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Curso de Especialização em Papel

ABTCP/UFV - Turma V

Módulo Utilidades:

Tratamento de Água

Marcelo Gasparim
Luiz Renato Pesch
Sérgio H. S. Martinelli
Curso de Especialização em Papel - ABTCP/UFV Sérgio Martinelli
1 - Introdução

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Água e ciclo hidrológico

A água é a substância mais importante na vida animal e vegetal. Da


quantidade total de água na natureza aproximadamente:
• 97,0 % constitui-se de água salgada
• 3,0 % constitui-se de água doce, na maior parte na forma de gelo (e apenas
0,3% na forma diretamente aproveitável)

As águas podem ser classificadas quanto ao ciclo hidrológico em:


• Meteóricas: chuvas, neves e granizo.
• Superficiais: rios, ribeirões, lagos naturais ou artificiais, reservatórios de
acumulação.
• Subterrâneas (a camada que contém água subterrânea se chama aqüífero, e estes se
dividem em freático, a pressão atmosférica, e o artesiano, onde a pressão é maior que a
pressão atmosférica).

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Influência do ciclo hidrológico na
qualidade da água
Água pura no sentido rigoroso do termo, não existe na natureza, pois ela é um
ótimo solvente.

Quando ela se precipita sob a forma de chuva, as gotas dissolvem os gases da


atmosfera (gás carbono, oxigênio, etc.) e carreiam poeiras. Ao retirar gás carbônico da
atmosfera, a água se acidifica e sua ação de solvente é aumentada.

Ao atingir a terra, parte dessa água corre sobre a superfície, parte infiltra-se no
terreno e parte evapora-se.
• A água que se infiltra no terreno, vai sendo filtrada gradativamente pelo terreno
isentando-se da turbidez, mas a ação de solvente faz com que dissolva sais minerais que
encontra (carbonatos, compostos de ferro e manganês)
• A água que corre sobre a superfície além de dissolver sais minerais entra em contato
com matéria orgânica em decomposição, mais frequentemente de origem vegetal e esta
liberta gás sulfídrico, carbônico e amoníaco, além de substâncias orgânicas coloridas que
conferem cor à água.

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Impurezas na água
O conceito de impurezas na água é relativo. Ele está ligado ao uso específico
para o qual a água se destina. Assim, impurezas que tem pequena importância na água de
lavagem de ruas podem ser fundamentais na água industrial ou a utilizada como bebida.

As impurezas mais encontradas na água de abastecimento são:


• Em suspensão: bactérias, microorganismos (algas e protozoários), areia, argila,
resíduos industriais e domésticos.
• Em estado coloidal: substâncias corantes vegetais e sílica.
• Em dissolução: sais de cálcio e magnésio, sais de sódio, ferro, manganês e gases
(oxigênio, gás carbônico, etc.)

Além destes as águas apresentam:


• Substâncias de interesse especial: flúor, iodo e substância radiativa.
• Substâncias que podem causar envenenamento: arsênio, cromo, cobre e chumbo.
• Substâncias que em excesso, tem efeito laxante: magnésio, sulfato e sólidos totais.

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Poluição das águas

Poluição é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas das


águas, que possa constituir prejuízo à saúde, à segurança e ao bem estar das populações, e
ainda possa comprometer a fauna e a utilização das águas para fins comerciais,
industriais e recreativos.

A poluição distingue-se das seguintes formas:


• Poluição física: é a alteração da cor, presença de corpos estranhos e partículas
flutuantes.
• Poluição química: é a presença de substâncias químicas estranhas à sua composição
normal.
• Poluição bioquímica: que está diretamente relacionado ao balanço de oxigênio das
águas.
• Poluição bacteriana: além da contaminação bacteriana deve-se analisar também a
presença de vírus perigosos.
• Poluição radioativa: presença de resíduos radioativos.

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Água e doenças
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente um quarto dos
leitos existentes em todos os hospitais do mundo, na década de 70, era ocupado por
enfermos cujas doenças eram originadas da má qualidade da água.

As principais doenças causadas por microorganismos presentes nas águas são:


1. Doenças de via predominantemente oral:
• Cólera
• Disenterias
• Hepatite infecciosa
• Paralisia infantil (poliomielite)
• Febre tifóide
• Febre paratifóide
2. Doenças de via cutâneo-mucosa:
• Conjuntivites, corizas, etc (doenças de olhos, nariz, ouvido, etc.)
• Esquistossomose.
• Doenças que estão associadas a banhos de piscinas, praias e rios.

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2 - Propriedades da Água

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Propriedades da água
Tratamento primário são todos os processos físico-químicos a que a água é
submetida para modificar sua qualidade, tornando-a com características que atendem as
especificações solicitadas para uma determinada aplicação industrial.

Quanto ao uso, a água pode ser subdividida em:


• Água potável
• Água industrial

A aparência (aspecto físico) de uma água pode nos enganar totalmente sobre a
sua qualidade; assim por exemplo, podemos adicionar à uma água destilada quantidades
tais de sal de cozinha, cianeto de sódio e bactérias (como a Shigella, que provoca
diarréia) e apesar desta água ser extremamente contaminada a mesma permanece com um
ótimo aspecto. Porém, uma água com aparência desagradável, tendo por exemplo argila
em suspensão, pode ser bebida sem que cause danos à saúde.

Portanto para sabermos se uma água é de boa ou má qualidade é fundamental


definirmos as características.
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1. pH

Determinação se a água é ácida, básica ou neutra.

pH < 7,0 (ácida)


pH = 7,0 (neutra)
pH > 7,0 (básica)

Apesar de simples e bem conhecido a determinação do pH da água se torna


fundamental em vários processos, como por exemplo no controle operacional de águas de
caldeira, de modo a minimizar corrosão e em processos coagulação/floculação de águas,
onde a a dosagem de produtos químicos (redução de custos) é minimizada pelo ajuste do
pH ótimo de floculação.

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2. Turbidez
É o termo aplicado à matéria suspensa de qualquer natureza, presente em uma
certa quantidade de água. É preciso uma distinção entre matéria suspensa, chamada
sedimento que precipita rapidamente e entre matéria que precipita vagarosamente,
provocando a turbidez.

A turbidez é encontrada em quase todas as águas de superfície, em valores


elevados, e normalmente ausente em águas subterrâneas.
Em águas de superfície ela pode atingir valores de até 2000 mg/l, como SiO2, ou
mais.
Águas de lagos, lagoas, açudes e represas são, geralmente, possuidoras de
turbidez baixa, porém variável em função dos ventos que revolvem seus fundos.
Águas de rios e riachos apresentam alta turbidez.
De uma forma geral, após uma precipitação de chuvas as águas de superfície
tendem a aumentar seus valores de turbidez.
Unidade de medição: NTU, FTU, ppm SiO2.

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3. Cor

Cor em água é quase que, invariavelmente, devido a presença de matéria


orgânica proveniente de matéria vegetal em decomposição.

Quase todas as águas de superfície apresentam cor enquanto que as subterrâneas


são, geralmente, isentas.

A presença de cor em água é indesejável na grande maioria das aplicações


industriais. Em fábricas de papel, por exemplo, a cor na água de processos irá tingir as
fibras de celulose. Em aplicações de água para a alimentação de caldeiras, a matéria
orgânica, que produz a cor tende a se carbonizar provocando incrustações nos tubos da
caldeira.

Unidade de medição: ppm de Pt (comparação com soluções de cloroplatinato de


potássio)

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4. Odor e Sabor

Geralmente a determinação feita é o do odor visto que o sabor é função deste e


que o olfato humano é mais sensível que o paladar.

Na água, todas substâncias inorgânicas ou orgânicas podem ocasionar sabor e


odor, dependendo da concentração em que estão presentes. Seres vivos, como algas,
plancton, etc. também podem ocasioná-los.

