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SISTEMA HIDRÁULICO
Prof. Antônio M. C. Soares Júnior
PROJETO DE UM SISTEMA HIDRÁULICO
Circuito
Dados do projeto
- Esquematização do processo - o que faz cada atuador e sua distribuição (definir os “cursos”
dos cilindros e situação dos motores hidráulicos).
- Forças/torque a serem desenvolvidas pelos atuadores,
- Velocidades a serem desenvolvidas pelos atuadores
A calcular/Definir
Unidade de energia
- Especificação da bomba (tipo, vazão e pressão)
- Especificação do Motor elétrico/diesel de acionamento
- Cálculo do Reservatório (tamanho e verificação quanto à dissipação térmica)
Cilindros hidráulicos
- Tipo
- Diâmetro
- Diâmetro das hastes
- Tipo de montagem
- Existência ou não de amortecimento
- Pressão
Motores hidráulicos
- Tipo
- Deslocamento
- Rotação
- Pressão
Tubulações e Filtros
- Especificações
Fluido Hidráulico
- Especificação de acordo com as condições de trabalho.
Eficiência energética
- Cálculo das perdas de carga no sistema.
CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS HIDRÁULICOS
Para Fialho (2011), a J.I.C. (Joint Industry Conference), extinta em 1967 e a atual N.F.P.A.
(National Fluid Power Association), afirma que os sistemas hidráulicos são classificados de
acordo com a sua pressão nominal, o que pode ser observado na Tabela 1
Tabela 1.
Pressão
Classificação
Bar PSI
0 a 14 0 a 203,10 Sistema de Baixa Pressão
14 a 35 203,10 a 507,76 Sistema de Média Pressão
35 a 84 507,76 a 1218,68 Sistema de Média - Alta Pressão
84 a 210 1218,68 a 3046,62 Sistema de Alta Pressão
Acima de 210 Acima de 3046,62 Sistema de Extra - Alta Pressão
Fonte: Fialho, 2011, p.34
BOMBAS HIDRÁULICAS
Cálculo da Vazão,
Qb = 𝑛 . 𝑑 . 𝜂𝑣. 10−3
Onde:
Q b= vazão em l/min;
d = volume em cm3/rev;
n = rotação da bomba em rpm;
ηv = rendimento volumétrico da bomba.
Cálculo do Torque
𝑑 . ∆𝑃
Tb =
2𝜋 .𝜂𝑚𝑏
Onde:
Tb = torque requerido pela bomba em Kgfxcm
D = deslocamento da bomba em cm3x rot
ΔP = diferencial de pressão entre entrada e saída da bomba em Kgf/cm2
ηmb = rendimento mecânico da bomba
Cálculo da Potência
𝑄𝑏 . 𝛥𝑃
Nb =
450 .𝜂𝑡𝑏
Onde:
MOTORES HIDRÁULICOS
O cálculo da vazão,
1
QM = 𝑛 . 𝑑 . 𝜂𝑣𝑀 . 10−3
Onde:
QM = vazão em l/min;
d = deslocamento do motor em cm3/rev;
n = rotação do motor em rpm;
ηvM = rendimento volumétrico do motor.
Cálculo do Torque
𝑑 . ∆𝑃 .𝜂𝑚𝑀
TM =
2𝜋
Onde:
TM = torque fornecido pelo motor em Kgfxcm
d = deslocamento do motor em cm3x rot
ΔP = diferencial de pressão entre entrada e saída do motor em Kgf/m2
ηmM = rendimento mecânico do motor
𝑁𝑀
TM = 716,2
𝑛
Cálculo da Potência
𝑄𝑀 . 𝛥𝑃. 𝜂𝑡𝑀
NM =
450 .
Onde:
Nb = potência fornecida pelo motor em CV
QM = vazão real requerida pelo motor em l/min
ΔP = diferencial de pressão entre entrada e saída do motor em Kgf/m2
ηt = rendimento total do motor
450 = fator de conversão
CILINDROS HIDRÁULICOS
𝒅𝒗
P1xA1 – P2xA2 – Fat´s – Fútil = m.
𝒅𝒕
𝑃/𝜂𝑚𝑐 . 𝐴1 = 𝐹
Onde:
F = Força em Kgf;
P = pressão em Kgf/cm2;
A1 = área em cm2;
ηmc = rendimento mecânico do cilindro.
Velocidade
𝑄𝑏
Vc =
𝐴𝑐 .𝜂𝑣𝑐
Onde:
Vc = velocidade do cilindro
Qb = vazão real da bomba em l/min;
Ac = área do cilindro (considerada) em cm2;
ηvc = rendimento volumétrico do cilindro.
