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Aula 2 - Tratamento de Esgoto

conscientização e ação
CICLO HIDROLÓGICO
Nascente Rio Caí, RS
Montenegro
NASCENTES SEM
PROTEÇÃO

MARGENS SEM PROTEÇÃO

LIXO JOGADO NA ÁGUA


Despejos in natura
Rio do Sinos

Arroio
Montenegro
RIO CAI – Captação I
Breve histórico
• É possível que os primeiros sistemas de água e esgoto tenham surgido em 3000 a.C., e que a
reutilização de águas para irrigação das produções agrícolas já exista há cerca de 5000 anos.

• Até 1850, os sistemas e água e esgoto eram muito precários. A falta de planejamento para
reutilização da água, aliada a falta de água adequada para o consumo e ausência de
tratamento, resultaram em epidemias catastróficas como a cólera asiática ou o tifo, que
assolaram a Europa durante os anos de 1840 e 50. Na década de 1850, foram descobertas as
relações entre as formas de utilização e poluição da água disponível e as epidemias que
vinham causando grande mortalidade nas cidades.

• O período de 1850 a 1950 foi marcado por intensa pesquisa sobre o assunto e
desenvolvimento de novas alternativas como a progressiva introdução da filtração da água
para o consumo e a maior utilização de aquedutos nas cidades.

• Após 1960, surgiu o que alguns pesquisadores chamam de "era do reaproveitamento e


reciclagem da água", em que o aproveitamento máximo da água disponível é uma medida já
reconhecida pela legislação de vários estados norte americanos e da União Européia.
Atualmente, o aumento do interesse em maximizar o uso da água é uma resposta às
crescentes pressões da sociedade pelo consumo de água de alta qualidade, e à dependência
de água pela agricultura e indústria.

• Fonte - Instituto Trata Brasil, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip)
Esgoto Doméstico
O rig e m :
A g lom e rad o s U rba n os

1 ) S ã o jo g ad os 2 ) S a o a fas tad os 3 ) S ã o a fa s ta d os e
in n atu ra p o r sis te m a T ra ta d os em
n o s m a n an cia is C o le to r p ró p rio E T E 's.

Resíduos:
*Sólidos
-Líquidos ETE
*Emissão
atmosférica Corpo
Receptor
Considerações Iniciais
• Saneamento Básico no Brasil
• 60 milhões de Brasileiros (9,6 milhões de domicílios) não dispõem de coleta de esgoto. Localizam-se
principalmente:

Bolsões de pobreza das grandes cidades;


Cidades com menos de 20.000 habitantes;
Regiões Norte e Nordeste.
Gerenciamento de Efluentes Líquidos Domésticos

Considerações Iniciais
• Saneamento Básico no Brasil
• Quase 75% de todo o esgoto sanitário coletado nas cidades é despejado "in natura", o que contribui
decisivamente para a poluição dos cursos d'água urbanos e das praias;
• O esgotamento sanitário requer, portanto, não só a implantação de uma rede de coleta, mas também
um adequado sistema de tratamento e disposição final.
O emissário de Ipanema, o primeiro do Brasil,
foi projetado e construído no início dos anos 1970.
Uma torrente imunda que o emissário submarino de Ipanema lança no mar.
Sem qualquer tratamento...
Agora pense que isso vem acontecendo há mais de 35 anos.
Gerenciamento de Efluentes Líquidos Domésticos.

Considerações Iniciais
• Efluentes Líquidos Domésticos
• Águas residuárias provenientes da utilização de água potável em zonas residenciais e comerciais;
• Caracterizam-se pela grande quantidade de matéria orgânica, nutrientes (nitrogênio e fósforo) e
microorganismos;
• Podem conter microorganismos patogênicos provenientes de indivíduos doentes (propagação de
doenças de veiculação
hídrica);
Gerenciamento de Efluentes Líquidos Domésticos e Industriais

Considerações Iniciais
•Efluentes Líquidos Domésticos
•Composição: Água:99,9% e Sólidos:0,1%
•Sólidos: Substâncias orgânicas:70% e
inorgânicas:30%
•Substâncias Orgânicas: proteínas, carboidratos,
gorduras;
•Substâncias Inorgânicas: Areia, sais e metais;
VISÃO GERAL DO SES
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

CIDADE ESGOTO SANITÁRIO

TRATAMENTO GRAVIDADE OU
PRELIMINAR RECALQUE
ETA
TRATAMENTO TRATAMENTO
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO

CORPO TRATAMENTO
RECEPTOR TERCIÁRIO
Gerenciamento de Efluentes Líquidos Domésticos e Industriais

• Coleta
TECNOLOGIAS PARA TRATAMENTO
DE ESGOTOS SANITÁRIOS

• Área disponível para implantação da ETE;

• Topografia dos possíveis locais de implantação e das bacias de drenagem


e esgotamento sanitário;

• Volumes diários a serem tratados e variações horárias e sazonais da


vazão de esgotos;
• Características do corpo receptor de esgotos tratados;
• Disponibilidade e grau de instrução da equipe operacional responsável pelo
sistema;
• Disponibilidade e custos operacionais de consumo de energia elétrica;
• Clima e variações de temperatura da região;
• Disponibilidade de locais e/ou sistemas de reaproveitamento e/ou
disposição adequados dos resíduos gerados pela ETE.

