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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

CENTRO DE CIÊNCIA AGRÁRIAS E BIOLÓGICAS


COORDENAÇÃO DE BIOLOGIA
LABORATÓRIO DE PALEONTOLOGIA

Organizadores:
Profa. Maria Somália Sales Viana, Dsc.
Monitor: Arquimedes Pompeu de
d Paulo Chaves, graduando em Biologia.
Biologia

2009
TÓPICOS

INTRODUÇÃO
PRINCIPAIS RAMIFICAÇÕES DA GEOLOGIA
HISTÓRICO DA GEOLOGIA
ORIGEM E ESTRUTURA DO UNIVERSO
ORIGEM DO UNIVERSO
CRONOLOGIA DA CRIAÇÃO DO UNIVERSO
ESTRUTURA DO UNIVERSO
GALÁXIAS
SISTEMA SOLAR
TERRA
PORQUÊ VIDA SÓ NA TERRA, NO SISTEMA SOLAR?
POSSIBILIDADE DE VIDA EXTRATERRESTRE
METEORITOS
PLANETOLOGIA COMPARADA
MINERAIS E ROCHAS
MINERAIS
PROPRIEDADES DOS MINERAIS
CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA DOS MINERAIS
ROCHAS
CARACTERÍSTICA DAS ROCHAS
CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA DAS ROCHAS
CICLO DAS ROCHAS
TECTÔNICA GLOBAL
A TERRA É UM PLANETA DINÂMICO
TIPOS DE LIMITES ENTRE AS PLACAS LITOSFÉRICAS
TERREMOTOS
ONDAS SÍSMICAS
INTENSIDADE SÍSMICA
ESCALA DE MAGNITUDE (RICHTER)
SISMICIDADE MUNDIAL
TSUNAMIS
O TEMPO GEOLÓGICO
CONCEITOS BÁSICOS
PRINCÍPIOS GERAIS
PRINCÍPIOS DE CORRELAÇÃO
BREVE HISTÓRICO
COLUNA DO TEMPO GEOLÓGICO
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E SUPERFICIAIS
ORIGEM
CICLO HIDROLÓGICO
AQUÍFEROS
PROCESSOS DE SEDIMENTAÇÃO
SEDIMENTOS E PROCESSOS SEDIMENTARES
INTEMPERISMO E FORMAÇÃO DE SOLOS (PEDOGÊNESE)
AÇÃO GEOLÓGICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA
RELEVO CÁRSTICO: PAISAGEM SUBTERRÂNEA (CARSTE, CAVERNAS)
AÇÃO GEOLÓGICA DO GELO
AÇÃO GEOLÓGICA DO VENTO (PROCESSOS EÓLICOS)
RECURSOS MINERAIS E ENERGÉTICOS
RECURSOS MINERAIS
RECURSOS ENERGÉTICOS
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS
GEOLOGIA DO BRASIL E DO CEARÁ
O PLANETA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
AQUECIMENTO GLOBAL
EFEITO ESTUFA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO

O termo Geologia se origina do grego geo (terra) e logos (estudo, ciência). É a


ciência que investiga a história geral da Terra, desde sua origem até o presente, estudando
sua constituição, especialmente como revelada pelas rochas, investigando o meio natural do
planeta, interagindo inclusive com a Biologia em vários aspectos. Geologia e Biologia são as
ciências naturais que permitem conhecer o nosso habitat e, assim, agir de modo
responsável nas atividades humanas de ocupar, utilizar e controlar os materiais e os
fenômenos naturais.
Pode-se, então, definir Geologia como a ciência cujo objeto de estudo é a Terra:
sua origem, seus materiais, suas transformações e sua história. Estas transformações
produzem materiais ou fenômenos naturais com influência direta ou indireta sobre os seres
vivos.
São objetivos da geologia:
– estudo das características do interior e da superfície da Terra, em várias escalas;
– compreensão dos processos físicos, químicos e físico-químicos que levaram o planeta a
ser tal como o observamos;
– definição da maneira adequada (não destrutiva) de utilizar os materiais e fenômenos
geológicos como fonte de matéria prima e energia para melhoria da qualidade de vida da
sociedade;
– resolução de problemas ambientas causados anteriormente e estabelecimento de critérios
para evitar danos futuros ao meio ambiente, nas várias atividades humanas;
– valorização da relação entre o ser humano e a Natureza.

Geobiologia: ciência que estuda as relações entre a evolução cósmica geológica do


planeta e as condições de origem, de composição físico-quimica e de evolução da matéria
viva ou dos organismos.

Principais Ramificações da Geologia


 Planetologia/Astronomia
 Mineralogia/Cristalografia
 Petrologia (ígnea, sedimentar e metamórfica)
 Sedimentologia
 Estratigrafia
 Paleontologia
 Geologia Econômica
 Geologia Histórica
 Geologia Ambiental
 Geofísica
 Geoquímica
 Desenho Geológico/Cartografia

Histórico da Geologia
– Geologia como ramo específico da ciência p/ estudo da Terra – séc. VII;
– Nicolaus Steno (1631-1686), Bispo de Hamburgo, é reconhecido como o fundador da
Geologia como um ramo independente da Ciência;
– Dentre os pioneiros no desenvolvimento da Geologia, encontram-se J.G. Lehmann,
estudioso alemão falecido em 1767, um dos primeiros a visualizar a possibilidade de
ordenar a disposição e idade das rochas da crosta terrestre;
– James Hutton (1726-1797), um escocês de Edimburgo, foi o primeiro grande nome nos
anais da Ciência. Seu livro “Teoria da Terra”, publicado em 1785, trouxe as bases para os
grandes avanços realizados durante o século XIX;
– No século XIX, a nova ciência geológica defronta-se com uma série de preconceitos de
ordem religiosa e filosófica – oposição às idéias a respeito da antiguidade da Terra;
– A moderna Geologia sofre influência da publicação “A origem das espécies” de Charles
Darwin (1859);
– Em meados do século XIX, o progresso da sociedade industrial européia motivou grandes
obras, possibilitando o desenvolvimento da Geologia;
– Desenvolvimento de novas ciências a partir de 1914: Mecânica das Rochas, Geomecânica
e Mecânica dos Solos;
– A partir da década de 1950, houve um grande surto de desenvolvimento após a 2ª Guerra
Mundial, exigindo a utilização de especialistas em todas as áreas de conhecimento.
ORIGEM E ESTRUTURA DO UNIVERSO

Origem do Universo
Existem várias explicações sobre a origem do Universo. Não há como se saber ao
certo, mas os cientistas calculam que o Universo tenha se originado há cerca de 15 bilhões
de anos. Esse é um assunto abordado pela Cosmologia, que estuda a origem, a estrutura e
a evolução do Universo ou de partes componentes deste, tal como um sistema planetário.
A partir de observações e experimentos, cientistas descobriram que as galáxias
estão se distanciando umas das outras. Um equipamento que permitiu essa observação, e
que possivelmente é um dos ícones da era dos estudos de Cosmologia é o telescópio
Hubble, que consegue captar a luz de estrelas, mostrando como elas eram a bilhões de
anos. Analisando a luz das estrelas, é possível saber a velocidade com que elas estão se
afastando ou se aproximando de nós, sua composição química, idade, temperatura e
massa, entre outros aspectos. A análise da luz das estrelas mostra que as galáxias estão se
afastando porque o Universo está se expandindo. Baseado nisso, é possível concluir que,
no passado, as galáxias estavam mais próximas.
Daí é possível supor um momento em que toda a matéria do Universo estava
compactada em um único ponto, infinitamente comprimida e a temperaturas extremamente
altas. Toda a matéria estaria reunida numa singularidade, um espaço muito pequeno de
densidade extremamente alta, virtualmente infinita. Nesta singularidade que foge qualquer
visualização, matéria e energia seriam indistinguíveis, não haveria espaço em seu entorno e
o tempo não teria sentido. Foi então que aconteceu o que os cientistas chamam de "a
grande explosão" ou, em inglês, o Big Bang. Era o início do Universo, que teria ocorrido há
cerca de 15 bilhões de anos.
O Big Bang, ou, grande expansão, também conhecido como modelo da grande
explosão térmica, parte do princípio de Friedmann, segundo o qual enquanto o Universo se
expande, a radiação contida e a matéria arrefecem. Para entender a teoria do Big Bang,
deve-se em primeiro lugar entender a expansão do Universo, de um ponto A para um ponto
B; assim, podemos, a partir deste momento, retroceder no espaço, portanto no tempo, até o
Big Bang.
A Teoria do Big Bang admite que o Universo tem uma idade limite e, portanto,
existe um instante inicial em que o Universo foi criado. Segundo essa teoria, há 15 ou 20
bilhões de anos uma fabulosa quantidade de energia estava localizada em uma esfera de
diâmetro inferior a 1cm, denominada ovo cósmico ou singularidade. A singularidade
representa o momento exato da criação.
Num dado instante (t = 0), toda essa energia, em rápida expansão, criou o Universo
que se dilatou e se resfriou uniformemente.
A redução rápida de temperatura determinou as sucessivas transformações da
energia liberada que se materializou na forma de partículas (quarks) e antipartículas
(antiquarks). A matéria e a antimatéria se aniquilam, gerando uma quantidade enorme de
energia na forma de fótons e obedecendo à equação de Einstein: E = m.c². O excesso de
matéria em relação à antimatéria deu origem ao Universo em que hoje vivemos.

