma das equações: v v
v área =DS
SA = 40t = 40 · 20 = 800 m.
t
Atenção!
t
Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém, em v área =DS
alguns problemas, um dos móveis sai com um atraso de ∆t unidades
de tempo. Nesse caso, a equação horária para o móvel com atraso será
s(t)=s0 + v · (t – ∆t). 10.3 Função horária de aceleração
Por ter velocidade constante, a aceleração no MRU é nula. Logo,
Ex.: Para o exemplo anterior, recalcule o tempo que foi pedido, considerando
que o móvel A começou a se mover em t = 7 s. a(t) = constante = 0

Solução:
Observe que agora não podemos mais considerar t0 = 0 para os dois
11. Velocidade relativa
móveis. Com isso, as equações horárias ficam da seguinte forma: Em muitos problemas de movimentos retilíneos, a solução torna-se
SA = 40 · (t – 7) e SB = 1.400 – 30t (cabe ressaltar que a função muito mais simples ao se utilizar o conceito de velocidade relativa. Tal
horária de A só vale para t ≥ 7 s). conceito nada mais é do que uma mudança de referencial, admitindo-
-se que um dos corpos em movimento está parado e observando o
No encontro, SA = SB. Então, 40 · (t – 7) = 1.400 – 30t → 40t – 280 = movimento do outro corpo em questão. De forma prática, pode-se calcular
1.400 – 30t → 70t = 1.680 → t = 24 s. a velocidade relativa de aproximação ou de afastamento entre dois corpos
Isso significa que A se moveu durante 17 s e que B se moveu durante 24 s. em movimento de maneira muito simples (supondo Va e Vb em módulo):

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FÍSICA I
Assunto 1

– Corpos se movem na mesma direção e mesmo sentido: Vrel =|VA – VB|. V


– Corpos se movem na mesma direção e sentidos contrários: a>0
Vrel = Va + Vb.
θ
Para problemas de encontro, afastamento ou aproximação entre dois V0
corpos em movimento uniforme, podemos escrever que:
t
S
Vrel  rel
t
V
Ex.: Um ônibus par te da rodoviária com velocidade constante de
V0 a<0
80 km/h. Um passageiro que se atrasou 15 minutos toma um táxi e parte
em direção ao ônibus. Sendo a velocidade do táxi de 100 km/h e supondo θ
que não ocorra interrupção no trajeto, determine o tempo gasto pelo táxi
t
para alcançar o ônibus.

Solução: Se os eixos estiverem na mesma escala:


Nos 15 minutos (1/4 de hora) de atraso do passageiro, o ônibus se deslocou
com velocidade de 80 km/h. Assim, quando o taxista parte com o passageiro, tan q = aceleração
o ônibus já se encontra a 80 · 1/4 = 20 km à frente. A velocidade relativa
entre o táxi e o ônibus é de 20 km/h e o tempo para o encontro é dado pela A tangente de inclinação da função mostra a taxa de variação da
razão entre a distância relativa e a velocidade relativa: velocidade em relação ao tempo e, portanto, mostra a aceleração. Outra
20 km maneira de ver isso é lembrar que o coeficiente angular da reta tangente
t  1h
20 km/h a uma função, em um dado ponto, é a derivada dessa função (e já vimos
que a derivada da velocidade em relação ao tempo resulta na aceleração).
Fique atento, pois isso não significa que o táxi andou 20 km para alcançar
o ônibus.
dv d 2 x
=
a =
dt dt 2
12. Movimento retilíneo uniformemente
variado Atenção!
O movimento retilíneo uniformemente variado é aquele no qual a Imagine um gráfico v · t que seja uma reta inclinada crescente. A
aceleração é constante e diferente de zero. única informação que esse gráfico fornece é que o ângulo que essa
reta faz com a horizontal é 45°. Nesse caso, quanto vale a aceleração
Por esse motivo, dizemos que, no MRUV, a velocidade escalar sofre
do móvel?
variações iguais em intervalos de tempos iguais.
Você pode ficar tentado a falar que a = tan q = tan 45° = 1 m/s2.
12.1 Função horária de velocidade Entretanto, como não há nenhuma informação adicional no gráfico,
nada impede que os eixos estejam fora de escala e, portanto, não se
É a equação que nos permite identificar a velocidade instantânea de pode determinar a aceleração. Muito cuidado com pegadinhas desse
um móvel que possua aceleração não nula em função do tempo. Como tipo: eixos fora de escala, origem deslocada etc.
a aceleração é constante, ela é igual à aceleração média para quaisquer
instantes. Daí: Se calcularmos a área desse gráfico, estaremos multiplicando a
v v  v velocidade pelo tempo. Esse produto é igual ao deslocamento escalar nesse
a  am   v   0  a(  t  t0 )  v  v 0  v  v 0  a(
 t  t0 )
t t  t0 intervalo de tempo.
Fazendo t0 = 0, chegamos à equação horária de velocidade do MUV: Vamos entender melhor esse conceito: Suponha que um móvel tem sua
velocidade em função do tempo dada pela curva a seguir. Se dividirmos
v(t) = v0+ a · t o intervalo que vai de t = a a t = b em vários pequenos intervalos de
tempo (tantos quantos você possa imaginar), poderemos assumir que a
Atenção! velocidade será constante para cada pequeno intervalo desses. Daí, para
Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém, em alguns cada intervalo de tempo, o deslocamento será dado por DS = v · Dt.
problemas, um dos móveis inicia seu movimento com um atraso de Dt Note que, já que podemos assumir que a velocidade é constante nesse
unidades de tempo. Nesse caso, a equação horária para o móvel com intervalo, o produto v · Dt representa a área de um retângulo de base igual
atraso será v(t)= v0 + a · (t – Dt). a Dt e altura igual a v. Se quisermos todo o deslocamento de a até b, basta,
O comportamento nesse caso é análogo ao que vimos no módulo portanto, somar as áreas de cada pequeno retângulo formado. O resultado
passado. encontrado é a área abaixo da curva.
Matematicamente, esse é exatamente o conceito de integral de uma
12.1.1 Gráfico v × t função (integral = área). Portanto, se integrarmos a velocidade em função
Como essa função é linear, seu gráfico v × t é sempre uma reta do tempo para um intervalo de tempo dado, encontraremos o deslocamento
crescente se seu coeficiente angular for positivo (aceleração positiva) ou que o móvel sofreu nesse período.
decrescente se seu coeficiente angular for negativo (aceleração negativa).

334 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

y No primeiro intervalo de tempo o deslocamento é

s1  área  
 2v0  at   t  v t  at 2
0
2 2
ƒ(x) No segundo intervalo de tempo o deslocamento é

s2  área  
 2v0  3 at   t  v t  3 at 2
S 2
0
2
No terceiro intervalo de tempo o deslocamento é
x
a b
s3  área  
 2v0  5 at   t  v t  5 at 2
0
b 2 2
S   f ( x )dx
a
E assim sucessivamente.
t
Consequentemente, podemos escrever que S   v( t )dt Note que, em intervalos de tempos iguais, o corpo em MUV varia
t0
seus deslocamentos segundo uma progressão aritmética (PA) em que a
De forma parecida com a derivada, para calcular a integral de um razão é at2. Graficamente, note que, para cada “t” a mais no tempo, a área
polinômio, basta somar as integrais de cada termo. A regra a ser aplicada acrescentada é a de 2 metades de quadrado (ou 1 quadradinho inteiro),
1 sendo a área do quadrado igual a at2.
a cada termo é a seguinte:  a  t n dt  a   t n 1  C . Note que, para
n1 É possível chegar à mesma conclusão usando a equação horária de
uma integral indefinida como essa (não tem limites de tempo), surge uma posição.
constante C, que só poderá ser determinada com alguma informação do
problema (são as chamadas condições de contorno). 12.2 Velocidade média no MUV
Ex.: Usando o mesmo exemplo do módulo anterior, suponha que um móvel Considere um MUV qualquer de gráfico v × t abaixo:
tem sua velocidade em função do tempo dada pela equação v(t) = t2 – 5t + 6.
Para encontrar a equação horária da posição, precisamos integrar essa V(m/s)
função. Daí:
1 1 V
s( t )   v( t )dt   ( t 2  5t  6) dt   t 2 dt   (  5t )dt   6dt  t 3  5  t 2  6t  C.
3 2
1 1 V0
6dt  t 3  5  t 2  6t  C. Essa constante poderia ser encontrada se o problema
3 2
informasse a posição inicial do móvel (já que, pela equação encontrada, t(s)
s(0) = C. t0 t
Integrais definidas são aquelas em que o intervalo de integração está
1
S área gráfico 2 
definido. Elas são a área abaixo da curva de limites estabelecidos. A regra v  v 0   t  t0   v  v0 
a ser aplicada a cada termo, nesse caso, é a seguinte: Vm     Vm  
 1 1
t t  t0  t  t0  2
n 1   n 1 
tf
t0
n
a  t dt  a 
 n1 f  t  a 
  n1 0  t 
   
Ou seja, no MUV, a velocidade média em um dado percurso é a média
Em nosso exemplo, se quisermos descobrir o deslocamento do móvel
das velocidades nos extremos desse percurso.
entre 2 s e 4 s, precisamos fazer a integral da velocidade para os instantes de
Outra maneira de enxergar isso é olhar para o gráfico. Para que a
4 1 3 1 2 
t = 2 s a t = 4 s. Daí: s 2 ( t  5t  6)dt    4  5   4  6  4  
2
velocidade média seja a mesma, o deslocamento precisa ser igual.
3 2  Portanto, a área abaixo da curva precisa ser igual. Como o MUV forma
1 3 1 2  2 um trapézio e, portanto, sua área é bmédia · h, podemos traçar uma reta
3  2  5   2  6  2   m.
 2  3 horizontal que diste bmédia da origem para chegarmos à mesma área. Como
v v
bmédia  1 f , então essa é a velocidade constante que gera o mesmo
Ex.: Essa propriedade gráfica nos permite visualizar um fato interessante 2
no MUV. Considere uma partícula com velocidade inicial v0 e aceleração deslocamento. Por esse motivo, essa é a velocidade média.
a. Seu gráfico v · t está representado na figura abaixo:
v V(m/s)
v0 + 4 at V
v0 + 3 at
v0 + 2 at V0
v0 + at t(s)
t0 t
v0
t
t 2t 3t 4t

IME-ITA – Vol. 1 335


FÍSICA I
Assunto 1

12.3 Função horária de posição • Do instante 0 até t1, o espaço aumenta, o movimento é progressivo
(v > 0) e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a < 0 e V > 0).
Considere um móvel se deslocando em MUV, cujo módulo da • Após t1, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0) e
aceleração vale a e, no instante t0 = 0, sua posição é s0 e sua velocidade, v0. acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a < 0 e V < 0).
Para esse móvel, podemos escrever que: Independentemente do formato do gráfico s × t, podemos, sem fazer
 v  v0   s   v  v0 
Vm  
cálculos, descobrir em que ponto desse gráfico s × t o móvel possui maior
2 t 2 velocidade. Veja o gráfico a seguir:
Como v = v0+ a · t, temos: s

S v 0  at  v 0 S 2v 0  at 2v t at 2 at 2
    S   0    s  s0  v o t   tangente 1
t 2 t 2 2 2 2
2v 0 t at 2 at 2 P0
S      s  s0  v o t   y0
2 2 2 tangente 2
Daí: P1
at 2 y1
s t   s0  v o t   f1
2
x2 x1 x0 t
Essa equação nos mostra a posição em função do tempo para um
móvel em MUV. Ela varia segundo uma função quadrática e deve ter seu Dado um gráfico s × t qualquer, a velocidade em um instante qualquer
gráfico representado por uma parábola, portanto. Conhecer essa parábola e é dada pelo coeficiente angular da reta tangente ao ponto correspondente
suas propriedades é muito importante. Por isso, vamos analisar os casos. a esse instante. Nesse exemplo, vemos que a reta tangente a P0 é mais
inclinada que a reta tangente a P1. Isso indica que vP0 > vP1.
1o caso: parábola com concavidade para cima:
12.4 Função horária de aceleração
S
Como no MUV, a aceleração tem valor constante, o gráfico a × t é
uma reta paralela ao eixo do tempo, podendo a aceleração assumir valores
positivos ou negativos.

S0
t2
a>0
0 t t a
1
t3
área = ∆V
• Nesse tipo de gráfico, a aceleração é positiva (a > 0).
• O ponto no qual a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial t
S0. t área = ∆V
• Nos instantes t1 e t3, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). a
• No instante t2, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu a<0
movimento (v = 0).
• Do instante 0 até t2, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0)
e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a > 0 e V < 0). Note que, se calcularmos a área dele, estamos multiplicando o eixo
• Após t2, o espaço aumenta, o movimento é progressivo (v > 0) e do tempo pelo eixo da aceleração. Como DV = a · Dt, concluímos que
acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a > 0 e V > 0). a área do gráfico a × t é numericamente igual à variação de velocidade.

2o caso: parábola com concavidade para baixo:


12.5 Equação de Torricelli
S Existe uma equação, denominada equação de Torricelli, que é utilizada
em problemas em que o tempo não é conhecido (ou ele não é importante
para o problema). Essa equação nasce de uma “fusão” entre as funções
horárias de velocidade e posição no MUV.

S0
Dica: Em geral, quando o problema não precisa da variável tempo, essa
equação é bem útil.
0 t1 t2 t
v = v0 + at (elevando-se ao quadrado)
• Nesse tipo de gráfico, a aceleração é negativa (a < 0). v2 = v20 + 2av0t + a2t2
• O ponto no qual a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0. v2 = v20 + 2a (v0t + a t2/2)
• Nos instante t2, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). v2 = v2n + 2aDS
• No instante t1, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu
movimento (v = 0).

336 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

12.6 Dica para problemas de gráfico Obs.: Quando um corpo está em queda livre, as alturas percorridas a
cada segundo de movimento seguem uma PA, como já mencionado
Para ajudar a memorização, podemos utilizar o fluxograma abaixo, anteriormente. Por ter velocidade inicial nula, os deslocamentos a cada
que nos dá uma visão de conjunto de todas as propriedades gráficas: segundo seguem a seguinte sequência:
concavidade g  12 g
– No primeiro segundo de movimento a altura é H  
inclinação inclinação 2 2
ds dv g  22 g
v= a= – No secundário segundo de movimento a altura é H   4
S = f(t) dt v = f(t) dt a = f(t) 2 2
derivada da posição derivada de velocidade g  32 g
(∆S) (∆V) – No terceiro segundo de movimento a altura é H   9
área área 2 2
∆S = ∫ v(t) dt ∆V = ∫ a(t) dt E assim sucessivamente.
(integral da velocidade) (integral da aceleração) g
Fazendo x = , teremos que no n-ésimo segundo de queda livre, a
Convém ressaltar que, matematicamente, ao calcularmos a tangente 2
distância percorrida pelo corpo é d = x · (2n – 1), em que x é a distância
a um gráfico, estamos calculando a sua derivada e, ao calcularmos a área
percorrida no primeiro segundo e n, o instante pedido.
sob a curva, a integral das respectivas funções.

13. Movimentos verticais em campos Dica: Esse problema também poderia ser resolvido com a ideia de que
a distância percorrida no n-ésimo segundo é a distância percorrida
gravitacionais uniformes pelo móvel até o instante n menos a distância percorrida pelo móvel
até o instante n – 1. Ao fazer isso, você transforma um problema que
Todos os corpos ao redor da Terra são puxados para o seu centro. Isso aparentemente não é de queda livre (já que o corpo tem velocidade no
ocorre devido ao que chamamos de campo gravitacional e a cada ponto instante n – 1) em um problema de queda livre. É muito mais interessante
desse campo temos associado um vetor chamado aceleração gravitacional transformar em queda livre, pois as equações são bem mais simples.
(ou simplesmente gravidade).
O que gera essa gravidade, suas propriedades e efeitos serão discutidos
no módulo sobre gravitação. Aqui, iremos ver do ponto de vista da cinemática 13.2 Lançamento vertical para baixo
como isso influencia os corpos abandonados na proximidade da Terra. No lançamento vertical para baixo, consideramos um corpo que é
Primeiro, temos que saber que, nos problemas que envolvem movimentos lançado para baixo (tem, portanto, velocidade inicial vertical para baixo)
no campo gravitacional terrestre, considera-se a aceleração da gravidade em um local livre da resistência do ar e com aceleração da gravidade
constante quando esses movimentos envolvem alturas muito pequenas constante. Esse corpo, tal como na queda livre, vai executar um MUV em
comparadas com o raio da Terra. A aceleração da gravidade próxima à que a = g. Nesse caso, as equações podem ser escritas como:
superfície da Terra é g = 9,8 m/s2, porém utiliza-se comumente o valor de
10 m/s2. A gravidade terrestre varia em função da latitude, mas isso também
x
será abordado no tópico de gravitação.
Vo = 0
Por ter valor aproximadamente constante, podemos dizer que todos
os corpos lançados ou abandonados na superfície da Terra ficam sujeitos
à mesma aceleração, executando, assim, um MUV. Em outras palavras,
sempre podemos utilizar os conhecimentos adquiridos no estudo de MUV
(gráficos, equações, etc.) para os movimentos verticais. Cabe ressaltar g
que a gravidade não depende da massa do corpo que está submetido a ela.
O livro, a formiga, você, um avião e qualquer outro objeto ficam sujeitos
à mesma aceleração (desde que a resistência do ar seja desprezada).

13.1 Queda livre


V
Todo corpo abandonado em um local livre da resistência do ar possui
solo
aceleração constante, executando um movimento uniformemente variado y
em que a = g. Se orientarmos seu referencial para baixo, com origem no
ponto de lançamento, teremos as seguintes equações horárias:
Lançamento vertical
MUV
para baixo
trajetória para baixo MUV Queda livre
v = v0 + a · t v = gt v = v0 + a · t v  v o  gt

v0 > 0 at 2 gt 2
g = 10 m/s2 S  v 0 t  H= at 2 gt 2
2 2 S  v o t  H  vot 
2 2
v2 = v20 + 2aDS v2 = 2 gH
v 2  v o2  2 aS v 2  v o2  2 gH
Note que as equações de queda livre não são novas equações. Como
já dito anteriormente, são as equações de MUV para essa situação.

IME-ITA – Vol. 1 337


FÍSICA I
Assunto 1

13.3 Lançamento vertical para cima móvel. Nesse caso, a gravidade é negativa sempre. É comum as pessoas
trocarem o sinal da gravidade de acordo com o movimento de descida
Um corpo lançado verticalmente para cima tem a subida como um ou subida. Isso não existe. A gravidade vai ter um único sinal em todo o
movimento retardado e a descida como um movimento acelerado em problema e isso só depende do referencial adotado.
que v0 = 0 (queda livre). Esses movimentos de subida e de descida são
simétricos. Há duas conclusões importantes acerca disso:
Dica: Em um número significativo das questões desse tipo de lançamento,
I. O módulo da velocidade com que um corpo passa subindo por uma é muito mais fácil estudar a descida (já que a descida é como se fosse
altura qualquer é a mesma que ele passa descendo pela mesma altura. uma queda livre). Lembre-se disso!

