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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS

RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO


ASPECTOS LIMNOLOGICOS

Monica Estouco Rodrigues


Renata Oliveira Holanda
Taciane Lemos Andrade

Santarém – Pará
2016
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RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO
ASPECTOS LIMNOLOGICOS

Monica Estouco Rodrigues


Renata Oliveira Holanda
Taciane Lemos Andrade

Professora: Ynglea Georgina de


Freitas Goch

Relatório de aula de campo


apresentado à disciplina de Limnologia, para
obtenção de nota parcial para encerramento
da disciplina ministrada no curso de
Bacharelado de Ciências e Tecnologia das
águas.

Santarém – Pará
2016
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1. INTRODUÇÃO

A água é um mineral de fundamental importância à vida, pois está associada a


praticamente todos os processos biológicos existentes e, além de manter o equilíbrio
do meio ambiente, caracteriza-se como elemento insubstituível em diversas atividades
humana. Está distribuída de maneira irregular no planeta, de modo que há regiões com
escassez e outras com abundância de água (TUNDISI, 2008); é representada
principalmente por oceanos, mares, lagos e rios.
Isto nos faz refletir sobre os diversos fatores que podem alterar a qualidade da
água, principalmente onde esse bem é mais escasso, assim sendo, torna-se cada vez
mais urgente a necessidade de estudos voltados para o diagnóstico e preservação dos
corpos d’água. A limnologia é o estudo ecológico de todas as massas d’água
continentais. Portanto, são inúmeros corpos d’água objeto de estudo da limnologia,
como por exemplo: lagunas, açudes, lagoas, represas, rios, riachos, brejos, áreas
alagáveis, águas subterrâneas (ESTEVES, 1998).
Tendo em vista que toda água sendo ela para consumo, para produção
agropecuária, para balneabilidade deve atender aos parâmetros descritos em
resoluções e portarias específicas para controle de qualidade da água.
Os parâmetros físico-químicos, como pH, sólidos suspensos, temperatura,
condutividade, oxigênio dissolvido, sólidos totais dissolvidos, cor, turbidez são muito
importantes, uma vez que podem ser utilizados para inferir o estado de conservação do
ambiente aquático, além de, muitas vezes, serem fatores limitante para a fauna e flora
aquática (ESTEVES, 1988).
A poluição antropogênica, isto é, aquela causada pelo homem, é um agravante
que comprova algumas das vezes que o ser humano age sem se preocupar com o
meio ambiente, gerando danos à natureza e, consequentemente, à sua própria saúde.
Daí a necessidade em se fazer um estudo que poderá nos ajudar a entender
como é feita as análises de parâmetros de qualidade da água, citados na aula de
limnologia, parâmetros estes analisados no igarapé da comunidade de São Pedro
localizado na cidade de Santarém – Pará.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

- Fixação do conteúdo das aulas teóricas realizando prática em campo.

2.2. Objetivos Específicos

- Observar em campo, os ambientes do rio e metodologias de amostragem da


Limnologia fluvial;
- Apresentar equipamentos para estudos limnologicos;
- Reconhecer o gradiente longitudinal e os tipos de nascentes;
- Praticar as medidas de descarga ou vazão;
- Praticar medidas da fase liquida;
- Praticar coleta da fase solida;
- Praticar estudo do plâncton;
- Praticar estudo do perifíton;

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3. ÁREA DE ESTUDO

O local do presente estudo está situado no rio de primeira ordem São Pedro, o
estudo se deu em uma extensão do rio de 250 metros, sendo divididos em três pontos,
no ponto um podemos identificar o alto curso do rio e as coordenadas geográficas são,
W 054º 52' 46,9" e S 02º 32' 15,6" com altitude de 43m, no ponto dois podemos
identificar o médio curso do rio sendo sua coordenada W 054º 52' 46,9" e S 02º 32'
15,6" com altitude de 39m e no terceiro e último ponto observamos o baixo curso do rio
e suas coordenadas geográficas são W 054º 52' 46,9" e S 02º 32' 15,6" com altitude de
38m, este pertencente à bacia hidrográfica do rio Tapajós no Estado do Pará. O local
de estudo está situado na comunidade de São Pedro no Km 17 da rodovia estadual
Everaldo Martins PA 457 pertencente à cidade de Santarém - Pará.

