Você está na página 1de 27

▬ FÍSICA ▬

▬ CINEMÁTICA ▬

► REFERENCIAL
- Referencial é um corpo (ou conjunto de corpos) em relação ao qual são definidas as posições de outros corpos e
também são estudados os movimentos deles.
- Um corpo pode estar, ao mesmo tempo, em movimento e em repouso, a depender do referencial.

► TEMPO
1) INSTANTE DE TEMPO
- É um exato momento no qual aconteceu alguma coisa durante uma sucessão de eventos.
- O “radar” afere a velocidade de um veículo em um determinado instante de tempo, e não em um intervalo de tempo.

2) INTERVALO DE TEMPO (∆t)


- É a diferença entre o instante de tempo final e o instante de tempo inicial.
ATENÇÃO: Toda grandeza física representada por um intervalo é escrita com uma letra grega, o famoso ∆ “delta”.

∆t = tfinal – tinicial

► MÓVEL
- É um corpo que pode se movimentar.
- Divide-se em:

1) PONTO MATERIAL
- É um móvel ou um corpo cujas dimensões não são importantes/relevantes para a análise do problema.

2) CORPO EXTENSO
- É um móvel cujas dimensões são relevantes na resolução dos problemas.
► POSIÇÃO, VARIAÇÃO DA POSIÇÃO E ESPAÇO DECORRIDO
1) POSIÇÃO (S)
- É a medida da distância que um corpo guarda da origem de um referencial, medida ao longo dele.
- Pode ser positiva ou negativa, de acordo com a origem do sistema de referência.

2) VARIAÇÃO DA POSIÇÃO (∆S)


- É a diferença entre a posição final e a posição inicial de um móvel quando em movimento sobre uma trajetória em
um determinado referencial.
- A variação (∆S) pode ser:
a) Positiva - Quando a posição final é maior que a inicial. Nesse caso o corpo está se movendo no sentido positivo
da trajetória.
b) Negativa - Quando a posição final é menor que a inicial. Nesse caso o corpo está se movendo no sentido
negativo da trajetória.
c) Nula (zero) - Quando as posições final e inicial são iguais. Nesse caso, o corpo sai e volta para a mesma
posição.

A posição final do corpo é SF = 9m, enquanto que a posição inicial é S0 = 4m.


Portanto, a variação da posição ou ∆S = 5m.

3) ESPAÇO PERCORRIDO
- É o espaço efetivo que o corpo percorre quando em movimento em um determinado sistema de referência,
independente se está a favor ou contra a trajetória, verificando apenas a distância efetivamente percorrida.

- O corpo, ao se mover da posição S0 = +2m para a posição SF = -2m, percorreu uma distância efetiva de 4m.
OBS: No cálculo do espaço percorrido ou distância percorrida, não se levam em conta sinais ou sentidos positivos ou
negativos. A distância percorrida será sempre positiva.

► MOVIMENTO E REPOUSO
1) MOVIMENTO
- Um corpo está em movimento em relação a um referencial R, se a sua posição muda com o passar do tempo, em
relação a R.

2) REPOUSO
- Um corpo está em repouso em relação a um referencial R, se a sua posição não muda com o passar do tempo, em
relação a R.

► TRAJETÓRIA
- É a linha geométrica que o corpo descreve em relação a um referencial quando em movimento em relação a esse
referencial.
- Pode assumir o formato de diversas figuras geométricas como, por exemplo, retas, curvas, elipses, parábolas, etc.
ATENÇÃO: A trajetória depende do referencial adotado, ou seja, pode ser “A” em relação ao referencial 1, ao passo que
pode ser “B” em relação ao referencial 2.

- Em relação à Terra, a trajetória da bomba será uma curva parabólica.


- Em relação a quem está no avião, a trajetória será uma reta vertical, pois o movimento horizontal (impulsão para a
frente) que a bomba sofre, o avião e todos que estão dentro dele também sofrem; assim não se nota o movimento
horizontal da bomba de dentro do avião, apenas o vertical.

► VELOCIDADE MÉDIA
- É a variação da posição ocorrida em um referencial por unidade de tempo.

FÓRMULA DA VELOCIDADE MÉDIA


Lê-se: Velocidade é igual à distância total percorrida (∆S) dividida pelo tempo total (∆t).

1) VELOCIDADE INSTANTÂNEA
- É a velocidade que o corpo possui num determinado instante de tempo.

2) UNIDADES DE VELOCIDADE
- Existem várias unidades de velocidade.
- A unidade utilizada pelo Sistema Internacional (SI) é o m/s (metro por segundo).

- Exemplos: 36km/h = 10m/s; 72km/h = 20m/s; 108km/h = 30m/s; 54km/h = 15m/s.


▬ MOVIMENTO RETILÍNEO E UNIFORME (MRU) ▬

► INTRODUÇÃO
- É aquele cuja trajetória é retilínea e a velocidade é constante durante todo o movimento.
- Não há curvas no MRU, portanto, a aceleração centrípeta é nula, pois esta só é presente em trajetórias curvilíneas.
- Também não há aceleração tangencial (que altera o módulo da velocidade – aumenta a velocidade).
OBS: Não há qualquer aceleração no MRU, nem tangencial nem centrípeta.
OBS: Como a velocidade se mantém constante (uniforme), a velocidade média é igual à velocidade instantânea. Em
qualquer instante de tempo, a velocidade será a mesma durante todo o trajeto.

(CESPE – SEDUC/PA – 2006)


No MRU, a aceleração é constante e diferente de zero. ERRADO
Comentário:
- Não há aceleração no MRU, nem tangencial nem centrípeta. A aceleração é constante em um MRUV (movimento
retilíneo e uniformemente variado).

(CESPE – SEDUC/PA – 2006)


No MRU, a velocidade do objeto varia linearmente com o tempo. ERRADO
Comentário:
- A velocidade não varia no MRU, ou seja, é constante em módulo, direção e sentido.

► CLASSIFICAÇÃO DO MRU
1) MOVIMENTO PROGRESSIVO
- É o movimento no qual o móvel percorre a trajetória no sentido positivo das posições. Simplificadamente, a favor da
trajetória.

- As posições do corpo aumentam com o tempo, de modo que as posições finais são sempre maiores que as iniciais
(SF>S0 ).
- Em todo movimento progressivo a velocidade é sempre positiva (maior que 0).

2) MOVIMENTO RETRÓGRADO (ANDA PARA TRÁS, ANDA DE RÉ)


- É o movimento no qual o móvel percorre a trajetória no sentido negativo das posições. Simplificadamente, contra a
trajetória, de ré.

