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PROTEÇÃO

AMBIENTAL

Capítulo 3:

TRATAMENTO DE ÁGUA
TRATAMENTO DE ÁGUA
1 O Ciclo da Água
Conhecido cientificamente como o ciclo
hidrológico, refere-se à troca contínua de água
na hidrosfera, entre a atmosfera, a água do
solo, águas superficiais, subterrâneas e das
plantas.
A água se move perpetuamente através de
cada uma destas regiões no ciclo da água
constituindo os seguintes processos de
transferência:
- Evaporação dos oceanos e outros corpos
d'água no ar e transpiração das plantas
terrestres e animais para o ar.
- Precipitação, pela condensação do vapor de
água do ar e caindo para a terra ou no mar.

- Escoamento da terra geralmente atinge o


mar.
2 Distribuição da Água na Terra A água é
um bem precioso e cada vez mais tema de
debates no mundo todo. O uso irracional e a
poluição de fontes importantes (rios e lagos)
podem ocasionar a falta de água doce muito
em breve, caso nenhuma providência seja
tomada.
Ela está distribuída de forma irregular na
superfície da Terra em seus três estados:
sólido, líquido e gasoso:
- Mares: 97,5% da água do planeta é salgada:
com esta água não se pode cozinhar; não
pode ser bebida nem usada na indústria ou na
irrigação.
- Calotas polares: onde se encontra a maior
parte da água doce do planeta. Ali pode
permanecer milhares de anos até o degelo.
Oceanos e mares - 97%

Geleiras inacessíveis - 2%

Rios, lagos e fontes

subterrâneas - 1%

- Subsolo: parte da água doce se encontra


como água subterrânea. É factível construir
poços para extraí-la, mas a um custo muito
alto.
- Rios, lagos e chuvas: é água doce, que é
menos do 1% do total de água do Planeta.
Esta é a água que utilizamos e que deve ser
suficiente para a vida dos seres humanos, das
plantas e dos animais.
A figura acima mostra a distribuição de água
no Planeta.
3 Fontes de Poluição das Águas, As
principais fontes de poluição da águas dos rios,
lagos e dos oceanos são provenientes de(a):
• Esgotos domésticos
• Agricultura
• Mineração
• Efluentes Industriais
3.1 Esgotos Domésticos
O grande número de dejetos dos populosos
núcleos residenciais descarregado em córregos,
rios e mares provoca a poluição e a
contaminação das águas. Febre tifóide,
hepatite, cólera e muitas verminoses são
doenças transmitidas por essas águas.
3.2 Agricultura, o grande número de
fertilizantes e pesticidas utilizados na agricultura
para a adubação do solo e o controle de pragas,
ao ser carregado pelo escoamento superficial da
chuva alcança rios e nascente enriquecendo a
água com diversos produtos químicos causando
a poluição das águas.
3.3 Mineração, as atividades resultantes da
mineração proporcionam uma grande
diversidade de impactos ambientais, entre eles,
a contaminação das águas através dos metais
pesados:
Arsênico, Chumbo, Cádmio, Mercúrio, Cromo,
Manganês. Estas substâncias são altamente
reativas e bioacumuláveis, além de
extremamente tóxicas a saúde humana em
pequenas quantidades.
3.4 Efluentes Industriais, quando
descarregados diretamente nos rios provocam
a sua contaminação, pois contêm, alguns deles,
água a temperaturas elevadas, venenos
tóxicos, restos orgânicos, bactérias e vírus
perigosos,
o que provoca a morte de muitos seres vivos,
podendo mesmo transformar a zona da ribeira
num “deserto biológico”, escuro, mal cheiroso,
turvo, com espuma e bolhas à superfície de
várias cores.
4 Tratamento de Água é um conjunto de
procedimentos físicos e químicos que são
aplicados na água para que esta fique em
condições adequadas para o consumo, ou seja,
para que a água se torne potável.
O processo de tratamento de água a livra de
qualquer tipo de contaminação, evitando a
transmissão de doenças.
Numa estação de tratamento de água, o
processo ocorre em etapas:
• Aeração ou Arejamento: Este processo
consiste em colocar a água em contato estreito
com uma fase gasosa (geralmente o ar) para
transferir substâncias solúveis do ar para a
água, aumentando seus teores de oxigênio e
nitrogênio, e substâncias voláteis da água para
o ar,
permitindo a remoção do gás carbônico em
excesso, do gás sulfídrico, do cloro, metano e
substâncias aromáticas voláteis, assim como,
proporcionar a oxidação e precipitação de
compostos indesejáveis, tais como ferro e
manganês. A aeração pode ser por gravidade,
aspersão, difusão de ar ou forçada.
• Coagulação: quando a água na sua forma
natural (bruta) entra na ETA, ela recebe, nos
tanques, uma determina quantidade de sulfato
de alumínio. Esta substância serve para
aglomerar (juntar) partículas sólidas que se
encontram na água como, por exemplo, a
argila.
v
Canal de Lago
interligação Água Preta