ANO-LUZ: Unidade de medida correspondente à distância percorrida pela luz no vazio


durante um ano.
1 minuto = 60 segundos
1 hora = 60 minutos
1 hora = 60 x 60 = 3 600 segundos
1 dia = 24 x 3600 = 86 400 segundos
1 Ano = 86 400 x 365 = 31 536 000 segundos
1 a.l = 9, 46 x 1012 km = 9 460 000 000 000 km

O tempo e o espaço são grandezas físicas que nasceram com a explosão. Já com
a expansão e criação contínua do espaço, surgiram as forças fundamentais da natureza:
eletromagnética, nucleares e da gravidade. A temperatura e a densidade de energia foram
decrescendo e houve a formação da matéria (nucleogênese): prótons, nêutrons, elétrons e,
em seguida, os átomos mais leves. A isso chamamos evolução primária.
As primeiras galáxias se formaram por volta de 13 bilhões de anos. A Via Láctea
tem cerca de 8 bilhões de anos e dentro dela o nosso sistema solar originou-se a cerca de
4,5 bilhões de anos.

Representação artística do Big Bang.


Cronologia na criação do Universo

a) Instante t = 0: instante inicial em que ocorreu o Big-Bang; a escala de distâncias vale


zero, a densidade do universo é infinitamente elevada e não há ferramentas na Matemática
ou na Física, que hoje conhecemos, para estudar este momento. O evento instante zero é
tratado como uma singularidade no estudo da evolução do Universo.
b) Intervalo de tempo entre t = 0 e t = 10–43s: o que ocorreu neste intervalo é pura
especulação teórica sem nenhuma possibilidade de comprovação através de observações
físicas.
c) Intervalo de tempo entre t = 10–43s e t = 10–35s: neste curto intervalo de tempo os
quarks e os antiquarks aniquilaram-se dando origem à radiação, na forma de fótons. A
quantidade de quarks é maior que a de antiquarks, de modo a restar matéria na forma de
quarks que deu origem ao Universo em que hoje vivemos.
O universo está-se resfriando, passando de uma temperatura de 1032K em t = 10–43s para
a temperatura de 1027K em t = 10–35s.
d) No instante t = 10–30s os quarks remanescentes do processo de aniquilamento começam
a se fundir, dando origem aos prótons e nêutrons.
e) No instante t = 10–6s a fusão dos quarks, originando prótons e nêutrons, é concluída e os
quarks desaparecem.
Os prótons e nêutrons podem-se transmutar entre si e vão coexistir com elétrons e fótons.
f) Após o instante t = 1s, com a queda da temperatura, os prótons não podem mais se
transmutar, o que não ocorre em relação aos nêutrons. É por isso que existem, até hoje,
quatro vezes mais prótons do que nêutrons.
g) No intervalo de t = 10s a t = 500s ocorrem as reações de fusão dos núcleos: 25% dos
núcleos de hidrogênio transformam-se em hélio; um milésimo por cento é transformado em
deutério e menos de um milionésimo por cento é transformado em lítio.
Ao fim de 3 minutos as transformações fundamentais já haviam ocorrido.
h) Quando o Universo possui uma idade entre 300 000 anos e 1 milhão de anos, a
temperatura já é suficientemente baixa para que os elétrons comecem a se associar aos
prótons para formar os átomos de hidrogênio.
i) Antes de atingir a idade de 1 bilhão de anos, a força gravitacional começou a agir e as
primeiras galáxias apareceram.
Nesta altura, é ainda impossível garantir que o Universo continuará a expandir-se
expandir
infinitamente,
nte, levando à desagregação de toda a matéria e à sua morte, ou se
eventualmente essa expansão abrandará e se iniciará um processo de condensação. Esta
última hipótese, que sustenta a possibilidade da ocorrência de um fenómeno inverso ao Big
Bang, o Big Crunch,, leva à conclusão de que este Universo poderá ser apenas uma
instância distinta de um conjunto mais vasto, a que outros 'Big
'Big Bangs'
Bangs e 'Big Crunches'
deram origem.
Com o decorrer do tempo, a matéria foi arrefecendo e foi-se
foi condensando em
nebulosas, galáxias,
láxias, e, dentro destas, em estrelas e buracos negros.

Estrutura do Universo
As estrelas estão agrupadas ordenadamente, segundo hierarquias:
1. Galáxias (100.000 anos--luz):
luz): espiral (Via Láctea), esférica, elíptica e irregular.
2. Aglomerados (dezenas a milhares
milhares de galáxias). Ex.: Grupo Local (Via Láctea, G. de
Andrômeda e as Nuvens de Magalhães).
3. Superaglomerados (dezenas de milhares de galáxias).

Galáxias
É um grupo infinitamente grande de estrelas (cerca 100 bilhões), que se move no
espaço. Por convenção,
enção, escreve-se
escreve se Galáxia para designar a nossa Galáxia (aquela à qual o
Sol pertence) e galáxia (com g minúsculo) para referir qualquer outra.
Vivemos numa galáxia em espiral a que usualmente se atribui o nome de Via
Láctea,, embora tal designação resulte da tradição popular de acreditar na existência de uma
“via” por onde “as almas” se dirigiam ao céu.

Espiral Esférica Elíptica Irregular

Sistema Solar
Ainda não se sabe, ao certo, como o Sistema Solar foi formado. Existem várias
teorias, mas apenas
as uma é atualmente aceita. Trata-se
Trata da Teoria Nebular ou Hipótese
Nebular,, que diz que a condensação e contração de uma nuvem de gás hidrogênio teria
formado o Sol e acúmulo de restos insterestelares teria formado os planetas.
O Sistema Solar é formado por
por nove planetas, entre os quais a Terra, 61 satélites
naturais, milhares de asteróides, meteoróides e cometas, que gravitam em torno do Sol,
além de gás e poeira interplanetários. Formado há cerca de 4,5 bilhões de anos, o Sistema
Solar localiza-se no Braço de Órion da Galáxia Via Láctea, a aproximadamente 33 mil anos-
luz de seu centro.

Terra
A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar em ordem de afastamento do Sol e o
quinto em diâmetro. Entre os planetas do Sistema, a Terra tem condições únicas: mantém
grandes quantidades de água em estado líquido, tem placas tectónicas e um forte campo
magnético. A atmosfera interage com os sistemas vivos. A ciência moderna coloca a Terra
como único corpo planetário conhecido que possui vida da forma a qual conhecemos.
Alguns cientistas consideram que a Terra é um sistema vivo e a chamam Gaia.
A atmosfera primitiva era composta por hidrogênio, hélio, metano, amônia, gás
carbônico, monóxido de carbono e água, caracterizando um ambiente impróprio para
condições de vida. No entanto, foi a partir dessa mistura gasosa que se teriam libertado o
nitrogênio e o oxigênio para originar a vida.
O planeta Terra tem uma forma quase esférica, mas a sua rotação causa uma
pequena deformação para a forma elipsoidal (achatada aos pólos). A constante radiação
solar produz movimentos na atmosfera e nos oceanos, provocando profundas
transformações.
O material do interior da Terra encontra frequentemente a possibilidade de chegar à
superfície, através de erupções vulcânicas e fendas oceânicas. Muito da superfície terrestre
é relativamente novo, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes mais velhas da crosta
terrestre têm até 4,4 mil milhões de anos.
A partir da superfície, temos as seguintes camadas terrestres:
– Litosfera (de 0 a 60,2 km)
– Crosta (de 0 a 30/35 km)
– Manto (de 60 a 2900 km)
– Astenosfera (de 100 a 700 km)
– Núcleo externo (líquido - de 2900 a 5100 km)
– Núcleo interno (sólido - além de 5100 km)
Tomada por inteiro, a Terra possui, aproximadamente, a seguinte composição
compos em
massa:
– 34,6% de Ferro – 12,7% de Magnésio – 0,05% de Titânio
– 30,2% de Oxigênio – 2,4% de Níquel
– 15,2% de Silício – 1,9% de Enxofre

Características físicas da Terra

Diâmetro equatorial: 12.756,27249km


Raio equatorial: 6.378,2 km
Área da superfície: 5,10072 x 108km2
Massa: ~ 6 x 1029 g
Densidade média: 5,52 g/cm3
Aceleração gravítica á superfície: 9,8062m/s2 (lat. 45°, alt. 0)
Período de rotação: 23h 56m e 4,09966s (sideral)
Inclinação axial: 23,45o
Volume: 1,083 x 1012 km3
Atmosfera secundária: (emanações gasosas) nitrogênio, oxigênio e argônio.

Por que vida só na Terra, no Sistema Solar?


– Posição da Terra em relação ao Sol.
– Irradiação de energia solar (reação termonuclear – fusão de átomos de hidrogênio), que é
capturada pelas plantas
antas verdes.
– Temperatura ideal para manutenção da água em estado líquido.
– Tamanho e densidade da Terra que permitem a ação de gravidade na atmosfera.
Possibilidade de vida extra-terrestre?
– Existem cerca de 1020 estrelas como o Sol que podem fornecer energia para seres vivos.
– Pelo menos, 10% dessas estrelas devem ter sistemas planetários semelhantes ao nosso.
– Se apenas 1% desses sistemas tiver planetas com ambientes um pouco parecidos com o
da Terra, teríamos 1018 possibilidades para existência de vida em outros sistemas solares.
– A presença de sistemas vivos na Terra talvez constitua uma em um bilhão de
experimentos efêmeros que ora se realizam em inúmeros planetas distantes.

Nota – Desde o final da década de 90, a NASA inclui pesquisas paleontológicas no


Programa de Missões Espaciais.

Meteoritos
Estudo de algumas trajetórias indicou como provável região de origem dos
meteoritos o anel de asteróides entre as órbitas de Marte e de Júpiter.
Meteoritos são fragmentos de corpos sólidos naturais (asteróides, lua, marte,
cometas...), que vindos do espaço penetram a atmosfera terrestre, se incandescem pelo
atrito com o ar e atingem a superfície terrestre. A chegada de um meteorito é anunciada
pela passagem de um grande meteoro (bólido), chiado e estrondos cacofônicos.
O meteorito recebe o nome da cidade ou localidade mais próxima de onde foi
recuperado facilitando, assim, sua localização, daí alguns nomes estranhos para os
meteoritos. Quando a queda do meteorito é assistida ou se sabe a data em que ele caiu, ele
é tido como queda; se for encontrado no campo sem estar relacionado a qualquer evento, é
considerado um achado.
Os meteoritos podem ser classificados em: pétreos, formados basicamente de
material rochoso, metálicos, também chamados de sideritos, formados basicamente da
liga metálica ferro-níquel, e siderolitos, que são meteoritos compostos das duas fases:
metálica e pétrea. A composição de um grupo especial de meteoritos, os carbonáceos,
contém compostos carbônicos complexos que podem ter sido a “semente” da vida na Terra.
Algumas extinções em massa, como a dos dinossauros há 65 milhões de anos, estão
ligadas a quedas de grandes meteoritos, assim como também a origem e evolução da vida
está ligada ao estudo dos meteoritos.

