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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de São Carlos


Departamento de Hidráulica e Saneamento

Poluição Ambiental I
Prof. Davi Gasparini Fernandes Cunha

Relatório: Prática 4
Espectrofotometria para determinação de sulfetos, diferentes
formas de nitrogênio, cloretos, sulfatos e fluoretos

Alexis Erickson Perez Bazalar - nº USP: 14496406


Diana Gloria Salvador Machaca - nº USP:14496427
Geovanna Damacena da S. Galdino - nº USP: 12544782
Henrique Marques Polakiewicz - nº USP: 12544757
Julia Zanini Quinzani - nº USP: 10718569
Sara Alves - nº USP 12566219

São Carlos
2023
1. Introdução

A água é um recurso natural essencial para a sobrevivência humana, de muitos


animais e vegetais. Cerca de 70% da superfície terrestre é formada por água, desta parcela,
3% é de água doce, oriunda das geleiras, aquíferos e rios (WWF Brasil, 2023). A sociedade
faz uso excepcionalmente dos dois últimos exemplos, seja para abastecimento público,
irrigação, uso industrial e agrícola, limpeza das ruas, casas, comércios e indústrias e para o
lazer. No entanto, devemos nos atentar a disponibilidade e a qualidade desse recurso
principalmente quando são oriundos das atividades antrópicas, que tornam as águas nocivas
para a saúde humana devido a presença de algumas substâncias impróprias ao consumo,
como os compostos de nitrogênio em seus diferentes estágios de oxidação, sulfetos, sulfatos e
dentre outros. As Vigilâncias Sanitárias municipais, por exemplo, são as responsáveis pelo
monitoramento da qualidade da água para o consumo e levam em consideração resultados de
amostras mensais de análises microbiológicas e físico-químicas conforme é estabelecido no
Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (PROAGUA).

Esse relatório vai analisar em questão amostras de água, de uma lago da cidade de São
Carlos – SP e de água engarrafada, e também averiguar as concentrações de sulfetos,
diferentes formas de nitrogênio (como nitrito e nitrogênio amoniacal), cloretos, sulfatos e
fluoretos através do método: Varredura de comprimentos de onda no espectrofotômetro
HACH.

A espectrofotometria é um método de análise óptico quantitativo mais utilizado nas


investigações biológicas e físico-químicas através do equipamento espectrofotômetro, que
consegue medir a absorbância de radiação eletromagnética de cada parâmetro já destacado
acima. Ou seja, e mais detalhadamente, a amostra é colocada sobre um feixe de luz que existe
no espectrômetro, ele, por sua vez mede a intensidade de luz que atinge o detector e comparar
quantitativamente a fração de luz que passou de uma solução padrão (o branco) para a
solução da amostra (ou de teste), obtendo assim a medida relativa da intensidade da luz, que
será proporcional a concentração na solução da substância absorvente. As radiações
ultravioleta, infravermelho e energia visível, de comprimento de onda entre 190 e 380nm;
2.500 e 16.000nm e 380 e 780nm, respectivamente, são os principais tipos de energia radiante
mais utilizados nos laboratórios. O método é vantajoso pois ao possibilitar a realização em
varredura de comprimentos de onda no espectrofotômetro, ele proporciona ao estudioso a
escolha de onda mais adequada para os procedimentos analíticos.

À essas investigações pode-se refletir sobre as causas e consequências das substâncias


encontradas nas amostras e por que elas são variáveis importantes para a caracterização e
controle da qualidade das águas e efluentes. Dito isso, a presença de sulfetos em uma
determinada amostra pode indicar que houve a decomposição de matéria orgânica, muito
comum de efluentes, como também, pode ser resultante da redução do sulfato. Ele é
considerado altamente tóxico e mesmo em concentrações muito baixas, o sulfeto causa
odores na água e no ar (SINGH, V. et al., 2000). O sulfato, por sua vez, provoca efeitos
laxativos e, por esse motivo, é limitado dentro dos padrões de qualidade a uma concentração
de até 400mg/L (CETESB, 2022).
As concentrações de fluoretos na água dependem das precipitações da região, e
dependendo do grau desse acúmulo, ocorrem as lixiviação de depósitos naturais. No entanto,
há o cenário antrópico, ou seja, aquele oriundo do arraste superficial e da decomposição aérea
para os rios de águas superficiais. Nas águas superficiais, a concentração de fluoreto são
próximas a 0,2ppm, já nas águas subterrâneas, ela varia entre 0,02 e 1,5ppm, exceto para
regiões ricas em minerais e rochas, na qual esse valor fica em torno de 10mg/L, e
obrigatoriamente, a esse nível de concentração, a água precisa ser tratada para posteriormente
abastecer a população (CETESB, 2022).