• Floculação - em tanques de concreto com a


água em movimento, as partículas sólidas se
aglutinam em flocos maiores.
v

• Decantação: em outros tanques, por ação


da gravidade, os flocos com as impurezas e
partículas ficam depositados no fundo dos
tanques, separando-se da água.
• Filtração: a água passa por filtros formados
por carvão, areia e pedras de diversos
tamanhos. Nesta etapa, as impurezas de
tamanho pequeno ficam retidas no filtro.
v

• Desinfecção - é aplicado na água cloro ou


ozônio para eliminar microorganismos
causadores de doenças.
v

• Fluoretação - é aplicado flúor na água para


prevenir a formação de cárie dentária em
crianças.
v

• Correção de PH - é aplicada na água certa


quantidade de cal hidratada ou carbonato de
sódio. Esse procedimento serve para corrigir o
PH da água e preservar a rede de
encanamentos de distribuição.
• Um esquema de uma estação de tratamento de
água pode ser visto na figura 6.3.

Figura 6.3 – Funcionamento de uma ETA


Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/
5.TRATAMENTO DE EFLUENTES, esgoto,
efluente ou águas servidas são todos os
resíduos líquidos provenientes de indústrias e
domicílios e que necessitam de tratamento
adequado
adequado para que sejam removidas as
impurezas e assim possam ser devolvidos à
natureza sem causar danos ambientais e à
saúde humana.
Geralmente a própria natureza possui a
capacidade de decompor a matéria orgânica
presente nos rios, lagos e no mar. No entanto,
no caso dos efluentes essa matéria é em grande
quantidade exigindo um tratamento mais eficaz
em uma Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE) que, basicamente, reproduz a ação da
natureza de maneira mais rápida.
É importante destacar que o tratamento dos
efluentes pode variar muito dependendo do tipo
de efluente tratado e da classificação do corpo
de água que irá receber esse efluente, de
acordo com a Resolução CONAMA 20/86.
Quanto ao tipo, o esgoto industrial costuma ser
mais difícil e caro de tratar devido à grande
quantidade de produtos químicos presentes.
6 TRATAMENTO DE ESGOTOS, pode-se
então, separar o tratamento de esgoto em 4
níveis básicos: Nível Preliminar, Tratamento
Primário e Tratamento Secundário que tem
quase a mesma função, e Tratamento Terciário
ou pós-tratamento.
Cada um deles têm, respectivamente, o objetivo
de remover os sólidos suspensos (lixo, areia),
remover os sólidos dissolvidos, a matéria
orgânica, e os nutrientes e organismos
patogênicos (causadores de doenças).
6.1 Tratamento preliminar
Gradeamento, ocorre a remoção de sólidos
grosseiros, onde o material de dimensões
maiores do que o espaçamento entre as barras
é retido. As principais finalidades da remoção
dos sólidos são:
Proteção dos dispositivos de transporte dos
esgotos (bombas e tubulações); Proteção das
unidades de tratamento subseqüentes;
Proteção dos corpos receptores.
Desarenação, o mecanismo de remoção da
areia é o de sedimentação: os grãos de areia,
devido às suas maiores dimensões e densidade,
vão para o fundo do tanque, enquanto a
matéria orgânica, de sedimentação bem mais
lenta, permanece em suspensão.
A remoção de areia são para eliminar ou reduzir
a possibilidade de obstrução em tubulações,
tanques, orifícios, sifões etc; facilitar o
transporte líquido, principalmente a