Os termos meteoros e meteoritos são sempre muito confundidos. Resumindo: O termo


meteoro é usado para descrever a faixa de luz produzida conforme matéria do sistema
solar entra na atmosfera de Terra se incandescendo pelo atrito com as partículas de ar. Um
meteorito é um meteoróide que sobrevive a passagem atmosférica em forma de meteoro e
alcança a superfície da Terra.
Classificação simplificada dos meteoritos
Características: primitivos
não diferenciados. Idade
Ordinários (81%) entre 4,5 e 4,6 bilhões de
anos. Abundância solar
(cósmica) dos elementos
pesados.
Possuem côndrulos, à
Condritos (86%) exceção dos condritos
carbonáceos tipo C1.
Composição: Minerais
Carbonáceos (5%)
silicáticos (olivinas e
piroxênios) fases refratárias
Meteoritos
e material metálico (Fe e Ni).
Rochosos (95%)
Proveniência provável:
Cinturão de asteróides.
Características: Diferenciados. Idade entre 4,4 e
4,6 bilhões de anos, à exceção daqueles tipo SNC,
com idade aproximada de 1 bilhão de anos.
Composição: heterogênea, em muitos casos
similar À dos basaltos terrestres. Minerais
Acondritos (9%)
principais: olivina, piroxênio e plagioclásio
Proveniência provável: Corpos diferenciados do
cinturão de asteróides, muitos da superfície da
Lua, alguns (do tipo SNC) da superfície de Marte
(Shergottitos – Nakhlitos – Chassignitos).
Composição: Mistura de minerais silicáticos e material metálico (Fé +
Meteoritos ferro-
Ni).
pétreos
Proveniência provável: Interior de corpos diferenciados do cinturão
(siderólitos) (1%)
de asteróides.
Meteoritos Composição: Mineral metálico (Fe + Ni).
Metálicos Proveniência provável: Interior de corpos diferenciados do cinturão
(sideritos) (4%) de asteróides.
Planetologia Comparada
Atualmente, os planetas do Sistema Solar deixaram de ser objetos de estudo
apenas de astrônomos, passando também a ser interesse dos geocientistas. Embora cada
objeto no Sistema Solar seja único, o novo campo da Ciência, a planetologia comparada,
tem fornecido muitas lições que podem ser aplicadas à Terra, em especial quanto aos
tópicos de sua origem e evolução primitiva, conforme resumido nos temas abaixo:

1. O estudo da Lua, Vênus, Marte e de muitos


acondritos, mostrou que o magnetismo de tipo
basáltico é onipresente.
2. Embora alguns
lguns objetos primitivos, tais como os
condritos carbonáceos, sobreviveram para indicar a
idade do Sistema Solar, não há evidências da
existência de material primordial não transformado, nos
planetas e em seus satélites.
3. Os planetas formaram-se
se quentes, ou tornaram-se
quentes logo após a sua origem. A sua estruturação
química em manto e núcleo ocorreu numa fase
precoce, provavelmente ainda durante a chamada
acresção planetária.
4. As diferenças na composição das atmosferas dos
Representação do Sistema Solar, planetas internos indicam que
ue as composições
com a proporção entre os originais de seus gases, a perda inicial dos compostos
planetas. voláteis e os subseqüentes processos de degasificação
para a formação das atuais atmosferas foram
específicos e distintos para cada planeta.
5. Aparentemente, o regime de tectônica global
gl do
planeta Terra é único.
6. A evidência de grandes impactos pelo bombardeio de corpos de todos os tamanhos
durante o acrescimento planetário, que continuou pelo menos 800 milhões de anos, é
observável nas superfícies da Lua, Mercúrio e Marte.
MINERAIS E ROCHAS

Constituintes naturais do Planeta, especialmente da crosta terrestre, os minerais


são elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites,
cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos, na
Terra ou em corpos extra-terrestres. Os mineralóides excluem algumas dessas
características.
A composição química e as propriedades cristalográficas de um mineral fazem com
que ele seja único dentro do reino mineral e, assim receba um nome característico.
A origem dos minerais está condicionada aos “ingredientes químicos” e as
condições físicas (T&P). Podem ser formados no interior da Terra ou na sua superfície.
Sempre que a cristalização de uma espécie mineral se der em condições
geológicas ideais, a sua organização atômica interna a sua organização atômica interna se
manifestará em uma forma geométrica externa, com o aparecimento de faces, vértices e
arestas – o cristal (hábito cristalino e clivagem).

Classe mineral Espécie ou grupo mineral % em vol.


feldspatos 58
piroxênios e anfibólios 13
quartzo 11
Silicatos micas, clorita, argilominerais 10
olivina 3
epídoto, cianita, andaluzita,
2
silimanita, granadas, zeólitas etc.
Carbonatos
Óxidos
3
Sulfetos
Halóides etc.
Total 100
Constituição mineralógica da crosta continental
Propriedades dos Minerais

Hábito – Forma(s) com a qual o mineral aparece freqüentemente na natureza, por exemplo:
como prismas alongados; como cristais tabulares (achatados); como agregados cristalinos
com arranjos geométricos característicos; ou mesmo como grãos sem uma forma definida.
Transparência – capacidade do mineral de ser atravessado pela luz.
Brilho – Maneira como um mineral reflete a luz incidente sobre uma de suas superfícies. O
brilho pode ser de dois tipos: metálico e não-metálico.
Cor – A cor de um mineral relaciona-se com a sua capacidade de absorver a luz. A cor
observada é resultante da combinação dos comprimentos de onda não absorvidos da luz
que sofreu transmissão ou reflexão.
Traço – Cor do pó do mineral, obtida riscando-se o mesmo em uma placa de porcelana não-
polida. Usa-se frequentemente o traço na identificação das espécies, porque embora a cor
do mineral possa variar, a cor do traço é constante.
Dureza – Resistência que uma superfície lisa do mineral apresenta a ser “arranhada”
(sulcada) por outro material (outro mineral, a ponta de uma faca, etc.).

1. talco 6. ortoclásio
2. gipsita 7. quartzo
3. calcita 8. topázio
4. fluorita 9. coríndon
5. apatita 10. diamante
Escala de dureza dos minerais (crescente, do mais frágil ao mais resistente)

Fratura – Refere-se à maneira pela qual o mineral se rompe, exceto aquelas controladas
pelas propriedades de clivagem e partição.
Clivagem – Tendência do mineral partir-se paralelamente a planos atômicos identificados
por índices de Miller, tais como faces do cristal.
Densidade – Relação entre a massa do mineral e a massa de igual volume de água. É
obtida dividindo-se o peso do mineral pelo peso do mesmo volume de água.
Geminação – Intercrescimento de dois ou mais espécimes de um mesmo mineral.
Além das propriedades acima, existem ainda as elétricas e magnéticas.

Classificação sistemática dos minerais


As espécies minerais conhecidas são agrupadas em classes minerais com base no
ânion ou radical aniônico dominante em sua fórmula química. James D. Dana ( 1813-1895)
teve papel fundamental na elaboração desta classificação. Assim, tem-se, de maneira
simplificada, as seguintes classes, e no caso dos silicatos, as subclasses, seguidas de
alguns exemplos e suas fórmulas químicas:

Elementos nativos: ouro (Au), enxofre (S). - tetraedros isolados (neossilicatos) – Si:O =
Sulfetos: galena (PbS), esfalerita (ZnS), 1:4.
pirita (FeS2). olivina [(Mg,Fe)2SiO4], granada, zircão,
Sulfossais: tetraedrita (Cu12Sb4S13), topázio.
enargita (Cu3AsS4). - duplas de tetraedros (sorossilicatos) –
Óxidos: gelo (H2O), hematita (Fe2O3), Si:O = 2:7.
cassiterita (SnO2). hemimorfita [Zn4(Si2O7)(OH).H2O], epídoto.
Halóides: halita (NaCl), fluorita (CaF2). - anéis de tetraedros (ciclossilicatos) – Si:O
Carbonatos: calcita (CaCO3), dolomita = 1:3.
[CaMg(CO3)2]. berilo [Be3Al2(Si6O18)], turmalina.
Nitratos: salitre (KNO3), salitre-do-chile - cadeias de tetraedros (inossilicatos)
(NaNO3). a) cadeias simples de tetraedros – Si:O =
Boratos: bórax (Na2B4O7.10H2O). 1:3. piroxênios: enstatita [Mg2(Si2O6)].
Sulfatos e cromatos: barita (BaSO4), b) cadeias duplas de tetraedros – Si:O =
gipsita (CaSO4.2H2O). 4:11. anfibólios: tremolita
Fosfatos, arseniatos e vanadatos: apatita [Ca2Mg5(Si8O22)(OH)2].
[Ca5(F,Cl,OH)(PO4)3]. - folhas de tetraedros (filossilicatos) – Si:O =
Tungstatos e molibdatos:scheelita 2:5. argilominerais (caulinita, esmectita),
(CaWO4). micas (muscovita, biotita).
Silicatos: Devido a sua grande - estruturas tridimensionais (tectossilicatos)
importância, os silicatos são subdivididos – Si:O = 1:2. quartzo SiO2
de acordo com o grau de polimerização - feldspatos:
dos tetraedros SiO44– e a) potássicos: microclínio (KAlSi3O8),
consequentemente pela razão Si:O dos ortoclásio (KAlSi3O8).
anions: b) plagioclásios: albita (NaAlSi3O8), anorita
(CaAl2Si2O8).

