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WBA0836_v1.

Principais sistemas prediais e


seus elementos
Sustentabilidade nas edificações
O conceito de desenvolvimento sustentável
e a gestão da água

Bloco 1
Bianca Lopes de Oliveira
Sustentabilidade

Figura 1 – Princípios da sustentabilidade

• Social.
Desenvolvimento
econômico
• Econômica.
• Ambiental.
• Cultural.
Responsabilidade
Gestão ambiental
social • Territorial.

Fonte: Oliveira, Leoneti e Cezarino (2019, p. 13).


Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030
Quadro 1 - Objetivos do desenvolvimento sustentável – Agenda 2030

Objetivos do desenvolvimento sustentável


São 17 objetivos
1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
identificados
2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover
por meio de 169
a agricultura sustentável. indicadores.
3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades
de aprendizagem ao longo da vida para todos.
5. Assegurar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para
todos.
8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego
pleno e produtivo e trabalho decente para todos.
9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável
e fomentar a inovação.

Fonte: Oliveira, Leoneti e Cezarino (2019, p. 16-17).


Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030
Quadro 1 - Objetivos do desenvolvimento sustentável – Agenda 2030 - Continuação
Objetivos do desenvolvimento sustentável
10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis.
12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável.
15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de
forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da
terra e deter a perda de biodiversidade.
16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável,
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e
inclusivas em todos os níveis.
17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o
desenvolvimento sustentável.
Fonte: Oliveira, Leoneti e Cezarino (2019, p. 16-17).
Gestão da água

• Escassez da água versus aumento da demanda.


• Poluição dos corpos hídricos.
• Desperdício.
• Distribuição geográfica desigual.

USO RACIONAL E
CONSERVAÇÃO DA ÁGUA
Macro: nível federal (rios e
Gestão da água mananciais).

Figura 2 – Gestão do uso de água Meso: concessionárias


(saneamento básico).
Micro: usuários e
fornecedores.

Fonte: Veról, Vazquez e Miguez (2021, p. 368).


Conservação da Água no Edifício

• NBR 16782 (ABNT, 2019b): requisitos e


procedimentos para que as edificações promovam
a conservação da água.
• Ações tecnológicas, institucionais e educacionais:
• Utilização de aparelhos economizadores.
• Medição individualizada.
• Investigação de perdas  programa de
manutenção.
• Fontes alternativas de água para usos
menos exigentes.
Aparelhos economizadores
• Inovação em produtos com consumo reduzido de água:
• Uso de sensor.
• Redutores de vazão.
• Sistemas hidromecânicos de acionamento.
• Sistema à vácuo.
• Peças para direcionamento de jato.
• Sistema dual flush em bacias sanitárias.
Economizadores de água
Figura 3 – Economizadores de água

Fontes: adaptada de jgaunion; Atstock


Production; Kool99/iStock.com.
Programa de Conservação de água
Figura 4 – Etapas de implantação de um PCA

Fonte: Veról, Vazquez e Miguez (2021, p. 375).


Sustentabilidade nas edificações
Reuso de águas cinzas

Bloco 2
Bianca Lopes de Oliveira
Tipos de efluentes na edificação
• Podem ser:
• Águas negras: todos os efluentes
misturados inclusive de bacias sanitárias.
• Águas cinzas: efluentes provenientes do
banho, cozinha e lavatório.
• Águas amarelas: urina (mictório).
• Águas marrons: fezes (sem urina).
Qualidade das águas cinzas
• Variam de acordo com:
• Local.
• Nível de ocupação.
• Estilo de vida e nível social.
• Cultura dos usuários.
• Depende da origem: banho, lavatório e
máquinas de lavar roupas possuem
concentrações de contaminantes diferentes.
Esquema do uso de sistemas de águas cinzas
Figura 5 - Esquema do uso de sistemas de águas cinzas

Verificação dos
Análise das águas Definição dos usos requisitos de
cinzas previstos qualidades
conforme normas

Elaboração do
Análise de Definição do
sistema de coleta,
viabilidade (custo- sistema de
tratamento e
benefício) tratamento
armazenamento

Monitoramento da
Execução do Utilização da água
qualidade da água
sistema não potável
obtida

Fonte: elaborada pela autora.


