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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de São Carlos


Departamento de Hidráulica e Saneamento

Hidráulica 1
Prof. Maria Mercedes Gamboa Medina

Projeto 2
Sistemas de Recalque

Geovanna Damacena da S. Galdino - nº USP: 12544782


Henrique Marques Polakiewicz - nº USP: 12544757
Sara Alves - nº USP 12566219

São Carlos
2023
1 - INTRODUÇÃO

Entre 2 a 3% do consumo energético do país, está ligado a serviços de abastecimento


de água e esgoto sanitário. Sendo 90% desse gasto associado a sistemas com motor-bomba
nas estações elevatórias, entretanto cerca de 25% dessa energia se deve a ineficiência
energética dos sistemas. Essa ineficiência é resultado do emprego de equipamentos de
bombeamento de baixo rendimento, do excesso de perda de carga hidráulica nas linhas
adutoras e outros fatores (GOMES, 2009).
Desse modo, por meio dos intensos processos de urbanização, há uma crescente
preocupação com os custos gerados para o abastecimento de água e sistemas de coleta de
esgoto nas grandes cidades, que utilizam em sua maioria sistemas de bombeamento. Com
isso, a eficiência energética nesses processos é de suma importância, para que se possa haver
uma redução dos gastos e o aumento da qualidade do serviço. (CARVALHO, 2012).
Tendo isso em vista, o presente trabalho tem por objetivo elaborar um projeto
simplificado, realizando o dimensionamento da tubulação e escolha da bomba, baseando nos
critérios hidráulicos e com o menor custo possível. O projeto prevê o fornecimento de água
através de um sistema de recalque , onde a captação de água ocorrerá a partir de um poço
com cota de 770m e entregue a um reservatório com nível de água na cota de 790, sendo
transportada a uma distância de 700m, possuindo um comprimento de sucção de 50m e 650
de recalque. Ademais, é esperado que a vazão demandada aumente linearmente durante 10
anos de vida útil do projeto, saindo da vazão no primeiro ano de 0,007m²/s para 0,020m²/s no
último ano, em 12h/dia de operação
.
1.1 - Comprimento equivalente
É o comprimento retificado, que permite substituir os acessórios em uma tubulação
por um comprimento equivalente que levará a uma perda de carga distribuída igual a perda de
carga gerada pelos acessórios. Na figura 1 , pode ser visualizado uma exemplificação do que
foi explicado.
Figura 1: Método de comprimento equivalente

Fonte: Aula 9 - perda de cargas localizadas. Prof. Maria Mercedes Gamboa Medina.

Por meio da utilização da Equação 1 abaixo, pode-se calcular o valor do


comprimento equivalente, utilizando o coeficiente de perda (K).

Equação 1: Perdas de carga localizada utilizando o coeficiente de perda.


Leq K
=
D f
Onde:
Leq = Comprimento equivalente
K = Coeficiente de perda (Tabelado)
f = fator de atrito
D = Diâmetro

O comprimento equivalente também pode ser obtido por meio da utilização de


tabelas, como pode ser visualizado na Figura 2, que mostra o comprimento equivalente em
números de diâmetro de canalização.
Figura 2: Comprimento equivalente em números de diâmetro de canalização, para
peças metálicas, ferro galvanizado e ferro fundido.

Fonte: Aula 9 - perda de cargas localizadas. Prof. Maria Mercedes Gamboa Medina.

Com a utilização da tabela, basta multiplicar a coluna do comprimento equivalente


(Le/D) pelo diâmetro da tubulação trabalhada.