Para os cloretos, sabe-se que seu íon (íon cloreto) é um dos principais ânions
orgânicos presentes em águas naturais e residuárias. Sua concentração serve como parâmetro
na qualidade da água, pois está relacionada ao grau de mineralização ou indícios de poluição
na água oriundos dos despejos de efluentes e resíduos industriais. Quando a concentração for
alta é possível detectar danos em muitas espécies de plantas e nas estruturas metálicas das
tubulações de tratamento de água. A títulos de curiosidade, a concentração de cloreto em
esgoto doméstico é na faixa de 30 a 100mg/L, no entanto, as águas de abastecimento humano
devem ter no máximo 250mg/Cl.L (BRASIL, 1990).

Por fim, para as diferentes formas de nitrogênio, tem-se que primeiramente, a matéria
orgânica originada dos efluentes ao sofrer decomposição leva a formação do nitrogênio
amoniacal nas formas de gás amônia (NH3) ou do íon amônia (NH4). Em um segundo
momento, haverá o processo de nitrificação, isto é, o nitrogênio amoniacal é oxidado a nitrito
(NO2-) e posteriormente a nitrato (NO3-), respectivamente pelas bactérias Nitrossomonas e
Nitrobacter. Ao final desse processo, a quantidade de oxigênio dissolvido nas águas será
menor (BARBIERI, E. et al., 2015) uma vez que houve pelas bactérias o consumo do mesmo,
impactando toda a biota aquática. Existe uma maneira de saber se a água poluída é recente ou
não, que é através das concentrações de formas de nitrogênio. Uma água poluída recente
apresenta concentrações predominantes de nitrogênio na forma de amônia, por outro lado,
uma água poluída a mais tempo apresenta concentrações predominantes de nitrogênio na
forma de nitrato. Cabe nesse segundo momento fazer um alerta, pois o nitrato é altamente
tóxico e causa doenças crônicas, como a doença metahemoglobinemia infantil, que pode
chegar a matar a criança. Desta forma, deve-se atentar ao padrão de potabilidade, exigido
pela Portaria 518-2004 do Ministério da Saúde, de no máximo 10mg N-NO3/L (CETESB,
2016). Em suma, um ambiente de água poluída já é um cenário lamentável e perigoso ao todo
o ecossistema e a saúde humana, mas quando esse mesmo ambiente está há um bom tempo
nessa mesma situação, além de continuar lamentável, ele se torna ainda mais perigoso em
virtude do nitrato.

2. Materiais
● Cubeta
● Béquer
● Pipeta volumétrica
● Proveta com capacidade para 25 mL com tampa
● Papel higiênico
● Espectrofotômetro HACH
● Reagente Sulfeto 1
● Reagente Sulfeto 2
● Mineral Stabilizer
● Sulfanilamida
● N-Naftil
● Tiocianato de Mercúrio
● Sachê (pó) de Sulfa Ver 4
● SPADNS
● Íon Férrico
● Polivinyl Alcohol
● Nessler Reagent

3. Metodologia

Foram selecionadas três amostras diferentes para a determinação do sulfeto,


nitrogênio Amoniacal e Nitrito, são elas: Amostra de Esgoto Sanitário, Rio santa maria do
Leme e Efluente Industrial. Para a determinação dos sulfetos por espectrofotometria foi
utilizado somente amostra do esgoto sanitário. Além disso foram determinados a
concentração de cloretos e fluoretos em 3 amostras diferentes de água mineral, a Prata, a
Crystal e a Bonafont.

3.1. Escolha do comprimento de onda para a determinação do sulfetos por


espectrofotometria.

A espectrofotometria é uma técnica amplamente utilizada para a realização de


análises qualitativas e quantitativas. Deste modo foi necessária a escolha do comprimento de
onda para a determinação de sulfetos.