Demonstração:
Ex.:
Aplicando a equação de Torricelli:
Um corpo é lançado para cima do topo de um prédio de 200 metros com
velocidade inicial de 30 m/s em um local em que a resistência do ar pode
ser considerada desprezível. Considerando a gravidade igual a 10 m/s2,
v1 determine:

a. o tempo total de permanência no ar.


v2 b. a altura máxima atingida por esse corpo.
h c. a velocidade do corpo imediatamente antes de tocar no solo.

Solução:
Antes de responder à pergunta, vamos definir nosso referencial orientado
para cima e com origem no solo. A figura a seguir representa o exposto:
v22 = v12 + 2gDS
DS = 0 (S1 = S2)
200 m
v22 = v12 ⇒ v2 = – v1

II. O intervalo de tempo decorrido entre as passagens por dois patamares g


determinados A e B é o mesmo na subida e na descida.

Demonstração:
origem

A equação horária de posição para o corpo que é lançado para cima fica
assim:
VB B –VB
gt 2
h  h0  v 0 t    h  200  30t  5t 2
2
a. O tempo de permanência no ar é o tempo que ele leva para atingir o
solo (h = 0).
0 = 200 + 30t – 5t2 → 0 = 40 + 6t – t2
VA A –VA t = –4 s (não convém) ou t = 10 s (convém).

b. Matematicamente, a altura máxima é o vértice da equação.


  (302  4  (  5)  200) (  4900)
yV     245 m.
4a 4 (  5) (  20)

Obs: Esse item poderia ser feito sem a utilização da equação horária de
v posição.
g
t Tempo para atingir a altura máxima: v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → t = 3 s.
v B  v a v A  v B Para retornar a altura do lançamento, gastará 3 segundos em queda livre.
g 
t AB t ' AB gt 2 10 32
H   45 m
t AB  t ' AB 2 2
Como a altura de subida é igual à de descida, temos que a altura máxima
é 200 + 45 = 245 m.
As equações para um corpo lançado verticalmente para cima são as
mesmas do MUV. c. A equação horária de velocidade no MUV é v = v0 – gt → v = 30 – 10t.
O corpo chega ao solo no instante 10 segundos.
Atenção! 1v = 30 – 10t → v = 30 – 10 · 10 → v = –70 m/s (negativo), pois,
Uma vez adotado o referencial, ele precisa ser mantido para todas imediatamente antes de chegar ao solo, o vetor velocidade aponta
as variáveis. A maneira mais comum de resolver problemas desse tipo é para baixo, ou seja, contra o sentido do referencial adotado.
orientarmos o referencial positivo para cima e a origem na posição inicial do

338 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

13.4 Influência do ar P1
Alguns problemas, mais empíricos, não desprezam a influência do ar ϕ2
∆ϕ P1
nos movimentos verticais. Tal fenômeno será estudado mais adiante, em
dinâmica. No entanto, pode-se adiantar que a resistência do ar depende ϕ1
da forma e da velocidade do corpo e sua expressão é dada por
Fr = c · v2
em que c é uma constante que depende da forma do corpo e da área da
secção transversal do corpo e v é a velocidade instantânea do corpo.
Isso significa que, para um corpo qualquer, quanto maior for a velocidade,
∆ϕ = ϕ2– ϕ1
maior será a resistência do ar. Evidentemente, a resistência do ar não cresce
indefinidamente. Seu crescimento só ocorre enquanto é menor que a força
peso para o corpo. Isso porque a força de resistência é proporcional ao A unidade mais usual de ângulo é o radiano. Para determinar o ângulo
quadrado da velocidade. No momento em que seu valor se iguala ao valor da nessa unidade, basta calcular a razão entre o arco percorrido e o raio.
força peso, a aceleração passa a ser zero e a velocidade para de aumentar. Por definição, um radiano é o ângulo descrito quando o comprimento do
Consequentemente, a força de resistência para de crescer e fica igual ao arco é igual ao raio. Portanto, se considerarmos uma volta, teremos que
peso desse instante para frente. Nesse momento, o corpo atinge a sua 2πR
arco = 2πR → ângulo = =2π rad → 2π rad = 360° → π rad = 180°.
velocidade limite. A partir daí, o movimento de queda torna-se uniforme, R
ou seja, o corpo cai com velocidade constante. 14.2 Velocidade angular
Cálculo da velocidade limite: Unidade no SI: radiano por segundo; abreviação: rad/s.
  m g m g Outras unidades comuns: grau/segundo.
P  Fr  m  g  c  v 2  v 2   vL 
c c
Definimos a velocidade angular média (ωm) como a razão entre o
em que: deslocamento angular e o tempo gasto para tal deslocamento.

m → massa do corpo; P2
∆t
g → aceleração da gravidade local; ∆ϕ
c → coeficiente de atrito com o ar. P1

14. Movimento circular


É aquele em que o corpo se desloca segundo uma trajetória circular.
Faremos um estudo do movimento muito próximo ao que já foi abordado
nos outros módulos. Entretanto, vamos nos preocupar mais com grandezas ϕ
ωm = ∆
angulares em vez de lineares. Por exemplo, além de verificar a distância ∆t
percorrida, precisaremos medir o ângulo varrido pelo móvel.
Convém ressaltar que a velocidade angular não depende do raio do
14.1 Fase e deslocamento angular círculo e que esse valor obtido nos fornece uma média de deslocamento
angular por unidade de tempo.
Unidade no SI: radianos; abreviação: rad
Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença
Outra unidade comum: grau (°) entre velocidade angular média e velocidade angular instantânea.
A velocidade angular instantânea é dada pela velocidade angular média
Considere que, no instante t0 = 0, uma partícula se encontra no ponto para um intervalo de tempo tendendo a zero.
PI de uma circunferência e que, em um instante posterior t, essa partícula ∆ ϕ dϕ
se encontra em um ponto Pf. O deslocamento angular (Δϕ) sofrido por ωi = lim =
∆ t →0 ∆ t dt
essa partícula é a diferença entre os ângulos (ou fases) formados com
um eixo. Normalmente, utilizamos como eixo de referência uma reta
horizontal que possui origem coincidente com o centro da circunferência
14.3 Aceleração angular
e positivo para a direita. Unidade no SI: radiano por segundo ao quadrado; abreviação: rad/s2.
Atenção: Definir origem e referencial continua sendo essencial. A
origem é dada por um eixo arbitrário (como dito acima). O referencial, no A aceleração angular média indica o quão rápido a velocidade angular
caso de movimentos circulares, é positivo de acordo com o sentido do sofre variações. Seu módulo é dado por:
movimento: horário ou anti-horário.
∆ω
αm =
∆t

IME-ITA – Vol. 1 339


FÍSICA I
Assunto 1

Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença Ex.: (UFU) Em uma pista circular de um velódromo, dois ciclistas
entre aceleração angular média e aceleração angular instantânea. cor rem em sentidos opostos. O ciclista A par te com uma
A aceleração angular instantânea é dada pela aceleração angular média velocidade angular constante de 0,50π rad/s e o cilclista B, com
para um intervalo de tempo tendendo a zero. 1,5 π rad/s, 2,0 segundos após. Eles vão se encontrar pela primeira vez:
∆ ω dω P
α i = lim =
∆ t →0 ∆ t dt

A
14.4 Relação entre a cinemática
angular e a escalar Q ponto de partida
Para mostrar a relação direta entre a velocidade angular média (ωm)
e a velocidade escalar média (vm), vamos partir da definição de radiano. B
arco percorrido ∆S
∆ϕ = = → ∆S = ∆ϕ · R
raio R R
Diferenciando em relação ao tempo, temos que: (A) no ponto P.
(B) entre P e Q.
d dt ds dϕ
(∆ S) = (∆ ϕ ⋅ R ) → =R⋅ → V = ωR (C) no ponto Q.
dt dt dt dt (D) entre Q e R.
Diferenciando em relação ao tempo mais uma vez, temos que: (E) no ponto R.
d d dv d
( v )  ( R )   R  a  R Solução: Letra D.
dt dt dt dt Adotaremos um sistema de referência com origem no ponto de partida e
positivo no sentido anti-horário. O enunciado diz que os ciclistas mantêm a
14.5 Tipos de movimento circular velocidade constante. Temos, portanto, um MCU. Escrevendo as equações
horárias, a partir do movimento de B, teremos:
Os movimentos circulares normalmente seguem um padrão. Ou são
movimentos circulares uniformes (MCU), ou são movimentos circulares ϕA = 0 + 0,5 · π · (t + 2) ϕB = 0 – 1,5 · π · t
uniformemente variados (MCUV). No primeiro caso, a velocidade angular
é constante e, consequentemente, sua aceleração angular é nula. A função
No encontro, a soma dos módulos dos deslocamentos angulares tem
horária no MCU nasce da mesma ideia do MRU.
que ser igual a 2π (uma volta completa).

dividindo-se cada Importante: Note que há uma diferença relevante aqui. Em MRU
s = so + vt ϕ = ϕo + ω t ou MRUV, o encontro acontecia quando as posições eram iguais. Aqui,
v = cte
a=0
⇒ função horária por R,
obtemos as equações ⇒ ω = cte
α=o
é importante contar o número de voltas.
do MRU
Isso significa que eles se encontraram 0,5 segundo após a saída de B.
No movimento circular uniformemente variado (MCUV), a aceleração
angular é constante e não nula. Nesse caso, a velocidade angular sofre
alterações iguais para o mesmo intervalo de tempo. Suas funções horárias |ϕA|+|ϕB|= 2π → 0,5 · π · (t + 2) + 1,5 · π · t =
podem ser determinadas a partir das equações de MUV: 2 · π → 0,5 · t + 1 + 1,5t = 2 → 2t = 1 → t = ½ s.

dividindo-se Substituindo em qualquer equação, descobriremos o ponto de encontro.


1 cada função 1
s  so  v o  t  at 2   o  0 . t  t 2
2 horária por R, 2
v  v o  at ⇒ obtemos as
⇒   o  t
ϕA = 0,5 · π · (0,5 + 2) = 1,25 π, ou seja, entre os pontos Q e R.

a  cte equações do   cte


MRU Obs.: Igualamos a soma dos módulos dos deslocamentos angulares a
2π, pois queremos o primeiro encontro. Se esse movimento continuasse
infinito, encontros ocorreriam e poderíamos escrever de uma maneira
dividindo-se
genérica:
cada função
|ϕA|+|ϕB|= 2 · k · π
horária por R2,
v2 = vo2 + 2 a∆S ⇒ obtemos as ⇒ ω2 = ωo2 + 2 α∆ϕ
Em que k representa o número de vezes do encontro.
equações de
Torricelli do
MRU
14.6 Período e frequência
Período (T) é o tempo gasto para que o corpo execute um ciclo. No
O comportamento gráfico do MCU é análogo ao comportamento do SI, a unidade de período é o segundo (s).
MRU, enquanto os gráficos do MCUV são análogos ao do MRUV.

340 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

Frequência (f) é o número de ciclos dados em uma unidade de tempo. Daí, a velocidade de todos os pontos da correia vai ser a mesma,
No SI, a unidade é o Hertz (Hz) = (ciclos/s). Contudo, existe uma unidade assim como os “dentes” das polias. Portanto:
ainda muito utilizada denominada rpm (rotações por minuto). Sua relação 
com o Hertz é 1 Hz = 60 rpm.  R   R
A partir das definições apresentadas, podemos escrever que:  A A B B

v A  v B  fA RA  fB RB

Pela definiçao  R R
1volta → T segundos  A
 B
 TA TB
f voltas → 1 segundo
Uma consequência imediata é que quanto maior o raio do disco, menor
Então: será sua velocidade angular.
1
=f.T 1=
ou T
f Ex.: (UNICAMP-2005) Em 1885, Michaux lançou o biciclo com uma roda
dianteira diretamente acionada por pedais (fig. A). Por meio do emprego da
A velocidade angular no MCU para k voltas pode ser escrita como: roda dentada, que já tinha sido concebida por Leonardo da Vinci, obteve-se
k  2 2 melhor aproveitamento da força nos pedais (fig. B). Considere que um ciclista
     2  f
k T T consiga pedalar 40 voltas por minuto em ambas as bicicletas.
Dado: π  3.
14.7 Transmissão de movimento
Pode ser feita basicamente de duas maneiras: transmitindo velocidade
angular (fazendo com que discos, rodas, polias ou engrenagens possuam 10 cm
seus eixos interligados) ou transmitindo velocidade linear (interligando
os corpos por meio de uma correia ou corrente, ou fazendo com que os
corpos se toquem.).
Na transmissão de velocidade angular, os eixos dos discos são
dispostos coaxialmente. Dessa maneira, quando um executar k voltas, o 25 cm
outro também terá executado k voltas. 30 cm
figura A figura B

a. Qual a velocidade de translação do biciclo de Michaux para um diâmetro


R1 da roda de 1,20 m?
b. Qual a velocidade de translação para a bicicleta padrão aro 60 (fig. B)?

R1 Solução:
ω1
a. No biciclo de Michaux, a frequência imposta é exatamente a frequência
ω2 de movimento. Assim:

40
Como a rotação das polias é igual à do eixo: v=2·πƒ·R≅2·3· · 0,6 ≅ 2,4 m/s.
60
b. Na bicicleta, temos que a velocidade linear (escalar) da coroa dentada
é a mesma do pinhão.
T1 = T2
 dc d 40
ω1 = ω 2  V1 V2 vcoroa = vpinhão → 2 · π ƒc · = ωp · p → 2 · 3 · · 25 =
R = R 2 2 60
 1 2
20
p     10 rad/s.
2
Na transmissão de velocidade linear, os discos são interligados, de A velocidade angular do pinhão é a mesma velocidade angular da roda:
modo que quando um deles tem um deslocamento escalar, o outro disco
tenha o mesmo deslocamento. v roda
ωpinhão = ωroda → 10= → vroda = 10 · 0,3 → vroda = 3 m/s.
R
ϖA
Ex.: (UFRJ-1998) O olho humano retém durante 1/24 de segundo as
ϖB
imagens que se formam na retina. Essa memória visual permitiu a invenção
do cinema. A filmadora faz 24 fotografias (fotogramas) por segundo. Uma
RB RB vez revelado, o filme é projetado à razão de 24 fotogramas por segundo.
RA ϖA ϖB RA Assim, o fotograma seguinte é projetado no exato instante em que o
vB B B vB fotograma anterior está desaparecendo de nossa memória visual, o que
A vA A nos dá a sensação de continuidade.
vA

IME-ITA – Vol. 1 341


FÍSICA I
Assunto 1

Filma-se um ventilador cujas pás estão girando no sentido horário. Solução:


O ventilador tem quatro pás simetricamente dispostas, uma das quais Seja L o lado de cada cateto. Assim:
pintada de cor diferente, como ilustra a figura. Ao projetarmos o filme, ∆SC = L; ∆SB = L. O espaço percorrido na hipotenusa é ∆SC, calculado
os fotogramas aparecem na tela na seguinte sequência, o que nos dá a pelo teorema de Pitágoras:
sensação de que as pás estão girando no sentido anti-horário.  SA 
2
  SC    SB   L2  L2  2 L2 
2 2

SA  2 L.

Então o espaço total percorrido é:


S  SA  SB  SC  2 L  L  L  S  L  
22 .

O tempo gasto no percurso é:


2 L L L 2 2 L  L  2L
t  t A  t B  tC     
v 2v v 2v

t 

L 2 2 3 .
2v

Calcule quantas rotações por segundo, no mínimo, as pás devem estar Calculando a velocidade média:
efetuando para que isso ocorra.
vm 
S

L 22

 
2  2 2v

 
2  2 2v  2 2  3 


 

Solução:
t L 2 2 3  
2 2 3 2 2  3  2 2  3 
A ilusão de que as pás estão girando no sentido oposto ao real é devido ao 2v
fato de nosso cérebro interpretar que o movimento, de um fotograma para
vm 
4  3 2  4 2  6 2v  
2 
2 4 v

o outro, dá-se no sentido do menor deslocamento angular. O olho humano 89 1
tira fotos da realidade de 1/24 a 1/24 segundo e “junta” as sucessivas
imagens, sempre atribuindo o menor caminho a cada objeto. 
v m  4  2 2 v. 
Entre dois fotogramas consecutivos, a pá destacada efetua, no mínimo,
3/4 de volta, em um intervalo de tempo de 1/24 s. Portanto, a frequência
mínima de rotação é: 02 Dois tratores, I e II, percorrem a mesma rodovia e suas posições
variam com o tempo, conforme o gráfico a seguir:
3 s(km)
4  3  24  18 Hz.
ƒ= 300
1 4 1 I
24 270
II
60
0 3 t(h)
01 Um turista, passeando de bugre pelas areias de uma praia em
Natal-RN, percorre uma trajetória triangular, que pode ser dividida em três Determine o instante do encontro desses veículos.
trechos, conforme a figura abaixo.
Solução:
Para um intervalo de tempo de 3 horas, o trator I se deslocou 60 km e
o trator II se deslocou –30 km. Com isso, temos que vI = 20 km/h e
A vII = –10 km/h. Escrevendo as equações horárias para cada trator, temos:
C

sI = 20t e sII = 300 – 10t


No encontro sI = sI → 20t = 300 – 10t → t = 10h.
B
03 Duas partículas (P e Q) deslocam-se sobre o eixo x com as respectivas
Os trechos B e C têm o mesmo comprimento, mas as velocidades médias
posições dadas por:
desenvolvidas nos trechos A, B e C foram, respectivamente, v, 2v e v.
Quanto vale a velocidade escalar média desenvolvida pelo turista para
P. x = 16 + 4bt2
percorrer toda a trajetória triangular?
Q. x = bct3, para x em metros, t em segundos e c = 1 s–1.

Qual deve ser o valor de b para que uma partícula alcance a outra em 2 s
e qual a velocidade da partícula P no ponto de encontro?

342 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

Solução: MN = x/2 + y/2 = (x + y)/2


No encontro xP = xQ. NP = y/2 + z/2 = (z + y)/2
16 + 4bt2 = bct3
16 + 4b(2)2 = b(1)(2)3 MN/NP = (x + y)/(z + y)
16 + 16b = 8b MN/NP = (2y + y)/(7/5y + y)
b = –2 m/s2. MN/NP = 3y/(12y/5)
MN/NP = 15y/12y
A velocidade de P é dada pela derivada na posição no instante t = 2 s. MN/NP = 5/4.

vp 

dx d 16  8t

2
 16  2  32m/s. 06 Uma partícula, a partir do repouso, descreve um movimento retilíneo
dt dt uniformemente variado e, em 10 s, percorre metade do espaço total previsto.
A segunda metade desse espaço será percorrida em, aproximadamente:
04 Em relação a um referencial cartesiano OXY, uma partícula se move
de acordo com as equações: (A) 2,0 s.
x = 8t – 4t2 e y = 12t – 6t2 (B) 4,0 s.
(C) 5,8 s.
Determine a equação cartesiana da trajetória para essa partícula. (D) 10 s.
(E) 14 s.
Solução:
Para determinar a equação da trajetória, precisamos colocar x em função Solução:
de y. O gráfico a seguir ilustra o movimento da partícula que parte do repouso
x = 4 (2t – t2) → (2t – t2) = x/4 e tem aceleração a:
y = 6 (2t – t2) → (2t – t2) = y/6
x y v(m/s)
Logo, =
4 6
a·t
y = 1,5x.

