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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
LABORATÓRIO DE CALOR E FLUIDO I

EXPERIMENTO 4: CURVA CARACTERÍSTICA DE BOMBAS

EMANUEL OLIVEIRA DA CONCEIÇÃO


JOÃO VICTOR COSTA LEITE TEIXEIRA

São Luís - MA
2023
EMANUEL OLIVEIRA DA CONCEIÇÃO
JOÃO VICTOR COSTA LEITE TEIXEIRA

EXPERIMENTO 4: CURVA CARACTERÍSTICA DE BOMBAS

Relatório à disciplina de Laboratório de Calor e


Fluido I do curso de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal do Maranhão como requisito
para obtenção de nota parcial da segunda unidade.

Professor: Dr. Glauber Cruz.

São Luís - MA
2023
RESUMO

Experimento realizado na bancada de mecânica dos fluidos MF1000, onde foram


utilizados um medidor digital para medir a vazão e queda de pressão, dados pela
bancada a fim de calcular a carga manométrica para cada velocidade de rotação
determinada para duas bombas diferentes, com o intuito de gerar gráficos da curva
característica de instalação para as bombas e fazer um comparativo entre os valores
obtidos, observando-se que a bomba 1 foi capaz de fornecer uma carga
manométrica maior em relação às vazões em comparação com a bomba 2,
indicando uma maior eficiência em termos de pressões fornecidas para a quantidade
de fluido bombeado.

Palavras-chave: Bomba hidráulica; Carga manométrica ; Curva de instalação.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1. Bancada MF1000………………….………………………………...……………9


Figura 2. Medidor de vazão digital………………………………………………..….....…9
Figura 3. Curva de instalação - Bomba 1……...………………………………………………...11
Figura 4. Curva de instalação - Bomba 2……………………………………………………...12
Figura 4. Curva de instalação - Bomba 1 e 2….……………………………………………...12

TABELAS

Tabela 1. Dados para bomba 1…...………………………………………………………..10


Tabela 2. Dados para bomba 2………………………………………………………..…...10
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 6
2. OBJETIVOS 6

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7
3.1. Curva característica de instalação da bomba 7
3.2. Potência da bomba 8
3.3. Rendimento da bomba 8

4. METODOLOGIA 9
4.1. Materiais 9
4.2. Métodos 9
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 10
6. CONCLUSÃO 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
1. INTRODUÇÃO

O estudo do comportamento hidráulico das bombas é essencial para


compreender seu desempenho e suas características operacionais. Uma maneira
eficaz de analisar esse comportamento é por meio das curvas características das
bombas, que relacionam a altura útil de elevação (H) com a vazão (Q) em condições
específicas de operação. Essas curvas, fornecidas pelo fabricante, são ferramentas
importantes para que o projetista possa selecionar a unidade que melhor satisfaz as
necessidades de um projeto de instalação elevatória [2].
A curva característica de uma bomba é uma representação gráfica que permite
visualizar como a bomba se comporta em termos de vazão fornecida em função da
altura que pode ser vencida, sendo uma ferramenta fundamental para o entendimento
do desempenho hidráulico de uma bomba. Além disso, a curva característica também
fornece informações valiosas sobre a eficiência da bomba.
A curva de instalação de bombas, também conhecida como curva de sistema, é
um gráfico que representa a relação entre a vazão (Q) fornecida pela bomba e a altura
total do sistema (Hs) em que a bomba está instalada. Diferente da curva característica
da bomba, que mostra o desempenho hidráulico da bomba em si, a curva de instalação
considera as perdas de carga do sistema, como atrito em tubulações, válvulas e
acessórios [2].
O rendimento de uma bomba (η ), geralmente fornecido pelo fabricante em
porcentagem, é um parâmetro que indica a eficiência do equipamento em converter a
energia fornecida em energia hidráulica, ou seja, a capacidade da bomba de fornecer
uma determinada vazão com o menor consumo de energia possível [1]. Através da
curva característica, é possível determinar o ponto de operação ideal para obter o
máximo rendimento da bomba, evitando desperdícios de energia.
Através da curva de instalação é possível identificar se a bomba está operando
dentro das condições adequadas, se está ocorrendo cavitação ou sobrecarga, e
também auxilia no dimensionamento correto da bomba para o sistema em questão [2].
O estudo detalhado da curva de instalação é fundamental para garantir a eficiência e o
funcionamento adequado do sistema de bombeamento como um todo..

