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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

1
FUNDAÇÃO CECIERJ

Presidente
Rogerio Tavares Pires

Vice-Presidente de Educação Superior a Distância


Caroline Alves da Costa

Vice-Presidente Científica
Régia Beatriz Santos de Almeida

PRODUÇÃO DO MATERIAL

Autoria e revisão
Rodrigo Soares Monteiro da Silva

Design
Katy Araujo

Ilustração
Fernando Romeiro

Imagem capa
Foto de Engin Akyurt: https://www.pexels.com/pt-br/foto/
abstrato-resumo-abstrair-acrilico-6348894/

S586d

Silva, Rodrigo Soares Monteiro da.

Dinossauro: do cretáceo à robótica / Rodrigo Soares Monteiro da Silva. –


Rio de Janeiro : Fundação Cecierj/Museu Ciência e Vida, 2022.

p. 40

ISBN: 978-85-458-0277-8

1. Museu Ciência e Vida. 2. Dinossauros-Robótica. 3. Tempo


geológico. 4. Origem e evolução da vida na terra. 5. Fossíl-tecnologia.
Título.

CDD: 560
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................5

2. Uma viagem no tempo –


a história da Terra e da vida terrestre .........................................................6
2.1. A escala de tempo geológica ................................................................7
2.2. O tempo do Homem e o tempo da Terra ...........................................9
2.3. Origem e evolução da vida na Terra ................................................. 11

3. Dinossauros – origem, domínio e extinção ......................................... 14


3.1. Grandes mudanças no mundo mesozóico ....................................... 15
3.2. A diversificação dos répteis e o surgimento dos dinossauros...... 18
3.3. A Extinção cenozóica e o fim dos dinossauros................................ 21
3.4. Répteis do Cretáceo em terras brasileiras....................................... 23

4. O passado pelo buraco da fechadura ................................................... 28


4.1. Fóssil – uma jóia rara ........................................................................... 28
4.2. A tecnologia e as descobertas de fósseis ........................................ 29
4.3. Os dinossauros e a robótica ............................................................... 32
4.3.1. Como andava o maior dinossauro do mundo? ........................ 32
4.3.2. Como dinossauros podem ter desenvolvido o voo? .............. 33

5. Atividades sugeridas ................................................................................ 35


5.1. Como é feito um fóssil?....................................................................... 35
5.2. Fósseis de lama..................................................................................... 36

6. Referências ................................................................................................. 37

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1 INTRODUÇÃO
É próprio do ser humano refletir sobre si mesmo e sobre o mundo ao
seu redor. A nossa consciência nos permite conceber o tempo presente,
mas também nos dá o desejo de conhecer nosso passado e a origem do
nosso mundo. Desse modo, o homem procura entender o seu lugar na
Natureza e de que forma deve contribuir para o futuro.
Assim, a Geologia busca responder a tais questões com base no estudo do
registro geológico das rochas, fósseis e estruturas geológicas. O geólogo
se dedica a explicar fenômenos que ocorreram há milhares, milhões ou
até bilhões de anos atrás – uma desafiadora tarefa de investigação do
passado, já que esse registro é muito incompleto, complexo, em que
fenômenos naturais se superpõem e muitas vezes se repetem.
Nos últimos três séculos o conceito de tempo geológico evoluiu muito e,
com o refinamento dos métodos de datação radiométrica mais recentes,
foi possível calcular a idade da Terra em aproximadamente 4,6 bilhões de
anos. É diante dessa imensidão que o homem se situa, maravilhado com a
grandeza do seu planeta e empenhado com a sua preservação.

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UMA VIAGEM
2 NO TEMPO
A história da terra
e da vida terrestre
Para desvendar os processos que modelaram a Terra, desde a sua origem
até os nossos dias, os geólogos precisavam de um calendário geológico
que determinasse a sequência em que as camadas rochosas se formaram,
além de instrumentos para estimar as suas idades. Por isso, a fim de ordenar
e comparar eventos do passado geológico, os cientistas têm desenvolvido
uma escala de tempo padronizada e aplicada no mundo todo.

Pense nisso!

Imagine como seria difícil marcar um


encontro com seus amigos se o tempo
não fosse dividido em horas, dias e meses!
Então, os cientistas organizam o tempo
geológico em unidades de tempo para
poder conversar sobre os eventos do
passado da terra.

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

2.1. A escala de tempo geológica


Quem passasse de trem em Jaguariaíva (PR) veria camadas de rocha
acinzentada, riquíssimas em fósseis, que são restos ou vestígios de
organismos antigos (figura 1). E, em toda a região, quem encontrasse
rochas com esses mesmos grupos de fósseis saberia que estavam diante
de camadas rochosas da mesma idade.

Figura 1 – Coleta de fósseis em Jaguariaíva, Paraná.