05 Quatro cidades, A, B, C e D, são percorridas por um automóvel. M, N 10a


e P são, respectivamente, os pontos médios de AB, BC e CD. A velocidade
escalar média do móvel vale 50 km/h entre A e B, 75 km/h entre B e C,
70 km/h entre C e D, 60 km/h entre M e C e 60 km/h entre A e D. Calcule
a razão MN/NP: 10 t t(s)
(A) 25/29.
Nas condições do problema, a área do triângulo tem que ser igual à área
(B) 2/3.
do trapézio.
(C) 5/4.
10 10 a  at  10 a   t  10 
(D) 4/5.   100 a  a  t  10   t  10  
(E) 3/2. 2 2
t 2  100  100  t  200  14 s.
Solução:
M N P Como a questão só pede o tempo na segunda metade, a resposta é,
aproximadamente, 4 s.
A B C D
07 Duas partículas, A e B, desenvolvem movimentos sobre uma mesma
Por conveniência, consideremos: trajetória, cujos gráficos horários são dados por:
distância de A até B = x
distância de B até C = y s(m)
distância de C até D = z

Como t = ∆s/v 32 B
28
1a equação: tx = x/50
2a equação: ty = y/75 A
3a equação: tz = z/70 14
4a equação: tMC = tx/2 + ty = (y + x/2)/60
5a equação: tAD = tx + ty + tz = (x + y + z)/60
0 4 78 t(s)
Substituindo as equações 1, 2 e 3 nas equações 4 e 5:
Na 4a equação obteremos x = 2y Qual a velocidade da partícula B, em m/s, no primeiro encontro entre A e B?
Na 5a equação obteremos z = 7/5y

IME-ITA – Vol. 1 343


FÍSICA I
Assunto 1

Solução: 09 À borda de um precipício de certo planeta, no qual se pode desprezar a


Nitidamente, a partícula A executa um movimento uniforme e a partícula B resistência do ar, um astronauta mede o tempo t1 que uma pedra leva para
executa um movimento uniformemente variado. Escrevendo suas equações atingir o solo, após cair de uma de altura H. A seguir, ele mede o tempo
horárias: t2 que uma pedra também leva para atingir o solo, após ser lançada para
cima até uma altura h, como mostra a figura. Assinale a expressão que
14  28 dá a altura H:
vA    2 m/ s  SA  28  2t
4

at 2
SB  0  v 0  t   h
2
at 2 a  42
SB  v 0  t    32  v 0  4    32  4v 0  8 a v 0  2 a  8
2 2
at 2 a  72
SB  v 0  t    14  v 0  7    28  14v 0  49 a 2v 0  7 a  4
2 2 H
a = – 4 m/s2 e v0 = 16 m/s → SB = 16 · t – 2t2
No encontro SA = SB → 28 – 2t = 16t – 2t2 → 2t2 – 18t + 28 = 0 →
t2 – 9t + 14 = 0 → t = 2 s ou t = 7 s.

Calculando VB em: ( t12 t22 h) 4 t1 t2 h


(A) H  . (D) H  .
t = 2 s → vB 
ds


d 16 t  t
2 2
  16  4t  16  4  2  8m /s. 
2 t t 2
2
2
1 
2
t 2
2  t12 
dt dt
( t1 t2 h) 4 t12 t22 h
08 Um corpo cai em queda livre, de uma altura tal que, durante o último (B) H  . (E) H  .
segundo de queda, ele percorre 1/4 da altura total. Calcule o tempo de 
4 t22  t12  t 2
2  t12 
2

queda supondo nula a velocidade inicial do corpo.


2t12 t22 h
(C) H  .
t 
2
1 4 2
 t12
(A) t  s. (D) t s. 2
2 3 2 3
2 2 Solução:
(B) t  s. (E) t s.
2 3 2 3 Vamos dividir nosso problema em partes.
3 g  t12 2H
(C) t  s. Queda livre: H  g 2
2 3 2 t1
Lançamento para cima (só a subida): v2 = v02 + 2aDS
Solução: Na altura máxima, v = 0. Considerando o referencial no ponto de lançamento
Observe a ilustração: e adotando para cima positivo, teremos:
t=0 02  v 02  2  (  g)  h  v 0  2 gh .
3H Queda da altura H na descida. Considerando o referencial no ponto de
lançamento e adotando para baixo positivo, teremos:
(t – 1) a  t2 g  t22
S  v o  t   H   t2 2 gh 
2 2
H Substituindo
t 2 H t22 2 H  t2  t t2  t2 t  h
H   t2 2 h    2  H  1  22   2 Hh 2  2 2 1  2 2 H
t1 2 t1  t1  t1 t1 t1  H
gt 2
Em todo o percurso, ele percorrerá 42HH = t 2 . 2 H  t2  t t2  t2 t  h 4 t12 t22
H   t2 2 h   22  2  H  1  22   2 Hh 2  2 2 1  2 2 H  h.
 
2
t1 2 t1 t t1 t1 t1  H
g( t  1)2 1  t12  t22
Na primeira parte do percurso, ele percorrerá 3 H 
2
Dividindo as equações: 10 No arranjo mostrado a seguir, do ponto A largamos com velocidade
4 t2 2 2 2 2 nula duas pequenas bolas que se moverão sob a influência da gravidade
  4( t  1)  3t  4( t  1)  3t  2 ( t  1)  t 3
3 ( t  1)2 em um plano vertical, sem rolamento nem atrito, uma pelo trecho ABC e
outra pelo trecho ADC. As partes AD e BC dos trechos são paralelas e as
2
2t  2  t 3  t  ( 2  3 )  2  t  . partes AB e DC também. Os vértices B de ABC e D de ADC são suavemente
2 3
arredondados para que cada bola não sofra uma mudança brusca na sua
trajetória. Pode-se afirmar que:

344 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

A B v
(A) .
g
10v
(B) .
D C 7g
20v
(C) .
(A) a bola que se move pelo trecho ABC chega ao ponto C primeiro. 3g
(B) a bola que se move pelo trecho ADC chega ao ponto C primeiro. v
(C) as duas bolas chegam juntas ao ponto C. (D) 12 .
g
(D) a bola de maior massa chega primeiro (e se tiverem a mesma massa,
chegam juntas). Solução: Letra C.
(E) é necessário saber as massas das bolas e os ângulos relativos à 
vertical de cada parte dos trechos para responder. v0 y

−v 0 2R
Solução: Letra B. 
Como o enunciado fala que AD é paralela a BC e AB é paralela a DC, 2v 0 R é o raio da
consideraremos os movimentos como MRUV. Nesse caso, a velocidade roda-gigante
média entre dois pontos é a média aritmética da velocidade entre esses
dois pontos. Portanto: O
V V V situação inicial
VAD  A D  VAD  D
2 2 situação inicial
VA  VB VB
VAB   VAB 
2 2 O intervalo de tempo entre o começo e o fim é T/2.
VC  VD T 
2
VDC  g 
2 2
gt T 2 g T2 T
VB  VC h  h0  v 0 t   0  2R  v       v   2R  0
VBC  2 2 2 8 2
2
Já que VD > VB temos que VAD é maior que VAB e VDC é maior que VBC. 2⋅π⋅ R v ⋅T
Porém v = →R= . Substituindo, teremos:
Portanto, no trajeto ADC a velocidade escalar média é maior que no trajeto T 6
ABC e, como a distância total percorrida é a mesma, concluímos que o
tempo gasto no trajeto ADC é menor. g T2 T v T 20 v
v 2  0  3 g  T 2  12v  T  8v  T  0  T   .
8 2 6 3 g
11 Uma pessoa brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto
mais alto, arremessa uma pequena bola (figura 1), de forma que esta
descreve, em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical para
cima.
01 (EsPCEx) Em uma mesma pista, duas partículas, A e B, iniciam seus
movimentos no mesmo instante com as suas posições medidas a partir
da mesma origem dos espaços. As funções horárias das posições de
A e B, para S, em metros, e t, em segundos, são dadas, respectivamente,
por SA = 40 + 0,2t e SB = 10 + 0,6t. Quando a partícula B alcançar a
partícula A, elas estarão na posição:

(A) 55 m.
(B) 65 m.
(C) 75 m.
(D) 105 m.
(E) 125 m.

figura 1 figura 2 02 (EsPCEx) Um automóvel, desenvolvendo uma velocidade constante de


60 km/h, faz, diariamente, uma viagem entre duas cidades vizinhas em um
A velocidade de lançamento da bola na direção vertical tem o mesmo tempo habitual T. Se ele fizesse essa viagem com uma velocidade, também
módulo de velocidade escalar (v) da roda gigante, que executa um constante, de 90 km/h, o tempo de duração habitual seria 10 minutos
movimento circular uniforme. Despreze a resistência do ar, considere a menor. Podemos dizer que o valor de T, em minutos, é:
aceleração da gravidade igual a g e π = 3. Se a pessoa consegue pegar
a bola no ponto mais próximo do solo (figura 2), o período de rotação da (A) 60.
roda-gigante pode ser igual a: (B) 50.
(C) 40.
(D) 30.
(E) 20.

IME-ITA – Vol. 1 345


FÍSICA I
Assunto 1

03 (AFA) Os gráficos a seguir referem-se a movimentos unidimensionais (C) V(m/s)


de um corpo em três situações diversas, representando a posição como
função do tempo.

0 t(s)
x x x
–24
a a a

a a a
2 2 2

0 b b t 0 b b t 0 2b b t (D) V(m/s)
3 2 3
18
Nas três situações, são iguais as velocidades:
16
(A) iniciais.
(B) finais
(C) instantâneas. 4 t(s)
(D) médias

04 (Helou) Um móvel tem sua velocidade escalar instantânea (v) variando


com o tempo (t), conforme a função v = t2 – 4t (SI). 07 (AFA) A figura abaixo apresenta o gráfico posição × tempo para um
móvel em movimento retilíneo.
Calcule sua aceleração escalar média entre os instantes:
s
a. 0 s e 4 s.
b. 1 s e 5 s.
sC
05 (AFA) Uma pessoa está observando uma corrida a 170 m do ponto de C
sB B
largada. Em dado instante, dispara-se a pistola que dá início à competição. parábola
Sabe-se que o tempo de reação de um determinado corredor é 0,2 s, sua
velocidade é 7,2 km/h e a velocidade do som no ar é 340 m/s. A distância sA A
desse atleta em relação à linha de largada, quando o som do disparo chegar
ao ouvido do espectador, é:

(A) 0,5 m.
tA tB tC t
(B) 0,6 m.
(C) 0,7 m.
É correto afirmar que:
(D) 0,8 m.
(A) a velocidade no instante tAé menor que a velocidade no instante tB.
06 (AFA) Sabendo-se que a função horária de uma par tícula é
(B) para tC, a aceleração do móvel é nula.
S = –t2 + 16t – 24, o gráfico que representa a função V = f(t) será:
(C) para tA < t < tC, o movimento é acelerado.
(D) para tB < t < tC, a velocidade do móvel decresce de maneira uniforme.
(A) V(m/s)
08 (AFA) Um vagão movimenta-se sobre trilhos retos e horizontais
obedecendo à equação horária S = 20t – 5t2 (SI). Um fio ideal tem uma
de suas extremidades presa ao teto do vagão e, na outra, existe uma
0 esfera formando um pêndulo. As figuras que melhor representam as
t(s)
configurações do sistema vagão-pêndulo de velocidade v e aceleração a,
–24
nos instantes 1 s, 2 s e 3 s, são, respectivamente:

(A)
(B) V(m/s)
α V α V=0 α V
16

(B)
0 8 t(s) α V α V=0 α V

346 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

(C) v(m/s)
α V α V α V 15

(D)
t(s)
α V α V α V 0 5

(A) S = 10 – 15t + 3t2/2.


09 (EFOMM) No sistema de transmissão de movimento da figura abaixo, (B) S = 15 + 10t – 5t2/2.
a polia motora A tem 500 mm de diâmetro e gira a 120 rpm. As polias (C) S = 10 + 15t – 3t2/2.
intermediárias B e C, solidárias entre si (soldadas uma na outra), têm, (D) S = 15 – 10t + 5t2/2.
respectivamente, 1.000 mm e 200 mm. A rotação da polia D, de diâmetro (E) S = 10 + 15t – 5t2/2.
400 mm, é de:
B 12 (IME) O gráfico a seguir apresenta a velocidade de um objeto em
A função do tempo. A aceleração média do objeto no intervalo de tempo 0
C
a 4t é:

velocidade
v

D 3t 4t
(A) 120 rpm. t 2t tempo
(B) 80 rpm.
(C) 60 rpm. –v
(D) 30 rpm.
(E) 20 rpm.
(A) v .
10 (AFA) Duas partículas, A e B, desenvolvem movimentos sobre uma t
mesma trajetória, cujos gráficos horários são dados por: 3v
(B) .
s(m) 4t
v
(C) .
32 B 4t
28 v
(D) − .
14 4t
A
3v
(E) − .
4t
0 4 78 t(s)
13 A função horária da posição de um móvel é dada pela seguinte equação:
No instante em que A e B se encontram, os módulos das velocidades de 2
S = t 3 − 7t 2 + 20t − 6, em que S e t estão nas unidades do SI.
A e de B valem, respectivamente: 3
Responda às seguintes perguntas:
(A) 2 e 12.
(B) 2 e 16. a. Qual a velocidade média entre os instantes 1 e 4 segundos?
(C) 2,57 e 12. b. Em que instantes o corpo inverte o sentido de movimento?
(D) 2,57 e 16 c. Qual a distância total percorrida pelo corpo entre os instantes
0 e 6 segundos?
11 (EsPCEx) O gráfico a seguir descreve a velocidade V, em função do d. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é acelerado?
tempo t, de um móvel que parte da posição inicial 10 m de sua trajetória. e. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é retrógrado?
A função horária da sua posição, em que o tempo t e a posição S são
dados, respectivamente, em segundos e em metros, é: 14 Um corpo, ao ser lançado para cima com certa velocidade, atinge o
solo após um tempo t1. Ao ser lançado para baixo com a mesma velocidade,
atinge o solo após um tempo t2. Quanto tempo levaria para atingir o solo
caso fosse abandonado do mesmo ponto?

IME-ITA – Vol. 1 347


FÍSICA I
Assunto 1

15 (AFA) Certa mãe, ao administrar um medicamento para o seu filho, a. Qual carro está na frente assim que eles saem do ponto inicial?
utiliza um conta-gotas pingando em intervalos de tempo iguais. A figura b. Em que instante(s) os carros estão no mesmo ponto?
a seguir mostra a situação no instante em que uma das gotas está se c. Em que instante(s) a distância entre os carros A e B não aumenta nem
soltando. diminui?
d. Em que instante(s) os carros A e B têm a mesma aceleração?

04 (PUC-PR) Um automóvel parte do repouso em uma via plana, na qual


desenvolve movimento retilíneo uniformemente variado. Ao se deslocar
4,0 m a partir do ponto de repouso, ele passa por uma placa sinalizadora
de trânsito e, 4,0 s depois, passa por outra placa sinalizadora 12 m adiante.
Y
Qual a aceleração desenvolvida pelo automóvel?
X
05 (UFPR) Um ciclista movimenta-se com sua bicicleta em linha reta a
uma velocidade constante de 18 km/h. O pneu, devidamente montado na
roda, possui diâmetro igual a 70 cm. No centro da roda traseira, presa ao
eixo, há uma roda dentada de diâmetro 7,0 cm. Junto ao pedal e presa
ao seu eixo há outra roda dentada, de diâmetro 20 cm. As duas rodas
Considerando que cada pingo “abandone” o conta-gotas com velocidade
dentadas estão unidas por uma corrente, conforme mostra a figura. Não
X
nula e desprezando a resistência do ar, pode-se afirmar que a razão , há deslizamento entre a corrente e as rodas dentadas. Supondo que o
entre as distâncias X e Y, mostradas na figura, vale: Y ciclista imprima aos pedais um movimento circular uniforme, assinale a
alternativa correta para o número de voltas por minuto que ele impõe aos
(A) 2. pedais durante esse movimento. Nessa questão, considere π = 3.
1
(B) .
2
1
(C) .
4
(D) 4.

(A) 0,25 rpm.


(B) 2,50 rpm.
01 (AFA) Dois automóveis, A e B, encontram-se estacionados (C) 5,00 rpm.
paralelamente ao marco zero de uma estrada. Em dado instante, (D) 25,0 rpm.
o automóvel A parte, movimentando-se com velocidade escalar constante (E) 50,0 rpm.
vA = 80 km/h. Depois de certo intervalo de tempo, ∆t, o automóvel B parte
no encalço de A com velocidade escalar constante vB = 100 km/h. Após 06 O movimento unidimensional de uma partícula está plotado na figura
2 h de viagem, o motorista de A verifica que B se encontra 10 km atrás abaixo.
e conclui que o intervalo ∆t, em que o motorista B ainda permaneceu
estacionado, em horas, é igual a: vx m/s
15
(A) 0,25.
10
(B) 0,50.
(C) 1,00. 5
A B C D E
(D) 4,00. 0
2 4 6 8 10 t, s
–5
02 Uma partícula desloca-se do ponto A até o ponto B. –10
A B –15

a. Qual é a aceleração média em cada um dos intervalos, AB, BC e CE?


Na primeira terça parte do percurso, sua velocidade escalar média vale v1;
b. A que distância a partícula está de seu ponto de partida após 10 s?
na segunda terça parte, vale v2, e na terceira, v3. Determine a velocidade
c. Esboce o deslocamento da partícula como função do tempo; assinale
escalar média no percurso total de A até B.
os instantes A, B, C, D e E em seu gráfico.
d. Quando a partícula está se deslocando o mais vagarosamente?
03 (Young e Freedman) Dois carros, A e B, deslocam-se ao longo de uma
linha reta. A distância de A ao ponto inicial é dada em função do tempo
07 Um carro percorre uma linha reta com movimento uniformemente
por xA(t) = αt + βt2, com α = 2,60 m/s e β = 1,2 m/s2. A distância de
acelerado. Nos instantes t1e t2, suas posições são x1e x2, respectivamente.
B ao ponto inicial é dada em função do tempo por xB(t) = γt2 – δt3, em
Sabendo que a posição inicial do carro é a origem do sistema adotado,
que γ = 2,80 m/s2 e δ = 0,20 m/s3.
determine o valor da aceleração do veículo.