Vantagens do sistema de reuso de águas cinzas

• Uso racional e conservação da água potável.


• Estimula a educação ambiental.
• Reduz os efluentes gerados e o uso do
sistema de abastecimento de água público.

• Fins não potáveis possíveis: descarga de


vasos sanitários, lavagem de pisos e
calçadas, irrigação de jardins e gramados,
uso na construção civil  depende do
tratamento aplicado.
Riscos do uso de água cinza
• Disseminação de doenças devido à
exposição de microrganismos na água.
• Proliferação de bactérias na água.
• Proliferação de algas na água.
• Presença de odor devido à
decomposição da matéria orgânica
presente.
• Risco de corrosão de peças devido à
acidez da água.
• Risco de manchas nas louças e metais
sanitários.
Esquema do uso de sistemas de águas cinzas
Figura 6 - Sistema de reuso de águas cinzas

Fonte: Carvalho Júnior (2020, p. 218).


Sistema de reuso de águas cinzas: Componentes
• Coletores: tubulações verticais e horizontais
que encaminham os efluentes dos chuveiros,
lavatórios e máquinas de lavar roupas para
um sistema de reserva.
• Armazenamento: reservatórios de acúmulo
das águas cinzas  verificação do balanço de
volume e demanda.
• Tratamento: sistema escolhido em função da
qualidade do efluente e do uso final (de
simples até avançados).
Exemplo: uso de água no banho para descarga
Figura 7 - Utilização de água do banho para uso na descarga

Fonte: Carvalho Júnior (2020, p. 218).


Exemplo de tratamento da água cinza
Figura 8 - Exemplo de tratamento da água cinza

Fonte: Ecoeficientes (2013 apud GRABASCK; CARVALHO, 2019, p. 63).


Sustentabilidade nas edificações
Aproveitamento de águas de chuva

Bloco 3
Bianca Lopes de Oliveira
Aproveitamento da água de chuva

• NBR 15527 (ABNT, 2019a): uso de água de


chuva coletada em coberturas para fins não
potáveis.
• Necessário estudo para verificar:
• Alcance do projeto.
• População beneficiada.
• Demanda de água de chuva.
Esquema de funcionamento do sistema
Figura 9 - Esquema de funcionamento do sistema de água de chuva

Fonte: Veról, Vazquez e Miguez (2021, p. 381).


Entendendo o sistema
Figura 10 - Princípio de funcionamento

Fonte: Inovação Tecnológica (2015 apud GRABASCK; CARVALHO, 2019, p. 64).


Sistema de aproveitamento de água de chuva - Componentes
• Superfície coletora: verificação do coeficiente de
escoamento superficial (retenção de água pelo
material).
• Calhas: PVC e aço galvanizado dimensionados
conforme NBR 10844 (ABNT, 1989).
• Dispositivo de descarte da água de escoamento
inicial  2mm da precipitação inicial.
• Reservatórios:
• Inferior: recebem a água captada após o
primeiro tratamento.
• Superior: distribuição da água nos pontos de
abastecimento.
Reservatórios - Dimensionamento
• Com base em critérios técnicos, econômicos
e ambientais (NBR 15527/2019).
• Métodos utilizados:
• Método de Rippl.
• Método da Simulação.
• Método Azevedo Neto.
• Método Prático Inglês.
• Método Prático Alemão.
• Método Prático Australiano.
Reservatórios – Dimensionamento – Método Rippl
• Baseado na diferença máxima acumulada entre
volume captado e demanda (valores diários ou
mensais)  de forma analítica ou gráfica.

VDisp = P. A.C.η
• Em que: VDisp é o volume disponível de água de chuva, anual, mensal ou
diário em litros; P é a precipitação média anual, mensal ou diária em
mm; A é a área de captação em m²; C é o coeficiente de escoamento
superficial da cobertura; η é a eficiência do sistema de captação que
pode ser adotado como 0,85, na falta de dados.
Reservatórios – Dimensionamento – Método da Simulação
• Baseado na fixação de um valor de volume para o reservatório
e verificação do percentual de consumo que pode ser
atendido  tentativa e erro.

