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Curva de Bombas

Universidade Federal de São Paulo – campus de Diadema


Curso: Química Industrial Ano Letivo: 2023
UC: Lab. de Operações Unitárias Termo/Série: 8
Docentes: Alexandre Argondizo e Igor Tadeu L. Bresolin

EXPERIMENTO: CURVA DE BOMBAS

1. OBJETIVO

O experimento tem por objetivo permitir o aluno compreender o funcionamento


de uma bomba centrifuga e determinar a sua curva característica, bem como entender a
utilidade.

2. RESUMO TEÓRICO

Bombas são equipamentos cuja finalidade é realizar o deslocamento de fluidos


de um líquido por escoamento. Sendo uma máquina geratriz, a bomba transforma o
trabalho mecânico que recebe para seu funcionamento em energia que é transferida ao
líquido para compensar perdas por atrito com a tubulação e outros acidentes,
contribuindo para que o fluido tenha aumento de velocidade e/ou pressão e/ou altura.
As bombas são geralmente classificadas segundo o modo pelo qual é feita a
transformação do trabalho em energia hidráulica, ou seja, pelo recurso usado para
energia ao líquido. A classificação mais usual é a seguinte:
- Bomba de deslocamento positivo;
- Bomba rotativa ou turbo-bomba;
As bombas de deslocamento positivo podem ser alternativas ou rotativas. Nas
bombas alternativas o líquido recebe a ação das forças diretamente de um pistão ou
embolo (pistão alongada) ou de uma membrana flexível (diafragma). Nas bombas
rotativas, o líquido sofre a ação de forças provenientes de uma ou mais peças dotadas de
movimento de rotação que comunicam energia de pressão provocando escoamento. Os
tipos mais comuns de bombas de deslocamento são a bomba de engrenagens, bomba
helicoidal, de palhetas e pistão giratório.
As bombas rotodinâmicas ou turbobombas são caracterizadas por possuíram
uma parte rotativa dotadas de pás e denominada de rotor. Nas turbobombas a finalidade
do rotor, também chamado impulsor ou impelidor, é transferir à massa líquida
aceleração, para que esta adquira energia cinética. O rotor é em essência um disco ou
peça de formato cônico dotado de pás.

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Curva de Bombas

Curva característica da bomba


A melhor forma de descrever as características operacionais das bombas é pela
utilização de suas curvas características. Normalmente é fornecida pelos fabricantes e
estabelece o que a bomba pode fornecer de descarga (energia) para cada vazão do
sistema. A curva do sistema, por sua vez, fornece qual será a carga (energia) necessária
para cada vazão.
Desta forma, determina-se a altura manométrica total (H) para cada vazão (Q)
trabalhada, partindo-se da equação de Bernoulli (eq. 1) aplicada no ponto de sucção e na
descarga, e plota-se o gráfico de H versus Q, que representa a curva característica da
bomba.
P v 2
H= + Z + + W (1)
 2g
Em que:
P/ = altura de pressão → diferença de pressão (Precalque – Psucção)
v2/2g = altura cinética → velocidade
Z = altura estática → diferença da altura (Zrecalque – Zsucção)
lw = perda de carga por atrito
 = peso específico do fluido
H = altura manométrica (carga do sistema ou energia da bomba)
Para um líquido livre de gases dissolvidos, o aumento da pressão ao passar por
uma bomba é função da vazão (Q), da massa específica (), de sua viscosidade (), da
velocidade de rotação (N) e diâmetro do rotor (D), ou seja:
P = f (Q, , , N, D) (2)
Sabendo-se então as variáveis envolvidas no bombeamento de um fluido através
de um sistema qualquer e aplicando o teorema de Buckngham (determinação de grupos
adimensionais) temos que acima de um certo número Reynolds (alta turbulência), a
razão entre os adimensionais de pressão e vazão são:
P  Q 
= f 3  (3)
 ND 
2 2
N D
Desta maneira, a curva característica da bomba, H versus Q é única desde que N
e D sejam mantidas constantes.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

A montagem experimental consiste de uma bomba centrífuga de ½ HP operando


em reciclo total com um tanque, como esquematizado na Figura 1. As vazões são

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Curva de Bombas

controladas por uma válvula à montante da bomba e outra à jusante. Há dois medidores
de pressão instalados sendo um localizado à montante (vacuômetro – P1) e outro à
jusante (manômetro – P2) da bomba.

Figura 1. Esquema do experimento de determinação da curva característica da bomba.

3.2. Procedimento Experimental:


1) Com a válvula de entrada V1 completamente aberta, varie a vazão através do ajuste
da válvula de jusante V2. Anotar as pressões de montante e jusante para cada vazão;
2) Com a válvula de saída V2 completamente aberta, variar a vazão através do ajuste da
válvula de montante V1. Anotar as pressões de montante e jusante para cada vazão.
Observação importante: Se em algum ponto, a pressão cair abaixo da pressão de vapor
da água, ocorre a formação de bolhas, compostas de vapor de água e ar, que podem se
condensar no rotor da bomba provocando um efeito conhecido como cavitação.

4. CÁLCULOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS


a) Mostre que para o aparato experimental, a equação de Bernoulli (eq. 1) pode
ser simplificada, resultando em:
P
H=
 (3)

b) Trace a curva H × Q para os dois conjuntos de dados obtidos, considerando a


eq. 3. Discuta sobre as possíveis diferenças entre as curvas;

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Curva de Bombas

c) Trace a curva (P / N2 D2) versus (Q / N D3). Lembre-se de anotar os dados


da bomba, como fabricante, marca e modelo, o que facilita encontrar informações como
diâmetro do rotor, número de rotações, etc.
d) Como você poderia determinar o ponto de operação da bomba utilizada no
experimento?

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÇENGEL, Y.A.; CIMBALA, J.M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e
aplicações. São Paulo: McGraw-Hill, 2007. 816 p.
FOUST, A.S. et al. Princípios das Operações Unitárias, Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Dois SA, 2ª edição, 1982.
MORAES JUNIOR, D. Transporte de líquidos e gases: bombas, escolha e
especificações - Conceitos Fundamentais, vol. 1, São Carlos: Editora da
UFSCar, 1988.
PERRY, R.H.; CHILTON, C.H., Chemical Engineer’s Handbook, International
Student Edition, 5th edition, 1974.

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