348 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

08 Duas partículas, A e B, percorrem uma mesma circunferência com desse trajeto é sempre percorrida com velocidade constante e igual à média
movimentos uniformes e períodos respectivamente iguais a T e nT, sendo aritmética das duas velocidades anteriores. Nessas condições, quando o
n um número inteiro positivo. No instante t = 0, as partículas ocupam uma veículo percorrer a primeira metade do trajeto com velocidade constante de
mesma posição PO. Sabendo-se que as partículas caminham no mesmo 25 m/s, a velocidade média, em km/h, ao longo de todo o trajeto, a distância,
sentido, o valor de n para que as partículas só se encontrem na mesma em km, entre as cidades e o tempo gasto, em h, na primeira metade do
posição PO é: trajeto quando a velocidade vale 15 m/s valem, respectivamente:

(A) 2. (A) 40, 270 e 2,5.


(B) 3. (B) 40, 270 e 4,5.
(C) 4. (C) 80, 270 e 5,0.
(D) 5. (D) 80, 540 e 3,0.
(E) n.r.a.
14 (ITA – adaptada) Considere dois carros que estejam participando de
09 O trajeto de um móvel é dividido em n trechos iguais. No primeiro, o uma corrida. O carro A consegue realizar cada volta em 80 s, enquanto
móvel tem velocidade média V1, no segundo, V2, e assim por diante até o carro B é 5,0% mais lento no tempo de uma volta. O carro A é forçado
que o último tem velocidade média Vn. Prove que a velocidade média do a uma parada nos boxes ao completar a volta de número 6. Incluindo
móvel no percurso total é a média harmônica das velocidades médias em aceleração, desaceleração e reparos, o carro A perde 135 s. Qual deve
cada trecho. ser o número mínimo de voltas completas da corrida para que o carro A
possa vencer?
Obs.: Média harmônica de n números é o inverso da média aritmética dos
inversos dos mesmos n números. (A) 28.
(B) 33.
10 (ITA) Para multar motoristas com velocidades superiores a 90 km/h, (C) 34.
um guarda rodoviário, munido de binóculo e cronômetro, aciona o (D) 27.
cronômetro quando avista o automóvel passando pelo marco A e faz a (E) n.r.a.
leitura no cronômetro quando vê o veículo passar pelo marco B, situado
a 1.500 m de A. Um motorista passa por A a 144 km/h e mantém essa 15 Considere que, em um tiro de revólver, a bala percorre trajetória retilínea
velocidade durante 10 segundos, quando percebe a presença do guarda. com velocidade V constante, desde o ponto inicial P até o alvo Q.
Que velocidade média deverá manter em seguida, para não ser multado?
M2
11 (ITA) Dois automóveis partem ao mesmo tempo de um mesmo
ponto e no mesmo sentido. A velocidade do primeiro automóvel é de
50 km/h, e a do segundo automóvel é de 40 km/h. Depois de meia hora,
do mesmo ponto e no mesmo sentido, parte um terceiro automóvel que
alcança o primeiro 1,5 h mais tarde que o segundo. Determine a velocidade
do terceiro automóvel.
v 90°
12 A figura representa dois discos de papelão fixados a um mesmo eixo,
que roda com frequência igual a 50 Hz. Os discos foram fixados em locais P M1 Q
do eixo que distam 2 m um do outro. Um projétil é disparado paralelamente
a esse eixo, movendo-se em movimento retilíneo e uniforme, perfurando O aparelho M1 registra simultaneamente o sinal sonoro do disparo e o do
os discos. O ângulo entre o plano que contém o eixo e o furo no primeiro impacto da bala no alvo, o mesmo ocorrendo com o aparelho M2. Sendo
disco e o plano que contém o eixo e o furo no segundo disco é igual a 45°. Vs a velocidade do som no ar, a razão entre as respectivas distâncias dos
Determine a velocidade do projétil, sabendo que, entre as duas perfurações, aparelhos M1 e M2 em relação ao alvo Q é:
os discos completaram duas voltas.
(A) Vs (V – Vs) / (V2 – Vs2).
(B) Vs (Vs – V) / (V2 – Vs2).
(C) V (V – Vs) / (Vs2 – V2).
(D) Vs (V + Vs) / (V2 – Vs2).
(E) Vs (V – Vs) / (V2 + Vs2).

16 Dois trens estão a uma distância de 200 km e aproximam-se um do outro


com uma velocidade de 50 km/h cada um. Uma mosca voa constantemente
entre as locomotivas dos dois trens, de um para-choque ao outro, com uma
velocidade de 75 km/h, até o instante em que os trens se chocam e a mosca
morre esmagada. Qual foi a distância total percorrida pela mosca?

13 (PUC-SP) Um veículo percorre a distância entre duas cidades de tal 17 A maior aceleração (ou desaceleração) tolerável pelos passageiros de
forma que, quando percorre a primeira metade desse trajeto com velocidade um trem urbano é de 2 m/s2. Sabe-se que a distância entre duas estações
constante e igual a 15 m/s, gasta 2 h a mais do que quando o percorre consecutivas é de 800 m e que o trem para em todas as estações.
também com velocidade constante e igual a 25 m/s. A segunda metade

IME-ITA – Vol. 1 349


FÍSICA I
Assunto 1

Sugestão: Resolva essa questão utilizando o gráfico da velocidade escalar 21 (ITA) Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda em um local
em função do tempo. em que a velocidade máxima é de 60 km/h. O guarda começa a perseguir
o infrator com sua moto mantendo aceleração constante até que atinge
Determine: 108 km/h em 10 segundos e continua com essa velocidade até alcançá-lo.
Qual a distância total percorrida pelo guarda?
a. a máxima velocidade que o trem pode atingir no percurso de uma
estação a outra. 22 (Irodov) Um automóvel, tendo velocidade inicial nula, desloca-se por
b. o tempo mínimo para o trem ir de uma estação a outra consecutiva. um caminho reto. Inicialmente, ele trafega com aceleração constante w=
5 m/s2, logo depois com uma velocidade constante e, finalmente, reduz
18 (ITA) Os espaços de um móvel variam com o tempo, conforme o sua velocidade com a mesma aceleração w, parando. Durante os 25
gráfico a seguir, que é um arco de parábola cujo vértice está localizado segundos de movimento, sua velocidade média foi de 72 km/h. Durante
no eixo e: quanto tempo o automóvel manteve sua velocidade constante?

e(m) 23 Dois carros, A e B, movem-se no mesmo sentido com velocidades VA


e VB, respectivamente. Quando o carro A está a uma distância d atrás de
57 B, o motorista do carro A pisa no freio, o que causa uma desaceleração
constante de módulo a. Qual a condição necessária para que não haja
colisão entre A e B?

24 (IME) De dois pontos, A e B, situados sobre a mesma vertical,


respectivamente a 45 m e 20 m do solo, deixam-se cair duas esferas,
48 no mesmo instante. Uma prancha desloca-se no solo horizontalmente
com movimento uniforme. Observa-se que as esferas atingem a prancha
em pontos que distam 2 m. Nessas condições, supondo g = 10 m/s2 e
desprezando a resistência do ar, qual a velocidade da prancha?

0 1 2 t(s) 25 Na figura abaixo, é representada uma barra de comprimento L, unida a


duas cordas acopladas nas polias 1 e 2. Determine, em função dos dados
Determine: abaixo, o tempo gasto para que a barra esteja na horizontal, sabendo que
a polia 1 gira no sentido horário e a polia 2 no anti-horário.
a. o espaço em t = 0.
b. a aceleração escalar. Dado: ω1 – ω2 = ω.
c. a velocidade em t = 3 s.

19 (ITA) Um móvel parte da origem do eixo x com velocidade constante ω1 ω2


RA RB
igual a 3 m/s. No instante t = 6 s, o móvel sofre uma aceleração
g = –4 m/s2. A equação horária a partir do instante t = 6 s será:

(A) x = 3t – 2t2.
(B) x = 18 + 3t – 2t2.
(C) x = 18 – 2t2. L
(D) x = –72 + 27t – 2t2. θ
(E) x = 27t – 2t2.

20 (ITA) De uma estação parte um trem, A, com velocidade constante


VA = 80 km/h. Depois de certo tempo, parte dessa mesma estação um 26 Um engenheiro trabalha em uma fábrica que fica nos arredores da
outro trem, B, com velocidade constante VB = 100 km/h. Depois de um cidade. Diariamente, ao chegar à última estação ferroviária, um carro
tempo de percurso, o maquinista de B verifica que seu trem encontra-se da fábrica transporta-o para o local de trabalho. Certa vez, o engenheiro
a 3 km de A. A partir desse instante, ele aciona os freios indefinidamente, chegou à estação uma hora antes do habitual, e, sem esperar o carro,
comunicando ao trem uma aceleração a = –50 km/h2. O trem A continua foi a pé até o local de trabalho. No caminho, encontra-se com o carro e
no seu movimento anterior. Nessas condições: chega à fábrica 10 minutos antes do habitual. Quanto tempo caminhou o
engenheiro antes de encontrar-se com o carro?
(A) não houve encontro dos trens.
(B) depois de 2 horas, o trem B para e a distância que o separa de A é de 27 Dois trens partem simultaneamente de dois pontos, A e B, distantes
64 km. 5.000 m um do outro. Os trens possuem velocidades constantes de 20 m/s
(C) houve encontro dos trens depois de 12 minutos. e de sentidos contrários, sendo que o trem I dirige-se para B. Sabendo que
(D) houve encontro dos trens depois de 36 minutos. os trens possuem comprimento de 100 m, determine quanto tempo um
(E) não houve encontro dos trens; eles continuam caminhando e a automóvel deve esperar em A, após o início do movimento dos trens, para
distância que os separa, agora, é de 2 km. que, deslocando-se a 40 m/s, demore 50 s entre iniciar a ultrapassagem
sobre o trem I e terminar a ultrapassagem sobre o trem II.

350 IME-ITA – Vol. 1


Cinemática I: escalar FÍSICA I
Assunto 1

07 Uma pedra é abandonada do topo de um desfiladeiro e, após n segundos,


outra pedra é lançada para baixo com velocidade v. A que distância do
topo do desfiladeiro a segunda pedra ultrapassa a primeira?
01 Um projétil, ao penetrar em um alvo com velocidade inicial u, perde u/n
de sua velocidade ao percorrer uma distância a dentro dele. Que distância 08 (ITA) A partir do repouso, deixa-se cair uma pedra da borda no alto
ele percorrerá a mais até parar? de um edifício. A figura seguinte mostra a disposição das janelas, com
as pertinentes alturas h e distâncias L, que se repetem igualmente para
02 (OBF) Dois aviões de combate, A e B, voam em trajetória retilínea e as demais janelas, até o térreo. Se a pedra percorre a altura h da primeira
horizontal e estão alinhados. Estando distanciados 600 m um do outro, o janela em t segundos, quanto tempo levará para percorrer, em segundos,
que vem atrás inicia uma sequência de disparos contra o outro, à razão de a mesma altura h da quarta janela? Despreze a resistência do ar.
1 projétil a cada quarto de segundo. A velocidade dos projéteis, relativamente
ao avião A, é constante e igual a 500 m/s e, como o tempo de seu percurso é
muito curto, o efeito de queda do projétil pela gravidade é irrelevante na análise
dessa situação. Considerando que o avião que vem por trás voa com uma L
velocidade de 100 m/s e que a velocidade do da frente é 120 m/s, determine:

a. o tempo que o primeiro projétil disparado leva para atingir o avião que h 1a janela
vai à frente.
b. a distância entre dois projéteis lançados simultaneamente.
c. o número de projéteis, por segundo, que atingem a aeronave da frente. L

03 Três turistas que têm uma bicicleta devem chegar ao centro turístico
no menor espaço de tempo (o tempo conta até que o último turista chegue h 2a janela
ao centro). A bicicleta pode transportar apenas duas pessoas e, por isso, o
terceiro turista deve iniciar o trajeto a pé. O primeiro turista, que nunca larga a
L
bicicleta, leva o segundo turista até determinado ponto do caminho, de onde
o segundo turista continua a andar a pé e o primeiro volta para transportar o
terceiro. Encontre a velocidade média dos turistas, sabendo que a velocidade
de quem está a pé é 4 km/h e de quem está na bicicleta é 20 km/h.

04 Em uma rodovia de mão dupla, um carro encontra-se 15 m atrás de


um caminhão (distância entre os pontos médios), ambos trafegando a
80 km/h. O carro tem uma aceleração máxima de 3 m/s2. O motorista deseja 09 (UEG) Observe a figura:
ultrapassar o caminhão e voltar a sua pista 15 m adiante do caminhão. No s
momento em que começa a ultrapassagem, avista um ônibus que vem no
sentido oposto, também a 80 km/h. A que distância mínima precisa estar
R1
do outro carro para que a ultrapassagem seja segura?
Rn +1 Rn
05 Dois carros estão em repouso em duas estradas perpendiculares. 60°
En + 1
O primeiro está a uma distância l da interseção das duas estradas, e En
o segundo, a uma distância d do mesmo ponto. Os dois começam a
se mover simultaneamente em direção à interseção, o primeiro com E1
aceleração constante a e o segundo com aceleração constante b. Qual a t
menor distância que eles tiveram entre si durante seus movimentos?
Nessa figura, está representada uma máquina hipotética constituída de uma
06 (IME) Um elevador parte do repouso e sobe com aceleração constante sequência infinita de engrenagens circulares, E1, E2, E3..., que tangenciam
igual a 2 m/s2 em relação a um observador fixo fora do elevador. Quando as retas s e t. Cada engrenagem En tangencia a próxima engrenagem En + 1.
sua velocidade atinge o valor v = 6 m/s, uma pessoa que está dentro do Para todo número natural n, Rn e ωn são, respectivamente, o raio e a
elevador larga um pacote de uma altura h = 2,16 m, em relação ao piso velocidade angular do circuito En.
do elevador. Considerando que o elevador continue em seu movimento Considerando essas informações e que R1 = 0,1µ:
acelerado ascendente, determine para o observador fixo e para o localizado
no interior do elevador: a. determine Rn em função de n.
b. mostre que ωn + 1 = 3ωn, para todo n.
Dado: g = 10 m/s2.
10 (ITA) Um corpo, inicialmente em repouso, entra em movimento com
a. o tempo de queda. aceleração escalar constante a, no instante t = 0.
b. a distância total percorrida pelo pacote até que encontre o piso do
elevador. a. Mostre que as diferenças entre as distâncias percorridas em intervalos
c. se o pacote entra em movimento descendente. de tempos consecutivos e iguais a uma unidade de tempo são sempre
as mesmas e têm o mesmo valor numérico de a.
b. Determine a distância percorrida durante a n-ésima unidade de tempo.
Verifique que ela é um múltiplo ímpar da distância percorrida na
primeira unidade de tempo.

IME-ITA – Vol. 1 351


FÍSICA I ASSUNTO

Dinâmica em movimentos retilíneos


2
1. Introdução linear ou quantidade de movimento (estudaremos mais a fundo sobre isso
em outros capítulos) com o tempo. Dessa forma:
 
A Dinâmica é o ramo da mecânica que estuda a relação entre força  d p d( mv )
e movimento. Logo, tem sua essência na preocupação em determinar = F =
dt dt
as causas do movimento, sem deixar de lado, é claro, os conceitos de
cinemática que estudamos na Apostila 1. Porém, já que, na maioria das vezes, trabalhamos com sistemas que
Neste capítulo, estudaremos as leis de Newton aplicadas a referenciais possuem massa constante, a massa pode ser “retirada” dessa taxa, o
inerciais e como podemos extendê-las a referenciais não inerciais. Ainda que resulta em:

nos atendo apenas ao movimento retilíneo, além dos tipos mais comuns  dv
F=m
de forças, aprenderemos a resolver os mais diversos tipos de problemas dt
que envolvem os conceitos estudados.
Como a aceleração é a derivada temporal da velocidade, temos:
 
2. As leis de Newton F = ma

A expressão “leis de Newton” se refere às três leis que conceituam e Essa é a expressão geralmente usada nos cálculos para solucionar
explicam os comportamentos dos corpos com relação a seu movimento. os problemas. Vê-se que ela pressupõe que toda força é associada a
Ou seja, permitem, por si só, o entendimento do porquê um corpo pode uma aceleração.
passar a se mover a partir do repouso, do porquê um corpo pode chegar
ao repouso depois de estar em movimento e do porquê um corpo pode Sabe-se que, no Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade
alterar seu movimento. As três leis foram formuladas pelo físico inglês de força é kg · m/s2, também chamada de N (newton), em homenagem a
Isaac Newton e publicadas em seu livro Philosophiae Naturalis Principia Isaac Newton. Logo, 1 N é a força resultante necessária a ser aplicada em
Mathematica, no século XVII. um corpo de 1 kg para que adquira uma aceleração de 1 m/s2.

