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-Universidade Independente de Angola


-Faculdade de
-Titulo da tese
-Nome do candidato
-Numero de registo
-Nome do orientador
Dedicatoria
Agradecimentos
Indice

Lista de tabelas

Lista de Figuras

Lista de simbolos, abreviaturas e siglas

Resumo

Abstract

Introduçao

Formulaçao do Problema
Hipotese
Justificativa
Objectivos geral e especificos

Metodologia

Capitulo I: Fundamentos Teoricos (Revisao Bibliografica)

Capitulo II: Legislaçao Angolana relaccionada com o tema.

Capitulo III: Caso de Estudo

3.1 Localização e caracterização da área de estudo

3.1.1 Localização
3.1.2 Caracterização da zona em estudo- Horta do Benfica

3.2 Materias e Métodos

3.2.1 Materiais e reagentes

3.2.2 Métodos

3.2.3 Procedimentos para as colheitas e amostragem

3.2.4 Procedimentos das análises Fisico-química e microbiológica realizadas

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5. CONCLUSÃO

6. RECOMENTAÇÕES

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lista de tabelas
Lista de Figuras
Lista de simbolos, abreviaturas e siglas
Resumo

O acesso a água de qualidade na zona rural é uma problemática que requer


atenção do governo, uma vez que a maioria das
comunidades não tem acesso à água potável. Esse trabalho objetivou avaliar os
parâmetros da água consumida pelos moradores
do Bairro da zona da praça de Calumbo comparando os indicadores analisados
com o padrão de qualidade e potabilidade estabelecido pelo Decreto 261/11. Para
isso, foram realizadas recolha de amostras de agua e foram analisados os
parâmetros organolepticos (Cor e cheiro), químicos (pH e temperatura) e
microbiológicos (Escherichia coli).

Concluiu-se então que os moradores da zona em estudo estão consumindo uma


água imprópria, estando sujeitos a problemas de saúde. Medidas precisam
ser tomadas para mitigar e prevenir danos à saúde dos moradores.

Palavras-chave: Agua impropria, Escherichia coli. Qualidade da água


Abstract
Introduçao
O mau uso da água tem levado à escassez em algumas regiões e há riscos de um colapso que pode
levar à falta de água em todo o planeta. Para evitar que isso ocorra, há necessidade de políticas e
estratégias de gestão que assegurem o uso desse recurso a partir dos princípios
da sustentabilidade, possibilitando equilibrar o seu uso com fins econômicos, ao bem estar e ao
acesso à água potável, especialmente pelas populações mais pobres (VERIATO et al., 2015). A
promoção de condições adequadas de abastecimento de água resulta em melhoria das condições de
vida e garante a saúde da população, sendo esta um direito humanitário (CARVALHEIRO, 2015). A
despeito dessa importância, Angola possui uma baixa cobertura em
saneamento básico que permita um adequado abastecimento de água, implicando negativamente
sobre a saúde das pessoas, além de incidir em problemas de poluição sobre os ecossistemas
(SILVA; HELLER, 2016). No caso da região de Calumbo, a maioria das cidades tem um precário
sistema de fornecimento de água, com metade da população sem acesso ao serviço de
abastecimento de água. A situação piora nas áreas periurbanas e semi-rurais, o que leva os
moradores a buscar variadas fontes de água para o consumo, tais como, construção de poços
artesianos, consumo direto da água de rios e recolha de água
pluvial (VELOSO; MENDES, 2014). Nestas áreas, geralmente o consumo é feito muitas vezes sem
nenhum tratamento, o que prejudica a qualidade da água consumida pelos moradores (FERREIRA et
al., 2016). Mello (2016) afirma que 21% das famílias que residem em assentamentos rurais no Brasil
não tem acesso suficiente e adequado à água potável. Apesar de receberem suporte financeiro e
técnico para sua implantação, os assentamentos rurais não apresentam condições
favoráveis de saneamento, principalmente devido à ausência de sistemas seguros de captação e
distribuição de água para consumo, e ausência de redes de esgoto sanitário, além da falta de
programas de sensibilização para adopção de boas práticas de higiene e de educação sanitária.

A água consumida por moradores das áreas periurbanas e semi-rurais de Calumbo deve estar de
acordo com o padrão recomendado na legislação, considerando suas características biológicas,
físicas e químicas (SOUZA et. al., 2015). Assim, este trabalho objetivou avaliar a qualidade da água
consumida pelos moradores do Bairo da zona da praça de Calumbo, localizado a sul ou sudeste de
Luanda xxxxx. O estudo contribui para evidenciar a qualidade
da água consumida nessas áreas, além de subsidiar a reivindicação do direito à água potável a partir
de dados científicos e técnicos. A pesquisa foi pensada a partir de uma visita turistica ao mercado de
Calumbo a zona de estudo. Durante a visita foi observado o problema da qualidade
da água no local, por apresentar visivelmente características organolépticas alteradas, com possível
presença de excesso de materia organica e de metais. Foi
relatado pelos moradores à época, que este facto causa incômodo e insatisfação por consumirem
uma água possivelmente imprópria.

Formulaçao do Problema

Hipotese

Justificativa

Objectivos geral e especificos

Metodologia do Trabalho

Este tópico aborda a forma como foi o desenvolvimento do trabalho, quanto à


classificação da pesquisa, o plano de recolha de dados e o plano de análise e
interpretação dos dados. Para este estudo, foi desenvolvida uma metodologia que
compreende as seguintes etapas:

 Visita ao local: fez-se a constatacao do estado da zona de estudo (Bairro -


Calumbo) e levantamento de dados se servirão como instrumentos para a
realização do trabalho;
 Entrevista no campo: Foram realizadas entrevistas aos trabalhadores da
zona como suporte para a montagem dos argumentos tecnicos com base em
um inquerito previamente eleborado.
 Consultas bibliográficas: para a recolha de informações direcionadas ao
tema.
 Analises Laboratórias: para analisar e obter resultados das amostras.

Classificação da Pesquisa

Dentre as abordagens sugeridas no artigo 8º do Regulamento do Trabalho de


Conclusão de Curso, o presente trabalho trata do Estudo de Caso e o
Aprofundamento de Temas Específicos.
Essa pesquisa consiste num trabalho prático elaborado em uma comunidade.
De acordo com Gil (1999) o estudo pode ser classificado quanto a natureza da
pesquisa, a abordagem, os objetivos e os procedimentos técnicos.

Quanto à natureza

Do ponto de vista de sua natureza, segundo Silva e Menezes (2000), a pesquisa pode ser
classificada como Básica ou Aplicada. A pesquisa básica é aquela que objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista e envolve
verdades e interesses universais. Já a pesquisa aplicada é aquela que objetiva gerar
conhecimentos para a aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos e
envolve verdades e interesses locais. Esta pesquisa, caracteriza-se como aplicada, pois está
relaccionada a assunto específico de
um estudo de caso, sobre a quqliadede da aqua .....

Quanto à forma de abordagem do problema

Conforme Silva e Menezes (2000), a pesquisa pode ser classificada como Pesquisa
Quantitativa, que considera que tudo pode ser quantificável. Requer o uso de recursos e de
técnicas estatísticas. E a Pesquisa Qualitativa, que considera que há uma relação dinâmica
entre o mundo real e sujeito, que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. O
ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave.
É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu
significado são os focos principais da abordagem.
Quanto aos objetivos da pesquisa

Do ponto de vista de seus objetivos, conforme Gil (2002), esta pesquisa é classificada
como Exploratória, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema, torná-lo
explícito, além do aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições (hipóteses). Abrange
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas envolvidas com o problema pesquisado,
análise de exemplos para compreensão e clareamento de conceitos.
Vergara (2004) afirma que a pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco
conhecimento acumulado e sistematizado. Já Lakatos e Markoni (1996), definem pesquisa
exploratória como sendo aquelas investigações que tem por objetivo a formulação de
questões ou de um problema com a finalidade de desenvolver hipóteses; aumentar a
familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma
pesquisa futura mais precisa; modificar e clarear conceitos.

Quanto aos procedimentos técnicos

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada como
bibliográfica, documental, levantamento e estudo de caso. Conforme Gil (2002), a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente
de
livros, artigos científicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. A pesquisa
documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico, ou que
ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Já a pesquisa do tipo
levantamento caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se
deseja
conhecer. Por outro lado, a pesquisa do tipo estudo de caso consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado
conhecimento.
Este trabalho, quanto aos procedimentos técnicos, enfoca a existência de três grupos de
delineamento da pesquisa em relação aos procedimentos adotados para a coleta de dados: a
pesquisa bibliográfica , a pesquisa documental e o estudo de caso.
O Estudo de Caso é um dos tipos de pesquisa que vem ganhando crescente aceitação na
área da educação porque pode confrontar a situação específica de uma instituição ou sistema
com outras já conhecidas ou com teorias existentes, além de ajudar a gerar novas questões
para futura investigação ou na resolução de problemas propostos.

Plano de recolha de dados

Nesta pesquisa, como plano de coleta para obter os dados necessários em cada etapa ou
fase do projeto, foram utilizados como fontes: documentos internos, legislação, documentos e
materiais publicados, pesquisas na Internet, levantamento de dados através de aplicação de
questionários e entrevistas com funcionários, alunos e professores, coleta de contas de
consumo, verificação de áreas de captação, estimativas da quantidade à ser captada, dados
pluviométricos, entre outros, que se tornaram adequados aos propósitos deste estudo. A
finalização do estudo aconteceu com a interpretação dos dados e a análise da viabilidade
econômica da implantação de um sistema de captação e aproveitamento de água pluvial para
uma instituição de ensino. Segundo Lakatos e Markoni (1996) o planejamento detalhado,
testado e o rigoroso controle de aplicação dos instrumentos de pesquisa, evitará o desperdício
de tempo, erros, defeitos que poderão comprometer a pesquisa. Em linhas gerais as técnicas
de recolha de dados são: recolha documental; observação; entrevista; questionário;
formulário; medidas de opinião e atitude; técnicas mercadológicas; testes; sociometria;
análise de conteúdo e história de vida.

Plano de Análise e Interpretação de Dados

A análise e a apresentação dos resultados da pesquisa visam analisar através da teoria e da


prática, a viabilidade e o esclarecimento ao estudo proposto.

O método de descrição e apresentação dos dados foi realizado através de análise das
informações recolhida, e apresentação de gráficos. Somente então, foi realizada uma análise
conclusiva do presente trabalho.

CAPITULO I: FUNDAMENTOS TEÓRICOS

1.1- Breve historial sobre Água

1.1.1- A agua e sua história.

3000 a.C

Comecemos a nossa viagem da história da água, pela época remota de 3.000 a.C
Nessa altura já se obtinha habitualmente água doce a partir de poços, utilizando-se
um balde (embora a maior parte dos aldeamentos se situassem perto de rios).

2500 a.C

O sarilho e dispositivos semelhantes eram utilizados para aumentar a rapidez da


retirada de água dos poços. O sarilho, que continua a ser largamente utilizado no
Médio Oriente, é constituído por um pau giratório que tem um balde numa ponta e
um contrapeso na outra ponta

1485 aC
Um grego chamado Dános é conhecido como o pai de uma bomba de água muito
eficiente.

50 a.C

Aristóteles descreve o modo como se pode obter água doce a partir de água
salgada por destilação (ebulição e subsequente condensação). No entanto,
passaram mais de 1400 anos até que os Mouros trouxessem essa ideia para a
Europa Ocidental.

1500

As primeiras cidades europeias começaram a construir sistemas de abastecimento


de água. O primeiro a ser descrito, em 1550, foi o de Ausburgo na Baviera
(Alemanha), no qual eram utilizadas noras que accionavam parafusos de
Arquimedes, os quais elevavam a água até torres altas, donde era canalizada
para as residências dos consumidores.

1682

Em Marly, na França, deu-se por terminado um sistema hidráulico extraordinário.


Era accionado por uma série de noras gigantes, desenvolvendo cada uma delas
uma força superior a 100 cavalos vapor

1614

Castelli, um italiano, descreveu o modo como ele fora finalmente capaz de medir o
fluxo de água ou de outro líquido.
1791

James Peacock demonstrou que a água podia ser filtrada deixando-a infiltrar-se
num leito de areia.

1794

Foi escavado pela primeira vez em Inglaterra, em Notting Hill, Londres, um poço
artesiano, por um homem chamado Benjamin Vulliamy.

1854

Dr. John Snow fez a primeira abordagem eficiente das doenças provocadas pela
água. Cerca de 500 pessoas que viviam nas proximidades de uma zona de 200
metros junto à Broad Street (hoje, Broadwick Street), no Soho, em Londres,
morreram de cólera num período de dez dias. O Dr. Snow localizou a infecção numa
bomba de água manual, retirou a manivela e assim terminou a propagação da
doença. Deste modo a atenção das pessoas centrou-se na pureza da água.

1896

Chegamos assim ao último episódio da nossa breve história da água,


onde a água foi pela primeira vez desinfectada com cloro em Polo, na
costa italiana do Adriático, como medida de protecção contra as doenças.

Asssim a agua esta preciosos liquido causador das grandes lutas entre povos
quimicamente e formado por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio e
acredita-se que apareceu no planeta a cerca de 4,5 bilhões de anos atrás.

Durante a formação da crosta terrestre ocorreu o processo de desgaseificação,


teoria que explica a libertação da água na forma de vapor. Neste período os vulcões
expeliram gases como o hidrigénio e vapor de água que deu origem à atmosfera,
conforme a temperatura foi diminuindo, houve a condensação do gás que deu
origem a nuvens e a consequente ocorrência da precipitação que voltou a terra
devido a força da gravidade. Logo a água em estado líquido ficou suspensa na
superficie da atmosfera dando origem aos oceanod primitivos.

Como parte deste processo seletivo, a água doce iniciou sua formação devido as
chuvas que lavaram a atmosfera e eliminaram os gases de enxofre. Por causa de
sua posição e condições ideais, foi e é possivel encontrar a água em 3 estados:
sólido, líquido e gasoso. A parcela que se infiltrou na superficie e se acumulou entre
as rochas do subsolo formou as águas subterrâneas e, na medida em que os
continentes imergiam, surgiam os primeiros rios, lagos, pântanos e outros seres
vivos.
Muito pouco falta mais informaçao sobre a historia da agua

1.2- Ciclo da agua e sua distribuição no planeta

1.2.1- O ciclo hidrológico

O ciclo da água, também denominado ciclo hidrológico, é responsável pela


renovação da água no planeta, inicia-se com a energia solar, incidente no planeta
Terra, que é responsável pela evapotranspiração das águas dos rios, reservatórios
e mares, bem como pela transpiração das plantas. As forças da natureza são
responsáveis pelo ciclo da água. A água foi fator decisivo para que a vida surgisse e
se desenvolvesse na Terra. O vapor d’água forma as nuvens, cuja movimentação
sofre influência do movimento de rotação da Terra e das correntes atmosféricas. A
condensação do vapor d’água forma as chuvas. Quando essa água das chuvas
atinge a terra, ocorrem os fenômenos do escoamento superficial em direção dos
canais de menor declividade, alimentando diretamente os rios e a infiltração no solo,
alimentando os lençóis subterrâneos.

