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OBJECTIVO GERAL
Estudar as diferentes etapas de tratamento das águas residuais tanto doméstica como
industriais.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.2
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Este projecto tecnológico esta composto por 5 capítulos que aborda para cada capítulo
os seguintes pontos:
Capítulo – III: aborda o tratamento das águas residuais, a recolha da água residual,
etapas de tratamento da água residual e das lamas.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Água residual é o termo usado para as águas que, após a utilização humana,
apresentam as suas características naturais alteradas.
O efluente bruto de casas, prédios, escolas, indústrias e demais locais, colectado, por
meio de redes colectoras, é levado até uma estação de tratamento, a fim de se remover os
focos de contaminação, o odor, a cor, os óleos e outras substâncias, que causem danos aos
seres humanos, ao meio aquático, à fauna e à flora. Todas as indústrias são obrigadas a tratar
seus efluentes. A lama orgânica, dependendo da qualidade do efluente, pode ser um substituto
para os fertilizantes químicos e a água pode ser reutilizada e reciclada no ambiente doméstico
e industrial.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Quando poucos homens viviam sobre a Terra, estes viviam em grupos e eram
nómadas, isto é, se alimentavam de frutas, vegetais e animais de um certo lugar e quando a
escassez aumentava, viajavam em busca de outro local mais farto. Estes grupos de humanos
andavam próximos ao curso dos rios, que fornecia água, e não tinham moradias fixas. Quando
abandonavam um local, a natureza degenerava o lixo que produzia.
Com o passar do tempo, o homem passou de nómada para sedentário, dando o início à
manufactura, urbanização e industrialização, junto com os benefícios se deu início às
consequências ambientais maléficas como o acúmulo de lixo produzido.
A taxa de lixo gerada era maior do que o tempo que a natureza levaria para degenerá-
lo, e com o aumento do lixo acumulado, as condições para a proliferação de microrganismos e
insectos também aumentaram e devido à proximidade com o homem, a disseminação de
doenças também aumentou.
O lixo produzido era um sério problema enfrentado desde o primórdio das civilizações
e a solução mais intuitiva era jogar no rio. Com a correnteza, o lixo seria levado para longe e
se evitariam os problemas. Assim, deu-se início à contaminação das águas com o conhecido
águas residuais domésticas.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
demanda, caso contrário, corria-se o risco de deter o progresso industrial pelo surgimento de
novas epidemias e consequentemente êxodo das cidades. Os rios passaram a sofrer os efeitos
da poluição, caracterizados pela morte dos peixes, do ecossistema, bem como a transmissão
de doenças como a cólera.
Outro passo importante, não no tratamento das águas residuais, mas sim na colecta
deste, foi o desenvolvimento do sistema de separador absoluto, caracterizado pela construção
de canalizações exclusivas para as águas residuais, concebido no ano de 1879 e implantado
pela primeira vez na cidade de Memphis no Tenesses, EUA. As primeiras ETARs são datadas
de 1914 em Salford, Inglaterra, com um caudal médio de 303 m3/dia. No ano de 1915 foi
também construída a ETAR de Davyhulme com caudal médio de 378 m3/dia.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Boas condições sanitárias e acesso à água potável melhoram a saúde das crianças e da
população em geral. Diminuem os riscos de doenças de veiculação hídrica, reduzem a
mortalidade e morbidade infantil, geram adultos sadios com capacidade de trabalho e
aprendizagem especializada, diminui despesas dos serviços de saúde com internações
hospitalares e medicina curativa.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
CAPÍTULO II – GENERALIDADES E
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
RESIDUAL
CAPÍTULO II – GENERALIDADES E CARACTERIZAÇÃ
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
As águas que circulam num colector municipal podem ser constituidas por águas
pluviais, residuais domésticas e residuias industriais. As descargas de águas pluviais apenas
aumentam o volume do caldal, havendo únicamente problema na capacidade de escoamento
para os colectores.