A interação entre dois corpos é ditada pelo conceito de força. Essas 2.3 Terceira lei de Newton
forças são definidas sob uma fundamentação vetorial, apesar de as
estudarmos muitas vezes sob uma visão puramente escalar. “A toda força de ação corresponde uma de reação, de mesmo módulo,
Os seus enunciados estão explicitados a seguir: mesma direção e em sentido contrário, aplicadas em corpos diferentes.”
As forças de ação e reação não se equilibram, pois estão sempre
2.1 Primeira lei de Newton aplicadas em corpos diferentes. Se o corpo A faz uma força no corpo B, o
corpo B produzirá uma força sobre o corpo A de mesmo módulo e direção,
“Todo corpo tende a continuar em seu estado de repouso ou porém em sentido contrário. É, então, conhecida como “lei da ação e reação”.
movimento uniforme retilíneo, a não ser que uma força passe a atuar sobre
ele, obrigando-o a alterar aquele estado.”
 3. As forças mais comuns
 F  0  v cte ou repouso
3.1 Peso
Ou seja, se não há força resultante atuando sobre o corpo, este
permanecerá no seu estado atual, caso seja de repouso ou de movimento O peso é a força de atração gravitacional dada pela expressão:
retilíneo. Essa lei é conhecida como lei da inércia.  
Newton a apresentou para que se pudesse estabelecer um referencial P  m g
para as duas próximas leis, já que esta lei postula que exista, no mínimo, 
um referencial, denominado inercial, no qual, quando a força resultante é Na expressão, g é a aceleração da gravidade local. É exercido pelo
nula, o corpo se move em MRU ou está em repouso. centro da Terra, e tem sempre o sentido da aceleração gravitacional (veja
que a aceleração associada ao peso é a gravidade, um exemplo do que
Assim, como as duas próximas leis decorrem dessa, as leis de
foi dito em 1.2). A força gravitacional será estudada mais profundamente
Newton só têm validade em um referencial inercial, cuja definição
no capítulo Gravitação universal. Por enquanto, o conhecimento dela
decorre justamente dessa propriedade. Mais à frente promoveremos uma
limita-se ao que foi escrito.
explicação mais exata sobre as diferenças entre um referencial inercial e
um referencial não inercial.
3.2 Normal
2.2 Segunda lei de Newton É a força de contato entre superfícies. É sempre perpendicular às
superfícies.
“Uma partícula sob ação de uma força resultante adquirirá uma
aceleração diretamente proporcional à força resultante, no mesmo sentido N
e direção, e inversamente proporcional à massa.” N
A princípio, essa lei, também denominada de princípio fundamental da
dinâmica, afirma que a força resultante é a taxa de variação do momento

352 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

A força normal é sempre exercida pela superfície sobre o corpo. Enquanto não se aplica no corpo uma força que supere a força de
Muitos confundem a força normal como a reação à força peso, o que está atrito estático máxima, o corpo permanece em repouso, e a força de atrito
totalmente errado. A força normal e a força peso estão aplicadas no mesmo estático cresce linearmente, até chegar a seu limite, justamente a força
corpo, e, como foi visto, forças de ação e reação devem estar aplicadas de atrito estático máxima (iminência de movimento). Após isso, o atrito
em corpos diferentes. Logo, as forças normal e peso não constituem par passa a ser cinético.
ação-reação. A reação da força peso é aplicada pelo corpo no centro da
Terra, e a reação à força normal é aplicada pelo corpo na superfície em 3.4.2 Atrito dinâmico (cinético)
que está apoiado. A força de atrito dinâmico, ou cinético, surge quando as superfícies
dos corpos possuem movimento relativo (escorregamento) uma em
Obs.: Quando se mede o peso de um corpo em uma balança, a força relação à outra.
que na verdade é medida é a normal! Logo, quando um problema pedir a A força de atrito dinâmico pode ser calculada pela expressão:
medição da balança, nunca responda com o peso do corpo, mas sim com
a intensidade da força normal que a balança fizer no corpo.
Fatd = µdN
N
3.3 Tração
em que:
É a força que atua em cabos, fios, elos etc. Atua sempre no sentido
µd = coeficiente de atrito dinâmico
de puxar os corpos. Fat
entre as superfícies.

T N = força de reação da superfície.


T
T T Suponha, então, um corpo de 3 kg apoiado em uma superfície áspera
T e horizontal, cujos μe = 0,5 e μd = 0,333. O corpo é submetido a uma
T T força F, conforme mostra a figura abaixo:
 
N g
O único motivo pelo qual podemos considerar as trações constantes
nos problemas em que o sistema está acelerado é o fato de que 
 F
consideraremos, na maioria das vezes, os fios sem massa ou com F at
massa desprezível (ideais). Dessa forma, pense em um elemento do fio
de comprimento infinitesimal dl, que tenha massa dm, e esteja contido em 
um sistema acelerado. Suponhamos que atuem nele duas trações T1 e T2, P
de sentidos opostos. A força resultante do fio nesse elemento seria, então:
Sabemos, então, que o peso do corpo é dado por P = 3 · 10 = 30 N.
Fres = dm · a = |T1 – T2 | Como a força resultante na vertical é nula, já que o corpo está em
repouso, temos que a força normal é N = P = 30 N. Logo, temos que a
Dessa forma, se dm = 0, temos que T1 – T2 = 0 → T1 = T2, o que
Fate máxima = 0,5 · 30 = 15 N.
mostra que a tração será constante ao longo do fio.
Suponhamos que F = 5 N. Logo, F < Fate máxima. Logo, temos que
3.4 Atrito o corpo continua em repouso, já que a Fate máxima não foi vencida. Logo,
Fate = F = 5 N. A mesma situação ocorre para qualquer valor de F < 15 N.
Força que surge entre dois corpos em contato, quando a superfície
Quando F = 15 N, temos que F = Fate máxima. O corpo continua parado,
de um deles escorrega ou tende a escorregar em relação à superfície do
porém, como dissemos anteriormente, está na iminência de movimento,
outro. No primeiro caso, o atrito é denominado cinético. No segundo caso,
ou seja, está prestes a se mover.
o atrito é denominado estático.
Quando F > 15 N, o corpo sai do repouso e passa a se mover. Como
3.4.1 Atrito estático há escorregamento (movimento relativo) entre a superfície de contato
do corpo e o plano horizontal, o atrito passa a ser dinâmico, igual a
A força de atrito estático surge quando as superfícies de corpos em
Fatd = 30 · 0,333 = 10 N, constante, não importando qual o valor de F a
repouso e em contato entre si possuem tendência de movimento relativo
ser aplicado. A seguir, é representado o gráfico da Fat com a variação de
uma à outra, chegando à iminência de movimento. Nessa situação, a força
F. A Fat aumenta linearmente enquanto F ≤ 15 N (atrito estático). Depois
de atrito é máxima, e é dada pela expressão:
disso, o atrito passa a ser constante e igual a 10 N (atrito cinético).
Fat N Fat (N)
Fat máxima = µeN
15
em que: 10
µe = coeficiente de atrito estático
entre as superfícies.

N = força de reação da superfície. F (N)


0 15

IME-ITA – Vol. 1 353


FÍSICA I
Assunto 2

Lembrando que, para haver atrito cinético, deve haver escorregamento (A) força
entre as superfícies de contato, e não apenas movimento. Um exemplo resultante
típico é um carro que se desloca sem patinar. Enquanto suas rodas apenas
giram, sem deslizar em relação ao chão, o que faz com que o carro se
desloque para frente é o atrito estático entre os pneus e a pista. Não há
atrito cinético nesse caso, já que as rodas não estão deslizando, ou seja,
não estão “arrastando” no chão. A mesma coisa acontece quando andamos
tempo
em um chão seco. Quando damos um passo, nosso pé permanece em 0 TA
repouso em relação ao chão, não havendo atrito cinético, apenas estático.
É como se “empurrássemos” o chão para trás e o chão reagisse “nos
empurrando” para frente. Como nossa massa é muito menor do que a
massa do chão, quem adquire maior aceleração somos nós, enquanto o
chão não se move.
(B) força
3.4.3 Resistência do ar resultante
Quando um objeto se move em um fluido (ar ou água, basicamente),
o fluido exerce sobre ele uma força de resistência. Essa força depende de
características do fluido, da forma do objeto e da velocidade com que o
objeto está se movendo. Tem papel semelhante ao atrito: tende a reduzir
a velocidade do corpo, muitas vezes diminuindo apenas a sua aceleração. tempo
Porém, difere do atrito dinâmico no seguinte aspecto: a força de resistência 0 TA
em um fluido aumenta com o acréscimo da velocidade.
Dessa forma, a força de resistência do ar é proporcional ao quadrado
da velocidade do móvel,

(C) força
R = c · v2 resultante

em que:
c = constante de proporcionalidade empírica (depende da forma do corpo).
Sendo assim, considerando um caso em que R = c · v², à medida
tempo
que um corpo cai devido à força peso, a sua velocidade vai aumentando, 0 TA
bem como a força de resistência do ar, fazendo com que a força resultante
diminua. O limite dessa força de resistência é o próprio peso. A velocidade (D) força
do corpo, quando a força de resistência se iguala ao peso, mantém-se resultante
constante e é denominada velocidade limite, e pode ser calculada como
se segue:
mg
P  R  m  g  c  v2  v 
c tempo
0 TA
(E) força
resultante
(ENEM-2013) Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um
paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade limite. No instante
em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a diminuição de sua
velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas, ele
passa a ter velocidade de queda constante, que possibilita sua aterrissagem tempo
0 TA
em segurança.
Solução: Letra B.
Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante o Durante a queda livre do paraquedista, a força resultante que atua sobre ele é
seu movimento de queda? Fres = P – c · v², em que P é seu peso e c · v² é a força de resistência do
ar. Como c · v² aumenta, dado o aumento da velocidade, a força resultante

354 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

diminui com o tempo, de forma não linear. O paraquedista abre o paraquedas houvesse apenas uma mola sendo comprimida, o deslocamento dela seria
em TA, quando atingiu sua velocidade limite, ou seja, quando a força resultante igual ao deslocamento das três molas e a força elástica aplicada a ela
é igual a 0. Dessa forma, eliminamos as letras C e E. Com a abertura do seria a mesma. Dessa forma, temos:
paraquedas, a força resultante tem seu sentido alterado, já que o paraquedas
Fel F F F 1 1
provoca uma força de resistência do ar muito maior do que a que atua xeq  x1  x 2  x3   el  el  el  
sobre o próprio paraquedista em queda livre com o paraquedas fechado. K eq K1 K 2 K 3 K eq i Ki

A força resultante, agora, deve ser negativa e com módulo elevado, pois a
força de resistência passa a ser maior que o peso. Depois de um tempo,
o paraquedista passa a ter velocidade constante, o que significa que o Em outras palavras, o inverso da constante elástica equivalente a uma
módulo da força resultante reduziu-se a 0. Assim, o único gráfico que pode associação de molas ideais em série é igual ao somatório dos inversos
representar o comportamento da força resultante com o tempo é o da letra B. das constantes elásticas das molas que estão presentes na associação
original. Esse resultado é equivalente à resistência equivalente de
3.5 Elástica uma associação de resistores em paralelo, assunto a ser abordado no
capítulo Associação de resistores.
As forças elásticas surgem sempre que se provoca uma deformação
em um corpo, e sempre tendem a fazer com que o corpo retorne à sua 3.5.2 Associação de molas ideais em paralelo
posição de equilíbrio inicial. Em regime elástico, a deformação sofrida por
Dizemos que molas estão associadas em série quando os “inícios”
uma mola é diretamente proporcional à intensidade da força que a provoca.
de todas elas estão conectados a uma mesma superfície, assim como
Quando a mola obedece a lei de Hooke, esse comportamento é linear, e
os “finais” delas estão conectados a uma outra superfície, como mostra
é calculada pela expressão:
a figura abaixo:
F=K·x
K
em que:
K = constante elástica da mola (unidade no SI: N/m). K
x = deformação sofrida pela mola (unidade no SI: m).
K
A figura a seguir mostra as orientações da força elástica em uma mola
quando comprimida e esticada, respectivamente:
Nesse tipo de situação, se uma força é aplicada no bloco a fim de se
comprimirem as molas, a deformação das molas será igual, já que elas têm
x0 o mesmo grau de liberdade. Dessa forma, se houvesse apenas uma mola
sendo comprimida, o deslocamento desta seria igual ao deslocamento das
F molas em paralelo, e a força aplicada nela seria igual à soma das forças
aplicadas nas molas em paralelo. Assim sendo:
–∆x
F Feq  F1  F2  F3  K eq x  K1 x  K 2 x  K 3 x  K eq   K i
i

x
Em outras palavras, a constante elástica equivalente a uma associação
Essa força será importantíssima no estudo posterior do Movimento de molas ideais em paralelo é a soma das constantes elásticas das
Harmônico Simples (MHS) em um sistema massa-mola, já que atuará molas da associação original. Esse resultado é equivalente à resistência
como força de restauração do sistema (força que tende a restaurar o equivalente de uma associação de resistores em série, assunto a ser
equilíbrio do sistema). abordado no capítulo Associação de resistores.
Molas com diferentes constantes elásticas podem ser associadas, e
podemos substituí-las por uma única mola que preserve as propriedades
que as molas tinham previamente. Existem dois tipos de associação,
4. Resolução de problemas
como veremos a seguir. Os problemas de dinâmica são muito variados. Por essa razão, não
existe uma forma única de resolvê-los. Assim, abaixo serão descritos
3.5.1 Associação de molas ideais em série passos básicos e indispensáveis para a resolução de qualquer problema.
Dizemos que molas estão associadas em série quando o “final” de Os problemas podem envolver concomitantemente as três leis de
uma está conectado ao “início” de outra, como mostra a figura abaixo: Newton, portanto, a interpretação de cada problema em sua individualidade
é essencial para a solução.
K K K
Caso os componentes de um sistema mecânico não apresentem
movimento relativo entre si, o sistema pode ser analisado como um todo,
ou seja, os corpos podem ser estudados como se fossem um único corpo,
Suponha que uma força seja aplicada no sistema mostrado na figura cuja massa é dada pela massa total dos corpos. As forças de interação
a fim de se comprimir as molas. Como as molas são ideais, ou seja, não entre os componentes, neste caso, são chamadas de forças internas, e
possuem massa, ocorre a mesma situação da tração em um fio ideal: a não aparecerão no diagrama de forças do sistema, já que forças internas
força elástica permanece constante ao longo da associação. Dessa forma, são incapazes de realizar trabalho no sistema (estudaremos esse conceito
a força elástica que atua nas três molas é igual. Temos também que, se mais a fundo posteriormente). Essas forças só poderão ser analisadas

IME-ITA – Vol. 1 355


FÍSICA I
Assunto 2

e calculadas quando isolamos os componentes do sistema. Elas então


passam a ser denominadas forças externas. Esse procedimento muitas
5. Leis de Newton em um
vezes facilita o cálculo da aceleração do sistema e o posterior cálculo das referencial não inercial
forças internas (isolando-se cada componente).
Antes de iniciarmos nossos estudos sobre o referencial não inercial,
Caso os componentes de um sistema mecânico apresentem vamos relembrar algumas características do referencial inercial.
movimento relativo entre si, será necessário relacionar as suas acelerações  
antes de se iniciar a resolução do problema, por meio dos chamados A segunda lei de Newton nos diz que Fres = ma, ou seja, a força
vínculos geométricos. Os vínculos geométricos dependerão das situações resultante que atua em um corpo produz uma aceleração  nesse mesmo
expostas em cada problema; logo, a interpretação geométrica do corpo. Vê-se que a primeira lei de Newton diz que, se Fres = 0, o corpo tende
problema será muito importante. Descobre-se, primeiramente, como os a manter-se em seu estado atual. Parece, então,  que a primeira lei é um
deslocamentos dos componentes do sistema estão atrelados entre si, e, caso particular da segunda, quando tomamos a = 0. Porém, a primeira
como a aceleração é a segunda derivada da posição, temos que a relação lei enuncia algo muito maior: introduz o conceito de referencial inercial, ou
entre os deslocamentos é a mesma relação entre as acelerações. Após seja, um referencial que satisfaz à lei da inércia. Dessa forma, um referencial
descobrir-se como as acelerações dos componentes estão relacionadas, inercial nunca pode ser acelerado e, consequentemente, nunca pode ter
pode-se solucionar o problema normalmente, valendo-se da equação que aceleração relativa a outro referencial inercial. Assim, se um móvel tem
relaciona as acelerações. uma aceleração a em relação a um certo referencial inercial, ele deve
Partindo dessas considerações, a resolução dos problemas seguirá apresentar a mesma aceleração a em relação a um outro referencial inercial,
basicamente os passos apresentados na ilustração: apesar de poder apresentar velocidades diferentes em relação aos dois
referenciais, já que os referenciais inerciais podem apresentar velocidade
relativa entre si (a lei da inércia fala em repouso ou velocidade constante).
Visto que, a massa é invariável e os referenciais inerciais concordam em
relação à aceleração de um móvel, eles têm que concordar com relação
à força que atua sobre esse mesmo móvel, pois a força é o produto da
massa pela aceleração. Estabelece-se, então, o princípio da invariância de
Galileu, que afirma que as leis de Newton são válidas e as mesmas para
qualquer referencial inercial.
Representação das forças no sistema e dos diagramas de corpo livre dos
Em seguida, podemos definir o referencial não inercial: aquele que
componentes do sistema, respectivamente.
possui aceleração em relação a pelo menos um referencial inercial, sendo,
então, conhecido também por referencial acelerado. Logo, a aceleração
4.1 Envolvendo a primeira lei calculada para um referencial inercial nunca pode ser a mesma calculada
• Interpretar corretamente o problema para concluir se se trata de para um referencial não inercial, já que existe aceleração relativa entre
repouso ou movimento retilíneo uniforme; estes. Por conseguinte, dizemos que os referenciais não inerciais não
• isolar os componentes em diagrama de corpo livre, caso não haja respeitam as leis de Newton, as quais são válidas, então, apenas para os
movimento relativo entre eles. Se conveniente, considerar o sistema referenciais inerciais, como dito anteriormente.
todo, com massa igual à soma das massas dos componentes, e Enfim, se as leis de Newton não são válidas em referenciais não
desconsiderar forças internas; inerciais, como proceder quando nos depararmos com problemas que
• indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente, são os relacionem? É aí que entra o princípio da equivalência de Einstein.
forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os Ele afirma que, quando
componentes em diagrama de corpo livre);  o sistema contido em um referencial não inercial
que tem aceleração a relativa a um certo referencial inercial e se passa
• verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver; a observar o movimento a partir do mesmo
• escolher sabiamente os eixos coordenados para diminuir o trabalho de  referencial não inercial, é
necessária a adição de uma aceleração – a a todos os componentes do
projeção de forças, ou seja, escolher os eixos de forma que contenham
sistema, para que possam ser aplicadas as leis de Newton. Por exemplo,
o maior número de forças possível.
em um elevador em repouso ou com velocidade
 constante, em uma região
4.2 Envolvendo a segunda lei em que a aceleração da gravidade é g , com módulo g, o valor do período
l
• Interpretar corretamente o problema para concluir se se trata de de um pêndulo de comprimento l é dado pela fórmula T  2 . Porém,
um corpo em desequilíbrio, logo, acelerado (verificar o sentido da  g
aceleração); se o elevador possuir uma aceleração a para cima, com módulo a, para
• isolar os componentes em diagrama de corpo livre, caso não haja podermos calcular o novo período T’ do pêndulo, devemos observá-
movimento relativo entre eles. Se conveniente, considerar o sistema lo de dentro do elevador. Dessa forma, devemos adicionar a ele uma
todo, com massa igual à soma das massas dos componentes, e aceleração – a , ou seja, uma aceleração de módulo a e sentido para baixo.
desconsiderar forças internas; É como se estivéssemos “aumentando a gravidade” observada dentro
• indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente, são do elevador. Chamamos essa “nova” gravidade de gravidade aparente.
forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os Assim, passará a atuar no corpo, para baixo, uma aceleração de módulo
componentes em diagrama de corpo livre); l .
g + a, o que faz com que o novo período do pêndulo seja T  2
• verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver; ga
• escolher sabiamente os eixos coordenados. Um eixo deverá estar sempre
Vimos então que, a partir do princípio da equivalência, podemos
no sentido da aceleração, enquantro o outro eixo deve ser perpendicular
nos valer das leis de Newton em um referencial não inercial. Ora, se
ao eixo que contiver a aceleração. Quando isto puder ser feito, o segundo
cada elemento do sistema contido no referencial não inercial receber a
eixo estará tratando de equilíbrio, logo aplicar-se-á a primeira lei.

