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QUALIDADE DAS ÁGUAS

A qualidade de uma determinada água é função do uso é da

ocupação do solo em uma bacia hidrográfica, dependendo assim

das condições naturais e a interferência do homem.

Os Principais usos da água são:

requerem um tratamento
• Abastecimento Doméstico da água para satisfação
dos diversos critérios de
• Abastecimento Industrial
qualidade
• Irrigação

• Dessedentação de Animas

• Aqüicultura

• Preservação Flora e Fauna

• Recreação e Lazer

• Paisagismo

• Geração de Energia
não possui nenhum
• Navegação
requisito especial
• Diluição de Despejos

A água pode ter usos múltiplos, decorrendo daí à satisfação

simultânea dos diversos critérios de qualidade.

Pode-se assim verificar que, em função da utilização que a água

vai ter, existem diversos parâmetros de qualidade a serem

respeitados.
IMPUREZAS ENCONTRADAS NAS ÁGUAS

As impurezas presentes na água e que alteram o seu grau

de pureza, podem ser rematados de maneira simplificada e ampla

pelas suas características físicas, químicas e biológicas. Estas

características podem ser traduzidas na forma de parâmetros de

qualidade da água.

• Características Físicas  Associadas geralmente à

presença de sólidos que podem estar em suspensão, coloidal

ou dissolvido.

• Características Químicas  Podem ser interpretadas

através das duas classificações: Matéria Orgânica ou

Inorgânica.

• Características Biológicas  Os seres presentes na água

podem estar vivos ou mortos. Eles podem pertencer ao

reino vegetal, animal ou protista.


FORMAS DE CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA

Uso de fertilizantes, inseticidas, nitratos, herbicidas e

fungicidas utilizados nas plantações e que se infiltram na terra,

atingindo os mananciais subterrâneos.

Detergentes, desinfetantes, solventes e metais pesados

que são descarregados no esgoto (e muitas vezes nos rios) pelas

indústrias.

Lixo e detrito que são jogados nos rios e lagos.

Produtos derivados de petróleo que vazam e são

arrastados pela água da chuva.

Restos de animais mortos.

Chuva ácida.

A qualidade das águas muda ao longo do ano; em função de

fatores meteorológicos e da eventual sazonalidade de

lançamentos poluidores e das vazões.


PROBLEMAS MAIS COMUNS NA ÁGUA

TURBIDEZ - A turbidez é a presença de partículas de sujeira, barro e

areia, que retiram o aspecto cristalino da água, deixando-a com uma

aparência túrbida e opaca.

GOSTOS E CHEIROS ESTRANHOS - Gostos e cheiros indesejáveis, como

de bolor, de terra ou de peixe, são causados pela presença de algas, humus e

outros detritos que naturalmente estão presentes nas fontes de água como

rios e lagos.

COR ESTRANHA - A presença de ferro e cobre pode deixá-la amarronzada.

Além do aspecto visual, essa água pode manchar pias e sanitários. A água

que causa manchas pretas possui partículas de manganís.

CHEIRO DE OVO PODRE - Este cheiro é causado pela presença de

hidrogênio sulfídrico, produzido por bactérias que se encontram em poços

profundos e fontes de águas estagnadas por longos períodos.

GOSTO DE FERRUGEM/GOSTO METÁLICO - O excesso de ferro e de

outros metais alteram o sabor e aparência da água. O sabor da água pode

apresentar-se metálico, mesmo que visualmente a coloração esteja normal,

pois a coloração enferrujada só aparece depois de alguns minutos em

contato com o ar.

GOSTO E CHEIRO DE CLORO - O cloro é usado pelas estações de

tratamento para desinfetar a água. Porém, a presença de cloro prejudica o

sabor e o cheiro da água que vai ser utilizada para beber ou na culinária em

geral.
PARÂMETROS DE

MONITORAMENTO DE ÁGUA

Os índices de qualidade de água são importantes no

acompanhamento da qualidade, levando em conta que existem

incertezas por detrás das variáveis que o compõem.

PARÂMETROS FÍSICOS

• Cor – é constituída por material sólido dissolvido. Ela pode ser

de origem natural (decomposição da matéria orgânica gerando

ácido húmico e fúlvico ou pela presença de Fe ou Mn) ou de

origem antropogênica (resíduos industriais como corantes ou

esgotos domésticos).

• Turbidez – É utilizada na caracterização de águas brutas e

tratadas no controle de ETA’s. Representa o grau de

interferência com a passagem da luz através da água, conferindo

uma aparência turva à mesma. Nos corpos d’água, reduz a

penetração da luz, prejudicando a fotossíntese.