Figura 1 - Localização do rio São Pedro.


Localização do rio São Pedro 1

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Variáveis limnológicas

Um programa de monitoramento pode ser entendido como a identificação de


mudanças nas variáveis bióticas e abióticas de maneira a gerar propostas de manejo
para viabilizar o uso futuro dos recursos existentes (BARBOSA, 1994).
Inserido nesse contexto, o monitoramento limnológico trata especificamente da
qualidade da água dos ecossistemas aquáticos continentais, incluindo rios e lagos
(WETZEL, 2001). Assim, abrange tecnicamente a coleta periódica associada à análise
de dados e informações de qualidade da água para o gerenciamento dos ecossistemas
aquáticos (BISNAS, 1990).
Dentre as variáveis de qualidade da água, podem-se destacar a temperatura (T),
o potencial hidrogeniônico (pH), o oxigênio dissolvido (OD), entre outros.

4.1.1 Turbidez

É a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar certa quantidade de


água, conferindo uma aparência turva à mesma. As principais causas da turbidez da
água são: presença de matérias sólidas em suspensão (silte, argila, sílica, coloides),
matéria orgânica e inorgânicas finamente divididas, organismos microscópicos e algas.
A turbidez, além de reduzir a penetração da luz solar na coluna d água,
prejudicando a fotossíntese das algas e plantas aquáticas submersas, pode recobrir os
ovos dos peixes e os invertebrados bênticos (que vivem no fundo). (UFRJ, 2012).
De acordo com SILVA et al. (2003) uma das principais variáveis de qualidade
das águas que pode indicar interferências do uso e ocupação do solo de uma bacia na
dinâmica fluvial é a turbidez. Segundo VON SPERLING (2005), a turbidez de uma
amostra de água é o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao
atravessá-la.

4.1.2. Potencial hidrogeniônico (pH)

O termo pH é usado universalmente para expressar o grau de acidez ou


basicidade de uma solução, ou seja, é o modo de expressar a concentração de íons de
hidrogênio nessa solução. A escala de pH é constituída de uma série de números
variando de 0 a 14. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento de

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acidez, enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade. (PORTAL
AMBIENTE BRASIL, 2012).

4.1.3. Condutividade elétrica

A condutividade elétrica de uma solução é a capacidade desta em conduzir a


corrente elétrica. Considerando-se que a capacidade de uma solução em conduzir a
corrente elétrica é função da concentração dos íons presentes, quanto maior a
concentração iônica, maior será a condutividade elétrica.
A atividade iônica de uma solução é fortemente dependente de sua temperatura
(aumenta cerca de 2% a cada ºC). Em limnologia adotou-se como padrão a
temperatura de 25 º C para realização de leituras de condutividade elétrica.
O valor de condutividade elétrica é inversamente proporcional ao valor de índice
pluviométrico, isto é, quanto maior o valor da condutividade elétrica, menor o valor do
índice pluviométrico, e vice-versa. (Esteves, 1998).

4.1.4. Temperatura

Nos ecossistemas aquáticos continentais, a quase totalidade da propagação do


calor ocorre por transporte de massa d’água, sendo, a eficiência deste, em função da
ausência ou presença de camadas de diferentes densidades.
A temperatura pode ser medida em graus Celsius, influencia no crescimento de
organismos. (Esteves, 1998).

4.1.5. Sólidos totais dissolvidos

Os sólidos dissolvidos (salinidade) resultam, sobretudo, da dissolução das


rochas e solos, mas também contêm matéria orgânica dissolvida. Os sólidos
dissolvidos, sobretudo os ionizados são os responsáveis pelo aumento da
condutividade eléctrica da água. Excesso de salinidade dá problemas de corrosão ou
formação de depósitos em superfícies metálicas e torna a água imprópria para
consumo. A fauna aquática também apresenta concentrações máximas de tolerância
aos sólidos dissolvidos. A unidade de medida é mg/L. (PORTAL AMBIENTE BRASIL,
2012).

