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Refrigeração e ar Condicionado

Ciclo de refrigeração por compressão de vapor. Conclusões.


Exemplos:
Um sistema de refrigeração por compressão de vapor trabalha com gás
refrigerante R-134a a uma taxa de 6 kg/min. O refrigerante entra no
compressor a -10 C e 1,4 Bar e sai a 8 Bar. A eficiência isentrópica do
compressor é de 70%. Não existe queda de pressão apreciável à medida
que o refrigerante escoa pelo condensador e pelo evaporador.

Ignorando os efeitos da transferência de calor entre o compressor e suas vizinhanças, e


admitindo que o refrigerante sai do condensador em estado de líquido saturado:

a)Determine o COP do refrigerador

b)Determine a capacidade frigorífica em TR

R/:
 De acordo com os dados, o estado de saída do refrigerante do condensador
indica que:

Na condição de líquido saturado a P = 8 Bar: h3 = 95,47 kJ/kg

É conhecido que h3 = h4 = 95,47 kJ/kg

Determinando h1, na condição de vapor superaquecido h1 = 246,36 kJ/kg

 De acordo com os dados, Tsat para essa pressão é de -18,77 C:


Exemplos:
Determinando h2s, (condição teórica):
Lembrando que na condição teórica s1 = s2s = 0,9724 kJ/kg.K

 Por interpolação: h2s = 284,21 kJ/kg

 Determinando a entrada real de trabalho:

𝒘𝒊𝒅𝒆𝒂𝒍
𝜼𝑪𝑰𝑺 = 𝒘𝒊𝒅𝒆𝒂𝒍 𝒉𝟐𝒔 − 𝒉𝟏 𝟐𝟖𝟒,𝟐𝟏 −𝟐𝟒𝟔,𝟑𝟔
𝒘𝒓𝒆𝒂𝒍
𝒘𝒓𝒆𝒂𝒍 = = =
𝜼𝑪
𝑰𝑺 𝜼𝑪
𝑰𝑺 𝟎,𝟕

𝒘𝒓𝒆𝒂𝒍 = 𝟓𝟒, 𝟎𝟕 𝒌𝑱/𝒌𝒈

Determinando o COP do refrigerador

𝑸𝑭 𝒒𝑭 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 𝟐𝟒𝟔, 𝟑𝟔 − 𝟗𝟓, 𝟒𝟕
𝑪𝑶𝑷𝑹 = = = = 𝑪𝑶𝑷𝑹 =2,79
𝑾𝑪 𝒘𝒓𝒆𝒂𝒍 𝒘𝒓𝒆𝒂𝒍 𝟓𝟒, 𝟎𝟕
Exemplos:

 Determinando a capacidade frigorífica em TR :

𝑸𝑭(𝑻𝑹) = 𝒎 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 /𝟑, 𝟓𝟏𝟔𝟔𝟕

𝟔 𝟏
𝑸𝑭(𝑻𝑹) = (𝟐𝟒𝟔, 𝟑𝟔 − 𝟗𝟓, 𝟒𝟕)
𝟔𝟎 𝟑, 𝟓𝟏𝟔𝟔𝟕

𝑸𝑭(𝑻𝑹) = 4,29 TR
Exemplos Prova:

De acordo com as normas que correspondem à conservação de certo tipo de alimentos, os mesmos
devem estar sob refrigeração a 0 oC, e para tanto, é proposta a utilização de um ciclo de
refrigeração por compressão de vapores, onde sugere-se que o refrigerante saia do evaporador do
ciclo de refrigeração a -10 oC (vapor saturado). É conhecido que a compressão, vai até P = 10 bar e
T = 50 oC, sendo que o gás refrigerante utilizado (R134a), na saída do condensador deve estar no
estado de líquido saturado. Se em tal circunstância a capacidade de refrigeração requerida é de 10
TR, o fluxo de massa de gás refrigerante utilizado no ciclo é:

𝒌𝒈
a) 𝒎 = 𝟐, 𝟓𝟕
𝒔
𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆
𝒌𝒈
b) 𝒎 = 𝟏𝟓, 𝟒𝟐
𝒎𝒊𝒏
𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆
𝒌𝒈
c) 𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟓𝟕
𝒎𝒊𝒏
𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆
𝒌𝒈
d) 𝒎 = 𝟐, 𝟓𝟕
𝒎𝒊𝒏
𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆
𝒌𝒈
e) 𝒎 = 𝟎, 𝟎𝟓
𝒔
𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆
Observações iniciais:

 As condições que permitem a determinação do estado termodinâmico do


gás refrigerante em cada ponto do ciclo são oferecidas.

 Qualquer forma de perda de carga é desconsiderada.