A técnica de espectrofotometria consiste na interação da substância química a ser


quantificada e a energia radiante. Portanto, a substância analisada absorve essa energia e, por
meio da intensidade de luz incidente e transmitida após passar pela solução, é possível
determinar-se a concentração da substância analisada.

O método utilizado foi a “Varredura de comprimentos de onda no espectrofotômetro


HACH”, utilizando-se a amostra de esgoto sanitário. Dando se início ao experimento, foi
transferido um volume de 25 ml de água deionizada em proveta de 25 ml com tampa, para ser
utilizado como “Branco” e, outros 25 ml da amostra de esgoto foram colocados em outra
proveta de mesmas características.

Em seguida, tanto para a amostra como para o branco,foram adicionados 1 ml do


reagente Sulfeto 1 e misturado, após esse procedimento foram adicionados mais 1 ml do
reagente Sulfeto 2 e misturado novamente. Por fim, após um intervalo de 5 minutos, tempo
no qual as reações químicas e o desenvolvimento da cor levaram para ocorrer, foi efetuada a
leitura de absorbância em diferentes comprimento de onda, conforme mostrado na tabela 1.
Tabela 1: Diferentes comprimentos de onda utilizados para a realização da Absorbância

3.2. Determinação da concentração de sulfetos nas amostras

Na segunda etapa do experimento, realizou-se a determinação da concentração de


sulfetos nas amostras de Esgoto sanitário, do rio e do efluente industrial, por meio da
utilização do método “HACH 2500 (Programa 690 – Sulfide)”. Deste modo utilizou-se como
branco 25 ml de água deionizada em uma proveta de 25 ml com tampa, e foram transferidos
25 ml de cada amostra para provetas de mesmas características. Em seguida foram
adicionadas em todas elas 1 ml de ambos os reagentes sulfeto 1 e 2 e, misturados, por fim
foram aguardados 5 mim para que ocorresse as reações químicas e desenvolvimento de cor,
para assim serem lidas no espectrofotômetro. Os resultados foram então registrados.

3.3. Determinação das concentrações de nitrogênio amoniacal e nitrito nas


amostras ambientais

3.3.1 Nitrogênio Amoniacal

O método utilizado para o desenvolvimento do experimento foi “HACH 2500


(Método 8038, Programa 380) (0,02 a 2,50 mg NH3-N/L)”. Dando início ao experimento,
cada uma das amostras (Esgoto sanitário, Rio e Efluente Industrial) tiveram 25 ml
adicionadas em provetas de 25 ml, e o mesmo procedimento foi feito para o Branco, 25 ml de
água deionizada colocada em uma proveta de 25 ml. Em seguida, tanto para as amostras
como para o branco, foram adicionadas três gotas do Mineral Stabilize, três gotas do
Polivinyl Alcohol e 1 ml do Nessler Reagent, sempre agitado após a adição de cada
substância, para promover a homogeneização.

Foi aguardado o tempo de 1 mim para realizar a leitura. Para a realização da leitura,
foi necessário a transferência dos volumes presentes nas provetas para as cubetas, que
tiveram sua superfície externa limpa com papel higiênico, para garantir que não haja
alterações na leitura realizada pelo equipamento. Em seguida a cubeta com o branco foi
inserida no espectrofotômetro na posição correta e pressionado o “ZERO”. Por fim, as
demais amostras foram inseridas no equipamento e pressionado “READ”. Os resultados
foram então registrados.

3.3.2 Nitrito

O método utilizado para o desenvolvimento do experimento foi “HACH 2500


(Programa 956) (0,01 a 0,10 mg NO2-N/L)”. Dando início ao experimento, cada uma das
amostras (Esgoto sanitário, Rio e Efluente Industrial) tiveram 25 ml adicionadas em provetas
de 25 ml, e o mesmo procedimento foi feito para o Branco, 25 ml de água deionizada
colocada em uma proveta de 25 ml. Em seguida, tanto para as amostras como para o branco,
foram adicionadas 0,5 mL da solução de Sulfanilamida, seguida de agitação para garantir a
homogeneização das amostras. Após 5 min foram adicionados 0,5 mL de Solução de
N-Naftil, seguida de agitação novamente.