4.1.6. Sólidos suspensos totais

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O TSS compreende os sólidos orgânicos e inorgânicos em suspensão
transportados pela água com um diâmetro maior que 0,45 μm (Todeschini, 2004). A
fração orgânica é representada principalmente pelo fitoplâncton, zooplâncton e
substâncias húmicas. A fração inorgânica é constituída principalmente de silte e argila
(Esteves, 1998).

4.1.7. Cor verdadeira

A Cor é uma característica da água que pode fornecer importantes indícios de


fenômenos naturais (lavagem do solo pelas enxurradas) ou da agressão antrópica
(proliferação de algas devido o lançamento de esgotos) ao lago ou reservatório.
Dependendo de sua intensidade, pode interferir na medição da transparência e da
turbidez. (UFRJ, 2012).

4.1.8. Oxigênio dissolvido

O oxigênio é um dos gases mais importantes na dinâmica e na caracterização


de ecossistemas aquáticos. As principais fontes de oxigênio para a água são a
atmosfera e a fotossíntese. A solubilidade do oxigênio na água, como de todos os
gases, depende de dois fatores principais: temperatura e pressão.
Entende-se saturação de oxigênio como sendo a quantidade máxima de
oxigênio que pode ser dissolvida na água em determinada pressão e temperatura.
(ESTEVES, 1998).

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5. MATERIAIS UTILIZADOS

- Garrafa de Van Dor,


- Trena e fita métrica,
- Correntímetro,
- Turbidimetro,
- Rede de Plâncton,
- Calorímetro,
- pHmetro,
- Placa de petri,
- Filtro,
- Bomba de sucção a vácuo,
- tubo de ensaio de plástico com tampa,
- Multi-parâmetro,
- Frascos de polietilenos âmbar, negro e transparente com gradiente de medida,
- Flutuador (laranja),
- Sacos plásticos,
- Microscópio fotográfico,
- Laminas e lamínulas,
- Condutivímetro,
- GPS,
- Sistema de filtração,
- Esteriomicroscópio,
- Água ultrapura,
- Caneta permanente,
- Picetas e pipetas,
- Papel toalha,
- Canoa,
- Soluções de calibração,
- Tubos de Falcon,
- Cronômetro

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6. METODOLOGIA

O trabalho de campo foi realizado no dia 24 de Setembro, na comunidade de


São Pedro Km 17 localizado na cidade de Santarém no estado Pará, foram realizadas
coletas e análises no igarapé São Pedro.
Primeiramente após a chegada ao local nos foi mostrado os equipamentos a
serem utilizados e qual tipo de funcionamento para cada um deles, também foi
explicado sobre os dois tipos de nascentes existentes no local.
A primeira nascente mostrada se encontra no ponto um e além de ser uma
nascente difusa é a principal nascente que abastece o rio. Este tipo de nascente
apresenta um aspecto pantanoso e não se pode identificar ao certo de onde a água
brota.

Figura 2 – Nascente difusa. Fonte: Foto realizada in loco pelas alunas da equipe.

No ponto um podemos identificar o alto curso do rio onde podemos observar


uma maior inclinação do terreno fazendo com que as águas ganhem uma maior
intensidade formando corredeiras e quedas d’agua, devido sua força o rio consegue
carrear uma maior quantidade de sedimentos, e também possui maior erosão
escavando o solo com maior intensidade surgindo assim muitos meandros no decorrer
do percurso do rio.
Neste ponto foram tiradas as medidas da largura utilizando trena e fita métrica,
em seguida foram feitas coletas de amostras de água para as analises de sólidos
suspensos e dissolvidos, condutividade elétrica, pH, cor verdadeira e turbidez. Também
realizamos as análises de temperatura e oxigênio dissolvido no próprio local utilizando

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uma sonda multiparâmetros, e por último medimos velocidade da corrente utilizando
um equipamento chamado correntómetro digital, nas duas margens do rio e também no
leito, podendo com o resultado da média em uma equação obter a vazão do rio e
devido o rio ser de primeira ordem e possuir pouca profundidade utilizamos uma trena
para medir a profundidade.

