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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS


CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS
DISCIPLINA: INFORMÁTICA APLICADA AO ENSINO DE CIÊNCIAS
PROF. ALEX S. BARBOSA
Aluno : Luiz Filipe Cardoso De Lima

APRESENTAÇÃO : PODCAST SOBRE A


ORIGEM DO UNIVERSO, SUA EVOLUÇÃO E
SEU POSSÍVEL FIM.
Big Bang
Elaborada no início do século XX, a teoria do Big Bang descreve a
origem do nosso Universo a partir de uma grande expansão que
ocorreu há aproximadamente 14 bilhões de anos.

"A teoria do Big Bang descreve a origem do Universo a partir da


expansão violenta de uma partícula muito densa e
extremamente quente que teve início há 13,8 bilhões de anos,
aproximadamente. Essa expansão não cessou, o que pode ser
observado por meio do afastamento das galáxias.
Essa é a teoria mais aceita pela comunidade científica para o
surgimento do Universo, tendo sido elaborada na década de
1920 e aperfeiçoada à medida que os estudos sobre o cosmos
foram se tornando mais complexos. Existem elementos que
atestam a teoria do Big Bang, mas os trabalhos que buscam por
novos indícios da sua ocorrência continuam.

Confira nosso podcast: Matéria escura e a expansão do Universo

Tópicos deste artigo


1 - Resumo sobre Big Bang
2 - O que diz a teoria do Big Bang?
3 - História da teoria do Big Bang
4 - Há evidências que atestem o Big Bang?
Resumo sobre Big Bang
A teoria do Big Bang é atualmente a mais aceita para explicar a
origem do Universo.

De acordo com essa hipótese, o Universo surgiu a partir da


expansão repentina e violenta de uma partícula extremamente
densa e quente.

Essa expansão é por vezes chamada de explosão.

Nos primeiros momentos, o Universo era constituído pelo plasma


de quark-glúons.
Com o passar do tempo, esse conjunto de partículas que estava
em altíssimas temperaturas resfriou. Junto desse processo e da
interação entre os elementos presentes no espaço foi formado o
Universo como hoje ele se apresenta.

A teoria do Big Bang foi formulada na década de 1920 por meio


de análises de outros estudos que descreviam o movimento de
afastamento das galáxias.

Existem elementos comprobatórios do Big Bang, como a radiação


cósmica e o afastamento das galáxias.

O que diz a teoria do Big Bang?


A teoria do Big Bang é a explicação mais aceita para a origem do
nosso Universo. De acordo com essa hipótese, todos os
elementos conhecidos e desconhecidos que estão presentes no
espaço vieram de um único ponto de altíssima temperatura e
densidade infinita que era chamado então de “átomo
primordial”. Há aproximadamente 13,8 bilhões de anos, esse
único ponto começou a se inflar, o que decorreu por uma
pequena fração de tempo, e “explodiu” logo na sequência, isto é,
começou o seu processo de expansão, que continua até o
presente.

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Segundos após o início da expansão, o Universo era composto
essencialmente por um conjunto de partículas chamado de
plasma de quark-glúons, que foi apelidado de “sopa primordial”.
Sua temperatura era de 5,5 bilhões de graus Celsius, o
equivalente a 10 bilhões de graus Fahrenheit.

Esse plasma foi gradualmente resfriando, e a interação das


partículas que o constituíam deu origem a elementos como a luz,
que começou a aparecer cerca de 380 mil anos após o início da
grande expansão. Melhor descrita como brilho, ela é resultante
dos processos que originaram a radiação cósmica de fundo em
micro-ondas (RCFM), presente em todas as regiões do nosso
Universo.

O contínuo resfriamento dos materiais presentes no espaço deu


origem aos gases, poeiras e outras matérias que constituem as
estrelas, galáxias, planetas, asteroides, cometas e todos os
demais componentes do Universo.

História da teoria do Big Bang


A teoria do Big Bang foi sugerida pelo físico belga George
Lemaître (1894-1966) em um artigo, publicado no ano de 1927,
que discorre a respeito de como o Universo pode ter se originado
a partir da expansão de um único átomo (o chamado átomo
primordial). As ideias de Lemaître receberam suporte por meio
dos estudos realizados por Edwin Hubble (1889-1953) a respeito
do comportamento das galáxias e como elas se movimentam no
espaço, afastando-se umas das outras a uma velocidade
acelerada.
A teoria da relatividade geral de Albert Einstein (1879-1955) foi
também fundamental para a compreensão de como a força
gravitacional age no espaço-tempo, servindo como base teórica
para as observações de Hubble e para a noção de como
funcionam objetos como os buracos negros, que possuem no seu
núcleo um ponto de densidade infinita.

O termo Big Bang (“grande explosão”) teria sido cunhado no final


da década de 1940, em uma análise crítica à teoria feita pelo
astrônomo britânico Fred Hoyle (1915-2001).