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5. Ferro
A forma mais comum, em que o ferro solúvel é encontrado nos corpos de água, é
como bicarbonato ferroso Fe(HCO3)2. É encontrado, nesta forma, em águas subterrâneas
profundas, limpas e incolores que em contato com o ar se turvam e sedimentam um depósito
amarelo-marrom avermelhado. A reação envolvida, é a seguinte:
4 Fe (HCO3)2 + O2 + 2H2O ===> 4 Fe (OH)3 + 8 CO2
4 Fe (OH)3 ===> 2 Fe2 O3 + 6H2O

Ferro tem a tendência de formar depósitos sobre a superfície de troca de calor;


como em tubos de caldeiras: consequentemente pode provocar rupturas nesses tubos por
superaquecimento localizado.
Os depósitos de ferro em tubos de caldeiras, sendo muito porosos, possibilitam
penetração de íons de sódio por eles, causando um tipo de corrosão chamada corrosão
cáustica.
Além disso pode causar deterioração de certos tipos de resinas, especialmente
aniônicas em plantas de desmineralização de águas. Em águas potáveis não deve exceder a
0,3 ppm.
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6. Dureza
A dureza de uma água é proporcional ao conteúdo de sais de cálcio e
magnésio.
Estes sais, e em ordem decrescente de abundância na água, são bicarbonatos (HCO3),
sulfatos (SO4), cloretos (CL-) e nitratos (NO3).
A quantidade de cálcio é, normalmente, duas vezes maior do que a de
magnésio. Logicamente, estes valores são valores médios que podem ser diferentes em
determinados tipos de água.
No Brasil, a dureza de uma água pode variar desde 5 mg/l ate 500 mg/l como
carbonato de cálcio.
Sais de cálcio e magnésio têm a tendência de formar incrustações em
superfícies de troca de calor, causando o bloqueamento de tubos de caldeiras. Além
disso, essas incrustações provocam perda de eficiência de troca térmica e
consequentemente aumento de custos operacionais e também a possibilidade
rompimento de tubos de caldeira por superaquecimento localizado ou a formação de
corrosão cáustica conforme descrito anteriormente.

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7. Sílica

Sílica é um constituinte de todas as águas naturais. Independente da fonte de


água os valores de sílica, normalmente encontrados, estão na faixa de 3 a 50 mg/l como
SiO2. Águas altamente alcalinas podem em certas ocasiões apresentar valores, talvez
maiores dos que acima.

Geralmente está presentes em águas brutas na forma de ácido silícico e


silicatos solúveis. A sílica em combinação com a dureza produz incrustações duríssimas
e de difícil remoção em superfícies de troca d e calor. Tende a passar para o vapor
formando depósitos duros nos superaquecedores e palhetas de turbinas. Em turbinas é
altamente danoso podendo provocar distúrbios mecânicos como por exemplo
desbalanceamento.
É removido da água por desmineralização e nas caldeiras para evitar a sua
volatilização no vapor (que ocorre em determinadas concentrações) é realizado purga
contínua na água do balão.

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8. Manganês

Geralmente presente em águas brutas como bicarbonato. Sua concentração é


normalmente baixa, podendo variar de 0 a 5 ppm. O manganês apresenta os mesmos
inconvenientes que o ferro em superfície de troca de calor. Em águas potáveis sua
concentração máxima tolerável é de 0,05 ppm.

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9. Matéria em suspensão e matéria coloidal

Suas quantidades são avaliadas pela turbidez e cor. Estão presentes em grandes
quantidades em águas de superfície com as de rios e lagos, e em pequenas quantidades
em águas do subsolo, como as de poços. As naturezas da matéria em suspensão na água
e a coloidal são as mais diversas. Geralmente são constituídas de argilça, areia lama,
óleos, matéria orgânica, sílica coloidal, ácidos húmicos e fúlvicos (resulatntes da
decomposição de vegetais) e organismos como bactérias e esporo. A turbidez de águas
naturais pode variar grandemente em uma mesma fonte, no decurso do tempo e
dependendo das condições climáticas. Assim é que a água de certos rios apresenta
turbidez de 5 a 50 ppm, em termos de SiO2 no mesmo ano, variando também com
região de onde as águas provém. Há águas de rios que apresentam turbidez de até
20.000 ppm como SiO2.

A cor de águas naturais é conferida por certos compostos orgânicos que


transferem para elas suas cores. A cor dependendo da região, pode variar de poucas
unidades de 1.000 unidades Hazen.

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9. Matéria em suspensão e matéria coloidal

Da matéria suspensa em água bruta destacam-se:


1. Complexos de sílica coloidal que não são removidos pelos tipós convencionais de
resinas aniônicas de desmineralizadores, provocando perda de capacidade das mesmas.
2. Ácidos húmico e fúlvico que causam a deterioração de resinas desmineralizadoras.
3. Microorganismos: a maior parte causa a deterioração de resinas desmineralizadoras.
A sílica coloidal e os microorganismos são removidos nos processos de abrandamento e
processos de clarificação. Os ácidos húmicos e fúlvico e a coloração podem ser
eliminados por cloração da água e por filtros de carvão ativado. Os filtros de carvão
ativado removem também qualquer excesso de cloro e matérias orgânica.

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10. Gás carbônico

Apresenta-se dissolvido em águas brutas. Sua concentração pode variar de 2 a


15 ppm. Este gás dissolvido em água é altamente corrosivo ao ferro e ligas de cobre que
constituem as tubulações, aquecedores, rotores de bombas, etc. de sistemas de águas de
alimentação de usinas de vapor. O CO2 pode ser removido das águas brutas ou das
águas de alimentação por desgaseificadores e desmineralizadores.
Para fins potáveis este gás não apresenta inconvenientes nas concentrações em
que normalmente é encontrado.

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11. Oxigênio dissolvido

Está presente na forma de O2. Sua concentração pode atingir cerca de 10 ppm e em
presença de água é altamente corrosivo ao ferro e ligas de cobre. Pode ser removido das
águas de alimentação por desaeradores. O oxigênio dissolvido em água também não
apresenta inconvenientes quando elas se destinam a fins potáveis.

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12. Gás sulfídrico

Sua presença nã é muito frequente. Quando presente, encontra-se na forma


livre de H2S em pequenas concentrações. Em presença de água é corrosivo e
parcialmente por degaseificadores. A presença de H 2S em águas potáveis não é
admissível.

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3 - Tratamento de Água

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Fluxograma Genérico - Planta Utilidades
Torre Resfriamento

Tratamento Primário Tratamento de Efluentes


Fábrica Corpo Receptor
ETA
ETE

Tratamento Secundário
(Desmineralização, Abrandamento Desaeração Mecânica
ou Osmose Reversa)

Consumidores

Tanques de (baixa pressão)


Caldeiras Turbogeradores
Alimentação Caldeiras
Consumidores
(média pressão)

Tratamento Terciário
Tanques de Condensado
(Dosagem de produtos químicps)

Água Condensado Vapor Produtos químicos


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Tratamento de água

Conforme o fluxograma o tratamento de água numa planta de Utilidades pode


ser dividido em três etapas:

Tratamento primário: são todos os processos físico-químicos a que a água é submetida


para modificar sua qualidade, tornando-a com características que atendem as
especificações solicitadas para a utilização industrial. Esse tratamento é efetuado na
ETA.

Tratamento secundário: é o tratamento dado fora da caldeira, com o objetivo de eliminar


impurezas que podem causar incrustação e corrosão nas partes internas das caldeiras ou
turbinas. O tratamento secundário mais comum para água de caldeiras de média pressão
são: filtração, descloração, desmineralização e desgaseamento.

Tratamento terciário: é o tratamento interno da água das caldeiras para evitar corrosão e
incrustações nos tubos da caldeira e formação e arraste.

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3.1 - Tratamento Primário da Água

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Finalidades do tratamento primário e processos

O tratamento primário tem por objetivo a melhoria da qualidade da água sob os


seguintes aspectos:
- Estética: correção da cor, turbidez, odor e sabor.
- Higiênica: remoção de bactérias; elementos venenosos ou nocivos, mineralização
excessiva, teores elevados de compostos orgânicos, protozoários e outros
microorganismos.
- Econômica: redução da corrosividade, dureza, cor, turbidez, ferro, manganês, odor,
sabor, etc.

Processos de tratamento:
- Coagulação
- Floculação
- Decantação
- Filtração
- Desinfecção

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Fluxograma Estação de Tratamento água - KPP

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Coagulação
Coagulação e o processo de neutralização das cargas negativas das partículas
que faz com que as mesmas se atraiam, promovendo aglomeração, formando partículas
maiores, aumentando a velocidade de sedimentação.

A carga negativa das partículas e causada por uma camada fixa de ânions,
seguida de uma camada fixa de cátions e ânions.

A predominância de ânions na estrutura resulta numa carga negativa.Para que


ocorra a neutralização das cargas negativas, é necessário se substituir os cátions
monovalentes na estrutura externa, por cátions polivalentes.Íons de alumínio e íons
ferricos são usados para este fim.

A redução da carga da partícula para - 5,0 a 0,0 milivolts diminui as forças de


repulsão a tal ponto que as partículas podem colidir e aderir umas as outras. Formam-se
micro-aglomerados.
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Coagulação

Coagulantes:
Dados sobre os compostos e a quantidade de alcalinidade consumida, quando estes são
adicionados à água, são representados a seguir. A alcalinidade consumida pode ser de
procedência natural ou adicionada.