É dessa maneira que os geólogos dividem a história da Terra em unidades


de tempo, baseados nos fósseis que as rochas contêm. Essas unidades de
tempo formam a “escala de tempo geológica”, que narra os 4,6 bilhões
de anos de história do planeta Terra (figura 2).

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Figura 2 – A escala de tempo geológica (adaptado de National Geographic, 2008)


começa pela base com a formação da Terra, há cerca de 4,6 bilhões de anos. As
divisões de tempo que vêm acima são mais recentes, tal como as camadas de rocha,
que são geralmente mais novas em direção à superfície.

Com a escala de tempo geológica os cientistas conseguem descobrir


relações entre eventos geológicos, condições ambientais e formas
de vida fossilizadas, preservados nas rochas. Essa escala é dividida
sucessivamente em Éons, Eras, Períodos e Épocas. E a Época em que nos
encontramos é chamada de Holoceno, no topo da escala.
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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

2.2. O tempo do Homem e o tempo da Terra


Nosso conceito de tempo é usado para especificar a duração de eventos
e intervalos entre eventos. Mas nós estamos familiarizados com o tempo
do ponto de vista humano – horas, dias, anos, etc. Por outro lado, os
geólogos lidam com escalas de tempo tão grandes que fogem à nossa
percepção (o que eles chamam de “tempo profundo”). Para termos uma
melhor noção dessa ordem de grandeza, considere o exemplo da figura
3, que ilustra como seria se os 4,6 bilhões de anos da Terra estivessem
inseridos num relógio de 24 horas.

Figura 3 – Se a história da Terra, desde a sua formação até os dias presentes, fosse
inserida num relógio de 24 horas: a vida se originaria antes das 4h; os dinossauros
surgiriam já às 22h41 e se extinguiriam às 23h40; e a espécie humana só apareceria
por volta das 23h58 (Schopf, 1999).

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Estima-se que há aproximadamente 3,9 bilhões de anos atrás, pouco


depois de uma Terra fundida se solidificar, os oceanos se formaram, o
bombardeio de asteróides cessou e, posteriormente, originou-se a
primeira vida primitiva. Mas apenas nos últimos 500 milhões de anos é
que formas de vida mais complexas se desenvolveram – e isso representa
somente 12% da história terrestre. A tribo de hominídeos da qual
descende a espécie humana se separou evolutivamente dos chimpanzés
há 7 milhões de anos – menos de 0,5% desse pequeno intervalo; e a nossa
espécie, Homo Sapiens, surgiu há meramente 100 mil anos.

Você sabia?

“Se a Torre Eiffel representasse


a idade do mundo, a camada de
tinta sobre o pináculo, no topo,
representaria a participação do
Homem nessa idade; e qualquer
um perceberia que é para tal
camada de tinta que a torre
foi construída. Suponho que o
perceberiam, não sei.”
– Mark Twain (1835-1910)

Intervalos de tempo tão vastos são difíceis para nós compreendermos.


Até mesmo as formas e as posições dos continentes, que parecem ter
sido as mesmas durante toda a história humana, passaram por grandes
mudanças, que influenciaram correntes oceânicas, rotas de migração de
animais e até mesmo o clima. A Terra é muito, muito antiga, já mudou
muito desde a sua origem, e nós humanos só estamos aqui há o que
parece um piscar de olhos!

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

Pense nisso!

“(...) Portanto, o resultado de


nossa presente pesquisa é que
não encontramos vestígio de
um começo, nem a perspectiva
de um fim.”
– James Hutton (1726-1797),
“pai da Geologia”
(Recorte da pintura de Henry Raeburn,
1756–1823)
Antes de Hutton a maior parte da
Europa e do Oriente Médio acreditava que a Terra foi
criada tal como a viam, e que possuía cerca de 6.000 anos,
baseados nas cronologias da Bíblia.

2.3. Origem e evolução da vida na Terra


Os três primeiros Éons da escala geológica formam 88% da história da
Terra e são chamados conjuntamente de “Pré-Cambriano”. Ao longo de
todo esse tempo, a Terra se formou e desenvolveu condições favoráveis
à vida moderna. Evidências fósseis sugerem que simples formas de
vida, unicelulares, surgiram já no Éon Hadeano e que, até o fim do Éon
Proterozóico, a vida se desenvolveu a um ponto em que certos organismos
podiam se locomover de maneiras complexas (figura 4).

Pense nis
so !
Figura 4 – Este fóssil do Período
Ediacarano representa um grupo
Como será
de animais marinhos que existiu
há cerca de 600 milhões de anos. que esse animal
Esses organismos não possuíam se movia?
esqueleto e podiam medir até 1
m de comprimento (Tarbuck e
Lutgens, 2015).