Rochas
São produtos consolidados, resultantes da união natural de minerais. Dependendo
do processo de formação, a força de ligação dos grãos constituintes varia, resultando em
rochas “duras” ou “brandas”.
Características das Rochas
As rochas podem exibir as seguintes características: Estrutura (maciça, orientada,
etc.); textura (tamanho, forma e relacionamento entre os cristais ou grãos); minerais
essenciais; minerais acessórios; gênese.

Classificação Genética das Rochas


1. ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS: resultantes da solidificação do material pastoso
incandescente (magma), proveniente do interior do planeta. Podem intrusivas (plutônicas -
rochas magmáticas que se formaram no interior da crosta terrestre) ou extrusivas
(vulcânicas – rochas magmáticas que se formam na superfície da crosta terrestre ).
2. SEDIMENTARES: clásticas ou químicas ou ainda depósitos de origem orgânica.
Formam-se até 250oC.
3. METAMÓRFICAS: são rochas formadas por transformações físicas e químicas sofridas
por outras rochas, quando submetidas ao calor e à pressão do interior da Terra, num
processo denominado metamorfismo. O metamorfismo pode ser baixo, médio e de alto grau.
700-800oC - as rochas começam a se fundir, produzindo magma.

ÍGNEAS E
SEDIMENTARES
METAMÓRFICAS
Volume de rochas da crosta 95% 5%
Exposição rochosa 25% 75%
Proporção de rochas na interface crustal, por tipo
O Ciclo das Rochas
TECTÔNICA GLOBAL

Tectônica Global é a teoria que descreve e procura explicar os movimentos


horizontais e verticais da litosfera terrestre (crosta terrestre + manto rígido subjacente).
Segundo esta teoria, a litosfera é formada por um número de placas rígidas,
algumas grandes, outras pequenas, que vagorasamente se deslocam uma em relação às
outras, em resposta a movimentos e fluxos na astenosfera, região plástica do manto.
Estes movimentos são considerados como os principais fatores que levam às
grandes mudanças geológicas no planeta. Os movimentos destas placas provocam o
surgimento de novos Oceanos e fechamento de antigos, soerguimento de cadeias
montanhosas orogênese e vulcanismo associados, soerguimento e subsidência de grandes
extensões continentais em função da resposta isostática do manto, ruptura de massas
continentais (rifteamento), influenciam grandes mudanças climáticas e levam à criação de
condições propícias ao surgimento e acumulação de petróleo e outros minérios.
A energia acumulada ao longo das margens das placas pode ser abruptamente
liberada, causando os terremotos. O vulcanismo e a geração de novas rochas magmáticas
estão, na maior parte das vezes, associados a estes movimentos e ocorrem ao longo das
bordas das placas. Exceção são os hot spots,que se associam a fenômenos mais profundos
no manto.

A Terra é um planeta dinâmico


Litosfera: (crosta + manto superior) é fragmentada (por falhas e fraturas profundas)
atualmente em cerca de 12 placas tectônicas que se movem.

Astenosfera: marca o limite inferior da litosfera (“Zona de Baixa Velocidade” – diminuição


da velocidade das ondas sísmicas) situada entre 100 e 350 km de profundidade. As altas
temperaturas mantêm as rochas em estado plástico que permite que a litosfera rígida
deslize sobre a astenosfera, possibilitando o deslocamento lateral das placas tectônicas.
Placas Tectônicas: são geralmente de natureza oceânica e continental. A Crosta
Continental (30-40km)
40km) composta principalmente por rochas granodioríticas a dioríticas. A
Crosta Oceânica (6-7
7 km) constitui-se
constitui principalmente de rochass basálticas.

Processos geológicos que causam a movimentação das placas tectônicas: a) criação de


nova litosfera oceânica na dorsal meso-ocêanica;
meso ocêanica; b) mergulho da litosfera para o interior do
manto, puxada pela crosta oceânica descendente mais densa; c) espessamento da placa
litosfética, à medida que se distancia da dorsal meso-oceânica,
meso oceânica, tornando o limite entre a
placa e a astenosfera uma superfície inclinada.

Tipos de limites entre as placas litosféricas:


1. Divergentes: As placas afastam-se
afastam uma da outra,
a, com a formação de nove crosta
oceânica (Dorsais meso-oceânicas)
oceânicas)
2. Convergentes: As placas colidem, com a mais densa mergulhando sob a outra, gerando
uma zona de intenso magmatismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que
mergulhou (zona de subducção). Nesses limites ocorrem fossas e províncias vulcânicas.
3. Conservativos: As placas deslizam lateralmente uma em relação à outra, sem destruição
significativa ou geração de crosta, ao longo de fraturas denominadas falhas
transformantes.
Nesses limites
imites de placas concentra-se
concentra se a mais intensa atividade geológica do
Planeta: sismo, vulcanismo e orogênese.
As forças que movem as placas são denominadas correntes de convecção.
convecção

Modelos sugeridos para mecanismos de correntes de convecção. a – Correntes de


convecção ocorrendo somente na atmosfera. b – correntes de convecção envolvendo todo o
manto.

Terremotos
É o conjunto de vibrações (ondas sísmicas) propagadas em todas as direções
oriundas do movimento repentino de blocos de rocha que se romperam.
A ruptura
ptura se dá quando as tensões provocadas pelo movimento de placas atingem
o limite da resistência das rochas.

Ondas Sísmicas
São ondas de propagação tanto no terreno como sonoras. Há dois tipos de
vibrações sísmicas em um meio sólido (ondas internas) que se propagam em todas as
direções:
Vibrações longitudinais (ondas P):
P): as partículas do meio vibram paralelamente à direção
de propagação e têm maior velocidade de propagação.
Vibrações transversais (ondas S):
S) as partículas vibram paralelamente à direção de
propagação da onda e têm menor velocidade de propagação. Só se propagam no meio
sólido.

Quanto menor a densidade de uma rocha, maior a velocidade das ondas sísmicas.

Intensidade Sísmica
É uma classificação dos efeitos (em pessoas, objetos, construções
construç e na natureza)
que as ondas sísmicas provocam em um determinado lugar.

Escala de Magnitude (Escala Richter)


As magnitudes são expressas em escala logarítmica, de maneira que cada ponto
na escala corresponda a um fator de 10 vezes na amplitude das vibrações
vibrações (valor máximo =
9).

MS = log(A/T) + 1,66 log()


log( ) + 3,3 (magnitude de sismos superficiais)
MR = logV + 2,3 log R – 2,48 (magnitude de sismos regionais)

A – amplitude da onda superficial registrada entre 20° e 100° de distância.


T – período da onda superficial
uperficial (deve estar entre 18s e 22s).
 - distância epicentral em graus [ângulo no centro da Terra entre o epicentro e a estação
(1° = 111 km)].
V – velocidade da partícula da onda P, em µm/s (V=2π A/T).
R – distância epicentral (km).

Sismicidade Mundial
Os sismos estão distribuídos nos limites das placas tectônicas.
Padrão de linha: os epicentros estão ao longo de traço. Ex.: Dorsal Meso-Atlântica.
Meso
Padrão de faixa: os epicentros distribuem-se
distribuem se ao longo de faixas. Ex.: Cinturão de Fogo do
Pacífico.
Sismicidade intraplaca: Sismos que ocorrem no interior das placas em decorrência da
transmissão das tensões geradas nas bordas. São rasos (30 – 40 km de profundidade) com
magnitudes baixas e moderadas, em geral. Podem ser mais intensos em regiões onde a
crosta foi tracionada e extendida por processos geológicos relativamente recentes
(Mesozóico e Cenozóico).
No Brasil: regiões Sudeste e Nordeste, principalmente. Os mais fortes foram no Mato
Grosso, Ceará e Rio Grande do Norte.
Cuiabá/MT (1955) – 6.2; Pacajus/CE (1980) – 5.2; João Câmara/PB (1986) – 5.1
No Nordeste, os sismos ocorrem devido a tensões compressivas (E-W) e tensões
tracionais (N-S), provavelmente originadas pela movimentação da Placa Sulamericana e
forças locais causadas pela estrutura crustal da região.
A interferência do homem na natureza também pode provocar sismos, através de
explosões nucleares, de injeção de água e gás no subsolo, do alivio de carga em minas a
céu aberto e do enchimento de reservatórios artificiais ligados a barragens hidroelétricas. A
maior ocorreu em 1967, no reservatório de Koyna (Índia), com magnitude 6.3.

Geração de um sismo por acúmulo e liberação de esforços em uma ruptura. A crosta


terrestre está sujeita a tensões (a) compressivas neste exemplo, que se acumulam
lentamente, deformando as rochas (b); quando o limite de resistência das rochas é atingido,
ocorre uma ruptura com um deslocamento abrupto, gerando vibrações que se propagam em
todas as direções (c). geralmente, o deslocamento (ruptura) se dá em apenas uma parte de
uma fratura maior pré-existente (falha geológica). O ponto inicial da ruptura é chamado
hipocentro ou foco do tremor, e sua projeção na superfície é o epicentro. Nem todas as
rupturas atingem a superfície.

Tsunamis
São ondas de água gigantescas (10-20 m de altura) e destrutivas, que podem
atingir zonas costeiras após a ocorrência de um grande terremoto com epicentro no mar.
Essas ondas são geradas pelo deslocamento rápido da coluna d’água na área epicentral de
um terremoto ocorrido em uma falha próxima ao fundo do mar.
O deslocamento da coluna d’água propaga-se como ondas em todas as direções
com velocidades que dependem da profundidade do mar. Chegando próximo ao litoral, onde
o mar é mais raso, a velocidade diminui (50-70 km/h), fazendo a energia da onda se
acumular em uma extensão bem menor de água, aumentando, consequentemente, a altura
da onda. O acúmulo de energia provoca também transporte de água (correntes) inundando
a região costeira por centenas de metros terra adentro. Podem ocorrer a milhares de
quilômetros de distância do epicentro do terremoto.
Existem sistemas de alarme para tsunamis no Pacífico, baseado na determinação
rápida de epicentros, magnitudes, orientação de falhas e modelamento matemático de
ondas.
Ainda não foi possivel desenvolver um método prático e seguro para se fazer
previsões de terremotos.

