Você está na página 1de 41

WBA0390_v1.

Sistemas de esgotamento
sanitário e tratamento de
efluentes industriais
Tecnologias e inovações no
tratamento de efluentes
Bloco 1
Ana Claudia Guedes Silva
Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Existem diversas tecnologias, técnicas e equipamentos para controle de


poluição, no que tange ao tratamento de efluentes:

• Tratamento preliminar.
• Tratamento primário.
• Tratamento secundário.
Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento preliminar:
• Realiza a remoção de materiais grosseiros, sólidos flutuantes, sólidos
decantáveis, óleos e graxas.

• Gradeamento.
• Peneiras.
• Caixa de areia.
• Caixa de gordura.
Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Processo de separação sólido-líquido:


• Normalmente, utilizados nos tratamentos primários.
• Imprescindíveis de acordo com a configuração do sistema, efluentes
industriais e efluentes domésticos.

• Decantação.
• Flotação.
• Filtração.
Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento físico-químico:
• Normalmente, utilizados nos tratamentos primários.
• Utilizado, principalmente, para a remoção da maior parte da matéria
orgânica presente no efluente.

• Coagulação. • Adsorção.
• Floculação. • Troca iônica.
• Precipitação química.
Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento biológico:
• Normalmente, utilizados nos tratamentos secundários.
• Tem, como característica, a utilização do metabolismo dos
microrganismos presentes no efluente para remoção de matéria orgânica
e nutrientes.
Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento biológico: filtros biológicos.


Figura 1 - Ilustração de um filtro biológico

Fonte: Von Sperling (2014, p. 311).


Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento biológico: lodos ativados.

Figura 2 - Ilustração de um lodos ativados convencional

Fonte: adaptado de Von Sperling (2014, p. 303).


Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento biológico: lagoas de estabilização.

Figura 3 - Ilustração de um sistema australiano

Fonte: adaptado de Von Sperling (2014, p. 278).


Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento biológico: lagoas de estabilização.

Figura 4 - Ilustração de uma lagoa anaeróbia, facultativa seguida de lagoas de maturação em série

Fonte: adaptado de Von Sperling (2014, p. 283).


Equipamentos e tecnologias no tratamento de efluentes

Tratamento biológico: Upflow Anaerobic Sludge Blanket (UASB).

Figura 5 - Ilustração de um reator UASB

Fonte: Brasil, 2015.


Tecnologias e inovações no
tratamento de efluentes
Bloco 2
Ana Claudia Guedes Silva
Legislações nacional no âmbito tratamento de efluentes

Para realizar o lançamento do efluente no meio ambiente, sua geradora deve


enquadrá-lo nas normas ambientais vigentes.

• Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA):


• Resolução n. 357, de 17 de março de 2005.
• Resolução n. 430, de 13 de maio de 2011.

• Lei Federal n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997.


Lodo de ETA e ETE

• O lodo é o principal subproduto gerado nos tratamentos de água e


efluentes.
• Composto por uma mistura de substâncias orgânicas, minerais e
biomassa de microrganismos.
• A quantidade gerada varia em função do tipo de sistema adotado nas
unidades de tratamento.
Lodo de ETA e ETE
Figura 6 – Etapas do gerenciamento do lodo

Condicionamento

Estabilização Desaguamento

Adensamento Higienização

Disposição final

Fonte: Von Sperling (2014, p. 366).


Lodo de ETA e ETE

• Sempre que possível, utilizar alternativas de disposição final que sejam


associadas a usos benéficos: selamento de aterros sanitários,
recuperação de áreas degradadas e uso agrícola.
• Vale ressaltar que cada uma dessas técnicas empregadas para disposição
possui potenciais riscos ou impactos ao meio ambiente.
Tecnologias e inovações no
tratamento de efluentes
Bloco 3
Ana Claudia Guedes Silva
Reuso de águas servidas

• Aplicabilidade de águas já utilizadas (servidas) em alguma atividade


humana, independentemente do número de vezes empregada, havendo
ou não tratamento antes de sua reutilização.
(BRASIL, 2006)