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A vida multicelular começou a se Você sabia?


diversificar durante o Éon Fane-
rozóico. Fósseis do Fanerozóico ÉONS são feitos de ERAS, que
duram dezenas a centenas de
são abundantes, ao passo que milhões de anos. Em grego,
aqueles do Pré-Cambriano são Paleo quer dizer “antigo”; meso,
“médio”; ceno, “recente”; e,
relativamente poucos. Durante Zoikos, “vida”.
a primeira Era do Fanerozóico, o ERAS são divididas em PERÍODOS,
“Paleozóico”, os oceanos ficaram que têm geralmente dezenas
de milhões de anos. O Período
repletos de diferentes tipos de Ediacarano, por exemplo, tem
organismos. seu nome dedicado às colinas
de Ediacara, na Austrália, onde
As primeiras plantas terrestres rochas dessa idade foram
só apareceram bem depois, descobertas.
ERAS são divididas em ÉPOCAS,
no Período Ordoviciano; e, no
que abrangem centenas de
Devoniano, surgiram os primeiros milhares a milhões de anos.
O registro geológico das
anfíbios, que passaram do meio
Épocas mais recentes são mais
aquático para o terrestre e se completos, porque houve menos
tornaram abundantes já no final do tempo para a alteração e erosão
dessas rochas.
Carbonífero.

Você sabia?

A NATUREZA E SUAS ARTIMANHAS:


Para conquistar a transição de ambientes aquáticos
para os terrestres, tanto as plantas quanto os
animais enfrentaram um mesmo problema: como
se reproduzir fora d’água?
As plantas desenvolveram as sementes; e os
animais, o ovo amniótico. Assim, ambos venceram
essa limitação e conquistaram habitats terrestres.

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

O Período Carbonífero tem esse nome porque foi quando uma vasta
vegetação se desenvolveu, formando pântanos que se transformaram
nos depósitos de carvão que escavamos hoje.

Pense nisso!

Nesse momento
surgiram as primeiras
formas de vida com
carapaça, as trilobitas
(esse animalzinho
segmentado da foto
ao lado). Aliás, não
deixe de assistir o
documentário:

O fim do Paleozóico é marcado pela maior extinção em massa na história


da Terra. Numa extinção em massa, muitos grupos de organismos
desaparecem do registro rochoso mais ou menos ao mesmo tempo.
Nesse evento, ao final do Paleozóico, aproximadamente 90% de todos os
organismos marinhos e 70% das espécies vertebradas terrestres foram
extintos.

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DINOSSAUROS
3 Origem, domínio
e extinção
A Era seguinte ao Paleozóico é o Mesozóico, conhecido pelo surgimento
dos dinossauros. Mas muitos outros organismos também se originaram
no Mesozóico: grandes répteis predadores dominaram os oceanos; corais
parecidos com os corais modernos construíram enormes recifes; anfíbios
aquáticos começaram a se adaptar a ambientes terrestres; haviam insetos
grandes como pássaros; os mamíferos se desenvolveram e começaram a
se diversificar; e apareceram árvores e plantas com flores (figura 5).

Figura 5 – Além dos dinossauros, muitos outros organismos surgiram na Era


Mesozóica (National Geographic, 2008, p.655).

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

3.1 Grandes mudanças no mundo mesozóico


A extinção em massa que deu fim à Era Paleozóica introduziu novas
oportunidades para animais e plantas da Era Mesozóica. As formas de
vida na Terra mudaram drasticamente, à medida que novos organismos
evoluíram para preencher nichos vazios. Enquanto alguns grupos desses
organismos sobreviveram até os nossos dias, não restou nenhum dos
répteis gigantes que dominaram o mar, o ar e a terra (e que caracterizaram
o Mesozóico).

Você sabia?

Depois da extinção permiana passaram-se quase 30


milhões de anos para reestabelecer ecossistemas
estáveis na terra!
Suas causas ainda são incertas. O mais provável é
que um evento de anoxia de fundo marinho, ao
longo de milhões de anos, intensificada por um
aquecimento global, tenha impedido a oxigenação
das águas superficiais e levado à beira do colapso
ecossistemas marinhos e terrestres .

Por exemplo, a extinção dos Gorgonopsídeos (grupo de animais, principais


predadores do Permiano, que inclui os ancestrais dos mamíferos; figura
6) permitiu que crocodilos e dinossauros se tornassem os maiores
predadores a partir do Triássico. Isto fez com que os ancestrais dos
mamíferos passassem a construir tocas, se alimentar de insetos e adotar
um hábito noturno. O grupo mais antigo de mamíferos botava ovos
(Monotremata); e, no Jurássico, se dividiram em marsupiais (aqueles com
uma bolsa para seus filhotes) e placentais (mamíferos com placenta, tais
como nós).

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Figura 6 – Reconstrução fóssil de


um Gorgonopsídeo do Permiano Você sabia?
Superior na Tanzânia (Zell, 2010).

