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Poluição Aquática

RESUMO: O artigo tem como objetivo mostrar os vários tipos de poluição aquática e
também demonstrar os efeitos sobre a saúde do homem e sobre o meio ambiente.

A poluição tem uma relação direta com o crescimento populacional em determinadas


regiões. A poluição por esgotos urbanos é um exemplo típico de falta de planejamento
ocupacional e conseqüentemente falta de infra-estrutura como saneamento básico para
um pré-tratamento desses esgotos, principalmente, domésticos.

Palavras chaves: poluição, água , poluição aquática

ABSTRACT: The article has the purpose to show the variety of water pollution and
demonstrates the effects of them human health and the environment.

The pollution has a straight relation with the growing of the population in certain
regions. The pollution caused by urban sewerage system is a typical example of lack of
planning and therefore lack of infra-structure like the basic treatment to treat in advance
these sewerage system, mainly domestic ones.

Keywords: Pollution, Water, Water Pollution

1. INTRODUÇÃO

A maior parte da água do planeta encontra-se nos mares, que cobrem cerca de 97% da
superfície terrestre e constituem um dos meios mais favoráveis à vida. Existem também
massas importantes de águas continentais (rios e lagos) e quantidades variáveis na
atmosfera (especialmente sob a forma de vapor) e no solo, além, claro, existe aquela
encontrada na constituição dos organismos e também a que se encontra acumulada sob a
forma sólida – nas regiões polares, nas altas montanhas – e sob as formas líquida ou
gasosa – no interior da crosta terrestre.

A água é uma anomalia da natureza, visto que muitas das propriedades não condizem
com o que poderíamos esperar da sua composição química; algumas das propriedades
aparentemente fora do normal tem um interesse considerável em relação à ecologia, por
exemplo, sua grande capacidade calorífica e suas não menos elevadas temperaturas de
fusão e de evaporação conferem-lhe um papel termostático e regulador que se repercute
diretamente no clima da Terra e em determinados movimentos de grandes massas de
água, nos oceanos e lagos. Sua tensão superficial é superior (a temperatura normal) a de
qualquer outro líquido, e sua viscosidade, também bastante elevada, possibilitam a vida
de muitos organismos de pequenos tamanhos que vivem em suspensão nas águas.

A composição da água marinha é relativamente constante, talvez por esse motivo


muitos organismos marinhos resistam mal às alterações de salinidade do meio. Ao
contrário, organismos próprios das águas doces continentais e ainda mais os das águas
salobras, tem maior capacidade de regulação da sua pressão osmótica e se adaptam
melhor às alterações de salinidade.
As quantidades de sais dissolvidos nas águas continentais são muito variáveis. A água
da chuva, em sua queda, pode já incorporar sais e mesmo íons hidrogênio. A água da
chuva, ao cair, lava o solo e arrasta materiais que, naturalmente, dependem da
composição química das rochas e do solo.

Em geral, as águas continentais de bacias onde predominam as rochas ácidas contém


menos sais dissolvidos e são mais pobres em organismos do que aquelas em que
predominam as rochas calcárias; isso se deve ao fato do anidrido carbônico proveniente
da atmosfera e da respiração dos organismos do solo, ao dissolver-se na água dar
origem a um ácido fraco que é capaz de atacar o calcário, mas dificilmente ataca outras
rochas.

2. POLUIÇÃO AQUÁTICA

2.1 Conceitos Básicos

Poluição é a emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, em quantidade superior à


capacidade de absorção do meio ambiente ou maior de que a quantidade existente no
meio. Também é causado pelo lançamento de substância que não existam na natureza, a
poluição interfere no equilíbrio ambiental e na vida dos animais e vegetais.

Do ponto de vista ecológico a qualidade da água têm uma conotação um pouco


diferente. A qualidade de água de um ecossistema aquático natural pode ser muito
diversa; certos ecossistemas apesar de possuírem concentrações elevadas de sais, pH
ácidos ou baixa concentração de oxigênio dissolvido podem ter comunidades estáveis e
adaptadas a viver nestes meios. Nestes casos, a qualidade da água depende
fundamentalmente dos aportes naturais, dados pela chuva e pelas condições naturais de
geologia e solos da bacia de drenagem.