RESERVATÓRIO
O reservatório parece ser o elemento mais trivial de um circuito hidráulico, mas na realidade,
exerce funções importantes para o sistema. Primariamente, o armazenamento do fluido
utilizado no sistema hidráulico, de acordo com a necessidade para a aplicação, além disso,
outras funções fundamentais do reservatório são: dissipação do calor gerado no sistema
hidráulico, separar o ar, água e materiais sólidos do fluido e, em alguns casos, suporte da
bomba, motor de acionamento e outros componentes de controle e segurança.
O reservatório por não estar sujeito a nenhum critério prévio de unificação, pode causar
futuramente ao projetista inexperiente, algumas dificuldades quanto ao seu dimensionamento
e posicionamento de elementos e acessórios.
Dimensionamento
(a) Formato
(b) Tamanho
O fluido utilizado num sistema hidráulico qualquer, deve ser armazenado de tal forma
que ele nunca seja insuficiente ou excessivo. O reservatório, portanto, deve suprir
tanto as necessidades mínimas como máximas do sistema hidráulico.
- Regra Geral
Vres = 3 x Qb
Onde:
Vres = Volume do reservatório em litros;
Qb = Vazão da bomba em litros/min.
Vu = Qb/Ur
Sendo, Vt = Vu+Vcomp+Var
Onde:
Vt = volume total do acumulador;
Vu = volume útil;
Vcomp = volume dos componentes internos;
Var = volume de ar (Var = 15% Vt)
Qb = vazão da bomba
𝐸𝑣 = Ʃ𝐴 . 𝐾. 𝛥𝑡
Onde:
Ev = Potência calorífica dissipada pelo reservatório em Kcal
ƩA = somatório das áreas do reservatório disponíveis para a troca de calor
K = Coeficiente global de transmissão de calor
Δt = diferencial de temperatura entre interior do reservatório e o ambiente
Compara-se Ev com Ev` que é a potência calorífica gerada, caso Ev>Ev`, o reservatório está
dissipando, adequadamente, o calor gerado. Caso contrário, medidas de ordem prática devem
ser tomadas.
Componentes do Reservatório
Tubulação Rígida
a- A velocidade na linha de sucção da bomba não deve exceder 1,5 m/s, para evitar a
possibilidade de cavitação.
b- A velocidade na linha de descarga não deve exceder 4,5 m/s, para evitar ondas de
choques quando do fechamento das válvulas e altas perdas por atrito que geram
excesso de calor.
c- As linhas de retorno devem possuir o mesmo ou maior diâmetro que as linhas de
descarga, para evitar que seja gerada uma contra-pressão no atuador.
- Perdas continuas
𝑙 𝜌
Δp = f . . . 𝑣2
𝐷 2
Onde:
l = comprimento do tubo
D = diâmetro do tubo
V = a velocidade média do escoamento
Ρ = densidade do fluido
f = fator de atrito
64
f= para fluxo laminar (RE >2500)
𝑅𝑒
- Perdas localizadas
𝜌
Δp = ξ 𝑣2
2
Onde o coeficiente de perda localizada ξ, é determinado experimentalmente para cada
acessório.
Obs. A Determinação da perda de carga em linhas de transmissão pode ser verificada em Von
Linsingen (Fundamentos de Sistemas Hidréulicos)
Mangueiras
90
Ɏ=
𝑅𝐸
Onde:
Ɏ= Fator de atrito (adimensional);
Re = Número de Reynolds (adimensional).
Para calcular a perda de carga na tubulação, Fialho (2011) fornece a seguinte equação (7):
Ɏ .5 .(𝐿1+𝐿2). 𝜌 .𝑣 2
ΔP =
𝑑 .1010
Onde:
ΔP = Perda de carga na tubulação em bar;
Ɏ = Fator de atrito (adimensional);
L1 = Comprimento retilíneo da tubulação em cm;
L2 = Comprimento equivalente dos acessórios em cm;
𝜌 =Massa específica do fluido em Kg/m3;
v = Velocidade do fluido na tubulação em cm/s;
d = Diâmetro interno da tubulação em cm.
Bibliografia
Linsingen, Irlan von. Fundamentos de Sistemas Hidráulicos. Florianópolis : Ed. Da UFSC, 2001.
McCloy, D., Martin, H.R. Control of Fluid Power: Analysis and Design, 2. ed. England : Ellis
Horwood Ltd.,1980.