2. OBJETIVOS
O objetivo geral do trabalho é compreender o comportamento hidráulico das
bombas por meio da análise das curvas características calculadas.

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Objetivos específicos foram:
● Obter a curva característica de instalação de uma bomba centrífuga,
seguindo as especificações do fabricante.
● Variar as rotações da bomba de 1800 a 3400 rpm, com incrementos de 200
rpm.
● Coletar dados de vazão e calcular as velocidades correspondentes em
cada rotação.
● Calcular a potência (P) e o rendimento (n) da bomba.
● Observar e analisar o fenômeno de cavitação durante o experimento.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Curva característica de instalação da bomba


A altura manométrica, H, é a energia transferida pela bomba para o líquido,
expressa como energia por unidade de peso do fluido bombeado. Junto com a vazão, a
altura manométrica é uma das grandezas mais importantes e dependentes da bomba.
Enquanto a vazão representa a velocidade e a quantidade de fluido transportado, a
altura manométrica indica a capacidade da bomba de superar obstáculos, desníveis e
atritos, além de fornecer a energia necessária para que o fluido mantenha a pressão
e/ou energia cinética desejada ao final do processo. A altura manométrica é essencial
para garantir o desempenho adequado da bomba, permitindo que o líquido seja
impulsionado de forma eficiente e atinja os objetivos do sistema de bombeamento [2].
Esse valor é calculado aplicando-se a equação de conservação de energia entre a
entrada e saída da bomba, podendo ser simplificada na equação 3.1.

(3.1)

Onde, P1 é a pressão na entrada da bomba, P2 a Pressão na saída da bomba e


γ é o peso específico do fluido, que é calculado a partir da densidade de fluido vezes a
aceleração da gravidade.
A curva do sistema, representada por um gráfico que relaciona a altura
manométrica (H) com a vazão (Q), é uma ferramenta essencial para analisar a energia
necessária por unidade de massa ou peso que o sistema requer para transportar o
fluido de um ponto 1 a um ponto 2. Essa curva leva em consideração as interferências
encontradas ao longo do caminho, tais como acessórios, atrito da tubulação,

7
rugosidade do tubo, válvulas, entre outros [3]. Por meio dessa representação, é
possível visualizar as perdas de carga e determinar o ponto de operação mais
adequado para o sistema, garantindo uma eficiência ótima e um transporte eficaz do
fluido.
3.2. Potência da bomba
A potência em bombas hidráulicas pode ser dividida em dois tipos distintos:
potência hidráulica ( N H ) e potência da bomba ( N B). A potência hidráulica, também
conhecida como potência do fluido, refere-se à energia transferida pelo fluido em
função da vazão e da pressão no sistema [1]. Essa potência está diretamente
relacionada à capacidade de trabalho do fluido, como o acionamento de dispositivos
hidráulicos ou a realização de determinadas tarefas. Podendo ser calculada a partir da
variação de pressão Δ P e vazão Q , equação 3.2.

(3.2)

Por outro lado, a potência da bomba está relacionada à energia consumida pela
própria bomba para realizar o bombeamento do fluido. Ela leva em consideração a
potência hidráulica, bem como as perdas de eficiência da bomba, como atrito,
vazamentos e eficiência volumétrica [1]. Podendo ser calculada a partir da equação
3.3, onde ηb é o rendimento da bomba.