1.2 - Curva característica da Bomba

As curvas característica de bombas centrífugas, relacionam a vazão de recalque com


a altura manométrica (H), com a potência absorvida (P) e com o rendimento (n) ,
apresentando os seguintes aspectos baixos.
Figura 3 : Esquema de bomba Centrífuga

Fonte: EM886 – Laboratório de Calor e Fluidos II.

onde:
H = Altura de elevação manométrica
P = Potência absorvida
Q = Vazão
n = Rendimento

Nas bombas centrífugas a energia mecânica acaba sendo transferida para o fluido, por meio
das forças que são geradas no rotor da bomba. E quando modifica-se as dimensões, formas e
número de giro do rotor, temos que a intensidade dessas forças varia, por isso quando tem-se
alterações nesses três parâmetros, alteramos também de modo correspondente a curva
característica da máquina.
Sendo assim tem-se que a curva característica da bomba representa as condições
hidráulicas operacionais em determinada rotação, sendo disponibilizada pelo fabricante ou
medida experimental.
Ademais, junto com a curva da bomba, tem- se a curva característica do sistema, que
representa a perda de pressão no sistema em função do caudal. Sendo calculada por base no
balanço da energia mecânica em pontos estratégicos, composta pela altura geométrica de
elevação mais a perda de carga correspondente a uma determinada vazão . Como pode ser
visualizado na equação abaixo.
H=Hg+ Σ Δ H
Onde:
Hg = Altura geométrica
Σ Δ H = Somatória das perdas de carga

Como a curva do sistema apresenta perdas de carga que são proporcionais ao


quadrado da velocidade, e a velocidade é diretamente ligada à vazão, a curva que a representa
acaba sendo de 2° grau, cujo gráfico é uma parábola. Desse modo, quando colocadas as duas
curvas em um mesmo gráfico, elas se cruzam, e esse cruzamento é determinado de ponto de
operação.

1.3 - Diâmetro econômico

O custo da tubulação depende da espessura e diâmetro do material escolhido, levando


em consideração os parâmetros econômicos e disponibilidade de diâmetros comerciais. Na
escolha do diâmetro dois fatores são levados em consideração, o custo da tubulação e o custo
operacional do sistema.
O custo da tubulação aumenta à medida que se escolhem diâmetros maiores, já o
custo operacional do sistema,é a energia gasta no bombeamento do fluido, que diminui com o
aumento do diâmetro da tubulação (CORRÊA, 2016). Na Figura 4 pode ser visualizado o
comportamento dessas curvas para a determinação do diâmetro ótimo.

Figura 4 : Determinação do Diâmetro ótimo

Fonte: CORRÊA, 2016


Com isso a soma dos custos fixos (custo da tubulação) mais os operacionais apresenta
um valor mínimo, conforme demonstrada na figura 4, que é denominado de diâmetro
econômico, obtido por meio da equação 2 para funcionamento contínuo e equação 3 para
funcionamento não contínuo.

Equação 2: Fórmula de Bresse


D(m)=K √❑

Onde:
D(m) = Diametro economico
K = Constante de 0,7 a 1,3.
Q = vazão

Equação 3: Fórmula de Bresse para funcionamento não contínuo

D(m)=1 , 3 √ X √ ❑
4

Onde:
D(m) = Diametro economico
Q = vazão
x = Horas de funcionamento (24/x)

1.4 - Potência

A potência é a quantidade de energia por unidade de tempo consumida pela bomba


hidráulica. Durante o processo de transformação de energia elétrica em energia hidráulica, o
motor entrega potência ao sistema (eixo) e uma parte da potência é perdida com as perdas
mecânicas, e o restante é entregue ao rotor que transfere energia ao fluido recalcado. Por
meio da equação 4, é possível obter a potência da bomba, que utiliza o rendimento do
sistema.
Equação 4: Potência da Bomba

γ QH
Pot =
η
Onde :
Pot = Potência
H = Altura total de elevação

η = Rendimento global da Bomba

1.5 - Rendimento

O rendimento é a unidade que mede a eficiência da relação do motor com a bomba,


pois como foi abordado anteriormente, a bomba necessita de quantitativo de energia maior do
que consome, devido a suas perdas de carga na parte interna. Isso é perceptível, pois o motor
não transmite toda a energia gerada, pois o eixo necessita de uma quantidade maior do que
consome de energia,devido as suas perdas. Com isso temos o rendimento Hidráulico,
Volumétrico e Mecânico. Para se obter o rendimento da bomba, pode-se utilizar a equação 5.