1. formação
2. propagação
3 e 4. inundação
O TEMPO GEOLÓGICO

Escala de tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente até a


formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos
grandes eventos geológicos da história do planeta. Embora devesse servir de marco
cronológico absoluto à Geologia, não há concordância entre cientistas quanto aos nomes e
limites de suas divisões.
As datas referidas correspondem ao início das eras/períodos, o que leva a
intervalos de tempo muito extensos em certos casos, com o acúmulo de acontecimentos
relevantes. Por esse motivo, apenas são referidos os acontecimentos considerados
evolutivamente mais relevantes, estando os mais recentes no topo de cada "célula".

Conceitos Básicos
Registros Geológicos: eventos geológicos X tempo
Correlação Geológica: Conexão de eventos deduzidos do registro rochosos de um local
para o outro.

Princípios Gerais
Uniformitarismo ou Atualismo (James Hutton, 1889): “O presente é a chave do passado”
– as leis da físicas e da química são independentes do tempo e do espaço, por isso operam
no passado como operam hoje.
Ex.: 1.Rochas marinhas encontradas em regiões continentais.
2.Tilitos encontrados em regiões tropicais.
Hutton & Lyell/Hsü (1889): “O improvável pode ser inevitável, dada a imensidão do tempo
geológico”
Catastrofismo (Cuvier, 1790): Cada mudança no registro geológico representaria uma
catástrofe.

Princípios de Correlação
1. Superposição: É uma seqüência de rochas sedimentares, ou derrames vulcânicos, as
camadas tornam-se progressivamente mais jovens para o topo da seqüência. (contra-
exemplo: sills de rocha vulcânica são mais jovens que as encaixantes).
2. Continuidade lateral: Rochas sedimentares inicialmente formam estratos contínuos,
mudando de caráter apenas se há mudanças ambientais.
3. Horizontalidade inicial: Camadas de rochas sedimentares são depositadas
aproximadamente em posição horizontal.
4. Relações de truncamento e inclusão:
• Se uma rocha é cortada por outra ou por uma estrutura, ela deve ser mais antiga que o
evento de truncamento. Ex.: Uma falha cortando estratos.
• Se uma rocha contem fragmentos de outra, ela é mais jovem que as inclusões. Ex.:
Xenólito de xisto em granito; seixos de granito em conglomerado.

Breve Histórico
Século XVII
1669: Nicolau Steno: Lei da superposição
Século XVIII
1769: Giovani Arduino: Classificação das rochas
Século XIX
1815: William Smith: Confecção de mapas geológicos utilizando os fósseis como
instrumentos de datação.
1817: Curvier: “cada mudança na seqüência de fauna representa uma idade especifica”.
Unidades cronoestratigráficas. Também introduziu o conceito de extinção das espécies e a
possibilidade de uma coluna do tempo geológico.
1830: James Hutton; Concepção sobre a imensidão do passado.
1830: Charles Lyell: “vêm-se mundos além de mundos, imensuravelmente distantes uns dos
outros, e, além de todos eles, inumeráveis outros sistemas são vagamente percebidos nos
confins do universo visível”. Pai da estratigrafia.
Coluna do Tempo Geológico

O tempo geológico está dividido em


intervalos que possuem um significado em
termos de evolução da Terra. A escala do
tempo geológico, cujo esqueleto rudimentar
rudiment foi
estabelecido ainda no século XIX , está
dividida em graus hierárquicos cada vez
menores da seguinte forma:

Éons (Hadeano, Arqueano, Proterozóico e


Fanerozóico);

Eras (apenas no Éon Fanerozóico:


Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica);

Períodos (para cada


ada uma das eras do
Fanerozóico);

Épocas (subdivisões existentes apenas para


os períodos do Cenozóico).
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E SUPERFICIAIS

A água é a substancia mais abundante na Terra e é responsável pela dissolução de


materiais e transporte de partículas.
Denomina-se hidrosfera a parte superficial da costa até uma profundidade de 10
km abaixo da interface atmosfera/crosta. Inclui os seguintes reservatórios: oceanos, geleiras
rios, lagos, vapor de água atmosférica, água subterrânea e água retida nos seres vivos.

Origem
A partir da formação da atmosfera, ou seja, a degaseificação do planeta (liberação
de gases por um sólido ou um líquido quando este é aquecido ou resfriado).

O Ciclo Hidrológico

Ciclo da água

1. Precipitação meteórica (condensação de gotículas a partir do vapor d’água presente na


atmosfera, dando origem à chuva);
2. Parte da precipitação retorna à atmosfera por evaporação direta; outra parte soma-se ao
vapor d’água formado sobre o solo e àquele liberado pela atividade biológica
(evapotranspiração);
3. Uma vez atingido o solo, a gotícula infiltra-se, dependendo do tipo de material de
cobertura de superfície. A água de infiltração abastece o corpo de água subterrânea.
4. Quando a capacidade de absorção de água pela superfície é superada, o excesso de
água inicia o escoamento superficial, impulsionado pela gravidade para zonas mais baixas.
5. Durante o trajeto geral do escoamento superficial nas águas emersas e, principalmente,
na superfície dos oceanos, ocorre a evaporação, realimentando o vapor de água
atmosférico, completando o ciclo hidrológico.

Estima-se que 85% do total anual evaporado é dos oceanos e que 15% é evaporado dos
continentes por evapotranspiração.
Ciclo Rápido
A água é consumida nas reações fotoquímicas (fotossíntese) onde é retida
principalmente na produção de biomassa vegetal (celulose e açúcar). Com a reação
contraria à fotossíntese, a respiração, esta água retorna ao ciclo.

Ciclo Lento
O consumo de água ocorre no intemperismo químico através das reações de
hidrólise e na formação de rochas sedimentares e metamórficas (formação de minerais
hidratados). A produção de água juvenil pela atividade vulcânica representa o retorno dessa
água ao ciclo rápido.

Água subterrânea: toda água que ocupa vazios em formações rochosas. É a fração
do ciclo da água que é infiltrada no subsolo, onde a força gravitacional e as características
dos materiais presentes irão controlar o armazenamento e o movimento das águas.

Infiltração
A infiltração da água no solo está relacionada aos seguintes fatores:
– Materiais porosos e permeáveis (solos e sedimentos arenosos).
– Rochas expostas muito fraturadas ou porosas.
– A cobertura vegetal favorece a infiltração através das raízes e da retenção temporária da
água em sub-superficie. Contudo 1/3 da precipitação evapora antes de chegar ao solo em
floresta densa.
– Superfícies suavemente onduladas aumentam a possibilidade de infiltração.
– Chuvas regularmente distribuídas promovem maior infiltração.
No entanto, outros fatores desfavorecem o processo de infiltração, tais como:
– Materiais argilosos e rochas cristalinas pouco fraturadas (corpos ígneos plutônicos e –
rochas metamórficas) são desfavoráveis à infiltração.
– Declives acentuados favorecem o escoamento superficial, diminuindo a infiltração.
– Chuvas torrenciais favorecem o escoamento superficial direto.
– Urbanização e desmatamento aumentam o escoamento superficial.

Distribuição de água no subsolo.

Aqüíferos
São unidades rochosas ou de sedimentos, porosas e permeáveis, que armazenam
e transmitem volumes significativos de água subterrânea passível de ser explorada pela
sociedade.
Além da força gravitacional e das características dos solos, sedimentos e rochas, o
movimento da água no subsolo é controlado também pela força de atração molecular (na
superfície dos argilominerais) e tensão superficial.
A zona saturada ou freática é aquela onde todos os poros da rocha estão saturados
de água. É o limite inferior da água infiltrada, onde ela sofre represamento.
A zona não-saturada ou vadosa ou zona de aeração é aquela acima da zona
freática, onde os espaços vazios estão parcialmente preenchidos por água e ar.
O limite entre as duas zonas é a superfície freática ou nível da água subterrânea.
A água subterrânea pode alimentar rios (rios efluentes) em regiões úmidas ou a
zona freática pode ser alimentada por rios (rios influentes) em áreas semi-áridas ou áridas.
Rios efluentes e influentes conforme a posição do nível freático em relação ao vale.

A porosidade é uma das propriedades físicas do aqüífero que corresponde à


relação entre o volume de poros e e o volume total de um certo material rochoso.

Os três tipos fundamentais de porosidade conforme diferentes materiais numa seção


geológica.

A permeabilidade é a capacidade em permitir o fluxo de água através dos poros.