- As posições do corpo diminuem com o tempo, de modo que as posições finais são sempre menores que as iniciais
(SF<S0 ).
- Em todo movimento retrógrado a velocidade é sempre negativa (menor que 0).

(CESPE – SEDUC/PA – 2006)


Um MRU é sempre progressivo. ERRADO

► EQUAÇÃO HORÁRIA DO MRU


- É através dela que se determina a posição de um corpo em qualquer instante de tempo. Basta saber:
a) Velocidade do corpo – que no caso do MRU é sempre a mesma (constante, uniforme);
b) Posição inicial (S0);

“SOVeTe” - FÓRMULA DO MRU (POSIÇÃO)


LÊ-SE: “Posição é igual à: posição inicial, mais velocidade, vezes tempo”.

▬ MOVIMENTO RETILÍNEO E
UNIFORMEMENTE VARIADO (MRUV) ▬
► INTRODUÇÃO
- Esse movimento está envolvido nas frenagens e nas acelerações.
- A velocidade será sempre variável.
OBS: Nem todo movimento com velocidade variável será MRUV, mas todo MRVU terá velocidade variável.

► CONCEITO
- É o movimento que possui trajetória retilínea e aceleração constante.
► ACELERAÇÃO
- Aqui, trata-se da aceleração tangencial, que é tangente à trajetória e tem a função de modificar a velocidade do
móvel.
- Portanto, a aceleração é responsável por aumentar ou diminuir a velocidade, de acordo com o tempo.

► FÓRMULA DA ACELERAÇÃO
- Deverá ser utilizada a seguinte fórmula:

LÊ-SE: “Aceleração é igual à variação da velocidade (velocidade final menos velocidade inicial – [Vf-
V0]) dividido pela variação do tempo (tempo final menos tempo inicial – [tf-t0])”.

ATENÇÃO: No Sistema Internacional (SI), a unidade para a aceleração escalar média é o metro por segundo por
segundo (m/s/s), abreviado para m/s².

m/s/s = m/s²

► CLASSIFICAÇÃO DA ACELERAÇÃO
- Analisa-se a VELOCIDADE e a ACELERAÇÃO. De acordo com essas duas grandezas, podemos ter um movimento
ACELERADO ou RETARDADO, de acordo com os seguintes passos:
1º Passo - Analisar a velocidade do movimento, se positiva (a favor da trajetória) ou negativa (contra a trajetória -
ré).
2º Passo - Analisar a aceleração do movimento, se positiva ou negativa.
3º Passo - Se V e a possuem o mesmo sinal, movimento acelerado; Se V e a tem sinais contrários, movimento
retardado.
- Portanto, movimento acelerado não é necessariamente aquele que tem aceleração positiva, e sim o que possui
velocidade e aceleração com o mesmo sinal.

► EQUAÇÃO DA VELOCIDADE
- Com essa equação, é possível descobrir a velocidade do móvel, V, em qualquer instante de tempo.

LÊ-SE: “Velocidade é igual à velocidade inicial, mais aceleração, vezes tempo.”

► EQUAÇÃO DE TORRICELLI
- A equação de Torricelli estabelece uma relação direta entre velocidades, aceleração e variação da posição (∆S) de um
móvel que executa um MRUV.
- É muito comum a utilização da equação de Torricelli em frenagens e acelerações sem o conhecimento do tempo, mas
apenas da variação do espaço.
- Portanto, quando a questão buscar “velocidades”, aceleração e variação da posição (∆S), SEM FORNECER O
TEMPO, deve-se utilizar a equação de Torrichelli, que é a seguinte:
V² = V0² + 2 . a . ∆S LÊ-SE: Velocidade ao quadrado é igual à velocidade inicial ao quadrado, mais duas
vezes a aceleração, vezes o espaço percorrido (variação do espaço).

EXERCÍCIOS
1) Uma motocicleta tem velocidade inicial de 20 m/s e adquire uma aceleração constante e igual a 2m/s². Calcule sua
velocidade em km/h ao percorrer 100 m.
Resposta:
→ V² = V0² + 2.a.ΔS
→ V² = 20² + 2.2.100
→ V² = 400+400
→ V² = 800
→ V = √800
→ V = 28,28 m/s x 3,6
→ V = 101,8 km/h

2) Sabendo que a velocidade de uma aeronave no momento de decolagem é 300m/s, com aceleração constante de 50
m/s², calcule quantos metros sobre a pista ela percorre a partir do repouso.
Resposta:
→ V² = V0² + 2.a.ΔS
→ 300² = 0² + 2.50.ΔS
→ 90000 = 100.ΔS (Isolando ΔS para encontrar seu valor, quem está multiplicando passa dividindo)
→ ΔS = 90000/100
→ ΔS = 900m

3) Um carro com velocidade de 72 Km/h é freado com uma aceleração constante, contrária ao movimento, de 10m/s²
até parar. A distância em metros percorrida pelo carro desde o instante da aplicação dos freios até parar vale:
Resposta:
O primeiro passo é transformar as unidades métricas. V0 = 72 km/h = 20m/s
- Quando o texto diz que o carro é freado, isso indica uma aceleração negativa que é confirmada quando ele indica que
tal aceleração é contrária ao movimento. Quando o carro para, indica que a velocidade final é zero.
→ V² = V0² + 2.a.ΔS
→ 0² = 20² + 2.(-10).Δs
→ 0 = 400 – 20Δs
→ 20Δs = 400
→ Δs = 400/20
→ Δs = 20m

▬ CINEMÁTICA VETORIAL ▬
► INTRODUÇÃO
- Tudo aquilo que pode ser medido é considerado como sendo uma grandeza. Massa, velocidade, aceleração, força e
energia são algumas das inúmeras grandezas físicas. As grandezas são classificadas em dois grupos: escalares e
vetoriais.
a) Grandezas escalares - Tipo de grandeza que é definida apenas a partir da informação do seu valor numérico
(módulo), seguido de uma unidade de medida. Massa, temperatura e energia são exemplos de grandezas escalares;
b) Grandezas vetoriais - Tipo de grandeza que, além do valor numérico (módulo), possui também direção e
sentido. Força, velocidade e aceleração são exemplos de grandezas vetoriais.
- Ao dizer que a temperatura ambiente é de 25 °C, a informação é totalmente transmitida, não há necessidade de
nenhum complemento. Contudo, se dissermos que uma força de 150N foi aplicada sobre um corpo qualquer, precisamos
informar a direção de aplicação da força (horizontal, vertical ou diagonal) e seu sentido (direita, esquerda, para cima,
etc.).

