Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
FUNDAÇÃO CECIERJ
Presidente
Rogerio Tavares Pires
Vice-Presidente Científica
Régia Beatriz Santos de Almeida
PRODUÇÃO DO MATERIAL
Autoria e revisão
Rodrigo Soares Monteiro da Silva
Design
Katy Araujo
Ilustração
Fernando Romeiro
Imagem capa
Foto de Engin Akyurt: https://www.pexels.com/pt-br/foto/
abstrato-resumo-abstrair-acrilico-6348894/
S586d
p. 40
ISBN: 978-85-458-0277-8
CDD: 560
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................5
6. Referências ................................................................................................. 37
3
1 INTRODUÇÃO
É próprio do ser humano refletir sobre si mesmo e sobre o mundo ao
seu redor. A nossa consciência nos permite conceber o tempo presente,
mas também nos dá o desejo de conhecer nosso passado e a origem do
nosso mundo. Desse modo, o homem procura entender o seu lugar na
Natureza e de que forma deve contribuir para o futuro.
Assim, a Geologia busca responder a tais questões com base no estudo do
registro geológico das rochas, fósseis e estruturas geológicas. O geólogo
se dedica a explicar fenômenos que ocorreram há milhares, milhões ou
até bilhões de anos atrás – uma desafiadora tarefa de investigação do
passado, já que esse registro é muito incompleto, complexo, em que
fenômenos naturais se superpõem e muitas vezes se repetem.
Nos últimos três séculos o conceito de tempo geológico evoluiu muito e,
com o refinamento dos métodos de datação radiométrica mais recentes,
foi possível calcular a idade da Terra em aproximadamente 4,6 bilhões de
anos. É diante dessa imensidão que o homem se situa, maravilhado com a
grandeza do seu planeta e empenhado com a sua preservação.
5
UMA VIAGEM
2 NO TEMPO
A história da terra
e da vida terrestre
Para desvendar os processos que modelaram a Terra, desde a sua origem
até os nossos dias, os geólogos precisavam de um calendário geológico
que determinasse a sequência em que as camadas rochosas se formaram,
além de instrumentos para estimar as suas idades. Por isso, a fim de ordenar
e comparar eventos do passado geológico, os cientistas têm desenvolvido
uma escala de tempo padronizada e aplicada no mundo todo.
Pense nisso!
6
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
7
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Figura 3 – Se a história da Terra, desde a sua formação até os dias presentes, fosse
inserida num relógio de 24 horas: a vida se originaria antes das 4h; os dinossauros
surgiriam já às 22h41 e se extinguiriam às 23h40; e a espécie humana só apareceria
por volta das 23h58 (Schopf, 1999).
9
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Você sabia?
10
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Pense nisso!
Pense nis
so !
Figura 4 – Este fóssil do Período
Ediacarano representa um grupo
Como será
de animais marinhos que existiu
há cerca de 600 milhões de anos. que esse animal
Esses organismos não possuíam se movia?
esqueleto e podiam medir até 1
m de comprimento (Tarbuck e
Lutgens, 2015).
11
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Você sabia?
12
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
O Período Carbonífero tem esse nome porque foi quando uma vasta
vegetação se desenvolveu, formando pântanos que se transformaram
nos depósitos de carvão que escavamos hoje.
Pense nisso!
Nesse momento
surgiram as primeiras
formas de vida com
carapaça, as trilobitas
(esse animalzinho
segmentado da foto
ao lado). Aliás, não
deixe de assistir o
documentário:
13
DINOSSAUROS
3 Origem, domínio
e extinção
A Era seguinte ao Paleozóico é o Mesozóico, conhecido pelo surgimento
dos dinossauros. Mas muitos outros organismos também se originaram
no Mesozóico: grandes répteis predadores dominaram os oceanos; corais
parecidos com os corais modernos construíram enormes recifes; anfíbios
aquáticos começaram a se adaptar a ambientes terrestres; haviam insetos
grandes como pássaros; os mamíferos se desenvolveram e começaram a
se diversificar; e apareceram árvores e plantas com flores (figura 5).
14
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Você sabia?
15
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Os gorgonopsídeos foram os
primeiros animais a apresentar
Quando começou a Era dentes de sabre.
Mesozóica, um único oceano Ao longo do permiano eles
e um único supercontinente evoluíram do tamanho de
cachorros para o de rinocerontes.
definiam a paleogeografia da
Terra – o Pangeia. Mas, durante
o Período Triássico, o calor do
manto fez com que o Pangeia se expandisse, sua litosfera rúptil começou
a rachar e o supercontinente se fragmentou. Por milhões de anos essas
rupturas aumentaram; os continentes se separaram; e o oceano invadiu
esses vales, formando enseadas.
