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DA ARQUITETURA
EM CONTAINERS
Por Felipe Savassi
Felipe Savassi
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Felipe Savassi
Sou Felipe Savassi, arquiteto e urbanista, pós-
graduado em Arquitetura, Construção e Gestão
de Edifícios Sustentáveis, membro do Green
Building Council Brasil, desde 2013, e especialista
em Arquitetura e Construção em Container.
Trabalhei por dez anos em Minas Gerais com
arquitetura e construção sustentável, contribuindo
para o entendimento de que grandes edifícios
corporativos, institucionais e residenciais podem
ser concebidos e construídos de forma sustentável.
INSTAGRAM: @felipesavassi /
FACEBOOK: @felipesavassi.
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O Curso
A cada dia a construção em container conquista
mais espaço no cenário mundial e no Brasil
não poderia ser diferente. Projetos ousados,
inovadores e inspirados pelo design encantam fãs
da arquitetura modular por onde se instalam. Muitas
pessoas acompanham meu trabalho pelas redes
sociais, mas sei que um número ainda maior de
pessoas gostaria de ter contato com metodologias
parecidas com a que eu apresento.
Por isso, desenvolvi um curso com o objetivo de tornar
mais acessível a fórmula desse sistema construtivo.
Essa é a melhor ferramenta que encontrei para
auxiliar as pessoas, onde quer que elas estejam,
arquitetos ou não, por meio de conceitos simples
e muito eficazes de desenvolvimento de projetos
em container funcional, com excelente qualidade,
custo-benefício e de maneira sustentável.
Aproveite!
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QUEM SOU
INTRODUÇÃO
· História do container na arquitetura
· Vanguarda no Brasil e no mundo
· Tendência do mercado imobiliário
PLANEJAMENTO
· Programa de necessidades
· Orçamento e cronograma
· Análise do terreno
PROJETO
· Contratação do arquiteto
· Aprovação e documentação
· Implantação e volumetria
· Projetos ecoeficientes e bioclimáticos
· Modelos de containers
· Container carga seca ou Dry
· Container refrigerado ou Reefer
· Estrutura do container
· Dimensões dos principais modelos
· Cuidados na seleção
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· Nacionalização do container ISOLAMENTO TERMO ACÚSTICO
· Laudo de Descontaminação
· Transporte de containers · EPS (isopor)
· Lã de vidro
· Lã de pet
· Lã de rocha
FUNDAÇÃO E INFRAESTRUTURA DO TER-
RENO
PINTURA
· Instalação elétrica
· Instalação hidrosanitária
· Instalação hidráulica
· Sistema de esgoto
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INTRODUÇÃO
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História do container na arquitetura
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Tendência do mercado imobiliário
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Container House (2017) – Projeto: C3 UP - realtor.
com
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A sustentabilidade deve ser mencionada com re-
levância, uma vez que esse sistema construtivo se
caracteriza pelo reuso de seu principal componen-
te: o container. Trata-se de uma obra seca, limpa
e industrializada, que minimiza o desperdício de
materiais e o uso de recursos naturais, como areia,
brita, cimento e água. A proposta permite amplas
aberturas para iluminação natural e ventilação cru-
zada, brise soleil (quebra-sol), revestimento ter-
moacústico, estudo de insolação e sombreamento,
telhado verde, captação e reuso de águas pluviais, Várias são as possibilidades de uso, que vão des-
além de outras técnicas bioclimáticas de conforto de o residencial ao corporativo, comercial ou ins-
ambiental e eficiência energética. titucional. Eu mesmo moro numa casa container, a
CASA BRISE, e adoro isso!
Já em projeto, itens como amplas aberturas que
permitem iluminação natural e ventilação cruzada,
brise soleil, revestimento termo acústico, estudo de
insolação e sombreamento, laje jardim, captação
e reuso de aguas pluviais além de outras técnicas
bioclimáticas de conforto ambiental e eficiência
energética são itens obrigatórios a serem obser-
vados. Mas que eu explico detalhadamente mais a
frente.