Após 10 minutos, foram transferidos os volumes presentes nas provetas para as


cubetas, que tiveram sua superfície externa limpa com papel higiênico, para garantir que não
haja alterações na leitura realizada pelo equipamento. Em seguida a cubeta com o branco foi
inserida no espectrofotômetro na posição correta e pressionado o “ZERO”. Por fim, as
demais amostras foram inseridas no equipamento e pressionado “READ”. Os resultados
foram então registrados.

3.3.4. Determinação das concentrações de cloretos em amostras de água


engarrafada

Para a determinação de cloretos em amostras de água engarrafada, o método utilizado


foi “HACH 2500 (Método 9113, Programa 70) (0,1 a 25,0 mg/L)”. Foram transferidas 25 ml
das amostras analisadas para a proveta de 25ml e, para o branco foram transferidas 25 ml de
água deionizada para proveta de 25 ml. Para ambas as amostras e o branco, foi adicionado 2
mL da solução de Tiocianato de Mercúrio e 1 mL da solução de Íon Férrico, agitado ao final
da adição de cada substância para garantir a homogeneização das amostras. Após 2 min,
tempo para que ocorresse as reações químicas, foi realizada a leitura. Para a realização da
leitura foram transferidos os volumes presentes nas provetas para as cubetas, que tiveram sua
superfície externa limpa com papel higiênico, para garantir que não haja alterações na leitura
realizada pelo equipamento. Em seguida a cubeta com o branco foi inserida no
espectrofotômetro na posição correta e pressionado o “ZERO”. Por fim, as demais amostras
foram inseridas no equipamento e pressionado “READ”. O resultado obtido em mg/L no
espectrofotômetro foi registrado.

3.3.5. Determinação das concentrações de sulfatos em amostras de água


engarrafada

O método utilizado para a determinação de sulfetos em amostras de água engarrafada


foi “HACH 2500 (Método 8051, Programa 680) (2 a 70 mg SO4 2- /L)”. Dando início ao
experimento foram transferidos 10 ml das amostras de água a serem analisadas com o auxílio
de uma pipeta para a cubeta de leitura do espectrofotômetro e, 10 ml de água deionizada para
o branco com o auxílio de uma pipeta para a cubeta de leitura. Em seguida foram adicionadas
nas amostras de água o conteúdo total do sachê (pó) de Sulfa Ver 4,seguida de agitação para
que haja a solubilização completa do conteúdo adicionado nas amostras. Após o tempo de 5
min para que as reações químicas ocorrerem, as cubetas tiveram sua superfície limpa com
papel higiênico, para garantir que não haja alterações na leitura realizada pelo equipamento.
A cubeta com o branco foi inserida no espectrofotômetro na posição correta e pressionado o
“ZERO”. Por fim, as demais amostras foram inseridas no equipamento na posição correta e
pressionado “READ”. O resultado obtido em mg SO42- no espectrofotômetro foi registrado.

3.3.6. Determinação das concentrações de fluoretos em amostras de água


engarrafada

O método utilizado para a determinação de fluoretos em amostras de água engarrafada


foi “HACH 2500 (Método 8029, Programa 190) (0,02 a 2,00 mg F - /L)”. Foram adicionados
10 ml das amostras de águas a serem analisadas com o auxílio de uma pipeta para um béquer
e, 10 ml de água deionizada para o branco com auxílio de uma pipeta para um béquer . Em
seguida, tanto para as amostras como para o branco, foi adicionado com o auxílio de uma
pipeta a 1 mL da solução de SPADNS a cada um dos béqueres, seguida de agitação para a
homogeneização. Após 1 min foi realizada a leitura, para a realização da mesma foi
transferido o branco do béquer para a cubeta do espectrofotômetro, tendo sua superfície
externa limpa com papel higiênico e inserida a cubeta espectrofotômetro na posição correta,
pressionando “ZERO”. Por fim foram transferidas as amostras do béquer para cubeta do
espectrofotômetro tendo sua superfície externa limpa com papel higiênico e inserida a cubeta
espectrofotômetro na posição correta, pressionando “READ”. O resultado obtido em mg F-/L
no espectrofotômetro foi registrado.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Comprimento de onda mais adequado para a determinação de sulfetos por
espectrofotometria.
As leituras de absorbância foram efetuadas para cada valor de comprimento de onda
diferente, a fim de determinar qual o comprimento de onda mais adequado. Os valores de
absorbância são apresentados na tabela seguinte:

Tabela 2. Valores de absorbância medidos em diferentes comprimentos de onda para amostra


do lago.
Comprimentos 605 nm 625 nm 645 nm 665 nm 685 nm 705 nm
de onda

Absorbância 0,275 0,313 0,406 0,540 0,265 0,120


Fonte: Adaptado pelos autores, 2023.

