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Curso: TECNOLOGIA EM PROCESSOS QUÍMICOS

Disciplina: TRATAMENTO DE EFLUENTES

Me. FERNANDA DE MENDONÇA MACEDO


Aula 03: Características das águas

Naturais: Características físicas


As Características Físicas, Químicas e Biológicas
traduzem uma série de processos que ocorrem no
corpo hídrico e na bacia hidrográfica, como
consequência do escoamento superficial e
subterrâneo.
Padrões de potabilidade:
1- CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
As águas de abastecimento encerram comumente o impacto direto ao
consumidor, podendo, com alguma frequência, concorrer para recusa d a água
distribuída pela concessionária.

Características:
1- temperatura
2- Cor
3- Turbidez, sólidos suspensos e contagem de partículas
4- Sabor e odor
5- Condutividade elétrica
1.1- TEMPERATURA
Indica a magnitude da energia cinética do movimento aleatório das moléculas e
sintetiza o fenômeno da transferência de calor à massa líquida. Caso seja
fornecida energia em forma de calor (aquecimento) à massa líquida, atingir-se-á
estado no qual as forças das moléculas em movimento serão de mesma
magnitude às de coesão intramolecular. O novo aumento da temper atura fará
com que ocorra a expansão e a mudança de estado para gás ou vapor.
1.1- TEMPERATURA
1- Velocidade das reações químicas – que
praticamente dobra com a elevação de 10ºC na
temperatura das águas;
µ 2- Solubilidade das substâncias;

Temperatura3- Concentração de oxigênio dissolvido;


4- ao metabolismo dos organismos presentes no
ambiente aquático;
5- formação de subprodutos da desinfecção;
6- recrudescimento biológico;
7- Taxa de corrosão nas tubulações integrantes
dos sistemas de abastecimento.
( Dezuane, 1997)
1.1- TEMPERATURA

Alteração na temperatura
1.1- TEMPERATURA
ALTERAÇÃO DA TEMPERATURA: Para fins
de tratabilidade os países
tropicais, nos quais a variação da temperatura são menos signific ativas,
apresentam uma vantagem maior.

Médias aritméticas mensais da temperatura da água bruta em duas estações de tratamento de


água (ETA), no Brasil (Minas Gerais) e no Canadá (P rovíncia de Alberta)
1.2- Cor
Características físicas de uma água, devido a existência de substâncias na
dissolvidas, ou em estado coloidal, maioria dos casos de natureza orgânica .
(NBR 9896/1993).
A cor pode originar-se de minerais ou vegetações naturais, tais como substâncias
metálicas (compostos de ferro e manganês), humus, turfa, tanino, algas, e
protozoários, ou ainda de despejos industriais que incluem minas, refinarias,
explosivos, papeleiras,etc.
A cor varia de acordo com o pH, por exemplo: pH 2 (50) e em pH 10 (82).
O cor aumenta com a profundidade dos lagos.
COR APARENTE: é a cor presente em uma amostra de água, devido a presença
de substâncias dissolvidas e substâncias em suspensão.
COR VERDADEIRA OU REAL: é a cor presente em uma amostra de água, devido
a presença de substâncias dissolvidas.
1.2- Cor
Compostos orgânicos:
1- Em maior magnitude, da decomposição de matéria de origem
predominantemente vegetal e do metabolismo de microrganismos presentes no
solo;
2- Atividade antrópicas, tais como, descargas de efluentes domésticos ou
industriais, lixiviação de vias urbanas e solos agriculturáveis.

Para efeito de caracterização de águas para abastecimento:


Determinação da cor verdadeira, após centrifugação (3500rpm / 30´) ou filtração
da amostra em papel de filtro (Whatsman 40 ou filtro de café nº 102).
A determinação da intensidade da cor da água é realizada comparand o-a com
amostra padrão de padrão de cobalto-platina (unidades de cor-u C ou unidade
Hazen-uH).
Limite estabelecido: 15uH – Portaria 2914 de 2011 ou WHO
1.2- Cor

Águas naturais normalmente apresentam cor


verdadeira variando de 0 a 200 uH. Os valores
inferiores a 10uH são praticamente imperceptíveis.

Encontro das águas entre Rio Negro e o Rio


Amazonas. A cor escura é causada pela presença
de produtos em decomposição vegetal e
pigmentos de origem bacteriana.
1.3- Turbidez, sólidos suspensos e
contagem de partículas
Concentração de partículas suspensas e coloidais presentes na massa líquida.
A água com excessivo teor de sólidos em suspensão ou minerais dissolvidos t em
sua utilidade limitada. Uma água com presença de 5,0 uT de sólidos dissolvidos,
geralmente, ainda é viável para uso doméstico, mas provavelmente inadequada
para utilização em muitos processos industriais (Portaria 2914 de 2011) . Água
com teor de sólidos superior a 10,0 uT torna-se inadequada para consumo
humano e possivelmente será corrosiva e até abrasiva. Nos EUA os limites são
mais restritivos 1,0 uT .
WHO não estabelece valor limite em termos de risco à saúde (o valor 5, 0 uT é
mencionado em termos de aceitabilidade pelo consumidor), porém a
recomendação é produzir água tratada com turbidez média inferior a 0,1 uT.
1.3- Turbidez, sólidos suspensos e
contagem de partículas

Média aritmética mensal da turbidez da


água bruta afluente a uma ETA de
médio porte na região sudeste do Brasil.