► VETORES E CARACTERÍSTICAS (MÓDULO, DIREÇÃO E SENTIDO)


- Vetores são segmentos de reta orientados e que caracterizam grandezas como força, velocidade, denominadas de
grandezas vetoriais.
(CESPE)
Todo vetor representa uma força. ERRADO
Comentários:
- Um vetor pode representar outra grandeza vetorial que não a força. Outras grandezas vetoriais são: impulso, quantidade
de movimento, campo gravitacional, torque, etc.

- As características dos vetores são:


a) Módulo (valor, tamanho, intensidade) - é o valor numérico do vetor seguido da unidade de medida que define
a grandeza vetorial.
b) Direção - é a reta (reta suporte) onde o vetor está localizado, e as direções possíveis são: diagonal, horizontal
e vertical.
c) Sentido - trata-se de para onde o vetor atua de acordo com sua direção. Assim, os sentidos podem ser para a
direita, para a esquerda, para cima, para baixo, para o leste, para o norte, etc.

ATENÇÃO: Dois vetores serão iguais apenas se forem iguais o seu módulo, direção e sentido.

► SOMA VETORIAL
- A soma dos vetores é chamada de RESULTANTE.
- Regras para determinar a resultante:

1) REGRA DO PARALELOGRAMO (PARA APENAS DOIS VETORES)


- Para determinar a resultante de apenas dois vetores, devem ser seguidos os seguintes passos:
a) Une-se a origem dos dois vetores;
b) Deve-se construir um paralelogramo com as retas paralelas aos vetores;
c) Une-se a origem comum ao ponto de encontro das retas traçadas para originar o paralelogramo.
2) REGRA DO POLÍGONO (PARA DOIS OU MAIS VETORES)
- Devem ser seguidos os seguintes passos:
a) Une-se a origem de um vetor à extremidade do outro sucessivamente;
b) A resultante estará na junção entre a origem do 1º vetor e a extremidade do último.

ATENÇÃO: Caso a extremidade do último vetor coincida com a origem do primeiro, temos o caso do POLÍGONO
FECHADO, caso em que a soma é igual ao VETOR NULO.

► CÁLCULO DA RESULTANTE
1) VETORES NA MESMA DIREÇÃO E SENTIDO

R=A+B

- Nesse caso, o ângulo é igual a 0º, então R = A + B, ou seja, o módulo da resultante é a soma dos módulos dos
vetores.

2) VETORES NA MESMA DIREÇÃO, MAS COM SENTIDOS OPOSTOS

R=A-B
- Nesse caso, o ângulo é igual a 180º, então R = A - B, ou seja, o módulo da resultante é a diferença dos módulos dos
vetores.

(CESPE)
Duas forças concorrentes, uma de 8 N e outra de 6 N, podem admitir como resultante uma força maior que 14 N.
ERRADO
Comentários:
- A resultante de dois vetores pode assumir valor máximo e mínimo, de acordo com o sentido dos vetores. No caso da
questão, pode ser:

- Quando os vetores possuírem a mesma direção e o mesmo sentido, o módulo da resultante será a soma dos
módulos dos vetores, jamais podendo resultar em um valor maior que essa soma.

(CESPE)
Duas forças aplicadas em um mesmo ponto podem produzir uma resultante nula. CORRETO
Comentários:
- Basta que estas forças possuam mesmo módulo e mesma direção, mas tenham sentidos opostos.

3) DOIS VETORES PERPENDICULARES

- Nesse caso, o ângulo é igual a 90º, então será resolvido através do Teorema de
- O teorema de Pitágoras diz que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. Os catetos
formam o ângulo de 90 graus.
- Aplicando à física, o valor buscado, que é a RESULTANTE, será o valor da hipotenusa.
R²(resultante/hipotenusa) = A² (cateto) + B² (cateto) → R² = A² + B²

ATENÇÃO: O teorema de Pitágoras só funcionará quando estivermos diante de um TRIÂNGULO RETÂNGULO.

► DESLOCAMENTO VETORIAL X DESLOCAMENTO ESCALAR


- O deslocamento vetorial é o deslocamento real, efetivo, que um corpo teve no plano. É representado pela
RESULTANTE, ou seja, tem como origem o local de partida e vai em linha reta ao ponto de chegada.
- O deslocamento escalar é o espaço total percorrido pelo móvel.
- 50km é o deslocamento escalar;
- 30km é o deslocamento vetorial (reta) = RESULTANTE.

Exemplo: um veículo, ao deslocar-se dentro da cidade, parte de uma praça P em busca de uma oficina Q, realizando a
seguinte sequência de deslocamentos:
I – 800 metros para o Norte;
II – 300 metros para o Oeste;
III – 400 metros para o Sul.
Sabendo que a duração do movimento foi de 8 minutos e 20 segundos, pode-se afirmar que o módulo do seu
deslocamento vetorial da praça P até a oficina Q é de 500 metros? CORRETO

- Nesse exemplo, o vetor de deslocamento é representado pela reta vermelha,


que é a resultante.
- De acordo com os dados apresentados na questão, foi possível criar o triângulo
retângulo e encontrar a hipotenusa, que é a resultante, e será a nossa resposta
na questão, aplicando o teorema de Pitágoras.

- 500 metros é o deslocamento vetorial.

- 1500 metros é o deslocamento escalar.

OBS: Quando o deslocamento vetorial e o deslocamento escalar estiverem em uma reta (na mesma direção), ou seja,
quando a trajetória do corpo for reta, então os seus módulos se confundirão (serão do mesmo tamanho – mesma
distância).

► VELOCIDADE VETORIAL MÉDIA X VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA


- A velocidade vetorial média leva em conta apenas o deslocamento vetorial (|∆S|), e não o deslocamento escalar.
- A velocidade escalar média leva em conta o deslocamento escalar (∆S).
ATENÇÃO: Como o deslocamento vetorial tem módulo menor ou, no máximo, igual ao deslocamento escalar (quando
ambos forem uma reta), a velocidade vetorial média será sempre menor ou igual à velocidade média escalar, nunca
maior.

Exemplo: um veículo, ao deslocar-se dentro da cidade, parte de uma praça P em busca de uma oficina Q, realizando a
seguinte sequência de deslocamentos:
I – 800 metros para o Norte;
II – 300 metros para o Oeste;
III – 400 metros para o Sul.
Sabendo que a duração do movimento foi de 8 minutos e 20 segundos, pode-se afirmar que o módulo de sua velocidade
vetorial média e de sua velocidade escalar média são iguais a, respectivamente, 3,0 m/s e 1,0 m/s? ERRADO

▬ MOVIMENTO CIRCULAR ▬
► ESPAÇO ANGULAR E ESPAÇO LINEAR
a) Espaço angular – é o ângulo central percorrido por um corpo quando em movimento circular. O ponteiro dos
segundos de um relógio analógico percorre o espaço angular de 360º em 60 segundos.