É muito importante lembrar que cuidados de-
vem ser levados em conta ao pensar seu proje-
to em container, pois é um sistema construtivo
relativamente novo no Brasil e demanda mão
Os projetos costumam ser de 10% a 20% mais ba- de obra especializada, seja para concepção ou
ratos que uma construção convencional e levam execução. Trabalhar com profissionais inexperien-
cerca de 1/3 do tempo de execução. No mercado tes pode provocar dor de cabeça e prejuízos. Por-
imobiliário isso significa agilidade de retorno do in- tanto fique atento!
vestimento e, consequentemente, de entrada do lu-
cro. O peso estrutural dos containers é bem menor,
o que gera menos gasto e prazo com a fundação.
Em resumo, tudo isso garante previsibilidade orça-
mentária à sua obra. Ou melhor, à sua montagem.
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PLANEJAMENTO
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Para projetar e construir uma edificação em contai- e completo é preciso que os projetos complemen-
ner, seja ela uma casa, uma loja ou um escritiorio, tares sejam executados, a fim de levantar detalha-
o primeiro passo é planejá-la. Isso significa fazer al- damente os sistemas elétricos, hidrosanitários e es-
gumas perguntas para explorar as necessidades e truturais. Por exemplo: um terreno com forte aclive
considerações práticas, antes de entrar na fase do exige um projeto específico de fundação e estru-
design. Como é o terreno? Qual o tempo de obra turação. Sem isso seria impossível dimensionar o
desejado? Qual o orçamento? E mais uma coisa: orçamento verdadeiro da obra.
esse é um sistema construtivo relativamente novo
no Brasil, que demanda mão de obra especializa-
da. Trabalhar com profissionais experientes evita Pra você acompanhar o que estou falando, disponi-
dor de cabeça e prejuízos. Fique atento! bilizo o o orçamento e cronograma base usados na
constução da casa onde eu moro em Florianopolis.
Programa de necessidades Estes custos podem sofrer variações pra mais ou
pra menos, de acordo com o memorial descritivo
Para começar, uma das coisas mais importantes de de acabamentos e situações especificas de projeto
todo o processo de planejamento é o programa de a serem utilizados.
necessidades. Como o próprio nome diz, ele é o
conjunto de demandas e objetivos do cliente e dos
futuros usuários da edificação. É um documento uti-
lizado em todos os projetos, com a descrição de
funções e usos do espaço, pré-dimensionamentos,
padrões de acabamento, recursos disponíveis e
prazos desejados.
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terreno e dos arredores. Verifique os possíveis obs-
táculos, como fiação aérea, inclinações ou pouca
margem de manobra na rua, pórticos, placas, semá-
foros e árvores.
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PROJETO
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Contratação do arquiteto mas duvidas. Chegando lá identifiquei os primeiros
erros. O terreno foi murado antes do descarrega-
Quando o assunto é edificação, seja qual for o sis- mento dos containers, o que dificultou o acesso e
tema construtivo, o arquiteto é o profissional mais manobra dos caminhões e com isso foi necessário
importante do processo. Ele é o responsável por mais de um caminhão munk para descarregar os
transformar sonhos, anseios e programa de neces- módulos, ou seja, mais gasto.
sidades em projeto. A contratação de um arquiteto
com experiência em containers é fundamental para Ela me convidou para entrar e de cara já senti o
o sucesso da sua obra. Questões como modulari- desconforto térmico. A casa foi implantada total-
dade, versatilidade, melhor aproveitamento do es- mente de forma equivocada, segundo a orientação
paço, design e economia de tempo e dinheiro são solar e recebia forte incidência de raios solares na
alguns dos pontos fortes dos arquitetos com know- fachada oeste sem nenhuma proteção ou brise. O
-how. isolamento pelo que vi foi subdimensionado pois
as paredes estavam bem finas e quentes. Para pio-
Um sistema construtivo industrializado requer pla- rar havia uma claraboia com teto de vidro entre os
nejamento de obra com etapas e características dis- dois containers sem nenhuma saída para criar o
tintas de uma obra convencional. Tipos de material, efeito chaminé ( que eu vou explicar mais a frente
mão de obra qualificada e técnicas especializadas neste módulo ) o que acabou por criar uma estufa.
são alguns desafios que podem gerar problemas Os raios solares esquentavam o ar que não tinha
durante e após a execução sem o acompanhamen- por onde sair.
to de um especialista.