As principais fontes de poluição da água são a industria, o comércio, os serviços, a


agricultura e as atividade domesticas. As águas resultantes destas atividades são
designadas como:

 águas residuais domésticas, quando provêm de instalações residenciais e


serviços;
 águas residuais industriais, quando tem origem em outras atividades que não as
anteriores.

As causas da crescente poluição das águas são numerosas. Destacam-se os esgotos, os


efluentes químicos lançados pela indústria, os fertilizantes e pesticidas utilizados pela
agricultura, etc. Os esgotos lançados nos rios ou no mar tem contribuído muito para a
poluição de certas regiões. É um perigo, não só para a fauna aquática, mas também para
o homem.

Existem dois tipos de poluentes químicos nas águas doces e marinhas: uns são
decompostos ao fim de algum tempo (mais ou menos curto) pela ação de bactérias – são
os compostos biodegradáveis (casos do petróleo, dos fertilizantes , dos detergentes e de
certos inseticidas). Outros mantêm-se por longo tempo no meio ambiente e nos
organismos vivos – são os compostos persistentes. Entre estes destacam-se certos metais
pesados, como mercúrio e alguns inseticidas que foram bastante utilizados (como o
DDT).

2.2. Conceito Legal de Poluição Hídrica no Brasil

Decreto Federal 50.877, 29 de junho de 1961, artigo 3º

"Poluição hídrica é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas


das águas, que possam importar em prejuízo à saúde, à segurança e ao bem-estar das
populações e ainda comprometer a utilização para fins agrícolas, industriais, comerciais,
recreativos e, principalmente, à existência normal da vida aquática".

2.3. Poluentes mais comuns

Várias são as classes de substâncias que podem chegar a contaminar a água. Algumas
podem causar turbidez na água (diminuição da transparência), outras aumentar a
salinidade ou a temperatura. Como exemplo podemos citar:

2.3.1 Substâncias orgânicas

A matéria orgânica normalmente pode causar a desoxigenação da água do corpo


receptor. Isso ocorre através de agentes redutores que possuem uma demanda imediata
de oxigênio, ou através da decomposição biológica da matéria orgânica que se dá via
microorganismos aeróbios presentes na água. A depleção do oxigênio depende de
fatores físicos inerentes aos corpos d’água e normalmente afetam irreversivelmente a
fauna e a flora aquática. Quando a quantidade de matéria orgânica introduzida
ultrapassa a capacidade de autodepuração do corpo d’água, a deteriorização poderá
chegar à níveis anaeróbios, causando assim aspectos desagradáveis, como
escurecimento do líquido, a produção de gases mercaptanos, principalmente o gás
sulfídrico (H2S), responsável pelo cheiro característico de ovos podres. Os principais
poluentes orgânicos são: esgotos humanos, dejetos de animais, efluentes não tratados de
agroindústrias como: alimentícias, curtume, laticínio, matadouros, abatedores de aves,
etc.

2.3.2 Substâncias inorgânicas

Fazem parte os sólidos em suspensão inertes, siltes, argilas, óleos minerais, resíduos de
mineração. Estes compostos provocam turbidez reduzindo ou muitas vezes anulando a
penetração dos raios solares impedindo assim a fotossíntese. Os sólidos (particulados)
decantáveis depositam-se sobre os mais diversos organismos vivos atrapalhando suas
atividades biológicas.

3.2.3 Substâncias tóxicas

Existem as mais diversas substâncias tóxicas que afetam a vida aquática. Entre elas os
metais pesados, ácidos, álcalis, pesticidas, etc. Os metais pesados como por exemplo: o
mercúrio, zinco, cobre e muitos outros, podem se tornar letais devido a capacidade que
possuem de formarem compostos estáveis os quais podem permanecer na cadeia
alimentar. A variação do pH pode causar variação de toxidez em meios ricos em
compostos nitrogenados. Caso o pH caia, a amônia tende a permanecer no meio aquoso
como amônia livre (NH3), sendo muito mais tóxica que em sua forma iônica(NH4+), a
qual prevalece em condição alcalina (pH elevado).