Q . H ,0 , 37
η=
BHP
onde:
η = Rendimento esperado da bomba

Q = Vazão em m³
H = Altura de elevação em m.c.a
BHP = Consumo de energia da bomba

Com isso é gerado um gráfico de rendimento, que pode ser visualizado na Figura 5,
onde Qòtimo é o ponto de melhor eficiência da bomba.
Figura 5 : Representação gráfica do rendimento da bomba.

Fonte: EM886 – Laboratório de Calor e Fluidos II

As bombas apresentam limitações de rotores, que vão de um diâmetro máximo até um


diâmetro mínimo. O diâmetro máximo é consequência do espaço físico no interior da bomba
e o mínimo é limitado hidraulicamente. As curvas de rendimento nos catálogos às vezes são
plotadas isoladamente, ou seja, o rendimento obtido para cada diâmetro de rotor em função
da vazão. Em outros casos, os mais comum, são plotadas sobre as curvas de diâmetro de
rotores, baseado em plotar sobre a curva de Q X H de cada rotor, o valor de rendimento
comum para os demais, posteriormente se unem os pontos de mesmo rendimento, formando
as curvas de rendimento das bombas. Na figura 6 podem ser visualizadas essas curvas, que
são também chamadas de curvas de Isorendimento.
Figura 6 : Curva de Isorendimento.

Fonte: EM886 – Laboratório de Calor e Fluidos II

2 - METODOLOGIA

O sistema analisado possui os seguintes acessórios nos comprimentos de recalque


e de sucção.
No trecho de sucção:
● Válvula de pé com crivo
● Curva 90° de raio longo (4 unidades)
● Curva de 45° (2 unidades)

No trecho de recalque:
● Válvula de retenção
● válvula de angulo (abertapara máxima vazão)

A tubulação utilizada fio de MPVC DEFoFo, sendo esperado uma vazão demandada
que aumente linearmente durante 10 anos de operação do sistema, partindo volume inicial de
288 m³/dia no primeiro ano de funcionamento, para 864 m³/ dia no último ano. Além de
conter uma rugosidade no valor de 0,00001 m. Com cota inicial de 770 metros, e uma cota
final de 790, contendo uma tubulação de 50 m de comprimento de sucção e 650 m de
comprimento de recalque.
2.1 - Determinação do comprimento equivalente de recalque e de Sucção

Para a determinação do comprimento equivalente dos trechos de sucção e recalque,foi


utilizado a tabela representada na Figura 7, que consta os valores de perda de carga
localizada expressa em diâmetros de canalização retilínea, para cada tipo de peça utilizada.

Figura 7 : Tabela de perdas localizadas expressa em diâmetros de canalização


retilínea.

Fonte:

Com a utilização da tabela da Figura 7, foram identificados os valores de


comprimento de número de diâmetros, para cada acessório do sistema, como mostrado na
Tabela 1.
Tabela 1: Valores de comprimento de número de diâmetros para cada acessório do
sistema.

Acessórios Leq/D

Válvula de pé com crivo 250

Curva de 90° de raio longo 120

Curva de 45° 30

Válvula de retenção 100

Válvula de Ângulo (abertura máxima) 170


Fonte: Autores, 2023.
A partir da obtenção desses valores, foi utilizado a fórmula abaixo para se obter o
comprimento equivalente dos acessórios, que foi somado ao comprimento real de seus
respectivos trechos.

Leq=Lp∗D

Onde:
Leq = Comprimento equivalente.
D = Diâmetro.
Lp = Soma dos Leq/D de cada trecho separadamente (Sucção e recalque).

2.2 - Determinação do diâmetro econômico

Para a determinação do diâmetro econômico, foram feitos 3 cenários distintos, que


podem ser visualizados na tabela 2 a seguir, isso se deve ao fato de que anormalmente o custo
de operação é o que mais influencia em diâmetros menores, com isso variou-se então a
potência e o tempo de operação.
Tabela 2: Cenários
analisados para Cenário 1 Bomba com 12h de funcionamento obtenção do
melhor diâmetro Cenário 2 Bomba 24h de funcionamento econômico
Cenário 3 Bomba 6h de funcionamento

Fonte: Autores, 2023.