356 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2
 
aceleração – a quando o referencial se move com aceleração a , e se a Bloco B:
segunda lei de Newton é válida, sabemos que para essa nova aceleração – Horizontal (segunda lei de Newton): FA,B = 2a (II).
adicionada ao sistema haverá associada a ela uma “força extra”, – Vertical (primeira lei de Newton): N = P.
denominada força inercial. Essa extensão da segunda lei de Newton
FA,B é a força que o corpo A faz no corpo B e FB,A é a força que o corpo B
para referenciais não inerciais a partir das forças inerciais é chamada de
faz no corpo A, constintuindo, então, um par ação-reação. Logo, possuem
princípio de D’Alembert. Matematicamente, o princípio de D’Alembert se
módulos iguais. Dessa forma, de (I) e (II), temos: 16 – 2a = 6a → a =
resume à seguinte equação:
2 m/s2.
 Voltando à equação (II), temos que FA,B = 2 · 2 = 4 N.
 
 F  ma1  ma2
Segunda solução:
em Como já foi dito, pode ser muito útil pensar no sistema como um todo
 que: antes de isolar os seus componentes, caso estes não possuam movimento
a 1 = a aceleração do referencial não inercial que contém o sistema
analisado em relação a um referencial inercial; relativo entre si, que é o caso dessa questão.
 Logo, podemos considerar o sistema como um “blocão” de massa 8 kg,
a 2 = a aceleração do componente do sistema analisado em relação ao
no qual estão atuando a força normal, a força peso e a força externa F.
referencial não inercial, considerando-o agora como inercial (que é o nosso
Na direção horizontal, teremos:
objetivo desde o início desta seção);
 F = m · a → 16 = 8a → a = 2 m/s2.
∑ F = a força resultante que já atuava no sistema antes da troca de
referencial. Ou seja, achamos a aceleração de maneira muito mais rápida que na
Os problemas resolvidos 5, 6 e 7 exemplificam bem o método aqui outra solução.
discutido e mostram suas vantagens.
Para acharmos a força interna, inevitavelmente, teremos que isolar um
dos blocos. Isolando o bloco B e voltando de novo à equação (II), temos:
FA,B = 2 · 2 → FA,B = 4 N.

A estratégia da segunda solução pode parecer simples agora, já que


01 Na figura, os blocos A e B têm massas mA = 6,0 kg e mB = 2,0 kg e,
só temos dois blocos no sistema, mas, para sistemas com um número
estando apenas encostados entre si, repousam sobre o plano horizontal
relativamente grande de componentes, ela pode ser bem útil.
perfeitamente liso. A partir de dado instante, exerce-se sobre A uma força
horizontal F , de intensidade igual a 16 N. Desprezando a resistência do
02 (MACKENZIE-SP) Um bloco A, de massa 6 kg, está preso a outro
ar, calcule:
bloco B, de massa 4 kg, por meio de uma mola ideal de constante elástica
 800 N/m. Os blocos estão apoiados sobre umasuperfície horizontal e
F
A se movimentam sob a ação da força horizontal F , de intensidade 60 N.
B
Sendo o coeficiente de atrito cinético entre as superfícies em contato igual
a. o módulo da aceleração do conjunto. a 0,4 e a aceleração da gravidade igual a 10 m/s², a distensão da mola
b. a intensidade das forças que A e B trocam entre si na região de contato. é, em cm, igual a:

Solução: F
Essa é a situação mais simples possível que pode ocorrer nos problemas B A
que resolveremos. Mas ela exemplifica bem as duas formas como podemos
lidar inicialmente com problemas desse tipo.
(A) 3.
Veja que os blocos possuem mesma aceleração, já que não existirá
(B) 4.
movimento relativo entre eles. Suponha que adquiram uma aceleração
(C) 5.
a para a direita.
(D) 6.
(E) 7.
Primeira solução: Primeiramente, isolar os blocos.
Bloco A: Bloco B: Solução: Letra B.
Perceba que a força elástica exercida na mola é uma força interna ao
N N
sistema (para a direita no bloco B e para a esquerda no bloco A). Dessa
forma, podemos usar a dica do “blocão” para resolver o sistema. Veja
FA,B que, em cada um dos blocos, haverá uma força de atrito para a esquerda.
F FB,A B Logo, para o “blocão”, essas duas forças se resumem a uma só. A força
A normal do “blocão” será igual a seu peso, igual a P = 10 · 10 = 100 N.
Assim, aplicando a segunda lei de Newton na horizontal:

P F – Fat = m · a → 60 – 0,4 · 100 = 10 · a → 10a = 20 → a = 2 m/s2.


P
Isolando, agora, o bloco B, temos uma força elástica (Fel) atuando nele para
Vamos escrever agora as leis de Newton para os blocos. a direita, enquanto temos a força de atrito (FatB) atuando para a esquerda.
Bloco A:
– Horizontal (segunda lei de Newton): F – FB,A = 6a → 16 – FB,A = 6a (I).
– Vertical (primeira lei de Newton): N = P.

IME-ITA – Vol. 1 357


FÍSICA I
Assunto 2

Dessa forma, aplicando a segunda lei para o bloco B na horizontal, e figura. Desconsiderando qualquer tipo de atrito, para que os três cilindros
lembrando que a NB = PB = 40 N, temos: permaneçam em contato entre si, a aceleração a provocada pela força
deve ser tal que:
Fel – FatB = mB · a → 800 · x – 0,4 · 40 = 4 · 2 → x = 0,03 m = 3 cm.
g g
03 (UFC-2001) Um sistema composto por duas bolas de massas m e 2m, (A) < a< .
3 3 3
conectadas entre si por uma mola ideal, está pendurado ao teto como
mostrado na figura. Cortando-se o fio que liga o sistema ao teto, qual será 2g 4g
(B) < a< .
a aceleração adquirida pelas bolas de massa m e 2m, respectivamente, 3 2 2
logo após o corte? A aceleração da gravidade é g.
g 4g
(C) < a< .
2 3 3 3
2g 3g
(D) < a< .
m 3 2 4 2
g 3g
(E) < a< .
2 3 4 3

2m A

(A) 0 e 0. F
B C
(B) 0 e g.
(C) g e 0.
(D) 0 e 3g.
(E) 3g e 0. Solução: Letra A.
Para que exista um intervalo de acelerações no qual os cilindros
Solução: Letra E. permaneçam em contato entre si, é natural que exista também um intervalo
Antes do corte, é possível determinar a tração exercida no fio superior. para a força F que permita que os cilindros permaneçam em contato, já
Como as forças elásticas que atuam na mola são forças internas ao que a força F é a única força externa na direção horizontal (as outras são
sistema, podemos considerar o “blocão” formado pelas duas bolas e pela os pesos dos cilindros e as normais que a superfície exerce nos cilindros
mola. Vê-se que as forças externas presentes são a tração T e o peso do inferiores).
sistema, igual a 3mg.
Isolando a bola superior, vemos que atuam sobre ela três forças: a tração Dessa forma, obrigaremos a força F a ser mínima e máxima. No primeiro
T = 3mg, seu peso Pm = mg para baixo e a força elástica Fel para baixo caso, acharemos a aceleração mínima que deve ser comunicada ao
(já que a mola está distendida). Como a bola está em equilíbrio, vale a sistema. No segundo, acharemos a máxima aceleração que pode ser
primeira lei de Newton: comunicada ao sistema. Assim, obteremos o intervalo desejado.
Sejam N1, N2 e N3 as forças de contatos entre os cilindros B e C, A e B e A
T = Pm + Fel → 3mg = mg + Fel → Fel = 2mg. e C, respectivamente. Os diagramas de corpo livre estão expostos na figura
a seguir (os pesos dos cilindros inferiores e as normais da superfície foram
Isolando a bola inferior, temos a força elástica Fel = 2mg (já calculada) desconsiderados, pois não serão relevantes para os nossos cálculos).
para cima (pelo mesmo fato de a mola estar distendida) e o seu peso
P2m = 2mg para baixo. A
a
A única alteração que acontece no sistema ao fio ser cortado é o fato de
m·g
o fio não estar mais esticado. Sabemos que só há tração em fios ideias
caso o fio esteja minimamente esticado. Dessa forma, a tração se anula N2 N3
quando o fio é cortado.
Então, a bola de cima fica sujeita apenas à força peso Pm e à força elástica
Fel, que resultam em uma força para baixo igual a 3mg. Logo, pela segunda N2 N3
lei de Newton:
F N1 N1
F = m · am → 3mg = m · am → am = 3g.
B a C a
A bola de baixo continua sujeita apenas à ação da força elástica Fel para
cima e seu peso P2m para baixo. Logo, como essas forças se anulam, a
aceleração nessa bola será nula → a2m = 0. Obrigando a força F a ser mínima:
Para que a força F seja mínima, a força N1 deverá tender a 0, já que, se
04 (ITA-2013) Em cer to experimento, três cilindros idênticos F não for suficientemente grande, o cilindro A tenderá a ocupar o espaço
encontram-se em pleno contato entre si, apoiados sobre uma mesa e sob entre os cilindros B e C, fazendo com que estes percam o contato entre si.
a ação de uma força F, constante, aplicada na altura do centro de massa Dessa forma, a condição que obriga F a ser mínima é N1 = 0.
do cilindro da esquerda, perpendicularmente a seu eixo, como mostra a

358 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

Isolando o cilindro C, temos: aceleração invertida, que é adicionada quando se muda de referencial, pode
– Horizontal (segunda lei de Newton): Fmín = m · amín = N3 · cos 60° (I). ser adicionada à aceleração da gravidade, criando uma nova aceleração
da gravidade g’ = g – a = 10 – 2 = 8 m/s². Logo, o peso dos corpos
Isolando o cilindro A, temos: será diferente nesse referencial, quando comparados aos seus pesos no
– Horizontal (segunda lei de Newton): Fmín = m · amín = N2 · cos 60° – N3 · referencial da Terra. As figuras a seguir exemplificam bem o que foi escrito.
sen 30° (II).
– Vertical (primeira lei de Newton): N2 · cos 30° + N3 · sen 60° = m · g (III). campos
g 3 gravitacionais
Resolvendo o sistema, encontramos amín .
9 g a a
Obrigando a força F a ser máxima:
Para que a força F seja máxima, N3 deve tender a 0, já que, para uma
força F limite, o bloco A estaria “rolando” por cima do bloco B, perdendo
o contato com o bloco C. Dessa forma, a condição que obriga F a ser
máxima é N3 = 0. A B
Isolando o cilindro A:
– Horizontal (segunda lei de Newton): Fmáx = m · amáx = N2 · sen 30° (IV).
campos
– Vertical (primeira lei de Newton): m · g = N2 · cos 30° (V).
gravitacionais
g 3 resultantes
Resolvendo o sistema, encontramos amáx = .
3
Logo, o intervalo de valores da aceleração para o qual os cilindros não g’
g 3 g 3
perdem o contato é < a< , que é a resposta da alternativa A T T
9 3
já racionalizada.
a’
Veja que o intervalo deve ser aberto, já que as acelerações máxima e A B a’
mínima que encontramos obrigam as normais a serem 0, o que não é
nosso objetivo. Nós apenas o fizemos para achar os limites do intervalo.
mA · g’ mB · g’
Obs.: Problemas de minimização e maximização são muito comuns na
Vê-se que os blocos têm, em módulo, a mesma aceleração a’. Porém, julgamos
mecânica. Depararemo-nos com problemas semelhantes mais vezes, logo,
que B desce e A sobe, já que B é mais pesado. Isolando os blocos, temos:
é importante guardar ideias como essas.
Bloco A:
05 Um elevador apresenta aceleração a = 2 m/s² para baixo, em um local mA · a’= T – mA · g’ → T – 8 = 1 · a’ (I).
onde a aceleração da gravidade é igual a 10 m/s². Os blocos A e B da
figura têm massas respectivamente iguais a 1 kg e 2 kg, e estão ligados Bloco B:
conforme mostra a figura. Qual a tração no fio e a aceleração observada mB · a’ = mB · g’ – T → 16 – T = 2 · a’ (II).
no referencial do elevador?
8 32
Resolvendo o sistema, encontramos a’ = m/s² e T = N.
3 3
a 06 Um bloco desliza com atrito desprezível ao longo da face hipotenusa
de uma cunha mantida fixa sobre o plano horizontal. Assim que o bloco
se imobiliza ao atingir a lingueta de retenção L, comunica à cunha uma
B
aceleração horizontal a que faz com que o bloco suba ao longo da mesma
face e atinja o topo no mesmo intervalo de tempo que ele levou para descer.
Demonstre que a = 2g · tan α.
A

a
Solução:
Como o problema nos pede a aceleração observada no referencial do
elevador, é natural mudarmos do referencial Terra para o referencial elevador. L
Dessa forma, de acordo com o princípio da equivalência, os corpos dentro
do elevador devem ser submetidos a uma aceleração de intensidade igual
à do referencial não inercial, só que com sentido inverso, e, de acordo com
o princípio de D’Alembert, essas acelerações estão associadas a forças
de inércia. Porém, resumindo esse pensamento, podemos dizer que essa

IME-ITA – Vol. 1 359


FÍSICA I
Assunto 2

Solução: Desvendando o vínculo geométrico:


Durante a descida (referencial na Terra, inercial): Suponha que a cunha deslize, com relação à sua polia, do ponto B até o
ponto A, percorrendo um comprimento x, e que o trecho delimitado pelos
pontos A e C do fio tenha comprimento L, como mostra a figura.

P B A

L C

Pela segunda lei no eixo ao longo do plano inclinado:


P sen α = madescida ∴ g sen α = adescida.
a
Pela equação horária da posição do MRUV:
1
x= adescida td2 (I).
2
x
B A
Durante a subida (referencial na Terra, inercial): a
C
D

a E
FI = ma
P
L F

a
Aplicação da segunda lei no eixo ao longo do plano inclinado:
FI cos α – P sen α = masubida ∴ ma cos α – mg sen α = m · asubida Logo, pelas figuras, temos que AB + BC = L. Como AB = x, temos que
1
x = asubida ts2 (II) (distância percorrida ao longo do plano, segundo as BC = L – x. Só que, no triângulo de vértices A, B e D, temos que AD = AB·
2 cos α = x · cos α e BD = x · sen α, o que implica que CE = x · sen α.
fórmulas).
Como o comprimento do fio é conservado, já que o fio é ideal, ou seja,
Como o tempo de subida e o de descida são iguais, de (I) e (II), não pode ser esticado nem comprimido, temos, pela figura, que AD +
adescida = asubida ∴g · sen α = a · cos α – g · sen α ∴ a = 2g · tan α. DE + EF = L. Como AD = x · cos α e DE = BC = L – x, temos que
EF = L – AD – DE = x(1 – cos α). Como CE e EF são as componentes do
07 (Irodov) Na figura, o bloco tem massa m, a cunha tem massa M e o deslocamento do bloco, temos que, quando a cunha se desloca AB = x
ângulo do plano inclinado da rampa é α. O fio é ideal e o atrito é desprezível. para a direita, o bloco se desloca CE = x · sen α perpendicularmente ao
Determine a aceleração a adquirida pela cunha, sabendo que a aceleração plano inclinado e EF = x(1 – cos α) ao longo do plano inclinado, como
da gravidade é g. mostra a figura abaixo:

a
m
na
se

a

)
sa

M
co

a

(1

a
Primeira solução: referencial inercial Terra.
Para resolvermos essa questão utilizando o referencial inercial Terra, temos
que, primeiramente, como nos passos escritos no item 3 deste módulo, Logo, se a é a aceleração da cunha para a direita (segunda derivada do
verificar se os componentes do sistema possuem movimento relativo deslocamento AB = x), temos que a · sen α é a aceleração do bloco
entre si ou não, isto é, verificar se possuem a mesma aceleração em perpendicularmente ao plano inclinado e a(1 – cos α) é a aceleração
relação à Terra. Veja que, quando a cunha se move para a direita, o bloco do bloco ao longo do plano inclinado, com suas respectivas segundas
cai ao longo do plano inclinado contido nela. Dessa forma, percebe-se derivadas de seus deslocamentos.
claramente que os componentes possuem movimento relativo entre si, não Dessa forma, podemos agora aplicar normalmente as leis de Newton,
possuindo, então, mesma aceleração em relação à Terra. Logo, devemos isolando os blocos.
desvendar o vínculo geométrico que atrela o deslocamento da cunha ao
deslocamento do bloco.

360 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

Diagramas de corpo livre: – Primeira lei de Newton para a cunha na direção horizontal (cunha em
– Segunda lei de Newton para a cunha na direção horizontal: Ma = repouso): T + N · sen α = T · cos α + Ma.
N · sen α + T – T cos α. mg  sen 
– Segunda lei de Newton para o bloco na direção perpendicular ao plano: Resolvendo o sistema, temos que a  .
M  2 m(1  cos )
ma · sen α = mg · cos α – N.
– Segunda lei de Newton para o bloco na direção ao longo do plano: Vê-se, então, a vantagem da aplicação da mudança de referencial e do
ma(1 – cos α) = mg · sen α – T. princípio de D’Alembert em certas questões.
mg  sen 
Resolvendo o sistema, temos que a  .
M  2 m(1  cos )
Segunda solução: referencial não inercial (cunha).
A solução com referencial não inercial necessita que nós analisemos o
vínculo geométrico constituído pelo bloco e pela cunha, o que, muitas 01 Na situação do esquema seguinte, não há atrito entre os blocos e
vezes, pode tornar a resolução da questão difícil. Dessa forma, pensaremos o plano horizontal, a resistência do ar é desprezível e as massas de A e
no referencial não inercial da cunha, para analisar um vínculo geométrico de B valem, respectivamente, 2,0 kg e 8,0 kg. Sabe-se que o fio leve e
muito mais simples. Vamos deixar a cunha imóvel, fazendo o bloco descer inextensível que une A com B suporta, sem romper-se, uma tensão máxima
ao longo do plano inclinado e a parede “se aproximar” da cunha, conforme de 32 N. Calcule a maior intensidade admissível à força, horizontal, para
indica a figura abaixo. Vê-se que a parede terá uma aceleração a para a que o fio não se rompa.
esquerda, já que se mudou o referencial, e, como o fio não estica, o bloco
deve descer o plano inclinado com a mesma aceleração a com que a parede F
está se movendo (vínculo geométrico muito mais simples que o anterior). B A

02 O dispositivo esquematizado na figura é a máquina de Atwood. No


caso, não há atritos, o fio é inextensível e despreza-se sua massa e a da
a polia. Supondo que os blocos A e B têm massas, respectivamente, iguais
a 3,0 kg e 2,0 kg e que g = 10 m/s2, determine:
m
a cunha
imóvel

g
Dessa forma, ao mudarmos o referencial, pelo princípio da equivalência, a
aceleração a para a direita tanto no bloco como na cunha cria, pelo princípio
de D’Alembert, as forças fictícias m.a e M.a, ambas para a esquerda, no
bloco e na cunha respectivamente. Assim, só precisamos analisar os B A
diagramas de corpo livre dos componentes, presentes na figura abaixo:
a. o módulo da aceleração dos blocos.
eixo
perpendicular b. a intensidade da força tensora estabelecida no fio.
a T c. a intensidade da força tensora estabelecida no cabo que sustenta a polia.
N

m·a 03 O corpo A, de 5,0 kg de massa, está apoiado em um plano horizontal,


a a T preso a uma corda que passa por uma roldana de massa e atrito
a a desprezíveis e que sustenta em sua extremidade o corpo B, de 3,0 kg de
m·g T massa. Nessas condições, o sistema apresenta movimento uniforme.
ção l
lera gencia Adotando g = 10 m/s2, determine:
ace tan M·a
eixo
a A
a
N
a g

NI
M·g
B
– Segunda lei de Newton no eixo tangencial para o bloco:
ma · cos α + mg · sen α – T = ma. a. o coeficiente de atrito entre o corpo A e o plano de apoio.
– Primeira lei de Newton no eixo perpendicular para o bloco (bloco em b. a intensidade da aceleração do sistema se colocarmos sobre o corpo B
repouso nesse eixo): ma · sen α + N = mg · cos α. uma massa de 2,0 kg.