Os gorgonopsídeos foram os
primeiros animais a apresentar
Quando começou a Era dentes de sabre.
Mesozóica, um único oceano Ao longo do permiano eles
e um único supercontinente evoluíram do tamanho de
cachorros para o de rinocerontes.
definiam a paleogeografia da
Terra – o Pangeia. Mas, durante
o Período Triássico, o calor do
manto fez com que o Pangeia se expandisse, sua litosfera rúptil começou
a rachar e o supercontinente se fragmentou. Por milhões de anos essas
rupturas aumentaram; os continentes se separaram; e o oceano invadiu
esses vales, formando enseadas.

Saiba Mais!

Devido à movimentação das placas


tectônicas, onde se situam os continentes,
várias vezes na história da terra eles se
fundiram num único supercontinente.
O pangeia foi o mais recente:

Você consegue encontrar a (Pangeia;


américa do sul nessa imagem? Mancini, 2017)

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

Na sua origem, nosso planeta se diferenciou


composicionalmente em: crosta, manto e núcleo:

(National Geographic, 2008)


Note como a crosta é fina em relação à terra como um todo!

Com a fragmentação do Pangeia, as áreas de plataforma continental


aumentaram novamente, oferecendo habitat para que novos organismos
marinhos se desenvolvessem, desde minúsculos fitoplânctons
fotossintéticos, até imensos répteis predadores.
E ao contrário dos anfíbios, cujos ovos precisavam ser postos na água para
evitar que ressecassem, os répteis podiam pôr ovos em terra seca. Seus
ovos (chamados “amnióticos”) continham a comida e a água necessárias
para desenvolver o embrião lá dentro. Foram os ovos amnióticos que
permitiram que os répteis (inclusive os dinossauros) se espalhassem
amplamente.

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3.2. A diversificação dos répteis e o surgimento


dos dinossauros
Répteis, aves e mamíferos (conjuntamente chamados “amniotas”)
evoluíram a partir de um ancestral comum no final do Paleozóico. Desse
tronco basal de répteis surgiram duas ramificações principais: uma
levando aos pelicossauros, terapsídeos e eventualmente aos mamíferos;
outra, a todos os outros répteis e aves (figura 7).

Figura 7 – Evolução dos “amniotas”, isto é, animais que botam ovos (Wicander e
Monroe, 2016; p. 306).

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

A partir dos répteis chamados “arcossauros”, surgiram os crocodilos, os


pterossauros (répteis voadores), os dinossauros, as aves e outros grupos
extintos. Após a extinção permiana, os arcossauros eram os animais
vertebrados dominantes em terra, e todos eles possuíam algo em comum:
os dentes em cavidades separadas (exceto os pássaros modernos).

Você Sabia?

O arcossauro
eoraptor pode ter
sido o ancestral dos
dinossauros. Eles eram
bípedes, carnívoros,
tinham aprox. 1m de
comprimento, pesavam
não mais que 10 kg.

(Wicander e Monroe, 2016;


p. 306)

Pense nisso!
Embora sejam incluídos entre os répteis,
os dinossauros se diferenciavam Os dinossauros (do grego,
“lagartos terríveis”; cunhado
principalmente por possuir patas por Sir Richard Owen em
diretamente abaixo do corpo, 1842) não eram tão terríveis
assim e tampouco eram
permitindo-lhes uma postura ereta. Eles lagartos.
não voavam, nem eram plenamente Eles possuíam cérebros bem
aquáticos – outros répteis ocupavam grandes para um réptil e
alguns até cuidavam de seus
estes nichos. E nem todos os dinossauros filhotes – o que é mais típico
eram grandes, ainda que houvesse uns de aves e mamíferos do que
dos próprios répteis!
gigantes a partir do Período Jurássico!

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Os paleontólogos distinguiram os dinossauros Você Sabia?


em duas ordens, baseados nos tipos de Será que os
dinossauros rugiam?
pélvis (figura 8): os saurísquios, com a pélvis
Os dinossauros
semelhante à de um lagarto; e os ornitísquios, provavelmente não
com a pélvis parecida com a das aves. possuíam faringe
(tal como seus
Entretanto, dinossauros bípedes e quadrúpedes descendentes, as aves).
são encontrados em ambas as ordens. A vocalização dos
dinossauros talvez se
assemelhasse ao arrulho
de um pombo ou ao
grasnar de um avestruz
(mas bem mais alto,
presumivelmente!)

(RIEDE, 2016)

Figura 8 – Dinossauros saurísquios e ornitísquios


Que cores tinham os
(Wicander e Monroe, 2016; p. 307). Todos esses eram
dinossauros?
herbívoros, com a exceção dos Theropoda.
Estudos com o
melanossoma
preservado em tecidos
moles sugerem um
amplo espectro de cores:
brilhantes e iridescentes
em espécies penadas; ou
sombreadas, adaptadas à
camuflagem em espécies
não-penadas.