A partir da definição dos cenários, foi calculada a vazão para cada ano de operação do
sistema. Sabe-se que no primeiro ano o volume necessário por dia é de 288 m³/dia, já no
último ano, esse volume é de 864 m³/dia. Desse modo, por meio da diferença entre os
volumes inicial e final do projeto dividido por 9 (número de anos/vezes que a vazão vai sofrer
aumento), foi estipulado o volume (m³/dia) de cada ano. Com o volume de cada ano
calculado, dividiu o resultado obtido pelo tempo de operação da bomba em cada cenário
avaliado, obtendo a vazão em m³/h, depois foi transformado para m³/s.
Com a vazão de cada ano de operação definida de acordo com cada cenário, foi se
calculado o diâmetro econômico com a utilização da fórmula de bresse, que pode ser
visualizado na equação 5. Este valor foi utilizado como parâmetro para embasar a escolha dos
diametro para a realização da curva do sistema, onde priorizou-se os diâmetros da tabela 3
com seus respectivos custos, próximos ao calculado pela equação 5. Esse processo foi
realizado com a vazão do último ano de cana cenário analisado.

Equação 5: Fórmula de Bresse

D=K √ ❑

Onde:
D = Diâmetro
k = Constante no valor de 1,3
Q = Vazão
T = Tempo de operação da Bomba
Tabela 3: Diâmetros
nominais Diâmetro nominal Custo (R$) tubulação de 6m analisados com
seus 100 360 respectivos
150 530
custos 200 880
250 1388
300 1850
350 2620
400 5430
Tarifa de energia 1,1 R$/kWh

Fonte: Autores, 2023.

Dando continuidade, calculou-se para cada diâmetro da Tabela 3, o fator de atrito (f)
e a altura manométrica H(m) da bomba. por meio das equações 6 e 7, repetindo esse processo
para cada cenário, já que a vazão não é a mesma, entretanto vale ressaltar que os diametro da
tabela 3 são iguais, independente do cenário avaliado.

Equação 6: Equação de Swamee- Jain

0 , 25
f=
ϵ 5 , 74
(log ( + ))²
3 , 7 D REY 0 ,9
Onde:
f = Fator de Atrito
D = Diâmetro
ϵ = Rugosidade no valor de 0,00001m

Rey = Número de Reynolds

Equação 7: Altura manométrica

2
Q
H (m)=Hg+0,0827 f L
5 Total
D
Onde:
Hg = Altura Geométrica
f = Fator de atrito
Q = Vazão
D = Diâmetro
LTotal = Comprimento equivalente de recalque somado ao de sucção e ao comprimento real da
tubulação.

Por meio da obtenção da altura manométrica da bomba, utilizou-se o catálogo da


empresa EQUIPE® com as classes BRF UC-17 (1750 rpm) BRF UD-18 (1750 rpm) BRF
UC-17 (3500 rpm), BRF TC-12 (1750 rpm), BRF TD -13 (1750 rpm), BRF VE -23 (1750
rpm) BRF WE - 28 (1150 rpm), onde se obteve-se a melhor bomba da classe para cada
diâmetro. Em seguida calculou-se a vazão real, por meio da projeção da curva da instalação.
Com o valor da vazão real, achou-se altura manométrica da bomba, correspondente ao
seu ponto de operação na instalação. Foi identificado o valor da potência em C.V por meio
da vazão real, utilizada na curva de potência do catálogo da classe analisada, e o resultado
encontrado foi convertido para kW.