A composição das águas residuais depende dos usos das águas de abastecimento e
varia com o clima, os hábitos e as condições socioeconómicas da população e da descarga de
efluentes industriais, infiltração de águas pluviais, idade das águas residuárias, entre outros.
Apesar de sua composição variar, as águas residuais apresentam uma fração sólida,
basicamente matéria orgânica com grande diversidade de microrganismos (bactérias, fungos,
protozoários e helmintos).
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Os efluentes industriais acarretam problemas bem mais graves, uma vez que as suas
descargas não são uniformes e dependem do tipo de industria e da existência ou não da
estação de tratamento à saída da fábrica.
Temperatura
Cor e Turbidez
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
das águas residuais á ETAR; será uma tonalidade marrom ou cinza na água residual fresca, e
negra na água residuais em estado séptico.
Sabores e odores
Sólidos
Embora a presença de sólidos nas águas residuais constitui uma parcela ínfima, uma
vez separados na estação de tratamento, poderão representar uma quantidade muito elevada,
de difícil destinação fina e com possíveis implicações ambientais.
Sólidos totais são os conteúdos totais de sólidos em uma amostra de água residual, é
definido como o resíduo remanescente após evaporação a 103⁰C de um volume conhecido da
amostra. Geralmente é expresso em mg/L. Os sólidos totais podem ser subdivididos em
sólidos em suspensão, dissolvidos, sólidos fixos e voláteis.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
pH
O pH das águas residuais, em geral, varia entre 6,5 à 7,5. As águas residuais velhas ou
sépticas têm pH inferior a 6,0. A vida aquática requer uma faixa de pH de 6 à 9. O pH baixo
potencializa a possibilidade de corrosidade, e o pH elevado, facilita a incrustação nas
tubulações e peças.
Cloreto
Podem ser originados pela dissolução de minerais e do solo, por instrução de águas
salinas, por despejos industriais ou lixiviação de áreas agrícolas. Os cloretos sempre estão
presentes nas águas residuais, pela contribuição das excretas humanas. A remoção de cloretos
é quase insignificante nos tratamentos convencionais.
Nitrogénio e Fósforo
O nitrogénio está presente nas águas residuais sob forma de nitrogénio orgânico,
amónia, nitrito, nitrato ou gás nitrogénio. E o fósforo está presente nas águas residuais sob
forma de Hortofosfato, Polifosfato, e fósforo orgânico.
O fósforo apresenta-se na água sob duas formas principais: total e solúvel. É essencial
para o crescimento de microrganismos responsáveis pela estabilização da matéria orgânica, e
também para o crescimento de algas, podendo levar eutrofização dos corpos de água.
Metais
Os principais elementos químicos enquadrados neste conceito são: Ag, As, Cd, Co, Cr,
Cu, Hg, Ni, Pb, Sb, Se e Zn. A maioria desses elementos são encontrados naturalmente no
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
ambiente, no entanto, o aumento da sua concentração pode trazer sérios riscos ao meio
ambiente.
A maioria dos organismos vivos precisa apenas de alguns poucos metais, e em doses
muito pequenas, como e o caso do zinco, do magnésio, do cobalto e do ferro. Já o chumbo, o
mercúrio e o cádmio são metais que tão pouco desempenham função nutricional em qualquer
ser vivo. Ou seja, a presença desses metais em organismos vivos e prejudicial em qualquer
concentração.
Basicamente a informação mais importante que esse teste fornece e sobre a fracção
dos compostos biodegradáveis presentes no efluente. Muito importante, inclusive, para
trabalhos de tratabilidade de águas residuais. O teste de CBO e muito usado para avaliar o
potencial de poluição das águas residuais domésticas e industriais em termos de consumo de
oxigénio e uma estimativa do grau de escassez de oxigénio em um corpo aquático receptor
natural em condições aeróbias. O teste também e usado para a avaliação e controle de
poluição, alem de ser utilizado para propor normas e estudos de avaliação da capacidade de
purificação de corpos receptores de agua.