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

3.3. A Extinção cenozóica e o fim dos


dinossauros
Durante o Éon Fanerozóico ocorreram ao menos cinco extinções em
massa, além de outras de menor magnitude, que reduziram radicalmente
a biodiversidade terrestre. A extinção que se deu no final do Período
Cretáceo foi a maior depois daquela no Permiano, e não só extinguiu
os dinossauros, como também pterossauros, répteis marinhos e muitos
invertebrados marinhos.

Pense Nisso!

Em que evidências os
cientistas se baseiam?
Foram descobertas camadas
de rocha do final do cretáceo
ricas em irídio, um elemento
que só meteoritos têm em
alta concentração.
(Wicander e Monroe,
2016; p. 319)

Essas camadas também apresentam


alterações físicas e químicas, que são
sugestivas de um impacto dessas proporções.
Dessa forma, os geólogos formulam as
hipóteses que expliquem melhor o conjunto
de evidências coletadas.

(Univeridade do Arizona, 2019)

Segundo a hipótese mais aceita para as extinções mesozóicas, um


meteorito com cerca de 10 km de diâmetro teria atingido o que hoje
corresponde à península de Yucatán no México (figura 9).

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Consequentemente, algo em torno de 60 vezes a massa do meteorito


teria sido lançada da crosta para a atmosfera e o calor gerado teria
consumido florestas inteiras, aumentando a concentração de material
particulado no ar.
Assim, a luz do sol teria sido bloqueada por meses, impedindo
temporariamente a fotossíntese; cadeias alimentares teriam colapsado,
desencadeando as extinções. Além disso: com a baixa insolação,
a superfície terrestre teria se resfriado rapidamente; e as rochas
pulverizadas com os gases da atmosfera teriam produzido chuvas ácidas
com efeitos devastadores para a vegetação e organismos marinhos.

Figura 9 – Ilustração do impacto do meteorito, com pterodátilos sobrevoando as


nuvens tropicais de Yucatán (Davis, 1994).

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

Entretanto, alguns cientistas contestam esta hipótese, pois a extinção


de espécies marinhas e terrestres não ocorreu ao mesmo tempo e, no
continente, os animais maiores foram mais afetados. Por isso, alguns
paleontólogos acreditam que várias espécies já estavam em declínio e
que o impacto do meteorito apenas acelerou seus processos de extinção.

3.4. Répteis do Cretáceo em terras brasileiras


No Brasil há um registro de répteis desde o Paleozóico, que abrange uma
ampla variedade de grupos adaptados à água, à terra e até mesmo ao voo.
E na Bacia Bauru estão localizadas as mais abundantes e diversificadas
ocorrências de répteis do Cretáceo Superior (figura 10).

Saiba Mais!

Bacias sedimentares
são regiões em que a
litosfera terrestre afunda
e acumula sedimentos
(vales e bacias oceânicas,
por exemplo).
O empilhamento de
(O

sedimentos faz com


l
ive

que as camadas de
ira
et

baixo, sob alta pressão e


al.
,2

temperatura, virem rocha


01

ao longo do tempo.
9)

Nas rochas
sedimentares da
“Bacia Bauru”
encontram-se os
principais fósseis
de dinossauros do
Cretáceo no Brasil.
(Oliveira et al., 2019)

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Figura 10 – As rochas
sedimentares da Bacia
Bauru afloram numa
área de 370 mil km²,
distribuída entre os
estados de São Paulo,
Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do
Sul e Paraná, até tocar
uma pequena parte do
Paraguai (Silva et al.,
2013).

A vegetação da Bacia Bauru não era abundante (embora houvesse


herbívoros ali) e períodos prolongados de seca tornavam o ambiente
hostil para os dinossauros, obrigando-os a migrar periodicamente para
outras regiões. Por isso, as rochas dessa região guardam uma pequena
variedade de organismos fossilizados. E, além disso, por se tratar de uma
região que era semiárida, dificilmente restos ou vestígios de organismos
se preservaram.

Você sabia?

Após a morte dos organismos, as partes


moles entram em decomposição e as partes
duras ficam sujeitas às condições ambientais.

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

Pense Nisso!
Contudo, na parte noroeste de São
Paulo se encontram vários fósseis de “Andavam por campos, matas
crocodilomorfos (arcossauros) que e nas águas, como onças
reptilianas caçando uns aos
sugerem adaptações a uma vida fora
outros, dinossauros, tartarugas
d’água e à caça de outros animais. Por e outros bichos.
exemplo: a posição dos membros sob (...)

o corpo, que garantia uma postura Alguns chegavam a 3 m de


comprimento e perseguiam,
semiereta e os possibilitava correr atacavam e feriam outros
atrás de suas presas; além de cicatrizes animais, assim como fazem hoje
os grandes felinos.”
musculares, impressas nos ossos, que
(Anelli, 2015)
também indicam que essas espécies
eram fortes o bastante para atacar
uns aos outros e a grandes animais,
incluindo os dinossauros (figura 11).