3.2.4 Sais não tóxicos

O acumulo de sais, em corpos d’água, oriundos de águas residuárias traz sérios


problemas ao reuso destas águas. Sais como o cloreto de sódio e sulfato de potássio não
são retidos em tratamentos de águas e de esgotos convencionais, podendo prejudicar,
quando em altos teores, a utilização das águas para fins domésticos, comerciais,
industriais e agrícolas. Os fosfatos e compostos nitrogenados são os maiores
responsáveis pelo fenômeno de eutrofização, ou seja excesso de nutrientes os quais
colaboram diretamente para o crescimento exagerado de algas. Os fosfatos normalmente
são originados de detergentes sintéticos e também do escoamento superficial de solos
agrícolas fertilizados quimicamente. O mesmo ocorre com o nitrogênio amoniacal,
normalmente provenientes de fertilizantes agrícolas, transportados aos corpos receptores
de escoamento superficial.

3.2.5 Substâncias anti-estéticas

São substâncias que podem causar mudanças de cores, espumas, odores e gosto. Podem
ser nocivas à saúde, e normalmente prejudicam direta ou indiretamente a vida aquática.
Estas substâncias são na sua maioria compostos industriais complexos provenientes de
lavação, esterilização, etc.

De acordo com a sua natureza e concentração, os poluentes apresentam diferentes


efeitos sobre o meio ambiente e a saúde publica, apresentando-se a seguir alguns dos
mais relevantes:

- Efeitos da poluição aquática sobre a saúde humana:

 Gastro-interites;
 Diminuição da taxa de fixação do oxigênio;
 Alterações do sistema nervoso central;
 Anomalias bioquímicas.

- Efeitos da poluição aquática sobre o meio ambiente:

 Desoxigenação da água;
 Variações de salinidade e de temperatura;
 Turvação
 Alteração/destruição da fauna e da flora;
 Eutrofização.

4. Conclusão

Hoje em dia, a poluição transformou-se numa idéia quase que impregnada no ser
humano. Para muitos, ecologia e poluição são conceitos totalmente inseparáveis. Na
realidade, a poluição é apenas um aspecto, o mais espetacular sem dúvida, mas nem
sempre o mais grave, da falta de respeito do homem pelos equilíbrios naturais e da
dissipação dos recursos naturais que exigem os modelos econômicos atualmente
vigentes na parte dos países desenvolvidos.

Na realidade, o conceito de poluição mais que científico é legal. Poluição é a presença


num determinado meio de algo que o torna inadequado para a utilização a que se
destinava. A poluição implica, assim, que alguma coisa está fora do lugar e,
conseqüentemente, uma alteração das propriedades do meio; daí ser possível falar de
poluição orgânica, química.

A poluição orgânica afeta fundamentalmente as águas em conseqüência dos produtos


residuais de origem urbana e seus efeitos se traduzem numa eutrofização. Mais grave é
a poluição química proveniente, no que se refere às águas, dos resíduos industriais,
pesticidas e herbicidas e, atualmente, também de resíduos urbanos ricos em detergentes.
Entre os poluentes químicos mais importantes figuram os compostos de metais pesados,
principalmente certos compostos organometálicos usados como pesticidas ou
herbicidas, de elevada toxidade não só para os organismos a que se destinam, mas
também para muitos outros; também são importantes os restantes pesticidas e herbicidas
e os compostos tensoativos utilizados como detergentes que, entre outros efeitos,
alteram e desorganizam a superfície das células, isto é, a membrana celular.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. 26.ed.rev.e ampl- São Paulo:
Moderna,1997(Coleção polêmica)

DACACH, N.G. Saneamento Básico. Ed. Didática Científica. 3ª ed. Revisada. 1979.
293 p.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgoto. 2.ed.


Belo Horizonte: DESA-UFMG, 1996.v.1.243p.

http://www.agirazul.com.br/_livre/00000017.htm

Autor: Francisco Carlos da Silva

Químico e Professor, nascido em 1965 em São Paulo – SP. Leciona Matemática no


Ensino Fundamental da rede municipal de São Paulo (desde 2002), Química no Ensino
Médio da rede estadual de São Paulo (desde 1994) e Tele-Curso 2000 na rede SESI de
São Paulo (desde 1996). Como Químico assume a responsabilidade Técnica por duas
empresas de produtos domissanitários (Wifrã Comércio de Produtos de Limpeza Ltda. e
Poli-Limp Indústria e Comércio de Produtos de Ltda. localizadas em São Paulo (desde
1994). No ano 2000, concluiu o curso de Especialização em Química. Desde 1992 é
membro do Conselho Regional de Química IV Região.

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