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Corrosão Por Cavitação
Corrosão Por Cavitação
Resfriamento
2019
Resumo
Este artigo realizou uma pesquisa científica e de campo numa grande cervejaria tendo como
base a análise e caracterização da corrosão em bombas centrífugas que a princípio acreditava-
se ser proveniente do fenômeno da cavitação, problema muito presente nas indústrias e de
grande impacto na eficiência dessas bombas. O desenvolvimento deste trabalho realizou-se
através de constantes acompanhamentos do funcionamento, desempenho das bombas em
campo e pesquisas bibliográficas para demonstrar toda a influência da modificação de
determinados parâmetros operacionais nas variáveis de processo e subsequentemente nos
resultados obtidos. Através desse constante acompanhamento, pode-se definir as verdadeiras
causas do fenômeno de corrosão que vinha sendo observado nas bombas centrífugas inseridas
num sistema de torres de resfriamento como será demonstrado neste trabalho.
1. Introdução
“A cerveja, se bebida com moderação, torna a pessoa mais dócil, alegra o espírito e promove
a saúde.” (Thomas Jefferson, 1795).
Segundo o portal BeerCast (2019), a Companhia das Índias Orientais foi responsável por
trazer as primeiras cervejas ao Brasil em conjunto aos Holandeses, porém desaparecendo em
1654 devido a preferência dos brasileiros da época por cachaça, licores e vinhos. Somente em
1808 a Família Real portuguesa trouxe de volta a cerveja ao país. Dom João, sendo um grande
apreciador de cerveja, decretou a abertura dos portos para outras nações neste período,
abolindo o monopólio comercial ali existente.
Devido a uma crescente demanda de produção das cervejas, o bom funcionamento de
equipamentos mecânicos e elétricos inseridos no processo produtivo se faz cada vez mais
necessário onde à eficiência energética e diminuição do custo de produção é cada vez mais
exigido. Devido a essa premissa, fenômenos provenientes dos processos indústrias que são
prejudiciais para os sistemas devem ser cada vez melhor analisados e tratados a fim de se
evitar eventuais falhas nos equipamentos e consequentes perdas financeiras. Um dos
equipamentos que detêm um cuidado especial de manutenção tanto preditiva quanto
preventiva são as torres de resfriamento devido ao seu elevado grau de importância na cadeia
de produção da cerveja. Além disso, as bombas centrífugas que realizam o bombeamento do
fluído resfriado para se chegar à temperatura ideal de produção da cerveja também devem
receber um cuidadoso tratamento de manutenção e operação.
Para o entendimento acerca do presente trabalho, será apresentado neste capítulo alguns
conceitos de mecânica dos fluídos, essenciais para compreendermos os parâmetros envolvidos
nos cálculos e caracterização da cavitação em bombas centrífugas que estão inseridas nas
torres de resfriamento.
2.1 Vazão
A vazão é uma característica que pode ser representada em função do volume ou da massa de
um fluído.
Para o caso de vazão volumétrica, é definida como sendo um volume de fluído que passa por
uma seção em um determinado intervalo de tempo.
Para o caso da vazão mássica, é definida como uma quantidade de massa de fluido que passa
por uma seção em certo período de tempo.
A vazão volumétrica pode também ser determinada por outra relação, envolvendo a
velocidade do fluido e a área da seção da tubulação, conforme mostrado abaixo:
3. Torres de resfriamento
3.1 Range
O range de uma torre de resfriamento é definido como a diferença das temperaturas de
alimentação da torre (água quente de entrada) e de devolução da torre (água de saída,
resfriada).
3.2 Approach
O approach de uma torre de resfriamento é a diferença das temperaturas de devolução da torre
(água de saída, resfriada) e da temperatura de bulbo úmido do ar na entrada da torre.
3.3 Eficiência
Na prática, para torres de resfriamento, comumente é utilizado o conceito de eficiência de
resfriamento, dado por:
3.4 Purga (blow down)
Todo tanque deve ter instalado um dreno em sua parte inferior, para caso haja a necessidade
de esvazia-lo. A purga nada mais é que a ação de “descarga” de um tanque. A intenção da
purga é retirar do tanque o excesso de resíduos (sujeiras, material orgânico, excesso de sais e
qualquer outro resíduo depositado no fundo do tanque) que prejudicam de alguma forma o
uso do mesmo.