Figura 11 – O Baurusuchus Salgadoensis media em torno de 3 m de comprimento,


pesava cerca de 200 kg e era carnívoro. Seu nome é uma homenagem à Bacia Bauru,
onde viveu há 90 milhões de anos, e ao município de General Salgado (SP), onde foi
descoberto (Anelli, 2015).

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Tais crocodilos se entocavam durante Saiba Ma


is!
as longas estiagens anuais, esperando
a época das chuvas, que novamente
A fossilização é um processo
trariam as presas para a temporada de excepcional, que pode ser
caça. No entanto, espécies herbívoras favorecido, por exemplo, pelo
soterramento rápido dessas
de crocodilos também se entocavam, tocas (v. cap. 4.1).
aguardando as águas anuais – e é
nessas tocas que mais comumente se
encontram seus fósseis preservados e
até mesmo articulados.
A valer, uma espécie herbívora encontrada em General Salgado, o
Armadillosuchus arrudai, possuía fortes garras nas patas dianteiras,
capazes de escavar (figura 12). A infestação de crocodilos nessas terras
era tamanha que chegavam a ocupar o espaço ecológico de mamíferos
no Cretáceo, impedindo a sua diversificação.

Figura 12 – O Armadillosuchus arrudai media cerca de 2 m de comprimento e pesava


aproximadamente 120 kg. Sua dentição permitia algo que nenhum crocodilo hoje
consegue: mastigar o alimento. Então, sua dieta era baseada em raízes, folhas e
ramos. Seu nome significa “crocodilo-tatu” e homenageia o Prof. João Tadeu Arruda,
seu descobridor (Anelli, 2015).

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

E em Uberaba (MG) existem sítios paleontológicos da Bacia Bauru onde


ocorrem fósseis de saurópodes (q.v. figura 8) do grupo titanosauria em
abundância, diversidade e grau de preservação excepcionais. Dentre os
titanossaurídeos presentes, destaca-se o Uberabatitan ribeiroi (figura
13), que é considerado o maior dinossauro brasileiro e um dos últimos do
planeta. Além de diversos elementos ósseos (vértebras, dentes, costelas,
etc.), são atribuídos a esses titanossauros ovos fósseis, até então só
encontrados em Uberaba.

Figura 13 – Reconstrução de Uberabatitan ribeiroi na região de Uberaba há 65


milhões de anos (Rodolfo Nogueira, In: Ribeiro et al., 2012). Este dinossauro
pesava algo entre 12 e 16 toneladas, media de 15 a 20 m de comprimento e
aproximadamente 4 m de altura. Seu nome é uma referência à cidade próxima de
onde foi descoberto (Uberaba-) e ao seu tamanho (-titan), além de uma homenagem
ao pesquisador Luiz Ribeiro.

27
O PASSADO
4 PELO BURACO DA
FECHADURA
4.1. Fóssil – uma jóia rara
Em 1936 o paleontólogo gaúcho Llewellyn Ivor Price foi o primeiro a
encontrar um fóssil de dinossauro no Brasil. Ao longo de 230 milhões
de anos os ossos do Staurikosaurus pricei foram levados a centenas de
metros abaixo da superfície, enquanto a bacia sedimentar do Paraná
afundava sob a enorme coluna de sedimentos. Com o tempo, esse
pacote sedimentar, os restos animais e vegetais que continha, todos
viraram rocha. Essas rochas foram futuramente soerguidas e erodidas
pelo tempo, voltando a gerar sedimentos, até que um dia um ser humano
os encontrou e resolveu estudá-los (figura 14).

Figura 14 – O esqueleto do Staurikosaurus pricei foi excepcionalmente preservado


por 230 milhões de anos, até que um paleontólogo o descobrisse (ANELLI 2015).

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Dinossauro – do Cretácio à Robótica

É verdadeiramente um prodígio da natureza que o esqueleto desse


dinossauro tenha resistido até os nossos dias! Águas lamacentas o
recobriram de finos sedimentos, que o preservaram parcialmente. E
antes que os ossos voltassem a ficar expostos ao tempo, esse cientista
os escavou. Desde então, este é o único esqueleto de Staurikosaurus
encontrado lá e está guardado no Museu de Anatomia Comparada da
Universidade de Harvard.