(3.3)

3.3. Rendimento da bomba


O rendimento da uma bomba centrífuga é uma medida que avalia o
aproveitamento da potência gerada em relação à potência efetivamente utilizada para
bombear o fluido. Essa medida compara a potência hidráulica, relacionada ao trabalho
realizado pelo fluido, com a potência da bomba, gerada pelo motor. Como em qualquer
máquina, diversas perdas estão envolvidas, incluindo perdas mecânicas, hidráulicas e
de vazamento interno, que influenciam na eficiência geral da bomba. Em linhas gerais,
quanto maior a eficiência da bomba, mais eficiente é a sua operação, e isso está
diretamente relacionado ao seu tamanho e projeto. Um maior tamanho de bomba
geralmente está associado a um maior rendimento, pois permite reduzir as perdas e
melhorar o aproveitamento da potência disponível. O rendimento é calculado pela
equação 3.4.

8
(3.3)

4. METODOLOGIA
4.1. Materiais
Para a realização do experimento, foram empregados os seguintes materiais:
● Bancada de Mecânica dos fluidos (MF1000);
● Medidor de Vazão Digital (Figura 4);
● Fluido (água);
● Tubos e conexões;
● Bombas.
A seguir, é possível visualizar a bancada MF1000 (Figura 1) e o medidor de
vazão digital (Figura 2).

Figura 1. Bancada MF1000 Figura 2. Medidor de vazão digital

Fonte: Nova didacta, 2021. Fonte: Autores, 2023.

4.2. Métodos
A curva característica de instalação da bomba é obtida experimentalmente traçando-se
um gráfico H x Q . Para isso, foi medido com o auxílio do medidor digital do tipo turbina as
vazões, e como o manômetro da bancada, o valor dos diferenciais de pressão para diferentes
rotações da bomba que variou de 1800 a 3400 rpm, com incrementos de 200 rpm. Por fim, a
partir dos dados coletados, foi calculado os valores de velocidades associadas. O
procedimento foi realizado para as duas bombas disponíveis na bancada.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a execução do experimento, ajustou-se à rotação em 1800 rpm para realização da


primeira medição de vazão e da variação da pressão da bomba (pressão de saída - pressão de

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entrada). Em seguida, deu-se continuidade ao processo até a rotação de 3400 rpm, variando
as rotações de 200 a 200 rpm. Com esses dados, obteve-se todos os resultados das vazões e
das diferenças de pressão, logo em seguida, calculou-se os valores da carga manométrica (H)
e da velocidade. Todos os dados adquiridos para a bomba 2, podem ser verificados na Tabela
1 a seguir:

Tabela 1. Dados para Bomba 1

Rotação Velocidade
Vazão [l/min] Δ P [Pa] H [m]
[rpm] [m/s]
1800 42,70 20000 2,05 9,21e+5
2000 48,40 26000 2,66 1,04e+5
2200 52,,95 33000 3,37 1,14e+5
2400 57,50 40000 4,09 1,24e+5
2600 62,05 47000 4,81 1,35e+5
2800 66,65 52000 5,32 1,44e+5
3000 72,35 65000 6,65 1,56e+5
3200 75,90 74000 7,57 1,64e+5
3400 80,30 84000 8,59 1,73e+5
Fonte: Autores, 2023.

De modo semelhante, foi realizado o mesmo procedimento para a bomba 2, encontrando


os valores descritos na Tabela 2.
Tabela 2. Dados para bomba 2

Rotação Velocidade
Vazão [l/min] Δ P [Pa] H [m]
[rpm] [m/s]
1800 42,70 20000 2,04 1,73e+5
2000 47,25 25000 2,56 1,04e+5
2200 52,95 30000 3,07 1,14e+5
2400 57,50 36000 3,68 1,24e+5
2600 62,05 45000 4,60 1,35e+5
2800 66,65 50000 5,11 1,44e+5
3000 71,20 61000 6,24 1,56e+5
3200 75,75 69000 7,05 1,64e+5
3400 80,30 78000 7,97 1,73e+5
Fonte: Autores, 2023.
Como é possível observar nas Tabelas 1 e 2, para as mesmas rotações,, os valores da
carga manométrica para a bomba 1 apresentaram melhores resultados em comparação à
bomba 2, isso pode acontecer por vários parâmetros, podem ser citados a eficiência hidráulica,