Depende do tamanho dos poros e da conexão entre eles.
Aqüiclude é o termo oposto a aqüífero; são unidades geológicas que, apesar de
saturadas, são incapazes de transmitir um volume significativo de água com velocidade
suficiente para abastecer poços ou nascentes, por serem rochas impermeáveis.
Em alguns casos, aqüíferos confinados dão origem a poços artesianos. A água
penetra no aqüífero em direção a profundidades crescentes, onde sofre pressão hidrostática
também crescente. Quando um poço perfura esse aqüífero, a água jorra naturalmente.
A altura do nível da água no poço é o nível potenciométrico da água. Em 3D, temos
a superfície potenciométrica.
Aqüífero confinado, superfície potenciométrica e artesianismo. A água no poço artesiano
jorra até a altura da linha AC e não AB devido à perda de potencial hidráulico durante a
percolação no aqüífero.
PROCESSOS DE SEDIMENTAÇÃO
Sedimentos e processos sedimentares
Os sedimentos podem ser transportados através de rios, lagos e mares, pela força
de correntes e ondas.
Partículas de diferentes tamanhos apresentam velocidades e mecanismos de
transporte individual. A interação entre os grãos vizinhos é subordinada e não compromete a
trajetória de modo essencial. A viscosidade, a densidade e a profundidade do meio também
influenciam o mecanismo de transporte.
Suspensão é o carregamento ou sustentação do grão acima da interface
sedimento/fluido.
Saltação é a manutenção temporária do grão em suspensão, em trajetória
aproximadamente elíptica, entre seu desprendimento inicial e o impacto na interface
fluido/sedimento ou entre dois impactos sucessivos.
Arrasto ou rastejamento (por tração): deslocamento do grão subparalelo e rente à
interface sedimento/fluido, em contato duradouro ou tangencial com esta interface.
Rolamento (por tração) é a rotação do grão em torno de um eixo, por sobre outros
grãos da interface. É facilitado pelas formas esféricas.

Intemperismo e Formação de Solos (Pedogênese)


Conjunto de modificações de ordem física (desagregação) e química (decomposição) que as
rochas sofrem ao aflorar na superfície da Terra.

Produtos: Processos do ciclo


Rocha Alterada supérgeno: Denudação Continental
+ Erosão, transporte e (aplainamento do relevo)
Solo sedimentação

Pedogênese
Ocorre quando as modificações causadas nas rochas pelo intemperismo provocam
reorganização e transferência de minerais (principalmente argilominerais e oxi-hidróxidos de
Fe e Al) entre os níveis superiores do manto de alteração.
Flora e fauna do solo ao realizarem suas funções vitais, modificam e movimentam
enormes quantidades de material, mantendo o solo aerado e renovado em sua parte mais
superficial.

Solo
É o produto do intemperismo, do remanejamento e da organização das camadas
superiores da crosta terrestre sob ação da atmosfera, hidrosfera, biosfera e das trocas de
energia envolvidas.

Processos envolvidos na formação dos solos


Sialitização: Formação de silicatos de alumínio, através de hidrólise parcial.
Alitização: Eliminação total da sílica e foração de oxi-hidróxidos de Al e de Fé, através da
hidrólise total.
Plintização: Segregação e concentração localizada de Fe.
Podzolização: Formação de solos constituídos basicamente por minerais primários mais
insolúveis (quartzo), através de acidólise total.
Lixiviação (= percolação): Passagem de um solvente através de material pulverizado,
separando um ou vários constituintes solúveis.
Eluviação: Transporte de material dissolvido ou suspenso no solo pelo movimento
descendente ou lateral de água, quando a chuva excede a evaporação.
Laterização: Processo de concentração de oxi-hidróxidos de Al e Fe e de caulinita, através
de alitização e monossialitização.

Intemperismo físico
São os processos que causam desagregação, fragmentação e formação de
material descontínuo e friável.

Intemperismo químico
Diz-se de quando os minerais entram em desequilíbrio (T&P + água) e
transformam-se em outros minerais mais estáveis no novo ambiente (superfície).

Fatores que controlam a ação do intemperismo


1. Rocha parental: depende da natureza, textura e estrutura, apresentando resistência
diferenciada aos processos de alteração intempérica.
2. Clima: expresso na variação sazonal de temperatura e na distribuição das chuvas.
Temperatura e precipitação regulam a natureza e a velocidade das reações químicas.
3. Relevo: influi no regime de infiltração e na drenagem das águas pluviais. Regula a
velocidade do escoamento.
4. Biota (fauna e flora): fornece matéria orgânica para as reações químicas e remobilizam
materiais.
5. Tempo de exposição das rochas aos processos intempéricos: em condições de
intemperismo pouco agressivas, é necessário um tempo mais longo de exposição para
haver alteração (20-50 m/milhão de anos).

Reações do intemperismo:
1. Hidratação: moléculas d’água entram na estrutura mineral, modificando-a e formando
novo mineral.
2. Dissolução: solubilização completa de alguns minerais.
3. Hidrólise: os silicatos (sais de ácido fraco e bases fortes) em contato com a água sofrem
hidrólise, resultando numa solução alcalina.
4. Acidólise: (em ambientes mais frios) ácidos orgânicos diminuem o pH das águas (pH,5),
colocando Fe e Al em solução.
5. Oxidação: (em zonas tropicais) alguns elementos podem estar presentes nos minerais
em mais de um estado de oxidação, como o Fe, por exemplo, que liberado em solução
oxida-se com mais facilidade. Resulta em coberturas intempéricas de tons castanho,
vermelho e amarelo.

Distribuição dos Processos de Alteração na Superfície


Regiões sem alteração química (carência total de água): 14% dos continentes  (regiões
com T<0°C – zonas polares) (regiões com ausência de chuva ou forte evaporação –
desertos).
Regiões com alteração química: 86% dos continentes.

Ação Geológica da Água Subterrânea


Ação geológica é a capacidade de um conjunto de processos causar modificações
nos materiais terrestres, transformando minerais, rochas e feições terrestres.
A zona de ocorrência da água subterrânea é onde se inicia a maioria das formas de
relevo.

Processo Produto
Pedogênese (intemperismo químico) Cobertura pedológica (solos)
Solifusão Escorregamento de encostas
Erosão interna, solapamento Boçorocas
Relevo cárstico, cavernas, aqüíferos de
Carstificação (dissolução)
condutos
Principais processos e respectivos produtos da ação geomórfica da água subterrânea.
Relevo cárstico: paisagem subterrânea (carste e cavernas)
1. Sistema de cavernas
2. Aqüíferos de condutos
3. Relevo cárstico (dissolução de rochas carbonáticas)

Considera-se rocha solúvel aquela que após sofrer intemperismo químico produz
pouco resíduo insolúvel (as rochas carbonáticas).
A dissolução das rochas acontece em clima quente e úmido, preferencialmente.
Pode ocorrer deposição de minerais nos tetos, paredes e pisos das cavernas,
produzindo um variado conjunto de formas e ornamentações, denominado espeleotema
(estalactites, estalagmites, crostas carbonáticas etc.)
Dolinas são depressões conicas, circulares na superfície, lembrando um funil.
Podem ser geradas por dissolução ou pelo abatimento do teto de cavernas.

Dissolução e precipitação de calcita num perfil cárstico e principais tipos de espeleotemas

Ação Geológica do Gelo


O movimento ou fluxo das geleiras é produzido pela gravidade.
Erosão glacial – estrias glaciais (largura até 5 mm); sulcos; cristas, marcas de
percussão; fraturas de fricção; vale glacial; circo glacial.
Transporte de detritos pela geleira – 1. na superfície (supraglacial – detritos caídos
das paredes dos vales ou transportados por avalanches); 2. no seu interior (englacial –
material incorporado da superfície); 3. na região basal (subglacial – o material permanece na
zona de transporte basal das geleiras, a partir de onde são depositados).
Há uma constante troca de posição dos detritos nas diferentes zonas da geleira.
Tilito – rocha originada pelas geleiras contendo sedimentos caoticamente
dispersos, de tamanho variado (grânulo até matacão), com arredondamento e angulosidade
variáveis e muitos com evidência de abrasão (facetas e estrias).
Diamictito – termo não genético e generalizado para depósitos glaciais.
Morenas – são depósitos glaciais formados adjacentemente às geleiras.
Ambientes glaciais – Flúvio-glacial; Glácio-lacustre; Periglacial; Glácio-estuarino;
Glácio-marinho.

Causas das glaciações


1. Variações na radiação solar;
2. Variações na composição da atmosfera terrestre;
3. Alterações nas posições de oceanos e continentes;
4. Fenômenos extra-terrestres.

Glaciações
1. Arqueano (2,8 Ba) – África do Sul

2. Proterozóico (940 – 620 Ma) – Representada em varios continentes que ocupavam


baixas latitudes  redução do efeito estufa causada pela diminuição do CO2 atmosferico
desencadeado pelo acréscimo da atividade biológica.
3. Ordoviciano – Siluriano e Permo-Carbonífero (tectônica de placas) – Atingiram
principalmente o Gondwana, quando este passou pelo Pólo Sul.

4. Mesozóico e boa parte do Cenozóico – Temperaturas médias maiores que as atuais. O


Pantalassa controlava a redução das correntes polares, pois havia livre circulação das
correntes equatoriais.

5. Cretáceo-Superior – Transgressão máxima  Diminuição do albedo dos oceanos 


Clima quente  Com a migração dos continentes para o Norte, formou-se o mar Thetys.

6. Cenozóico
• Abertura da passagem de Drake entre a América do Sul e Antártica  criada a corrente
circum-polar  isolamento termal da antártica (25-30 Ma).
• Formação da Calota Polar Norte (3 Ma).  Com a formação do istmo do Panamá, as
correntes passaram a migra na costa oeste americana para o norte, levando ventos úmidos
para o Ártico, aumentando as precipitações  Grande Idade do Gelo.
• Terciário Inferior Épocas glaciais e interglaciais alternados.

Ação Geológica do Vento (Processos Eólicos)


As regiões mais sujeitas à atividade eólica são os desertos.
Movimento das massas de ar: fluxos turbulento (em várias direções) e laminar (paralelo à
superfície terrestre) que geram transporte de poeira, de areia ou de partículas maiores.
Processos erosivos: deflação (a remoção de materiais pode produzir regiões deprimidas no
deserto) e abrasão (formam ventifactos – seixos com faces planas; yardangs – formas com
quilhas e com superfícies polidas).
Registro deposicional: dunas (estacionarias e migratórias) e Loess (sedimentos muito finos,
homogêneos e friáveis, comumente amarelados).
RECURSOS MINERAIS E ENERGÉTICOS
As substâncias minerais são utilizadas pela humanidade desde os primórdios da
civilização. Os hominídeos aprenderam a manusear minerais e rochas e a fabricar utensílios
com eles. Desde então, o ser humano vem aperfeiçoando tecnologias para encontrar e
retirar da terra bens minerais para favorecer seu cotidiano. Os bens minerais que podem ser
economicamente extraídos da terra são denominados Recursos Minerais; para encontrá-
los é necessário uma Prospecção Geológica e para explorá-los é preciso serviço de
Engenharia Mineira.
Atualmente, também dependemos de materiais combustíveis para a geração de
energia e a manutenção dos transportes; esses materiais são conhecidos por Recursos
Energéticos.