Pequenas, mal posicionadas e insuficientes, as
Equívocos do profissional podem resultar em uma aberturas nao permitiam a ventilação cruzada de ar.
série de problemas na edificação como desconfor-
to térmico, isolamentos insuficientes, falta de venti- Para completar identifiquei alguns erros projetuais
lação, portas que se chocam quando abertas, dis- como: duas portas que se chocavam quando aber-
tribuição inadequada de ambientes, acabamentos tas, área de serviço no meio da circulação dos
com baixa qualidade, incompatibilidade de execu- quartos e o acabamento era visivelmente de baixa
ção de determinadas diretrizes de projeto com os qualidade.
containers entre outros transtornos.
Para tentar mitigar os problemas, principalmente
Resolver essas questões demanda mais tempo e do conforto térmico, sugeri que ela fizesse uma va-
novos investimentos. randa na fachada oeste, com fechamentos em bri-
se, que inibiriam a incidências dos raios solares na
Vou contar pra vocês uma historia que aconteceu chapa do container que, além de criar um ambiente
comigo e exemplifica bem o que estou falando . mais favorável de integração entre o exterior e inte-
rior da casa. Outra sugestão foi que ela fizesse al-
No final 2016 eu fui procurado por uma provável gumas aberturas na claraboia para que o ar quente
cliente que gostaria de fazer a sua casa em contai- pudesse sair e a ventilação cruzada e efeito chami-
ner. Ela já tinha em mente o projeto bem definido né pudessem acontecer.
e pra minha surpresa era um projeto com layuot
similar ao da casa brise. Conversamos, fizemos o Como ela tinha recursos limitados e já havia gas-
briefing e então passamos nossa proposta comer- to tudo na contratação da empresa executora e
cial. Ocorre que ela priorizava preço, conseguiu retrabalhos na obra, não seria possível naquele
um orçamento menor e acabou fazendo com outra momento executar tais sugestões. Então, afim de
empresa. ajuda-la, sugeri um plano paliativo: que ela fizesse
uma parede jardim com trepadeiras para minimizar
Alguns meses depois a obra foi iniciada e junto vie- os raios solares na fachada exposta, criando uma
ram os problemas. Ela entrou em contato comigo fachada ventilada e doei algumas telhas para que
e me pediu que passasse no local para tirar algu- ela pudesse cobrir a claraboia, evitando assim que
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os raios solares entrassem dentro da casa. · Documento de viabilidade ou informação
básica do terreno;
Resultado: ela gastou mais do que pretendia, teve
que vender seu carro para terminar a casa, a mon- · Escritura ou matrícula do terreno no registro
tagem demorou o mesmo que uma obra conven- de imóveis;
cional e ela acabou ficando com uma casa com · Anotação de Responsabilidade Técnica
problemas de conforto ambiental e qualidade. Isso (ART) de execução da obra;
sem falar na dor de cabeça que ela teve. Um verda-
deiro pesadelo. · Levantamento Planialtimétrico ou topográfi-
co do terreno;
Moral da história: nem sempre o menor orçamento
é a melhor solução. · Documento de posse do terreno(registro,
escritura, matricula, contrato de compra e
Antes de contratar um arquiteto ou empresa de venda ou aluguel do terreno);
execução, verifique questões como tempo de ex-
· CPF ou CNPJ do proprietário;
periência, equipe, referência de outros clientes e
principalmente projetos concebidos e executados. · Inscrição imobiliária;
Se possível visite alguns. · Guias pagas;
Implantação e volumetria
Quando a pergunta é se os projetos em containers
precisam serem aprovados a resposta é SIM. Para a Lembra do Lego? Conhece o jogo Tetris? Fazendo
aprovação de um projeto em container são neces- uma analogia, é assim que podemos trabalhar a
sários os mesmos documentos e processos que criatividade ao conceber a implantação e a volu-
um projeto de alvenaria convencional. No entanto, metria de um projeto com containers.
é necessário verificar com a prefeitura se esse sis-
tema é permitido na cidade na qual você preten-
de construir e quais são as condicionantes para o
projeto. Por exemplo: em zoneamentos onde o pé
direito máximo é de três metros para edificações
comerciais, você deve avaliar a viabilidade de
modificação na estrutura do container, o que nem inúmeras possibilidades de implantação
sempre é viável.
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o maior vilão do consumo de energia em uma resi-
dência.
· Energia fotovoltaica
· Materiais recicláveis
· Aquecimento solar da água
· Ventilação cruzada
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Esquemas de ventilação cruzada
Esquema de efeito chaminé
· Espelhos d’água
· Chaminé térmica
Espelhos d’agua além de ser um complemento pai-
sagistico, é um importante amenizador climático.