• Sabor e Odor - Os responsáveis são os sólidos em suspensão e

sólidos ou gases dissolvidos. A origem pode ser natural (matéria

orgânica em decomposição: microorganismos (algas) e gases

dissolvidos (H e O) ou antropogênica (despejos domésticos e

industriais ou gases dissolvidos).


• Sólidos

 Os sólidos totais são obtidos quando é colocado um volume

conhecido de amostra em uma cápsula de porcelana para secar

inicialmente em um banho-maria e em seguida em um forno a

103°C até obtenção de um peso constante (12h).

 Para obtenção dos voláteis, filtra-se um volume conhecido

da água à vácuo utilizando uma membrana (filtro de fibra de

vidro ou de papel) que foi anteriormente seca em uma estufa a

103°C. Após a filtração, leva-se a amostra para uma estufa e

deixa-a durante 12h (peso constante) em seguida pesa-se a

amostra e calcula-se o peso da membrana obtendo-se os sólidos

suspensos totais. A fração volátil é determinada levando-se a

membrana filtrante com os sólidos suspensos a uma mufla à

550°C durante 2h.

• Temperatura - Este parâmetro é utilizado na caracterização

de corpos d’água e na água bruta. A sua importância consiste no

fato de que ela afeta a taxa das reações químicas e biológicas

assim como a solubilidade dos gases (O2 e H2S).


• Condutividade – É a capacidade da água transmitir a corrente

elétrica pela presença de Íons (cátions e anions). A sua origem é

da dissociação de substâncias que se encontram dissolvidas na

água.

PARÂMETROS QUÍMICOS

• pH - É de fundamental importância para diversas etapas do

tratamento de água, quer seja potável ou residual (coagulação,

desinfecção, remoção de dureza, controle da corrosividade).

Além disso, podem provocar corrosão (pH baixo) ou incrustação

(pH alto) nas tubulações e também podem afetar a vida aquática

e o tratamento biológico de esgoto.

• Alcalinidade - É a quantidade de íons na água que reagirão para

neutralizar os íons de hidrogênio. É uma medida da capacidade da

água de neutralizar os ácidos. A alcalinidade é medida pela

titulação de uma amostra de água com uma solução 0,02N de

ácido sulfúrico em amostras com alcalinidade alta.

CO2 + H 2O ← → H + + HCO3− ←
pH 4 , 5
→ H + + CO32−
pH 8, 3

Ex: Fenolftaleína como indicador a cor muda de rosa para incolor.

A alcalinidade é calculada pela equação:

mL do titulante × normalidade do ácido × 50.000


Alcalinidade CaCO 3 mg/L =
mL da amostra
• Acidez - Os responsáveis pela acidez são os sólidos dissolvidos

e gases dissolvidos (H2S e CO2). A sua importância é sobretudo

pela corrosão em tubulações e materiais e interferem no sabor

da água (gosto desagradável) causando a sua rejeição. Ela é

determinada como a alcalinidadade, só que se utiliza o NaOH

0,02 N e é expressa em mg/L CaCO3.

• Dureza - É causada por cátions metálicos polivalentes em

solução. Os mais frequentemente associados à dureza são o Ca2+

e Mg2+, em condições de supersaturação, esses cátions reagem

com ânions na água, formando precipitados. Sua importância esta

na redução da formação de espuma, incrustação nas tubulações

de água quente, caldeiras e aquecedores.

INTERPRETAÇÃO:

o Dureza < 50 mg/L CaCO3 – água mole

o Dureza 50 a 150 mg/L CaCO3 – dureza moderada

o Dureza 150 a 300 mg/L CaCO3 – água dura

o Dureza > 300 mg/L CaCO3 – água muito dura

• Cloretos - Todas as águas naturais, em maior ou menor escala,

contêm íons resultantes da dissolução de minerais. Os cloretos

são oriundos da dissolução de sais. A sua importância reside no

fato de inferir um sabor salgado à água. É utilizado na

caracterização de águas brutas e a unidade é mg/L.


• Ferro e Manganês - Quando na ausência de oxigênio (águas

subterrâneas ou de lagos profundos) estes metais encontram-se

na forma reduzida (ferroso e manganoso) que são solúveis.

Quando expostos ao oxigênio ou outro oxidante eles se tornam

insolúveis (Fe3+ e Mn3+) deixando a água com uma coloração

amarronzada.