 O texto do problema não expressa qualquer informação sobre o tipo de compressão (isentrópica
ou não).

 Porém, com ajuda da tabela, você pode determinar qual seria o caso..

 A incógnita do problema é a vazão de refrigerante no ciclo.

 Sendo que o dado adicional encontrado no texto é a capacidade de refrigeração requerida expressa
em TR.
h1 = 244,51 kJ/kg

h2 = 282,74 kJ/kg Informações adicionais:


Conforme os
dados da tabela:  A compressão não é isentrópica
h3 = 107,32 kJ/kg

h4 = 107,32 kJ/kg s1 = 0,93766 kJ/kg.K Saída do evaporador

s2 = 0,9525 kJ/kg.K Saída do compressor


Observações iniciais:

 O resultado parcial da análise (compressão real), tem alguma utilidade para


a determinação da nossa incógnita?

O processo no evaporador, associado à capacidade de refrigeração:

𝑸𝑭 = 𝒎(𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 )  A capacidade de refrigeração requerida é 10 TR

 Sendo que é conhecido que 1 Tr = 3,52 kW (aproximadamente)

Então: Relação mais precisa: 1TR = 3,516667 kW

𝑸𝑭 𝟑𝟓, 𝟐
𝒎= = = 𝟎, 𝟐𝟓𝟕 𝒌𝒈/𝒔  Nenhuma coincidência
(𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 ) (𝟐𝟒𝟒, 𝟓𝟏 − 𝟏𝟎𝟕, 𝟑𝟐) com valor e unidades!!

 Só que, multiplicando por 60, obtemos a vazão em kg/min, sendo: 15,42 kg/min...

Alternativa correta é o item b)

Com relação ao mesmo texto, outras perguntas.....


Se em tal circunstância a capacidade de refrigeração requerida é de 10
TR, o consumo de potência do compressor (KW) é:

Lembrando dados da tabela:


𝑾𝑪 = 𝒎(𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 )
h1 = 244,51 kJ/kg

h2 = 282,74 kJ/kg 𝑾𝑪 = 𝟎, 𝟐𝟓𝟕 𝟐𝟖𝟐, 𝟕𝟒 − 𝟐𝟒𝟒, 𝟓𝟏 = 𝟗, 𝟖𝟐𝟓 𝒌𝑾

Se em tal circunstância a capacidade de refrigeração requerida é de 10 TR, o mínimo


consumo de potência do compressor (KW) trabalhando é:

 Na compressão isentrópica s2s = 0,93766 kJ/kg.K Saída do compressor

Na interpolação: h2s = 278,01 kJ/kg Saída do compressor

𝑾𝑪 = 𝒎 𝒉𝟐𝒔 − 𝒉𝟏 = 𝟎, 𝟐𝟓𝟕 𝟐𝟕𝟖, 𝟎𝟏 − 𝟐𝟒𝟒, 𝟓𝟏 = 𝟖, 𝟔𝟏 𝒌𝑾


Para treinar:
Um refrigerador usa refrigerante R-134a como fluido de trabalho e opera
em um ciclo ideal de refrigeração por compressão de vapor entre 0,12 e
0,7 MPa. A vazão mássica do refrigerante é de 0,05 kg/s. Mostre o ciclo
em um diagrama T-S.

a)Determine as toneladas de refrigeração desse ciclo

b)Determine a entrada de potência do compressor

c)Determine a taxa de rejeição de calor para o ambiente

d)Determine o COP do refrigerador

Respostas:

Respostas: a) 7,41 kW; b)1,83 kW; c)9,23 kW; d)4,06


Influencia de parâmetros no desempenho do ciclo de
refrigeração por compressão de vapor

Balanços de energia feitos previamente:

Consideram o sistema operando em regime permanente nas condições de projeto, ou seja, à


temperatura de condensação (Tc), e temperatura de vaporização (To).

Sendo conhecidas as características de um ciclo real, a análise do ciclo teórico permitirá, de forma
simplificada, verificar quais parâmetros têm influência no desempenho do ciclo.

Os seguintes termos foram definidos:

A capacidade frigorífica: Como a quantidade de calor, por unidade de tempo, retirada do meio que
se quer resfriar (produto), através do evaporador do sistema frigorífico.

Potência teórica de compressão: Quantidade de energia, por unidade de tempo, que deve ser
fornecida ao refrigerante, no compressor, para se obter a elevação de pressão necessária ao do
ciclo teórico.

No sistema de refrigeração real o compressor perde calor para o meio ambiente, entretanto, este calor é
pequeno quando comparado à energia necessária para realizar o processo de compressão.
Influencia de parâmetros no desempenho do ciclo de
refrigeração por compressão de vapor

O condensador a ser especificado para o sistema de refrigeração deve ser capaz de rejeitar a taxa
de calor, a qual depende da carga térmica do sistema e da potência de acionamento do compressor.

