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TESTES DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA

3.18.1 – ENSAIOS DURANTE A FABRICAÇÃO


3.18.1.1 – ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (LP, PM, US e RX)
3.18.1.2 – HIDROSTÁTICO DA CARCAÇA – Verificar a resistência mecânica
da carcaça.

3.18.2 – TESTES FINAIS DE FUNCIONAMENTO


3.18.2.1 – Teste de performance – Levantamento das curvas características.
3.18.2.2 – Teste mecânico – Verificação da vibração, ruído e temperatura dos
mancais.
3.18.2.3 – Teste de NPSH – Verificação do NPSHr

Curvas características da bomba

A determinação do ponto de trabalho, isto é, vazão, altura manométrica, potência consumida e


rendimento de uma bomba operando em um sistema, é função das características da bomba e
do sistema. Assim sendo, torna-se
necessário aprofundar nossos conhecimentos sobre as curvas características das bombas. Estas
curvas são fornecidas pelos fabricantes e normalmente traduzem o desempenho da bomba
quando operando com água limpa à temperatura ambiente. São três as curvas características
tradicionais:
 Curva da altura manométrica (H) x vazão (Q)
 Curva de potência consumida (P) x vazão (Q)
 Curva de rendimento total (η) x vazão (Q)
Estas curvas são obtidas através de experiências do fabricante, que fazem a bomba vencer
diversas alturas manométricas com diversas vazões, verificando também a potência consumida e
o rendimento da bomba.

1.2. Curvas Teórica e Real de Funcionamento

Uma bomba centrífuga ideal, onde não houvesse perdas internas de energia, teria uma curva
característica teórica de altura manométrica (H) versus vazão (Q) com a seguinte forma:

Figura 4 - Curva teórica de funcionamento

Porém, numa bomba real existem perdas de energia interna devido às seguintes causas:
 Atrito entre o líquido e o rotor;
 Mudanças bruscas na direção do escoamento;
 Fugas de líquido entre interstícios (folgas);
 Recirculação interna (ex.: entre o rotor e a lingüeta da voluta).

São essas perdas de energia que produzem a alteração da forma da curva característica de uma
bomba ideal, conforme representado na figura baixo:
Figura 5 - Curva real de funcionamento

A quantificação das perdas entre a condição ideal e a real é dada pela grandeza denominada
rendimento (ou eficiência). O ponto (H,Q) em que ocorre as menores perdas, ou seja, onde o
rendimento é máximo, denomina-se Ponto de Melhor Rendimento ou, mais comumente, BEP (do
inglês “Best Efficiency Point”).
Este é ponto de operação para o qual a bomba é projetada, por isso ele também é chamado de
Ponto de Projeto da Bomba.

Curva de Altura Manométrica da Bomba

A Altura Manométrica de uma bomba é definida como a energia por unidade de peso de líquido,
que a bomba fornece ao líquido, para uma determinada vazão.
Dessa forma, aplicando o Teorema de Bernoulli entre a entrada e a saída de uma bomba
centrífuga (ver figura abaixo), obtemos a seguinte fórmula para a altura manométrica de uma
bomba:

Equação 1 - Altura manométrica da bomba

Isto significa que a energia que o sistema solicita para que o líquido seja transportado a uma
determinada vazão, é fornecida pela bomba.

Figura 6 - Instalação de manômetros no sistema

Se desprezarmos as cargas de velocidade e considerarmos Zsd = 0, temos:

Equação 2 - Altura manométrica da bomba


H → altura manométrica da bomba (m)
pd → pressão lida no manômetro da descarga (kgf/cm²)
ps → pressão lida no manômetro da sucção (kgf/cm²)
γ → peso específico do fluido (kgf/dm³)
10 → valor para acerto de unidades

O levantamento das curvas características das bombas são realizadas pelo fabricante em
bancadas de testes equipadas para tal serviço.
De uma maneira simplificada, as curvas são traçadas da seguinte forma, conforme esquema
abaixo:

Figura 7 - Exemplo de bancada de testes

Considerando-se que:
 ps seja a pressão de sucção no flange de sucção da bomba;
 pd seja a pressão de descarga no flange de descarga da bomba;
 a bomba em questão esteja com um diâmetro de rotor conhecido;
 exista uma válvula situada logo após a boca de recalque da bomba, com a finalidade de
controle de vazão;
 exista um medidor de vazão, de qualquer tipo, para obtermos os valores da vazão em cada
instante;

1º Passo- Coloca-se a bomba em funcionamento, com a válvula de descarga totalmente


fechada (Q = 0); determina-se a pressão desenvolvida pela bomba, que será igual a pressão
de descarga menos a pressão de sucção. Com essa pressão diferencial, obtém-se a altura
manométrica desenvolvida pela bomba, através da fórmula mostrada. Essa altura
manométrica é normalmente conhecida como altura no “shut-off”, ou seja, altura desenvolvida
pela bomba correspondente à vazão zero, a qual chamamos de H 0.

2º Passo- Abre-se parcialmente a válvula, obtendo-se assim uma nova vazão determinada
pelo medidor de vazão, a qual chamaremos de Q1, e procede-se de maneira análoga a
anterior, para determinarmos a nova altura desenvolvida pela bomba nesta nova condição, a
qual chamaremos de H1.

3º Passo - Abre-se um pouco mais a válvula, obtendo-se outros pontos de vazão Q 2 e uma
altura H2, da mesma forma que as anteriormente descritas.

4º Passo - Continuando o processo algumas vezes, obtemos outros pontos


de vazão e altura, com os quais plotaremos a curva em um gráfico, onde no eixo das
abscissas, ou eixo horizontal, temos os valores de vazão (Q) e no eixo das
ordenadas, ou eixo vertical, temos os valores de altura manométrica (H)
Figura 8 - Levantamento da curva característica

Normalmente, os fabricantes alteram os diâmetros de rotores para um mesmo


equipamento, obtendo-se assim a curva característica da bomba com uma família de
diâmetros de rotores, como mostrado abaixo.

Figura 9 - Curva característica com diâmetros diferentes

OBS.: A necessidade de se permitir diversos diâmetros para o rotor é uma


questão prática, pois não seria economicamente viável aos fabricantes projetar e
construir uma bomba para cada aplicação específica.

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