2π rad = 360º (dois pi radianos é igual a 360 graus)


π rad = 180º (pi radiano é igual a 180 graus)
π rad/2 = 90º (pi radiano sobre dois é igual a 90 graus)

► VELOCIDADE ANGULAR MÉDIA


- A velocidade angular média é representada pela letra grega ômega (ω).
- Para descobri-la, basta aplicar a seguinte fórmula:
LÊ-SE: Velocidade angular média é igual ao espaço angular dividido pelo tempo.

ATENÇÃO: A velocidade angular também pode ser encontrada através da divisão entre a velocidade linear (V) e o
raio (R).
V
ω= LÊ-SE: Velocidade angular média é igual à velocidade linear dividida pelo raio.
R

- A velocidade angular média pode ser representada pelas seguintes unidades: rad/s (radianos por segundo), rad/min
(radiano por minuto), rad/h (radiano por hora), etc.
- Exemplo¹: em um relógio analógico, o ponteiro das horas leva 12 horas para dar uma volta completa, ou seja, leva 12
horas para percorrer a distância angular de 360 graus. Sabendo que 360º = 2π rad, então, aplicando a fórmula da
velocidade média, encontraremos a velocidade angular média do ponteiro da hora da seguinte forma:
→ ω = ∆θ/∆t
→ ω = 360º/12h
→ ω = 2πrad/12h
→ ω = π/6rad/h (pi sobre 6 radianos por hora)

- Exemplo²: em um relógio analógico, o ponteiro dos minutos leva 60 minutos para dar uma volta completa, ou seja,
leva 60 minutos para percorrer a distância angular de 360 graus. Sabendo que 360º = 2π rad, então, aplicando a fórmula
da velocidade média, encontraremos a velocidade angular média do ponteiro dos minutos da seguinte forma:
→ ω = ∆θ/∆t
→ ω = 360º/60min
→ ω = 2πrad/60min
→ ω = π/30rad/min (pi sobre 30 radianos por minuto)

► MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME - MCU


- É um movimento que se realiza com velocidade vetorial de módulo constante, em que o móvel descreve uma trajetória
curvilínea.
- A velocidade angular instantânea desse movimento também tem módulo constante.

1) PERÍODO/FREQUÊNCIA
a) Período (T) – é o intervalo de tempo decorrido em cada volta completa de um móvel que realiza MCU. É
representado por: segundos (s), minutos (min), hora (h), etc.
b) Frequência (f) – é o número (n) de voltas completas em um determinado intervalo de tempo (∆t).
n
f= LÊ-SE: Frequência é igual ao número de voltas dividido pelo tempo.
∆t
- A frequência pode ser representada pelas seguintes unidades: Hertz (Hz) (ciclos/segundo), RPM (rotações/minuto),
etc.
2) EQUAÇÃO DA VELOCIDADE NO MCU
- Podem ser usadas duas equações, a depender das informações obtidas.
- Se a questão der o “tempo”, será usada a seguinte equação:
2 πR
V= LÊ-SE: Velocidade é igual a 2 pi multiplicado pelo raio dividido pelo tempo total.
T

- Se a questão, ao invés do tempo, fornecer a frequência, será usada a seguinte equação:

V = 2π.R.f LÊ-SE: Velocidade é igual a 2 pi multiplicado pelo raio, multiplicado pela frequência.

Exemplo:
Fazendo parte da tecnologia hospitalar, o aparelho representado na figura é capaz de controlar a administração de
medicamentos em um paciente. Regulando-se o aparelho para girar com frequência de 0,25 Hz, pequenos roletes das
pontas da estrela, distantes 6 cm do centro desta, esmagam a mangueira flexível contra um anteparo curvo e rígido,
fazendo com que o líquido seja obrigado a se mover em direção ao gotejador. Sob essas condições, a velocidade escalar
média imposta ao líquido em uma volta completa da estrela é, em m/s (dado: π=3.1):

→ V = 2π . R . f
→ V = 2 . 3,1 . 6cm . 0,25Hz
→ V = 6,2 . 1,5
→ V = 9,3 cm/s (a resposta pede em m/s, então tem que dividir por 100)
→ V = 0,093 m/s

► TRANSMISSÃO DE MCU
1) ATRAVÉS DE UM EIXO
- As duas catracas, A e B, e o eixo possuirão mesma frequência (f), mesmo tempo (T) e mesma velocidade angular
(ω) (vão dar voltas na mesma quantidade de tempo), porém, a velocidade (V) será diferente, pois, como se percebe na
imagem, o Raio da catraca A é maior que o de B e do eixo, fato que influencia diretamente na velocidade (V).

- Observando as duas catracas e o eixo em uma visão lateral, é facilmente perceptível


que as distâncias percorridas entre eles (marcada em amarelo na imagem) é sim
diferente, embora a frequência de rotação, o tempo e a velocidade angular de todos eles
sejam iguais.

2) ATRAVÉS DO CONTATO DIRETO/INDIRETO


- O contato direto ocorre quando dois ou mais discos (dentados, por exemplo) se movimentam interligados entre si, de
modo que o movimento de um repercutirá diretamente no outro.
- No contato indireto, o movimento de um disco repercutirá indiretamente no outro, através de uma corrente, por
exemplo, como na bicicleta.
- Aqui, quando os discos possuem raio (R) diferentes, a velocidade de um será diferente da do outro.
- O disco menor possuirá frequência maior do que o disco maior, pois o disco menor precisará girar mais vezes para
percorrer a mesma distância linear do disco maior.
- A velocidade angular do disco menor será maior do que a do disco maior, pelo mesmo motivo acima.

A fórmula da Velocidade Linear é:

V = ω.R LÊ-SE: Velocidade é igual à velocidade angular (ω) multiplicado pelo raio (R).