Figura 3 - Esquema de como deve ser realizada a amostragem manual em águas superficiais,
segundo a NBR 9898 (ABNT, 1987). Fonte: NBR 9898 (ABNT, 1987).

A coleta de amostra de água segundo a NBR 9897 (ABNT, 1987),


preconiza que as amostragens devem ser integradas ou a diversas profundidades em
vários setores verticais ao longo da seção, dependendo da largura e profundidade do
corpo receptor.
Após as análises feitas no ponto um, descemos até o ponto dois e podemos
observar os aspectos morfológicos do entorno do rio. No ponto dois assim como no
ponto um, também realizamos as analises de temperatura e oxigênio dissolvido no
local utilizando o mesmo equipamento a sonda multiparâmetros, coletamos material
utilizando a garrafa de van dorn (anexo 1) e retiramos o saco contendo a amostra de
agua a ser analisado colocando em garrafas de polietileno para as analises dos
parâmetros de pH, sólidos dissolvidos e suspensos, condutividade elétrica, turbidez,
cor verdadeira, além de verificar a profundidade utilizando trena, velocidade da corrente
que foi medida em ambas margens direita e esquerda e no leito do rio utilizando dois
métodos sendo eles com o correntómetro digital e com o método flutuador no qual foi
utilizado uma laranja, porém pode ser utilizado qualquer objeto esférico que possua um
peso adequado para flutuar e submergir. No método do flutuador precisamos estipular
a metragem pelo qual o flutuador deverá percorrer e um cronômetro para marcar o
tempo que o flutuador leva do ponto inicial ao ponto final do percurso, para um melhor

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resultado repetimos esse método três vezes e no final tiramos uma média obtendo
assim a velocidade da corrente.

Figura 4 – a) Percurso de 8m pelo qual foi utilizado o método flutuador, b) laranja percorrendo
pelo leito do rio, c) laranja sendo solta para contabilizar o tempo percorrido.

A vazão do rio foi medida novamente utilizando a seguinte equação:

Qm/s = L x P x Vm

Onde a vazão do rio se dá pela largura do rio x à profundidade do rio x a


velocidade média do rio.
No médio curso o rio perde um pouco sua força e começa a depositar os
sedimentos pelo leito e margens do rio, pois não consegue mais transportá-los, além
de perder a inclinação e começar a se mostrar mais plano.
Nesse mesmo ponto nos foi mostrado a nascente de encosta que ocorre de
forma pontual e contribui para a manutenção do rio, também podemos observar devido
a cortes feitos no solo a contribuição de água para rio vinda do escoamento
subsuperficial, que contribui de forma imperceptível e só nos foi possível à visualização
devido esses cortes.

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Figura 5 – Nascente de encosta modificada antropicamente para conservação e canalização da
água. Fonte: Foto realizada in loco pelas alunas da equipe.

Figura 6 – a) Escoamento subsuperficial vista superior da encosta, b) escoamento subsuperficial


vista lateral da encosta. Fonte: Foto realizada in loco pelas alunas da equipe.