Se a água a ser tratada não tem alcalinidade suficiente é necessário proceder-se a adição
de um composto alcalino. A seguir, apresentamos informações relativas a alcalinidade,
fornecida por estes produtos.

Em alguns casos é preciso reduzir-se ao invés de adicionar alcalinidade. O produto


utilizado, normalmente é o ácido sulfúrico. Algumas informações são fornecidas a
seguir

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Coagulação
Coagulantes Fórmula
Sulfato de alumínioAl2(SO4)3 18 H2O
Alúmen amoniacal Al2(SO4)3 (NH4)2SO4 24 H2O
Alúmen potássio Al2(SO4)3 K2SO4 24 H2O
Sulfato ferroso FeSO4 t H2O
Sulfato ferroso clorado FeSO4 7 H2O (1/2 Cl2)
Sulfato férrico Fe2(SO4)3
Cloreto férrico FeCl3 6H2O
Alcalinizantes Fórmula ppm alcalinidade por ppm produto
Bicarbonato de sódio NaHCO3 0,60
Carbonato de sódio Na2CO3 0,94
Soda cáustica NaOH 1,23
Cal virgem CaO 1,21
Cal hidratada Ca(OH)2 1,26
Composto Concentração ppm redução de alcalinidade
Àcido sulfúrico 60ºBe 77,6% 0,79
Àcido sulfúrico 66ºBe 93,2% 0,95
Àcido sulfúrico conc 98,0 1,00
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Coagulação

Propriedades dos coagulantes:

O coagulante mais popular empregado em tratamentos primários de água é o sulfato


de alumímnio. Quando adicionado a uma água quimicamente pura a seguinte reação ocorre:

Al2(SO4)3 + 6 H2O  2 Al(OH)3 + 6 H + 3 SO4

Esta reação é reversivel e qualquer que seja a alteração de pH (alcalinidade)


fornecida à solução existe um desequilíbrio sensível. Como regra geral, para que esta reação
se processe de forma satisfatória é preciso que o pH do meio esteja na faixa de 5,3 a 5,9.
Nesta faixa temos as maiores probabilidades de deslocamento da reação para o sentido
esquerdo.

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Coagulação

O consumo de íons OH da água se traduz em uma diminuição da alcalinidade do


meio. Quando a alcalinidade da água for suficiente para dosar o sulfato de alumínio e reagir
de forma estequiométrica, é necessário adicionar-se mais alcalinidade sob a forma de cal,
carbonato de sódio ou soda cáustica.

Al2(SO4)3 + 3Ca(HCO3)2  2Al(OH)3 + 3CaSO4 + CO2

Em termos quantitativos podemos dizer que 0,5 ppm de alcalinidade natural


expressa como CaCO3 eqüivale à:
0,33 ppm de cal viva a 85% de CaO
0,39 ppm de cal hidratada a 95% de Ca(OH)2
0,54 ppm de barrilha como Na2CO3

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Coadjuvantes de Coagulação
Polieletrólitos:

Até a introdução dos materiais sintéticos como coadjuvantes de floculação,


chamados polímeros polieletrólicos, a sílica ativada não possuía nenhum competidor sério
em clarificação de água. Além de serem nitidamente superiores à sílica ativada, estes
produtos têm a vantagem de serem mais econômicos e convincentes.

Os polieletrólitos podem ser classificados em catiônicos, aniônicos e não aniônicos,


conforme o tipo de carga da cadeia polimérica. No Brasil, devido as características de nossas
águas e sólidos suspensos, só os aniônicos e não aniônicos encontram a sua melhor aplicação.
A vantagem principal que os polieletrólitos oferecem é o tamanho dos flocos,
proporcionando maior velocidade de sedmentação.

Todos os polieletrólitos têm um limite máximo de dosagem após o qual eles se


tornam dispersantes e antieconômicos.

A descrição do mecanismo de ação dos polieletrólitos é tema de uma abundante


bibliografia técnica. O desenvolvimento deste tema não faz parte do objetivo deste trabalho.
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Coadjuvantes de Coagulação
Sílica Ativada

Antes da Segunda .Guerra Mundial desenvolveu-se um produto à base de sílica que,


quando adicionado a um processo de coagulação, melhorava de maneira sensível a qualidade
da água e a capacidade produtiva do sistema de clarificação. Este material é chamado sílica
ativa.

É uma solução parcialmente neutralizada de silicato de sódio. A técnica empregada


para preparar a solução é:
Fazer uma solução de silicato de sódio em água a 1,5%.
Neutralizar 85% da alcalinidade da solução por meio de um ácido forte.
Deixar em repouso por meia hora.
Agitar e diluir com água até uma concentração final, que varia de 0,5 a 1,0% como SiO 2.
Existe o perigo dessa solução se gelificar após algum tempo (2 horas). Neste caso a utilização
de soluções mais diluídas é recomendável.

O emprego de sílica ativada é feito com uma dosagem de 7 a 11% da dosagem do


sulfato de alumínio. O ponto de adição deste produto será encontrado experimentalmente.

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Coagulação - Dosagem de Cal

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Coagulação - Tanque de preparo solução de cal

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Coagulação - Dosagem de Sulfato

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Câmaras de Mistura
Uma vez adicionados os reagentes à água teremos duas fases:
1. Mistura rápida
2. Mistura lenta ou floculação

A mistura rápida é a que permite a dispersão dos produtos químicos na água a ser
tratada, dando uma distribuição uniforme aos mesmos.
A mistura lenta é a que vai permitir o desenvolvimento dos flocos.

Câmaras de Mistura Rápida

Para uma mistura uniforme dos produtos químicos com a água a aplicação deve ser
feita em pontos de grande turbulência, à montante das bombas, orifícios, ressaltos
hidráulicos, chicanas, agitadores mecânicos, etc.

As câmaras de mistura rápida podem ser mecanizadas e não mecanizadas. As


câmaras mecanizadas compõe-se de tanques providos de agitadores mecânicos, com entrada
de água pela parte inferior ou pelo fundo e a saída pela perte superior.

Nas câmaras não mecanizadas a mistura é feita aproveitando-se a energia da água.


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Câmaras de Mistura

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Câmaras de Mistura Rápida - Inclinado

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Câmaras de Mistura

Câmaras de Mistura Lenta - Floculadores

São destinadas a promover a agitação moderada, para a boa constituição dos flocos
e agregação de impurezas.
As câmaras de mistura lenta podem ser mecanizadas ou não:
1. Floculadores mecânicos: podem ser de eixo vertical ou de eixo horizontal.

2. Floculadores não mecanizados: podem ser


- Câmaras com chicanas
- Com movimento horizontal da água
- Com movimento vertical da água (são os mais comuns)
- Câmaras constituídas de compartimentos onde a água faz um movimento, a princípio,
ascendente e depois descendente.

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Câmaras de Mistura

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Câmaras de Mistura

Observações

1. Pode-se ter uma combinação do agitador mecânico e de chicanas com a finalidade de se ter
no início uma agitação mais rápida e depois uma mais lenta.

2. Pode-se ter também uma câmara com chicanas com espaçamentos diferentes entre las,
sendo que nas primeiras chicanas o espaçamento deve ser menor para produzir maior
agitação do que nas últimas.

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Decantação

Pré-Decantação

O processo puro e simples de decantação é aquele aplicado quando a água apresenta


sólidos em suspensão em condições de decantar normalmente, sem o auxilio do processo de
floculação.

A pré denatação é empregada para separar partículas suspensas de grande tamanho.


Para que isso ocorra, é necessário que haja um tempo de retenção no pré-decantador
suficiente para o processo.

O tempo de retenção preciso é calculado considerando-se os seguintes fatores:


- Porcentagem de remoção de sólidos suspensos.
- Profundidade do decantador.
- Velocidade de sedmentação das partículas.
- Dimensão do decantador.
- Velocidade de passagem de água pelo equipamento.

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Decantação
Tipos de Decantadores

Existem dois tipos de decantadores: naturais e construídos.

Os pré-decantadores naturais são em geral constituídos por açudes, lagoas, represas,


etc., dos quais uma determinada indústria se utiuliza, sem preocupação de avaliação do perfil de
lama, nível do mesmo, ou remoção voluntária da lama. Os construídos têm forma retangular, com
entradas e saídas de águas pelos lados menores e um sistema de remoção de lama, composta por
partículas decantadas.

Resultados esperados:

Todos os sistemas de pré-decantação é usado quando e se:


- Houver disponibilidade de área.
- A água apresentar turbidez superior a 200 ppm.
- Existir partículas em suspensão maiores do que 10 microns de tamanho.