Exemplo: em uma bicicleta, a transmissão do movimento das pedaladas se faz através de uma corrente, acoplando um
disco dentado dianteiro (coroa) a um disco dentado traseiro (catraca), sem que haja deslizamento entre a corrente e os
discos. A catraca, por sua vez, é acoplada à roda traseira de modo que as velocidades angulares da catraca e da roda
sejam as mesmas (ver a seguir figura representativa de uma bicicleta). Em uma corrida de bicicleta, o ciclista desloca-se
com velocidade escalar constante, mantendo um ritmo estável de pedaladas, capaz de imprimir no disco dianteiro uma
velocidade angular de 4 rad/s, para uma configuração em que o raio da coroa é 4R, o raio da catraca é R e o raio da
roda é 0,5m. Com base no exposto, conclui-se que a velocidade escalar do ciclista é:
- A coroa gira 4 vezes mais rápida que a catraca e a catraca encontra-se no mesmo eixo da roda;
- A velocidade angular da coroa é 4 rad/s e, consequentemente, a da catraca será de 16 rad/s, pois a coroa gira 4
vezes mais rápido que a catraca.

→ V = ω.R
→ V = 16 rad/s . 0,5m
→ V = 8m/s
▬ DINÂMICA ▬
▬ FORÇA ▬

- É o agente físico cujo efeito dinâmico é a aceleração.


- A força pode levar um corpo a possuir aceleração em determinado evento físico.
- A força é também uma grandeza vetorial, ou seja, possui direção e sentido, além de um módulo e uma unidade de
medida.

► UNIDADE DE FORÇA
- A unidade de força é o newton (N), em homenagem a Isaac Newton.
- Também poderá ser utilizado o kgf (quilograma-força).
ATENÇÃO MASTER: Para a força ser dada em Newton, necessariamente a aceleração e a massa devem ser dados em
m/s² e kg.

► LEIS DE NEWTON
1) 1ª LEI DE NEWTON – LEI DA INÉRCIA
- Todo corpo tende a permanecer em repouso, ou movimento retilíneo e uniforme, até que um agente externo o retire
desse estado, chamado de inércia de repouso ou inércia de movimento, respectivamente.

a) Inércia de repouso - é a própria tendência que um corpo possui de permanecer naquele lugar em que foi
deixado até que alguém vá lá e o retire do repouso.
b) Inércia de movimento - se um corpo está em movimento e ninguém age em cima daquele corpo para que ele
modifique o módulo, a direção ou o sentido de sua velocidade, então aquele corpo irá manter aquele movimento
sempre na mesma direção, no mesmo sentido e com a mesma velocidade em módulo.

2) 2ª LEI DE NEWTON – PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA


- A força resultante em um corpo será proporcional à aceleração obtida por ele.
- Quando o corpo estiver em equilíbrio, a força resultante sobre esse corpo será nula.
- O equilíbrio pode ser:
a) Equilíbrio estático - É aquele quando o corpo está em repouso.
- É uma força variável. Quanto mais se aplica força a um objeto e ele, mesmo com esse aumento de força, continua
parado, significa que o atrito estático também aumenta, sempre assumindo o valor da força aplicada.
b) Equilíbrio dinâmico - É aquele em que o corpo está em estado de movimento uniforme. Não basta estar em
movimento, tem que ser um MU.
- Como se vê, é perfeitamente possível haver um corpo em movimento sem uma força atuando sobre ele.
(CESPE)
Se a soma das forças que atuam em um objeto for igual a zero, então ele só pode estar em repouso. ERRADO
Comentários:
- Se as forças são iguais a zero, então a resultante é nula, o que pode caracterizar o equilíbrio estático (veículo em
repouso) ou dinâmico (veículo em movimento - MRU).

(CESPE – CBM/PA - 2003)


Um objeto em movimento retilíneo e uniforme está sujeito a uma força resultante nula. CORRETO
Comentário:
- Mesmo estando em movimento, este corpo não possui aceleração (nem tangencial, que varia o módulo, nem
centrípeta, que varia a direção). Caso fosse um movimento uniformemente variado ou curvilíneo, aí sim a resultante não
seria nula, pois haveria aceleração.

- Para encontrar a Força Resultante, utiliza-se a seguinte fórmula:

FR = m . a LÊ-SE: Força resultante é igual à massa multiplicada pela aceleração.


ATENÇÃO: Como já destacado acima, para a força ser dada em Newton, necessariamente a aceleração e a massa
devem ser dados em m/s² e kg.

(CESPE)
Da segunda lei de Newton, concluímos que, considerando uma força constante, quanto maior for a massa de um corpo,
menor será a sua aceleração. CORRETO
Comentário:
- Utilizando a fórmula da Força Resultante, é possível perceber que, para dois corpos com massa de 10kg e 20kg,
aplicando a mesma força constante de 20N, teremos os seguintes módulos de aceleração:
→ FR = m . a → FR = m . a
→ 10N = 10kg . a → 10N = 20kg . A
→ 10a = 10 → 20a = 10
→ a = 10/10 → a = 10/20
→ a = 1m/s² → a = 0,5m/s²

- Por uma questão de lógica, se a for aplica em dois corpos é a mesma, então, quanto mais pesado for o corpo (quanto
mais massa ele tem), mais difícil se torna o seu movimento. Desta forma, para a mesma força, a aceleração do corpo
mais pesado será menor do que a do corpo mais leve. É como pegar um carro de 500kg e outro de 1 tonelada e colocar o
mesmo motor 1.0 em ambos. O mais pesado terá uma aceleração mais lenta.

3) 3ª LEI DE NEWTON – AÇÃO E REAÇÃO


- A toda ação, corresponde uma reação, de mesmo módulo, mesma direção, porém de sentido oposto à ação e aplicada
em corpo distinto”.
ATENÇÃO MASTER: As forças de ação e reação não se anulam, pois são aplicadas em corpos distintos.
- Exemplo¹: Quando caminhamos nós exercemos uma força para trás no solo, e o solo exerce uma força para frente em
nós; essa força tem o mesmo módulo, a mesma direção, porém sentido contrário e está aplicada em corpo distinto: a
ação é aplicada no solo e a reação é aplicada na pessoa.
- Exemplos²: A bola, ao atingir a cabeça de um jogador, exerce uma força de contato contra ele, que por sua vez exerce
uma força de oposição na bola. Essa força de oposição terá a mesma direção, o mesmo módulo (intensidade) e sentido
oposto, aplicada sobre a bola (a bola aplica a força no jogador e o jogador aplica a força na bola – corpos distintos).
- Exemplo³: Ao colidirem entre si, dois veículos trocam forças opostas de mesmo módulo e direção, mas com sentidos
opostos.
(CESPE - CBM-DF – COMBATENTE – 2011)
De acordo com a terceira lei de Newton, a força de ação e a força de reação correspondente não atuam em um mesmo
corpo, mas em corpos distintos. CORRETO
Comentário:
- O item está correto, pois está de acordo com a terceira lei, que afirma que as forças de ação e reação aplicam-se em
corpos distintos. É essa justamente a razão pela qual ação e reação não se anulam.