No ano de 1965, a radiação cósmica de fundo em micro-ondas,


cuja existência havia sido prevista durante os anos de 1940,
acabou sendo de fato encontrada por pesquisadores dos
Laboratórios Bell, pertencentes à empresa fundada por Graham
Bell, nos Estados Unidos. Atualmente, diversas pesquisas e
missões são desenvolvidas por laboratórios internacionais e
agências espaciais, como a Nasa, voltadas a atestar a veracidade
da teoria do Big Bang, que continua sendo a mais aceita entre os
pesquisadores para explicar a origem do Universo.

Leia também: Via Láctea — uma das galáxias do Universo

Há evidências que atestem o Big Bang?


Como vimos acima, existem, de fato, algumas evidências que são
capazes de atestar a teoria do Big Bang. A principal delas diz
respeito à comprovação da radiação emitida pela interação das
partículas que formavam o Universo pouco tempo após o início
da expansão, que continua até os dias de hoje sendo transmitida
pelo espaço. O afastamento das galáxias com relação ao planeta
Terra, que é explicado pela lei de Hubble, formulada por Edwin
Hubble, é utilizado como meio de comprovar a contínua
expansão do Universo, corroborando a teoria do Big Bang.

A composição material de galáxias muito antigas, datadas de


poucos milhares de anos após o início da expansão, da mesma
forma como a composição de algumas estrelas vermelhas, tem
auxiliado pesquisadores a encontrar registros de que o Big Bang
não fica somente no campo teórico. Acredita-se ainda que alguns
buracos negros supermassivos, chamados de primordiais,
contenham vestígios da expansão, uma vez que eles se formaram
logo após o seu início.

Muitas dessas evidências têm sido estudadas por missões


lançadas pela Nasa, algumas das quais datam da década de 1990,
além de projetos como o do acelerador de partículas LHC, sigla
que vem do inglês e corresponde a Grande Colisor de Hádrons,
instalado no Centro Europeu de Reações Nucleares (Cern) na
Suíça, que procura recriar a sopa primordial formada logo após o
Big Bang."

Veja mais sobre "Big Bang" em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/big-bang.htm


O espaço é infinito?
"Até pouco tempo atrás todos acreditavam que o Universo era
infinito (inclusive a classe científica), nas escolas tal ideia era
ensinada nas aulas de geografia, ciências, física entre outras
disciplinas afins. O avanço das tecnologias e das próprias técnicas
de observação do espaço sideral, acrescido de muito estudo,
conduziu a física moderna a derivar outra conclusão sobre o
questionamento acerca da extensão do Universo, doravante a
esse processo, os físicos criaram um método para calcular o
volume cúbico e chegaram ao número que é expresso da
seguinte forma: o algarismo 3 e mais 72 zeros.
Como o Universo é imenso, existem dispersos corpos celestes de
distintos tamanhos, idades e distâncias grandiosas entre eles.
Quanto à idade, os mais velhos são as estrelas de grandes
proporções, que atingem até 10 bilhões de anos, essas alcançam
um tamanho tão elevado que até o sol configura como um astro
de categoria anã, nessa podemos citar a estrela Antares, seu
tamanho é 300 vezes maior que a estrela solar, o espaço no qual
ela está situada comporta juntos a órbita de Mercúrio, Vênus,
Terra e Marte.

No entanto, Antares não é a maior estrela, uma das estrelas da


dupla Y da constelação Cocheiro, tem diâmetro que representa
3.000 vezes o tamanho do Sol, com base na grandiosidade dessa
estrela seria possível facilmente abrigar todo o sistema solar no
espaço que ela ocupa.

Já as estrelas anãs com tonalidade branca são compostas por


matérias muito densas e geram um peso muito grande, dessa
forma algumas chegam a pesar aproximadamente 100 toneladas
por cada centímetro cúbico."

Veja mais sobre "O espaço é infinito?" em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-espaco-


infinito.htm

Oque é o Big Crunch?


estudo sugere que o universo se
dirige para um fim violento antes do
que se imaginava
Novas evidências apontam que um "Big Bang ao contrário" pode acontecer em
relativamente pouco tempo.
A teoria mais aceita sobre a origem do universo diz que
ele começou com o Big Bang.
Uma vasta expansão cósmica originada a partir de um único
ponto que continuou a crescer e esfriar. Mas há duvidas sobre
como tudo vai acabar. Astrônomos apontam para algumas
hipóteses, entre elas estão o Big Rip, o Big Freeze e o Big Crunch
(que poderia acontecer antes do que se imaginava, de acordo
com um novo estudo).
Big Rip, Big Freeze e Big Crunch
O Big Rip ("Grande Rasgo") teoriza que o universo continuará
crescendo cada vez mais rápido até que as distâncias entre
partículas individuais se tornem infinitas. O Big
Freeze ("Grande Congelamento") aponta um cenário no qual o
universo continua a se expandir para sempre e toda a matéria
esfria até o zero absoluto. Já o Big Crunch ("Grande
Trituração") prevê que o universo irá parar de se expandir,
começar a se contrair e, eventualmente, colapsar em um único
ponto antes de explodir novamente.