Uma pré-decantação deve apresentar quando aplicada corretamente:


Uma água livre de areia e outros sólidos maiores.
Uma água com turbidez inferior a 100 ppm.

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Decantação

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Cloração

Denomina-se Cloração a operação de injeção de um composto químico clorado,


altamente oxidante, à água. A finalidade desta operação é oxidar os materiais oxidáveis.

A cloração divide-se em pré-cloração (efetuada logo após a captação de água ) e pós cloração
(efetuada após a clarificação).

Objetivos

A pré-cloração é usada para oxidar, com o objetivo de mudar o caráter químico da


água. A pós-cloração, por sua vez, é utilizada com o propósito de desinfecção da água.
Tanto o cloro como os seus sais inorgânicos são oxidantes energéticos. Podem
reagir com uma grande variedade de compostos orgânicos na água antes de produzir qualquer
efeito de desinfecção.

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Cloração
Reações com a Água

Quando se a adiciona cloro com uma água quimicamente pura a seguinte reação se
processa:
Cl2 + H2O  HClO + H + Cl
A temperatura ambiente dessa reação se processa em alguns segundos. Em valores de
pH superiores a 4.0 e em soluções muito diluídas a reação se desloca totalmente para a direita.
A propriedade oxidante do cloro é devida à formação de ácido hipocloroso (HClO) e é
precisamente a esta forma de composto clorado que se dá a responsabilidade da ação desinfetante
das soluções de cloro.
O ácido hipocloroso se ioniza ou dissocia, em uma reação quase instantânea, para
formar íons hidrogênio e hipocloritos: o grau de dissociação depende da temperatura e pH da
água.
HClO + H2O  H + ClO
O ácido hipocloroso é fraco e se dissocia mal a valores de pH inferiores a 6,0; portanto
o cloro existe predominantemente na forma de HClO em valores baixos de pH. Entre pH 6,0 e 8,5
ocorre uma variação brusca de HClO não dissociado para a dissociação quase completa.
O pH ideal de cloração situa-se na faixa onde o cloro pode ser encontrado sob a forma
de ácido hipocloroso e íons hipoclorito. O cloro que existe na forma de ácido hipocloroso (HClO)
e íons hipoclorito (ClO) é chamado cloro residual.
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Cloração

Demanda de Cloro

As características químicas das fontes de água diferem radicalmente entre si. As


quantidades de cloro necessárias para obter um objetivo desejado refletem de maneira clara
essas diferenças.
Os compostos existentes na água, que exercem influência sobre a demanda de cloro,
dificultam o uso deste elemento na desinfecção, pois exigem que se aplique a quantidade de
cloro não somente para destruir os compostos químicos, mas também para matar a vida
biológica na água.
São os seguintes os fatores que influem na demanda de cloro de um sistema:
- Nível de compostos redutores inorgânicos.
- Nível de compostos redutores orgânicos.
- Cloro necessário para mineralizar os derivados obtidos anteriormente.
- Evaporação natural do cloro.
- Quantidade de cloro necessária para obter resultados de desinfecção.
- Tempo de contato preciso para obter os efeitos desejados.

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Cloração

Compostos Clorados

Existem diversos tipos de compostos químicos utilizáveis para efetuar uma


cloração. Dentre os mais comuns podemos citar os seguintes:

Cl2, cloro (gás)


CaCl2O, cloreto de cal (pó)
Ca(ClO)2, hipoclorito de cálcio (pó)
NaClO, hipoclorito de sódio (líquido)
ClO2, dióxido de cloro (líquido)
Dicloro isocianurato de sódio (pó)

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Cloração
Conclusões

Apesar dos resultados obtidos altamente compensadores, quer seja para a oxidação
quer seja para a desinfecção, a prática está longe de ser uma operação simples.
A determinação de valores exatos de tempos de contato, demanda de cloro, residual
de cloro livre, extensão da oxidação, extensão de desinfecção é tão complexa e laboriosa que
para uma aplicação industrial, aparentemente não seria tolerável. No entanto a utilização de
cloro é tão difundida que já existem parâmetros e regras práticas de fácil aplicação que
podem ser adotadas com margens de sucesso quase totais. Passamos a descrevê-las a seguir:

Pré-Cloração - Oxidação e Desinfecção:


1. O consumo de cloro na pré-cloração é sempre superior ao da pós-cloração.
2. O teor de cloro residual no efluente do sistema de tratamento primário deve estar
compreendido entre 0,5 e 1,0 ppm de Cl2.
3. Se a água possuir teores de ferro ferroso e sulfeto de hidrogênio superiores a 1,0 ppm cada,
uma aeração antes da cloração precisa ser efetuada.
4. Para efeitos de oxidação e melhora do processo de clarificação é necessário que haja um
tempo mínimo de contato de 15 minutos desde o momento em que a água recebeu o cloro até
o início do processo de clarificação.
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Cloração
Pós-Cloração
1. O teor de cloro livre residual, antes da utilização da água para qualquer finalidade, deve
estar compreendido entre 0,5 e 1,0 ppm de Cl2.
2. O tempo de contato mínimo para uma garantia total de desinfecção é de quatro horas.

Como resultados esperados no processo de cloração podemos citar os seguintes:


1. Oxidação da matéria orgânica e inorgânica, removendo cor da água e auxiliando o
processo de clarificação.
2. Controle microbiológico do sistema, evitando o desenvolvimento de algas, que prejudicam
a operação do sistema.
3. Desinfecção da água.

Como regra prática para avaliar a necessidade de pré-cloração mencionamos:


a)Toda vez que for preciso proceder-se a uma oxidação dos materiais inorgânicos contidos na
água; b) Quando a extensão da contaminação microbiológica estiver acima de 5000 por ml.;
c)Quando o tempo de residência da pós-cloração for inferior a quatro horas; d)Sempre que o
teor de matéria orgânica for superior a 5 ppm. e) Para controlar ou limitar o desenvolvimento
de microorganismos nos decantadores e filtros (evita a proliferação de algas e outras plantas
nas paredes do decantador e do filtro, além de retardar a fermentação do lodo).
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Pré - Cloração

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Armazenagem de Cloro

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Ajuste de pH antes Filtração

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Filtração
Filtração da água pode ser definida como passagem de água através de um meio
poroso para remover matéria suspensa. Existem muitos tipos de filtros para remover matéria
suspensa da água. Incluem os filtros de cartucho, de gravidade, de pressão e os auto-
regenerante. Os mais comumente encontrado são os filtros de gravidade.

Filtros de Gravidade

A água é passada verticalmente pelo filtro por gravidade. Comumente o meio


filtrante é areia suporta por cascalho. Um sistema de drenagem, abaixo do cascalho, coleta a
água filtrada e a conduz a um reservatório. Em geral, o sistema de drenagem compõe-se de
um tubo principal com ramificações perfuradas.
A camada de cascalho tem, em geral, 21 polegadas de espessura. Tem-se
normalmente 8 camadas com o cascalho bruto e o cascalho fino no topo. O diâmetro pode
variar de 3,5 a 1/8 polegadas.
A camada de areia tem, geralmente 25 polegadas de espessura.
O sistema de drenagem também é usado para a contra-lavagem, que é feita
verticalmente, de baixo para cima, através do filtro, para remover matéria acumulada.
Lavam-se os filtros, normalmente, quando a perda de pressão atinge 8 pés. Isto
ocorre quando a matéria filtrada e acumulada retarda a passagem de água.
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Filtração

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Filtração

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Filtração

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Filtração

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Filtração

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Padrões de Qualidade - ETA KPP

Cor (ppm Pt) 5

pH 6,8 - 7,8

Turbidez (FTU) 1

Cl residual (ppm) 0,5 - 1,0

Fe (ppm)  0,2

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Simulação do processo em laboratório

Com o objetivo de otimizar o consumo de reagentes químicos na planta da ETA o


processo pode ser simulado em laboratório (estação de tratamento em escala piloto).

O “Teste de Jarro” como é chamado é um sistema simples compostos por becker’s


com agitadores e controladores de velocidade de agitação (agitação rápida e agitação lenta),
simulando as câmaras de mistura rápida e lenta (floculador).

Os tempos de agitação rápida e lenta utilizados são de 2 e 5 minutos


respectivamente. Após a agitação deixa-se em repouso por uma hora e realiza-se as análises
de turbidez, cor, pH e alcalinidade.

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Equipamento usado para o “Teste de Jarro”

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ETA Compacta

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ETA Compacta

Focodecantador Filtro de areia

ETA - Compacta

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3.2 - Tratamento Secundário da Água

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Troca Iônica

Consiste na substituição de íons menos desejáveis por íons mais desejáveis, sendo um
processo descontínuo de reações reversíveis. É o processo mais utilizado de tratamento
de água para geradores de vapor (principalmente de alta pressão).