4.2 A tecnologia e as descobertas de fósseis


Paleontólogos utilizam helicópteros, explosivos, tratores, entre
outras tantas ferramentas para escavar e transportar fósseis de
dinossauros. Tomografia computadorizada, microscópios e modelagens
computacionais estão entre as Saiba Mais!
tecnologias mais modernas usadas
na análise de tecidos moles, que têm O braquilossauro
sido descobertos recentemente em chamado “Leonardo”:

alguns desses fósseis.


No fim do ano 2000 cientistas
norte-americanos descobriram um
fóssil de hadrossaurídeo de 77
milhões de anos, excepcionalmente
preservado. Esse raríssimo achado
continha restos de pele, tecido Red Rocket
Photography, 2019)
muscular do ombro e da garganta.
Além disso, os cientistas também
encontraram um conteúdo esto-
macal muito bem preservado,
mostrando que a última refeição
daquele dinossauro incluía samam- (Volpicelli, 2015)

baias e folhas de magnólia.

29
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição

Três anos depois, e nessa mesma região dos Estados Unidos,


paleontólogos encontraram o fóssil de um pequeno Tyrannosaurus
rex. Porém, após escavá-lo, os cientistas perceberam que o fóssil era
grande demais para ser transportado por helicóptero. Por isso, eles
cuidadosamente quebraram o fêmur em duas partes – o que é muito
incomum, pois todo esforço é feito para manter os ossos de um espécime
intactos durante o transporte. E, para a surpresa deles, esse osso continha
tecidos moles preservados, inclusive o tecido conectivo que forma ossos,
vasos sanguíneos e, possivelmente, até mesmo células sanguíneas.

Saiba Mais!

Em 2016 foi
descoberto um
osso medular desse
dinossauro, indicando
que era fêmea e que
estava grávida!
(Schweitzer et al.,
2016)
(Evanson, 2015)

Embora outros espécimes de dinossauros com tecido mole tenham sido


descobertos no início do século XX, a tecnologia para a sua preservação
e análise ainda não existia. Essas descobertas recentes, associadas à
tecnologia moderna, permitem novas abordagens a antigas perguntas dos
cientistas, por exemplo: os dinossauros eram animais de sangue quente,
como os mamíferos e as aves? Ou de sangue frio, como os crocodilos?

30
Dinossauro – do Cretácio à Robótica

Esses tecidos preservados podem dar pistas sobre a relação evolutiva


de um dinossauro com espécies modernas. Ademais, a análise de tecidos
pode dar informações sobre a dieta de uma espécie, o que também diz
respeito ao ambiente em que ele viveu naquela época. Por exemplo,
quando o conteúdo estomacal daquele hadrossauro foi analisado, os
cientistas coletaram amostras de mais de 36 tipos de polens, inclusive de
plantas que poderiam sobreviver em climas quentes e úmidos. Tecidos
musculares também podem indicar se um dinossauro andava sobre duas
ou quatro patas.

Saiba Mais!

Os fragmentos de
tecido do fêmur
do tiranossaurus
rex são flexíveis e
retornam à forma
original depois de
esticados (seta
preta na foto).
(Pappas, 2013)

Os futuros passos no estudo desses fósseis recém descobertos incluem


o uso de tomografia computadorizada, que poderia dar um vislumbre
dos órgãos internos de um dinossauro (como o coração, rins e o sistema
digestivo). Os cientistas podem também tentar extrair o DNA das células
sanguíneas encontradas no fêmur do Tyrannosaurus rex, que certamente
revolucionaria o nosso entendimento sobre os dinossauros.

31
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição

4.3. Os dinossauros e a robótica


4.3.1. Como andava o maior dinossauro do mundo?
Na porção mais oriental da Bacia Bauru
prevalecia um ambiente semiárido, Os saurópodes
onde a escassez de alimentos pode ter titanossauros (v. Figura 8)
possuiam cauda e pescoço
causado nanismo aos titanossaurídeos
longos, cabeça pequena,
brasileiros (que tinham quase a metade membros colunares e
do comprimento médio da maioria dos locomoção quadrúpede.

titanossaurídeos do mundo).
Por outro lado, em futuras terras argentinas, que estavam mais próximas
do oceano, a vegetação alimentava a diversificada fauna de herbívoros e
aí surgiram as primeiras espécies de titanossaurídeos, mais propensas ao
gigantismo – tal como o maior dinossauro do mundo, o Argentinossauro.

Figura 17 – O Argentinosaurus huinculensis tinha aproximadamente


40 metros de comprimento (o dobro do Uberabatitan!) e pesava 88
toneladas (Museu Municipal Carmen Funes; Sellers et al., 2013).

32
Dinossauro – do Cretácio à Robótica

Saiba Mais!