O efeito chaminé é gerado por meio da convecção Geralmente utilizado em regiões secas, podendo
térmica, que é um processo físico de transferência ficar dentro ou fora das edificação é capaz de umi-
de calor através da movimentação de fluídos. O ar dificar o ar ambiente, gerando assim melhor confor-
quente sobe e o ar frio desce, criando uma ventila- to térmico.
ção no ambiente. Não deixa de ser uma forma de
ventilação cruzada, porém essa movimentação de
ar acontece de maneira vertical, devido a diferença
de temperatura e pressão. A chaminé térmica pode
ser composta pela elevação do container acima do
nível do solo, por aberturas no piso, pela presença
de claraboias ou janelas altas, entre outras técni-
cas.
Segundo a arquiteta Monica Dolce “qualquer am-
biente que apresente carga térmica interna - com
a presença de pessoas, equipamentos e/ou ilumi-
nação artificial - tende a ter a temperatura do ar in-
terno maior do que a do externo. Quando existem
aberturas inferiores o ar externo mais frio entra e, Exemplo de espelho dagua
naturalmente, o interno mais aquecido sobe, crian-
do uma ventilação no ambiente.” · Fachadas ventiladas
Na maioria de meus projetos posiciono os containers Fachada ventilada é um sistema que cria uma se-
elevados cerca de 50 cm acima do solo e o forro com gunda pele em relação à fachada principal do edi-
brita, criando um colchão de ar mais fresco do que fício, auxiliando na melhoria do conforto térmico e
o ambiente externo. No piso do container é criado reduzindo entre 30% e 50% do consumo de ener-
uma abertura em forma de grelha, permitindo que o gia do edifício. O revestimento é fixado em uma ar-
ar mais fresco entre no ambiente pressionando o ar mação de alumínio ou aço inoxidável que se anco-
quente que sobe. Essa movimentação de ar chama- ra na estrutura da edificação, mantendo a fachada
mos de ventilação natural, onde o ar quente é dire- afastada. O princípio fundamental dessa solução é
cionado naturalmente para as saídas posicionadas que uma lâmina de ar é criada na cavidade entre
em claraboias ou janelas altas, gerando fluxo de ar. as duas paredes, o que produz o efeito chaminé
e protege a fachada do container da incidência de
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raios solares.
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SELEÇÃO, LOGÍSTICA
E TRANSPORTE
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Modelos de containers dos nele são alimentos, roupas e móveis, podendo
também funcionar como almoxarifado e depósito
geral.
Antes de começar a programar o seu projeto é im-
portante entender quais são os tipos de containers
existentes no mercado e como são suas estruturas.
Alguns modelos de containers são bem específi-
cos, utilizados no transporte de cargas especiais,
como é o caso dos containers Open Top ou Flat
Rack. Os principais tipos de containers aplicados
na arquitetura e construção são os Dry e os Ree-
fer, que variam de proporções entre o Standard e o
High Cube (HC).
Cuidados na seleção
· Nacionalização do container
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Todas as laterais possuem esta numeração. Você
deve confrontar todas elas.
· Laudo de Habitabilidade
Transporte de containers
O transporte dos containers é feito prioritariamente Guindaste erguendo um container reefer de 40’
por munk, que variam de acordo com o tamanho e por cima da fiação urbana
o peso das caixas. Para carregar e descarregar os
containers, utilizam-se empilhadeiras, que podem
ou não serem equipamentos do próprio caminhão.
O acesso ao terreno é um fator que deve ser avalia-
do na escolha do equipamento que vai transportar
e carregar o seu container. Alguns caminhões não
acessam terrenos mais acidentados, por exemplo.
Fatores como barreiras, obstáculos, peso ou dis-
tância exigem o uso de guindaste ou de mais um
caminhão.
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Caminhao munk trucado erguendo container dry
de 20’
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FUNDAÇÃO E INFRAESTRUTURA
DO TERRENO
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Tipos de fundação
· Radier
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As sapatas geralmente são colocados uma em
cada canto dos containers, como no caso do con-
taner de 20’. Já eu prefiro prever 6 sapatas para os
containers de 20 e 8 para os de 40’.
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utilizadas também neste sistema construtivo, con-
forme imagens abaixo.