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onde as bombas com maior eficiência podem transferir uma quantidade maior de energia para
o fluido, o que resulta em uma carga manométrica maior para uma determinada taxa de fluxo.
Outro fator importante, são as perdas de atrito nas paredes da bomba, incluindo a fricção
interna e as perdas na passagem do fluido, ou seja, caso a bomba tenha maior perda de atrito,
poderá reduzir a carga manométrica em comparação com a bomba 2.
A seguir, nas Figuras 3 e 4, foram analisadas as curvas de instalação para as bombas
1 e 2, baseadas nos valores de carga de transferências e nas vazões das bombas.

Figura 3. Curva de instalação - Bomba 1

Fonte: Autores, 2023.

Figura 4. Curva de instalação - Bomba 2

11
Fonte: Autores, 2023.
Por meio da curva de instalação das bombas mostradas acima (Figura 3 e 4), é possível
verificar a relação entre a carga manométrica e a vazão que a bomba pode fornecer em
diferentes condições de operação. Sabe-se que por meio da curva de instalação é possível
avaliar o desempenho das duas bombas, desse modo, pode-se dizer por meio da análise
gráfica, que a bomba 1 é capaz de fornecer uma maior carga manométrica em relação às
vazões que a bomba 2, ou seja, a bomba 2 é mais eficiente em termos das pressões
fornecidas em relação à quantidade de fluido que foi bombeado.
Pode-se comprovar essa análise visualizando a Figura 5, onde é possível verificar as
curvas plotadas no mesmo gráfico.
Figura 5. Curva de instalação - Bombas 1 e 2

Fonte: Autores, 2023.

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Desse modo, pode-se dizer que a bomba com carga manométrica mais alta (bomba 1),
aguenta uma resistência maior ao fluxo do fluído e é mais adequada para sistemas com perdas
de carga maiores.

6. CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos e nas análises realizadas, pode-se concluir
que a bomba 1 apresentou melhores resultados em relação à carga manométrica em
comparação com a bomba 2, para as mesmas rotações. Isso pode ser atribuído a
diversos fatores, como a eficiência hidráulica das bombas, onde a bomba mais
eficiente é capaz de transferir uma quantidade maior de energia para o fluido,
resultando em uma carga manométrica maior para uma determinada taxa de fluxo.
Além disso, as perdas de atrito nas paredes da bomba, incluindo a fricção interna e as
perdas na passagem do fluido, também podem influenciar na carga manométrica. No
caso da bomba 1, é possível observar que ela é capaz de fornecer uma carga
manométrica maior em relação às vazões em comparação com a bomba 2, indicando
uma maior eficiência em termos de pressões fornecidas para a quantidade de fluido
bombeado.
Essa conclusão é corroborada pela análise das curvas de instalação das
bombas, onde a bomba 1 demonstrou um desempenho superior em termos de carga
manométrica. Portanto, a bomba 1 é mais adequada para sistemas com perdas de
carga mais significativas, onde é necessária uma resistência maior ao fluxo do fluido.
Esses resultados ressaltam a importância de considerar não apenas a vazão, mas
também a carga manométrica ao selecionar uma bomba hidráulica para um sistema
específico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] DIDACTA, N. Sistema de Ensaios para Mecânica dos Fluidos. Nova Didacta
Ltda, 2021.

[2] GOMES, H. P.; CARVALHO, PSO de. Manual de sistemas de bombeamento:


eficiência energética. João Pessoa: Editora da UFPB, 2012.

[3] ROITMAN, Nicolau. Mecânica dos Fluídos e Hidráulica. 4ª edição. São Paulo:
Edgard Blucher, 2002.

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