Saiba Mais!
16
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
17
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Figura 7 – Evolução dos “amniotas”, isto é, animais que botam ovos (Wicander e
Monroe, 2016; p. 306).
18
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Você Sabia?
O arcossauro
eoraptor pode ter
sido o ancestral dos
dinossauros. Eles eram
bípedes, carnívoros,
tinham aprox. 1m de
comprimento, pesavam
não mais que 10 kg.
Pense nisso!
Embora sejam incluídos entre os répteis,
os dinossauros se diferenciavam Os dinossauros (do grego,
“lagartos terríveis”; cunhado
principalmente por possuir patas por Sir Richard Owen em
diretamente abaixo do corpo, 1842) não eram tão terríveis
assim e tampouco eram
permitindo-lhes uma postura ereta. Eles lagartos.
não voavam, nem eram plenamente Eles possuíam cérebros bem
aquáticos – outros répteis ocupavam grandes para um réptil e
alguns até cuidavam de seus
estes nichos. E nem todos os dinossauros filhotes – o que é mais típico
eram grandes, ainda que houvesse uns de aves e mamíferos do que
dos próprios répteis!
gigantes a partir do Período Jurássico!
19
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
(RIEDE, 2016)
20
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Pense Nisso!
Em que evidências os
cientistas se baseiam?
Foram descobertas camadas
de rocha do final do cretáceo
ricas em irídio, um elemento
que só meteoritos têm em
alta concentração.
(Wicander e Monroe,
2016; p. 319)
21
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
22
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Saiba Mais!
Bacias sedimentares
são regiões em que a
litosfera terrestre afunda
e acumula sedimentos
(vales e bacias oceânicas,
por exemplo).
O empilhamento de
(O
que as camadas de
ira
et
ao longo do tempo.
9)
Nas rochas
sedimentares da
“Bacia Bauru”
encontram-se os
principais fósseis
de dinossauros do
Cretáceo no Brasil.
(Oliveira et al., 2019)
23
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Figura 10 – As rochas
sedimentares da Bacia
Bauru afloram numa
área de 370 mil km²,
distribuída entre os
estados de São Paulo,
Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do
Sul e Paraná, até tocar
uma pequena parte do
Paraguai (Silva et al.,
2013).
Você sabia?
24
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Pense Nisso!
Contudo, na parte noroeste de São
Paulo se encontram vários fósseis de “Andavam por campos, matas
crocodilomorfos (arcossauros) que e nas águas, como onças
reptilianas caçando uns aos
sugerem adaptações a uma vida fora
outros, dinossauros, tartarugas
d’água e à caça de outros animais. Por e outros bichos.
exemplo: a posição dos membros sob (...)
25
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
26
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
27
O PASSADO
4 PELO BURACO DA
FECHADURA
4.1. Fóssil – uma jóia rara
Em 1936 o paleontólogo gaúcho Llewellyn Ivor Price foi o primeiro a
encontrar um fóssil de dinossauro no Brasil. Ao longo de 230 milhões
de anos os ossos do Staurikosaurus pricei foram levados a centenas de
metros abaixo da superfície, enquanto a bacia sedimentar do Paraná
afundava sob a enorme coluna de sedimentos. Com o tempo, esse
pacote sedimentar, os restos animais e vegetais que continha, todos
viraram rocha. Essas rochas foram futuramente soerguidas e erodidas
pelo tempo, voltando a gerar sedimentos, até que um dia um ser humano
os encontrou e resolveu estudá-los (figura 14).
28
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
29
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Saiba Mais!
Em 2016 foi
descoberto um
osso medular desse
dinossauro, indicando
que era fêmea e que
estava grávida!
(Schweitzer et al.,
2016)
(Evanson, 2015)
30
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Saiba Mais!
Os fragmentos de
tecido do fêmur
do tiranossaurus
rex são flexíveis e
retornam à forma
original depois de
esticados (seta
preta na foto).
(Pappas, 2013)
31
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
titanossaurídeos do mundo).
Por outro lado, em futuras terras argentinas, que estavam mais próximas
do oceano, a vegetação alimentava a diversificada fauna de herbívoros e
aí surgiram as primeiras espécies de titanossaurídeos, mais propensas ao
gigantismo – tal como o maior dinossauro do mundo, o Argentinossauro.
32
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
Saiba Mais!
Assista o
documentário
“Caminhando com
dinossauros –
terra de gigantes”
da BBC.
(ARGENTINOSAURUS, 2019)
33
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
34
ATIVIDADES
5 SUGERIDAS
5.1. Como é feito um fóssil?
Você já visitou a exposição “Dinossauros – Do Cretáceo à Robótica” no
Museu Ciência e Vida e se viu diante do esqueleto do Uberabatitan?