Side Twistlock
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A serralheria e demais etapas de preparação do controlado(fábrica)
container podem ser executadas simultaneamente
à fundação e à infraestrutura no terreno. A serra-
lheria é a primeira intervenção pela qual o contai-
ner passa. Nessa etapa são feitas as aberturas de Tipos de corte
paredes, portas, janelas e tubulações, assim como
os requadros de acabamento e reestruturação do
container. Quanto mais cortes, mais material e mão de obra
você gasta, o que aumenta o custo da obra. Entre-
tanto, a sugestão é não economizar nesse item. As
Essa fase é realizada no local da obra ou em am- aberturas agregam valor e design ao projeto, além
bientes controlados, que é o recomendado. Esses de serem fundamentais para o conforto ambiental
espaços são empresas especializadas, com toda a da edificação, visto que permitem a ventilação cru-
estrutura necessária para as transformações, sem zada e a entrada de luz natural nos ambientes.
riscos ao container e com mais qualidade na en-
trega do trabalho final. Depois de ter todas as me-
didas de acordo com o projeto, passamos para a As ferramentas mais comuns para essa etapa são
etapa de corte. os maçaricos, as lixadeiras de corte e a esmerilha-
deira angular. Porém, existem métodos que garan-
tem cortes com qualidade superior, como as máqui-
nas de corte a plasma. O corte é perfeito, o tempo
de trabalho é muito menor, mas elas são mais caras.
Requadros
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twistlocks, parafusos, solda ou abraçadeiras, ape-
sar de existirem outras. O mais barato e menos se-
guro é a união por abraçadeiras.
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Exemplo de acoplagem dos containers com barra
de cantoneira metálica soldada no teto dos dois
módulos e revestida com manta impermeabilizante
de alumínio + PU
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Detalhe dos pilares de reforço para transporte dos
containers. Antes do transporte e depois da obra
acabada
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TELHADO E
IMPERMEABILIZAÇÃO
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Adicionar um telhado ao seu container é uma ques-
tão de preferência e budget ($). Existem possibili-
dades para diferentes objetivos, gostos e bolsos.
Cobertura original
A meia água é uma opção barata, simples e rápida Exemplos de telhados com estrutura metalica e
de executar, além de ser ideal para alojar painéis telhas tipo sanduiche “meia água”
solares. O primeiro passo na instalação é definir
qual o tipo de telha e material serão usados. A op-
ção mais assertiva é a telha sanduíche, que é leve, Cobertura suspensa
resistente, bonita, com cores variadas e detém ca-
racterístcas termoacústicas.
Soltar o telhado da estrutura do container, criando
um efeito de telhado suspenso, é uma boa dica
Essa cobertura requer uma estrutura também com para quem deseja aliar design e conforto ambiental
pouco peso. Os materiais são diversos, desde o ao projeto. Essa solução permite, ainda, que haja
metal e a madeira, que são os mais comuns, até o fluxo de ar no telhado, evitando que se forme um
bambu. Um bom carpinteiro telhadista ou serralhei- colchão de de ar quente sobre o teto.
ro pode realizar o serviço com facilidade.
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Exemplos de telhados suspensos que permitem o
fluxo de ar entre a cobertura e o container
Telhado verde
Detalhe dos rufos de acabamento nas bordas do
A laje jardim, como também é conhecida, é a op- telhado e na calha(detalhe) de captação de águas
ção favorita de muitas pessoas, mas também é a pluviais
mais complexa. É a cobertura mais cara e a que re-
quer mais manutenção. Os benefícios justificam o
investimento e o cuidado. O telhado verde facilita A indicação é para que o telhado verde seja insta-
a drenagem do terreno, pois reduz a velocidade lado sobre uma plataforma apoiada nas extremida-
do escoamento de água da chuva; fornece inér- des do container e inclinada entre 3 e 5%, para que
cia térmica ao container, diminuindo a temperatura a água seja escoada e captada, e não se acumule
interna nos dias quentes e mantendo o calor nos sobre o container, o que poderia causar excesso de
dias frios; propicia diferencial estético; aumenta peso e deformação estrutural.
a biodiversidade; compensa a área impermeável
que foi ocupada no térreo, permitindo a criação de
áreas de lazer, como terraços e hortas; capta águas
pluviais; contribui para melhoraria da qualidade do
ar; e minimizar os efeitos das ilhas de calor.
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3) Camada filtrante: para reter partículas, é feita com
um geotêxtil;
5) Solo e vegetação.