Já no ponto três, devido uma barragem feita à jusante do rio, temos aspectos de
baixo curso demonstrando maior largura, menor inclinação e também menor força para
carreamento de sedimentos, apresenta aspecto lêntico, foram feitas novamente no
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ponto três assim como no ponto um e dois as analises de temperatura e oxigênio
dissolvido no local, porém como a profundidade é maior e existe um perfil mais lêntico,
podemos confirmar a presença de estratificação coletando os resultados obtidos no
epilímiínio, metalíminio e hipolíminio podendo assim comparar a temperatura de
ambos, analises estas feitas com sonda multiparâmetros.
Coletamos também material para as analises dos parâmetros de pH,
sólidos dissolvidos e suspensos, condutividade elétrica, turbidez, cor verdadeira. Além
dessas analises fizemos a coleta de perifíton utilizando sacos plásticos para
armazenamento do mesmo (anexo 2), para posteriormente fazermos a visualização e
identificação dos exemplares coletados. Também fizemos a coleta de zooplâncton com
uma rede especifica (anexo 3) para captura dessa espécie, utilizamos um método não
convencional, enchemos baldes com água e fizemos a filtração dessa água pela rede
de plâncton, após a filtração o material foi recolhido e armazenado para em seguida
fazermos a analise de identificação das espécies em microscópio.
Ao final do percurso estimado para amostragem retornamos ao ponto
inicial onde foram feitas as análises cuja coleta de material foi feita anteriormente para
obtenção dos resultados. Primeiro realizamos a filtração de amostras para analise de
sólidos em suspenção, todo material particulado das amostras ficam retidos em um
filtro de membrana 0,45 µm já trazido preparado para o local da análise, pois, se há a
necessidade filtra-lo com água ultrapura e levado a uma estufa a 100ºC e após 24 se
obtém o peso seco da membrana. Antes de se filtrar as amostras precisa-se fazer a
homogeneização de dez vezes cada frasco, para que o material particulado se misture
e não fique no fundo do frasco e após cada análise de amostra dos diferentes pontos
foi feita a lavagem do equipamento de filtração com água ultra pura.

Figura 7 – Equipamento de filtração. Fonte: Foto realizada in loco pelas alunas da equipe.
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As membranas com material particulado foram armazenadas em placas de Petri
(anexo 4) e posteriormente levadas ao laboratório onde todo dia será pesada em uma
balança analítica até que o peso se estabilize, após a estabilização do peso o resultado
é levado para uma fórmula no Excel onde é tirada a concentração dos sólidos em
suspenção.
Logo em seguida fizemos a análise do potencial hidrogeniônico (pH) com a
amostra de água coletada nos três pontos distintos utilizando um o mesmo
multiparâmetros digital com água coletada especificamente para análise de pH e
condutividade. Essas amostras podem obter um resultado preciso com até 6 horas
após a coleta da água. Para calibração desse equipamento se utiliza uma solução
própria com pH 4 e 7.
Para a análise de condutividade elétrica utilizamos o condutivímetro que é um
equipamento que mede o resultado não somente de condutividade, mas também de
TDS (totais de sólidos dissolvidos). A solução para calibração do condutivímetro é de
146,9 µs/cm.
Em seguida foi feita a análise de cor verdadeira utilizando o fotômetro, esse
equipamento não necessita de soluções de calibração, o procedimento feito antes das
análises para garantir um resultado preciso é zerar o equipamento com água ultrapura.
Por último foi realizado a análise de turbidez, utilizando o turbidímetro, esse
equipamento possui mais de uma solução de calibração, cujo valores são 0,02 ntu; 20
ntu e 100 ntu (unidades nefelométricas).

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Figura 8 – a) Solução de calibração do condutivímetro, b) Solução para calibração do turbidímetro, c)
soluções para calibração do pHgametro, d) água ultrapura para calibração do fotômetro, e) Condutivímetro, f) Sonda
Multiparâmetros / pHgametro, g) Turbidimetro, h) Fotômetro. Fonte: Foto realizada in loco pelas alunas da equipe.

7. RESULTADOS

Variação da vazão no igarapé de São Pedro.

Os resultados da variação da vazão podem ser observados na Tabela 1 onde


estão apresentados os valores das variáveis: área, profundidade média do curso d'água,
velocidade média da água e vazão, referente às três coletas avaliadas no presente estudo.

Tabela 4. Valores de área, profundidade média do curso d'água, velocidade média da água e
vazão igarapé de São Pedro do para as três coletas realizadas.

