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UM SISTEMA PNEUMÁTICO
Prof. Antônio M. C. Soares Júnior
PROJETO DE UM SISTEMA PNEUMÁTICO
Circuito
Dados do projeto
- Esquematização do processo - o que faz cada cilindro, seu posicionamento e sua distribuição
(define os “cursos”).
- Forças a serem desenvolvidas
- Pressão de alimentação
- Ritmo de trabalho.
- Tempo de avanço, recuo e repouso.
À calcular/Definir
O ar comprimido assim como todo fluido é uma substância que se deforma continuamente
quando sob a aplicação de uma tensão de cisalhamento. Pode-se dizer que a força de
cisalhamento é a componente da força que age sobre a superfície e, dividida pela área da
superfície, dá origem à tensão de cisalhamento média sobre a área, ou seja.
τ = F/A
Em relação às válvulas direcionais, uma importante variável a ser dimensionada para o sistema
é a vazão mássica. A vazão mássica representa o fluxo de massa que passa por uma seção em
uma determinada unidade de tempo, e para o caso da válvula abaixo pode ser escrita de
acordo com a Equação (a).
qm = ρ2 . A12. V2 (a)
Apenas a título de citação, quando se fala em especificação da vazão de válvulas, vale a pena
salientar que os catálogos técnicos comerciais não utilizam esse sistema de vazão mássica,
através de uma seção, para dimensionar as válvulas. Nestes catálogos, as válvulas são
especificadas por meio da vazão volumétrica obtida em testes realizados em conformidade
com algumas normas existentes. Dentre estas normas podemos mencionar:
• VDI 3290;
• ANSI/ (NFPA) T3.21.3;
• ISO 6358.
Por exemplo, a Norma da Associação Alemã de Engenheiros VDI 3290: 1962, define a vazão
volumétrica nominal como sendo a quantidade de ar por unidade de tempo que passa através
de um elemento com uma pressão de 7 bar na entrada (P1) e 6 bar na saída (P2), com uma
temperatura ambiente de 20º C (DE NEGRI, 2001).
A figura abaixo mostra um circuito ilustrativo que será usado de exemplo para se buscar um
método de encontrar estas variáveis procuradas no projeto de um sistema.
Circuito com cilindro e válvula direcional
Neste caso, ao se dimensionar uma válvula muito pequena, a pressão PA também seria
reduzida, e para se alcançar a força FC necessária dever-se-ia escolher um atuador maior, o
que invariavelmente o tornaria mais caro, além de ocasionar um consumo de ar elevado. Por
outro lado, se a válvula escolhida for maior que a necessidade, o tempo de resposta será
maior, o que não é interessante.
Fc = PAxAAx ηc
Onde:
ηc = rendimento do cilindro, podendo ser adotado em torno de 80%.
Com o valor da área AA, calcula-se então o valor do diâmetro da camisa do atuador, DA.
q.VA(pA) = AA.Vc
Parte-se então para o cálculo de q VA (Po),
E, finalmente, com o valor do resultado encontrado por meio da equação acima, pode-se
chegar ao valor da vazão nominal da válvula direcional.
qVproj(p0)
Qn =
0,4082.10−5 .√P2proj.∆pproj
Onde:
Qn = Vazão nominal (p = 1,013 bar, T = 20ºC);
qvproj (p0) = Vazão volumétrica de projeto;
p2proj = pressão absoluta de saída (Pa);
Δproj = p1 - p2 = diferença de pressão entre entrada e saída (Pa).
Deve-se lembrar que os cálculos feitos por meio das fórmulas apresentadas acima são
teóricos. Os valores encontrados devem se adequar aos valores comerciais presentes nas
tabelas de seleção dos principais fabricantes. Deve-se sempre escolher um valor
imediatamente superior ao encontrado por meio dos cálculos.
MÉTODO PARKER
Observação:
A força de projeto é dada na direção e sentido do deslocamento do pistão.
𝐴𝑝
Dp = 2√
𝜋
𝐹𝑟
Pt =
𝐴𝑝
𝐹𝑟
Dp = 2 √
𝜋.𝑃𝑡
𝐹𝑝.𝜑
Dp = 2 √
𝜋.𝑃𝑡
Em que:
é possível procurar nos catálogos dos fabricantes um atuador pneumático que tenha
diâmetro igual ou um pouco superior ao calculado (caso não exista um comercial de
diâmetro igual ao calculado). Desse modo, tem-se que: Diâmetro comercial ≥ Diâmetro
calculado.