PINTURA
· Elétrica
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Chegamos a uma etapa muito importante e diver- container apresente muitos pontos, o jatea-
tida. A pintura protege o container e dita a estéti- mento completo é o ideal, apesar de ser um
ca do projeto. A grande maioria dos containers é processo custoso;
comprada com alguma avaria, que pode ser sujeira,
corrosão ou amassamento. O container é fabrica-
do com aço corten, que é um tipo de aço com ele-
mentos que têm propriedades anticorrosivas, como
fósforo e cobre.
3) Aplicar massa plástica nos pontos onde ha- 5) Com uma pistola de ar comprimido ou com
via corrosão, para regularizar a superfície e um rolo, aplicar a base anticorrosiva (primer)
a textura do painel, assim como na pintura em toda a superfície do container, inclusive
automotiva; internamente;
Container com aplicação de massa plástica nos Exemplo de aplicação de primer anticorrosivo em
pontos lixados (Imagem do curso A FORMULA DA toda a superfície do container, incluindo interna-
ARQUITETURA EM CONTAINERS – versão online) mente (Imagem do curso A FORMULA DA ARQUI-
TETURA EM CONTAINERS – versão online)
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7) Momento da tinta. Pode-se utilizar a auto-
motiva, a epóxi, o esmalte ou a antitérmica. Muito importante lembrar pessoal, que para esse
Entre a pistola de ar comprimido e o rolo, a mesmo processo de pintura existem três categorias
primeira opção tem sempre o melhor resul- de tinta, que vão variar entre preço e durabilidade.
tado. Tá, mas qual escolher?
Exemplo de container pintado com tinta epóxi anti- Exemplo de container pintado com tinta epóxi anti-
térmica de nanotecnologia no teto do container térmica de nanotecnologia
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INSTALAÇÕES ELÉTRICA
E HIDROSANITÁRIA
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Nenhuma habitação está completa sem serviços
básicos. Duas etapas envolvem as instalações elé-
trica e hidrosanitária de uma edificação em contai-
ner: a) a infraestrutura das instalações no terreno; e
b) o sistema de instalações no módulo.
· Água
· Esgoto
· Elétrica
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Primeiramente, você precisa alimentar o quadro de
distribuição com a energia que chega da rede, que
como sugeri anteriormente, pode ser feito com o
sistema plug&play. Em seguida, através das pare-
des e do forro do container, é necessário dividir os
circuitos por meio de mangueiras corrugadas e/ou
eletrocalhas. Existem duas maneiras de fazer isso:
internamente ou externamente. Na primeira, você
passa as mangueiras e os conduites pelas paredes
e forros. É o método mais barato e se assemelha
ao acabamento de uma casa convencional. Já na
opção externa, os eletrodutos, interruptores e to-
madas ficam aparentes e conferem um estilo mais
industrial ao projeto. Os materias podem ser de
Estruturação do Drywall montada e que irá receber PVC (plástico), alumínio ou aço galvonizado.
o sistema elétrico e hidráulico interno
· Instalação elétrica
Quadro de distribuição
· Instalação hidrosanitária
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Parede hidráulica, passada internamente pelo é o mais indicado, pois o corte das paredes para
drywall passagem da tubulação não permite um acaba-
mento muito bem feito.
· Instalação hidráulica
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O isolamento termoacústico é, sem dúvida, a maior é a estruturação do drywall, a partir da instalação
objeção para a construção com containers. “É mui- dos montantes e guias, que podem ser metálicos
to quente? Dá para morar?”. Claro que dá! O iso- ou de madeira. Caso sejam metálicos, podem ser
lamento térmico nos containers é o responsável soldados no próprio container. Se forem de madei-
por manter a temperatura interna ideal, sem que as ra, precisam ser parafusados e os furos devem ser
temperaturas externas invadam o ambiente. Vamos vedados, para evitar infiltrações e corrosão no con-
nos referir ao container Dry, visto que o Reefer é tainer. Após a estruturação do drywall, os espaços
originalmente revestido termicamente. Pelo fato criados em meio aos montantes terão a função de
do Dry ser feito com aço corten, um material com armazenar as tubulações elétrica e hidráulica, além
condutividade extremamente alta, o isolamento do isolamento termoacústico.
termoacústico é obrigatório. A exceção é para os
casos em que os módulos ficam acondicionados
internamente em outras edificações, os chamados
“Inside Containers”, que ficam assim protegidos das
intempéries.