Acontece que os verdadeiros ossos fossilizados são evidências de que
esse dinossauro e outros organismos da sua idade realmente existiram.
Um fóssil se forma geralmente quando um osso ou outra parte dura do
organismo é rapidamente recoberta por lama, areia ou outros sedimentos
e, após longos períodos de tempo, os restos desse organismo absorvem
minerais do seu entorno e ficam petrificados.
Nesta atividade é proposto um modelo ilustrativo das alterações mine-
ralógicas que ocorrem com restos de organismos desde a sua deposição,
ao longo do soterramento e da litificação, até aflorar na superfície.
Procedimentos
1. É recomendável que você utilize óculos de proteção (EPI); tenha
cuidado para não manchar suas roupas; e, ao final da experiência, lavar as
mãos com água e sabão, antes de remover os óculos
2. Remova o topo de uma caixa de leite e a preencha com 500 ml de areia
3. Enterre uma esponja no centro dessa areia
4. Acrescente 250 ml de água quente num recipiente de 500 ml
35
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
Procedimentos
1. Divida os alunos em grupos, cada qual com um pote de margarina
grande, vazio e numerado
2. Peça aos alunos que preencham os potes de margarina com uma
camada de lama (sedimento mais argiloso e menos arenoso) até um
pouco além da metade
3. Peça aos alunos que pressionem seu respectivo resto de organismo
(galho, folha verde, concha, pena, ou osso de galinha limpo) na lama
4. Em seguida, que eles os cubram com mais 3-5 cm de lama e deixe a
mistura sob o sol por 3-4 dias, até que seque completamente
5. Distribua aleatoriamente aos alunos os potes de margarina e peça
que eles tentem recuperar cuidadosamente os materiais e os moldes
formados (com uso de faca de manteiga, pinças, etc.)
6. Peça que eles descrevam suas descobertas e as apresentem
36
6 REFERÊNCIAS
ANELLI, L.E.. Dinos do Brasil. 2. ed. São Paulo: Editora Peirópolis Ltda, 2019.
ANELLI, L.E. O guia completo dos dinossauros do Brasil. São Paulo: Editora
Peirópolis Ltda, 2016.
37
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1d/01-eiffelturm_paris_froschperspektive.
JPG>. Acesso em: 23 jul. 2019.
<https://science.howstuffworks.com/environmental/earth/geology/is-another-
pangaea-inevitable.htm>. Acesso em: 25 jul. 2019.
RIEDE, T. A cooing dove with its mouth closed. 2016. Disponível em: <https://
www.washingtonpost.com/news/morning-mix/wp/2016/07/12/think-dinosaurs-
roared-like-in-jurassic-park-the-truth-new-research-says-is-a-bit-wimpier/>.
Acesso em: 19 ago. 2019.
SCHWEITZER, M., ZHENG, W., ZANNO, L., WERNING, S., SUGIYAMA, T. 2016.
38
Dinossauro – do Cretácio à Robótica
SELLERS, W.; MARGETTS, L.; CORIA, R.; MANNING, P. 2013. March of the Titans:
The Locomotor Capabilities of Sauropod Dinosaurs. DOI:10.1371/journal.
pone.0078733 JO.
TALORI, Y.S. et al. Winged forelimbs of the small theropod dinosaur Caudipteryx
could have generated small aerodynamic forces during rapid terrestrial
locomotion. Scientific Reports. Londres, p. 1-14. dez. 2018. Disponível em:
<https://www.nature.com/articles/s41598-018-35966-4.pdf>. Acesso em: 14
ago. 2019.
TARBUCK, E. J.; LUTGENS, F.K. Earth Science. 14. ed. New York: Pearson
Education, Inc., 2015.
VOLPICELLI, G. Mailonline. Dinosaur veins found inside a fossil: Soft tissue from
80-million-year-old hadrosaur is spotted in remains found in Montana. 2015.
Disponível em: <https://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3354318/
Dinosaur-VEINS-inside-fossil-Soft-tissue-80-million-year-old-hadrosaur-spotted-
remains-Montana.html>. Acesso em: 05 ago. 2019.
WICANDER, R.; MONROE, J.S.. Paleozoic Life History: Mass Extinctions. In:
WICANDER, Reed; MONROE, James S.. Historical Geology: Evolution of Earth &
Life Through Time. 8. ed. Boston: Cengage Learning, 2016.
Imagem capa:
39
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição
AUTOR
Rodrigo Soares Monteiro da Silva
Supervisão:
Equipe Museu Ciência e Vida
40