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Cliente: CBIC | Projeto: Guia Orientativo | Etapa: Artigo 1 – CBIC +

CBIC INICIA O GUIA ORIENTATIVO PARA NOVAS NORMAS ABNT


SOBRE ÁGUA EM EDIFICAÇÕES
As crises de abastecimento, ocorridas nos últimos anos, têm levado a população de centros
urbanos brasileiros a conviver com o racionamento no fornecimento de água e,
consequentemente, gerando pressão para mudanças no planejamento no setor da construção
civil, na gestão pública e nas comunidades. A vulnerabilidade hídrica em centros urbanos leva
à consideração de duas questões: a disponibilidade hídrica, que está relacionada à demanda, e
as condições das bacias brasileiras segundo criticidade quali-quantitativa, pois ter água
disponível sem qualidade reduz a confiabilidade hídrica, levando ao aumento nos custos de
tratamento.

Este cenário tem motivado cada vez mais o mercado da construção a buscar soluções que
reduzam o consumo de água e aumentem a resiliência hídrica da edificação, ou seja,
alternativas que reduzam a vulnerabilidade a crises e problemáticas hídricas. Além disso, estas
soluções também trazem atratividade ao negócio, já que acabam por agregar valor na venda e
reduzir os custos com a conta de água para o usuário final.

No saneamento, enfatiza-se que apesar do acesso à água estar próximo da universalização, a


coleta e tratamento de esgoto está muito aquém do necessário. Além disso, o pouco controle
no uso da água subterrânea e os elevados níveis de perdas no sistema de distribuição, dificulta
o gerenciamento de água nas cidades.

A macrometrópole de São Paulo possui 30 milhões de habitantes e em 2035 chegará a 37


milhões, o que exigirá 60 m³/s a mais de água tratada em relação à demanda observada de
2008. Um cenário com adoção de ações e controle operacional prevê que 32 m³/s deverão ser
obtidos pela redução do consumo e gestão da demanda, não só nos usos urbanos, mas
também na agricultura e na indústria. É importante reconhecer que demandas locais têm suas
especificidades e que estatísticas globais nem sempre podem ser utilizadas de maneira
generalizada, o que requer um banco de dados organizado e estruturado para cada localidade.

A conservação de água é definida como prática, tecnologias e incentivos que aperfeiçoam a


eficiência do uso da água. Enquanto o uso racional da água objetiva apenas a redução do
consumo, a conservação de água prevê a gestão da demanda juntamente com a gestão da
oferta. Utilizar água menos nobre para fins menos nobres é uma alternativa para reduzir o

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consumo de água potável, como por exemplo, utilizar fontes alternativas de água não potável
de água para:

Descarga de Lavagem de Lavagem Irrigação para Uso Arrefecimento Sistemas de


bacias sanitárias logradouros, de veículos fins ornamental de telhados resfriamento
e mictórios, pátios, paisagísticos (fontes, de água
independente do garagens e chafarizes
sistema de áreas externas e lagos)
acionamento

A conservação de água na construção civil deve ser concebida já na etapa de projeto,


seguindo na execução, até o uso e operação. Em todas estas etapas deve se buscar a
eficiência dos sistemas hidráulicos de alimentação, reserva e distribuição, considerando
dispositivos economizadores, medição individualizada, zonas de pressão, fontes alternativas,
entre outros.

No caso de fontes alternativas, as principais atualmente utilizadas no mercado de edificações


são:

Água de Águas Águas Águas Esgoto Rebaixamento Aproveitamento


chuva ou Cinzas Cinzas Negras Sanitário de Lençol de água de
pluvial Claras Escuras Freático condensado

No entanto, não há normas brasileiras, com exceção da água de chuva, que auxiliem
profissionais das áreas de saneamento e construção civil na elaboração de projetos, execução
e operação/manutenção destas soluções dentro de edifícios.

Neste cenário, foram elaboradas duas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), uma sobre conservação de água e a segunda sobre o uso não potável de água em
edificações e ainda a ABNT 15.527, sobre o aproveitamento de coberturas em áreas urbanas
para fins não potáveis, foi revisada.

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A elaboração das normas pretende incentivar o uso eficiente da água nas edificações e dar
suporte técnico às legislações que estão sendo aprovadas pelos estados, municípios e governo
federal que em alguns casos têm trazido diretrizes conflitantes com a correta gestão da água
nas edificações.

Estas iniciativas contribuirão para uma consolidação mais segura dos usos não potáveis em
edificações, estimulando as boas práticas e reduzindo os riscos potenciais, e
consequentemente para a redução do consumo de água de forma a auxiliar no alcance de
indicadores e metas propostas na gestão dos recursos hídricos.

Segundo Lilian Sarrouf, coordenadora da norma das duas novas normas, avaliou sua
participação e a importância destas normas:

“Foi muito gratificante como coordenadora desta comissão trabalhar com


equipes de todas as áreas. O aprendizado foi muito grande. Acredito que o
recado que fica é que todos nós queremos sim a conservação de águas, o uso
de fontes alternativas e uma construção mais sustentável, mas queremos de
forma correta e adequada para que aconteça de fato!”

Plínio Tomaz, coordenador da primeira versão da norma de água de chuva e da revisão


realizada este ano, também avaliou sua participação e a importância destas normas:

“Trabalhar na revisão da NBR 15.527 de água de chuva foi importante, ela fez
10 anos no ano passado quando se iniciou o estudo da revisão e nestes 10
anos foram muitos aprendizados que proporcionaram propostas de melhorias
para a norma, tanto de redação de itens e requisitos que estavam tendo dupla
interpretação, tanto de lições novas aprendidas relacionadas a qualidade e
dimensionamento. Estes pontos acabaram sendo os pontos centrais da
comissão durante a revisão.

Fora isso, foi importante a representatividade, foram muitas pessoas que


participaram, mais de 40 individuais e todas as instituições muito bem
representadas: projetistas, associações, fabricantes, universidades, então isso
também é um fator que pesa bastante para a gente ver a consistência e o
sucesso do trabalho.”

A norma de conservação de água estabelece orientações, diretrizes, requisitos e


procedimentos para a realização da conservação em edifícios, novos e existentes, combinando

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ações de gestão da demanda e gestão da oferta, conforme viabilidade técnica e econômica


caso a caso.

No caso da norma de fontes alternativas de água não potável o objetivo é instruir para
caracterização, dimensionamento, uso, operação e manutenção destes sistemas em
edificações. Esta norma não será aplicada ao aproveitamento de águas de chuva, pois já existe
norma específica para este fim (citada acima).

A elaboração das normas pretende incentivar o uso eficiente da água nas edificações e dar
suporte técnico às legislações que estão sendo aprovadas pelos estados, municípios e governo
federal que em alguns casos têm trazido diretrizes conflitantes com a correta gestão da água
nas edificações.

Visando contribuir com o conjunto da cadeia produtiva e a própria sociedade, a CBIC iniciou a
elaboração do guia orientativo destas normas, a ser utilizado como uma leitura complementar às Normas
e com objetivo de contribuir significativamente para a racionalização do consumo de água nas
edificações.

O coordenador da norma de água de chuva, Plínio Tomaz, destaca:

“(...) espero que agora com o guia que está sendo elaborado pela CBIC a gente
possa abordar e ampliar alguns conceitos, algumas situações que não
couberam na norma, mas que são importantes como questões de
dimensionamento, questões relativas à escolha de equipamentos, às premissas
de projeto, etc. O guia só vai ampliar o conhecimento sobre o assunto, é uma
ótima iniciativa do CBIC.”

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