IME-ITA – Vol. 1 361


FÍSICA I
Assunto 2

04 Na situação representada na figura, o homem puxa a corda vertical- Determine:


mente para baixo e ela, por sua vez, puxa o bloco que está apoiado no
plano horizontal. O fio e a polia são ideais, a massa do bloco vale 40 kg e a. o módulo da aceleração do sistema.
adota-se g = 10 m/s2. b. a intensidade da força de contato entre A e B.

07 Na figura seguinte, a superfície S é horizontal, a intensidade de F é de


A 40 N e o coeficiente de atrito de arrastamento entre o bloco A e a superfície
S vale 0,50 e g = 10 m/s2.
g
Sob a ação da força F, o sistema é acelerado horizontalmente e, nessas
condições, o bloco B apresenta-se na iminência de escorregar em relação
ao bloco A.

a
B
g F
A S
A intensidade da força de atrito recebida pelo bloco do plano de apoio
(Fat) varia com a intensidade da força exercida pelo homem (F), conforme
o gráfico abaixo: a. Determine o módulo da aceleração do sistema.
b. Calcule o coeficiente do atrito estático entre os blocos A e B.
Fat
08 A situação representada na figura refere-se a um bloco que,
abandonado em repouso no ponto A, desce o plano inclinado com
aceleração de 2,0 m/s2, indo atingir o ponto B:

A a
g
F

Calcule:
q B
a. os valores dos coeficientes de atrito estático e cinético entre o bloco
e plano de apoio.
b. o módulo da aceleração do bloco para F = 120 N.
Sabendo que, no local, g = 10 m/s2, calcule o coeficiente de atrito cinético
05 Dois blocos, (1) e (2), de pesos respectivamente iguais a 30 kgf e 10 kgf entre o bloco e o plano de apoio.
estão em equilíbrio, conforme mostra a figura abaixo:
09 Na figura, o bloco I repousa sobre o bloco II, sendo que I está preso por
uma corda a uma parede. O bloco I tem massa m1 = 3,0 kg e o bloco II tem
D massa m2 = 6,0 kg. O coeficiente de atrito cinético entre I e II e o plano é
g 0,20. Qual deve ser a força F que, aplicada em II, desloca esse bloco com
aceleração de 2,0 m/s2?

Quais as indicações nos dinamômetros D1 e D2, graduados em kgf?


(A) 40 N.
06 Os blocos A e B representados na figura possuem massa de 3,0 kg (B) 30 N.
e 2,0 kg, respectivamente. A superfície horizontal onde eles se deslocam (C) 15 N.
apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a 0,30; F1 e F2 são forças (D) 27 N.
horizontais que atuam nos blocos. (E) 33 N.

F F 10 No plano inclinado representado a seguir, o bloco encontra-se impedido


A de se movimentar graças a um cutelo no qual está apoiado. Os atritos são
B desprezíveis, a massa do bloco vale 5,0 kg e g = 10 m/s2.

362 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

14 No esquema seguinte, o homem (massa de 80 kg) é acelerado vertical-


mente para cima juntamente com a plataforma (massa de 20 kg) sobre a qual
está apoiado. Isso é possível porque ele puxa verticalmente para baixo a corda
que passa pela polia fixa. A aceleração do conjunto homem-plataforma tem
módulo 5 m/s2 e adota-se g = 10 m/s2. Considerando ideais a corda e a polia
e desprezando a resistência do ar, calcule:

a. Esquematize todas as forças que agem no bloco.


b. Calcule as intensidades das forças com as quais o bloco comprime
o cutelo e o plano de apoio.

11 No esquema a seguir, os fios e a polia são ideais. Desprezam-se todos


os atritos, bem como a resistência do ar. Sendo g o módulo da aceleração da
gravidade, 2m, 2m e m as massas dos blocos A, B e C, nesta ordem, calcule:
g
fio (1) fio (2)
A B

C
plataforma
horizontal
θ

Dado: θ = 30°. a. a intensidade da força com que o homem puxa a corda.


b. a intensidade da força de contato trocada entre o homem e a plataforma.
a o módulo da aceleração de cada bloco.
b. a intensidade das forças que tracionam os fios 1 e 2.
15 Em um elevador há uma balança graduada em newtons. Um homem
c. a intensidade da força paralela ao plano horizontal de apoio a ser
de 60 kg de massa, em pé sobre a balança, lê 720 N quando o elevador
aplicada no bloco A, de modo que o sistema permaneça em repouso.
sobe em movimento acelerado e 456 N quando desce em movimento
acelerado, com a mesma aceleração da subida, em módulo.
12 No arranjo experimental da figura, a caixa A é acelerada para baixo
com 2,0 m/s2. As polias e o fio têm massas desprezíveis e adota-se
Determine:
g = 10 m/s2. Supondo que a massa da caixa B seja de 80 kg e ignorando
a influência do ar no sistema, determine:
a. quais são os módulos da aceleração da gravidade e do elevador.
b. quanto registrará a balança se o elevador subir ou descer com
velocidade constante.

g 16 (ITA-1978) Três corpos, A, B e C, com massas respectivamente iguais a


4,0 kg, 6,0 kg e 8,0 kg, acham-se apoiados sobre uma superfície horizontal,
sem atrito. Esses corpos acham-se ligados por intermédio de molas de massas
desprezíveis, e são abandonados a partir da posição indicada na figura, quando
A
as tensões nas molas AB e BC forem respectivamente 10 N e 15 N. Pode-se
B
afirmar que as acelerações aAB (do sistema constituído pelos corpos A e B) e
a (do sistema constituído pelos três corpos, A, B e C) serão dadas por:
a. o módulo da aceleração de subida da caixa B.
b. a intensidade da força tensora no fio.
c. a massa da caixa A. A B
60°
13 Na figura, o sistema está sujeito à ação da resultante externa F, paralela
ao plano horizontal sobre o qual o carrinho está apoiado. Todos os atritos
são irrelevantes e as inércias do fio e da polia são desprezíveis. As massas
dos corpos A, B e C valem, respectivamente, 2,0 kg, 1,0 kg e 5,0 kg e, no
local, o módulo da aceleração da gravidade é 10 m/s2. Supondo-se que
A esteja apenas encostado em C, determine a intensidade de F, de modo
C

que A e B não se movimentem em relação a C.


(A) aAB = 1,75 m/s2; a = 0,97 m/s2.
B (B) aAB = 1,5 m/s2; a = 0 m/s2.
(C) aAB = 1 m/s2; a = 0,81 m/s2.

F (D) aAB = 1,75 m/s2; a = 0,81 m/s2.
C (E) aAB = 1 m/s2; a = 0,97 m/s2.
A

IME-ITA – Vol. 1 363


FÍSICA I
Assunto 2

17 (EN-1994) Os blocos representados na figura abaixo têm, respecti- 20 Uma caixa de peso P é puxada por uma força F sobre o solo horizontal.
vamente, massas m1 = 2,0 kg e m2 = 4,0 kg; a mola AB possui massa Se o coeficiente de atrito estático é µ e F está direcionada a um ângulo θ
desprezível e constante elástica K = 50 N/m. Não há atrito entre os abaixo da horizontal, qual o valor mínimo de F que vai mover a caixa?
dois blocos nem entre o bloco maior e o plano horizontal. Aplicando-se
ao conjunto a força F constante e horizontal, verifica-se que a mola µP sec θ
(A) .
experimenta uma deformação de 20 cm. Qual a aceleração do conjunto? 1 − µ tan θ
Qual a intensidade da força F? P sen 
(B) .
1  cos 
P se n 
(C) .
F 1  tan 
P cos 
m A B m (D) .
1  tan 
P cos 
(E) .
1  cos 

21 (AFA-2002) Um avião reboca dois planadores idênticos de massa m,


18 Na figura seguinte, os pesos da polia, do fio e da mola são desprezíveis
com velocidade constante. A tensão no cabo (II) é T. De repente, o avião
e assume-se g = 10 m/s2. Sendo as massas de A e B mA = 40 kg e
desenvolve uma aceleração a. Considerando a força de resistência do ar
mB = 24 kg, a deformação da mola de 50 cm e a intensidade de F igual
invariável, a tensão no cabo (I) passa a ser:
a 720 N, determine:

F
(II) (I)

g (A) T + ma.
(B) T + 2ma.
(C) 2T + 2ma.
balança (D) 2T + ma.
A B (newtons)
22 (AFA-2002) Dois corpos de massas iguais, unidos por um fio
inextensível, descem ao longo de um plano inclinado. Não há atrito entre
o corpo I e o plano. De acordo com o enunciado, analise as afirmativas
a. a constante elástica da mola em N/m. abaixo:
b. o módulo das acelerações de A, de B e do eixo da polia.
c. a indicação da balança sobre a qual repousam, inicialmente, os dois II
blocos.
I
19 Um bloco pesando 100 N deve permanecer em repouso sobre um
plano inclinado, que faz com a horizontal um ângulo de 53°. Para tanto,
aplica-se ao bloco a força F, representada na figura, paralela à rampa. Sendo
µe = 0,50 o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano, que valores a
são admissíveis para F tais que a condição do problema seja satisfeita?

Dados: sen 53° = 0,80 e cos 53° = 0,60. I. Se não houver atrito entre o corpo II e o plano, a tensão no fio é nula.
II. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, a aceleração do corpo II é
bloco em menor que a do corpo I.
repouso III. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, o movimento do corpo I
será retardado.

F Assinale a alternativa que contém apenas afirmativa(s) incorreta(s):

(A) II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) I, II e III.

364 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

23 (AFA-2003) Os corpos A e B da figura abaixo têm massas M e m, (A) 0,1.


respectivamente. Os fios são ideais. A massa da polia e todos os atritos (B) 0,2.
podem ser considerados desprezíveis. A aceleração de B é: (C) 0,3.
(D) 0,4.

26 (EFOMM-2009) Três blocos, A, B e C, encontram-se agrupados e sob


a ação das forças F1 = 100 N e F2 = 50 N, conforme desenho a seguir,
A
deslizando em superfície na qual o coeficiente de atrito é µ = 0,1. Sabendo
que as massas desses blocos são, respectivamente, 5, 10 e 5 kg, a
aceleração do sistema é de:

Dado: g = 10 m/s2.
B

F1 F2
A B C
2mg
(A) .
4M + m
mg (A) 0.
(B) . (B) 1,5 m/s2, para a direita.
M+m
(C) 1,5 m/s2, para a esquerda.
2mg (D) 3 m/s2, para a direita.
(C) .
M+m (E) 3 m/s2, para a esquerda.
mg
(D) . 27 (ITA-1972) Três forças de direções constantes são aplicadas em um
4M + m
ponto material de massa m = 2,0 kg, formando os ângulos da figura (A),
24 (AFA-2005) O conjunto abaixo, constituído de fio e polia ideais, é todos iguais entre si. Essas forças variam linearmente com o tempo
abandonado do repouso no instante t = 0 e a velocidade do corpo A varia na forma indicada no gráfico (B). (Os sentidos indicados em (A) são
em função do tempo segundo o gráfico dado: considerados como os sentidos positivos das forças). No instante t = 4s,
o módulo da resultante vale:
v (m/s)
→ →
F3 (N) F3
A 24

F3

F1 →
12 2 F3
B
0 1 t(s)
0 3 6 t (s) →
F2 →
–2
F3
Desprezando o atrito, a razão entre a massa de A e a massa de B é:

(A) 1/2. (A) (B)


(B) 2/3.
(C) 3/2. (A) 6 N.
(D) 2. (B) 4 N.
(C) 2 N.
25 (AFA-2007) Três blocos, cujas massas mA = mB = m e mC = 2m, (D) 0 N.
são ligados por meio de fios e polias ideais, conforme a figura. Sabendo-se (E) 3 N.
que C desce com a aceleração de 1 m/s2 e que 0,2 é o coeficiente de atrito
entre B e a superfície S, pode-se afirmar que o coeficiente de atrito entre 28 (ITA-1972) Na questão anterior, o módulo da aceleração do ponto para
A e S vale: t = 0, vale:

(A) 0 m/s2.
(B) 3 m/s2 .
A B
(C) 2 m/s2 .
(D) 2 m/s2.
S
(E) 3 m/s2.

IME-ITA – Vol. 1 365


FÍSICA I
Assunto 2

29 (ITA-1977) Um corpo cai na água e, após alguns segundos, atinge uma 32 (ITA-1996) Um corpo de massa m é lançado com velocidade inicial v
velocidade praticamente constante (chamada velocidade limite) de 5,0 m/s. formando com a horizontal um ângulo α, em um local onde a aceleração
Sabendo que: da gravidade é g. Suponha que o vento atue de forma favorável sobre o
corpo durante todo o tempo (ajudando a ir mais longe), com uma força F
• a massa do corpo é 8 g; horizontal constante. Considere t como sendo o tempo total de permanência
• a força exercida pela água sobre o corpo é dissipativa, oposta ao no ar. Nessas condições, o alcance do corpo é:
movimento do corpo e proporcional à velocidade do mesmo, isto é,
F = –av; v2
• quando o corpo atinge a velocidade limite, a força total sobre o corpo (A)  sen 2.
g
é nula.
Ft 2
(B) 2vt + .
Calcule o coeficiente a, que será: 2m
(C) v 2 ⋅ sen 2α  F 
(A) 16 N · s/m.  1+ ⋅ tan α  .
g  mg 
(B) 1,6 · 10–2 kg/s. (D) vt.
(C) 1,6 · 10–3 kgf/s. (E) outra expressão diferente das mencionadas.
(D) 1,6 · 10–3 N · s/m.
(E) nenhum dos valores acima. 33 (IME-1978) Os blocos A e B da figura têm pesos iguais. Determine o
coeficiente de atrito mínimo para manter o sistema em equilíbrio. Despreze
30 (ITA-1995) A figura mostra o gráfico da força resultante agindo em o peso da corda e o atrito na roldana.
uma partícula de massa m, inicialmente em repouso. No instante t2 a
velocidade da partícula, v2 será:
F

F1 30° 45°

A
0

B
t1 t2 t
F2

( F1  F2 )t1  F2 t2
(A) v 2  .
m
( F1  F2 )t1  F2 t2
(B) v 2  .
m 01 (Pierre Lucie) Seja um prisma triangular inicialmente fixo ao solo. A
sua superfície inclinada (rampa) é perfeitamente lisa e forma um ângulo
( F1  F2 )t1  F2 t2
(C) v 2  . α com a horizontal. Um pequeno bloco, quando abandonado em repouso
m no topo dessa rampa, desce aceleradamente até encontrar a trava T.
F1t1  F2 t2 Determine a aceleração horizontal a com a qual se deve empurrar esse
(D) v 2  . prisma para a direita, a partir desse instante, a fim de que o tempo que a
m
caixa leva para retornar à sua posição inicial seja o mesmo tempo que ela
( F  F )( t  t )
(E) v 2  1 2 2 1 . gastou na descida da rampa. A gravidade local vale g.
2m

31 (ITA-1996) No campeonato mundial de arco e flecha, dois concorrentes


discutem sobre a física que está contida na arte do arqueiro. Surge então a g
seguinte dúvida: quando o arco está esticado, no momento do lançamento
da flecha, a força exercida sobre a corda pela mão do arqueiro é igual à:

I. força exercida pela outra mão sobre a madeira do arco. a


II. tensão da corda.
III. força exercida sobre a flecha pela corda no momento em que o arqueiro
larga a corda. α T

Nesse caso:

(A) todas as afirmativas são verdadeiras. (A) g · tan α.


(B) todas as afirmativas são falsas. (B) 2g · tan α.
(C) somente I e III são verdadeiras. (C) g · cot α.
(D) somente I e II são verdadeiras. (D) 2g · cot α.
(E) somente II é verdadeira. (E) 2g · sen α.

366 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

02 (Tipler) Um bloco de 20 kg, com uma polia presa a ele, desliza ao m


longo de um trilho sem atrito. Ele está conectado, por um fio sem massa, 
a um bloco de 5 kg, como mostra o arranjo da figura. Encontre: F

M
20 kg

sem atrito

5 kg
06 Qual é a força horizontal capaz de tornar iminente o deslizamento do
cilindro, de 50 kgf de peso, ao longo do apoio em V mostrado na figura?
O coeficiente de atrito estático entre o cilindro e o apoio vale 0,25.
a. a aceleração de cada bloco.
b. a tensão no fio.

03 (Alonso e Finn) Um bloco com 3 kg de massa é colocado sobre outro


com 5 kg. Admita que não há atrito entre o bloco de 5 kg e a superfície 30° 30°
sobre a qual ele repousa. Os coeficientes de atrito estático e cinético entre
os blocos são 0,2 e 0,1, respectivamente.