DETERMINAÇÕES:

o Colorimetria, onde a concentração da substância testada é

proporcional à intensidade de cor desenvolvida, através de

tubos de Nessler.

o Colorímetros fotoelétricos, através de uma lâmpada e um

conjunto de filtros de vidro colorido, específicos para cada

elemento.

o Espectrofotometria para o ferro (método da fenantrolina)

Para o manganês o método do persulfato.

Oxigênio Dissolvido - É um dos parâmetros mais importantes

para exame da qualidade da água, pois revela a possibilidade de

manutenção de vida dos organismos aeróbios, como peixes, por

exemplo. A escassez de OD pode levar ao desaparecimento dos

peixes de um determinado corpo d'água, dado que esses

organismos são extremamente sensíveis à diminuição do OD de

seu meio. Pode também ocasionar mau cheiro (reações

anaeróbicas).
DETERMINAÇÃO: em frascos de DBO (com tampa esmerilhada).

 O primeiro passo é adicionar 2ml de sulfato de manganês e

2ml de alcali-iodeto-azida, tampa-se o frasco (que deve ser cheio

até o fim para que não fique ar dentro) e mistura-se as soluções

invertendo-o repetidas vezes.

Na ausência de O2 o íon manganoso reage como íon

hidróxido para formar um precipitado branco de Mn(OH)2 na

presença de O2, parte do Mn2+ é oxido à Mn+ e precipita

formando um óxido de cor marrom MnO2, após decantar

 Adiciona-se 2ml de H2SO4 e mistura-se até que a suspensão

seja completamente dissolvida e a coloração amarela seja

uniforme em toda a garrafa.

MnO2 + 2 I − + 4 H + → Mn 2+ + I 20 + 2 H 2 O

O óxido mangânico é convertido para manganês manganoso

enquanto que uma quantidade equivalente de íon iodeto é


0
convertido a iodo livre. A quantidade de I 2 é equivalente ao

oxigênio dissolvido da amostra inicial.

 Retira-se 200 ml da garrafa de DBO e transfere-se para

um recipiente para se titular com uma solução de tiossulfato

0,025 N utilizando como indicador o iodo. O volume utilizado

para cor azul desaparecer é equivalente a mg/L de O.D.


• Demanda Bioquímica de Oxigênio - A DBO mede a quantidade

de oxigênio (em mg de O2/L) necessária para a oxidação biológica

(decomposição) da matéria orgânica presente em um litro de água

poluída a uma dada pressão e temperatura. Simplificadamente o

teste da DBO consiste em se medir o oxigênio dissolvido no dia

da coleta e cinco dias após, sendo a amostra mantida em um

frasco fechado e incubada a 20°C.

• Demanda Química de Oxigênio – O teste da DQO mede o

consumo de oxigênio ocorrido durante a oxidação química da

matéria orgânica, indicando assim indiretamente o teor de

matéria orgânica presente. A sua determinação é feita

utilizando-se uma solução padronizada de dicromato de potássio

e um reagente ácido sulfúrico contendo sulfato de prata que irão

destruir toda a matéria orgânica presente na amostra, de acordo

com a equação:

CALOR
 →
matéria orgânica + Cr2 O72− + H + ←Ag  CO2 + H 2 O + 2Cr 3+

Resumindo, um valor de DQO alto indica uma grande

concentração de matéria orgânica e baixo teor de oxigênio. O

aumento da concentração de DQO num corpo d'água se deve

principalmente a despejos de origem industrial.


• Nitrogênio e fósforo - São inúmeros os minerais possíveis de

ocorrerem na água. O Nitrogênio e o Fósforo dependendo de

quantidade são importantes porque são responsáveis pela

alimentação de algas, vegetais superiores e outros organismos

aquáticos. Em dosagens elevadas podem provocar sérios

problemas sérios problemas, como proliferação excessiva de

algas, causando o fenômeno conhecido como eutrofização (boa

nutrição) de lagos e represas. Nesses casos a água tem mau

cheiro, gosto desagradável e ocorre morte generalizada de

peixes.

INTERPRETAÇÃO:

o P < 0,01 - 0,02 mg/L = não eutrófico

o P entre 0,02 - 0,05 = estágio intermediário

o P > 0,05 mg/L = eutrófico

Coliformes fecais - Os coliformes estão presentes em grandes

quantidades nas fezes do ser humano e dos animais. A presença

de coliformes na água não representa, por si só, um perigo à

saúde, mas indica a possível presença de outros organismos

causadores de problemas à saúde. Os principais indicadores de

contaminação fecal são as concentrações de coliformes totais e

coliformes fecais, expressa em número de organismos por 100 ml

de água.

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