A CBO da água residual doméstica variam entre 100 e 400mg/L ou seja, 1L da água
residual consomem de 100 a 400mg de oxigénio do corpo receptor em 5 dias no processo de
estabilização da matéria orgânica carbonatada.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
A relação CQO/CBO nas águas residuais varia entre 1,7 e 2,5. A relação CQO/CBO é
uma indicação da possível presença de efluentes industriais. A tendência para a relação
CQO/CBO é a aumentar a medida que a água residual passa pelas diversas unidades de
tratamento, devido à redução paulatina da fracção biodegradável, ao passo que a fracção
inerte permanece aproximadamente inalterada.
Uma das grandes vantagens da CQO sobre a CBO é que permite respostas em tempo
menor (2h com dicromato ou minutos em aparelhos específicos). Além disso, o teste de CQO
não engloba somente a demanda de oxigénio satisfeita biologicamente (como na CBO), mas
tudo que susceptível a demandas de oxigénios, em particular os sais minerais oxidáveis.
Alcalinidade
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Dureza
Micro-organismos
Além das bactérias existem outras parasitas de grande importância para o processo de
tratamento das águas residuais:
Helmintos: Seus ovos podem ser detectados nas águas residuais, principalmente nas
lamas, destacando os nematóides (Ascarislumbricoidese Trichuristrichiura) popularmente
chamados de lombrigas. As larvas passam através do aparelho circulatório e pulmões, e se
fixam no intestino, de onde os ovos são eliminados nas fezes.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Estas águas residuais são tratadas em estações de tratamento de águas que podem ser
designadas por ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais), por ETEI (Estações de
Tratamento de Efluentes Industriais) ou por ETARI (Estações de Tratamento de Águas
Residuais Industriais).
c) Caixas de visita – são órgãos dos sistemas de drenagem que permitem o acesso
para manutenção, através de tampas, e a junção de colectores, possibilitando a mudança de
direcção dos mesmos;
d) Sumidouros (ou sarjetas) – são os dispositivos com entrada lateral ou superior das
águas de escorrências superficial, normalmente instaladas na via pública.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
residuais e a outra a água pluvial. Os sistemas separativos são mais eficientes pois evitam a
mistura das águas pluviais (que não necessitam tratamento e apresentam um caudal muito
elevado) com as águas residuais, facilitando, por este facto, as operações de tratamento, e
evitando o sobre dimensionamento das ETAR.
Do tipo de fluente;
Da carga orgânica;
Do conteúdo em elementos perigosos (metais pesados por exemplo);
finalidade da água depois do tratamento.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
III.1.1.1 - GRADAGEM
Câmara de grades
III.1.1.2 - TAMISAGEM
Tem o mesmo efeito que o sistema anterior mas apresenta uma maior eficiência de
remoção pois possui uma malha mais fina, que retém os sólidos de menores dimensões, pelo
que deve ser utilizado de forma complementar à gradagem.
Tamisador
As grades fixas têm um espaçamento entre barras de 0,25 a 2,5 mm, e os tamisadores
rotativos têm uma malha que pode variar de 0,2 a 5 mm. O aparelho mais convencional
consiste num tambor rotativo sobre um eixo vertical, tambor esse composto por barras
circulares de bordos cortantes e tendo no seu interior pentes cortantes finos.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
A etapa da desarenação visa reduzir ainda mais a carga de sólidos presentes na mesma,
sendo que neste ponto existem na água residual uma carga elevada de areias, sólidos
orgânicos suspensos e coloidais assim como outra matéria flutuante, feito por uma caixa de
areia ou desarenador e desengordurador.
Desarenador e Desengordurador
No desarenador, caixa de areia ou caixa aerada, que é utilizada nas grandes ETARs –
dá-se a remoção de areia por sedimentação. Os grãos de areia, por terem dimensões e
densidade maiores, vão para o fundo do tanque, e a matéria orgânica, de sedimentação mais
lenta, permanecem em suspensão, seguindo para as próximas unidades. Assim como as grades
e peneiras, as caixas de areias são utilizadas com objectivos de proteger bombas e tubulações
contra abrasão e entupimento, além disso, as areias podem se acumular nos sistemas de
tratamento. Podem ser os mesmos rectangulares, circulares, ou quadradas.