Média aritmética mensal da turbidez da


água bruta afluente a uma ETA de
grande porte no Canadá.
1.3- Turbidez, sólidos suspensos e
contagem de partículas

SAAE: Serviço de Autônomo de água e esgoto


Matéria de 09 de janeiro de 2013 (Blog de controle de água de Sobral – CE Amostra
de água antes da chuva e após a chuva no Rio Acaraú (água de captação)
1.3- Turbidez, sólidos suspensos e
contagem de partículas
Correlação entre turbidez e a concentração de sólidos suspensos, como parcela de
sólidos totais:
1.3- Turbidez, sólidos suspensos e
contagem de partículas
As frações do sólidos podem ser assim definidas:

SÓLIDOS TOTAIS constituem nos resíduos após a evaporação em banho-maria e


posteriormente secagem a 103-105ºC.

SÓLIDOS SUSPENSOS constituem-se a porção em massa com dimen sões superior a


1,2mm, retida após a filtração.

SÓLIDOS VOLÁTEIS é a porção dos sólidos totais, dissolvidos ou suspensos que se


volatiliza após calcinação a 550-600ºC, por 15´ para sólidos suspensos ou 60´ para sólidos
totais e dissolvidos.

SÓLIDOS FIXOS, constituem-se a porção dos sólidos totais, d issolvidos ou suspensos que
resta após a calcinação a 550-600ºC, por 15´ para sólidos suspensos ou 60´ para sólidos
totais e dissolvidos.

SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS, é a porção de sólidos suspensos que s e sedimenta quando


mantida em repouso em cone Imhoff de um litro durante uma hora.
1.3- Turbidez, sólidos suspensos e
contagem de partículas

A correlação entre a concentração dos sólidos suspensos e a turbidez pode ser


mostrado valendo-se do monitoramento da água bruta afluente a u ma unidade-
piloto de filtração lenta.
1.4- Sabor e Odor
O sabor envolve uma interação de gosto – salgado, doce, azedo e amargo –
como odor, sendo portanto imensuráveis. Apesar de sensações distinta,
usualmente são referenciadas conjuntamente.

Manifestações de odor e sabor apresentam causas distintas para água s de


superfície e subterrânea.
Águas de superfície: Compostos orgânicos resultantes do metabolismo de
alguns microrganismos, decomposição de folhas e plantas aquática s,
lançamento de efluentes industriais e lixiviação de solos agriculturáveis.
Águas subterrâneas: fenômenos naturais provenientes da ação de bactérias
na decomposição anaeróbica de enxofre orgânico, sulfatos e sulfet os gerando
ácido sulfúrico, redução de compostos de ferro e manganês.
1.4- Cor e Sabor
Também podem estar associados:

a compostos orgânicos aromáticos, majoritariamente presentes em efluentes


industriais, como fenóis e nitrofenóis;

Ao crescimento microbiano, e subsequente subprodutos do metabolismo, nas


redes de distribuição;

A concentrações significativas de cloro residual e resultante reação com


compostos orgânicos e/ou microrganismo na rede de distribuição.
1.4- Cor e Sabor
Importância: Testifica a rejeição pela população.

Levantamento realizado em 2000, foram listadas as reclamações mais frequentes


dos consumidores.
87% das reclamações advieram do aspecto visual (Cor e turbidez + Sabor e Odor)
1.4- Cor e Sabor

Principais causas prováveis dos eventos de sabor e odor nos 377 sistem as
amostrados em função do tipo de manancial.
16% avaliaram como sendo sérios os problemas de sabor e odor, de ocorrência
sazonal e significantemente relacionados às redes de distribuição e à
concentração do cloro residual.
1.4- Cor e Sabor

A avaliação da sazonalidade dos


episódios de geração de sabor e odor,
verificou que 75% dos episódios

Grau de severidade dos eventos de odor ocorreram durante a estação chuvosa,


e sabor em função do tipo de manancial
primavera e verão, na qual o carreamento
de substâncias passíveis de conferir o
odor e sabor às águas de consumo torna-
se mais significativo.

Duração dos episódios de odor e


sabor em função do tipo de manancial
1.5- Condutividade elétrica
Indica a capacidade da água natural transmitir corrente elétri ca em função da
presença de substâncias dissolvidas que se dissociam em cátions e ânion s –
usualmente íons de ferro e manganês, além de K+, Cl-, Na+, Ca+2, Mg+2,
sendo por consequência, diretamente proporcional à concentração iô nica.

Esta relação entre característica física da água e a concentração de cátio ns e


ânions, vincula-se ao teor de salinidade, característica de muitos ma nanciais
subterrâneos
1.5- Condutividade elétrica
Usualmente a condutividade elétrica em águas naturais são infe riores a
100mS/cm, podendo atingir 1000 mS/cm em corpos d´água receptores de
elevadas cargas de efluentes domésticos e industriais.

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