A água é um bem essencial que garante saúde à população. Neste sentido, trata-se
de um bem essencial, e que é considerada uma prioridade das ações de vigilância
em saúde ambiental, a vigilância da qualidade da água para consumo humano atua
sobre as diferentes formas de seu abastecimento, seja de gestão pública ou
privada, na área urbana ou rural, e inclusive em áreas indígenas e em comunidades
isoladas. As formas de abastecimento de água podem apresentar características
bastante variadas, como por exemplo, pode ser distribuída por rede ou por meio de
veículos transportadores; seu fornecimento pode ser restrito a um único domicílio ou
ser para vários bairros ou municípios; os mananciais de captação da água podem
ser superficiais ou subterrâneos; o tratamento da água pode ser completo ou
simplificado, com apenas desinfeção.

Neste sentido, é importante reconhecer o monitoramento da qualidade da água


como o instrumento de verificação da sua potabilidade para consumo humano,
conforme padrão estabelecido na legislação. Para o monitoramento da qualidade da
água devem ser realizadas análises laboratoriais das amostras, de acordo com os
planos de amostragem específicos para o controle, descritos na Norma de
Potabilidade da Água, e com os planos de amostragem da vigilância.

Mudar essa figura por outra mais simples nitida e menos curriqueira
Cerca de 71% da superficie da terra é coberta por água. Deste total,
aproximadamente 97,5% está presente nos oceanos e mares na forma de água
salgada, ou seja imprópria para o consumo humano. Dos 2,5% restante, que
prefazem o total de água doce existente 2/3 está armazenado nas galerias e calotas
polares. Apenas 0,77% de toda a água está disponivel para o nosso consumo sendo
encontrada em rios, lagos, água subterrânea, incluindo ainda a água presente no
solo, atmosfera (humidade) e na biota.

1.3- Conceitos

Águas doces
São assim chamadas as águas que têm uma salinidade muito baixa, como sua
principal fonte a chuva, que é água quase pura pois contém apenas uma pequena
quantidade de oxigênio e dióxido de carbono em solução. Rever definiçao

Águas pluviais - Águas de precipitação que escoam e se armazenam na superfície


e no subsolo.

Águas superficias -Todas as águas, com excepção das águas subterrâneas e das
águas costeiras.

Massa de água - Um elemento discreto e homogéneo de águas superficiais ou


subterrâneas, como por exemplo um aquífero, lago, reservatório, secção de ribeiro,
rio ou canal, estuário ou secção de águas costeiras. Rever definiçao
Bacia hidrográfica - Área geográfica receptora, das águas pluviais, que formam o
escoamento superficial que alimenta o leito de um curso de água ou rio.

Curso de água - Conjunto unitário de água superficial e subterrânea que,


normalmente flui por gravidade, para um terminus comum, não podendo ser
interrompido de forma natural nem no espaço nem no tempo.

Corpo de água - Massas de água que, além de serem consideradas como um


veículo ou substância que possa ser usada ou consumida, constituem um ambiente
propício a vida.

Lago-Massa de água lêntica superficial consideravel.

Lagoa - Pequeno reservatório natural de água lêntica superficial.

Leito - Depressão de terreno onde escoa um curso de água ou rio.

Margens -Terreno que ladeia um curso de água, lago, lagoa, albufeira ou outros
corpos de água.
1.4 QUALIDADE DAS ÁGUAS NATURAIS

Introdução

As características físicas, químicas e biológicas da água estão associadas a uma


série de processos que ocorrem no corpo hídrico e em sua bacia de drenagem. Ao
se abordar a questão da qualidade da água, é fundamental ter em mente que o
meio líquido apresenta duas características marcantes, que condicionam de
maneira absoluta a conformação desta qualidade:

 Capacidade de dissolução;

 Capacidade de transporte.
Constata-se assim que a água, além de ser formada pelos elementos hidrogênio e
oxigênio na proporção de dois para um, também pode dissolver uma ampla
variedade de substâncias, as quais conferem à água suas características
peculiares. Além disso, as substâncias dissolvidas e as partículas presentes no seio
da massa líquida são transportadas pelos cursos de água, mudando continuamente
de posição e estabelecendo um caráter fortemente dinâmico para a questão da
qualidade da água. Nesse aspecto, é bastante esclarecedora afirmação do filosofo
grego Heráclito de que “nunca se cruza o mesmo rio duas vezes”. Na segunda vez
não é o mesmo rio que cruzamos, já que as características da água, em maior ou
menor grau, serão seguramente distintas. A conjunção das capacidades de
dissolução e de transporte conduz ao fato de que a qualidade de uma água é
resultante dos processos que ocorrem na massa líquida e na bacia de drenagem do
corpo hídrico.

Verifica-se, assim, que o sistema aquático não é formado unicamente pelo rio ou
pelo lago, mas inclui obrigatoriamente a bacia de contribuição, exatamente onde
ocorrem os fenômenos que irão, em última escala, conferir à água suas
características de qualidade. Outro aspecto bastante relevante refere-se às
comunidades de organismos que habitam o ambiente aquático. Em sua aCtividade
metabólica, alguns organismos provocam alterações físicas e químicas na água,
enquanto outros sofrem os efeitos dessas alterações.

Dessa forma, observa-se a ocorrência de processos interactivos dos organismos


com seu meio ambiente, facto este que constitui a base da ciência denominada
Ecologia.
1.4.1 Parâmetros e indicadores de qualidade de água

1.4.1.1 Parâmetros de qualidade de água

A poluição das águas tem como origem diversas fontes, dentre as quais se
destacam:

 efluentes domésticos;

 efluentes industriais;

 carga difusa urbana e agrícola.

Essas fontes estão associadas ao tipo de uso e ocupação do solo. Cada uma
dessas fontes possui características próprias quanto aos poluentes que carream
(por exemplo, os esgotos domésticos apresentam compostos orgânicos
biodegradáveis, nutrientes e bactérias). Actualmente a grande diversidade
de indústrias existentes ao longo do curso do rio da zona em estudo faz com que
haja uma variabilidade mais intensa nos contaminantes lançados aos corpos de
água, incluindo-se os já citados e muitos outros que estão relacionados aos tipos de
matérias-primas e processos industriais utilizados.

Em geral, o deflúvio superficial urbano contém todos os poluentes que se depositam


na superfície do solo. Quando da ocorrência de chuvas, os materiais acumulados
em valas, canais, etc., são arrastados pelas águas pluviais para os cursos de água
superficiais, constituindo-se numa fonte de poluição tanto maior quanto mais
deficiente for a coleta de esgotos ou mesmo a limpeza pública.
Já o deflúvio superficial agrícola apresenta características diferentes. Seus efeitos
dependem muito das práticas agrícolas utilizadas em cada região e da época do
ano em que se realizam a preparação do terreno para o plantio, a aplicação de
fertilizantes, defensivos agrícolas e a colheita. A contribuição representada pelo
material proveniente da erosão de solos intensifica-se quando da ocorrência de
chuvas em áreas rurais. As diferentes formas de aporte tornam, na prática,
inexeqüível a análise sistemática de todos os poluentes que possam estar presentes
nas águas superficiais. Por isso, aqui apresentamos alguns
indicadores (parâmetros) de qualidade de água (físicos, químicos, microbiológicos),
considerando-se aqueles mais representativos que são eles:

 Parâmetros organolepticos – cor, sabor, odor, turvaçao da água;

 Parâmetros Físicos - Quimicos: temperatura, condutividade, e pH;

 Parâmetros Microbiológicos: coliformes termotolerantes, enteroccocus


fecais e Esherishia coli.
Quando da necessidade de estudos específicos de qualidade de água em
determinados trechos de rios ou reservatórios, com vistas a diagnósticos mais
detalhados, outros parâmetros podem vir a ser determinados, tanto em função do
uso e ocupação do solo na bacia contribuinte, actuais ou pretendidos, quanto pela
ocorrência de algum evento excepcional na área em questão.

1.4.2 Significado Ambiental dos Parâmetros

Após a apresentação feita anteriormente, descrevendo a estrutura da água e do


ambiente aquático do ponto de vista ecológico, parte-se agora para o conhecimento
das principais características físicas, químicas e biológicas da água, as quais, em
seu conjunto, permitem a avaliação da sua qualidade. Como tais características
podem ser expressas por meio de concentrações ou outros valores numéricos, elas
passarão a ser designadas como parâmetros, alguns destes referenciados como
propriedades organolépticas no padrão de potabilidade vigente.

1.4.2.1 Parametros organolépticos

Cor

A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade


que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de parte da
radiação eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente
material em estado coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os colóides orgânicos
pode-se mencionar os ácidos húmico e fúlvico, substâncias naturais resultantes da
decomposição parcial de compostos orgânicos presentes em folhas, dentre outros
substratos. Também os esgotos sanitários se caracterizam por apresentarem
predominantemente matéria em estado coloidal, além de diversos efluentes
industriais contendo taninos (efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas
(efluentes de indústrias têxteis, indústrias de pigmentos, etc.), lignina e celulose
(efluentes de indústrias de celulose e papel, da madeira, etc.). Há também
compostos inorgânicos capazes de possuir as propriedades e provocar os efeitos de
matéria em estado coloidal. Os principais são os óxidos de ferro e manganês, que
são abundantes em diversos tipos de solo. Alguns outros metais presentes em
efluentes industriais conferem-lhes cor mas, em geral, íons dissolvidos pouco ou
quase nada interferem na passagem da luz. O problema maior de coloração na
água, em geral, é o estético já que causa um efeito repulsivo aos
consumidores.
É importante ressaltar que a coloração, realizada na rede de monitoramento,
consiste basicamente na observação visual do técnico de coleta no instante da
amostragem.
A cor das águas naturais representada pela parte dissolvida da matéria orgânica na
água é basicamente causada pela presença de compostos orgânicos, originados da
decomposição de matéria orgânica vegetal e animal sendo estes compostos
denominados de substâncias húmicas. Pode ser causada tambám pela presença de
ferro e manganês, além de despejos industriais. (BERNARDO E
PAZ,2010;LIBÂNIO,2010VIANA,1992).

A cor deixou de ser apenas um factor estético sendo também um parâmetro de


control da formação de subprodutos. A desinfeção e pré-oxidação com produtos de
cloro na presença de matéria orgânica levam a formação de subprodutos, tal como
os THM” no ar, e a substância orgânica que produz efeitos adversos a saúde
(MARIE,1994).
A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de
dimensões inferiores a 1 μm – denominadas colóides – finamente dispersas, de
origem orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos) ou mineral (resíduos industriais,
compostos de ferro e manganês). Corpos de água de cores naturalmente escuras
são encontrados em regiões ricas em vegetação, em decorrência da maior
produção de ácidos húmicos. Um exemplo internacionalmente conhecido é o do Rio
Negro, afluente do Rio Amazonas, cujo nome faz referência à sua cor escura,
causada pela presença de productos de decomposição da vegetação e pigmentos
de origem bacteriana (Chromobacterium violaceum). Em Angola também
encontramos rios com essas características, por exemplo, o Rio Txifa no município
do Cuilo na província da Lunda Norte.

A determinação da intensidade da cor da água é feita comparando-se a amostra


com um padrão de cobalto-platina, sendo o resultado fornecido em unidades de cor,
também chamadas uH (unidade Hazen). As águas naturais apresentam, em geral,
intensidades de cor variando de 0 a 200 unidades. Valores inferiores a 10 unidades
são dificilmente perceptíveis. A cloração de águas coloridas com a finalidade de
abastecimento doméstico pode gerar produtos potencialmente cancerígenos
(trihalometanos), derivados da complexação do cloro com a matéria orgânica em
solução.

Para efeito de caracterização de águas para abastecimento, distingue-se a cor


aparente, na qual se consideram as partículas suspensas, da cor verdadeira. A
determinação da segunda realiza-se após centrifugação da amostra. Para atender
ao padrão de potabilidade, a água deve apresentar intensidade de cor aparente
inferior a cinco unidades.

Cor real
É a cor da amostra isenta de substâncias dissolvidas ou em suspensão, causadoras
da turbidez. A matéria orgânica, proveniente de vegetais em decomposição, quase
sempre resulta em cor nas águas.

Cor aparente
Representa a cor causada por matéria dissolvida mais a parcela em suspensão.

Turvação

A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade que um


feixe de luz sofre ao atravessá-la (e esta redução se dá por absorção e
espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez nas águas são
maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à presença de sólidos
em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte,
argila) e de detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc. A erosão
das margens dos rios em estações chuvosas é um exemplo de fenômeno que
resulta em aumento da turbidez das águas e que exigem manobras operacionais,
como alterações nas dosagens de coagulantes e auxiliares, nas estações de
tratamento de águas. A erosão pode decorrer do mau uso do solo em
que se impede a fixação da vegetação. Este exemplo, mostra também o caráter
sistêmico da poluição, ocorrendo inter-relações ou transferência de problemas de
um ambiente (água, ar ou solo) para outro. Os esgotos sanitários e diversos
efluentes industriais também provocam elevações na turbidez das
águas. Um exemplo típico deste fato ocorre em conseqüência das atividades de
mineração, onde os aumentos excessivos de turbidez têm provocado formação de
grandes bancos de lodo em rios e alterações no ecossistema aquático.
Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa e algas. Esse
desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, suprimir a produtividade de
peixes. Logo, a turvaçao pode influenciar nas comunidades biológicas aquáticas.
Além disso, afeta adversamente os usos doméstico, industrial e recreacional de uma
água. A turvação pode ser definida como uma medida do grau de interferência à
passagem da luz através do líquido. A alteração à penetração da luz na água
decorre da presença de material em suspensão, sendo expressa por meio de
unidades de turbidez (também denominadas unidades de Jackson ou
nefelométricas). A turvação dos corpos de água é particularmente alta em regiões
com solos erodíveis, onde a precipitação pluviométrica pode carrear partículas de
argila, silte, areia, fragmentos de rocha e óxidos metálicos do solo. Grande parte
das águas de rios angolanos é naturalmente turva em decorrência das
características geológicas das bacias de drenagem, ocorrência de altos índices
pluviométricos e uso de práticas agrícolas muitas vezes inadequadas.
Ao contrário da cor, que é causada por substâncias dissolvidas, a turvação é
provocada por partículas em suspensão, sendo, portanto, reduzida por
sedimentação. Em lagos e represas, onde a velocidade de escoamento da água é
menor, a turvação pode ser bastante baixa. Além da ocorrência de origem natural, a
turvação da água pode também ser causada por lançamentos de esgotos
domésticos ou industriais.
Para fins de potabilidade, a turvação deve ser inferior a uma unidade. Tal restrição
fundamenta-se na influência da turvação nos processos usuais de desinfecção,
actuando como escudo aos micro-organismos patogênicos e assim minimizando a
acção do desinfetante. Um outro parâmetro directamente associado à turvação é a
transparência da água, a qual é usada principalmente no caso de lagos e represas.
É a redução da transparência da água, ocasionada pela presença de material em
suspensão, de qualquer natureza, presente na água. Um corpo hídrico pode
apresentar elevada turbidez pela presença de materiais sólidos em suspensão
originado do carreamento destes para o corpo hídrico.A presença de partículas
insolúveis do solo, matéria orgânica, microrganismos e outros provocam a dispersão
e a absorção da luz, reduzindo a fotossíntese da vegetação submersa e algas
(Tavares, 2005). A quantificação de luz refletida pelas partículas suspensas dá uma
ordem de grandeza de sólidos em suspensão na amostra.