Ate aqui 13/08


Lançamento de Efluentes
•Enquadramento dos corpos d’ água
• Resolução CONAMA N0 357 de 17/03/2005: estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes e classifica os corpos d’ água de acordo com seus respectivos usos;
• O controle do lançamento de efluentes deve ser feito de maneira que os corpos receptores
mantenham-se dentro das condições estabelecidas pelas respectivas classes;
Principais sistemas de tratamento existentes

- Decanto-digestores

- Lagoas aeradas e de estabilização

- Lodo ativado

- Disposição no solo
Níveis do Tratamento

Tratamento Preliminar: São retirados


do esgoto os sólidos grosseiros, como
lixo e areia.
     Processo: Utiliza processos físicos,
como gradeamento, peneiramento e a
sedimentação. 
Grade e caixa de areia
Tratamento preliminar
Limpeza caixa de areia
Níveis do Tratamento
• Tratamento Primário: Reduz parte da matéria orgânica presente nos esgotos
removendo os sólidos em suspensão sedimentáveis e sólidos flutuantes.
     Processo: O esgoto ainda contém sólidos em suspensão, não grosseiros, que
são mais pesados que a parte líquida.  Esses sólidos se sedimentam, indo para
o fundo dos decantadores, formando o lodo primário bruto. Esse lodo é
retirado do fundo do decantador, através de raspadores mecanizados,
tubulações ou bombas.
     Processo Anaeróbio: Ocorre através da fermentação, na ausência de
oxigênio.
Tratamento Primário: Reduz parte da matéria
orgânica presente nos esgotos removendo os
sólidos em suspensão sedimentáveis e sólidos
flutuantes.
     Processo: O esgoto ainda contém sólidos em
suspensão, não grosseiros, que são mais pesados
que a parte líquida.  Esses sólidos se sedimentam,
indo para o fundo dos decantadores, formando o
lodo primário bruto. Esse lodo é retirado do
fundo do decantador, através de raspadores
mecanizados, tubulações ou bombas.
     Processo Anaeróbio: Ocorre através da
fermentação, na ausência de oxigênio.
Níveis do Tratamento

• Tipos mais comuns:

•      Sistema fossa séptica – filtro anaeróbio: Muito usado


no Brasil, no meio rural e em comunidades de pequeno
porte. Os sólidos em suspensão se sedimentam no
fundo da fossa séptica e formam o lodo onde ocorre a
digestão anaeróbia. O líquido se encaminha para o filtro
anaeróbio que possui bactérias que crescem aderidas a
uma camada suporte formando a biomassa, que reduz
a carga orgânica dos esgotos.
Representação esquemática de um sistema de tratamentos anaeróbio do tipo UASB

Representação esquemática de um sistema de filtro anaeróbio


Níveis do Tratamento

• Tratamento Secundário: Remove a matéria orgânica e os


sólidos em suspensão.

•   Processo: Através de processos biológicos, utilizando reações


bioquímicas, através de microorganismos – bactérias aeróbias,
facultativas, protozoários e fungos.

• No processo aeróbio os microorganismos presentes nos esgotos


se alimentam da matéria orgânica ali também presente,
convertendo-a em gás carbônico, água e material celular. Esta
decomposição biológica do material orgânico requer a presença
de oxigênio e outras condições ambientais adequadas como
temperatura, pH, tempo de contato etc.
Tratamento Secundário: Remove a matéria
orgânica e os sólidos em suspensão.
  Processo: Através de processos biológicos,
utilizando reações bioquímicas, através de
microorganismos – bactérias aeróbias,
facultativas, protozoários e fungos.
No processo aeróbio os microorganismos
presentes nos esgotos se alimentam da matéria
orgânica ali também presente, convertendo-a em
gás carbônico, água e material celular. Esta
decomposição biológica do material orgânico
requer a presença de oxigênio e outras condições
ambientais adequadas como temperatura, pH,
tempo de contato etc.
Tipos mais comuns de tratamento
secundário:
• Lagoas de estabilização (ou lagoas de oxidação) e suas variantes:
São lagoas construídas de forma simples, onde os esgotos
entram em uma extremidade e saem na oposta. A matéria
orgânica, na forma de sólidos em suspensão, fica no fundo da
lagoa, formando um lodo que vai aos poucos sendo estabilizado.
O processo se baseia nos princípios da respiração e da
fotossíntese: As algas existentes no esgoto, na presença de luz,
produzem oxigênio que é liberado através da fotossíntese. Esse
oxigênio dissolvido (OD) é utilizado pelas bactérias aeróbias
(respiração) para se alimentarem da matéria orgânica em
suspensão e dissolvida presente no esgoto. O resultado é a
produção de sais minerais – alimento das algas - e de gás
carbônico (CO2).
Representação esquemática de um sistema de lagoas de estabilização