O dispositivo de expansão, pode ser de vários tipos, porém em praticamente todos eles, aplicando-
se a primeira lei da termodinâmica, em regime permanente, desprezando-se as variações de
energia cinética e potencial, tem-se:
𝒉 𝟑 = 𝒉𝟒

O coeficiente de performance, COP, Parâmetro importante na análise das instalações frigoríficas.


Embora o COP do ciclo real seja sempre menor que o do ciclo teórico, para as mesmas condições
de operação, pode-se, com o ciclo teórico, verificar que parâmetros influenciam no desempenho
do sistema. Definido por:

𝑸𝑭 Pode-se inferir da Eq. que, para ciclo teórico, o COP é função


𝑪𝑶𝑷𝑹 = somente das propriedades do refrigerante, consequentemente,
𝑾𝑪 depende das temperaturas de condensação e vaporização.

Para o ciclo real, entretanto, o desempenho dependerá em muito das propriedades na sucção do
compressor, do próprio compressor e dos demais equipamentos do sistema, como será visto
adiante.
Influencia da temperatura de evaporação no COP do ciclo

Para ilustrar o efeito que a temperatura de evaporação tem sobre a eficiência


do ciclo será considerado um conjunto de ciclos em que somente a
temperatura de evaporação (To), é alterada.

Estes ciclos estão mostrados na Figura 2.7. Nesta análise utilizou-se R22 como refrigerante......

Pode ser observado, de uma primeira análise, uma redução na temperatura de evaporação resulta
em redução do COP, isto é, o sistema se torna menos eficiente.
Comparando os dois diagramas e os dados que aportam:

Com relação ao COP: 𝑸𝑭 : diminui levemente, enquanto 𝑾𝑪 aumenta levemente


𝑸𝑭
𝑪𝑶𝑷𝑹 =
Reduções mais significativas na temperatura de evaporação: 𝑾𝑪

Apresentam um resultado similar.

Não esqueça que o efeito frigorífico (ou capacidade de refrigeração), deve ser atendido, o que
significa que, dado o fluido frigorífico, o ciclo ficará estabelecido considerando condições para uma
transferência de calor eficiente no evaporador .
Influencia da temperatura de condensação no COP do ciclo
Como no caso da temperatura de vaporização, a influência da temperatura
de condensação é mostrada em um conjunto de ciclos onde apenas se
altera a temperatura de condensação (Tc).

Maiores temperaturas de condensação estão associadas a maiores consumos de potência do


compressor.

Observando os seguintes diagramas, é possível entender melhor a proposta de sistemas de


refrigeração em cascata....
Influencia da temperatura de condensação no COP do ciclo
Influencia do sub-resfriamento do líquido no COP do ciclo
teórico

De forma idêntica aos dois casos anteriores, é apresentada a influência do sub-resfriamento


do líquido na saída do condensador sobre a eficiência do ciclo.

Embora haja um aumento no COP do ciclo com o aumento do sub-resfriamento, o que é


ótimo para o sistema, na prática se utiliza um sub-resfriamento para garantir que se tenha
somente líquido na entrada do dispositivo de expansão, o que mantém a capacidade
frigorífica do sistema, e não com o objetivo de se obter ganho de eficiência.
Influencia do sub-resfriamento do líquido no COP do ciclo
teórico

O COP dos ciclos de refrigeração por compressão de vapor melhora quando o refrigerante é
sub-resfriado antes de entrar na válvula de expansão. O refrigerante pode ser sub-resfriado
indefinidamente para maximizar esse efeito, ou existe um limite inferior? Explique
Influencia do sub-resfriamento do líquido no COP do ciclo
teórico

Uma breve reflexão nos leva a entender:

A temperatura do refrigerante no condensador


não pode cair abaixo da temperatura do meio de
resfriamento

Influencia do superaquecimento útil


no COP teórico

Quando o superaquecimento do refrigerante ocorre retirando calor do


meio que se quer resfriar, chama-se a este superaquecimento de
“superaquecimento útil”.
Influencia do superaquecimento útil no COP teórico

Embora seja observada uma leve variação no desempenho do ciclo como resposta à influência
do superaquecimento....

Na realidade, a variação do COP com o superaquecimento depende do refrigerante.

O superaquecimento do fluido só se justifica, por motivos de segurança, para evitar a


entrada de líquido no compressor. Este aspecto será estudado com mais detalhes durante a
análise operacional dos compressores alternativos e de sua eficiência volumétrica.

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