Campanha Largura Profundidade Velocidade Vazão


de coleta média média
Ponto 1 0,56 m 0,083 m 0,175 m/s 0,4 m³/s

Ponto 2 1, 40 m 0,10 m 0,49 m/s 0,021 m³/s

Ponto 3 xxxxxxxxxxx 2m xxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx

No local onde foram realizadas as coletas das amostras de água igarapé de São
Pedro, a largura média em estudo variou entre 51,40 e 56 cm e a profundidade média
entre e 2 metros no ponto três.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, a maior vazão ocorreu no
ponto, enquanto a menor vazão ocorreu ponto.
Para comparação da velocidade média da corrente no ponto dois, também foi
efetuado o método do flutuador utilizando uma laranja como objeto flutuador por um
percurso de 8 metros e após três testes consecutivos obtivemos os seguintes
resultados:
 Teste 1 – 25s
 Teste 2 – 25s
 Teste 3 – 26s
Para achar a velocidade média utilizamos a fórmula Vm = Δs / Δt, onde, o
resultado da velocidade média foi igual a 0,32m/s e a vazão obtida foi 0,038 m³/s. Em
comparação com o resultado obtido com o correntómetro podemos perceber que a

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variação é pouca, sendo que o resultado da velocidade média da corrente utilizando o
correntómetro foi 0,49 m/s no ponto dois.

7.1. Resultados das variáveis limnológicas.

7.2.1. Temperatura:

Os valores obtidos de temperatura do rio também variam no decorrer do seu


percurso como mostrado no Quadro 1.

Ponto de coleta Profundidade Resultado (ºC)


Ponto 1 xxxxxxxxxxx 26,7 26,8
Ponto 2 xxxxxxxxxxx 26,8
Ponto 3 - Eplímiínio 0,2 m 29,1
Ponto 3 - Metalíminio 0,5 m 28,4
Ponto 3 - Metalíminio 1,0 m 27
Ponto 3 - Hipolíminio 1,5 m 26,6
Ponto 3 - Hipolíminio 2,0 m 26,3

Quadro 1 – Resultados de temperatura nos pontos 1, 2 e 3.

A partir dos resultados obtidos nos pontos de coleta podemos perceber que nos
pontos 1 e 2 a variação de temperatura é mínima, enquanto no ponto três identificamos
uma maior variação de temperatura observando a presença de estratificação nas
profundidades analisadas, dando características de lago ao ponto 3.

7.2.2. Oxigênio Dissolvido

A partir dos resultados encontrados nos pontos analisados podemos perceber


que há uma variação significativa de oxigênio dissolvido, uma das principais fontes de
oxigênio para um corpo hídrico é dada pela reaeração atmosférica, sendo que,
segundo VON SPERLING (2005) a taxa de transferência de oxigênio da fase gasosa
para a fase líquida dá-se, basicamente, por meio de dois mecanismos: difusão
molecular e difusão turbulenta. Neste sentido, cursos de água rasos e mais velozes,
tendem a possuir maior coeficiente de reaeração devido a criação de maiores
turbulências nas superfícies, que por sua vez, receberá maior quantidade de oxigênio
em dependendo da profundidade do rio. Podemos observar essa variação no Quadro
2.

Ponto de coleta Profundidade Resultado (mg/l)


Ponto 1 xxxxxxxxxxx 6,7 7,5
Ponto 2 xxxxxxxxxxx 5,2

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Ponto 3 - Eplímiínio 0,2 m 6,8
Ponto 3 - Metalíminio 0,5 m 3,5
Ponto 3 - Metalíminio 1,0 m 3,2
Ponto 3 - Hipolíminio 1,5 m 1,3
Ponto 3 - Hipolíminio 2,0 m 1,3

Quadro 2 – Resultados de Oxigênio dissolvido nos pontos 1, 2 e 3.

7.2.3. Condutividade Elétrica

No Quadro 3 podemos observar a comparação dos valores de condutividade


elétrica (CE).

Ponto de coleta Resultado (µS)


Ponto 1 27,14
Ponto 2 19,96
Ponto 3 - Eplímiínio 15,82
Ponto 3 - Metalíminio 15,98
Ponto 3 - Hipolíminio 15,21

Quadro 3 – Resultados de condutividade elétrica.