4. Bombas
A altura manométrica total máxima que a bomba pode fornecer corresponde à vazão zero. À
medida que a vazão de líquido aumenta a altura manométrica cai. A bomba pode operar em
qualquer um dos pontos da curva. Com o aumento da viscosidade na curva fica mais inclinada
e a área cinza aumenta.
A altura manométrica fornecida pela bomba, a uma dada vazão, independe da densidade do
líquido bombeado. Assim, quanto maior a densidade do líquido maior o degrau de pressão
fornecido pela bomba. A relação entre estas duas variáveis é dada pela equação abaixo:
4.4 Cavitação
Cavitação é um fenômeno de ocorrência limitada a líquidos, com consequências danosas para
o escoamento e para as regiões sólidas onde a mesma ocorre. O estudo da cavitação pode ser
dividido em duas partes: o fenomenológico, que corresponde à identificação e combate à
cavitação e seus efeitos; e o teórico, onde interessa o equacionamento do fenômeno, visando a
sua quantificação no que se refere às condições de equilíbrio, desenvolvimento e colapso das
bolhas. Para o perfeito entendimento da cavitação, torna-se necessário abordar o conceito de
pressão de vapor.
A perda normal é função direta do fator de atrito, que depende do tipo de escoamento. No
caso laminar, o fator de atrito pode ser obtido pela fração 64/Re. Na zona crítica e no regime
completamente turbulento, o fator de atrito é expresso pela equação de Colebrook-White e
depende do número de Reynolds e da rugosidade relativa, onde, varia segundo: o material e o
processo de fabricação da tubulação, o líquido bombeado e a idade do projeto.
5. Desenvolvimento
Após o levantamento de dados da placa do motor, foi obtido através da Tabela da KSB o
NPSH requerido para tal equipamento, como vemos na figura 10:
.
Figura 10 – NPSH requerido
Fonte: Adaptado de Catálogo técnico KSB
NPSH Requerido: 5 MCA
Feito a medição linear da tubulação e do diâmetro da seção de entrada da moto bomba até a
torre de resfriamento.
5 4 1
2
3
9 88
Após a aquisição do coeficiente de perda carga dos acessórios em tabelas, foi feito os cálculos
para determinação da velocidade de escoamento do fluido em cada seção. Posteriormente
foram feitos os cálculos de Número de Reynolds para determinação do tipo de escoamento.
Vale ressaltar que em cada trecho foi corrigido o valor de Reynolds devido à mudança da
seção transversal (diâmetro) e consequentemente mudança da velocidade do fluido.
Foi obtido em tabela os valores da massa específica e viscosidade dinâmica para determinação
do Número de Reynolds.
Com posse dos valores de Reynolds e da rugosidade do material (tubo), foi possível encontrar
o valor do fator de atrito através do Ábaco de Moody.
5.2 Cálculos
Seção 1:
Dados:
Vazão total trecho =560m³/h =0,1556m³/s
Diâmetro interno tubulação : 0,20638 metros
, = 4,65 m/s
, =
, = 0,0002228
, = 0,016 MCA
Seção 2:
Dados:
Vazão total trecho =560m³/h = 0,1556m³/s
Redução excêntrica 14x8 polegadas
, = 1,68 m/s
Seção 3:
Dados:
Vazão total trecho = 560m³/h = 0,1556m³/s
Diâmetro interno da tubulação: 0,34290 metros
Determinação da velocidade de escoamento
, = 1,68 m/s
Determinação Número Reynolds
, =
Determinação da rugosidade relativa
, = 0,0000134
= 8,0 MCA
6. Conclusão
Cortinovis, G. F.; Song, T. W. Funcionamento de uma torre de resfriamento de água, Revista de Graduação
da Engenharia Química, Sao Paulo-SP, 2006.
DOSSAT, Roy J. Princípios de Refrigeração / Roy J. Dossat; tradução Eng° Raul Peragallo Torreira – SP: Ed.
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