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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS
CORDENAÇÃO DE ENGENHARIA MECÂNICA
LABORATÓRIO DE CALOR E FLUIDOS I
PROF. DR. GLAUBER CRUZ

4º EXPERIMENTO: CURVA CARACTERÍSTICA DE BOMBAS

Objetivo Geral: Entender o comportamento h i d r á u l i c o das bombas por meio das


r e s p e c t i v a s curvas características em configuração de série e paralelo.

Objetivos específicos:
 Obter a curva característica de uma bomba centrifuga, isto é, a curva do
fabricante;
 Variar as rotações de 1800 a 3400 rpm, de 200 em 200 rpm;
 Obter as vazões e calcular as velocidades associadas;
 Calcular a potência (P) e o rendimento (η);
 Observar o fenômeno de cavitação.

Breve fundamentação teórica:

Bombas:

Bombas são equipamentos cuja finalidade é realizar o deslocamento de fluidos


de um líquido por escoamento. Sendo uma máquina geratriz, a bomba transforma o
trabalho mecânico que recebe para o devido funcionamento em energia que é transferida
ao líquido para compensar perdas por atrito com a tubulação e outros acidentes,
contribuindo para que o fluido tenha um aumento de velocidade e/ou pressão e/ou altura
(FOX et al., 2014).

Grandezas características da bomba

A melhor forma de descrever as características operacionais de uma bomba


(Figura 1) é pela utilização das curvas características, a qual em conjunto com a curva do
sistema possibilita a determinação do ponto ótimo de trabalho (máximo rendimento).

Figura 1. Exemplo de sistemas de bombeamentoo


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Algumas definições úteis:

1) Carga transferida pela bomba ou altura útil de elevação (H)

É a energia por unidade de peso que o líquido adquire em sua passagem pela bomba.
Esse valor é calculado aplicando-se a equação de conservação de energia (equação 1)
entre a entrada e saída da bomba.

(1)
H : Altura útil de elevação [m]
P1 : Pressão na entrada da bomba [Pa]
P2 : Pressão na saída da bomba [Pa]
V1 : Velocidade na entrada da bomba [m/s]
V2 : Velocidade na saída da bomba [m/s]
 : Peso especifico do fluido [N/m3]
g : Aceleração da gravidade [m/s2]

Geralmente, Z2–Z1= 0 (variação desprezível na energia potencial) e o termo da energia


cinética também é desprezível (mesmo diâmetro na seção de sucção e descarga). Então,
tem-se aequação (2):

(2)
A altura útil de elevação é especificada pelo fabricante em forma de curvas Q versus H
(Figura 2).

Figura 2. Curva característica da bomba (curva do fabricante).

Para um líquido livre de gases dissolvidos, o aumento da pressão ao passar por uma
bomba é função da vazão, da massa específica, da velocidade de rotação e diâmetro do
rotor, ou seja (equação 3):

ΔP = f (Q, ρ, N, D) (3)

Sabendo-se as variáveis envolvidas no bombeamento de um fluido através de um


sistema qualquer e aplicando o teorema dos pi’s de Buckingham (determinação de
grupos adimensionais), tem-se que em regime turbulento, a razão entre os
adimensionais de pressão e vazão são expressos pela equação (4):

(4)
/
3

Desta maneira, a curva característica da bomba, H versus Q é única desde que a


velocidadede rotação e o diâmetro do rotor sejam mantidos constantes.

2) Altura total de elevação (Ht)

É a variação final de energia por unidade de peso do liquido bombeado, ao passar este
do reservatório de sucção para o de descarga. Esse valor é calculado aplicando-se a
equação (5) de conservação de energia entre os reservatórios de sucção e de descarga.

(5)

Hi : Altura total de elevação [m]


Ps : Pressão na sucção do sistema [Pa]
Pd : Pressão na descarga do sistema [Pa]
Vs : Velocidade na sucção do sistema [m/s]
Vd : Velocidade na descarga do sistema [m/s]
Z : Diferença de níveis entre a descarga e a sucção [m]
hP : perda de carga

Geralmente, Ps–Pd = 0 (reservatórios abertos) e o termo da energia cinética também é


desprezível (nível aprox. constante). Então, a equação (3) se torna a equação (6):

H  z  hp (6)

Para cada sistema de bombeamento a altura disponível é representada em forma de curvas


Q versus H do sistema. O ponto de trabalho é o ponto onde se interceptam as curvas do
sistema e da bomba (Figura 3).

Figura 3. Ponto de trabalho da bomba

Construção gráfica da curva do sistema

O gráfico, que apresenta a variação da altura manométrica (H) em função da


vazão (Q), é denominado de curva do sistema, ou seja, mostra a variação da energia
necessária por unidade de massa ou peso que o sistema precisa para transportar o fluido
de um ponto 1 a um ponto 2, considerando as interferências encontradas no caminho
como acessórios, atrito da tubulação, rugosidade do tubo, válvulas etc (ROITMAN,
2002).
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A determinação da curva de um sistema poderá ser a partir dos passos a seguir:

1. Fixam-se várias vazões e escolhendo entre estes pontos os correspondentes à vazão


de shut-off (vazão zero) e a vazão com a qual se deseja que o sistema seja operado
(vazão ótima de operação);
2. Calculam-se as alturas manométricas (H) correspondentes às vazões (Q) fixadas no
item anterior, ou seja:
3. Com os valores dos pares H, Q, plotar os pontos em um gráfico e construir a curva
do sistema.

A curva de um sistema apresenta a forma semelhante ao gráfico da Figura 4:

Figura 4. Representação da curva de um sistema genérico.

3) Procedimento experimental para determinar a curva do fabricante

Parte 1: Variar a vazão do sistema e anotar as pressões na entrada e saída da bomba


combase no formulário abaixo. OBS: o controle de vazão é feito pela válvula de saída.

Parte 2: Observar o fenômeno de cavitação;

Formulário de coleta de dados:

Temperatura da água (início do experimento):


Temperatura da água (final do experimento):

Rotações Vazão (Q) em L/h Pman (bar) ΔPman (bar) Velocidade


(rpm) (medida) (m/s)
1800
2000
2200
2400
2600
2800
3000
3200
3400
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Referências

ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos eaplicações.


São Paulo: Bookman, 2007. 816 p.
FOX, R. W. et al. Introdução à mecânica dos fluidos. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2014. 871 p.
MUNSON, B. R. Fundamentos da mecanica dos fluidos. Sao Paulo: Edgard Blucher,
2004.
ROITMAN, V. Curso de formação de operadores de refinaria: Operações unitárias.
Curitiba: PETROBRAS: UnicenP, 2002. 50 p.

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