Assista o
documentário
“Caminhando com
dinossauros –
terra de gigantes”
da BBC.
(ARGENTINOSAURUS, 2019)

Recentemente cientistas britânicos usaram lasers para escanear um


esqueleto de 40 m e aplicaram modelos computacionais para reconstruir
digitalmente o Argentinossauro, simulando sua forma de caminhar e
correr. O estudo demonstrou que dinossauros de 88 toneladas poderiam
manter velocidades de 8 km/h nas planícies do que hoje é a Patagônia.
Somente através da reconstrução digital que os cientistas compreendem
o modo de locomoção de animais extintos e, assim, esperam entender
melhor a locomoção humana. Além disso, modelar o movimento de
animais desse porte ajuda os pesquisadores a construir robôs mais
eficientes.

4.3.2. Como dinossauros podem ter desenvolvido o voo?


Os cientistas ainda desconhecem quais foram os dinossauros precursores
das espécies voadoras e que características físicas surgiram para
possibilitar o voo. Mas, com o uso da robótica, um grupo de pesquisadores
demonstrou que certos dinossauros já batiam suas asas rudimentares,
como consequência da corrida – antes mesmo de desenvolver a habilidade
de voar.

33
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição

Figura 16 – Modelo robótico do Caudipteryx, um dinossauro de 5 kg incapaz de voar,


mas que poderia correr a velocidades de 8 metros/segundo (Talori et al., 2018).

Os pesquisadores da Universidade de Tsinghua, em Pequim, construíram


um modelo robótico do Caudipteryx, o mais primitivo dinossauro não-
aviário, equipado com proto-asas plumadas (figura 16). Suas simulações
matemáticas foram confirmadas pelos ensaios com o robô: o bater de
asas passivo ocorria a velocidades entre 2,5 e 5,8 m/s. Dessa forma, os
cientistas sugerem que o desenvolvimento da habilidade de voar nesses
animais tenha surgido primeiro com o bater de asas e, futuramente, o
planar.

34
ATIVIDADES
5 SUGERIDAS
5.1. Como é feito um fóssil?
Você já visitou a exposição “Dinossauros – Do Cretáceo à Robótica” no
Museu Ciência e Vida e se viu diante do esqueleto do Uberabatitan?
Acontece que os verdadeiros ossos fossilizados são evidências de que
esse dinossauro e outros organismos da sua idade realmente existiram.
Um fóssil se forma geralmente quando um osso ou outra parte dura do
organismo é rapidamente recoberta por lama, areia ou outros sedimentos
e, após longos períodos de tempo, os restos desse organismo absorvem
minerais do seu entorno e ficam petrificados.
Nesta atividade é proposto um modelo ilustrativo das alterações mine-
ralógicas que ocorrem com restos de organismos desde a sua deposição,
ao longo do soterramento e da litificação, até aflorar na superfície.

Procedimentos
1. É recomendável que você utilize óculos de proteção (EPI); tenha
cuidado para não manchar suas roupas; e, ao final da experiência, lavar as
mãos com água e sabão, antes de remover os óculos
2. Remova o topo de uma caixa de leite e a preencha com 500 ml de areia
3. Enterre uma esponja no centro dessa areia
4. Acrescente 250 ml de água quente num recipiente de 500 ml

35
MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição

5. Meça 100 ml de sal e adicione à água; e, com um talher, misture bem


6. Derrame a água sobre a areia e coloque seu recipiente diretamente
sob a luz do sol por 5 a 7 dias, sem mais mexê-lo
7. Enfim, escave a sua esponja fossilizada

5.2. Fósseis de lama


Como um paleontólogo descobre os fósseis? Como será que os fósseis se
formam? O que podemos aprender com a observação dos fósseis? Onde
os fósseis são encontrados? Nesta atividade simula-se a preservação de
restos animais e vegetais em sedimentos lamosos e a sua coleta.

Procedimentos
1. Divida os alunos em grupos, cada qual com um pote de margarina
grande, vazio e numerado
2. Peça aos alunos que preencham os potes de margarina com uma
camada de lama (sedimento mais argiloso e menos arenoso) até um
pouco além da metade
3. Peça aos alunos que pressionem seu respectivo resto de organismo
(galho, folha verde, concha, pena, ou osso de galinha limpo) na lama
4. Em seguida, que eles os cubram com mais 3-5 cm de lama e deixe a
mistura sob o sol por 3-4 dias, até que seque completamente
5. Distribua aleatoriamente aos alunos os potes de margarina e peça
que eles tentem recuperar cuidadosamente os materiais e os moldes
formados (com uso de faca de manteiga, pinças, etc.)
6. Peça que eles descrevam suas descobertas e as apresentem

36
6 REFERÊNCIAS
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Imagem capa:

Foto de Engin Akyurt: https://www.pexels.com/pt-br/foto/abstrato-resumo-


abstrair-acrilico-6348894/

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MUSEU CIÊNCIA E VIDA | Exposição

AUTOR
Rodrigo Soares Monteiro da Silva

Supervisão:
Equipe Museu Ciência e Vida

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