Grade Corpo Receptor


+ Lagoa Aeróbia
Desarenador Lagoa Facultativa
RALF (Reator Anaeróbio de Manto de Lodo e Fluxo)

O funcionamento do RALF é simples. Consiste


inicialmente em conduzir o esgoto bruto para um
gradeamento fino a fim de remover os sólidos
flutuantes e em suspensão; e a um desarenador
para remover sólidos sedimentáveis prejudiciais ao
processo.
Após o esgoto estar gradeado e desarenado, é
conduzido até uma câmara no centro superior do
reator; onde é dividido em partes iguais para
alimentar tubos difusores, que conduzem o esgoto
até o fundo do mesmo. Na parte inferior do reator, o
esgoto em fluxo ascendente é misturado com o lodo
contido em um manto previamente formado ou
inoculado, rico em bactérias anaeróbias.

A matéria orgânica contida no esgoto (80%) fica


retida neste manto de lodo e é degradada e
estabilizada por meio da atividade metabólica das
bactérias.
As bactérias contidas no manto de lodo transformam a matéria
orgânica suspensa em produtos estáveis, como água, biogás e
outros elementos inertes. Na parte superior do reator existe
uma parede defletora, que serve de interface da zona de
digestão e de decantação. Os gases formados se concentram
na parte superior interna do reator de onde, através de um
tubo, podem ser descartados ou reaproveitados para fins
energéticos.

A parte sólida arrastada pelos gases retorna ao manto de lodo


após o desprendimento das bolhas geradas. O líquido segue
para o decantador periférico e é vertido para uma canaleta que
coleta todo o efluente tratado e o conduz para o emissário.
Este emissário pode conduzir o efluente para um corpo
receptor ou para um pós-tratamento. O lodo excedente gerado
no reator deve ser removido periodicamente para leitos de
secagem e aterros sanitários.
http://www.finep.gov.br/prosab/UASB.swf
Lodo ativado
Valo de oxidação
Níveis do Tratamento

• Tratamento Terciário:
Terciário Remove poluentes específicos (micro
nutrientes e patogênicos), além de outros poluentes não retidos
nos tratamentos primário e secundário. Este tratamento é utilizado
quando se deseja obter um tratamento de qualidade superior para
os esgotos. Neste tratamento removem-se compostos como
nitrogênio e fósforo, além da remoção completa da matéria
orgânica.

     Processo: Através de processos por radiação ultravioleta,
químicos e outros.
Tratamento Terciário:
Terciário Remove poluentes
específicos (micro nutrientes e
patogênicos), além de outros poluentes não
retidos nos tratamentos primário e
secundário. Este tratamento é utilizado
quando se deseja obter um tratamento de
qualidade superior para os esgotos. Neste
tratamento removem-se compostos como
nitrogênio e fósforo, além da remoção
completa da matéria orgânica.
     Processo: Através de processos por
radiação ultravioleta, químicos e outros.
Níveis do Tratamento

•    Tratamento do lodo: Todos os processos de tratamento de


esgoto resultam em subprodutos: o material gradeado, areia,
escuma, lodo primário e lodo secundário, que devem ser
tratados para serem lançados no meio ambiente.

• Lodo estabilizado: Disposição do lodo em aterros


sanitários ou aplicando como fertilizante na agricultura,
após tratamento adequado.
    
Leitos de secagem
Disposição no solo

Tratamento preliminar: por Gradeamento e


Desarenador
Tratamento primário
Tratamento secundário
Tratamento terciário
Projeto ETE Capão da Canoa
Disposição no solo
ETE - Capão da Canoa
ETE Tramandaí
Cinturão arborizado
Capão da Canoa
Para lembrar:

O tratamento de efluentes domésticos é


uma etapa fundamental na recuperação
e preservação dos nossos recursos
hídricos.

Saneamento de qualidade, é qualidade de


vida.
O que será da Mãe Natureza, se nossas
crianças não desfrutarem deste espetáculo
chamado Terra?

Patagônia, Argentina

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