Para assegurar que apenas as areias se sedimentam pode ser instalado um sistema de
injecção de ar a partir do fundo, o que garante todos os sólidos excepto as areias se mantêm
imersos no líquido sem prejuízo do sistema escolhido para a recolha das areias sedimentadas.
Ao utilizar o sistema de injecção de ar acima mencionado em conjunção com um raspador de
superfície é possível também retirar parte das gorduras presentes no líquido, sendo que o
aparelho passa a ser designado desarenador e desengordurador. As areias extraídas podem ser
desidratadas quer através de um ciclone quer pela sua deposição numa plataforma de reduzida
inclinação.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
mais perdas de carga do que outros, assim como diferentes preocupações em termos de
manutenção, o que poderá ser um factor decisivo no processo a utilizar sendo que os
processos mais usuais englobam a utilização de um medidor em canal ou de um
descarregador.
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III.1.2.1 - AJUSTE DO PH
Esta se faz por adição de um ácido ou uma base, a fim de corrugir o pH da mesma
água. É necessário realizar um controle fixo de pH através de um medidor controlador
automático, de modo a obter uma regulagem fina de pH, que deve ser de 8,0 a 8,5, para
promover uma boa sedimentação primária e não interferir negativamente nos tratamentos
biológicos subseqüentes.
A necessidade deste ajuste se torna imperiosa quando houver reciclagem dos banhos
de caleiro, diminuindo o pH do efluente equalizado a valores abaixo daqueles indicados.
III.1.2.2 - DECANTAÇÃO
Decantador primário
Os decantadores são unidades dimensionadas, para que o líquido tenha uma baixa
velocidade, possibilitando assim, a sedimentação de algumas partículas. São empregados na
separação dos sólidos sedimentáveis contidos nos efluentes.
A remoção dos sólidos por sedimentação é mais simples e menos custosa do que a que
ocorre no tratamento secundário, por isso, os decantadores primários devem estar na etapa que
antecede ao tratamento secundário.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
III.1.2.3 - FLOTAÇÃO
Flotação é uma operação destinada a remover sólidos de dimensões tão reduzidas que
não é viável a sua separação por acção da gravidade. Consiste na injecção de um fluxo de ar
ascendente no interior do tanque, sendo arrastados os sólidos, juntamente com as bolhas de ar,
para a superfície, onde são recolhidos e encaminhados para um outro tratamento.
Para a remoção de partículas de dimensões tão reduzidas como é o caso dos colóides, o
recurso à adição de agentes coagulantes torna-se essencial para que ocorra a agregação e
consequente aumento da densidade do floco, de modo a que este seja decantável.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Coagulação
Com um aumento nas concentrações de íons H+, o pH decresce e Al(OH)3 não é mais
formado. Se alcalinidade natural está presente, então:
Se a alcalinidade natural é insuficiente, então cal ou soda cáustica pode ser adicionada,
então:
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
As reacções do Cloreto Férrico com a alcalinidade natural da água são muito similares
às que ocorrem com a aplicação do Sulfato Férrico, esquematizada na equação química:
Floculação
Consiste na aglomeração dos colóides sem carga eletrostática, resultados dos choques
mecânicos sucessivos causados por um processo de agitação mecânica. Um floculante, é
portanto, um estimulante de coagulação que acelera a formação, a coesão e a densidade do
floco e, consequentemente, diminui seu volume. As partículas coloidais são colocadas em
contacto umas com as outras, levando ao aumentodo floco por adsorção dos microflocos.
a) Floculadores Hidráulicos
b) Floculadores Mecânicos
O processo usado no tratamento secundário tem como objectivo remover a maior parte
da matéria orgânica biodegradável (tanto sedimentada como dissolvida) fazendo borbulhar ar
na água – da mesma forma que rápidos e quedas de águas arejam uma corrente natural. É
constituído por processos biológicos.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Nesta etapa é feita a sedimentação dos flocos biológicos, saindo o líquido, depois
deste tratamento, são liberados os sólidos ou flocos biológicos. No processo biológico podem
ser realizados de duas maneiras, que pode ser aeróbio ou anaeróbio num determinado sistema
de tratamento biológico.