Recursos Minerais
Os recursos minerais são bens não renováveis e são propriedade da nação. Para
explorá-los é necessário autorização do Departamento Nacional da Produção Mineral –
DNPM que é concedida a Concessão de Lavra, mediante um projeto de pesquisa sobre a
área e a cubagem da jazida. Uma jazida é uma área potencialmente explorável de um
recurso mineral; quando ela começa é ser explorada passa a ser chamada de mina e o bem
mineral extraído chama-se de mineral-minério ou simplesmente minério. Além disso, deve
haver durante a atividade mineira um relatório de impacto ambiental e, se for o caso, deve
existir também um projeto de recuperação do ambiente degradado pela mineração.
As origens das jazidas são extremamente variáveis (ígneas, metamórficas ou
sedimentares). Para que ocorra a concentração de um bem mineral, em um determinado
local, serão necessárias condições particulares, diferentes das condições adjacentes.
Existem depósitos minerais frequentemente associados a ambientes da tectônica global
(Fig. 1 – 21.17) como margens de placas convergentes (concentrações de minerais de
chumbo, zinco e cobre) ou divergentes (concentrações de sulfetos maciços de cobre, zinco
e pirita) ou ainda margens passivas (petróleo, gás natural, evaporitos, fosfatos).
De acordo com a classificação utilitária (Fig. 2- tab.21.3), os recursos minerais
podem ser de dois tipos:
1. metálicos: subdividem-se em ferrosos (as ferroligas – ferro, manganês, cromo,
molibdênio, níquel, cobalto, wolfrânio e vanádio) e não-ferrosos (básicos – cobre,
zinco, chumbo e estânio; leves – alumínio, magnésio, titânio e berílio; preciosos –
ouro, prata e platina; e os raros – berílio, césio, lítio, etc.).
2. não-metálicos: materiais de construção (areia, cascalho, rochas industriais, brita);
materiais p/indústria química (enxofre, fluorita, sais, pirita e cromita); fertilizantes
(fosfatos, potássio e nitratos); cimento (cacário, argila e gipsita); cerâmica (argilas,
feldspato e sílica); refratários (cromita, magnesita, argilas e sílica); abrasivos
(coríndo, diamante, granada e quatzito); isolantes (amianto e mica); fundentes
(carbonatos e fluorita); pigmentos (barita, ocre, titânio); e gemas (diamante, rubi,
esmeralda).
A maioria do consumo anual médio de bens minerais no Brasil corresponde a
materiais de construção, seguido do consumo de cerca de 40 Kg de sal por ano, por
habitante (Fig. 3 -21.6).
Uma estimativa da duração de reservas minerais mundiais mostra dados
preocupantes como o desaparecimento nos próximos 100 anos de ouro, prata, estanho,
chumbo, zinco e cobre (Fig. 4 – 21.22).

RECURSOS ENERGÉTICOS
Os recursos energéticos são os combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e
gás natural), a hidreletricidade, a energia nuclear e outras formas alternativas de captação
de energia (geotérmica, solar, eólica, biomassa, de marés e de ondas).
Os combustíveis fósseis derivam de restos de animais e plantas. O tipo de
combustível formado, depende da matéria orgânica original e da subseqüente história
geológica. Fazem parte dos depósitos sedimentares de origem orgânica.
O carvão mineral fornece energia principalmente pra as usinas termoelétricas. Ele é
formado a partir do soterramento e compactação de uma massa vegetal em ambiente
anaeróbico, em bacias originalmente pouco profundas (dezenas a centenas de metros). A
matéria-prima é a celulose (C6H10O5) e , dependendo das condições de temperatura e
pressão e do tempo de sua atuação, sua transformação pode gerar progressivamente:
1. turfa – menor densidade e menor poder calorífico. Formam-se, em geral a partir de
relva de musgos, quando a ação microbiana produz ácidos húmicos, acético e graxos,
com a distorção dos tecidos vegetais.
2. linhito – Ocorre maior distorção das estruturas e maior concentração de resinas,
ceras e ácidos graxos.
3. carvão – dependendo da matéria original pode formar:
Carvão húmico: a partir de vegetais superiores (ambiente continental)
Carvão sapropélico ou saprotético: a partir de algas marinhas
4. Antracito – carvão metamorfizado com maior percentual de carbono e maior poder
calorífico.
O carvão brasileiro é encontrado na Bacia sedimentar do Paraná, nos estados de
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foi originado a partir de tecidos lenhosos, celulose,
esporos, ceras, resinas, géis, betumes e hidrocarbonetos, derivados de uma paleoflora
típica do Carbonífero e Permiano. Esses componentes florísticos incluem gimnospermas,
pteridófitas, licófitas e esfenófitas extintas, habitantes do paleocontinente Gondwana.
O Petróleo é um líquido oleoso, menos denso que a água, originado a partir de
matéria orgânica (principalmente algas), soterrada a uma profundidade mínima de 500
metros, em ambiente lacustre ou marinho. Sua cor varia de incolor a preto, passando por
verde e marron. Normalmente coexiste com o gás natural, mas dependendo das condições
de temperatura e pressão haverá maior quantidade de um ou de outro.
Para a formação de petróleo a origem e evolução da bacia sedimentar deve exibir
características muito peculiares com três tipos de rochas (fig. 5 – 22.5): uma rocha
geradora (na base), na qual os restos orgânicos foram acumulados; uma rocha
reservatório, para onde os restos orgânicos transformados migram devido às propriedades
de porosidade e permeabilidade; e uma rocha capeadora (no topo), impermeável que
aprisiona o óleo em subsuperfície.
No Brasil, a Petrobrás desenvolveu tecnologia exclusiva para exploração de
petróleo em bacias submersas, na plataforma continental. Os estados de São Paulo (Bacia
de Santos) e Rio de Janeiro (Bacia de Campos) lideram no potencial das jazidas de petróleo
e gás natural. O Petróleo brasileiro é originado de algas marinhas depositadas,
principalmente no Cretáceo, na época da instalação do Oceano Atlântico (Fig. 6 – 22.10).

REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS
As cartas geográficas são mapas temáticos que representam, em diferentes
escalas, situações naturais como vegetação, clima, solo, geomorfologia, geologia,
populações, divisões políticas, etc. Esses dados podem ser reunidos em atlas cartográficos.
Para a confecção dos mapas existem convenções previamente estabelecidas como
cor, texturas e símbolos que devem constar em uma legenda explicativa. Em mapas
geológicos, as cores representam as idades; as texturas, em geral, representam os tipos
litológicos; e, as linhas representam as estruturas como falhas, fraturas e dobras. A legenda
das cores obedece à relação estratigráfica, onde as camadas mais antigas aparecem na
base e as mais jovens no topo.
A escala dos mapas é obrigatória e é uma equivalência entre as dimensões no
mapa e as dimensões reais, como por exemplo:
Escala = 1:500.000 (lê-se: escala de um para quinhentos mil) – significa que 1 cm no
mapa equivale a 500.000 cm ou 5 km em escala real.
Pode constar no mapa a posição geográfica da área representada em termos de
coordenadas geográficas e/ou orientação do mapa em relação ao norte geográfico.
Em alguns mapas geológicos, pode haver perfis e/ou seções geológicas ilustrativos
de detalhes da área.
GEOLOGIA
EOLOGIA DO BRASIL E DO CEARÁ

Tipos Crustais
Segmento contínuo da crosta com característica geológicas e geofísicas similares.
Escudos:: regiões estáveis dos continentes compostas de rochas Pré-Cambrianas;
Pré Cambrianas; possuem
pouca ou nenhuma cobertura sedimentar.
Plataforma:: também são regiões estáveis
estáveis cós continentes compostas de rochas Pré-
Pré
Cambrianas, mas com uma cobertura de rochas supra-crustais
supra crustais (1 a 3 km de espessura).
Pode envolver vários escudos.
Cráton: normalmente é empregado para se referir a grandes segmentos crustais
tectonicamente coerentes e estáveis desde o Pré-Cambriano, mas alguns autores preferem
restringir o termo para escudos de idade arqueana.

Geologia Regional
Unidades rochosas presentes na região norte do Estado do Ceará

01- “STOCK” GRANÍTICO MERUOCA- ROSÁRIO ( PRÉ- CAMBRIANO)

Corpo de rocha granítica, der cor vermelha, localizado no curso médio do rio
Acaraú com forma aproximada de um quadrado com cerca de 20 Km de lado,
correspondendo á uma área de 400 Km2 . Constitui as conhecidas serras da Meruoca e do
Rosário, com altitudes de cerca de 1000m, relevo montanhoso com escarpas abruptas,
geralmente nuas ou com feições ruiniformes em blocos de rochas soltos e empilhados de
forma caótica. Petrograficamente é uma rocha de granulometria grossa, cuja cor é devida ao
feldspato patássico (ortoclásio).

02- FORMAÇÃO FRECHEIRINHA (CAMBRIANO)


Constituída por calcários pretos e azulados com eventuais horizontes margosos
intercalados.
Os calcários da Formação Frecheirinha, distribuem-se em faixas irregulares na
região compreendida entre a serra da Ibiapaba e a serra Meruoca-Rosário.
Morfologicamente, a Formação Frecheirinha corresponde a áreas planas ou levemente
onduladas com solo argiloso bem desenvolvido, abrigando capa vegetal arbustiva e
intensamente cultivado.
O desenvolvimento de um relevo carstico bastante evoluído constitui feição
morfológica peculiar da Formação Frecheirinha. Estas feições encontram-se expostas nas
grutas de Ubajara, localizadas na escarpa da serra da Ibiapaba.