Segundo ESTEVES (1998), a condutividade elétrica da água pode fornecer


importantes informações tanto sobre o metabolismo do ecossistema aquático como
sobre fenômenos importantes que ocorrem na sua bacia de drenagem. O aumento dos
valores demonstra o aporte de materiais e deterioração da qualidade da água.
A partir dos resultados obtidos podemos perceber que as variações de
condutividade elétrica são menores no ponto 3, onde o rio apresenta um aspecto mais
lêntico.

7.2.4. Potencial hidrogeniônico

Após aferição das amostras coletadas obtivemos os resultados listados no Quadro 4.


Ponto de coleta Resultado (unidades de
pH)
Ponto 1 4,58
Ponto 2 4,5
Ponto 3 - Eplímiínio 4,56
Ponto 3 - Metalíminio 4,45
Ponto 3 - Hipolíminio 4,27

Quadro 4. Resultado de pH.

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Sabendo que o pH é uma unidade de medida que descreve o grau de acidez ou
alcalinidade de um meio qualquer, e é medido em uma escala de 0 a 14 e qualquer pH
inferior a 7 é considerado ácido e qualquer pH acima de 7 é considerado alcalino. Um
pH de 7 é neutro, ou seja não é nem ácido ne alcalino.
Podemos observar que a variável de pH é de 4,58 no ponto 1 e 4,27 no ponto 3
– hipolíminio, e podemos concluir a partir desses resultados que a água do igarapé de
São Pedro são ácidas.

7.2.5. Turbidez

O Quadro 5 mostra a comparação dos valores de turbidez.

Ponto de coleta Resultado NTU


(unidades nefelométricas)
Ponto 1 4,06
Ponto 2 3,76
Ponto 3 - Eplímiínio 2,54
Ponto 3 - Metalíminio 1,37
Ponto 3 - Hipolíminio 2,42

Quadro 5 – Resultados de Turbidez.

A turbidez mede a dificuldade da penetração de luz na água dando-lhe um


aspecto turvo. Podemos perceber que a variação de turbidez entre os pontos é bem
significativa, isso porque a presença de matérias solidas em suspenção como por
exemplo silte e argila influenciam nos resultados e de acordo com a PORTARIA Nº
2.914, De 12 De Dezembro De 2011, do Ministério da Saúde, os valores de turbidez
encontrados no igarapé São Pedro estão dentro dos padrões aceitáveis de qualidade
da água.

7.2.6. Cor verdadeira

Os resultados obtidos em todas as amostras de cor verdadeira foram 0 unidade


de cor, isso vai depender muito do equipamento utilizado pois o valor de detecção dos
aparelhos não detecta valores muito baixos e como as águas do igarapé São Pedro
são bastante claras o valor aferido foi muito baixo e por isso não foi detectado pelo
fotômetro.

7.2.7. TDS – Total de Sólidos Dissolvidos

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Podemos comparar os resultados obtidos para total de sólidos dissolvidos no
quadro 6.
Ponto de coleta Resultado (mg/l)
Ponto 1 13,57
Ponto 2 10,16
Ponto 3 - Eplímiínio 7,561
Ponto 3 - Metalíminio 7,405
Ponto 3 - Hipolíminio 8,099
Quadro 6 – Resultado de TDS.
Os sólidos dissolvidos podem conferir sabor à água devido a altos teores de sais
minerais, como por exemplo, sulfato e cloreto. Visando classificar, proteger os corpos
d´água e prevenir problemas relacionados à saúde da população, A portaria Nº 2.914,
do Ministério da Saúde, estabelece valor máximo permitido de 1000 mg/L de sólidos
dissolvidos totais para águas para consumo humano. Concluímos que as águas do
igarapé de São Pedro se encontram dentro do padrão estabelecido pela portaria, e que
variam conforme a profundidade do rio.