A absorbância de valor mais elevado indica o comprimento de onda adequado; neste


caso, obteve-se uma absorbância de 0,540, pelo que o comprimento de onda adequado para a
determinação do sulfato é de 665 nm.
4.2.1. Determinação da concentração de sulfetos nas amostras ambientais.
Tabela 3. Concentração de sulfetos medida nas amostras ambientais.
Amostra Diluição Concentração Concentração corrigida
(μg S/ L) (μg S/ L)

Esgoto 1:2 61 122

Lago 1:1 1 1

Efluente Industrial 1:59 164 8200


Fonte: Autores.

4.2.2.Padrões de emissão definidos pelo CONAMA n° 430.


De acordo com a legislação ambiental federal, o valor máximo permitido para
concentração de sulfetos no lançamento de efluentes industriais, que é encontrado na
Resolução CONAMA n° 430/2011, é de 1 mg/L.

Imagem 1. Padrões de lançamento de efluentes.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente.

Após a conversão das unidades, é possível fazer uma comparação do valor


obtido para cada uma das amostras, que passaram pela determinação de concentração
de sulfetos por espectrofotometria, para verificar o cumprimento da norma.

Amostra Concentração (mg/L)

Esgoto 0,122

Lago 0,001

Efluente Industrial 8,2

Pode-se observar que o efluente industrial supera o valor máximo indicado na


Resolução CONAMA n° 430/2011. Isso

4.2.3 Eficiência de remoção de sulfetos.


Utilizando-se da equação 1, substituindo os valores, encontra-se a eficiência de
remoção de carga poluidora necessária, para que esse efluente esteja dentro dos padrões
adequados para ser lançado.

𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 − 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎


𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
× 100
(Equação 1)

8,2−1
8,2
× 100 = 0, 87804 = 87, 80%

4.3. Determinação das concentrações de nitrogênio amoniacal nas amostras


ambientais.

Tabela 4. Concentração de nitrogênio amoniacal medida nas amostras ambientais.


Amostra Diluição Concentração de NH3 - Concentração de NH3 - N
N corrigida (mg/L)
(mg/L)

Esgoto 1:25 1,35 33,8

Lago 1:1 0,07 0,07

Efluente Industrial 1:100 2,03 203


Fonte: Autores.

De acordo com a Resolução CONAMA n° 430/2011,a concentração de nitrogênio


amoniacal tem um valor máximo de 20 mg/L N.Então, de acordo com as concentrações de
nitrogênio amoniacal obtidas, observa-se que as amostras de esgoto e efluente industrial
ultrapassam o valor máximo,enquanto a concentração da amostra do lago está dentro do
padrão.

4.4 Determinação da concentração de nitrito em amostras de água engarrafada.

Tabela 5. Concentração de nitrito medida nas amostras de água engarrafada.

Amostra Concentração de NO2 - N


(mg/L)

Caoa <0,01
Crystal <0,01

Nestlé <0,01
Fonte: Autores.
De acordo com a Resolução N° 274/2005, o limite máximo permitido de nitrito em
água engarrafada é de 0,02 mg/L, portanto, as três amostras têm uma concentração de nitrito
dentro do limite máximo.

4.5. Determinação da concentração de cloretos em amostras de águas


engarrafadas

Tabela 6. Concentração de cloretos medida em amostras de água engarrafada.

Amostras Concentração de Cl
(mg/L)

Caoa 8,8

Crystal 3,7

Nestlé 6,7
Fonte: Autores.

De acordo com a Resolução N° 274/2005, o limite máximo permitido de cloreto em


água engarrafada é de 5 mg/L, portanto, a amostra de cristal tem uma concentração de cloreto
dentro do limite máximo, enquanto as duas amostras restantes excedem o valor máximo.

4.6. Determinação da concentração de sulfatos em amostras de água


engarrafada.

Tabela 7. Concentração de sulfatos medida em amostras de água engarrafada.