3 kg
07 Uma criança, de massa m = 50 kg, está sobre uma balança de
molas, a qual está fixa em um carrinho B que desce por uma rampa sem
F
5 kg atrito, como mostra a figura. São dados: g = 10 m/s2 e sen α = 0,20. A
marcação da balança, supondo que seu mostrador esteja calibrado em
newtons, vale:

a. Qual a força máxima que, aplicada em qualquer um dos corpos,


movimenta o sistema sem que os blocos se desloquem relativamente
um ao outro?
b. Qual a aceleração quando a força máxima é aplicada?
B
c. Qual a aceleração do bloco de 3 kg se a força aplicada ao bloco de
5 kg é maior do que a força máxima? Qual a aceleração do bloco de 3 kg
se a força a ele aplicada é maior do que a força máxima?
α
04 (Alonso e Finn) No sistema abaixo, temos uma barra de comprimento
total desconhecido, apoiada no ponto O. Nos extremos da barra, tem-se
(A) 450 N.
no ponto A um bloco de massa m1; já no extremo B, tem-se uma roldana
(B) 400 N.
ideal cujos dois blocos de massas m2 e m3 estão pendurados por um fio
(C) 350 N.
ideal. Determine o valor da distância de A até O, sabendo que a distância
(D) 480 N.
de O até B é I2.
(E) 300 N.
O
I1 I2 08 Um elevador é acelerado verticalmente para cima com 6,0 m/s2, em
um local em que g = 10 m/s2. Sobre o seu piso horizontal é lançado um
A B bloco, sendo-lhe comunicada uma velocidade inicial de 2,0 m/s.
O bloco é freado pela força de atrito exercida pelo piso até parar em
relação ao elevador. Sabendo que o coeficiente de atrito cinético entre as
superfícies atritantes vale 0,25, calcule, em relação ao elevador, a distância
m3 percorrida pelo bloco até parar.
m1
m2

05 (Halliday) Os dois blocos (m = 16 kg e M = 88 kg) não estão ligados.


a g
O coeficiente de atrito estático entre os blocos é µs = 0,38, mas não há
atrito na superfície abaixo do bloco maior. Qual é o menor valor do módulo
de F para o qual o bloco menor não escorrega para baixo ao longo do
bloco maior?

IME-ITA – Vol. 1 367


FÍSICA I
Assunto 2

09 (ITA-1997) Um antigo vaso chinês está a uma distância d da e o apoio horizontal. Aplica-se uma força F horizontal ao plano inclinado
extremidade de um forro sobre uma mesa. Essa extremidade, por sua e constata-se que o sistema todo move-se horizontalmente, sem que o
vez, encontra-se a uma distância D de uma das bordas da mesa, como objeto deslize em relação ao plano inclinado. Podemos afirmar que, sendo
mostrado na figura. Inicialmente, tudo está em repouso. Você apostou que g a aceleração da gravidade no local:
consegue puxar o forro com uma aceleração constante a (veja a figura),
de tal forma que o vaso não caia da mesa. Considere que os coeficientes
de atrito, estático e cinético, entre o vaso e o forro, tenham o valor µ e
que o vaso pare no momento que tocar a mesa. Você ganhará a aposta m F
se a magnitude da aceleração estiver dentro da faixa:
M
g
(A) a < dµ . a
D
d
g a
(B) a > dµ . (A) F = mg.
D D (B) F = (M + m)g.
(D) a >µg. (C) F tem que ser infinitamente grande.
g (D) F = (M + m)· g · tan α.
(C) a > Dµ . (E) F = Mg sen α.
d
g 13 No esquema da figura, tem-se o sistema locomovendo-se horizon-
(E) a < Dµ .
D−d talmente, sob ação de resultante externa F. A polia tem peso desprezível, o fio
que passa pela mesma é ideal e a resistência do ar no local do movimento é
10 Um anel homogêneo de raio R é posto a girar em torno do seu centro irrelevante. Não há contato da esfera B com a parede vertical. Sendo mA = 10 kg,
até adquirir uma velocidade angular ω. Em seguida, o anel em rotação na mB = 6,00 kg, mC = 144 kg e g = 10 m/s2, determine a intensidade de F
posição horizontal é abandonado sobre a superfície de uma mesa, com a que faz com que não haja movimento dos dois corpos A e B em relação a C.
qual apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a µ. Quanto tempo
o anel levará até parar completamente? A gravidade no local é g.
A
2ω Rµ
(A) .
g F
C B
ωR .
(B)
µg
ωR .
(C)
2µg 14 (Kosel) Uma tábua horizontal tem um degrau, cuja altura é H, no qual
ωRµ se apoia um cilindro homogêneo de raio R > H, que descansa livremente
(D) . sobre a tábua. A tábua se move na direção horizontal com aceleração a.
g
Determine a aceleração máxima com a qual o cilindro não subirá o degrau.
ω R 2µ O atrito é desprezível.
(E) .
g
11 Sobre um prisma triangular se coloca uma corda flexível e homogênea
de modo que seu ponto médio fique sobre a aresta superior do prisma.
Este se apoia em um plano horizontal perfeitamente liso. Sendo α < β,
determine a aceleração horizontal que deve ser comunicada ao prisma
para que a corda permaneça imóvel em relação ao prisma durante seu a
movimento. A gravidade local vale g.
15 Determine as acelerações dos corpos de massas m1, m2 e m3 para o
(A) g(sen β – sen α) sistema mecânico da figura. Não existe atrito e as massas da roldana e
g tan β da corda são desprezíveis.
(B) .
tan α
β α m
(C) g tan  +  .
2 2 m
a b
g
(D) .
cos β + cos α

(E) g tan (β – a). m

12 (ITA-1982) O plano inclinado da figura tem massa M e sobre ele


apoia-se um objeto de massa m. O ângulo de inclinação é α e não há
atrito nem entre o plano inclinado e o objeto, nem entre o plano inclinado

368 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

16 (ITA-1986) Da posição mais baixa de um plano inclinado lança-se (A) 15,8 m/s2.
um bloco de massa m = 5 kg com uma velocidade de 4 m/s no sentido (B) 16,3 m/s2.
ascendente. O bloco retorna a esse ponto com velocidade de 3 m/s. O (C) 16,8 m/s2.
ângulo do plano inclinado mede 30°. Calcule a distância d percorrida pelo (D) 17,2 m/s2.
bloco em sua ascensão, sendo g = 10m/s2. (E) 17,4 m/s2.

20 (ITA-1978) Considera-se um bloco de massa m sobre outro, de massa


M, (ver figura abaixo). Inicialmente, m desliza sobre M sem atrito, com
d velocidade v0. A partir do ponto P, o coeficiente de atrito entre as duas
superfícies em contato é não nulo. Se o bloco M puder deslizar sobre o

plano horizontal sem qualquer atrito, pode-se afirmar que a distância x
v percorrida por m sobre M, contada a partir do ponto P, será dada por:
m
 m=0 m≠0
 →
v0 x
6 m

(A) 0,75 m. M P
(B) 1,0 m.
(C) 1,75 m.
(D) 2,0 m.
(E) 1,25 m. sem atrito

1
17 (ITA-2003 – adaptada) Sobre a rampa inclinada de um prisma triangular (A) x  mv 0 2 ( m  M )g .
de massa M = 10 kg, é colocado um pequeno bloco de massa m = 2 kg. 2
O coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano é 0,1. Determine os 1
(B) x  mv 0 2 (m+M )2 g  .
valores de F para os quais o bloco fica em repouso sobre a rampa. 4
1
m
(C)= x mv 0 2 [µ( m + M )g ].
F 2
M
(D) x = 0 (distância nula).
(E) n. r. a.

21 (ITA-1981) A figura (a) representa um plano inclinado cujo ângulo de


inclinação sobre o horizonte é α. Sobre ele pode deslizar, sem atrito, um
18 Um pequeno bloco de 2 kg repousa sobre uma tábua horizontal T de corpo de massa M. O contrapeso tem massa m, e uma das extremidades
8 kg, a uma distância de 0,2 m de uma de suas extremidades. A tábua é do fio está fixa ao solo. Na figura (b), o plano inclinado foi suspenso, de
puxada a partir do repouso por uma força de 20 N constante e horizontal, modo a se poder ligar as massas m e M por meio de outro fio. Desprezando
aplicada nessa extremidade, até a tábua esbarrar no calço C, que dista os atritos nos suportes dos fios, desprezando a massa dos fios e sendo
4,5 m e impede seu movimento repentinamente. Calcule a que distância dada a aceleração da gravidade g, podemos afirmar que:
o bloco ficará da extremidade da tábua após cessar o seu movimento.
O coeficiente de atrito cinético entre a tábua e o bloco é 0,1; o estático é
fig. a
0,15 e não há atrito entre a tábua e o plano. M
C B

19 (EN-1998) Na figura abaixo, temos um bloco A (mA = 4,0 kg), um fig. b


bloco B (mB = 8,0 kg), uma mola de constante elástica K = 800 N/m e
um fio inextensível e horizontal. O coeficiente de atrito entre os blocos A M
e B e entre o bloco B e a superfície horizontal vale 0,1. Sabendo-se que a B
mola está deformada em 20 cm e que g = 10 m/s2, a aceleração adquirida
pelo bloco B é de:
α
Considere 3 = 1,73.

fio F
A
B 30°

IME-ITA – Vol. 1 369


FÍSICA I
Assunto 2

(A) no caso (a), a posição de equilíbrio estático do sistema ocorre se e 24 (ITA-1994) Duas massas, m e M, estão unidas uma à outra por meio
somente se M sen α = m. de uma mola de constante K. Dependurando-as de modo que M fique no
(B) tanto no caso (a) como no caso (b), o equilíbrio se estabelece quando extremo inferior, o comprimento da mola é I1; invertendo as posições das
e somente quando M = m. massas, o comprimento da mola passa a ser I2. O comprimento I0 da mola
(C) no caso (b), o corpo m é tracionado em A por uma força TA = (m + M quando não submetida à força é:
sen α) g.
M sen α − m ml1  ml2
(D) no caso (b), a aceleração do corpo M é g no sentido (A) l0  .
M+m Mm
descendente. Ml  ml2
(E) no caso (a), não há nenhuma posição possível de equilíbrio estático. (B) l0  1 .
Mm
Ml  ml2
22 (ITA-1984) A figura representa uma mesa horizontal de coeficiente (C) l0  1 .
de atrito cinético µ1 sobre a qual se apoia o bloco de massa M2. Sobre Mm
ml  Ml2
ele está apoiado o objeto de massa m, sendo µ o coeficiente de atrito (D) l0  1 .
cinético entre eles. M2 e m estão ligados por cabos horizontais esticados, Mm
Ml  ml2
de massa desprezível, que passam por uma roldana de massa desprezível. (E) l0  1 .
Desprezando-se a resistência do ar e o atrito nas roldanas, podemos Mm
afirmar que m se deslocará com velocidade constante em relação a um
observador fixo na mesa, se M1 for tal que: 25 (IME-1977) Na figura abaixo, o coeficiente de atrito entre o peso P e a
cunha é µ1, e entre a cunha e o bloco inferior é µ2. Desprezando o peso da cunha
m e considerando que não há atrito na parede vertical, determine a expressão da
força F necessária para levantar o peso P, forçando a cunha para a direita.
M2

M1 F

q
(A) M1 = µ m.
(B) M1 = µ1(M2 + m) + aµ m.
(C) M1 = µ M2 + µm.
(D) M1 = 2µ m + 2µ1(M2 + m).
(E) M1 = µ1(M2 + m).
26 (IME-1982) Determine a massa necessária ao bloco A para que o
23 (ITA-1986) Na figura a seguir, as duas massas m1 = 1,0 kg e bloco B, partindo do repouso, suba 0,75 m ao longo do plano inclinado
m2 = 2,0 kg, estão ligadas por um fio de massa desprezível que passa liso, em um tempo t = 2 s. Despreze as massas das polias e dos tirantes
por uma polia também de massa desprezível e raio R. e as resistências passivas ao movimento. A massa do bloco B vale 5 kg
Inicialmente, m2 é colocada em movimento ascendente, gastando e a aceleração da gravidade deve ser considerada 10 m/s2.
0,20 segundos para percorrer a distância d ≅ 1,0 m indicada.
Nessas condições, m 2 passará novamente pelo ponto “0” após
aproximadamente:

Dado: g = 10 m/s2.
R

m1
d ≅ 1,0 m

0 60°
m2 A

(A) 0,4 s.
(B) 1,4 s.
(C) 1,6 s.
(D) 2,8 s.
(E) 3,2 s.

370 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

27 (Irodov) Dois blocos em contato, bloco 1 e bloco 2, são colocados


num plano de inclinação α com a horizontal. As massas dos blocos são
m1 e m2, respectivamente, e os coeficientes de atrito entre o plano inclinado
e os blocos são iguais a k1 e k2, com k1 > k2. Determine: 01 Deseja-se suspender uma pedra de massa m desde o solo até uma
altura H. Para isso, amarra-se a pedra a uma corda de massa desprezível
e puxa-se verticalmente pela extremidade livre. Sabendo-se que a corda
2 suporta uma tração máxima T, determine o tempo mínimo que será gasto
para suspender essa pedra, de forma que ela atinja a altura final H em
1 repouso. Considere g a aceleração da gravidade.

02 (IIT) Uma cunha (triângulo retângulo isósceles) de massa m se encontra


α apoiada sobre um bloco de massa M e uma parede imóvel, como se indica
na figura. Ache a aceleração de cada um dos blocos. Despreze os atritos.

a. a força de interação entre os blocos, quando estão em movimento.


b. o menor valor do ângulo α para o qual ocorra deslizamento dos blocos.

28 (Irodov) Determine a aceleração da barra A e da cunha B na figura m


abaixo, sabendo que a razão entre as massas mB e mA vale h, a gravidade
local vale g e todos os atritos são desprezíveis. M

03 No sistema representado na figura não há atritos. O fio é inextensível e


tem peso desprezível. No local, a intensidade da aceleração da gravidade é g.
Ignorando a influência do ar, calcule o intervalo de tempo que o corpo A
A (de massa m) leva para atingir a base do corpo B (de massa M), quando
é abandonado de uma altura h em relação a B.
B

α
A
h
29 (Irodov) Na configuração da figura, as massas da cunha M e do
B
corpo m são conhecidas. Só existe atrito entre a cunha e o corpo de
massa m, e o coeficiente de atrito é igual a k. As massas do fio e da polia
são desprezíveis. Ache a aceleração do corpo m em relação à superfície 04 (Irodov) No esquema mostrado na figura, temos um prisma de massa
horizontal na qual a cunha desliza. M, com inclinação de α e um bloco de massa m, apoiado em cima do
prisma, preso por um fio à parede, passando por uma roldana. Sabendo que
as massas do fio e da polia são desprezíveis e que não há atrito, determine
a aceleração do prisma de massa M, quando todo o sistema é liberado.

m
M
m

M
α
30 (Irodov) No arranjo da figura abaixo, as massa m0, m1 e m2 são iguais
às massas dos blocos. Ache a aceleração a com a qual bloco de massa
m0 cai, e calcule a tensão no fio que une os blocos de massa m1 e m2, 05 (Alonso e Finn) Calcule a aceleração dos corpos nos esquemas abaixo:
sabendo que o coeficiente de atrito entre os blocos e a superfície horizontal
é igual a k. a.
m1 m2 m1

m2
m0
m3

IME-ITA – Vol. 1 371


FÍSICA I
Assunto 2

b. 1
mg  µ2 − 1  2
(A)  .
2  µ2 + 1 
1
m1 mg  µ2 + 1  2.
(B)  
2  µ2 − 1 
mg  µ2 − 1 
(C)  .
m3 2  µ2 + 1 
mg  µ2 + 1  .
m2 (D)  
2  µ2 − 1 
(E) n. r. a.
06 A figura indica uma cunha em forma de triângulo de massa M e ângulo θ.
A cunha repousa sobre uma mesa horizontal e sobre a cunha existe um 09 Na situação, um sistema está descendo aceleradamente sobre um
bloco de massa m. Calcule a aceleração da cunha e a aceleração do bloco plano inclinado. Acoplado ao teto do carrinho, existe um pêndulo que
em relação à cunha. contém uma esfera ao final. Sabendo que ela não se move em relação ao
carrinho, calcule o ângulo β.

g β

07 A figura mostra uma cunha de massa M e inclinação α inicialmente


parada sobre o solo horizontal liso. Certo bloco é abandonado sobre a
superfície inclinada lisa da rampa, descrevendo uma trajetória retilínea de
liso
inclinação β com a horizontal. Qual a massa do bloco?
53°

10 A partir do sistema apresentado abaixo, determine o módulo da força


de tensão na corda (1). Considere todas as polias ideais.
M
2m
a (1)

b
µc = 0,5
g
08 (ITA-2004) Um atleta mantém-se suspenso em equilíbrio, forçando as
mãos contra duas paredes verticais, perpendiculares entre si, dispondo
seu corpo simetricamente em relação ao canto e mantendo seus braços
horizontalmente alinhados, como mostra a figura. Sendo m a massa do
corpo do atleta e o coeficiente de atrito estático interveniente, assinale a
opção correta que indica o módulo mínimo da força exercida pelo atleta
em cada parede:

11 Considere o sistema abaixo. Os dois blocos, A e B, possuem massas


respectivamente iguais a m e a M. Despreze qualquer tipo de atrito, e
calcule a razão M/m de modo que A esteja em repouso em relação a B.

90° B

A
m

372 IME-ITA – Vol. 1


Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I
Assunto 2

12 No esquema abaixo, o bloco desliza sem sofrer nenhuma resistência 15 (Alonso e Finn) Uma corrente flexível de comprimento L e peso W é
sobre a superfície horizontal. Em um instante inicial, o ângulo de desvio da colocada inicialmente em repouso sobre uma superfície sem atrito ABC.
esfera é de 37°. Nessa mesma situação, o ângulo não varia e permanece Inicialmente, a distância de B a D é L – a. Determine a velocidade da
igual a 37°. Assim, calcule a aceleração do bloco e a massa da esfera. corrente quando a extremidade D atingir o ponto B.

L–a
g a
 A
a D B
37°
M

α
C

16 (Alonso e Finn) Uma corda uniforme de massa M e comprimento


L passa por um pino sem atrito e de raio muito pequeno. No início do
2
13 Uma corda, cujo peso é desprezado, foi colocada numa roldana de eixo movimento, BC = b. Calcule a aceleração e a velocidade, quando BC = L.
fixo e passa através de um orifício. No movimento da corda, o orifício atua 3
com uma força de atrito constante F. Nos extremos da corda são colocados B
pesos, cujas massas são m1 e m2. Determine a aceleração dos pesos.

A
b

17 (Halliday) A figura mostra uma máquina de Atwood, na qual dois


recipientes estão ligados por uma corda (de massa desprezível) que passa
por uma polia sem atrito (também de massa desprezível). No instante t = 0,
o recipiente 1 tem uma massa de 1,3 kg e o recipiente 2 tem uma massa de
2,80 kg, mas o recipiente 1 está perdendo massa (por causa de um vazamento)
a uma taxa constante de 0,200 kg/s.
m1 m2

14 (Irodov) Um pequeno corpo começa a deslizar do topo de um prisma,


cuja base é igual a I = 210 m. O coeficiente de atrito entre o corpo e a
superfície do prisma é k = 0,140. Para qual valor do ângulo α o tempo
de deslizamento será o menor? E qual será o valor desse tempo?

A m1

m2

t
a. Com que taxa o módulo da aceleração dos recipientes está variando em
t = 0,00 s?
b. Com que taxa o módulo da aceleração dos recipientes está variando em
t = 3,00 s?
c. Em que instante a aceleração atinge o valor máximo?

IME-ITA – Vol. 1 373


FÍSICA I
Assunto 2

374 IME-ITA – Vol. 1

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