Cheiro e sabor
A conceituação de sabor envolve uma interação de gosto (salgado, doce, azedo e
amargo) com o odor. No entanto, genericamente usa-se a expressão conjunta:
sabor e odor. Sua origem está associada tanto à presença de substâncias químicas
ou gases dissolvidos, quanto à atuação de alguns micro-organismos, notadamente
algas. Neste último caso são obtidos odores que podem até mesmo ser agradáveis
(odor de gerânio e de terra molhada, etc.), além daqueles considerados repulsivos
(odor de ovo podre, por exemplo). Despejos industriais que contêm fenol, mesmo
em pequenas concentrações, apresentam odores bem característicos.
Vale destacar que substâncias altamente deletérias aos organismos aquáticos,
como metais pesados e alguns compostos organossintéticos, não conferem nenhum
sabor ou odor à água. Para consumo humano e usos mais nobres, o padrão de
potabilidade exige que a água seja completamente inodora.
O sentido do gosto permite-nos saborear os alimentos, atuando por contacto das
substâncias solúveis destes com a língua e a saliva. Na boca, a língua é o maior
órgão sensorial e está coberta por uma membrana cuja superfície contém as
papilas, onde se localizam as células gustativas ou botões gustativos. O ser humano
é capaz de perceber uma ampla gama de sabores, como resposta à combinação
dos vários estímulos (Peynaund e Blouin, 1997; Landívar, 2001).

O olfato é mais complexo, anatómica e fisiologicamente, que o gosto. O homem,


apesar de ter uma sensibilidade olfativa mais baixa em relação a outros mamíferos,
pode reconhecer milhares de cheiros, mesmo em concentrações impossíveis de
medir instrumentalmente, com o treino e o desenvolvimento da memória olfativa e
da sensibilidade.

Segundo Landívar (2001), diretamente relacionados com os sentidos do sabor e do


olfato surgem os conceitos de aroma e de flavour, que interessa distinguir, pela sua
importância na avaliação sensorial dos alimentos ou água. Quando os alimentos se
encontram na boca, os compostos voláteis percebidos no nariz, por via retro nasal,
determinam o aroma. Num critério ainda mais complexo considera-se que o flavour
é a combinação da perceção das sensações olfativas (ligadas a compostos
voláteis), gustativas (originadas em substâncias solúveis) e trigeminais (sensações
de dor, adstringência – sensação complexa resultante da contração da superfície da
mucosa bucal.

1.4.1.2 Parametros físico-quimicos

Temperatura

A temperatura expressa a energia cinética das moléculas de um corpo, sendo seu


gradiente o fenômeno responsável pela transferência de calor em um meio. A
alteração da temperatura da água pode ser causada por fontes naturais
(principalmente energia solar) ou antropogênicas (despejos industriais e águas de
resfriamento de máquinas). A temperatura exerce influência marcante na velocidade
das reações químicas, nas actividades metabólicas dos organismos e na
solubilidade de substâncias. Desempenha um importante papel no controle de
espécies aquáticas, podendo ser considerada uma das características mais
importantes do meio aquático A temperatura acelera as reações químicas, reduz a
solubilidade dos gases, acentua a sensação de sabor e odor, dentre outros. É
considerada uma das características mais importantes do meio aquático. Seu valor
pode variar entre 0°C e 30ºC.

Os ambientes aquáticos angolanos apresentam em geral temperaturas na faixa de


20 °C a 30 °C.
Entretanto, em regiões mais frias, como no Sul do país, a temperatura da água em
períodos de cacimbo pode baixar a valores entre 5 °C e 15 °C, atingindo, em alguns
casos, até o ponto de congelamento. Em relação às águas para consumo humano,
temperaturas elevadas aumentam as perspectivas de rejeição ao uso. Águas
subterrâneas captadas a grandes profundidades frequentemente necessitam de
unidades de resfriamento a fim de adequá-las ao abastecimento.

Conductividade elétrica

A condutividade é uma expressão numérica da capacidade de uma água conduzir a


corrente elétrica. Depende das concentrações iônicas e da temperatura e indica a
quantidade de sais existentes na coluna da água, e, portanto, representa uma
medida indireta da concentração de poluentes. Em geral, níveis superiores a 100
μS/cm indicam ambientes impactados. A condutividade também fornece uma boa
indicação das modificações na composição de uma água, especialmente na sua
concentração mineral, mas não fornece nenhuma indicação das
quantidades relativas dos vários componentes. À medida que mais sólidos
dissolvidos são adicionados, a condutividade da água aumenta. Altos valores
podem indicar características corrosivas da água.
A conductividade eléctrica da água indica sua capacidade de transmitir a corrente
elétrica em função da presença de substâncias dissolvidas que se dissociam em
aniões e catiões. Quanto maior a concentração iônica da solução, maior é a
oportunidade para a acção eletrolítica e, portanto, maior a capacidade em conduzir
corrente elétrica. Muito embora não se possa esperar uma relacção directa entre
conductividade e concentração de sólidos totais dissolvidos, já que as águas
naturais não são soluções simples, tal correlação é possível para águas de
determinadas regiões onde exista a predominância bem definida de um determinado
ião em solução.
A conductividade eléctrica da água deve ser expressa em unidades de resistência
(mho ou S) por unidade de comprimento (geralmente cm ou m). Até algum tempo
atrás, a unidade mais usual para expressão da resistência elétrica da água era o
mho (inverso de ohm), mas actualmente é recomendável a utilização da unidade “S”
(Siemens).
Enquanto as águas naturais apresentam teores de condutividade na faixa de 10 a
100 μS/cm, em ambientes poluídos por esgotos domésticos ou industriais os valores
podem chegar até 1.000 μS/cm. (ver norma local). O limite recomendado pela DNA
e de < 2500.
pH – Potencial Hidrogenionico

O potencial hidrogêniônico (pH) representa a intensidade das condições ácidas ou


alcalinas do meio líquido por meio da medição da presença de íons hidrogênio (H
+ ). É calculado em escala antilogarítmica, abrangendo a faixa de 0 a 14 (inferior a
7: condições ácidas; superior a 7: condições alcalinas).
O valor do pH influi na distribuição das formas livre e ionizada de diversos
compostos químicos, além de contribuir para um maior ou menor grau de
solubilidade das substâncias e de definir o potencial de toxicidade de vários
elementos. As alterações de pH podem ter origem natural (dissolução de rochas,
fotossíntese) ou antropogênica (despejos domésticos e industriais). Em águas de
abastecimento, baixos valores de pH podem contribuir para sua corrosividade e
agressividade, enquanto valores elevados aumentam a possibilidade de
incrustações.
Para a adequada manutenção da vida aquática, o pH deve situar-se geralmente na
faixa de 6 a 9. Existem, no entanto, várias excepções a essa recomendação,
provocadas por influencias naturais, como é o caso de rios de cores intensas, em
decorrência da presença de ácidos húmicos provenientes da decomposição de
vegetação. Nessa situação, o pH das águas é sempre ácido (valores de 4 a 6),
como pode ser observado em alguns cursos de água locais.
A acidificação das águas pode ser também um fenômeno derivado da poluição
atmosférica, mediante complexação de gases poluentes com o vapor de água,
provocando o predomínio de precipitações ácidas. Podem também existir ambientes
aquáticos naturalmente alcalinos em função da composição química de suas águas,
como é o exemplo de alguns lagos africanos nos quais o pH chega a ultrapassar o
valor de 10.
Na água, este factor é de excepcional importância, principalmente nos processos de
tratamento. Na rotina dos laboratórios das estações de tratamento ele é medido e
ajustado sempre que necessário para melhorar o processo de
coagulação/floculação da água e também o controle da desinfecção. Existem no
mercado vários aparelhos para determinação do pH. São denominados de
potenciômetros ou colorímetros. Neste manual, descreve-se o funcionamento básico
destes. Influencia os ecossistemas aquáticos naturais devido a seus efeitos na
fisiologia de diversas espécies, e indica a concentração ácida no corpo hídrico e
influencia os ecossistemas aquáticos naturais devido a seus efeitos na fisiologia de
diversas espécies. Para que se conserve a vida aquática, o pH ideal deve variar
entre 6 e 9 .
Correção do pH da água tratada A correção do pH da água tratada é um
procedimento utilizado nas ETAs com a finalidade de prevenir o processo de
corrosão das estruturas metálicas do sistema de distribuição que é provocado pela
acidez da água, conseqüência da presença de gás carbônico dissolvido.
As águas superficiais possuem gás carbônico dissolvido. Esse gás carbônico pode
ser proveniente da atmosfera, da respiração dos seres aquáticos e até da reação do
sulfato de alumínio quando este reage com a alcalinidade natural da água. A
correção do pH significa elevar o pH da água tratada até o pH de saturação que é o
ponto onde não acontece mais o processo de corrosão. Esse pH não é igual para
todas as águas e sua determinação pode ser feita no laboratório.
O intervalo de pH para águas de abastecimento é estabelecido em decreto próprio a
recomendação da DNA é de 6,5 e 9,0. Esse parâmetro objectiva minimizar os
problemas de incrustação e corrosão das redes de distribuição.

Parametros microbiológicas da água


Coliformes termotolerantes
As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de
contaminação fecal. O grupo coliforme é formado por um número de bactérias que
inclui os generos Klebsiella, Escherichia e Enterobactéria. Todas as bactérias
coliformes são gran-negativas manchadas, de hastes não esporuladas que estão
associadas com as fezes de animais de sangue quente e com o solo. As bactérias
coliformes termotolerantes reproduzem-se ativamente a 44,5ºC e são capazes de
fermentar o açúcar. O uso das bactérias coliformes termotolerantes para indicar
poluição sanitária mostra-se mais significativo que o uso da bactéria coliforme
"total", porque as bactérias fecais estão restritas ao trato intestinal de animais de
sangue quente. A determinação da concentração dos coliformes assume
importância como parâmetro indicador da possibilidade da existência de
microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de
doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide, desinteria
bacilar e cólera.

A água contém uma variedade de microrganismos, alguns naturais do ecossistema


aquático e outros transitórios, provenientes do solo e de dejetos industriais e
domésticos. O controlo da população bacteriana é de grande importância, visto que
densidades elevadas dos mesmos na água podem determinar a deterioração da
qualidade, com desenvolvimento de odores e sabores desagradáveis e produção de
biofilmes. Além disso, elevadas quantidades dessas bactérias podem apresentar
riscos à saúde, pois algumas delas podem atuar como peptógenos oportunistas,
especialmente problemáticas para indivíduos debilitados imunologicamente. Os
ecossistemas aquáticos vêm sofrendo os impactos causados pelas atividades
humanas e sujeitos às diversas alterações ambientais. A população microbiana
aquática reflete as condições terrestres circundantes e as atividades ali exercidas.

A quantificação de microrganismos como os coliformes é de grande importância


para a saúde pública, uma vez que sua presença indica contaminação por material
fecal. Os enterecocos têm sido propostos como indicadores também, devido à alta
concentração nas fezes e alta taxa de sobrevivência no ambiente. A Pseudomonas
aeruginosa devido a sua versatilidade, é usada como critério no padrão de
potabilidade em vários países. As bactérias heterotróficas só representam riscos se
encontradas em altas concentrações, mas sua enumeração é utilizada como um
parâmetro complementar aos coliformes.

Sendo a água de importância vital ao indivíduo, a garantia de sua potabilidade e de


suas condições higiênico-sanitárias é de grande importância para toda a população.
Sob o aspecto da saúde pública, a água potável deve estar isenta de
microrganismos do grupo coliforme, que podem ou não ser de origem fecal.

Os agentes biológicos encontrados em águas contaminadas são do grupo


coliformes totais, que incluem bacilos gram-negativos pertencentes a família
Enterobacteriaecea, não esporulados, fermentadores de lactose com produção de
gás quando incubados a uma temperatura de 37°C de 1 a 2 dias (24-48 horas).
Destacam-se como as principais bactérias desse grupo os gêneros Escherichia,
Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella. Bactérias classificadas como coliformes
termotolerantes incluem-se no grupo dos totais, mas apresentam a capacidade de
continuar a fermentação da lactose nas temperatiras de 44-45°C em 24 horas, com
formação de gás.

A bactéria Escherichia coli é um exemplo desse grupo, sendo utilizada como


indicador de contaminação fecal, já que é um microrganismo presente na microbiota
intestinal dos animais. Em alguns casos, essa bactéria associa-se a infecções
causadas no intestino de crianças e/ou adultos, conhecida como E. coli
diarreiogênica (SCHUROFF et al., 2014). O objetivo de monitorar a qualidade
microbiológica da água é garantir o padrão de potabilidade para o consumo
humano.

Os Coliformes fecais são bactérias gram-negativas, em forma de bacilos, oxidase-


negativas, caracterizadas pela atividade da enzima β-galactosidase. Os coliformes
fecais são resistentes ao calor e fermentam a lactose em temperatura mais elevada
a 45,5 ± 0,5°C. O número mais provável (NMP) é o número de organismos por
unidade de volume que de acordo com a teoria estatística teria maior probabilidade
de representar a densidade real e é expressa como NMP/100 mL.

Enterococos

São comumente encontrados em fezes humanas e de outros animais


homeotérmicos, utilizados para caracterizar a qualidade microbiológica da água. O
habitat normal destes grupos de bactérias é o trato intestinal humano e de outros
animais e, normalmente, não ocorrem em águas e solos de áreas não poluídas,
sendo que as poucas incidências estão relacionadas diretamente a animais de vida
selvagem ou à drenagem dos solos por enxurradas.

Embora estas bactérias possam persistir por longos períodos em águas de irrigação
com alto teor eletrolítico, geralmente não se multiplicam em águas poluídas sendo,
portanto, sua presença indicativa de contaminação fecal recente. Este grupo de
bactérias engloba várias espécies que apresentam diferentes graus de resistência
às variações ambientais e origens fecais específicas.

Assim, as espécies incluídas no gênero Enterococcus apresentam maior resistência


e são caracterizadas por sua capacidade de crescer em temperaturas de 10 a 45°C,
pH de até 9,6 e em meios com altas concentrações de NaCl. Além disso,
conseguem sobreviver a temperaturas de 60°C durante 30 minutos (CETESB,
2007).

Escherchia Coli

A Escherichia coli é uma bactéria na forma de bastonete, e anaeróbia facultativa.


Seu habitat primário é o trato gastrintestinal de humanos e outros animais
endotérmicos (“de sangue quente”). É considerada um indicador de qualidade de
água e alimentos através da análise de coliformes fecais: nome dado a um grupo de
bactérias que habita o intestino dos referidos animais.

Grande parte da população desse grupo é formada pela Escherichia coli e, dessa


forma, sua presença sugere a possibilidade de haver, naquele local, micro-
organismos intestinais capazes de provocar doenças.
Geralmente a bactéria em questão habita o intestino sem causar problemas de
saúde. No entanto, ao se direcionar para a circulação sanguínea ou outras regiões
do corpo, é capaz de provocar infecções.

Esse quadro pode também se manifestar pela ingestão de água ou alimentos


contendo cepas da bactéria, liberadas juntamente com as fezes de indivíduos
contaminados; pelo contato com animais doentes, e com profissionais da saúde ou
instrumentais médicos contaminados. Além disso, por algum problema de saúde, o
próprio hospedeiro pode permitir que a bactéria desencadeie a doença. 
Contaminação hidrica

Sabe-se que a água é um recurso fundamental para que todos os seres vivos
possam sobreviver, mas para que os indivíduos possam consumi-la, esta deve estar
limpa, livre de contaminação e patógenos que causam danos à saúde. De acordo
com Muller (2014), estima-se que 80% de todas as doenças que tem origem hídrica
são causadas devido a contaminação desse recurso.
Antes do século XIX a qualidade da água associava-se apenas aos aspectos
estéticos e sensoriais (odor, gosto e cor). A contaminação das águas dos rios,
reservatórios e lagos deu-se através da crescente expansão demográfica e
industrial ocorrida ao longo dos anos.