III.1.3.1 AERÓBIO
essa é uma representação simplificada, e que outras etapas certamente ocorrem antes
de se chegar aos produtos finais, ou seja, ao dióxido de carbono e à água. Essa reação
bioquímica pode ser realizada por apenas um microorganismo. Como exemplo se da com a
molécula de glicose, mostrando apenas a oxidação de um carboidrato:
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
III.1.3.2 - ANAERÓBIO
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
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Nos sistemas de biomassa fixa, os microrganismos crescem num substrato inerte fixo,
que pode ser de pedras, areia ou plástico, criando um bio-filme por onde a água residual
passa, permitindo aos microrganismos a degradação da matéria orgânica da água residual. Os
sistemas mais utilizados são:
a) Leitos percoladores – Estes sistemas são compostos por tanques circulares onde é
colocado um material de enchimento que serve de meio de suporte à biomassa. O meio de
enchimento pode ser constituído por pedras ou material sintético granulado.
O efluente é injectado pela parte superior do leito e, à medida que passa através do
enchimento, os microrganismos captam os nutrientes e decompõem a matéria orgânica.
O efluente escoado e recolhido na zona inferior do leito, pode ser recirculado. Para
assegurar as necessidades de oxigénio e o crescimento dos microrganismos, é promovida a
circulação do ar. À medida que a espessura da camada de bio-filme vai aumentado, as
camadas inferiores entram em anaerobiose, possibilitando a desnitrificação do efluente. O
efluente tratado que sai do leito percolador é encaminhado para um decantador secundário, de
forma a assegurar a separação dos fragmentos de bio-filme, que se descolaram da superfície
das partículas de enchimento.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
A remoção de azoto e fósforo pode ser obtida por via biológica, normalmente
associada ao tratamento secundário, ou por via química, que no caso do azoto se faz por
stripping, e no caso do fósforo é, normalmente, por precipitação.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
III.1.4.1 - FILTRAÇÃO
A água passa por filtros de areia ou carvão ativado (e pedra), nos quais ficam retidas
as pequenas partículas sólidas que ainda possam existir.
O carvão ativado pode ser produzido nas formas pulverizada ou granulada. O tamanho
de partícula do carvão pulverizado é no máximo 0,18mm e o do granulado varia de 0,25 a
5,0mm.
Osmose reversa
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
A água tem sua passagem forçada sob pressão através de uma membrana que os íons
não podem atravessar. Uma membrana semipermeável composta de um material orgânico
polimérico, como acetato de celulose ou triacetato de celulose, sobre a qual se aplica alta
pressão é colocada no caminho da água contaminada. A camada superficial da membrana tem
cerca de 2 μm de espessura e é relativamente pouco porosa, quando comparada com o restante
da estrutura. Dado que através dos poros pode passar apenas água, o líquido que atravessa a
membrana é água pura. Por outro lado, a solução contaminada torna-se com o tempo cada vez
mais concentrada em sal, sendo finalmente descartada.
III.1.4.2 - DESINFEÇÃO
Cloração
O cloro pode ser usado no tratamento de águas residuárias para uma série de outras
finalidades além da desinfecção, dentre os quais, o controle do odor, remoção de CBO,
controle de proliferação de moscas, destruição de cianeto e fenóis e remoção de nitrogénio. O
uso do cloro tem como problema, a produção de compostos de cloro que podem provocar
danos à vida aquática.