7.2.8 – Sólidos Suspensos

Foram feitas as filtragens de todas as amostras coletadas nos três pontos e as


membranas filtrantes foram armazenadas e levadas ao laboratório para ser feito o
restante dos procedimentos e a pesagem.
Após alguns dias o resultado final da pesagem dos sólidos em suspensão foi
repassado para a equipe de alunos presentes na aula prática e podemos observá-los
no Quadro 7.

Ponto de coleta Resultado (mg/l)


Ponto 1 5,4
Ponto 2 3,0
Ponto 3 - Eplímiínio 1,2
Ponto 3 - Metalíminio 0,7
Ponto 3 - Hipolíminio 2,7

Quadro 7 – Resultado da análise de Sólidos suspensos.

7.2.9 – Zooplâncton e Perifíton

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Após todas as análises das variáveis limnológicas citadas acima podemos
observar em um microscópio e um esteriomicroscópio exemplares de comunidades
zooplânctonica e perifítica.
O objetivo proposto pela Prof. Ynglea foi à fixação do conteúdo das aulas
teóricas para identificação de espécies estudadas de perifíton e zooplâncton, para
melhor comparação colocamos imagens retiradas de sites da internet juntamente com
as fotos tiradas diretamente do microscópio no local. As espécies encontradas foram:

7.2.9.1. Exemplares de zooplâncton

a b

Figura 9 - Rotífera. a) Fonte: www.danluc8.wix.com, b) foto tirada do Esteriomicroscópio

Rotíferas, acima podemos observar na imagem 9 b) um exemplar de rotífera


identificado na análise in loco.

Identificamos também exemplares de copépodas macho e fêmea como


mostrado na figura 10.

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Figura 10 – Copepodas a) macho, b) fêmea ovada. Fonte: www.pinterest.com, c) macho, d) fêmea ovada.
Fonte: fotos tiradas pelas alunas da equipe in loco.
7.2.9.2. Exemplar da comunidade bentônica

Figura 11 – Baetidae, a) foto realizada in loco, b) fonte: www.riverkennet.org

Encontramos larvas de baetidae mostrado na figura 11 acima.

7.2.9.3. Exemplar de algas perifítica e larvas de insetos.

Foram observados exemplares de espirogira e algumas outras espécies de


algas e larvas de insetos, mostrados nas figuras 12.

Figura 12 – a) larvas de insetos, b) algas perifíticas, c) espirogira. Fotos tiradas no local.

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8. CONCLUSÃO

A partir dos estudos feitos no campo para a disciplina de limnologia e dos


resultados obtidos, pode-se concluir que, as variáveis limnológicas estão dentro dos
padrões aceitáveis de água de acordo com as resoluções e portarias especificas.
Podemos perceber também a importância da aula pratica realizada para fixação
e aprendizagem das variáveis limnológicas e fonte de conhecimento de diferentes
espécies de zooplâncton e perifíton.
Concluímos que os parâmetros de água analisados possuem suma importância
para o acompanhamento e gerenciamento de problemas decorrentes de poluição da
água e destruição de ambientes aquáticos de forma a não comprometer a qualidade da
água e nem as comunidades nelas existentes, pois, tanto perifíton quanto zooplâncton
possuem características bioindicadoras e também são uma alternativa para tratamento
de efluentes.

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9. ANEXOS

Anexo 1. Garrafa de Van dorn. Anexo 2. Sacos plásticos com


amostras de perifíton.

Anexo 3. Malha para captura Anexo 4. Malha para captura


de zooplâncton. de zooplâncton.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Universidade Estadual de Campinas, 1979.

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211-222, jun. 1994.

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BISNAS, A. K. Monitoramento eficiente de lagos. Shiga: ONU, p. 541, 1990.

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Interciência/FINEP, 1988. 575 p.

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LIBES, S. Na introduction to marine biogeochemistry. CRC Press, 2009.

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sobre os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da
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Brasil, Poder Executivo, Brasília DF 13 de dezembro de 2011.

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http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/cor.htm>Acesso em 30 de nov. 2012.

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2012.
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WETZEL, R. G. Limnology: lake and river ecosystems. 3. ed. Califórnia:


Academic Press, 2001.

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