2.3 - Custo de Operação do Sistema

O custo de operação da bomba, foi obtido por meio da potência encontrada


anteriormente, que foi convertida de C.V para kW, utilizando o tempo de operação da bomba.
Para se calcular o tempo de operação da bomba por ano, pegou-se o valor da vazão
em m³/h do último ano de operação do sistema, e dividiu pelo volume necessário por dia de
cada ano de operação, obtendo desse modo o tempo em horas de operação da bomba por dia,
em todos os anos de funcionamento, em seguida, multiplicou-se esse valor por 365 dias, para
se obter o tempo de funcionamento por ano. Com isso foi feita uma soma, de todos os tempos
de operação obtidos para cada ano, tendo se então o tempo total gasto pela bomba, durante
toda a vida de funcionamento do projeto.
Por meio do tempo total gasto (h/ano), foi calculada a energia consumida em kw/h
multiplicando a potência encontrada convertida em kw, pelo tempo em h/ano. Em seguida foi
calculado por fim o custo, feito para cada diâmetro e seus respectivos valores, referente aos
dados da tabela 3, conforme mostrado na equação 8.

Equação 8: Custo de operação do sistema

C=vd∗( L¿ ¿total /6)+ E∗T e ¿


Onde:
C = Custo de operação
Vd = valor(R$) do diâmetro analisado conforme tabela 3
Ltotal = Comprimento total do sistema, sem os comprimento equivalentes, dividido por
6, pois o valor da tubulação é referente a 6 metros de comprimento.
E = Energia em kw/h
Te = Valor da tarifa de energia, conforme mostrado na tabela 3

Com isso, a partir da obtenção do custo de operação do sistema, foi montado um


gráficos para os valores obtidos de acordo com os diâmetros analisados, para cada cenário de
funcionamento da bomba, sendo possível, analisar qual diâmetro e cenário possuem o menor
custo R$ de operação.

3 - RESULTADOS

Inicialmente, consideraram-se os 3 cenários com base no conceito de que a energia


gasta ao longo do projeto. O processo para a escolha das bombas e sequente
dimensionamento da tubulação foi o mesmo, seguindo a metodologia descrita acima.
Para tal, calculou-se o fator de atrito, comprimento equivalente dos acessórios (Tabela
4), e a perda de carga para cada um dos diâmetros disponíveis, considerando-se sempre a
vazão do último ano de operação, e a partir do conjunto de pontos de carga vazão, escolheu-
se a bomba mais apropriada para cada caso. Para o cenário 1, os resultados das perdas de
carga, fator de atrito, e classe de bomba da série BRF escolhida se encontram na Tabela 5
abaixo.

Tabela 4: Comprimentos equivalentes para cada diâmetro nominal.

Diâmetro (m) Leq (m)

0,10 67,0

0,15 100,5

0,20 134,0

0,25 167,5

0,30 201,0

0,35 234,5

0,40 268,0
Fonte: Autores, 2023.
Tabela 5: Classe de bomba escolhida e dados de perda de carga (cenário 1).

Diâmetro (m) Fator de atrito Hm (m) Classe de bomba

0,10 0,0158 60,09 UC-17 (3500 rpm)

0,15 0,0166 25,79 UD-18 (1750 rpm)

0,20 0,0173 21,49 UD-18 (1750 rpm)

0,25 0,0180 20,53 UD-18 (1750 rpm)

0,30 0,0187 20,23 UC-17 (1750 rpm)

0,35 0,0193 20,11 UC-17 (1750 rpm)

0,40 0,0198 20,06 UC-17 (1750 rpm)


Fonte: Autores, 2023.

Após isso, com a mesma vazão máxima do décimo ano, escolheram-se os diâmetros
de rotores para as bombas, bem como seus pontos de operação a partir das curvas dos
sistemas para cada diâmetro da tubulação, determinando-se a energia gasta para cada bomba
escolhida (Tabela 6). Além disso, para o cálculo de custo de operação da máquina hidráulica,
calculou-se o tempo total de funcionamento do sistema para o ano, a fim de se somar a
energia gasta multiplicada pelo tempo total dos 10 anos, com o valor base dos tubos de PVC.
Para o cenário 1, 2 e 3, os tempos de operação totais foram, respectivamente, 29200h,
56516h, e 22091h. As bombas foram escolhidas até o ponto em que se encontrou o custo
mínimo.