O gás cloro reage quase completamente com a água formando o ácido hipocloroso:
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
O Cl2 reage também com outras espécies presentes na água, reage com substâncias
orgânicas presentes na água produzindo trialometanos (THM): CHX3 (X = cloro, bromo ou
uma combinação de ambos) O composto de maior preocupação é o CHCl3: clorofórmio
Radiação ultravioleta
Ozonização
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Para proceder à descarga das águas residuais tratadas no meio receptor é necessário
construir um emissário, que consiste num colector que transporta as águas residuais tratadas
até ao ponto de descarga, que poderá ser uma linha de água, um estuário ou no mar.
Complementarmente, pode ser necessária a construção de um exutor submarino de forma a
descarregar a água residual tratada a uma maior distância da costa, de forma a melhorar as
condições de dispersão.
O conteúdo de sólidos presentes nas lamas primárias, secundárias ou até mistas varia
consoante as características das lamas e também com o modo de operação da ETAR. O
tratamento das lamas geradas na ETAR (primárias e secundárias) consiste no espessamento,
digestão e desidratação.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
III.2.1 - ESPESSAMENTO
O espessamento de lamas tem por objectivo reduzir o volume de lamas afluente aos
órgãos subsequentes, diminuindo as dimensões desses órgãos e o seu custo de investimento,
permitindo ainda a homogeneização das lamas e, assim, a optimização do funcionamento dos
processos biológicos na digestão de lamas, e a desidratação.
III.2.2 - ESTABILIZAÇÃO
Digestão anaeróbia
Digestão aeróbia
A utilização de cal não reduz a matéria orgânica das lamas. A sua acção de
estabilização/desinfecção dos microrganismos presentes nas lamas é evidenciada quer através
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
de simples elevação do pH das mesmas (para valores superiores a 12), com a utilização de cal
hidratada [Ca(OH)2], quer através da conjugação deste fenómeno com o aumento de
temperatura para valores superiores a 60 °C, quando utilizada sob a forma de cal viva (CaO);
Esterilização térmica
Este processo consiste em reduzir o teor de humidade das lamas por adição de calor
(através da evaporação da água), até um teor desejado que pode chegar aos 90%. Consegue-
se, desta forma, um produto quase sólido com cerca de 75 a 95% de matéria seca, de textura
geralmente granular, adequado a vários destinos finais. Permite ainda estabilizar e higienizar
as lamas, facilitar a sua valorização orgânica ou a sua incineração, bem como reduzir os
custos associados ao tratamento das lamas;
Compostagem
III.2.3 - DESIDRATAÇÃO
A desidratação das lamas tem como objectivo retirar o máximo de água presente nas
lamas, tendo em atenção a relação custo/benefício. As vantagens em desidratar as lamas
relacionam se com um menor custo de transporte das lamas para o destino final e nas
facilidades de manuseamento. De forma geral, em ETAR de grandes dimensões procede-se à
desidratação mecânica de lamas através da instalação de determinados equipamentos
electromecânicos, tais como filtros banda, filtros prensa ou centrífugas.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Descarga de águas residuais tratadas no meio receptor altera da qualidade das águas de
superfície e dos seus usos definidos e das águas subterrâneas associadas; alteração do volume
de escoamento no meio receptor;
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Ecologia
Qualidade do Ar
Exalação de odores
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Exalação de odores
Leito secagem de lamas Risco da lama atingir o corpo hídrico em caso de inundação
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
CAPÍTULO V- CONCLUSÃO E
RECOMENDAÇÕES
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
V.1 – CONCLUSÃO
Aprendemos também que a recolha da água residual para estação de tratamento é feita
por unidades como colectores, estações elevatórias, caixas de visitas e sumidouros.
Identificamos que a remoção de sólidos dá-se no tratamento preliminar e primária, a remoção
de compostos orgânicos biodegradáveis no tratamento secundário e a remoção de organismos
patogénicos no tratamento terciário.