S(t ) =Q(t ) + S(t −1) − D(t )


Q(t ) = C.i(t ) . A
0 ≤ S(t ) ≤ V
• Em que: S(t) é o volume de água no reservatório no tempo t;
S(t-1) é o volume de água no reservatório no tempo t-1; Q(t) é
o volume de chuva no tempo t; D(t) é o consumo ou demanda
no tempo t; V é o volume do reservatório fixado; C é o
coeficiente de escoamento superficial; i é a precipitação da
chuva; A é a área de captação.
Reservatórios – Dimensionamento – Método Azevedo Neto
• Baseado na relação entre a capacidade de
armazenamento do reservatório com a quantidade
de meses com pouca ou nenhuma chuva.

V = 0, 042.P. AT
.
• Em que: P é a precipitação média anual em mm; T é o número
de meses de pouca chuva ou seca; A é a área de coleta em
projeção em m²; V é o volume de água aproveitável e o volume
de água do reservatório em litros.
Reservatórios – Dimensionamento – Métodos Práticos
• Método Prático Inglês: precipitação anual.

V = 0, 05.P. A
Em que: P é a precipitação média anual em mm; A é a área de
coleta em projeção em m²; V é o volume de água aproveitável
e o volume de água do reservatório em litros.
• Método Prático Alemão: precipitação aproveitável.

Vadotado = min(VeD) x0, 06


Em que: V é o volume anual de precipitação aproveitável em
litros; D é a demanda anual de água não potável em litros.
Reservatórios – Dimensionamento – Métodos Práticos
• Método Prático Australiano: análise contínua dos
meses, de modo a avaliar o volume remanescente
do mês anterior, a precipitação total aproveitável
do mês e a demanda mensal.

• Os métodos práticos são mais indicados para


residências e pequenos estabelecimentos,
enquanto para projetos mais complexos se deve
utilizar os outros métodos.
Teoria em Prática
Bloco 4
Bianca Lopes de Oliveira
Reflita sobre a seguinte situação

• Você tem como objetivo reduzir o consumo de um


shopping, em que o maior consumo foi verificado no
sanitários.
• Opção: alteração dos aparelhos sanitários
convencionais para economizadores de água
• Lavatório e mictório de pressão versus Lavatório
e mictório com sensor.

Reflita: como você pode determinar a melhor opção? Deve


somente verificar a economia dita pelo catálogo de
fabricante? Como fazer uma avaliação de custo-benefício?
Norte para a resolução...
• Avaliação de custo-benefício:
• Verificar o consumo local: quais
equipamentos são mais utilizados nos
sanitários feminino e masculino (por
exemplo, proporção de uso de bacias e
mictórios).
• Levantar valor economizado de água
versus custo do equipamento.
• Tempo de retorno.
Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Bianca Lopes de Oliveira
Dica do(a) Professor(a)
• Assista a palestra da Engenheira Civil Diana Paes,
transmitida em 29 de outubro de 2020.

• Acesse canal no Youtube CREA BA: Diálogos que


conectam e busque pela palestra: Sustentabilidade
nas edificações.
Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15527: aproveitamento de
água de chuva de coberturas para fins não potáveis - requisitos. Rio de Janeiro:
ABNT, 2019a.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16782: conservação de água


em edificações – requisitos, procedimentos e diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2019b.

CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações prediais hidráulico-sanitárias: princípios básicos


para elaboração de projetos. 4. ed. São Paulo: Blucher, 2020.

GRABASCK, J. R.; CARVALHO, A. M. Arquitetura sustentável. Porto Alegre: SAGAH,


2019.

OLIVEIRA, S. V. W. B. O; LEONETI, A. B.; CEZARINO, L. O. (org.) Sustentabilidade:


princípios e estratégias. São Paulo: Manole, 2019.

MAY, S. Caracterização, tratamento e reuso de águas cinzas e aproveitamento de


águas pluviais em edificações. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

VERÓL, A. P.; VAZQUEZ, E. G.; MIGUEZ, M. G. Sistemas prediais hidráulicos e


sanitários: projeto práticos e sustentáveis. Rio de Janeiro: LTC, 2021.
Bons estudos!

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