Tipos de Resinas

As resinas podem ser divididas em duas categorias:

- Estrutura do tipo gel: apresentam uma fase contínua com pequena porosidade.

- Estrutura macrorreticular: apresentam uma fase descontínua com grande área de


superfície e grande diâmetro de porosidade. Possuem maior resistência ao atrito e a
oxidação. No caso de aniônicas possuem maior resistência ao envenenamento por
matéria orgânica.

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Resinas

As resinas podem ser divididas em:

- Catiônica fortemente ácida: remove todos os cátions presentes na água, principalmente


Cálcio e Magnésio.

- Catiônica fracamente ácida: remove parte dos cátions presentes na água. Muito
aplicada em águas com elevada dureza associada a alcalinidade (extrema capacidade de
remover cátions combinados à alcalinidade).

- Aniônica fortemente básica: remove todos os ânions presentes na água.

- Aniônica fracamente básica: essas resinas são utilizadas com a finalidade de remover
primeiramente os ânions de ácidos fortes, (cloreto, sulfato e nitrato) não tendo
capacidade de remover os ânions fracamente ionizáveis (bicarbonato e sílica).

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Problemas com Resinas
Fouling
Ocorre em resinas aniônicas forte do tipo gel.
A matéria orgânica reage quimicamente com a resina aniônica forte e também é absorvida
nas fissuras causadas pelo inchamento da resina gel.

Este problema bloqueia gradualmente os grupos ativos da resina, causando os seguintes


resultados:
- aumento da necessidade de regenerante
- aumento da condutividade do efluente
- decréscimo do pH do efluente
- aparecimento prematuro de sílica
- diminuição gradual da capacidade da resina

Solução:
- uso de resinas macrorreticulares
- limpeza com salmoura quente 10%
- camada de resina aniônica fraca macroporosa sobre a resina aniônica forte gel
- uso de resinas acrílicas macroporosas (< remoção de sílica).
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Problemas com Resinas

Envenenamento por Ferro


Existem três formas de problemas em resina catiônica causadas por ferro:

- ferro insolúvel em suspensão retido na resina pela ação de filtragem.


- ferro solúvel é oxidado da forma ferroso a forma férrico formando um hidróxido que
precipita de forma gelatinosa sobre a resina causando uma diminuição da capacidade.
- ferro solúvel é oxidado a forma férrico após a absorção na resina catiônica precipitando
dentro dos poros e causando a redução drástica da capacidade.

Solução:
- No primeiro caso: contralavagem
- No segundo caso: imergir a resina em uma solução de hidrosulfito de sódio 4%
- No terceiro caso: imergir a resina em uma solução 10% em peso HCl por 5-12 horas.

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Problemas com Resinas

Quebra de Resinas
Causada normalmente quando a concentração de cloro livre na água de entrada da resina
catiônica for maior que 0,1 ppm.

O cloro ataca o DVB diminuindo a resistência física.

A resina quebra e pode liberar o íon sulfônico que irá contaminar resina aniônica fraca.

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Processos de Tratamento

Abrandamento

A principal aplicação de água abrandada é na alimentação de geradores de


vapor de baixa pressão (até 20 Kgf/cm2), onde os teores de dureza da água devem ser
menores que 5 ppm ou em alguns casos onde são necessários teor menor que 1 ppm.

Nesse tipo de aplicação a resina recomendada é a resina catiônica fortemente


ácida (CFA), que trabalhará no ciclo sódico R-Na, onde irá substituir os cátions Cálcio
(Ca++) e Magnésio (Mg++) pelo cátion Sódio e portanto será regenerada com solução
de cloreto de sódio (NaCl).

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Processos de Tratamento
Abrandamento

Operação

resina íons na água resina saturada água abrandada


2 R-Na + MgCl2  R2Mg + 2 NaCl
2 R-Na + CaCO3  R2Ca + Na2CO3

Regeneração

resina saturada regenerante resina dreno da regeneração


R2Mg + 2 NaCl  2 R-Na + MgCl2
R2Ca + 2 NaCl  2 R-Na + CaCl2

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Processos de Tratamento
Desmineralização

É o processo de purificação de água mais utilizado para alimentação de


caldeiras de alta pressão, acima de 40 Kgf/cm2, cuja principal finalidade do vapor é a
geração de energia elétrica através de turbinas.

Na desmineralização da água é feita a remoção total dos cátions presentes na


água bruta. Esses cátions serão removidos por uma resina catiônica e substituídos pelo
cátion H+ quando da passagem de água de uma coluna de resina catiônica, formando
portanto ácidos correspondentes aos ânions que estavam combinados com cátions
eliminados.

Em seguida a água contendo apenas os ânions remanescentes é passada por


outra coluna com resina aniônica que irá remover todos os ânions existentes,
substituindo-os pelo ânions hidroxila que em combinação com o cátion hidrogênio,
formará uma nova molécula de água.
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Processos de Tratamento
Desmineralização
Operação do Leito Catiônico

resina íons na água resina saturada água descationizada


R-H + Ca(SO)4/(Cl2)/(HCO3)2  R2Ca + H2SO4/HCl/H2CO3
Mg(SO)4/(Cl2)/(HCO3)2  R2Mg
KCl/HCO3 RK
SiO2 SiO2

Operação do Leito Aniônico

ânions da água resina resina saturada água desmineralizada


H2SO4/HCl + R-OH  R2SO4/RCl + H2O
H2CO3/SiO2 RHCO3/R2CO3
SiO2 R2SiO3

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Processos de Tratamento
Desmineralização
Regeneração do Leito Catiônico

resina saturada regenerante resina p/ operação efluente


R2Ca + H2SO4/HCl  RH + Ca(SO4)/CaCl2
R2Mg + H2SO4/HCl  RH + Mg(SO4)/MgCl2
RNa + H2SO4/HCl  RH + Na2(SO4)/NaCl

Regeneração do Leito Aniônico

resina saturada regenerante resina p/ operação efluente


R2SO4 + NaOH  ROH + Na2SO4
R2CO3 ROH Na2CO3
R2SiO3 ROH Na2SiO3

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Planta de Desmineralização - KPP
PV028 715P24 - 715P25
V005
715P26 - 715P37
V024
715M75 Descl. C 715M74 Descl. B 715M73 Descl. A
V022

V40 V33 V38 V32 V06 V31


V27 V26 V25
V30 V39 V29 V37 V28 V23 V206

V36 EFLUENTE V35 EFLUENTE V34 EFLUENTE


V74
715-M-065
Leito misto A
V62 V63 V224

V79 V82
V44 C5 C8 V45 C5 C8 V43 C5 C8 V75
715M071 715M069 715M067 V86 V81
Cation A C4 Cation B C4 Cation C C4
V178 V84 V 85
C1 C1 C1
V83
C7 C7 C7
V98 V80
C2 C2 C2 V64

V87
V061 C3 C3 C3
EFLUENTE
V76
V69 V67 V68
C6 C6 C6
EFLUENTE EFLUENTE EFLUENTE

V73 V72 V66 V65 V71

V203
A8 A5 A8 A5 A8 A5
715M072 715M070 715M068

A4 Anion A A4 Anion B A4 Anion C 715-M-066


A1 Leito misto B
A1

V90
A1 V223
A7 A7 A7
V96 V91
A2 A3 A2 A3 A2 A3

V88
V89 V92

LV31
FV26

V219

V200

FV25
V78 V77 V70
A6 A6 A6 V95 V94 V176
EFLUENTE EFLUENTE EFLUENTE
ÁGUA DESMI
V83

715M77
715M76
FI 22

715M78
V138
V134

Tqs.
V132 FV22 FI23.1
V97
FI23.2 FI 24
V140 V137 715P008
V135 V145 FV24 715P006
715P009 715P007 EFLUENTE
V143

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Descloradores - Operação

Processo: O processo de descloração da água é composto por três filtros descloradores, os


quais possuem um leito filtrante constituído por pedregulho , areia e carvão ativado
granulado.

Objetivo: reter o cloro residual presente na água, o qual sendo uma substância oxidante,
poderá causar a deterioração das resinas catiônicas. O leito de carvão ativo também tem ação
sobre matéria orgânicas na forma ionizada, transmissoras de cor e odor à água,
principalmente os ácidos orgânicos, os quais podem causar o envenenamento de resinas
aniônicas.

Critério de parada do leito: Uma vez por dia um dos leitos é parado para lavagem.