• Podem originar de diversas linhas de produção das águas residuárias


domésticas e industriais, bem como das unidades de tratamento de
efluentes.
Reuso de águas servidas
Tabela 1 – Segregação das águas residuárias e sua fonte de origem

Classificação das águas Fonte de origem


Provém de bacias sanitárias, contendo, basicamente, fezes,
Águas negras.
urina e papel higiênico.
Contém basicamente urina, obtida por meio de vasos sanitários
Águas amarelas.
com dispositivos separadores e mictório.
Oriundas de pontos de consumo, como os lavabos de banheiro
Águas cinzas.
e cozinha, chuveiros, banheiras e lavagem de roupas.
Águas pluviais. Originadas por deflúvios decorrentes de chuvas.
(PROSAB, 2006).
Reuso de águas servidas

• O reuso pode ocorrer por meio de ações planejadas ou não, na forma


direta ou indireta.
• Classificação da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental (ABES), conforme a potabilidade da água servida.

• Reuso potável.
• Reuso não potável.

(KUBLER; FORTIN; MOLLETA, 2015, p.11).


Reuso de águas servidas

• Reuso potável:
Quando a água servida tratada se torna potável para abastecimento
humano.
• Direto: quando o efluente tratado, por meio de técnicas
avançadas, é diretamente reutilizado como água potável.
• Indireto: após tratamento, o efluente é lançado e diluído em
corpos d’água, depois é captado e tratado em uma Estação de
Tratamento de Água (ETA), tornando-se passível de ingestão.
Reuso de águas servidas

• Reuso não potável:


Esse tipo de reuso não exige níveis elevados de tratamento da água
residuária, apresentando um potencial amplo e diversificado para uso
final.
É classificado para fins:
• Agrícolas.
• Industriais.
• Urbanos.
• Recreacionais e ambientais.
Reuso de águas servidas

• Não há, no Brasil, uma normatização técnica federal específica para os


sistemas de reuso da água.
• A Resolução n. 54, de 28 de novembro de 2005, do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos (CNRH), apenas abrange as modalidades de reuso
direto não potável de água para determinados fins.
• Adota-se padrões referenciais internacionais, orientações estabelecidas
pelos órgãos competentes ou normas técnicas produzidas por instituições
privadas - NBR 13.969, de 1997.
Inovações tecnológicas

Possuem, em geral, baixo custo, sem adição de químicos (quando possível);


tratamento simples; e disposição final de lodo, ambientalmente correta.

• Wetlands
Figura 7 – Sistema de tratamento de terras úmidas construídas - wetlands

Fonte: Von Sperling; Sezerino (2018, p. 23).


Inovações tecnológicas

• Moving Bed Biofilm Reactor (MBBR)

Figura 8 – Ilustração de lodos ativados com MBBR

Fonte: FujI et al. (2013).


Medidas sustentáveis

• A demanda por uso de água, no Brasil, deve aumentar em 24% até 2030.
(ANA, 2019, p. 11).

• Para que, futuramente, não haja crise hídrica, meios de controle sobre a
utilização dos recursos hídricos vêm sido pesquisados constantemente.

• Uma das soluções que visa a disponibilidade de água, tanto em


quantidade como em qualidade, é a coleta e tratamento do efluente
doméstico e industrial.
Medidas sustentáveis

Utilização da água pluvial e da servida na substituição da potável para fins


menos nobres: reuso.
Outras práticas sustentáveis também auxiliam na preservação do meio
ambiente em geral, tais como:
• Proteção das nascentes e florestas.
• Despoluição e desassoreamento de rios.
• Controle da erosão.
• Recomposição de mata ciliar.
• Reciclagem de resíduos sólidos.
Teoria em prática
Bloco 4
Ana Claudia Guedes Silva
Reflita sobre a seguinte situação

• Tendo em vista a crescente preocupação com a sustentabilidade das


ações humanas, como o tratamento de efluentes, reciclagem e consumo
de energia, por exemplo, as Estações de Tratamento de Efluentes
também vêm sofrendo pressão para se tornarem cada vez mais
sustentáveis, além do serviço benéfico que já prestam.
• De que outras maneiras uma Estação de Tratamento de Efluentes pode
ser mais sustentável? Descreva.
Norte para a resolução