Com todas as alterações, os recursos hídricos passaram a trazer risco à saúde da


população devido a má qualidade, sendo um veículo transmissor de diversos
agentes químicos e biológicos (QUEIROZ et al., 2012). Ainda de acordo com
Queiroz (2012), este afirma que a potabilidade desse recurso define-se através de
diversos parâmetros e padrões estabelecidos por legislações sanitárias e
normatizações.

Contaminação

Contaminação - é a presença, em um ambiente, de seres patogénicos ou


substâncias em concentração nociva ao ser humano. Se não resultar em uma
alteração das relações ecológicas a contaminação não é uma forma de poluição.

A palavra contaminação deriva do latim, e diz respeito a acção e ao efeito de


contaminar. E este verbo por sua vez é usado para fazer referência a alteração
nociva da pureza ou das condições normais de uma coisa ou de um meio por
agentes qímicos ou físicos. Não se deve confundir contaminação com poluição,
pois esta última trata-se de uma alteração provocada no sistema ecológicco pelo ser
humano que prejudica ao seu bem-estar danificando a natureza e os seus recursos
naturais e, assim prejudicando as atividades econômicas.
Quando a água possui organismos causadores de doença ou substâncias que
podem trazer problemas de saúde dizemos que ela está contaminada. Nem toda a
água poluída está contaminada, mas toda a água contaminada está poluída, ou seja
a água contaminada é um tipo de água poluída.

Tipos de contaminção

A contaminação através da água é uma preocupação constante em todos os países


do mundo. Estima-se que 600 milhões de pessoas adoecem e 420 mil morrem
devido ao uso da água poluída. Existem 3 principais formas de contaminação que
podem ocorrer, que são:

- Física provocada por partículas suspensas na água que poderão alterar as suas
propridades.

- Química provocada pela presença de substâncias químicas, como metais


pesados, agrotóxicos e outros que podem desencadear sérios danos a saúde. Estes
contaminantes podem provocar envenenamento, desencadear danos no sistema
nervoso, fígado, rins e alguns até mesmo podem provocar câncer.
- Biológica a contaminação biológica ocorre através da entrada de material
orgânico na água, como o processo de eutrofização,

Contaminação hídrica

Embora seja um recurso hídrido com caracter renovavel, a quantidade de água


consumida pelos seres humanos para satisfazer as suas necessidades domésticas,
industriais e agrícolas aumenta de ano para ano. Os cidadãos das nações
desenvolvidas estão, na sua maior parte convencidos de que basta abrir uma
torneira para que saia água potável, contudo em muitos lugares do mundo incluindo
as nações desenvolvidas, a água para fins domésticos é um bem cada vez mais
escasso.
Além das substâncias naturalmente dissolvidas que as vezes a tornam salobra,
muita água é fortemente contaminada pelos seres humanos e pelos produtos
utilizados na atividade agricola e industrial. A poluição consiste na modificação pelos
seres humanos da qualidade da água sendo um deles a carência bioquímica de
oxigênio (CBO), que se refere a quantidade de O 2 dissolvido na água e que
possibilita a decomposição da matéria orgânicaque lá existe. Quanto menor for a
quantidade de O2 dissolvido maior será o nível de poluição da água. Entre as
substâncias que contaminam a água podemos considerar: pesticidas, herbicidas,
mercúrio, bactérias, vírus e parasítas, metais pesados, sulfuretos, dioxinas, etc. ( o
texto quase que nao aborda a contaminaçao hidrica retificar ou melhorar
começando com a definiçao de contamnaçao hidrica)

Processos de contaminação da água rever pois se mistura neste texto


contamnaçao e poluiçao

As formas de contaminação da água são várias, de origem natural ou como


resultado das actividades humanas. Existem essencialmente três situações de
poluição, cada uma delas característica do estágio de desenvolvimento social e
industrial.

Primeiro estágio com a contaminação patogênica. Neste estágio, as exigências


quanto à qualidade da água são relativamente pequenas, tornando-se comuns as
enfermidades veiculadas pela água. O uso de estações de tratamento de água e
sistemas de adução podem prevenir os problemas sanitários neste estágio.

Segundo estágio com a contaminação total. Este estágio define-se como aquele em
que os corpos recetores tornam-se realmente afetados pela carga poluidora que
recebem (expressa como sólidos em suspensão e consumo de oxigênio). Este
estágio normalmente ocorre durante o desenvolvimento industrial e o crescimento
das áreas urbanas. Os prejuízos causados ao corpo recetor e, em consequência, à
população podem ser reduzidos com a implantação de sistemas eficientes de
tratamento de água e de esgotos.
Terceiro estágio com a contaminação química. Este estágio é o da poluição
insidiosa, causada pelo contínuo uso da água. O consumo de água aumenta em
função do aumento da população e da produção industrial. Cada dia é maior a
quantidade de água retirada dos rios e maior e mais diversa a poluição neles
descarregados.

Doenças associadas a contaminação da água

Doenças relacionadas com a água de várias maneiras a água pode afetar a saúde
do homem: através da ingestão direta, na preparação de alimentos; na higiene
pessoal, na agricultura, na higiene do ambiente, nos processos industriais ou nas
atividades de lazer. os riscos para a saúde relacionados com a água podem ser
distribuídos em duas categorias: riscos relacionados com a ingestão de água
contaminada por agentes biológicos (bactérias, vírus e parasitos), através de
contato direto, ou por meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo
biológico; riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente
efluentes de esgotos industriais, ou causados por acidentes ambientais.

A transmissão de enfermidades através da água se dá pelo tratamento inadequado


desse recurso. a presença de fezes humanas e/ou animais traz consigo
microrganismos patogênicos. as principais doenças causadas por eles são: cólera,
esquistossomose, disenteria, giardíase, oxiurose e ascaridíase, diarreia (dos santos
et al., 2015). a introdução dos patógenos no indivíduo se dá por via cutânea ou
através da ingestão de água contaminada por meio de recreações e preparo de
alimentos (yamaguchi, 2013).

Em países subdesenvolvidos as doenças diarreicas causadas pela contaminação


hídrica são frequentes em decorrência das precárias condições de saneamento
básico, além da má qualidade desse recurso. a cólera, hepatite a, amebíase e
giardíase foram responsáveis por inúmeros surtos epidemiológicos e altas taxas de
mortalidade em crianças, em decorrência do consumo de água contaminada
(Jawetz, 1998). Para que o recurso esteja sem microrganismos patogênicos, o
mesmo deve passar por um processo conhecido como desinfecção, sendo a
cloraçao o método mais conhecido (Yamaguchi, 2013).
Poluição

Entende-se por poluição, a introdução pelo homem, directa ou indirectamente de


substâncias ou energia no ambiente, provocando um efeito negativo no seu
equilíbrio, causando assim danos na saúde humana, nos seres vivos e no
ecossistema ai presente.
Tambem pode ser entendida como degradação da qualidade ambiental que directa
ou criem condições adversas as actividades sociais e econômicas, que afetem
desfavoravelmente a biota, as condições estéticas ou sanitárias do ambiente ou que
lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões estabelecidos. Os
provocadores da poluição são chamados agentes de poluição.

Chamamos de água poluída a aquela que possui alterações em suas


características físicas e químicas. Ao vermos uma água com coloração ou odor
diferente, sabemos que ela está poluída. Entretanto a coloração e o mau cheiro
podem ser provocados por substâncias que não provocam doenças no ser humano.

Tipos e classificação de poluição da água

A poluição pode ter origem química e física, em geral a adição ou aparecimento de


um destes tipos de poluentes altera as outras características que a água possui.
A água é poluída por um grande ramo de produtos, podendo ser defindo de acordo
com as suas caracteríisticas em :

- Poluição pontual
Onde o foco de poluição é facilmente identificável como emissora de poluentes
como no caso de águas residuais, industriais, mistos ou de minas.
- Poluição difusa
Onde não existe propriamente um foco definido de poluição, sendo a origem difusa
tal como acontece nas drenagens agrícolas, águas pluviais e escoamento de
lixeiras.

- Poluição hídrica
A poluição hídrica caracteriza-se pela introdução de qualquer matéria ou energia
responsável pela alteração das propriedades físico-químicas de um ambiente
aquático. É resultado de alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas,
entretanto, independentemente do tipo de degradação, causará prejuízos aos
organismos, plantas e ao consumo humano.

Estas foto sao iguais


A poluição física resulta de alterações nas propriedades da água, como o aumento
da turbidez, enquanto a poluição química decorre de contaminação da água, por
exemplo, por contaminantes vindos de efluentes industriais. Todas as formas de
contaminação são responsáveis por desiquilíbrio no ecossistema, comprometendo a
sobrevivência dos peixes até as aves que se alimentam destes.

As principais consequências da poluição da água, além do comprometimento do


ambiente para as gerações futuras, são as doenças causadas pelo consumo ou
exposição ao recurso contaminado.

A água pode ter sua qualidade afetada pelas mais diversas atividades do homem
sejam elas domésticas, comerciais ou industriais. Cada uma dessas atividades gera
poluentes característicos que têm determinado efeito no corpo receptor. A principal
fonte de poluição hídrica é o homem quer seja através de fábricas ou de simples
gestos de lançar resíduos nos rios, lagos e mares.
A água é um habitat para muitos seres vivos. Com a poluição e contaminação da
águas várias especies poderão ser afetadas além de outras possíveis consideráveis
consequências para o homem.
Rever bem todo este texto pois os conceitos e formas de poluiçao estao se
misturando um no outro

Consequências da poluição da água

A deterioração da qualidade da água tem impacto negativo no meio ambiente, na


saúde e na economia global. O próprio Presidente do Banco Mundial, David
Malpass, alerta sobre o impacto econômico: "A deterioração da qualidade da água
impede o crescimento e agrava a pobreza em muitos países". Isso significa que
quando a demanda bioquímica de oxigênio — medida que determina a poluição
orgânica verificada na água — ultrapassa um determinado limite, o crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) das regiões localizadas nas bacias hidrográficas cai até
um terço. Além desta, analisamos outras consequências:

- Destruição da biodiversidade. A poluição hídrica empobrece os ecossistemas


aquáticos e facilita a proliferação descontrolada de algas fitoplanctônicas nos lagos
(eutrofização).

- Poluição da cadeia alimentar. A pesca em águas contaminadas, bem como a


utilização de águas residuais na pecuária e agricultura, podem transmitir toxinas aos
alimentos que prejudicam a nossa saúde ao serem ingeridos.

- Escassez de água potável. A ONU admite que ainda existem bilhões de pessoas
no mundo sem acesso a água potável e saneamento, especialmente em áreas
rurais.

- Doenças. A OMS calcula que cerca de 2 bilhões de pessoas bebem água
contaminada por excrementos, expondo-se a doenças como a cólera, hepatite A e
disenteria.
- Mortalidade infantil. Segundo a ONU, as doenças diarreicas vinculadas à falta de
higiene provocam a morte em cerca de mil crianças/dia em todo o mundo.

Controle da poluição da água

No planeamento das atividades, visando estratégias de controlo da poluição da


água, é fundamental que se considere a bacia hidrográfica como um todo a fim de
se obter uma maior eficiência na realização dessas atividades. Dentre as principais
técnicas encontradas podemos citar: implantação de sistemas de coleta e
tratamento de esgotos sanitários e indústrias; controle de focos de erosão e
recuperação de rios objetivando o retorno ao seu equilíbrio dinâmico, através da
restauração de suas condições naturais.

Quanto a recuperação dos rios existem dois tipos de técnicas: não estruturais que
não requerem alterações físicas no curso d’água e incluem as políticas
administrativas e legais e os procedimentos que limitam ou regulamentam alguma
atividade; e técnicas estruturais que requerem algum tipo de alteração física no
corpo d’água e incluem reformas nas estruturas já existentes acelerando os
processos naturais de sua recuperação.

Com relação à agentes poluidores de origem industrial o problema mais importante


parece estar centralizado em providenciar um controle ambiental seguro, sem
prejuízos dos investimentos econômicos; obtenção de informação técnica referente
aos melhores meios de que se dispõe para controlar a poluição; obtenção e
emprego de técnicas de combate à poluição ambiental e de pessoal especializado
na aplicação das mesmas; selecionar e adaptar as soluções de controlo importadas
ao conjunto de técnicas desenvolvidas no país.
TRATAMENTO DE ÁGUA

De modo geral, a qualidade das águas de superfície varia ao longo do tempo, de


acordo com a época do ano e o regime das chuvas. A variação da qualidade da
água dos grandes rios é mais lenta que a dos pequenos rios, cuja turbidez, por
exemplo, pode variar entre largos limites e em curto espaço de tempo. Mesmo a
qualidade da água de lagos artificiais ou de lagos naturais varia com o decorrer do
tempo. Nem toda água pode ser utilizada, por que cada método de tratamento tem
eficiência limitada. Sendo a poluição muito alta, a água tratada poderá não ser ainda
satisfatória. Assim, em função das características qualitativas da agua fornecida
pela (rio, nascente, lagoa, furo, etc.), procede-se ao tratamento da agua em
instalações denominadas Estações de Tratamento de Água.

O tratamento da água pode ser realizado para atender diversos aspectos:

 Higiénicos - remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros micro-


organismos, de substâncias nocivas, redução do excesso de impurezas e dos
teores elevados de compostos orgânicos;

 Estéticos - correção da cor, sabor e odor;

 Econômicos - redução de corrosividade, cor, turvação, ferro e manganês.

Os serviços públicos de abastecimento devem fornecer água sempre saudável e de


boa qualidade. Portanto, o seu tratamento apenas deverá ser adotado e realizado
depois de demonstrada sua necessidade e, sempre que for aplicado, deverá
compreender apenas os processos imprescindíveis à obtenção da qualidade da
água que se deseja.
A necessidade de tratamento e os processos exigidos deverão então, ser
determinados com base em inspeções sanitárias e nos resultados de análises
(fisico-químicas e bacteriológicas) representativas do manancial a ser utilizado como
fonte de abastecimento.
Para fins didáticos, esclarecemos aqui as etapas utilizadas em uma Estação de
Tratamento de Água (ETA), tipo convencional, que engloba todas as fases
necessárias para um tratamento completo.
Dependendo da qualidade da água a ser tratada, algumas destas etapas poderão
não ser necessárias para a devida potabilização da água a ser distribuída. Por
exemplo, a ETA do Mussungue esta composta pelas seguintes estruturas
(disposição geral):
 Captação
 Câmara de mistura e floculadores
 Casa da química;
 Decantadores;
 Filtros;
 Reservatório de agua tratada
A captação localizada a alguns quilômetros de distancia da Estação é o local de
entrada de agua bruta para a estação de tratamento, (pode ser efectuada de varias
formas, isto em função da fonte de agua bruta). A agua depois de captada é
submetida ao pré-tratamento, onde e feita à remoção de substancias grosseira
(retenção por grelha), microfiltração (com auxilio do equipamento chamado de
microtamizador) e bombeada para a ETA onde e submetida as seguintes etapas de
tratamento:

 Coagulação e floculação
Após a chegada da água bruta, no canal de Parshall na câmara de mistura é
realizada a adição do coagulante. Geralmente os reagentes são aplicados por via
húmida, ou seja, o composto granulado é dissolvido em água e aplicado contando-
se os ml/mim para se controlar a floculação.
A coagulação tem por objetivo transformar as impurezas que se encontram em
suspensão fina, estado coloidal e dissolvido, em partículas que possam ser
removidas pela decantação (sedimentação) e filtração. Esses aglomerados
gelatinosos se reúnem produzindo os flocos (floculação). As águas de superfície
geralmente contêm cor e turvação em quantidade e proporção variadas. A remoção
dessas características é feita com adição de coagulantes que formam um
precipitado insolúvel gelatinoso, o qual absorve a matéria em suspensão formando
flocos pesados que sedimentam nos decantadores.
Os coagulantes são substâncias capazes de produzir hidróxidos insolúveis que
englobam as impurezas. Os materiais maiores em suspensão que não têm
densidade suficiente para precipitar no fundo do reservatório, se agrupam em flocos
maiores que serão sedimentados.
Os produtos adicionados facilitam esse processo, em geral, adiciona-se Sulfato de
Alumínio. Existe um mecanismo para manter a turbulência suave facilitando a
agregação das partículas.