Amostra Concentração de SO4-2


(mg/L)

Caoa <2

Crystal <2

Nestlé <2
Fonte: Autores.
De acordo com a Resolução N° 274/2005,as seguintes sais não deve exceder, em 100
ml, os limites máximos para cálcio que é de 25 mg, magnésio com 6,5 mg, potássio que é de 50 mg
e sódio de 60 mg.

4.7. Determinação da concentração de fluoretos em amostras de água


engarrafada.

Tabela 8. Concentração de fluoretos medida em amostras de água engarrafada.

Amostras Concentração de F-
(mg/L)

Caoa 0,3

Crystal 0,23

Nestlé 0,20
Fonte: Autores.

De acordo com a Resolução N° 274/2005, contém Fluoreto, quando o produto contiver


mais que 1 mg/L de fluoreto; alem disso o produto não é adequado para lactentes e crianças com até
sete anos de idade, quando contiver mais que 2 mg/L de fluoreto; portanto as tres amostras tem uma
concentração inferior aos valores indicados, então as três amostras são adequadas para consumo
humano.
5. CONCLUSÃO

Portanto, pode-se concluir que, para as amostras referentes à água engarrafada


utilizada para as determinações, seus resultados encontram-se dentro dos parâmetros de
qualidade para água potável previstos na legislação. Mais especificamente, os resultados de
sulfato foram satisfatórios devido aos possíveis prejuízos causados por sua presença em águas
de abastecimento, principalmente estéticos e em relação a sabores e odores. Ademais, a água
da marca Caoa obteve as maiores concentrações de fluoretos e cloretos dentre todas as
marcas, oferecendo uma água com possível influência no sabor, porém não possuindo
quantidades suficientes para causar danos à saúde humana.
Para as amostras ambientais, observa-se que os resultados obtidos para o lago estão
mais adequados àqueles previstos na legislação, indicando níveis próximos de zero de
poluição no sistema. As amostras de esgoto e efluente industrial, por outro lado, apresentaram
elevada carga poluidora, evidenciada, por exemplo, pela presença de sulfetos
aproximadamente 8000 vezes maior que a do lago, sendo necessário tratamento dos efluentes
antes de sua emissão em cursos d’água, de acordo com a Resolução CONAMA nº430/2011.
A partir disso, evidencia-se a necessidade do monitoramento relativo a estes
parâmetros onde, para as amostras de efluentes, interferem diretamente no equilíbrio
ecossistêmico do ambiente onde são lançados, sendo o tratamento de suma importância para
se auxiliar na resposta que o sistema ambiental oferece para este impacto. Por outro lado, o
monitoramento para a água engarrafada é imprescindível, visto que o consumo advindo de
fontes contaminadas impacta diretamente na saúde do consumidor, podendo levar a sintomas
crônicos dependendo da frequência da ingestão, e quantidade ingerida.

6. REFERÊNCIAS

Centro de vigilância sanitária. Água para consumo humano-Proágua. Disponível


em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/prog_det.asp?te_codigo=13&pr_codigo=13>. Acesso
em: 20 jun. 2023.

VERLY, B. S.; SAEKI, E. K.; STELATO, Éderson da S. IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE


DE ÁGUA PARA A SAÚDE PÚBLICA: PESQUISA DE NITRATO EM ÁGUAS DE
ABASTECIMENTO PÚBLICO E POÇOS SUBTERRÂNEOS. Colloquium Vitae. ISSN:
1984-6436, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 52–57, 2017. Disponível em:
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WWF - WWF Brasil. Disponível em:


<https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/pantanal/dia_da_agua/#:~:text
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CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Qualidade das Aguas


Subterrâneas no Estado de São Paulo 2013-1015. São Paulo, 2016.

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SINGH, V. et al. Solid-phase extraction and spectrophotometric determination of


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Química) - Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, MG, 2010.

BARBIERI, E.; DE ALMEIDA MARQUES, H. L. .; VIGLIAR BONDIOLI, A. C. .;


BUHRER CAMPOLIM, M.; TEGON FERRARINI, A. . Concentrações do nitrogênio
amoniacal, nitrito e nitrato em áreas de engorda de ostras no município de
Cananeia-SP: DOI: 10.15343/0104-7809.20143801105115. O Mundo da Saúde, São Paulo,
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https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/407. Acesso
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