03- GRUPO JAIBARAS (CAMBRO-ORDOVICIANO)

3.1- FORMAÇÃO MASSAPÉ


Conglomerado epi-metamórfico, brechóide, mal classificado, com seixos angulosos
a sub-arredondados, de 2 a 20 cm de diâmetro, de rochas do embasamento cristalino
(migmatito, gnaisse, skarn gnaisse, filitos, quartizitos etc.); a matriz é argilo-arcoseana,
marrom avermelhada, micácea e com alto grau de diagênese.
3.2- FORMAÇÃO PACUJÁ
Arenito fino a médio, epi-metamórfico, castanho arroxeado, arcoseano, micáceo,
compactado, mal a regularmente selecionado; intercalado com arenito fino, arcoseano,
arroxeado, regularmente selecionado e com estratificação cruzada.

04.- GRUPO SERRA GRANDE


É composto das formações Ipu, Tianguá e Jaicós da base para o topo e
correspondem a um ciclo regressivo-transgressivo completo da Tecto-Sequência Siluriana
de Góes e Feijó (1994), com cerca de 450 milhões de anos. A Formação Tianguá, composta
de arenitos grossos, arenitos finos e folhelhos intercalados, teve seus sedimentos
depositados em ambiente marinho nerítico. Ela repousa sobre a Formação Ipu e é
sobreposta pela Formação Jaicós, ambas compostas de arenitos conglomeráticos e
conglomerados de origem flúvio-glacial. Partes dessas duas últimas formações podem
registrar ambiente transicional, representando praias e estuários.

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ÁREA DE PACUJÁ


O acesso à área (Pacujá) é feito, a partir de Sobral pela BR- 222; percorrendo-se
35 Km até um entroncamento à esquerda por uma estrada local asfaltada, em direção a
Mucambo e Pacujá.
A área de Pacujá vem apresentando registros arqueológicos e paleontológicos
interessantes e cada vez mais freqüentes, segundo informações locais (com. pess. Antonio
Alancardé Leopoldino). Essas descobertas recentes têm despertado o interesse da
comunidade em preservação dos sítios e dos registros encontrados. Tal interesse gerou a
iniciativa de criação de um pequeno museu, apoiado pela Prefeitura Municipal.
Esses fatos atestam a vocação natural de Pacujá em preservação do ambiente e do
Patrimônio Cultural da Humanidade (os fósseis e os registros arqueológicos). Além disso, a
região oferece atrativos naturais como cachoeiras, mirantes, cavernas e trilhas que podem
servir ao turismo científico e/ou ecológico.
O Município de Pacujá (menos de 15.000 hab.) engloba em sua área uma porção
da serra da Ibiapaba (cuesta) e da depressão sertaneja (sertão semi-árido). Possui
características climáticas tropicais quentes sub-úmidas, com média anual de temperatura
entre 26 e 30° C e precipitação média entre 1.000 e 1.300 mm/ano. Predomina como
vegetação a mata seca.
O PLANETA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
O planeta Terra vem, desde sua origem, sofrendo transformações decorrentes de
sua própria dinâmica e de fatores extra-terrestres. Algumas vezes, o presente ajuda a
desvendar os possíveis fenômenos, ocorrentes no passado, que produziram as atuais
características. Por sua vez, as feições encontradas nas rochas e nos fósseis trazem as
informações necessárias para a interpretação dos fenômenos passados.
Assim, fenômenos geológicos e biológicos que aconteceram outrora são a causa do
que acontece agora e os processos que observamos hoje, vão caracterizar conseqüências
futuras. O passado, presente e futuro na Terra seguem indissociados em um
desenvolvimento contínuo interligando seres vivos e matéria inanimada em um único
sistema, na imensidão do universo no decorrer do tempo profundo.
O aquecimento global que presenciamos agora é um exemplo da conseqüência de
fenômenos que vêm acontecendo nos últimos tempos.
À medida que a humanidade vem compreendendo essa sinergia universal, vem
também procurando formas de não interromper esses laços. Uma maneira de fazer isso é
integrar o desenvolvimento da nossa civilização aos processos da natureza; assim “nasceu”
o desenvolvimento sustentável.

Aquecimento Global
No ano de 2008 o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC) constatou que a ação do ser humano sobre o meio ambiente está esquentando o
planeta e que se o processo não for revertido, as conseqüências podem ser dramáticas para
as próximas gerações.

Efeito Estufa
O fenômeno permite a existência de vida na Terra. Veja como ele funciona e como
as ações humanas o afetam.
1. O Sol emite sua energia pelo espaço na forma de luz visível, radiação ultravioleta e
infravermelha.
2. Quando os raios do Sol chegam à Terra, cerca de 30% da energia luminosa volta para o
espaço, refletida por poeira e nuvens na atmosfera e por refletores naturais na superfície,
como áreas cobertas de neve e gelo.
3. O ar, a terras e águas absorvem cerca de 70% da radiação solar.
4. Aquecida, a superfície emite calor na forma de radiação infravermelha.
5. Um pouco da radiação térmica da Terra vai para o espaço, mas a maior parte é retida na
atmosfera, absorvida por vapor d’água, dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa.
6. Se o calor não fosse retido pelo efeito estufa, o planeta congelaria a uma temperatura
média de 18oC negativos.
7. A temperatura do planeta varia, de maneira natural, por causa dos ciclos solares e
geológicos. Mas, de acordo com o relatório do IPCC, as atividades humanas afetaram o
ritmo normal do ciclo e o equilíbrio natural de produção e absorção de gases.
8. Hoje, milhões de toneladas de carbono que a natureza tirou de circulação, armazenado
como petróleo no subsolo ou biomassas nas matas, são jogados pela ação humana na
atmosfera em poucas horas, na forma de CO2. ao aumentar a concentração desse e de
outros gases, o homem amplia o efeito estufa, o que provoca o aquecimento do planeta.

Atmosfera: camada de proteção da Terra


A atmosfera envolve o planeta em uma mistura de gases, água (em todos os seus estados),
aerossóis (que chamamos de poeira) e materiais sólidos, como partículas de areia, pólen,
microorganismos, fuligem de fábricas e queimadas.
Conforme muda a mistura de gases, muda também a forma como o planeta aproveita a
energia do Sol: as noites no deserto são geladas porque, sem umidade, o efeito estufa é
fraco demais para reter o calor acumulado durante o dia.
Toneladas de gases e cinzas vulcânicas lançadas pelo vulcão filipino Pinatubo, em 1991,
resfriaram o planeta em 0,5°C e reduziram a camada de ozônio.
Além da água e dos aerossóis, os gases do efeito estufa não chegam a 0,05% da
atmosfera. Por seu grande poder em absorver radiação infravermelha, isso basta para
impedir que a Terra congele.

Desenvolvimento Sustentável
É o desenvolvimento com uso adequado e equilibrado dos recursos naturais de
forma que estes possam ser utilizados pelas gerações futuras. È o uso dos recursos
naturais com responsabilidade social e visão de futuro.
– Introduzir tecnologias simples com métodos não agressores ao ambiente, como
ecotecnologia e engenharia ecológica.
– Empregar abordagens de gerenciamento integrado. Integrar gerentes com engenheiro,
cientistas e a comunidade local.
– Envidar maiores esforços para evitar a poluição, em vez de utilizar purificação e métodos
corretivos. Focar em “tecnologias limpas”.
– Implementar programas para reciclagem de materiais, visando a redução da poluição.
– Aumentar o emprego de modelos matemáticos para avaliação de problemas e soluções
específicas.
– Introduzir métodos para o monitoramento intensivo das “alterações globais”. Sistemas
confiáveis e baratos de monitoramento devem ser fabricados e instalados.
– Avaliar os processos ecológicos sob a ótica econômica.
– Preservar a biodiversidade terrestre e aquática.
– Treinar gerentes e técnicos em métodos e abordagens inovadoras de gerenciamento.
– Fomentar a educação ambiental na região.
– Demonstrar aos gerentes industriais e membros da comunidade quais as conseqüências
das decisões e atividades.

Alternativas Sustentáveis
A humanidade vem inovando o desenvolvimento com alternativas sustentáveis que
possam minimizar as conseqüências do aquecimento global e dos danos causados ao meio
ambiente, decorrentes do cotidiano da vida moderna. Como exemplos, podemos citar:
• fabricação de recipientes recicláveis,
• usinas de reciclagem de lixo,
• coleta seletiva de lixo,
• utilização de energias limpas (energia solar, eólica e de hidrelétricas),
• usinas de purificação e reaproveitamento de águas,
• desenvolvimento de fontes alternativas de combustíveis menos poluente (álcool e
biodiesel),
• programas de educação ambiental nas escolas.
A seguir especifica-se o caso da utilização do biodiesel.

BIODIESEL:
O biodiesel é uma denominação genérica para combustíveis e aditivos derivados de
fontes renováveis, como dendê, babaçu, soja, palma, mamona, entre outras. No Brasil, as
pesquisas com o biodiesel remontam ao ano de 1980, com os trabalhos do prof. Expedito
Parente, da UFC, que é autor da patente PI – 8007957.
Comparado ao óleo diesel, derivado do petróleo, o biodiesel pode reduzir em 78%
as emissões líquidas de gás carbônico, considerando-se a reabsorção pelas plantas. Além
disso, reduz em 90% as emissões de fumaça e praticamente elimina as emissões de
enxofre. É importante frisar que o biodiesel pode ser utilizado em qualquer motor de ciclo
diesel, com pouca ou nenhuma necessidade de adaptação.
O Brasil tem condições de liderar a produção mundial, promovendo a substituição
de, pelo menos, 60% do óleo diesel consumido no mundo.
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