Lavagem: A lavagem é realizada em contracorrente e objetiva a descompactação do leito de


carvão e a desobstrução de seus poros, onde ficam retidas as partículas sólidas encontradas
em suspensão na água durante a campanha dos filtros.

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Leitos Catiônicos - Operação

Operação: O objetivo do leito catiônico é retirar cátions presentes na água, que são
prejudiciais a eficiente operação das caldeiras. Os principais cátions presentes na água são:
Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Potássio (K) e Sódio (Na).

A resina catiônica absorve esses cátions da água, mas após um determinado


período de tempo de operação a resina se torna saturada, ou seja, ela não consegue mais
absorver os cátions. Nesse momento o leito catiônico deve ser parado e regenerado.

Critério de parada do leito: Quando a condutividade de algum dos leitos aniônicos for
maior do que 4,0 s/cm2 (gráfico de condutividade dos ânions localizado na sala de controle
da Desmineralização – CR013, CR014 e CR015) o filtro catiônico com maior volume de
operação (medido pelos totalizadores de volume) deverá ser parado para regeneração.

Critério para colocar o filtro em operação: O pH da água (determinada em laboratório)


na etapa de “Testes” no final da regeneração deve estar entre 2,5 e 2,8.

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Condutividade dos Leitos Catiônicos

Ela mede a quantidade de eletrólitos (íons) dissolvidos na água.


Quanto mais eletrólitos, maior a condutividade.

Esta é expressa em micro Siemens por cm (S/cm).

Quando a resina catiônica satura, o primeiro íon que escapa é o Sódio


(Na+) e este é o responsável pelo aumento da condutividade. Em seguida
inicia a fuga de outros íons responsáveis pela dureza da água. Quando o
perfil da água é constante e estável, podemos estabelecer a campanha através
do tempo (horas de operação).

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Leitos Aniônicos - Operação

Operação: O objetivo do leito aniônico é retirar ânions presentes na água, que são
prejudiciais a eficiente operação das caldeiras. Os principais ânions presentes na água são:
Sílica (SiO2), Carbonato (CO32-), Sulfato (SO42-) e Cloreto (CL1-).

A resina aniônica absorve esses ânions da água, mas após um determinado período
de tempo de operação a resina se torna saturada, ou seja, ela não consegue mais absorver os
ânions. Nesse momento o leito aniônico deve ser parado e regenerado.

Critério de parada do leito: Quando o teor de sílica (análise realizada em laboratório) da


água na saída do leito aniônico for maior do que 0,3 ppm o leito deve ser parado e
regenerado.

Critério para colocar o filtro em operação: O pH da água (determinada em laboratório)


na etapa de “Testes” no final da regeneração deve estar entre 9,0 e 10,0 e o teor de Sílica da
água (determinada em laboratório) deve ser menor do que 0,01 ppm.

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Leitos Mistos - Operação

Operação: O objetivo do leito misto é fazer um polimento na água, retirando ânions e


cátions não retirados nos leitos anteriores. O leito é composto por 30% de resina aniônica e
70% de resina catiônica. A mistura de resinas absorvem esses íons da água, mas após um
determinado período de tempo de operação a resina se torna saturada, ou seja, ela não
consegue mais absorver os íons. Nesse momento o leito misto deve ser parado e regenerado.

Critério de parada do leito: Quando o teor de sílica (análise realizada em laboratório) da


água desmineralizada for maior do que 0,03 ppm deverá ser realizado análise de sílica para
a água na saída dos leitos mistos A e B. O leito que apresentar o pior resultado deve ser
parado e regenerado.

Critério para colocar o filtro em operação: O pH da água (determinada em laboratório)


na etapa de “Testes” no final da regeneração deve estar entre 6,8 e 7,5 e o teor de Sílica da
água (determinada em laboratório) deve ser 0,00 ppm.

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Etapas para a Regeneração dos Leitos
1. Contra lavagem: objetiva movimentar a resina, tornando o leito homogêneo para a
aplicação do regenerante. O fluxo é invertido entrando pelo fundo do filtro e saindo
por cima, indo para o esgoto.

2. Abaixamento do nível: é importante para que não haja diluição excessiva do


regenerante na etapa seguinte. Por outro lado não é recomendável drenar o filtro
totalmente, devido a possibilidade do regenerante muito concentrado deteriorar a
resina. Para que o processo de regeneração seja eficiente duas variáveis devem ser
atendidas: a concentração do regenerante e o tempo de contato entre o regenerante e a
resina, além da quantidade de regenerante/m3 de resina. Quando o nível não é
abaixado, o regenerante se dilui e a eficiência de regeneração cai, afetando o tempo de
operação do filtro.

3. Aplicação do regenerante: é que fará a regeneração da resina. Ele trocará íons com
a resina, retirando os íons que estão absorvidos na resina (da água), regenerando-a.
São de fundamental importância a concentração do regenerante e o tempo de contato
entre o regenerante e a resina, além da quantidade de regenerante/m3 de resina.

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Etapas para a Regeneração dos Leitos

4. Repouso: Esta etapa objetiva um maior tempo de contato entre a


resina e o regenerante, melhorando assim a eficiência de regeneração.

5. A Lavagem Lenta: objetiva a remoção gradativa dos excessos de


regenerante do leito e os sais formados durante a etapa de regeneração.

6. A lavagem Rápida: objetiva a remoção do regenerante residual do


leito e os sais formados durante a etapa de regeneração, situados
internamente a resina.

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Osmose

A osmose foi descrita pela primeira vez há mais de duzentos anos. A


Osmose envolve a ação da água quando duas soluções de concentrações
diferentes são separadas por uma membrana semipermeável. A água fluirá,
através da membrana da solução menos concentrada em direção à mais
concentrada, até que as duas soluções atinjam o equilíbrio.

Pressão Osmótica
. . . . . . . .
Fluxo Osmótico
. . .. . . . . .. . .
.
. . .. . .
. . .. .
. . . . . .
Solução diluída Solução concentrada Solução diluída Solução concentrada

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Osmose

Neste ponto o nível da coluna de solução do lado da solução mais


concentrada estará acima do correspondente à coluna do lado da solução mais
diluída. A esta diferença entre colunas de solução denominou-se pressão
osmótica.

A fenômeno de osmose é de fundamental importância na natureza, já


que o transporte seletivo através de membranas é essencial aos sistemas
biológicos.

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Osmose Reversa

A Osmose Reversa como o próprio nome diz é o processo contrário à


Osmose, onde por exemplo a água pura pode ser retirada de uma solução salina
por meio de uma membrana semipermeável.

Para que isso ocorra é necessário uma pressão superior à pressão


osmótica, relativa à sua concentração salina. Na prática, isto é obtido
pressionando-se a solução por meio de uma bomba e passando esta solução sob
alta pressão por um vaso de pressão, onde está contida a membrana, vaso este
denominado permeador.

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Osmose Reversa

A água pura e a solução agora mais concentrada são retiradas de forma


contínua dos dois lados da membrana, de modo que a pressão osmótica e a
concentração de sais se mantenham em nível aceitável para que o processo não
seja interrompido. A água assim obtida é denominada produto e a solução
concentrada de descartado ou rejeito
Pressão

. . . . Solução diluída

. . .. . .
.
. . .. . Solução concentrada

. . .
Agua
Solução diluída Solução concentrada

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Osmose Reversa
Em resumo podemos dizer que a Microfiltração, a Ultrafiltrção, a
Nanofiltração e a Osmose Reversa são processos de separação por membranas,
os quais diferem entre si na dimensão física do material retido pela membrana.

A Osmose Reversa é o nível final de processos de filtração disponíveis.


A membrana de Osmose Reversa atua como um barreira a todo os sais
dissolvidos e moléculas inorgânicas, assim como as moléculas orgânicas com
peso molecular acima de 100.

As moléculas de água, por outro lado, passam livremente através da


superfície da membrana criando uma corrente de água purificada. As rejeições
típicas de sais dissolvidos atingem a marca de 95 a 99%. Aplicações de
Osmose Reversa são numerosas e variadas, incluindo a dessalinização de água
salobra ou água do mar, tratamento de efluentes industriais, aplicações médicas
e/ou farmacêuticas, produção de água para Caldeiras, etc...

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Osmose Reversa

Mecanismo de Remoção de Sais:

O processo de Osmose Reversa é aplicado na separação, concentração


e fracionamento de substâncias inorgânicas e orgânicas (iônicas ou não iônicas,
em soluções aquosas ou não aquosas, tanto no estado gasoso como no líquido.