(CESPE)
As forças de ação e reação que atuam sobre um objeto são forças de mesmo módulo e possuem sentidos opostos.
ERRADO
Comentário:
- As forças de ação e reação não atuam sobre um mesmo objeto. É justamente pelo fato de serem aplicadas em corpos
distintos que elas não se anulam.

► FORÇA PESO
- Essa força sempre existirá, bastando para isso que o corpo possua massa e esteja submetido à gravidade.
- As características dessa força são:
(I) Direção – vertical;
(II) Sentido – para baixo;
(III) Módulo – |P| = m.|g|
OBS: O valor do peso depende da aceleração da gravidade, ou seja, a depender do planeta, a força peso será
diferente.
OBS: Não se pode confundir peso e massa.

P = m . g LÊ-SE: Força peso é igual à massa multiplicada pela gravidade.


OBS: A gravidade da terra é aproximadamente 10m/s² (exatamente 9,8m/s²)

Exemplo: eu, Mateus, peso 84 kg. A terra me puxa com uma força equivalente a 84kg x 10m/s². Portanto, a força com
que a terra me puxa para baixo é de 840 NEWTONS (FORÇA PESO ou FORÇA GRAVITACIONAL).

(CESPE – CBM/PA – 2003)


Se um corpo está em repouso, então ele não está sujeito à ação de forças. ERRADO
Comentário:
- Nós estamos sempre sujeitos à ação da força da gravidade (força peso), por exemplo. O que não ocorre é a ação de
força resultante, pois não está havendo aceleração.

(CESPE)
Apesar de massa e peso serem grandezas diferentes, o módulo delas é igual. ERRADO
Comentário:
- Peso e massa são grandezas diferentes. A força peso é o produto da massa de um corpo multiplicado pela gravidade.
Quando a aceleração da gravidade for 1 m/s², nesse caso a massa e o peso possuirão o mesmo módulo, mas somente
nesse caso.
(CESPE)
Massa e peso são propriedades de um corpo. ERRADO
Comentário:
- Massa é uma propriedade de um corpo, que representa a quantidade de matéria que ele acumula. Entretanto, peso é o
fruto da interação gravitacional entre a Terra e o corpo, não sendo, portanto, uma propriedade deste.

► FORÇA NORMAL
- É a força feita por uma superfície a fim de sustentar um objeto depositado sobre ela.

- A seta representada por P simboliza a força peso do objeto que é vertical, para baixo e resultado da
atração gravitacional entre o objeto e o planeta. Por sua vez, a seta indicada por N representa a força normal, que é
realizada pela superfície sobre o objeto.
- A força normal é sempre perpendicular à superfície na qual o objeto foi depositado.

- Na imagem acima, temos um objeto sobre um plano inclinado, formando um ângulo α com a horizontal. Nesse caso a
força normal (N) está representada sobre o eixo y, de modo perpendicular ao plano em que está o objeto.
ATENÇÃO: A força normal, quando o objeto estiver em um plano horizontal (livro sobre a mesa ou um carro em
uma estrada plana e horizontal, por exemplo) e não estiver incidindo sobre ele qualquer outra força, será igual à força
peso. Porém, quando estiver, por exemplo, em um plano inclinado, será diferente da força peso. Portanto, nem sempre
a força normal será igual à força peso.

► FORÇAS DE ATRITO
- O atrito é fruto das imperfeições das superfícies e da interação das moléculas dos materiais, ou seja, há atrito, ainda
que pequeno, mesmo em superfícies lisas.
- O atrito pode ser:
a) Estático – quando o corpo está parado;
- Por exemplo, se for aplicada força de 10 N e o corpo permanecer parado, então o atrito estático será também de 10
N. Portanto, sempre que for aplica uma força em um corpo e esse corpo permanecer parado, então o atrito
possuirá o mesmo módulo da força aplicada.
- Pode-se afirmar, então, que a força de atrito estático será sempre igual à força motriz que tenta tirar o corpo do
repouso, desde que ele permaneça em repouso.

- A força de atrito estático sempre variará para assumir o valor da força motriz, anulando-se entre si, desde que
o corpo permaneça estático.
b) Cinético ou dinâmico – quando o corpo está em movimento.
- O atrito estático é maior do que o cinético. Por isso que é mais fácil aplicar uma força no carro em movimento do
que parado, pois quando o corpo está em movimento, o atrito estático já foi vencido.

ATENÇÃO: A área não interfere no atrito. Por exemplo, pneu mais largo não produz mais atrito que pneu estreito.
Portanto, isso não se confunde com estabilidade de um veículo, que, aqui sim, leva em consideração a largura dos pneus
e o peso do veículo. A estabilidade é importante para evitar, em uma curva, o capotamento de um veículo.

- A FORÇA DE ATRITO pode ser encontrada através da seguinte fórmula:

Fat = μ . N LÊ-SE: força de atrito é igual à constante multiplicada pela força normal.

- A unidade de medida da força de atrito no Sistema Internacional é o Newton (N).


- Já os coeficientes de atrito estático e cinético são adimensionais, ou seja, são números puros que não possuem
unidade de medida. Exemplo: 0,2, 07, 1,3, etc.
OBS: O coeficiente de atrito é representado pela letra grega “mi” (μ).

(NUCEPE – PC/PI)
Um veículo estava deslocando-se com velocidade constante e, ao avistar um obstáculo na pista, imediatamente os freios
foram acionados, de maneira que as rodas do veículo foram travadas e as marcas dos pneus, no asfalto, foram de
34,73m, desde o início da freada até a parada total. Considerando a força de atrito entre os pneus e o solo como sendo
0,9 e a aceleração gravitacional 10m/s², qual o valor absoluto, aproximado, da velocidade do carro quando do início do
acionamento dos freios?
Resposta:
- Primeiramente, é importante perceber que a questão que saber a velocidade (V), mas não deu qualquer intervalo de
tempo, devendo, nesse caso, ser utilizada a equação de Torricelli. Entretanto, a questão também não trouxe a aceleração
do veículo. Portanto, antes de aplicar a equação de Torricelli, será necessário encontrar a aceleração do veículo.
- Nesse tipo de questão, a aceleração será encontrada através da seguinte fórmula:

a = μ . g LÊ-SE: aceleração é igual ao coeficiente de atrito estático multiplicado pela gravidade.