Tabela 6: Bombas escolhidas para os custos calculados (cenário 1).

Tempo de
Diâmetro Potência Energia Custo total
Bomba operação
(m) (kW/dia) gasta (kWh) (R$)
(h/dia)

UC-17
0,10 180mm 12,00 19,24 561808,00 659988,80
(3500 rpm)

UD-18
0,15 260mm 10,67 9,62 280904,00 370827,73
(1750 rpm)

UD-18
0,20 240mm 11,22 7,62 222562,40 347485,31
(1750 rpm)

UD-18
0,25 230mm 11,52 7,03 205276,00 387736,93
(1750 rpm)
Fonte: Autores, 2023.

Com os valores dos diâmetros e custos, montou-se o Gráfico 1 abaixo, a fim de se


melhor visualizar o ponto mínimo. A partir de sua análise, mostra-se que o diâmetro de
tubulação mais econômico para o sistema é de 0,20 m. Ressalta-se que tal valor representa a
distância de uma parede externa à outra do tubo, sendo a distância interna dependente da
espessura do material da tubulação, que não foi considerada para os cálculos.
Gráfico 1: Custo da tubulação e operação da bomba (cenário 1).

Fonte: Autores, 2023.

Para o cenário 2, que considera bombas operando em torno de 24h por dia, ou seja,
sistemas de constante operação, realizou-se o mesmo procedimento do cenário 1, ajustando-
se as vazões requeridas por ano para que o volume demandado pela população fosse
compensado. Os dados do sistema foram obtidos na Tabela 7, enquanto que a Tabela 8
contém as bombas, além dos custos trabalhados para o projeto.
Tabela 7: Dados de perda de carga e fatores de atrito (cenário 2).

Diâmetro (m) Fator de atrito Hm (m) Classe de bomba

0,10 0,0158 30,02 TD-13 (3500 rpm)

0,15 0,0166 21,45 TD-13 (1750 rpm)

0,20 0,0173 20,37 TC-12 (1750 rpm)

0,25 0,0180 20,13 TC-12 (1750 rpm)

0,30 0,0187 20,06 TC-12 (1750 rpm)

0,35 0,0193 20,03 TC-12 (1750 rpm)

0,40 0,0198 20,02 TC-12 (1750 rpm)


Fonte: Autores, 2023.

Tabela 8: Bombas escolhidas, energia gasta e custo total para o projeto (cenário 2).

Tempo de
Diâmetro Potência Energia Custo total
Bomba operação
(m) (kW/dia) gasta (kWh) (R$)
(h/dia)

TD-13
0,10 260mm 21,99 6,44 363850,84 442235,92
(3500 rpm)

TD-13
0,15 220mm 23,04 4,44 250931,61 337858,11
(1750 rpm)

TC-12
0,20 219mm 24,00 3,70 209109,68 332687,31
(1750 rpm)

TC-12
0,25 219mm 22,74 3,70 209109,68 391953,98
(1750 rpm)
Fonte: Autores, 2023.
Construiu-se então o Gráfico 2, onde se obteve o diâmetro econômico igual a 0,20 m,
assim como no primeiro caso analisado.

Gráfico 2: Custo para o sistema (cenário 2).

Fonte: Autores, 2023.

Finalmente, no cenário 3, as tabelas 9 e 10, mostram, respectivamente, os dados


referentes ao sistema e ao bombeamento. Não foi encontrada uma única bomba necessária
para fornecer a altura requerida no sistema de diâmetro igual a 0,10 m. Apesar disso, o ponto
de custo mínimo foi encontrado mais adiante, fazendo com que esta determinação não fosse
necessária.
Tabela 9: Dados do sistema de bombeamento (cenário 3).