Considerando o mecanismo de retenção de partículas de soluto


preferivelmente às moléculas de água, o processo é regido por um fenômeno de
superfície: a natureza química adequada da superfície do filme em contato com
a solução a ser purificada, assim como a existência de poros de dimensão
apropriada na superfície deste filme constituem os dois requisitos
indispensáveis ao sucesso deste processo de separação.

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Osmose Reversa

Mecanismo de Remoção de Sais:

A natureza química do material constitui a membrana, demonstra uma


preferência à passagem de água e impede a passagem de sais dissolvidos por
sua superfície. A passagem de moléculas de água através da estrutura da
membrana ocorre tanto pela presença de poros existentes em sua superfície
como pelo fenômeno da difusão destas moléculas pela estrutura interna do
filme fino que constitui a superfície de filtração da membrana.

Tanto a natureza física como química da membrana determinam sua


capacidade de transportar moléculas de água e rejeitar partículas ou sais
dissolvidos.

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3.3 - Tratamento Terciário

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Tratamento químico em caldeiras

Os programas de tratamento químico variam em performance e custo. Para


selecionar o tipo de tratamento mais eficiente, o técnico precisa compreender as
condições que tornam esse tratamento necessário, e as opções disponíveis.

Efeitos dos contaminantes da água:

1. Incrustações.
2. Corrosão.
3. Formação de espuma e arraste.
4. Volatilização de sílica.
5. Corrosão por soda cáustica.
6. Fragilização por hidrogênio.
7. Corrosão por gases dissolvidos.

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Efeitos dos contaminantes na água
Incrustação:
São depósitos nas superfícies internas das caldeira, formados principalmente
por carbonato de cálcio, sulfato de cálcio silicato de cálcio ou magnésio, silicatos
complexos contendo ferro, alumínio, cálcio e magnésio.
Os sais de cálcio e magnésio são os principais formadores de depósitos e têm a
solubilidade diminuída com a elevação da temperatura, precipitando-se facilmente nas
superfícies metálicas. Os principais problemas são:

- Aumento do consumo de combustível: depósitos de baixa condutividade térmica e


elevada espessura diminui a transferência de calor e aumenta os custos de produção.

- Formação de área propícias à corrosão: depósitos de natureza porosa facilitam a


migração de soda cáustica ou íons cloretos para baixo deles, originando corrosão
acentuada.

- Ruptura dos tubos por fluência: o superaquecimento do metal, sob o depósito,


modifica sua estrutura cristalina, fazendo-o perder as suas características de resistência à
pressão.
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Efeitos dos contaminantes na água
Corrosão
A inibição da corrosão em geradores de vapor é essencial pelas razões óbvias
de segurança, produtividade e custos.

Em caldeiras, a corrosão dos tubos é devida principalmente pela presença de


oxigênio dissolvido, hidrogênio, gás sulfídrico, elevado teor de soda cáustica, ácidos
fracos como ácido carbônico e elevados teores de sais como o cloreto de magnésio,
cloreto de cálcio, cloreto ferroso e sulfato de magnésio. Há ainda outros elementos que
podem causar ou encontram-se associados à corrosão como o cobre, níquel, ferro,
presença de depósitos porosos, sólidos em suspensão, etc.

No sistema de condensado, a corrosão nas linhas de retorno é causada


principalmente pela presença de oxigênio e gás carbônico.

A corrosão está intimamente interligada ao pH da água. A presença de gases


dissolvidos e alguns sais ácidos causam a redução do pH da água, aumentando
consequentemente o processo de corrosão.
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Efeitos dos contaminantes na água
Formação de Espuma e Arraste
O arraste consiste de pequenas gotículas de água que são carregadas pelo vapor
no momento que este se desprende da superfície da água. Em condições normais de
operação, o arraste de água é uma possibilidade remota pois os internos do tubulão são
projetados para evitar que isso ocorra. Porém isso pode ocorrer quando houver:
- Danos nos aparelhos separadores de vapor.
- Nível alto no tubulão.
- Variação brusca de carga.
- Presença de espuma no tubulão superior.

As causas da formação de espuma são:


- Excessiva concentração de sólidos na água.
- Excessiva alcalinidade cáustica.
- Matéria orgânica em suspensão na água como óleo, graxas, etc.

As conseqüências são: formação de depósitos no superaquecedor, nas pás das turbinas e


no sistema de condensado.
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Efeitos dos contaminantes na água

Volatilização de sílica
A sílica presente na água pode se volatilizar, depositando-se nas palhetas das
turbinas e nos sistemas de superaquecimento do vapor.

A concentração de sílica no vapor depende da pressão de operação e da


concentração de sílica na água de caldeira.

Os valores máximos permissíveis em águas de caldeiras são determinadas em


função das pressões de operação e do pH da água da caldeira.

O depósito em turbina provoca perda de capacidade, desbalanceamentos e


necessidades de paradas. Esses depósitos de sílica são de difícil remoção.

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Efeitos dos contaminantes na água

Corrosão por Soda Cáustica


Há dois tipos de corrosão por soda cáustica em caldeiras: Corrosão por soda
cáustica propriamente dita e a Fragilidade cáustica.

A corrosão por soda cáustica ocorre pela penetração desta nos depósitos
porosos e reagem com a magnetita formando:

Fe3O4 + 4 NaOH  2 NaFeO2 + Na2FeO2 + 2 H2O

FeO + 2 NaOH  Na2FeO2 + H2

A fragilidade cáustica ataca o metal (independente da presença de depósitos)


principalmente nas regiões mais tensionadas.

No primeiro caso a solução do problema veio com a evolução do tratamento


químico da água das caldeiras e no segundo caso com a evolução dos materiais de
construção e das técnicas de montagens fabricação.
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Efeitos dos contaminantes na água
Fragilização por Hidrogênio
O ataque mais característico pelo hidrogênio ocorre quando o metal exposto
reage com vapor ´d’água, restaurando parte da magnetita e formando hidrogênio:

3 FeO + 4 H2O(V)  Fe3O4 + 4 H2

O hidrogênio atômico formado se difunde entre os grãos da rede cristalina do


metal e reage com o carboneto de ferro que é um constituinte do aço carbono, uma
descarbonetação, segundo a reação:

Fe3C + 4 H  3 FeO + CH4

O gás metano formado, aprisionado entre os grãos de aço, exerce pressões


parciais elevadas dentro da estrutura do aço, produzindo fraturas descontínuas
intergranulares até o total rompimento. A fragilização por hidrogênio aparece sempre
associada ao ataque químico do tubo, sendo assim uma consequência de um processo de
corrosão através de diversas formas. Este fenômeno ocorre apenas em caldeiras de alta
pressão, acima de 800 psi.
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Efeitos dos contaminantes na água

Corrosão por Gases Dissolvidos

Entre os gases mais comumente encontrados na água podemos destacar o


oxigênio e o gás carbônico.

O oxigênio dissolvido na água utilizada em caldeiras em funcionamento


provoca corrosão por pittings, principalmente em pH baixo (pH<9)

O gás carbônico forma ácido carbônico quando dissolvido na água, reduzindo


consideravelmente o pH do meio e agindo em conjunto com o oxigênio provocando o
ataque ácido ao metal.

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Tratamento químico da água das caldeiras

O tipo de tratamento a ser adotado para a água da caldeira depende da pressão


de operação e de sua água de alimentação. Para água de baixa e média pressão usa-se
vários tipos de tratamentos.

O tratamento convencional para caldeiras de baixa e média pressão é feito


através do controle por fosfatos, da alcalinidade e do uso de sulfito e hidrazina.

Para caldeiras que operam à alta pressão (> 42 Kgf/cm2) os fenômenos que
regem a transferência de calor ocorrem a temperaturas e taxas mais elevadas, tornando
os tubos e partes constituintes da caldeira mais suscetíveis à ocorrências de fatores que
prejudiquem sua resistência. O tratamento utilizado é o congruente (pH - PO 4).

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Caldeiras de baixa e média pressão

A remoção de gases dissolvidos ocorre em duas etapas: a remoção mecânica e


a remoção química.

Remoção mecânica

É baseada na redução da solubilidade dos gases nos líquidos com o acréscimo


da temperatura. Esta elevação de temperatura é obtida através de um trocador de calor
por contato direto em contra-corrente, da água de alimentação com um fluxo de vapor.
A água desce cruzando com o vapor e provocando a retirada dos gases do meio
líquido, que são expulsos por um “vent” situado no topo. A desaeração mecânica
remove a maior parte dos gases, no caso do oxigênio restando valores da ordem de 5 a 7
ppb.
A remoção mecânica não é suficiente para evitar os efeitos da corrosão por
oxigênio, o que obriga um tratamento químico adicional visando reduzir estas
concentrações e minimzar a ação corrosiva.