Vimos ainda mais avante que a implementação de uma estação de tratamento de águas
residual faz com que seja possível evitar a poluição bem como a proliferação de
microrganismos sobre o meio ambiente bem como o reaproveitamento das águas para rega,
lavagem, ou ainda para um processo industrial.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
V.2 – RECOMENDAÇÕES
Não é necessário gerar determinado volume e tipo de efluente, para que depois o
mesmo seja tratado. Devemos nos preocupar com a quantidade de água residual
que geramos a fim de minimizar a produção da mesma.
Devemos evitar deitar óleos usados, lubrificantes, tintas e solventes, bem como
resíduos contaminados por óleos e produtos químicos em um curso de água.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
GLOSSÁRIO
Colóide: Fase dispersa de uma solução coloidal, sendo a solução coloidal uma
dispersão onde as partículas dispersas apresentam diâmetro entre 1 e 100 nanómetros (10-7 a
10-5). Frequentemente, a própria solução coloidal recebe o nome de colóide.
Matéria orgânica: são restos, dos seres vivos, que podem ser plantas, animais, etc.
Também é matéria que deriva do que em algum momento foi um organismo vivo.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Séptico: que causa putrefacção da carne, que faz apodrecer ou que contém micróbios.
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Grassi, M.T. (2001). Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola: As aguas do planeta
terra. Edição especial.
Guimarães, J.R. e Nour, E.A. (2001). Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola:
tratando nossos esgotos: processos que imitam a natureza. Edição especial.
Jordão, E.P., e Pessoa, C.A. (2009). Tratamento de esgoto doméstico. Rio de Janeiro: Ed.
ABES.
Luizi, R.P. (2012). Operação de Sistemas de Tratamento de Águas Residuais por Lamas
Activadas com Arejamento Prolongado. Lisboa.
Moura, I.N. (2012). Opções de tratamento de águas residuais por sistemas clássicos de lamas
activadas numa perspectiva de minimização de recursos aplicados. Lisboa
Rocha, J.C., e Rosa, A.H., e Cardoso, A.A. (2004). Introdução à Química Ambiental. Editora
Bookman.
Simões, C., Rosmaninho, I., e Henriques, A.G. (2008). Guia para a Avaliação de Impacte
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Vieira, A.R., Costa, L., e Barrêto, S.R. (2006). Cadernos de Educação Ambiental Água para
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Sites visitados:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_de_tratamento_de_%C3%A1guas_res
iduais
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81guas_residuais
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
ANEXO
I.1 - OBJETIVOS
Geral:
Específicos:
Gradagem
A remoção dos resíduos sólidos (lixo) realizado através das grades ou peneiras e
efectuada na primeira unidade de uma estação de tratamentos de esgotos, para que esses
materiais não causem danos as bombas, válvulas e outros equipamentos. Alem disso, evitam
obstruções e a passagem de sólidos grosseiros para corpo receptor.
Sedimentação
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Tratamento de águas residuais Projecto Tecnológico
Desengorduramento
Neutralização
A neutralização faz-se pelo ajuste do pH da água residual, por adição de ácido ou base,
até a água tiver um pH que se deseja no tratamento da água.
Coagulação
A água residual pode ainda apresentar turvação a qual se deve sobre tudo a partículas
coloidais de argila e lama. Estas partículas por possuírem cargas electrostáticas do mesmo
sinal não se atraem consequentemente não se aglomeram de forma natural em partículas de
maior dimensão.
A água com carbonatos o sulfato de alumínio reage podendo essa reacção ser
traduzida pela seguinte equação química:
Filtração
Estabilização
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Desinfecção
I.3 - REAGENTES
I.4 - MATERIAIS
Agarras;
Bomba de ar;
Carvão Ativado;
Estrutura de madeira;
Filtro (Areia fina, grossa e cascalho);
Garrafões de plástico;
Grade;
Pedaço de madeira;
Tubos de borracha;
Vareta.
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I.6 - PROCEDIMENTOS
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g) Numa fase subsequente faz-se a filtração e ao mesmo tempo a desinfecção isso usando
o carvão activado.
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ANEXO II - FIGURAS
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Figura 9 - Desengordurador
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Figura 11 - Espessador
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