Quem procura por um isolamento térmico de qua- Exemplo de estruturação do drywall, que recebe-
lidade deve, antes de tudo, procurar uma empresa rão as mantas termoacusticas
especializada e escolher o material mais resisten-
te, seguro e de fácil aplicação. O primeiro passo
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A espessura final da parede de isolamento é direta- mo de energia do ar condicionado. Ela é leve e fácil
mente proporcional ao seu desempenho. Ou seja, de cortar, não deteriora ou apodrece, não favorece
quanto mais espessa mais isolante. O mercado dis- a proliferação de fungos ou bactérias, não prejudi-
ponibiliza as espessuras de 48, 70 e 90 milímetros. ca as superfícies com as quais está em contato, não
Dê preferência aos de 90 mm, para garantir um é atacada por roedores, não diminui a capacidade
acabamento final de 11,5 cm na parede, o que re- isolante com o tempo e, ainda, possui alto poder de
presenta máxima eficiência. No Brasil, os materiais isolação térmica e absorção acústica.
de isolamento mais utilizados são: EPS (poliestireno
expandido ou esopor), lã de vidro, lã de pet e lã de
rocha.
EPS
Lã de pet
Isolamento com eps
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Detalhe rolo de lã de rocha
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ACABAMENTO E
REVESTIMENTO
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Os tipos de acabamentos para edificações em
containers são praticamente os mesmos utilizados Tipos de placas Gesso acartonado:
em construções convencionais, podendo comple- · chapa ST (Standard) - uso geral;
mentar também a eficiência termoacústica, com o · Chapa RU (Resistente à umidade) - área mo-
diferencial da função estética e decorativa. Para o lhadas;
revestimento da estrutura de isolamento, o drywall, · Chapa RF (Resistente ao fogo) - utilizadas
existem diversos materiais que podem ser encon- em saídas de emergência e área enclausu-
trados no mercado. radas. Possui material retardante de chamas.
· Chapa para áreas externas - Chapas cimen-
ticias - utilizadas para áreas externas
· Chapa Flexível - para fazer superfícies cur-
Gesso acartonado vas;
· Chapa perfurada - para absorção acústica;
O gesso acartonado é uma placa de gesso mistu- · Chapa de alta dureza;
rada com papel cartão, utilizada em vários projetos
de design e arquitetura para interiores. Por ser um
material versátil e prático, é a principal escolha para
containers. Quando pintado, apresenta as mesmas
características visuais de uma alvenaria convencio-
nal. Demais vantagens: pouco peso, alta resistência
ao fogo e compatibilidade com outros materiais de
revestimento, como cerâmicas, pastilhas, porcela-
natos, tintas e papel de parede.
OSB
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natura) e também com uma ou com as duas faces
revestidas por melamínico (BP) ou finish foil (FF). O
MDF é um produto desenvolvido especialmente
para uso interior e não deve ser exposto à ação
da água. Ou seja, deixe-o longe de ambientes com
umidade excessiva. O MDF é fabricado com um
composto que cria uma barreira protetiva ao ata-
que de insetos furadores. Porém, o risco existe. O
melhor é tratar preventivamente o local no qual ele
será instalado.
MDF
Vantagens:
Revestimento de pisos
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Exemplo de uso de piso laminado e parede original
do container Dry
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ESQUADRIAS
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Os modelos de portas e janelas internas e externas
também variam de acordo com o projeto, o estilo
do cliente, a função da edificação e, logicamen-
te, do orçamento. As opções são praticamente as
mesmas existentes para a alvenaria.
Esquadria de PVC
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Vidro temperado
Madeira
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MANUTENÇÃO
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Cuidados básicos -los pode ressecar com o tempo e, com isso, gerar
infiltrações. Verifique o encanamento, as redes de
drenagem e as conexões elétricas regularmente.
Todas as casas, convencionais ou em containers, Conserve bem o seu container e comprove ano
exigem cuidados ao longo dos anos. Algumas após ano os privilégios dessa tendência do merca-
questões são particulares nas edificações em con- do imobiliário.
tainers e precisam de monitoramento. A pintura é o
ponto que requer mais atenção! Por isso é tão im-
portante investir nesse item. O tipo de pintura que
você utilizar vai ditar o rítimo da manutenção.
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Felipe Savassi
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