 Decantação
Após a floculação, a água é transferida para os decantadores, a matéria em
suspensão vai se depositando pela ação da gravidade, os tanques de decantação
possuem o fundo inclinado para facilitar a descarga, o tempo de detenção é
calculado, de maneira que haja uma boa e quase total deposição de materiais. Na
decantação se verifica a deposição de matéria em suspensão, pela ação da
gravidade. Este processo consiste em tornar as águas que carregam materiais em
suspensão mais lentos, provocando a decantação. Isso ocorre no decantador, que é
geralmente um tanque retangular com pontos de descarga.
O período teórico de detenção de um decantador é igual ao volume do tanque
dividido pela vazão. Entretanto, vento, temperatura da água e outros factores
influenciam na deposição. O período de escoamento é sempre inferior ao teórico.
Geralmente se adopta quatro horas como tempo normal de passagem da água no
decantador.
Com a acumulação do lodo é necessária a lavagem do decantador, pois pode
começar a ocorrer a putrefação que desprende gases, os quais provocam odor e
sabor na água efluente da estação.
 Filtração
A filtração consiste em fazer a água passar por substâncias porosas capazes de
reter e remover algumas de suas impurezas. Como meio poroso, emprega-se em
geral a areia sustentada por camadas de seixos, sob as quais existe um sistema de
drenos. Acarretando a remoção de materiais em suspensão e substâncias coloidais
e redução de bactérias presentes. A remoção de impurezas nesse processo é
complexa e pode envolver mecanismos físico, químico e biológico.
Durante a filtração ocorrem os seguintes fenômenos:
a) Acção mecânica de coar;

b) Sedimentação de partículas sobre grãos de areia;

c) Floculação de partículas, que estava em formação, pelo aumento da


possibilidade de contato entre elas;

d) Formação de partículas gelatinosas na areia, promovida por micro-


organismos que aí se desenvolvem (filtro lento). Os filtros podem ser
classificados de acordo com sua velocidade ou sua pressão. Os filtros lentos
funcionam com taxa média de 2 a 6 m 3/m2/dia e os filtros rápidos funcionam
com taxa média de 120 a 600m3/m2/dia. Os filtros de pressão são fechados,
metálicos, nos quais a água é aplicada sobre pressão e geralmente são
usados em piscinas e indústrias.

 Desinfecção
A desinfecção consiste na inativação dos micro-organismos patogênicos, realizada
por intermédio dos agentes físico e ou químico, agregado à remoção de partículas
coloidais utilizando as operações unitárias necessárias para cada performance que
classifica a água captada. Em situações estratégicas, cuja potabilização é
considerada indispensável e prioritária, sempre que a água estiver possivelmente
contaminada, as ações dos desinfetantes sobre os micro-organismos devem se dar
sob os mecanismos de destruição ou danificação da organização estrutural da
célula, interferência no nível energético do metabolismo e biossíntese, bem como no
crescimento, devido à combinação de vários mecanismos, como a síntese de
proteínas, ácida nucléica, coenzimas ou células estruturais.
Os métodos químicos de desinfecção incluem:

 Ozona: é um desinfetante poderoso. Não deixa cheiro na água, mas origina


um sabor especial, ainda que não desagradável. Apresenta o inconveniente
de uma operação difícil e, o que é mais importante, não tem ação residual;

 Cloro (na ETA Mussungue e utilizado o hipoclorido de cálcio): constitui o


mais importante dentre todos os elementos utilizados na desinfecção da
água. Além desta aplicação, ele também é usado no tratamento de águas
para eliminar odores e sabores, diminuir a intensidade da cor, auxiliar no
combate à proliferação de algas, colaborar na eliminação de matérias
orgânicas e auxiliar a coagulação de matérias orgânicas. O cloro é o
desinfetante (gasoso, liquido) geralmente utilizado e considerado eficaz, pois
age sobre os micro-organismos patogênicos presentes na água, não é nocivo
ao homem na dosagem requerida para desinfecção, é econômico, não altera
outras qualidades da água depois de aplicado, não requer operação
complexa para sua aplicação e mantém um residual activo na água, isto é,
sua acção continua depois de ser aplicado. A desinfecção tem carácter
correctivo e preventivo, considerando que a água pode ser contaminada ao
longo do percurso até o consumo.

Nota:
O tratamento convencional é composto das seguintes etapas: clarificação (mistura
rápida/coagulação, mistura lenta/floculação, decantação e filtração), desinfecção,
correção de pH, reservação e distribuição. A fluoretação é implantada como
coadjuvante na prevenção da carie dental, considerada no dias de hoje como
problema de Saúde Pública, em face da alta prevalência. Em Angola ainda não
temos reportado estações que fazem o tratamento com flúor.

Por ser de facil execussaoe sem custos as tecnicas que mais se adaptam as
comunidades ribeirinhas e que descremos neste sao as tecnicas:
 de fervura;
 sedimentaçao (decantaçao simples)

Fervura

O método mais seguro de tratamento para a água de beber, em áreas desprovidas


de outros recursos, é a fervura. Ferver a água para beber é um hábito que se deve
infundir na população para ser adotado quando sua qualidade não mereça
confiança e em épocas de surtos epidêmicos ou de emergência. A água fervida
perde o ar nele dissolvido e, em consequência, torna-se de sabor desagradável.
Para fazer desaparecer esse sabor, é necessário arejar a água.
Buscar mais nformaçao por ser uma tecnica facil e barata que poderemos propor
para as comunidades em estudo

Sedimentação Simples

A água tem grande poder de dissolver e de carrear substâncias. O poder de carrear


substâncias aumenta ou diminui com a velocidade da água em movimento.
Diminuindo-se a velocidade da água, diminui-se seu poder de carrear substâncias,
pois estas se depositam no fundo. Primeiro, decantam-se as partículas mais
pesadas e, à medida que diminui a velocidade, as mais leves também se decantam.
As partículas sólidas que se depositam arrastam consigo microrganismos presentes
na água, melhorando sua qualidade. Obtém-se a sedimentação, fazendo passar ou
retendo a água em reservatórios, onde sua velocidade diminui
Buscar mais nformaçao por ser uma tecnica facil e barata que poderemos propor
para as comunidades em estudo

COMUNIDADES RIBEIRINHAS
Comunidade Ribeirinha, povos ribeirinhos ou ribeirinhas são aqueles que residem
nas proximidades dos rios e têm a pesca artesanal como principal actividade de
sobrevivência. Cultivam pequenas lavouras para consumo próprio ou como fonte de
renda, e também podem praticar atividades extrativistas e de subsistência. A
população tradicional que mora nas proximidades dos rios e sobrevive da pesca
artesanal, da caça, da lavroura e do extrativismo é denominada de ribeirinha.

Historial

As primeiras civilizações se formaram nas margens dos rios. Os exemplos mais


notáveis são os antigos egípcios, que se baseavam no Nilo, os mesopotâmicos no
Crescente Fértil nos rios Tigre / Eufrates, os antigos chineses no rio Amarelo e a
Índia Antiga no Indo. Essas primeiras civilizações começaram a se formar por volta
da época da Revolução Neolítica (12.000 aC).

Os rios eram locais atraentes para as primeiras civilizações porque forneciam um


suprimento constante de água potável e tornavam a terra fértil para o cultivo. Além
disso, mercadorias e pessoas podiam ser transportadas facilmente, e as pessoas
nessas civilizações podiam pescar e caçar os animais que vinham beber água. Além
disso, aqueles perdidos na selva podem retornar à civilização viajando rio abaixo,
onde os principais centros da população humana tendem a se concentrar.

No caso nosso caso, o vale fértil do rio Cuanza foi que permitiu o surgimento e
expansão do antigo reino do Dongo, tendo também sido uma das hidrovias de
penetração dos portugueses em Angola no século XVI.

Mesopotâmia
A Mesopotâmia foi uma das primeiras civilizações do vale do rio, começando a se
formar por volta de 4000 aC. A civilização foi criada depois que o comércio regular
iniciou relações entre várias cidades e estados ao redor dos rios Tigre e Eufrates.
As cidades mesopotâmicas tornaram-se governos civis autogeridos. Uma das
cidades desta civilização, Ur, foi a primeira sociedade alfabetizada da história.
Eventualmente, eles construíram sistemas de irrigação para explorar os dois rios,
transformando sua terra seca em uma área agrícola produtiva, permitindo o
crescimento populacional em todas as cidades e estados da Mesopotâmia.

Egpito
O Egito antigo também criou sistemas de irrigação de seu rio local, o rio Nilo, mais
complexos do que os sistemas anteriores. Os egípcios alternariam as leguminosas
com os cereais, o que impediria o acúmulo de sal da água doce, e aumentaria a
fertilidade de seus campos. O rio Nilo também permitiu viagens mais fáceis,
resultando na criação de dois reinos nas áreas norte e sul do rio até que ambos
foram unificados em uma sociedade em 3000 aC.

Vale do Indo
Muito da história da civilização do vale do Indo é desconhecida. Descoberta na
década de 1920, a sociedade Harappan permanece um mistério porque o sistema
de escrita Harappan ainda não foi decifrado. Era maior do que o Egito ou a
Mesopotâmia. Os historiadores não encontraram evidências de violência ou de uma
classe dominante; não há locais de sepultamento distintos e não há muitas
evidências que sugiram um exército formal. No entanto, historiadores acreditam que
a falta de conhecimento sobre as classes dominantes e os militares se devem
principalmente à incapacidade de ler a escrita harappiana.

Rio Amarelo
O rio Amarelo foi colonizado em 9.500 aC. Muitas tribos se estabeleceram ao longo
do rio, o sexto mais longo do mundo, que se distinguia por sua carga pesada de
lodo amarelo e suas enchentes devastadoras periódicas. Um grande ímpeto para
que as tribos se unissem em um único reino por volta de 1700 aC (cultura Erlitou,
uma civilização do Rio Amarelo) foi o desejo de encontrar uma solução para as
frequentes inundações mortais. O Rio Amarelo é frequentemente chamado de "O
Berço da Civilização Chinesa".

Caracterização das comunidades ribeirinhas


Por residirem em um ambiente onde a força da natureza se faz presente, os
ribeirinhos aprenderam a viver em um meio repleto de limitações e desafios
impostos pelo rio e pela floresta. A relação desse povo com as mudanças naturais
fez com eles que adaptassem o seu cotidiano, seu modo de morar e de buscar
meios para sua subsistência como a pesca, a plantação de milho e mandioca, entre
outras hortículas ocupam lugar de destaque nas atividades agrícolas das
comunidades ribeirinhas.

Suas moradias são construídas utilizando a madeira, chapas e adobo como


principais alternativas de construção. A grande maioria das casas não possui
energia elétrica, água canalizada e saneamento básico, e estão localizadas
próximas às margens dos rios construídos alguns metros acima do nível do rio para
evitar que sejam invadidas pelas águas durante as enchentes.

A relação diferenciada com a natureza faz dos ribeirinhos grandes detentores de


conhecimentos sobre aspectos da fauna e da flora da floresta; o uso de plantas
medicinais; o ritmo e o caminho das águas; os sons da mata; as épocas da terra.
Esse convívio alimenta a cultura e os saberes transmitidos de pai para filho.

Entretanto, as comunidades ribeirinhas convivem com o isolamento econômico e


social, ficando à margem de uma série de políticas públicas e mecanismos de
controlo da qualidade de vida. A situação geográfica de muitas dessas comunidades
é um dos principais fatores limitantes de acesso aos serviços básicos de saúde e
educação.

Usos e costumes hídricos das comunidades ribeirinhas

O ribeirinho tem seu universo marcado pela presença da mata e do rio, elementos
que estão quotidianamente em sua vida. Essa convivência é um elo que se fortifica
a cada amanhecer, quando seu olhar volta-se para o rio e adentra a mata.
O rio constitui, praticamente, a única via de comunicação e transporte dos
ribeirinhos. É o meio que liga as comunidades entre si, com as sedes dos
municípios e com os centros urbanos. É através dos cursos d’água mais
importantes que a população se abastece de água, escoa e produz seus produtos,
estabelece e mantém relações sociais com as vizinhanças. O modo de vida
ribeirinho é constituído, portanto, a partir dos movimentos das águas e do
envolvimento com os rios.

O homem faz parte de uma sociedade e que nela existem diferentes grupos sociais
e cada um deles apresenta uma organização social e cultural específica. Enfatiza-se
que a maneira de organizar e pensar a vida comum aos integrantes de um
determinado grupo social favorece a socialização de cada individuo ao seu grupo,
bem como as relações espaciais dos mesmos.

A necessidade de sobrevivência interligada a vida ribeirinha ao rio favorece o


surgimento de sentimentos afetivos. Nesse sentido, analisa os seguintes pontos
subjetivos envolvendo o rio apresentados nas narrativas/entrevistas desse grupo
social: Neste fragmento, percebe-se que “o rio não é meramente espaço físico,
móvel, mutante, mas lugar de seu trabalho, de sua sobrevivência, e sobre o qual
dispõem de grandes conhecimentos acumulados.”

A partir do momento que a mãe cria seus filhos na beira do rio ensinando-os
também a fazer dele seu meio de sobrevivência seja a pesca para venda ou para o
consumo, faz com que esse torne-se parte da vida cotidiana da família. O rio está
presente de várias formas na vida ribeirinha, seja como o lugar da pesca ou como o
meio pelo qual transporta coisas e pessoas.

Importancia dos corpos de agua para as comunidades.

Um rio tem muita importância para qualquer país. Cada rio tem um significado
especial no país, como o rio Cuanza que nasce no Bié e desagua no oceano
atlântico na barra do Cuanza, com seu curso de 960 Km, onde ao longo deste
encontramos as hidroelétricas de Cambambe, Capanda e Laúca produzem grande
parte da energia elétrica consumida em Luanda. Seus lagos artificiais também
fornecem água para irrigação de plantações de cana-de-açúcar e outras culturas no
vale do Cuanza.