• Uma ETE pode ser mais sustentável se realizar o manuseio do lodo


produzido de forma a transformá-lo em um produto utilizável na
agricultura, por meio de compostagem, e não apenas dispor em aterro
sanitário.
• Outra forma é a utilização de reatores anaeróbios que sejam capazes de
produzir o biogás para utilização, como geração de energia para a própria
ETE, já que alguns processos consomem bastante energia, como é o caso
da injeção de ar em lodos ativados ou até mesmo para bombas em geral.
Dica da professora
Bloco 5
Ana Claudia Guedes Silva
Indicações

• Dimensionamento de wetlands construídos no Brasil.

VON SPERLING, M.; SEZERINO, P. H. Dimensionamento de wetlands


construídos no Brasil. Documento de consenso entre pesquisadores e
praticantes. Boletim Wetlands Brasil, Edição Especial, dezembro, 2018.
Indicações

• Manual de conservação e reuso da água na indústria.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FIRJAN.


Manual de conservação e reuso de água na indústria. 1. ed., SEBRAE, Rio
de Janeiro: DIM, 2006.
Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Manual de usos consuntivos da água


no Brasil. Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Superintendência
de Planejamento de Recursos Hídricos (SPR), Brasília: ANA, 2019. Disponível
em: http://biblioteca.ana.gov.br/asp/download.asp?codigo=134951&tipo
_midia=2&iIndexSrv. Acesso em: 03 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13969: tanques


sépticos – Unidades de tratamento complementar disposição final dos
efluentes líquidos – Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997.
Referências

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos


Jurídicos. Lei Federal n. 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Brasília, 1997.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm. Acesso
em: 2 mar. 2020.

BRASIL. Ministério das Cidades. Guia técnico de aproveitamento energético


de biogás em estações de tratamento de esgoto. Probiogás. Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental, Deutsche Gesellschaf für Internationale
Zusammenarbeit GmbH (GIZ), Brasília: Ministério das Cidades, 2015.
Disponível em: https://www.mdr.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/
probiogas/probiogas-guia-etes.pdf. Acesso em: 03 mar. 2020.
Referências

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente.


Resolução CONAMA n. 357, de 25 de março de 2005. Brasília, 2005.
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?
codlegi=459. Acesso em: 2 mar. 2020.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente.


Resolução CONAMA n. 430, de 13 de maio de 2011. Brasília, DF, 2011.
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?
codlegi=646. Acesso em: 2 mar. 2020.
Referências

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Recursos


Hídricos. Resolução n. 54, de 28 de novembro de 2005. Brasília, DF, 2006.
Disponível em: http://www.ceivap.org.br/ligislacao/Resolucoes-
CNRH/Resolucao-CNRH%2054.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN).


Manual de conservação e reuso de água na indústria. 1. ed., SEBRAE, Rio de
Janeiro: DIM, 2006.

FUJI, F. Y.; PIVELI, R. P.; CAMPOS, F. et al. Desempenho de reator integrado


de lodo ativado com biofilme em leito móvel. Engenharia Sanitária e
Ambiental. v. 18 n. 4, Rio de Janeiro, 2013.
Referências

KUBLER; H; FORTIN, A; MOLLETA, L. Reuso de água nas crises hídricas e


oportunidades no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: ABES, 2015.

PROGRAMA DE PESQUISAS EM SANEAMENTO BÁSICO (PROSAB). Tecnologias


de segregação e tratamento de esgotos domésticos na origem, visando a
redução do consumo de água e da infraestrutura de coleta, especialmente
nas periferias urbanas. Vitória: UFES, UFSC, UNICAMP, IPT, 2006.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de


esgotos. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental,
UFMG, v. 1, 3. ed., 2014.
Referências

VON SPERLING, M.; SEZERINO, P. H. Dimensionamento de wetlands


construídos no Brasil. Documento de consenso entre pesquisadores e
praticantes. Boletim Wetlands Brasil, Edição Especial, dezembro, 2018.
Bons estudos!

Você também pode gostar