- Teremos então:
→a= μ.g
→ a = 0,9 . 10
→ a = 9m/s²
- Sabendo o valor da aceleração do veículo e os demais dados trazidos no enunciado da questão, agora sim será aplicada
a equação de Torricelli:
→ V² = V0² + 2.a.ΔS
→ 0 = V0² – 2.9.34,73
→ 0 = V0² – 625,14
→ V0² = 625,14
→ V0 = √625,14
→ V0 = 25m/s
→ V0 = 90km/h
OBS: É importante sempre atentar que, neste tipo de questão, quando ocorrer uma frenagem, o carro estará
desacelerando, reduzindo a velocidade, razão que explica o sinal de subtração (-) na equação de Torricelli.
OBS: Em questões como essa, o zero (0) na velocidade (V) se dá pois o enunciado da questão deixa claro que o veículo
parou após a frenagem. A única coisa que a questão quer saber é a velocidade inicial (V0), pois foi quando iniciou a
frenagem e a consequente derrapagem do veículo que deixou a marca de frenagem no asfalto.
► FORÇA CENTRÍPETA (FORÇA RESULTANTE CENTRÍPETA)
- Essa força não está presente em movimento retilíneo, somente em movimento curvilíneo.
- Essa força sempre atua para o centro da curva. Quando um carro faz uma curva, essa força empurra o veículo para o
centro da curva, em contraposição à força centrífuga, que tenta empurrar o carro para fora da curva.
- Para encontrar a força centrípeta, é importante entender a aceleração centrípeta.
- A aceleração centrípeta pode ser encontrada através das seguintes fórmulas:

acen = R LÊ-SE: aceleração centrípeta é igual à velocidade ao quadrado dividido pelo raio.
acen = ω² . R LÊ-SE: velocidade angular ao quadrado multiplicada pelo raio.

- Entendida a aceleração centrípeta, fica fácil entender a equação da força centrípeta, que é igual à força resultante e
pode ser encontrada através da seguinte fórmula:
FR = m . acen → Essa equação resultará na equação abaixo:

Fcen = m. R LÊ-SE: força centrípeta é igual à massa multiplicada pela velocidade ao quadrado dividido pelo
raio.

ATENÇÃO: A força centrípeta é igual à força de atrito, pois é o atrito do pneu do carro com o asfalto que faz com
que ele não saia da curva. Se a força de atrito for vencida, então o veículo será empurrado para fora da curva pela ação
centrífuga.

(CESPE – SEDUC/ES – 2016)


Quando um carro faz uma curva em uma estrada plana, a força centrípeta é proporcionada pela força de atrito entre a
superfície da estrada e os pneus do carro. O atrito é estático se o carro não derrapa radialmente. CERTO
Comentários:
- A força resultante centrípeta está sendo exercida pela força de atrito, que é estático, pois não há derrapagem para fora
da curva, sendo o atrito estático o responsável pela manutenção do veículo na curva.

(CESPE – SEDUC/ES – 2016)


Ao se pressionar um bloco contra uma parede vertical com a mão, a direção da força de atrito exercida pela parede
sobre o bloco é paralela à parede e aponta para cima. CERTO
Comentários:
- A força de atrito será sempre na direção da superfície. Portanto, como a parede é vertical, a força de atrito, nesse
caso, será a direção vertical. O sentido é sempre contrário à tendência de movimento de escorregamento. A força peso,
na direção vertical e no sentido para baixo, é a responsável pela tendência de movimento do bloco para baixo. Assim, a
força de atrito será contrária, ou seja, para cima, sendo estática, por não haver deslizamento.
- Exercício: um carro percorre uma pista circular de raio 50m, contida em um plano horizontal. O coeficiente de atrito
estático entre seus pneus e o asfalto vale 0,2 e, no local, a aceleração da gravidade tem módulo 10m/s². Pegunta-se:
(I) Com que velocidade linear máxima o carro deve deslocar-se ao longo da curva com a condição de não derrapar?
- Se a força centrípeta é igual à força de atrito, então teremos:
→ Fatr = Fcen

→ μ.N=m.
R

→μ.m.g=m.
R

→ 0,2 . m . 10 = m .
50

→2=
50
→ v² = 2.50
→ v = √ 100
→ v = 10m/s
→ v = 36 km/h

(II) A velocidade calculada no item anterior depende da massa do carro?


- Como se percebe no cálculo realizado acima, a massa NÃO influencia no cálculo, tanto é que se pode cortar a massa
nos dois lados do sinal de igual. Portanto, se o veículo pesar 100 kg ou 10 ton, o cálculo da velocidade limite para se
realizar a curva será o mesmo.

► EQUAÇÃO DA VELOCIDADE MÁXIMA EM UMA CURVA SEM ROMPER O ATRITO ESTÁTICO


- Esta equação serve para facilitar a resolução do problema acima solucionado. É ela:

Vmax = √ μ . R . g LÊ-SE: Velocidade máxima é igual à constante multiplicada pelo Raio, multiplicado pela
gravidade.
Assim, aplicando essa fórmula ao cálculo acima proposto, tem-se:
→ Vmax = √ 0,2 .50 . 10
→ Vmax = √ 100
→ Vmax = 10m/s
→ Vmax = 36 km/h

▬ TRABALHO ▬
► TRABALHO MECÂNICO
- A unidade de Trabalho no Sistema Internacional é o Joule (J).
- O trabalho mecânico é uma grandeza escalar, diferente da Força (N), que é uma grandeza vetorial (módulo, direção
e sentido). Portanto:
a) Quando uma força tem a mesma direção do movimento, o trabalho realizado é positivo: >0;
b) Quando uma força tem direção oposta ao movimento, o trabalho realizado é negativo: <0.
- O trabalho é representado pela letra grega tau minúscula (ζ).
- A principal função do trabalho mecânico dentro do movimento é variar a energia cinética de um corpo.

► ENERGIA CINÉTICA (ENERGIA DE MOVIMENTO)


- É a energia de um corpo que está associada a um movimento. Se o corpo apresenta movimento em relação a
determinado referencial, então ele possui energia cinética.

► CÁLCULO PARA ENCONTRAR O TRABALHO MECÂNICO


- Pode ser encontrado de duas formas:

1) FORÇA CONSTANTE
- Força constante é aquela cujo módulo, direção e sentido NÃO VARIAM.
- Utiliza-se a seguinte fórmula:

ζ = F . d . cos(θ) LÊ-SE: trabalho é igual à força (em Newton), multiplicada pelo deslocamento,
multiplicado pelo cosseno do ângulo entre o vetor da força e a direção do movimento.

OBS: Geralmente, o enunciado da questão diz qual o valor do cosseno do ângulo. Exemplo: cosseno de um ângulo de
60º é ½ ou 0,5.