Os rios não estão, entretanto, distribuídos uniformemente no país. Por exemplo,


aumenta em números e tamanho do noroeste da região norte ao sudeste do sul
Região. Geralmente os rios correm para o sul e servem como a principal fonte de
água para irrigação e como as principais artérias de transporte comercial. Os rios
também fornecem peixes de água doce, uma importante fonte de proteína
(Chowdhury, 2001).

O meio ambiente é a coisa mais importante para nossa vida. O ambiente é


constituído de muitos componentes, o rio é um de seus principais componentes.
Todo o ambiente de um lugar depende principalmente da zona húmida e da massa
de água desse local. De uma perspetiva estritamente humana, rios saudáveis
realizam inúmeros serviços ecossistémicos, turístico e paisagísticos.

Os rios, (ou cursos fluviais), sempre foram, e são até hoje, um dos mais importantes
recursos para a sobrevivência da humanidade. São eles que nos fornecem grande
parte da água que consumimos, que usamos para produzir nossos alimentos, de
que necessitamos para nossa higiene e que utilizamos para irrigar o solo das áreas
agrícolas.

Além disso, os rios também são muito importantes pelo fato de serem usados, em
várias regiões, como vias naturais de circulação, ao longo das quais as
embarcações se deslocam transportando mercadorias e pessoas; e, ainda, por sua
utilização na produção de energia hidrelétrica, sem esquecer da importância que
têm pela exploração da pesca como fonte de alimentos e pontos turísticos por
atração paisagística. No nosso caso por exemplo é no maior afluente do Cuanza, o
rio Lucala, que se encontram as grandes Quedas de Calandula e Junto da foz do rio
fica o Parque Nacional da Quiçama que são pontos turísticos muito frequentados.

Os rios são correntes volumosas de água que se deslocam na superfície terrestre,


por meio de canais permanentes e com rumo definido, sempre das áreas mais
elevadas para as menos elevadas. Seu destino final pode ser o oceano, um outro
rio, ou até mesmo um lago.

Impactos provocados ao ambiente pelas comunidades ribeirinhas

Na perspectiva da evolução humana, não é necessário ter uma formação


acadêmica ou científica, para entender que os inúmeros crimes ambientais
cometidos pela população ribeirinha no decorrer de sua formação constitui-se
crimes gravíssimos. E muito mais grave é observar que as autoridades do poder
legislativo, executivo e judiciário têm feito vistas grossas as questões ambientais.

A água é vital para sustentação da vida na Terra e por isso deve ser preservada,
mas nem sempre isso acontece. A poluição desta impede a sobrevivência dos seres
vivos, causando também graves conseqüências aos seres humanos. A poluição das
águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a
descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de
material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias
patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de
oxigênio, toxidez e eutrofização.

As principais causas de deteriorização dos rios, lagos e dos oceanos são: poluição e
contaminação por poluentes e esgotos ou ainda aqueles advindos de atividades
humanas. O ser humano tem causado todo este prejuízo à natureza, através dos
lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controlo. Ao observar a
realidade de alguns ribeiros hoje, é possível ver uma realidade inviável. As águas
estão poluídas, a mata ciliar esta destruída, o leito cheio de dejetos humanos.

Ao longo do rio o que se vê são resto de materiais de construção, pedaços de


madeiras, lixos orgânicos e inorgânicos, animais mortos e etc.
Pois é sabido que o crescimento é um imperativo, portanto requer refletir os
impactos negativos e consequentemente, os custos econômicos sóciais, levar em
conta qualquer ação ou decisão – pública ou privada, que possa vir causar qualquer
efeito negativo.

A poluiçaõ dos rios é fenõmeno conhecido de muita longa data. Aristóteles, já na


antiga Macedônia estudou alguns tipos de organismos que se desenvolviam nas
águas poluidas. Durante o sec. XVIII, a situação agravou-se ainda mais. Lixo e
escrementos eram acumulados nas ruas, ao mesmo tempo em que a população
crescia.
Com o advento da Revolução Industrial tornou-se indispensável à adoção de
medidas visando o afastamento de seus residuos. Assim surge novamente sistemas
de esgotos sanitários e industriais, cujo destino final era os rios, que passaram a
sofrer rapiadamente os efeitos da poluição, caracterizado pela morte dos peixes.

A Inglaterra sede da Revolução Industrial foi onde surgiram as primeiras tentativas


de medir e caracterizar a poluição dos rios. Onde nascem as primeiras iniciativas de
tratamento de águas residuarias. Essas medidas foram aos poucos se espalhando a
outros países da Europa e Ámerica. Porém o desenvolvimento Industrial tem sido
mais rápido que as médidas de proteção: o saldo tem sido sempre desfavorável aos
rios, a seus peixes e à saúde humana. Ao encarar o problema da poluição e da
necessidade de corrigi-lá sãonecessário que se tenha presente em cada caso os
usos a que se pretende destinar as águas.

Qualquer que seja é preciso proteger a flora e a fauna naturais dos rios, visando o
desenvolvimento das espécies aquáticas. Pois já que o principal efeito da poluição é
a possibilidade de eliminar populações inteiras de peixes dos rios.

Formas de mitigação

As medidas de proteção dos cursos d’água exigem uma série de grandes gastos,
não apenas do poder público, mas também de particulares e proprietários de
indústriasque ficam obrigados a instalar sistemas de tratamento das suas águas.
Pois é perceptível ao entendimento humano a ação desenfreada sobre os recursos
hídricos. A questão da poluição das águas, hoje é problema mundial.

Nessa ótica é que através da ciência geográfica e da disciplina geografia é que o


professor de geografia pode buscar levar ao educando conhecer analisar, refletir
sobre as questões da poluição do córrego, assim também juntamente com a
população ribeirinha procurar ações alternativas que sejam possíveis de amenizar
os problemas de poluição dos rios.

Contribuindo desta forma com a comunidade local, trançando metas ações viáveis a
médio e longo prazo no intuito de amenizar os problemas existentes hoje. O respeito
à conservação ambiental tem sido uma preocupação social constante nas últimas
decadas, porém é preciso um firme apoio governamental para que a curva de
degradação crescente, seja realmente revertida.

É preciso de iniciativas amplas e bem integradas, para que o esforço resulte em


benéficios significativos e duradouros. A humanidade precisa atingir o equilibrio
entre o que é produzido e consumido e o que é descartado. Assim o homem terá
conseguido integrar sua atividade dentro dos ciclos da natureza. É de suma
importância trabalhar os impactos ambientais advindos dessa cultura, dentro e fora
da escola. É preciso entender que há uma necessidade gritante de trabalhar a
Educação Ambiental na Escola, e também nos bairros, a fim de que a população se
instrumentalize e tenha condições de reivindicar do poder público à utilização
correta do bem público.

CAPITULO II: LEGISLAÇAO ANGOLANA RELACCIONADA COM O TEMA.

Embora tenha colocado texto pode enriquecer mais

2.1. Lei de base do ambiente, Lei de terra e Lei das águas.

 Lei de base do ambiente, Lei nº 5 / 98 de 19 de Junho


Artigo 1º Define os conceitos e os principios da protecção e conservação do
ambiente, promoção da qualidade de vida e do uso racional dos recursos naturais.
Regulamento sobre a qualidade as águasO presente regulamento estabelece as
normas e critérios de qualidade da água à finalidade de proteger o meio aquático e
melhorar a qualidade das águas, em função dos seus principais usos.
 Lei de Terra (Lei nº 09/04, de 9 de Novembro)
A Lei de Terras de Angola (Lei da Terras de Angola, Lei 09/04, de 9 de Novembro)
reafirma o posicionamento constitucional de que que o governo possui e exerce
autoridade final sobre toda a terra e os recursos naturais. A mesma Lei engloba toda
a terra rural e urbana para o qual o Estado pode conferir direitos transferíveis. A Lei
de Terras de 2004 inclui uma disposição que obriga as pessoas que ocupam
propriedade sem registo para que registem a terra dentro de um prazo estabelecido
pela Lei.
 Lei de Água (No. 6/02)
A lei de Água de Angola (Lei nº 6/02) foi promulgada em 2002. A lei prevê a posse
do governo dos recursos hídricos do país, e a responsabilidade do Estado para o
desenvolvimento, controle e preservação dos recursos hídricos. Os Regulamentos
ainda não foram promulgados. A lei de Recursos Biológicos Hídricos (Lei n.º 6-A /
04) promove a protecção dos recursos e ecossistemas aquáticos de Angola. A lei
impõe um estudo de impacto ambiental em projectos que podem afectar os recursos
hídricos biológicos.
A Lei de Águas de Angola oferece aos proprietários de terras os direitos de uso de
água subterrânea e água que passa pela propriedade, sujeito ao reconhecimento
dos direitos fundamentais do Estado para toda a água e ao requisito de que os
proprietários não possam obstruir qualquer curso de água. A lei proíbe ainda de
forma expressa as seguintes actividades: descarga de efluentes que ultrapassem a
capacidade de auto-depuração dos corpos de água; deposição de resíduos sólidos
em locais e condições que contaminem ou criem perigo de contaminação das
águas; quaisquer actividades que envolvam perigo de Lpoluição ou degradação da
água; qualquer alteração ao regime hídrico que possa pôr em causa a saúde, os
recursos naturais, o ambiente ou a segurança e a soberania nacional.

Legislação aplicada as águas em função dos seus principais usos


O decreto presidêncial nº 261/11 de 6 de outubro estabelece normas e critérios com
a finalidade de proteger o meio aquático, melhorar a qualidade das águas e
savagurdar a saúde humana, em função dos seus principais usos.

Neste memo decreto no seu artigo nº3 cita que, compete ao departamento
ministerial que tutela a energia e águas classificar as águas superficiais para
consumo humanode acordo com os critérios definidos pela legislação em vigor
aplicável, prestando uma regular informação ao ministério do ambiente. Juntamente
com o ministério da saúde e instituto nacional dos recursos hídricos efetuarem a
determinação da qualidade das águas superficiais com vista a verificação da sua
conformidade com a norma de qualidade utilizando para o efeito métodos analíticos
de referência respeitando os valores indicados correspondentes aos limites de
detenção, precisão e exatidão.

O artigo nº 6 define que a qualidade da água para o consumo humano deve ter as
qualidades seguntes:

a) Não pôr em risco a saúde pública;


b) Ser agradável ao paladar e a vista dos consumidores;
c) Não causar a deterioração ou destruição das diferentes partes do sistema de
abastecimento

Para todos os efeitos ou em caso de dúvida são aplicáveis as recomendações da


organização mundial a saúde --- OMS referentes a qualidade da água.
CAPITULO III: CASO DE ESTUDO - BAIRRO DA PRAÇA DE CALUMBO

3.1 Localização e caracterização da área de estudo - Bairro da Praça de


Calumbo

3.1.1 Localização

Calumbo é um distrito urbano e comuna angolana (e distrito ou comuna) que se


localiza na província de Luanda, pertencente ao município de Viana. Com as
coordenadas 9º09´06”S 13º24´42”E.

Fonte: Google Earth


3.1.2 Caracterização da zona em estudo- Bairro da Praça de Calumbo

Clima

De acordo com a classificação de Diniz (1973), calumbo insere-se na região


semiárida do litoral angolano, na sua zona Norte. Segundo a classificação climática
de Thornthwaite, é um clima megatérmico, tropical quente e seco, semiárido, com
temperaturas e humidade relativa elevadas. Apresenta duas estações, a estação
seca, designada “cacimbo”, e a estação das chuvas que corresponde ao verão. O
“cacimbo” é bastante curto, correspondendo ao período fresco do ano, sendo o
período de Junho a Agosto a época mais fria. O período de Verão, corresponde à
época chuvosa, e vai desde Novembro até Maio.

Relevo

O relevo resulta da acção de processos geomorfológicos – endógenos, como a


actividade ígnea; e exógenos, como a acção da água e do vento - sobre
determinada litologia. A análise e interpretação do relevo consideram-se essencial
para a compreensão da paisagem e correcto ordenamento do território.

O relevo compreende três grandezas: altitude, declive e concavidade. A altitude,


apresenta uma grande influência sobre a precipitação, o que se reflecte na presença
e distribuição da flora (vegetação) e da fauna. A sua importância depende da
amplitude da sua variação. Na área em estudo a variação da altitude faz-se entre 0-
10 metros, e corresponde a uma área plana junto ao rio Kwanza. A partir daqui as
cotas desenvolvem-se apresentando maiores declives até aos 120 – 130 metros.

Caracterização da Paisagem

O estudo da paisagem requer um conhecimento holístico, quer das componentes


bióticas e abióticas, quer de aspectos da paisagem condicionados pela intervenção
humana e que se reflectem no território, sejam elas manifestações de ordem social,
cultural ou económica.
A vegetação espontânea presente no território é de um modo geral de porte médio a
baixo, com um mato denso e alto de “Mutolo”, com a excepção dos imponentes
imbondeiros e palmeiras de Luanda. A paisagem é marcada por uma grande
variedade de vegetação, relacionada, essencialmente, com o substrato geológico
presente e com o tipo de solos, que vão desde as areias claras, até aos Barros
negros, passando por uma enorme gama de solos pardacentos a cor de tijolo, mais
ou menos calcários que imprimem características especiais à paisagem desta
região (Barbosa, 2006).
Na região de Calumbo, a ocupação do solo assume um caracter mais naturalizado,
estando ainda bem preservados muitos dos valores naturais do território do
município associados, essencialmente, à presença marcante do rio Kwanza. Assim,
a paisagem altera-se traduzindo os diferentes contextos morfológicos e pedológicos
presentes, com repercussões claras na ocupação do solo, aqui muito mais
naturalizada, e na vegetação mais frondosa.
Vegetação

A vegetação é espontânea, maioritariamente composta por gramíneas e arbustos de


onde se destacam os embondeiros (Adansonia digitata). No que se refere à
vegetação, segundo Diniz (1991)22, a área em estudo integra-se na zona
fitogeográfica designada como “Savana com arbustos e árvores x savana herbosa x
Balcedos”.

Dada a complexidade das formações vegetais presentes na região destacam-se:


Savanas secas de Andropogon, Heteropogon, Panicum, Digitaria, etc., com:
Adansonia, Sterculia, , Balanites, etc. Estas formações vegetais ocorrem de um
modo geral nas áreas de solos pardos ou cor de tijolo, mais ou menos calcários, ou
com camadas de areia, das regiões sublitorais, sub-áridas, que correspondem à
área, que coincide com a Reserva Mineira de Calumbo, é a formação mais
generalizada e pode surgir com aspecto savanoide – com árvores e arbustos, estes
juntando-se em moitas para abrigo recíproco formando, por vezes, retalhos ou
balcedos brenhosos mais ou menos descontínuos, ou com o aspecto de formações
estepoides, nos solos mais delgados, declivosos, ou pobres.

Solo

Solos aluvionais nas margens do rio Kwanza, Solos calcários, Calcários Pardos e/ou
Calcários Vermelhos, com os barros mencionados são os que estão na base da
criação da “Reserva Mineira de Calumbo” onde predomina a extracção de argila.

Aluvionares fluviares- que se encontram na zona do rio Kwanza e da respectiva


várzea; em geral solos de textura média e fina

Solos Calcários - São solos minerais de perfil AC ou A (B) C formados a partir de


rochas calcárias (principalmente margas), com proporção variável de carbonato de
cálcio em todo o perfil ou, pelo menos, desde muito próximo da 104 superfície e, por
vezes, também com proporção variável de sulfato de cálcio; com grau de saturação
em bases próximo de 100%. A sua argila é sialítica, geralmente com grande
proporção de minerais de estrutura 2:1 e com capacidade de troca catiónica alta e
média.