transferência de lodo, em suas diversas fases.
6.2 Tratamento primário
Decantador Primário, os tanques de
decantação podem ser circulares ou
retangulares. Os esgotos fluem
vagarosamente através dos decantadores,
permitindo que os sólidos em suspensão,
apresentam densidade maior do que a do
líquido circundante, sedimentem gradualmente
no fundo.
Tanque de Aeração, a remoção da matéria
orgânica é efetuada por reações bioquímicas,
realizadas por microrganismos aeróbios
(bactérias, protozoários, fungos etc) no tanque
de aeração. A base de todo o processo biológico
é o contato efetivo entre esses organismos e o
material orgânico contido nos esgotos,
de tal forma que esse possa ser utilizado como
alimento pelos microrganismos que convertem
a matéria orgânica em gás carbônico, água e
material celular (crescimento e reprodução dos
microrganismos).
Decantador Secundário e Retorno do
Lodo, O efluente líquido oriundo do decantador
secundário é descartado diretamente para o
corpo receptor ou passa por tratamento para
que possa ser reutilizado internamente ou
oferecida ao mercado para usos menos nobres,
como lavagem de ruas e rega de jardins.
exercem um papel fundamental no processo de
lodos ativados, sendo responsável pela
separação dos sólidos em suspensão presentes
no tanque de aeração.
6.3 Tratamento Secundário, consistindo num
processo biológico, do tipo lodo ativado ou do
tipo filtro biológico onde a matéria orgânica
(poluente) é consumida por microorganismos
nos chamados reatores biológicos.
Estes reatores são normalmente constituídos por
tanques com grande quantidade de microorganismos
aeróbios, havendo por isso a necessidade de promover
o seu arejamento. A eficiência de um tratamento
secundário pode chegar a 95% ou mais dependendo
da operação da ETE.
6.4 Tratamento Terciário, normalmente
antes do lançamento final no corpo receptor, é
necessário proceder à desinfecção das águas
residuais tratadas para a remoção dos
organismos patogênicos ou, em casos
especiais,
à remoção de determinados nutrientes, como o
nitrogênio e o fósforo, que podem potenciar,
isoladamente e/ou em conjunto, a eutrofização
das águas receptoras.
Bibliografia Sugerida
 RICHTER, C. A. Tratamento de Água: Tecnologia Atualizada.
4. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2002.

 DI BERNARDO, Luiz. Métodos e técnicas de tratamento de


água. Rio de Janeiro, ABES, 1993. 2 Volumes. 1994, 114p.
JÚNIOR, A. M. S. Educação Ambiental e
Gestão de Resíduo. Editora Rideel, São
Paulo, 2 edição, 2008.

JÚNIOR, A. M. S. Guia Prático de


Planejamento de Gestão Ambiental. Editora
Rideel, São Paulo, 2 edição, 2009.
Bibliografia Sugerida

"Um problema só surge, quando


estão reunidas todas as
condições para solucioná-lo."
Karl Marx
OBRIGADO
Gilton Moura
Psicólogo Especialista em Educação Ambiental
Gestão, Planejamento em Educação Profissional
Mestrando em Ciências Ambientais

E-mails: giltonrocha@yahoo.com.br
Guamá, Guamá
Barcos a navegar
Canoas que partem
Não tardam a chegar,
A frente da cidade
O Combú a avistar
Ilha bonita de
Caboclo a remar.
Vidas sossegadas
Com crianças a nadar,
Cheiro de mato
Nas margens do Guamá,
A cidade do outro lado
Como ruas atravessar;
Rio de minha vida
Com grandeza de mar
Acalanta teus filhos
Rio Guamá. Gilton Moura - 10/12/08

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