Diâmetro (m) Fator de atrito Hm (m) Classe de bomba

0,10 0,0158 180,35 –

0,15 0,0166 43,16 VE-23 (1150 rpm)

0,20 0,0173 25,97 WF-29 (1150 rpm)


0,25 0,0180 22,12 WE-28 (1150 rpm)

0,30 0,0187 20,92 WE-28 (1150 rpm)

0,35 0,0193 20,45 WE-28 (1150 rpm)

0,40 0,0198 20,25 WE-28 (1150 rpm)


Fonte: Autores, 2023.
Tabela 10: Bombas escolhidas e tempo de operação durante o último ano (cenário 3).

Tempo de
Diâmetro Potência Energia Custo total
Bomba operação
(m) (kW/dia) gasta (kWh) (R$)
(h/dia)

VE-23
0,15 318mm 5,71 26,64 588513,19 709197,85
(3500 rpm)

WF-29
0,20 374mm 6,00 15,91 351473,16 489287,14
(1150 rpm)

WE-28
0,25 332mm 5,46 12,95 286082,80 476624,42
(1150 rpm)

WE-28
0,30 320mm 5,85 11,32 250118,11 490963,25
(1150 rpm)

WE-28
0,35 320mm 5,58 11,69 258291,90 589787,76
(1150 rpm)
Fonte: Autores, 2023.

Com os dados de diâmetro nominal e custo total obtidos na Tabela 9, construiu-se o


Gráfico 3, a fim de se analisar o mínimo obtido. Pela análise do gráfico, observa-se que o
diâmetro nominal de menor custo para o projeto é o de 0,25
Gráfico 3: Custo do projeto (cenário 3).

Fonte: Autores, 2023.

Finalmente, analisou-se o menor custo para o projeto dentre os 3 casos estudados.


Para isso, construiu-se a Tabela 10, para facilitar a comparação econômica do sistema. A
partir da análise de tal tabela, pode-se observar que o melhor caso para a construção do
sistema foi o caso econômico do cenário 2, onde o diâmetro escolhido é de 0,20 m, e bomba
BRF TC-12 219 mm (1750 rpm), cujo tempo de operação no ano 10 é de 24h/dia, ou seja, a
máquina hidráulica fornece energia para o sistema continuamente.

Tabela 10: Bombas e diâmetros escolhidos para o menor custo em cada cenário.

Custo do projeto
Cenário Diâmetro (m) Bomba escolhida
(R$)
UD-18 240 mm
1 0,20 347485,31
(1750 rpm)

TC-12 219 mm
2 0,20 332687,31
(1750 rpm)

WE-28 332 mm
3 0,25 476624,42
(1150 rpm)
Fonte: Autores, 2023.
Com isso, percebeu-se que o cenário 3 se mostrou o mais inviável, uma vez que a
potência necessária para a operação do sistema no diâmetro ótimo supera as dos outros
cenários analisados, fazendo com que o custo de operação do sistema seja elevado.

4 - CONCLUSÕES

A partir dos cálculos e análises realizadas, pode-se perceber que tanto a potência da
bomba escolhida, como o diâmetro contribuem para o aumento do custo total, sendo que em
diâmetros nominais menores, a maior contribuição vem da energia gasta na operação,
enquanto que em diâmetros maiores, o contrário acontece.
Além disso, o melhor caso para o projeto constitui no cenário 2, o qual possui
diâmetro de 0,20 m, e bomba da série TC-12, com 219 mm de diâmetro de rotor, e 1750 rpm.
A bomba opera durante 8h no primeiro ano, e 24h durante o décimo, com uma potência de
3,7 kW, e recalcando a vazão de 10L/s.

5 - REFERÊNCIAS

CARVALHO, Paulo. Controle para bombeamento distribuído com vistas à minimização


dos custos energéticos aplicados a sistemas de abastecimento de água. João Pessoa - PB,
2012.

EQUIPE. Catálogo eletrônico EQUIPE: Série BRF. Piracicaba - SP.

GOMES, Heber. Sistemas de bombeamento: Eficiência Energética. Editora Universitária -


UFPB. João Pessoa - PB 2009.

PORTO, R. Hidráulica Básica. São Carlos: EESC-USP, 2006. Cap 1, 2, 3, 4, e 5.

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