Calcários Pardos e/ou Calcários Vermelhos - São solos calcários normais com
solum “pardo” e vermelho, respectivamente, de textura fina em todo o perfil, ou com
textura média ou média a fina no subsolo e um pouco menos fina no solo superficial.

Ocupação do solo

É feita de modos a perceber a ocupação do solo desde a sua edificação, à prática


agrícola, ao tipo de florestas e aos espaços naturais, no Calumbo, os espaços são
praticamente naturalizados. Espaços artificiais (aterro, sucatas, explorações de
inertes, lagoas artificiais) Espaços agrícolas Área agrícola com predominância de
mangal Mosaico de área agrícola com matos Espaços florestais Floresta de
embondeiros Espaços naturais Matos rasteiros com arvoredo muito disperso Leitos
dos cursos de água Pântanos,etc, e com algum Espaço de ocupação urbana
dispersa.

3.2 Materias e Métodos

3.2.1. Materiais e reagentes utilizados

Os materiais (equipamentos) e reagentes utilizados nesta pesquisa formam os que


apresemtamos no quadro .

Quadro : Materiais e reagentes utilizados

Materiais e equipamentos Reagentes

 Balança digital;  Solução salina (NaCl %);

 Panela de pressão (ausencia de  Agar nutriente;


autoclave);
 Água destilada;
 Manta de aquecimento;
 Amostras de água do rio;
 Estufa;
 Alcool Etilico 70%
 Suporte e tubos de ensaios;

 Copos de precipitação e
Erlenmayer;

 Provetas graduadas e 10 e 50 ml;

 Espátulas;

 Pipetas de 10 ml e Pipetas de 3
ml (descartaveis);

 Tubos de ensaio;

 Placas de Petri;

 Algodão.

Colocar fotos dos materiais equipamentos e reagentes colocar tb a ficha tecnica do


meio de cultura, e da soluçao salina.

3.2.2 Metodos e tecnicas analiticas realizadas.


O estudo foi desenvolvido no Bairro da Praça de Calumbo e, foram recolhidas 3
amostras de agua, em garrafas de plastico (500 ml), previamente preparadas que
foram levadas para o Laboratório de Biologia da Unia. Em seguida, foram
realizadas as análises para a confirmaçao de presença/ausencia de
microorganismos no caso a Esherishia coli. O método utilizado para a análise
bacteriológica da água foi a Contagem padrão de bactérias heterotróficas a 37ºC
pela tecnica de incorporação em gelose nutritiva usando o meio de cultura
Nutruente Agar. Essa técnica se baseia na ação de enzimas produzidas pela
Esherishia coli, por meio da alteração de cor e pelo aparecimento de cor branca
opaca ou opalescente.

3.2.2.1 Procedimentos para as colheitas e amostragem

De acordo com os pontos de amostragem definidos no inicia da pesquisa, as


amostras foram rotuladas da seguinte forma:

 A1 - Água recolhida na residemcia do morador casa;

 A2 - Água recolhida no meio do rio;

 A3 - Água recolhida na margem do rio.

Os pontos de amostragem no rio foram indicados pelos moradores da zona,


tomando-se como critérios os pontos mais utilizados. As colheitas de água foram
realizadas com garrafas PET limpas e esterilizadas. As amostragens foram divididas
em dois periodos (chuvoso e seco) conforme pode ser observado no quadro .

Quadro: Periodo de reoclha das amostras


Periodo
Chuvoso Seco
Data da Quantidade de Amostras por pontos Quantidade de Amostras por pontos
colheita de amostragem de amostragem
Residencia Meio do rio (A3) Margem Residencia Meio do rio (A3)Margem
Morador (A2) do rio (A1) Morador (A2) do rio (A1)
1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1

Para uma melhor representatividade do local amostrado, as colheitas foram


realizadas nos períodos de seco (estiagem) e chuvoso (cheias), considerando-se
as estações do ano em Luanda que são reguladas pela subida (enchente e cheia) e
descida das águas (vazante e seca) dos rios no caso Kwanza. Estas anlises foram
realizadas para verificar possíveis diferenças na qualidade da água.
Todos os procedimentos de colheitas e preservação de amostras foram realizados
de acordo com o Guia Nacional de colheitas e preservação de amostras: água,
sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos (DNA, 2011).

3.2.2.2 Procedimentos das análises Fisico-química realizadas.


Após as colheitas, as amostras para a análise dos parâmetros fisico-quimicos e
organolepticas foram conservadas em temperatura de ambiente e levadas para o
Laboratório da UnIA, onde ocorreram as análises físicas e químicas, utilizando-se a
metodologia de análise das amostras baseada no Standard Methods for the
Examination of Water and Wastwewater 22 th Edition, 2012, ABNT, AWWA, WEF,
APHA e ICR Microbial Laboratory Manual, U.S EPA, 1996. A classificação quanto à
potabilidade das amostras seguiu os parâmetros físico-químicos e organolepticos
estabelecidos pelo Decreto 261/11, classificando-se os valores encontrados acima
dos limites estabelecidos no Decreto como não propícios ao consumo.

3.2.2.2 Microbiológicas realizadas

para análise dos microbiológicos foi realizada apenas uma colheita, que ocorreu no
mês de xxxxxxxx, com um total de xxx amostras. As amostras foram conservadas
em temperatura ambiente e encaminhadas ao laboratório da Unia. Os parâmetros
analisados foram Coliformes totais e Escherichia coli e de acordo com o laboratório,
as análises foram realizadas de acordo com Standard Methods for the Examination
of Water and Wastwewater 22 th Edition, 2012, ABNT, AWWA, WEF, APHA e ICR
Microbial Laboratory Manual, U.S EPA, 1996. A classificação quanto à potabilidade
das amostras seguiu os parâmetros microbiológicos estabelecidos pelo Decreto
261/11, classificando-se os valores encontrados acima dos limites estabelecidos no
Decreto como não propícios ao consumo.

Quando se procede à quantificação de microrganismos em sistemas naturais, há


que ter em consideração a diversidade de micro-habitat aí existentes, que têm como
reflexo uma distribuição não homogénea das populações microbianas. Um maior
conhecimento sobre o sistema permitirá escolher o procedimento mais adequado de
amostragem.

O procedimento de quantificação dos microrganismos é composto de três fases:

1. Recolha da amostra;

2. Processamento da amostra;

3. Quantificação de microrganismos (contagem de colónias em meios sólidos ou


“unidades formadoras de colónia”, UFC).

A escolha dos procedimentos associados a cada uma destas três fases pode
influenciar grandemente o resultado final, sendo portanto importante de considerar o
conjunto dos procedimentos para a análise e interpretação dos dados.

O procedimento consistiu no seguinte:

Após colheita, as amostras foram levadas ao laboratorio, acondicionadas e


submetidas a preparaçao para a fase analitica;

Ja na fase analitica a amostra foi submetida a diluiçoes decimais (sucessivas) com o


objectivo de reduzir-se a concentraçao das mesmas possibilitando assim a sua
quantificaçao. Assim, para cada amostra foram necessários 5 tubos de ensaio
sendo um separado para a amostra mãe colocados no suporte e devidamente
rotuladas e identificadas respeitando a ordem seguinte:

 A1 para a amostra mãe, A110-1, A110-2, A110-3 A110-4 A110-5 para as outras
soluções da mesma amostra de água).

 A2 para a amostra mãe, A210-1, A210-2, A210-3 A210-4 A210-5 para as outras
soluções da mesma amostra de água).

 A3 para a amostra mãe, A310-1, A310-2, A310-3 A310-4 A310-5 para as outras
soluções da mesma amostra de água).

Da amostra mãe (A1, A2, A3), retirou-se com auxilio de uma pipeta graduada de
10ml, 9 ml de água e transferiu-se para o tubo de ensaio correspondente e, com a
ajuda de uma pipeta, mediu-se 1 ml de solução salina e misturou-se no tubo
contendo a amostra mãe e homogenizou-se, e tapou-se com um algodão ontendo-
se assim a primeira diluiçao. Nos outros tubos de ensaio colocou-se 9ml da soluçao
salina e de seguida retirou-se 1ml da primeira diluiçao e coloco-se no primeiro tubo
com os 9 ml da soluçao salina homogenizou-se e retirou-se igualmete deste 1ml e
juntou-se no tudo seguinte, e assim sucessivamente para os outros tubos de ensaio.
Repetiu-se exatamente todos estes procedimentos para as amostras 2 e 3

Colocar fotografia das diluiçoes

Depois de feitas as diluiçoes assou-se a preparaçao do meio de cultura que


respeitou o seguinte paradigma:
De acordo com o rotulo da embalagem do meio (Agar Nutriente) pesou-se 1.65g o
equivalente misturar com 50ml de água destilada, segunda as instruções do
fabricante, e depois transferido para um erlenmayer com 50 ml de água destilada.
Logo a seguir esta solução foi colocada para estrelizar em uma panela de pressão
(ausencia de autoclave) durante 15 minutos numa temperatura estimada de 121°C,
e enquanto esta esterelizar (cozinhar) o meio , foram preparados os outros materiais
de apoio a experiencia doze tubos de ensaio, 3 copos de precipitação, doze placas
de Petri, três provetas e doze pipetas de plásticos e as três amostras de água
recolhidas.
Depois de retirada do lume e colocada a esfriar em sob uma manta de aquecimento
colocada sob um tripe, transferiu-se o caldo agar nutriente nas placas de petri
correspondentes contendo cada uma cada 1 ml de cada diluiçao preparada nos
tubos de ensaio homogenizadas agitando maciamente em forma de 8 e deixadas a
secar, depois ecas foram transferidas para a estufa onde permaneceram por 72h a
temperatura de 33ºC ( controladas em cada 24h) ( foi apenas submetida para esta
etapa as diluiçoes A110-3 e A110-4 ; A210-3 e A210-4 ; A310-3 e A310-4 de cada amostra
devido ao número de colónias que se poderia formar, seria muito difícil fazer a
contagem destas caso de procedesse com as amostras A 110-1 e A110-2 ou até
mesmo com a primeira amostra (mãe), foi por isso que se diluiu 1 ml de uma
amostra na outra. Mas os resultados serão apenas apresentados das amostras
A110-4, apresentar maior facildade de identificaçao e contagem das colonias.

Sequencia da Tecnica/execução do ensaio


 Transferir, com pipeta estéril, 1 ml da amostra para uma placa de Petri
previamente esterilizada.

 Entreabrir a placa e adicionar o meio de cultura, previamente fundido e


arrefeicido;
 Homogeneizar o conteúdo da placa em movimentos circulares moderados
em forma de (∞), em torno de 10 vezes consecutivas;
 Quando o meio de cultura se solidificar, incubar a Placa em posição invertida
a 35 ± 0,5º C durante 48 ± horas;

 No final do período de incubação, fazer a contagem das colônias com o


auxílio de um contador de colônias caso haja;

Os resultados são expressos como nº de Colônias de bactérias/ml ou Unidades


Formadoras de Colônias (UFC)/ml (Em microbiologia, a Unidade Formadora de
Colónias (UFC; em inglês, colony forming unit, CFU) é uma unidade de medida
usada para estimar o número de bacterias ou fungos viáveis - isto é, capazes de se
multiplicar mediante fissao binaria sob condições controladas - de uma  amostra.
Portanto, na contagem UFC de uma cultura de micróbios somente as células viáveis
são consideradas, enquanto que, no exame microscópico só são contadas células
vivas e mortas.
Uma colónia, dentro de uma cultura de células, deve apresentar crescimento
significativo, embora, na contagem de colónias, não seja possível saber se uma
colónia surgiu de uma célula ou de um grupo de células. Normalmente, a contagem
é realizada em uma placa de Petri contendo agar.
O método é geralmente utilizado para a enumeração de micro-organismos em
alimentos, solo, água e em analises clinicas. Geralmente o resultado da contagem é
expresso em UFC/ml  ou UFC/g.
 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Entrevistas

De acordo com a pesquisa efectuada ao local de estudo, juntamente com o inqérito


efectuado a população local ribeirinha do Bairro da Praça de Calumbo obtivemos
um conjunto de informações relevantes para a nossa pesquisa, e que relataremos
nesta secçao. No quadro 1 estão apresentados os niveis etarios e respectivas
profissoes dos moradores da zona.

Quadro 1: Dados relativos aos moradores do Bairro da Praça de Calumbo

N.° Questoes colocadas Resultados dos inqueritos

1 Faixa etaria 15 – 63 anos


2 Principais actividades Pedreiros, vendedores, pescadores, camponeses,
desenvolvidas motoqueiros, domésticos, etc
(profissoes)

3 Média de pessoas por 7 pessoas por família


casa

4 Tipo de renda Aluguer 50% Casa própria 50%


habitacional

5 Consciência dos perigos 75% Não têm 25% Tem conhecimento


do uso da água poluida a conhecimento dos dos perigos do uso da
saúde perigos do uso da água poluída a saúde.
água poluída a
saúde.

6 Consciência dos perigos 99% Não têm 1% Têm conhecimento


do uso da água poluida conhecimento dos dos perigos do uso da
ao ambiente perigos do uso da água poluída ao ambiente
água poluída ao
ambiente.

7 Tipo de agua que 71,8% usam a água do rio para as suas


utilizam actividades
21,8% usa em simultâneo a agua do rio e da
EPAL-E.P para as suas atividades
6,2% usa a água da EPAL-E.P para as suas
atividades

O inquerito realizado foi extensivo abrangendo pessoas com faixas etárias


compreendidas entre 15-63 anos, todas elas com trabalhos humildes que variam
entre Pedreiros, vendedores, pescadores, camponeses, motoqueiros, domésticos,
etc. Muitos vivem na área já ha algum tempo ao passo que outros são passageiros,
dividido em renda habitacional 50% em casa própria e 50% vivem em casas
alugadas, (vide grafico xxx). todos com familias numerosas tendo como média por
familia o limite de 7 pessoas.

Quando questionadas sobre os perigos da água poluída para a saúde, mais de


metade desconhece os perigos tendo como numero em percentagem 75% restando
apenas 25% com algum conhecimento sobre os perigos que o uso da água água
poluída pode trazer a saúde humana de quem a consome (vide grafico xxx).

E quando questionados sobre os perigos que a água poluída pode provocar ao meio
ambiente quase ninguem conhecia tendo como percentagem populacional daqueles
que têm algum conhecimento apenas 1% sendo que 99% não tem nenhum
conhecimento nem o mais básico sobre o assunto (vide grafico xxx)., o que
representa um quadro preocupante sendo que a população de calumbo se beneficia
de alguns produtos que nos oferece a natureza que são tirados e ainda processados
com a água do rio.
Colocar numero em cada grafico ex. Grafico 1: perigo

Perigos da água Perigos da água


poluida para a poluída para o
saúde meio ambiente
Nã o tem 1% Nã o tê m
conheci- conheci-
mento
Tem conhec- mento
Tê m conhec-
25% imento imento

75%
99%

Este inquérito também, permitiu constatar que a maioria das pessoas daquela zona
utiliza a água retirada directamente do rio isso devido a falta de água canalizada e
maioritariamente devido as dificuldades economicas que a maioria daquelas
pessoas apresenta, sendo todas elas de camada de baixa renda.