- A depender do ângulo, teremos:


a) ζ = F . d . cos 0º
- Quando θ = 0º, então cosθ = 1.
- Aqui o trabalho será MOTOR (positivo).
- Nesse caso, a força é paralela e no mesmo sentido do deslocamento. Portanto, a velocidade do corpo
aumentará.

b) ζ = F . d . cos 180º
- Quando θ = 180º, então cosθ = -1.
- Aqui o trabalho será RESISTENTE (negativo).
- Nesse caso, a força é paralela, mas contrária ao sentido do deslocamento. Portanto, a velocidade do corpo
diminuirá.
c) ζ = F . d . cos 0º
- Quando θ = 0º, então cosθ = 0.
- Nesse caso, a força é perpendicular ao sentido do deslocamento. Portanto, o trabalho é NULO, ou seja, NÃO
REALIZA TRABALHO.
ATENÇÃO: Aqui, a velocidade do corpo não variará em módulo, podendo sofrer mudanças apenas na direção
e no sentido.
(CESPE)
A força normal nunca realiza trabalho, pois sempre será perpendicular à superfície por onde se desloca o corpo.
CERTO
(CESPE)
Toda força de natureza centrípeta não realiza trabalho, pois será sempre perpendicular ao deslocamento. CERTO

d) ζ = F . d . Cos(θ)
- Aqui será o caso de uma força concorrente de qualquer outro ângulo que não os dos casos acima.
- Geralmente, a questão diz qual o valor do Cos(θ).

RESUMINDO:

- De acordo com os pontos acima, o trabalho mecânico pode ser classificado como:
a) Trabalho motor - O trabalho será motor quando ele for positivo, aumentando assim a energia cinética do corpo
que estiver recebendo o trabalho dessa força.
- O trabalho será motor sempre que o ângulo entre o vetor força e o vetor
deslocamento for agudo, ou seja, menor do que 90º.
b) Trabalho resistente – o trabalho é resistente quando ele for negativo, diminuindo a energia cinética do corpo
que estiver recebendo o trabalho dessa força.
- O trabalho será resistente sempre que o ângulo entre o vetor força e o vetor deslocamento for obtuso, ou seja,
maior do que 90º.

- O atrito é um exemplo de força resistente, que na maioria dos casos realiza um


trabalho resistente.

2) FORÇA VARIÁVEL
- Quando a força é variável, o trabalho realizado por ela não pode ser calculado de acordo com a fórmula vista
anteriormente.
- Nesse caso, vamos ter que usar o artifício do gráfico de F x d, ou seja, o gráfico da força em função do deslocamento.
- O trabalho de uma força variável é numericamente igual à área sob o gráfico F x d. Exemplo:

- Pode acontecer ainda de a força ser positiva para um deslocamento e negativa para outro. Exemplo:

- Nesse caso, o trabalho será negativo para as partes do gráfico que ficam abaixo do eixo horizontal. Assim, o trabalho
total será a diferença entre o trabalho positivo (acima do gráfico) e o trabalho negativo (abaixo do gráfico).

- Nesse exemplo, o trabalho é positivo de 0m a 3m, e é negativo de 3m a 5m.


- Para encontrar o trabalho nesses casos de força variável, deve-se usar as fórmulas matemáticas para encontrar a área das
figuras geométricas (triângulo, quadrado, retângulo, losango, paralelogramo, trapézio, etc.).
a) Triângulo - A sua área pode ser calculada multiplicando-se a base pela altura, que deve ser obtida tomando por
base a ponta do triângulo até a sua base.

b.h
A= 2

b) Paralelogramo - O paralelogramo é um quadrilátero em que seus lados opostos possuem a mesma medida. A
área do paralelogramo pode ser obtida multiplicando-se a base (b) pela altura (h). (mesma fórmula que se utiliza
para calcular a área de um retângulo e também do quadrado, sendo que, no caso do quadrado, como todos os
lados são iguais, para encontrar a sua área basta elevar um lado à segunda potência - L²).

A=b.h

c) Trapézio - O trapézio é um quadrilátero que possui dois lados paralelos chamados de base maior e base menor e
dois lados não paralelos.
- A área do trapézio é a metade do produto entre a soma das bases pela altura.
( B+ b ) .h
A= 2

► FORÇA GRAVITACIONAL (TRABALHO DA FORÇA PESO)


- A força peso realiza trabalho sempre que há um deslocamento vertical do corpo.
- Essa força possui uma equação diferente para se encontrar o valor do trabalho.

ζ = m . g . h LÊ-SE: trabalho é igual à massa, multiplicada pela gravidade, multiplicada pela altura.

- Quando o móvel estiver descendo, a força peso atuará em seu favor, fazendo com que o trabalho seja positivo, pois o
móvel estará em movimento acelerado (força motor/motriz).
- Quando o móvel estiver subindo, a força peso atuará contra ele, o freando, fazendo com que o trabalho seja negativo,
pois o móvel estará em movimento retardado (força resistente).

► TRABALHO DA FORÇA DE ATRITO


- A força de atrito estático não realiza trabalho. Portanto, o trabalho da força de atrito se refere apenas ao atrito
dinâmico.
- O trabalho de força de atrito dinâmico é muito comum em um processo de frenagem de veículos, onde a força de atrito
dinâmico atuante quando do travamento das rodas vai realizar um trabalho negativo, com o intuito de diminuir a
velocidade do veículo pelo escorregamento das rodas no asfalto.

ATENÇÃO: Esse trabalho realizado pelo atrito se transforma em outros tipos de energia, como a energia sonora, a
energia térmica (aumento da temperatura dos pneus e do asfalto), entre outras.

▬ POTÊNCIA ▬
- Potência é a rapidez com que o trabalho é realizado por um corpo. Uma máquina muito potente é aquela que realiza
muito trabalho em pouco tempo.

► POTÊNCIA MÉDIA
- É o valor do trabalho mecânico total dividido pelo intervalo de tempo gasto para realizá-lo.

LÊ-SE: Potência média é igual ao trabalho total dividido pelo intervalo de tempo.

► UNIDADES DE POTÊNCIA
- A unidade do SI é o W (watt = J/s), ou seja, é a razão entre o joule e o segundo. Existem alguns submútiplos do watt
(W):
Quilowatt (KW) → 1.000 W ou 10³W
Megawatt (MW) → 1.000.000 W ou 106
- Existem ainda as unidade CV (cavalo vapor) e HP (horse power), que se caírem na prova, o examinador deverá
colocar o fator de conversão.

Você também pode gostar