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Caldeiras de baixa e média pressão

Remoção química

O O2 e o CO2 remanescentes na água desaerada devem ser combatidos através


da injeção de produtos químicos na água de alimentação.

Sulfito de sódio (Na2SO3) - uso restrito para caldeiras de baixa e média pressão.

Na2SO3 +1/2 O2  Na2SO4 (sólido a ser removido)

Se P>42 Kgf/cm2 a temperatura do meio decompõe o sulfito de sódio em SO 2 ou H2S,


ambos corrosivos.

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Caldeiras de baixa e média pressão
Fosfatos
Com o objetivo de evitar incrustações devidas ao Ca e Mg adiciona-se à água de
caldeiras sais de fósforo. Usa-se normalmente o fosfato trissódico (Na 3PO4), podendo
também ser usados outros fosfatos como o dissódico (Na2HPO4), monossódico (NaH2PO4),
metafosfato de sódio (NaPO3) e polifosfatos como o tripolifosfato de sódio (Na5P3O10).

O cálcio se precipita mais convenientemente se o pH do meio estiver acima de 9,5.


É necssário, portanto, adicionar hidróxido de sódio ou selecionar um fosfato que ajuste o pH
ao valor ideal. Usualmente controla-se o meio alcalino com hidróxido de sódio para garantir
a formação de hidroxipatita, 3 Ca3(PO4)2 Ca(OH)2, um sal mais conveniente de ser formado
por ser menos aderente à superfície dos tubos. A formação de hidroxipatita cálcio ocorre
conforme segue:

10 Ca3(PO4)2 + 6 NaOH  3 Ca10(PO4)6(OH)2 + 2 Na3PO3

Mantendo-se um meio alcalino com hidróxido de sódio para garantir uma boa
precipitação do fosfato de cálcio, o magnésio é precipitado pelo hidróxido, formando
hidróxido de magnésio que é extremamente insolúvel.
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Caldeiras de baixa e média pressão
Sílica
A sílica deverá ser removida ao máximo pelo tratamento externo ao executado na caldeira.
Uma vez que estes tratamentos não obtém remoção total de sílica ocorre sua concentração na
água de alimentação. É um dos compostos que deve ficar sob rigoroso controle, devendo o
ajuste de sua concentração na água ser feito mediante a purga contínua de superfície.

Determinou-se que a concentração máxima de sílica tolerável no vapor distribuído não pode
ultrapassar 0,02 ppm, de modo a evitar-se a sua decomposição nas palhetas das turbinas. A
presença de sílica volátil geralmente ocorre em pressões superiores a 500 psi, aumentando
consideravelmente a sua volatilização a pressões a partir de 1500 psi.

Pressão(psi) pH SiO2
50-100 11,0-12,0 250
100-400 10,5-12 ,0 200
400-600 10,0-11,5 50
600-750 10,0-11,0 10
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Caldeiras de baixa e média pressão
Sólidos Totais
É a soma dos sólidos em suspensão e dos sólidos dissolvidos. Os sólidos totais são uma
medida da possibilidade de formação de espuma, arraste de sílica volátil e formação de
depósitos. A quantidade máxima de sólidos possível é função da pressão de operação:

Pressão Sólidos Totais Alcalinidade Total Sólidos susp.


(Kgf/cm2) (ppm) (ppm) (ppm)
0-20,4 3500 700 300
20,5-30,6 3000 600 250
30,7-40,8 2500 500 150
40,9-51,0 2000 400 100
51,1-61,2 1500 300 60
61,3-68,0 1250 250 40
68,1-102,0 1000 200 20
102,1-136,1 750 150 10
acima de 136,1 500 100 5
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Caldeiras de alta pressão

Controle por Coordenação (pH - PO4)

O controle por coordenação tem como objetivo manter alcalina as águas de caldeiras, com
condições de combater sais de Ca e Mg, sem que elas , contudo, apresentem excesso de OH,
além daquele originado pela hidrólise de determinadas concentrações de PO4 presentes.

O objetivo deste tratamento é evitar-se a presença de NaOH livre na água da caldeira. Este
controle é conseguido mantendo-se os valores da relação pH-PO4 abaixo da curva na figura a
seguir. Esta curva expressa o equilíbrio da reação abaixo, em função da quantidade de PO 4
presente:

Na3PO4 + H2O  Na2HPO4 + NaOH

Pontos situados acima da curva indicam presença de NaOH em excesso e pontos abaixo da
curva indicam presença de fosfatos trissódicos e dissódicos.

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Caldeiras de alta pressão
Remoção de Oxigênio

Nas caldeiras de alta pressão usa-se hidrazina como sequestrante de oxigênio no lugar
de sulfito de sódio.

Hidrazina (N2H4) - uso irrestrito em relação a pressão de operação da caldeira e não


aumenta o teor de sólidos. É miscível com água em qualquer proporção.

N 2H 4 + O 2  2 H 2 O + N 2

porém não é utilizado em indústrias alimentícias devido ser cancerígeno.


O excesso de hidrazina no ciclo da água é contraproducente pois é uma maneira indireta
de se injetar amônia. Face a este excesso, o uso da hidrazina deve ser muito bem
controlado, principalmente se no ciclo térmico houver ligas de cobre que podem ser
atacadas pela amônia. A decomposição em amônia começa a 200ºC e atinge o seu ponto
máximo a 315►7C, o que indica ser impossível manterem-se mais do que traços de
hidrazina na água de uma caldeira.
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Caldeiras de alta pressão

Aminas neutralizantes: são usadas para neutralizar a acidez provocada pela


presença de CO2 na água. Essa acidez CO2 causa a redução do pH iniciando o processo
corrosivo.

Morfolina - C4H9NO
Ciclo-hexilamina - C6H11NH2
Dietiletanolamina - C2H5OHN (C2H5)2

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Caldeiras de alta pressão
Purga

A medida que aumenta a pressão de geração de vapor, o fenômeno da volatilização da


sílica aumenta de importância. Numa caldeira de alta pressão em que é realizado um
tratamento interno coerente e bem controlado asílica será o único contaminante que
levará à necessidade de extração de superfície.

Ainda obedecendo ao mesmo limite citado anteriormente de 0,02 ppm de sílica no


vapor, os limites na água são os seguintes:

Pressão(psi) pH SiO2
800 8-9 9-10
1000 8-9 5-6
1200 8-9 3-4
1600 8-9 1,5
1800 8-9 0,7
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Caldeiras de alta pressão
Condutividade
Os condutivímetros são medidores que indicam qualquer variação na qualidade da
água, devida a contaminações de ordem orgânica ou inorgânica, que possuam a propriedade
de condução elétrica. Os medidores operam em função da concentração iônica da água
analisada. Assim, quanto mais alta a concentração de sais ou gases na água, mais alta é a
condutividade. A condutividade é medida em micromhoms/cm.

O controle da condutividade é feito no sentido de se ter limitada a quantidade de


sólidos dissolvidos. Os valores de condutividade variam em função da concentração das
substâncias na água:
CO2 - 5 ppm correspondem a 2,0 micromhos/cm
NH3 - 2 ppm correspondem a 4,0 micromhos/cm
NaCl - 1 ppm correspondem a 2,2 micromhos/cm
NaOH - 1 ppm correspondem a 6,0 micromhos/cm
fosfato de sódio 1 ppm correspondem a 2,3 micromhos/cm
sulfato de sódio 1 ppm correspondem a 1,9 micromhos/cm
bicarbonato de sódio 1 ppm correspondem a 1,5 micromhos/cm
carbonato de sódio 1 ppm correspondem a 2,3 micromhos/cm
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Padrões de Qualidade - KPP

Água de Alimentação

SiO2 (ppm)  0,02

Água da Caldeira

Condutividade (S/cm)  150

pH 9,7 - 10,5

Fosfato (ppm P2O5) 4 - 19

SiO2 (ppm) 5

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Bibliografia

ASME (The American Society of Mechanical Engineers), A Practical Guide to Avoiding


Steam Purity Problems in the Industrial Plant - “An ASME Report”. V35, New York-
USA.

CETESB, Operação e Manutenção de ETA. 1ª ed. São Paulo, v1 e v2.

GASPARIM, M., PESCH, L.R., Apostila Técnica do Curso de Especialização em Papel


ABTCP/UFV.

LAGEMANN, V., Geração e Distribuição de Vapor - Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).

NALCO CHEMICAL COMPANY, Sólids/Liquids Separation Technical.

NALCO CHEMICAL COMPANY, Best Practices for Boilerwater Treatment, One Nalco
Center, Naperville-USA

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