Elas aproveitam as primeiras horas do dia para efectuar a captação da água


directamente do rio em recipientes de plásticos (bidons) deixam-na repousar
(processo de sedimentação das particulas suspensas) e so depois a utilizam, outros
a desinfetam com lixívia quando possível, ao passo que outros simplesmente a
consomem sem qualquer tratamento., estes que são também usados como local de
armazenamento do mesmo em suas casas tendo como percentagem a maioria de
71,8% quase metade da população da zona em estudo (vide grafico xxx).

Constatou-se também que algumas destas pessoas usa em simultâneo a água do


rio e a água fornecida pela EPAL-E.P. nas proximidades(21,8%)(vide grafico xxx)..

Apenas uma minoria (6.25%) consome somente a água fornecida pela EPAL-E.P.,
argumentando que quando há a falta do precioso líquido raramente recorrem ao rio
como forma alternativa para a captação da água apenas nos mais remotos dos
casos tiram a água do rio mas dando os devidos cuidados de tratamento. (vide
grafico xxx).

Os moradores informaram tambem que surga algumas oprotunidade (raras vezes)


conseguem comprar a água potavel produzida e distribuida EPAL-E.P. em algumas
casas que são detentoras de tanques com o líquido precioso líquido ou nos
camioes cisternas, mas somente o necessário para o consumo (para beber), pois
para outras actividades (incluindo cozinhar), elas usam mesmo a água tirada
diretamente do rio. Na maioria das vezes quando se tem condições economicas o
que é constante faz-se mesmo o uso da agua do rio para todas as actividades
diárias incluindo o consumo directo.
Uso da água

21.875; 22%

6.25; 6% Usam a á gua do rio


Usam a á gua da Epal
71.875; 72% Uso simultâ neo(Rio e Epal)

Conforme o inquérito realizado constatou-se que é considerável o número de


pessoas que faz o uso da água do rio de forma indiscriminada, sem conhecimento
dos perigos que esta pode trazer para a saúde caso esteja poluída (ou seja fora dos
padrões aceitáveis para o consumo humano), e de igual modo uma maioria
considerável desconhece os perigos para o ambiente caso esta esteja poluída, e
com este facto é fácil concluir que é forte o impacto socio ambiental no Bairro da
Praça de Calumbo sendo que a maioria desconhece os perigos do consumo desta
sem os prévios cuidados para a saúde e o ambiente. E mais preocupante ainda é o
numero de pessoas que faz o uso da agua nestas condições, sendo que o inquérito
tivera sido feito em apenas metade das pessoas da zona em estudo, sendo que
quanto maior for o numero de pessoas que faz o uso desta água nestas condições,
maior será o índice de aumento de doenças do forum hidrico, como diarreia, cólera
e até mesmo intoxicação alimentar, etc.

4.2. Analises laboratorias

Os parâmetros analisados da água recolhida na zona em estudo foram os


seguintes:

 Organolepticos: cor e cheiro

 Físicos-quimicos: pH e temperatura;

 Microbiológicos: Coliformes totais e Escherichia coli.

Os resultados da determinação dos parâmetros são apresentados nos quadros ....

O pH representa a concentração de íons hidrogênio H +, dando uma indicação das


condições de acidez, neutralidade e basicidade da água (Angola, 2011). A Faixa de
pH observada no período de estiagem foi de 6,0 a 7,0 e no período chuvoso foi de
5,2 a 7,1, não havendo diferença significativa entre os dois períodos. Conforme
estabelecido no Decreto nº 261/11, o pH de águas destinadas ao consumo humano
deve ser mantido na faixa de 6,00 a 9,50. Assim, xxx das amostras recolhidas nos
dois períodos apresentaram pH abaixo do estabelecido pelo decreto, o que pode
representar uma água ácida para o consumo humano.
A acidez do pH da água pode estar relacionada com a característica do solo da
região, a partir da dissolução de rochas (CUNHA et al., 2012). Oliveira et al. (2015)
ao encontrar um pH ácido a levemente ácido em zonas, limítrofe de Calumbo /Rio
Kwanza, afirmam que esses resultados podem ser causados também pela
frequência de chuvas na região, que ocasionam o lixiviamento do solo e o depósito
de sólidos no lençol freático.

O parâmetro cor em análises da qualidade da água, quando apresenta alterações,


não significa necessariamente problemas ocasionados por contaminação
(PERPÉTUO, 2014). Porém, a cor da água pode ser alterada em função de
parâmetros intrínsecos como conteúdo orgânico, pH, teor de ferro e outros metais,
que podem ter origem natural ou antrópica (AMATO-LOURENÇO, 2020). O limite
aceitável pelo Decreto 261/11 é de até 15 uH (unidade Hazen). Como pode-se
observar quadro xxx (observaçao visual), durante o período chuvoso as amostras
apresentaram valores acima do limite estabelecido na legislação. Assim, houve
variação significativa em relação à sazonalidade para o parâmetro cor. No período
de estiagem as concentrações estavam bem elevadas, já no período chuvoso
ocorreu um decaimento.

Quadro: Resultados dos parametros fisico-quimicos analisados


Periodo
Amostra Chuvoso Seco
pH Temperatura pH Temperatura
1 5,2 28 7,0 26
2 6,9 28 7 26
2 7,1 26 6,0 24

Quadro: Resultados dos parametros organolepticos analisados


Periodo
Amostra Chuvoso Seco
Cor Cheiro Cor Cheiro
1
2
2
A presença de E. coli em todas as amostras de água utilizada para consumo da
populaçao da zona em estudo pode ser devido ..............., em decorrência de a
cidade estar passando por um momento de crise hídrica por falta de sistemas de
abastecimento que cobram toda a provincia de Luanda. Essas águas são recolhidas
directamente do rio, em pontos nem sempre seguras, do ponto de vista sanitário, o
que pode aumentar o risco de as pessoas contraírem doenças de veiculação
hídrica. Baseando-se em Almeida et al. (1993), os índices de coliformes são bons
indicadores de qualidade da água em termos de poluição por efluentes domésticos.
A qualidade da água utilizada para consumo na zona em estudo, detectou-se, a
presença de E. coli em todas as amostras analisadas, cujo resultados foram
associados à ausência de esgotos sanitário adequado nas regiões adjacentes.
Segundo Macêdo (2003), as águas de abastecimento apresentam o risco de serem
poluídas por águas residuárias e excretas de origem animal ou humano, podendo,
dessa forma, conter microrganismos patogênicos, tornando-se, assim, um veículo
de transmissão de doenças. Por isso, há a necessidade de análises rotineiras para
determinar seu grau de segurança do ponto de vista bacteriológico. A presença de
coliformes na água indica poluição, com o risco potencial da presença de micro-
organismos patogênicos, e sua ausência é evidência de uma água
bacteriologicamente potável, uma vez que são mais resistentes na água que as
bactérias patogênicas de origem intestinal As bactérias do grupo coliforme
apresentam diversas características que explicam o extensivo emprego como
indicadores microbiológicos de qualidade da água. A primeira dessas características
refere-se à elevada quantidade eliminada diariamente por um indivíduo (de 1/3 a 1/5
do peso das fezes), culminando com concentrações nos esgotos domésticos de 106
a 108 organismos/mL. Assim, eleva-se a probabilidade da detecção dos coliformes
nas amostras de água bruta e a possibilidade da presença de patogênicos a estes
associados. O termo “coliformes totais” inclui amplo rol de bactérias ambientais e de
origem fecal, aeróbias ou anaeróbias, capazes de sobreviver no meio aquático,
fermentar a lactose e produzir ácido ou aldeído em 24 horas à temperatura de 35 a
37 °C (LIBÂNIO, 2010). As amostras de água de consumo analisadas, todas foram
consideradas impróprias para consumo humano. De acordo com o decreto 261/11,
quando forem detectadas amostras com resultados positivos para coliformes totais,
mesmo em ensaios presuntivos, ações corretivas devem ser adoptadas e novas
amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos, até que revelem
resultados satisfatórios. Nos sistemas de distribuição, as novas amostras devem
incluir no mínimo uma recoleta no ponto onde foi constatado o resultado positivo
para coliformes totais e duas amostras extras, sendo uma à montante e outra à
jusante do local da recoleta. Quando houver interpretação duvidosa nas reações
típicas dos ensaios analíticos na determinação de coliformes totais e E. coli, deve-se
fazer a recoleta. Como a análise bacteriológica da água é uma importante
ferramenta para a determinação da qualidade da água de consumo, o ideal é que,
bem antes de essas águas utilizadas, passem por um processo de tratamento,
como por exemplo, a fervura (a água  fervida não faz mal, mas também não é uma
garantia de qualidade. Ferver a água é mais comum em ocasiões onde não
há água potável ou sem tratamento com cloro. Ela consegue sim acabar com alguns
microrganismos, mas ainda assim, o tratamento feito em estações próprias para
a água é muito mais eficaz) e ou cloração, que é um método de desinfecção
eficiente e o mais comumente utilizado na maioria dos países.
Em relação à avaliação microbiológica, o objetivo foi averiguar se a água
consumida pelos moradores da zona em estudo está isenta de micro-organismos
patogênicos. Os parâmetros microbiológicos indicadores de contaminação
exigidos pela nº 261/11 são coliformes totais, coliformes termotolerantes e
Escherichia coli.
A presença de coliformes em níveis elevados indica água imprópria para o
consumo, pois apresenta alto risco de aquisição de doença com
veiculação hídrica (SILVA et al, 2020). Segundo o Decreto, a qualidade da água
em relacção aos parâmetros microbiológicos, pode ser determinada a partir da
ausência de coliformes totais e termotolerantes em 100 ml de amostra. Os
resultados dos parâmetros microbiológicos passadas 72h foram retiradas as
amostras e contabilizadas as colonias formadas em cada uma das amostras
correspondentes com os seguintes resultados (quando a presença da
Escherichia coli for acima de 100.000 UFC/mL, quer dizer que na amostra de
agua temos/teremos um crescimento bacteriano de pelo menos 10 5 unidades
formadoras de colônias por ml de agua (100.000 UFC/ml)) se apresentar cor
original do meio: branco opalescente, se tiver:
 Positivo: apresenta crescimento na superfície do ágar;
 Negativo: ausência de crescimento.

Quadro ...: Resultados dos parâmetros microbiológicos


Amostra Esherishia coli
UFC/mL Coloraçao apresentada
1 1,3 x105 cor original do meio: branco opalescente com crescimento
na superfície do ágar
2 1 x105 cor original do meio: branco opalescente com crescimento
na superfície do ágar
3 1,6x105 cor original do meio: branco opalescente com crescimento
na superfície do ágar
Coloração Branca Brilhante, e algumas amarelas: essa coloraçao observamos em
quais das amostras pois para podermos detetar qual dos microorganismos estao
presentes deveremos saber

A presença de Escherichia coli nas amostras de água foi detectada em todas as


amostras analisadas, com valor máximo no ponto da 3 (1,6x105). Logo as amostras
não estão em conformidade com a legislação, e, portanto, estão impróprias para o
consumo, devendo-se investigar a origem da fonte de contaminação para que sejam
tomadas providências de carácter correctivo e preventivo. Os coliformes totais
pertencem ao grupo com maior número de micro-organismos. Por isso, sua
presença na água indica a possibilidade de contaminação Alves et al. (2016) A
Escherichia coli é o microrganismo mais estudado em todo o mundo, pois é
considerado o principal representante do grupo. A ocorrência de E. coli é
considerada um indicador específico de
contaminação fecal e da possível presença de patógenos entéricos (SIMÃO et al.,
2020).

5. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados das entrevistas realizadas e complementados com os
parâmetros físico-químicos e microbiológicos analisados na água consumida pelos
moradores da zona em estudo, é possível concluir que os parâmetros, cor, pH,
coliformes totais e E. Coli, apresentaram valores acima do permitido pela legislação.
Comparando os 3 pontos, aquela que contém o maior número a é a amostra 3,
evidenciando assim que a qualidade da água da
zona se encontra imprópria para o consumo.
Considerando os parâmetros analisados, constatou-se que nenhum ponto
apresentaram-se adequados ao consumo “in natura”, conforme os padrões de
potabilidade microbiológicos, indicando que a zona vem sofrendo com a falta de
infraestrutura sanitária que acaba aumentando o risco de contaminação por
doenças de veiculação hídrica. A contaminação microbiológica
da água também tem uma relacção positiva com a falta de manutenção e limpeza
dos reservatorios de armazenamento de água ( sobretudo bidons de pvc). Quanto
maior for o período sem limpeza dos reservatorios de água, maior será a
possibilidade deste tipo de contaminação.
Assim, são necessárias intervenções urgentes do poder público, no sentido de
investir no saneamento básico da área. A qualidade das
fontes de água monitoradas está directamente associada às características de sua
localização, tais como ausência de infraestrutura sanitária, proximidade das fossas
aos pontos de recolha de água, além do inadequado estado de preservação dos
pontos.
Os resultados observados lembram que a criação de assentamentos do genero
exige planeamento de uso e ocupação da área, com a observância de estratégias
que vão além da mera partilha da terra. O fornecimento de infraestrutura básica,
como esgotos sanitário e água potável são condições essenciais para manutenção
da qualidade de vida e permanência das famílias nessas áreas. Além de não se
observar esforços das autoridades em criar nas zonas rurais as condições sanitárias
necessárias, como nas áreas urbanas, há ainda desconhecimento dessas
populações sobre a falta de qualidade sanitária da água que
consomem por não possuir tratamento (GIRARDI et al, 2019).
Com os resultados encontrados comprova-se que há existência de microorganismos
presentes nas amostras coletadas com destaque para a água coletada a beira do rio
que apresentou um valor de 16 colonias formadas na solução preparada o que
equivale a 160.000 de microorganismos presentes em cada colónia formada.
Estes números são preocupantes pois observa-se que as pessoas que consomem
esta água sofrem com o perigo de contaminação da água por microorganismos
patogénicos (contaminação biológica), que tem como resultado a doenças que
colocam em rico a saúde e integridade física do consumidor.
E quanto aos valores de p H(6) para a amostra número 3 e p H (7) para as outras duas
amostras. Esta diferença nos resultados deve-se ao elevado índice de
contaminação que acontece a beira do rio pois alguns munícipes que fazem as suas
atividades comerciais próximas ao rio vêm aquele local como local de deposição de
alguns dejetos rejeitados das suas atividades com tripas de peixe, restos de
alimentos, bem como alguns químicos provenientes da lavagem das roupas que
constantemente feitas no rio.
Diferente da amostra nº3, as amostras nº2 e 1 (coletadas no meio do rio e em uma
casa na vizinhança que usa a água do rio), tiveram o mesmo resultado de p H, e os
números presentes de microorganismos nas suas placas também foi diferente mas
no entanto comprova-se que há também a presença de microorganismos nestas
amostras que também são relevantes os seus números/quantidades. A coloração
apresentada foi branca brilhante e algumas poucas amarelas.

Com estas análises feitas comprovou-se também que o índice de contaminação


varia de acordo a época do ano sendo a época chuvosa uma época potencial de
contaminação sendo que há o arraste de partículas e lixos provenientes das
atividades dos munícipes que vivem a beira do rio e que com a força da chuva esse
escoa diretamente para o rio, nesta altura há também um elevado índice de
turvação devido a presença de muito material particulado em suspensão na água
advindos de escoamento de ravinas e buracos, e transportados pela chuva ao rio.

6. RECOMENTAÇÕES

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

8. Apendice

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