A tabela informa, ainda, que os cilindros são produzidos normalmente com duas
opções de diâmetro para haste: normal e reforçada.
O esforço na haste dependerá muito das condições em que o cilindro será colocado
para trabalhar. Normalmente as tabelas fornecem duas possibilidades de hastes para o
cilindro (diâmetro), que deve ser escolhida através de uma verificação quanto à flambagem,
que possa ocorrer em função do curso e do tipo de montagem.
A seleção do tubo de parada é feita com uso da tabela (4) da Parker, onde se entra
com Ct (curso de trabalho em polegadas) e Cm (coeficiente de montagem) e o
resultado será o comprimento, em polegadas, do tubo de parada, que deverá ser
especificado com o cilindro (isto altera o curso inicialmente definido para o cilindro -
Ct).
Câmara de Recuo
Câmara de Avanço
2
1
2
Pa..Va = P.V
(a) Avanço
P1 , V 1 , T 1
Pa , Va , Ta
(b) Recuo
Método Parker
Ct
V=
t
onde:
Ct = Curso do cilindro em dm.
t = Tempo para realizar o curso (avanço ou retorno) vale o que for menor.
V = Velocidade de deslocamento (dm/s).
Ou, V = nc . Ct . 2
onde:
Q = V . A . Tc
Onde:
ou
C = A x L x nc x (pt +1,013)
1,013x106
Onde,
C = Consumo de ar (l/seg)
A = Área efetiva do pistão (mm2)
L = Curso (mm) - para efeito de cálculos, considerar o curso de avanço e retorno do
cilindro
nc = Número de ciclos por segundo
pt = Pressão (bar)
Método Parker
A vazão de uma válvula é o volume de fluido que pode passar através dela em um
determinado tempo.
Coeficiente de vazão
O Cv é definido como sendo o número de galões (USA) de água que passam pela
válvula em um minuto, a temperatura de 68°F, provocando uma queda de pressão de
1 psig. Para o Kv a definição e a mesma, porém alteram-se as unidades, ou seja, vazão
em l/min, pressão em bar e temperatura em °C.
A vazão efetiva de uma válvula depende de vários fatores, entre os quais a pressão
absoluta na saída, temperatura e queda de pressão admitida.
Kv = 0,8547 Cv
Q
Cv =
ΔP x (P1 − ΔP + Pa)
22,48 √
T1 x G
onde:
As curvas de vazão mostradas no gráfico de Cv , abaixo, são para uma válvula teórica
com Cv = 1 e para o ar nas condições normais de temperatura e pressão (20°C, 760
mm Hg e 36% umidade relativa).
É possível então, a partir de tais curvas, calcular a vazão real de uma válvula
conhecendo-se a pressão inicial e o Cv escolhido, ou a pressão inicial e final desejada e
o Cv escolhido.
Exemplo:
Para se conhecer a vazão de uma válvula a uma pressão final específica, selecionar o
valor da pressão final desejada no eixo horizontal do gráfico, seguir a linha vertical até
a intersecção com a curva de pressão inicial e, a partir deste ponto, seguir uma linha
horizontal até o eixo vertical lendo-se diretamente a vazão. Multiplicar o valor obtido
pelo Cv da válvula escolhida para se obter a vazão final.
Exemplo:
14,7+P
x a x Ct x 60
14,7
Cv =
ΔP x (P1 − ΔP + Pa)
22,48 √
T1 x G
a x Ct x A x Fc
Cv =
tc x 29
onde:
a = Área interna do cilindro em polegadas quadradas (in2)
Ct = Curso de trabalho em polegadas (in)
A = Constante conforme tabela
P + 14,7
Fc = Fator de compressão: tabela ou Fc =
14,7
P = Pressão de entrada em psig
tc = Tempo para realização do curso (avanço ou retorno) em segundos (s)
Um cilindro pneumático de diâmetro 4" e curso de 16" deve transportar uma peça
num tempo máximo de 2s, para que a produção seja atingida. A válvula direcional é
alimentada com 80 psig e é admitida uma queda de pressão máxima de 10 psig para
que a forçado cilindro seja compatível com o trabalho.
Da tabela:
A = 0,035
Fc = 6,4
a x Ct x A x Fc
Cv =
tc x 29
Cv = 0,78