Um novo estudo sugere que o fim do universo pode acontecer


em breve, quando os 13,8 bilhões de anos de expansão do
universo chegarem a um fim abrupto. Na pesquisa, os cientistas
da Universidade de Princeton usaram observações anteriores da
expansão cósmica para tentar entender a energia
escura (uma força misteriosa que compõe cerca de 70 por
cento do universo, segundo a NASA).
É comum imaginar como o mundo acabará. E parece que as pessoas, no geral,
estão obcecadas com a idéia de morrer e saber como será a extinção da sua
espécie e do mundo inteiro. Quase todas as culturas têm uma profecia
apocalíptica ou outra, assim como também as culturas possuem mitos da
criação. Nesta seleção estão em destaque as 10 profecias apocalípticas.

O GRANDE COLISOR DE HÁDRONS DA MORTE

Para qualquer um que não conheça a ciência familiarmente, o Grande Colisor


de Hádron, LHC, pode parecer como a máquina do fim do mundo perfeita, pois
manipula a matéria, destrói partículas, e usa ciência complicada para atender
suas conclusões. O túnel circular do acelerador de partícula maciço, localizado
nos arredores de Genebra, Suíça, mede 28 km, em total circunferência, e é
usado para fazer partículas chocarem umas contra as outras em velocidades
altas.

Os pesquisadores acreditam que a energia escura pode não


durar para sempre. Segundo os cientistas, essa força parece
estar fazendo com que o cosmos se expanda cada vez mais
rápido, mas sua influência pode estar enfraquecendo. De acordo
com as projeções do estudo, a aceleração do universo poderia
terminar nos próximos 65 milhões de anos, o que é
considerado pouco tempo em uma escala
cósmica.  Então, dentro de 100 milhões de anos, o universo
poderia parar de se expandir completamente e começar a
encolher.
Sirius: o que é e como
funciona o acelerador
de partículas brasileiro
O início da operação de uma estação de pesquisa do Sirius, em Campinas (SP),
representa um grande salto das pesquisas científicas, que poderão utilizar recursos
ainda inéditos no mundo.

O que é e como funciona o Sirius, o acelerador de partículas brasileiro (Foto:


Divulgação/CNPEM)
Imagine se fosse possível, em 20 anos, dar um salto tecnológico
das fotos feitas pelas primeiras câmeras fotográficas do século
19 para os mais modernos equipamentos digitais de vídeo do
século 21. É exatamente isso que está acontecendo em Barão
Geraldo, bairro boêmio de Campinas (SP), onde está não apenas
a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas também
o Sirius.
SAIBA MAIS

Testes já usados podem facilitar triagem de plasma de recuperados da


Covid-19
Batizado com o nome da estrela mais brilhante do céu noturno, o
acelerador de partículas de 68 mil metros quadrados inaugurado
em 2018 é a maior e mais complexa infraestrutura de pesquisa já
construída no Brasil. Orçado em R$ 1,8 bilhão, ele promete
viabilizar estudos nacionais de qualidade sem precedentes no
mundo.

Mas o que seria um acelerador de partículas? Bem,


diferentemente da câmera que capta paisagens e pessoas, essa
imensa máquina consegue revelar detalhes das estruturas
dos átomos. O Sirius é considerado um equipamento de quarta
geração, que compete com um instrumento parecido na Suécia,
inaugurado em 2016, e com o upgrade do European Synchrotron
Radiation Facility (ESRF), na França.
Ele é diferente, por exemplo, do Grande Colisor de Hádrons (LHC),
na Suíça. Neste, as partículas são aceleradas à máxima potência
a fim de criar colisões para se investigar o núcleo dos átomos,
gerando condições análogas às que teriam criado o Universo,
no Big Bang. Já o Sirius acelera elétrons próximo à velocidade da
luz, numa via na qual todos caminham numa mesma direção sem
um trombar no outro, e até uma energia fixa de 3 giga elétron-volt
(GeV). O LHC, por sua vez, pode dar energia máxima de 7 mil GeV.
A medida de energia é o joules, mas para eventos muito
pequenos como a energia de átomos e elétrons, a unidade de
medida utilizada é o elétron-volt, que é a energia adquirida por um
elétron quando submetido a uma tensão de 1 volt. Para se ter
uma ideia da energia dos elétrons que circulam no Sirius, é como
fosse possível aplicar o choque de 1 bilhão de baterias de 3 volts,
aquelas usadas em relógios, em um elétron. E com essa energia,
os elétrons passam por dois aceleradores até chegar ao anel
principal de armazenamento, de 518,4 metros de circunferência.
Para realizar curvas, são usados poderosos ímãs, chamados
dipolos. Toda vez que entra em ação a força do dipolo, os
elétrons se convertem em luz. A luz resultante desse processo é
a luz síncroton, de altíssimo brilho e que passa pela luz visível,
ultravioleta, infravermelho e, especialmente, raios-x. Estes são a
grande ferramenta para se investigar os átomos, a principal
partícula buscada pelos pesquisadores.

Orçado em R$ 1,8 bilhão, o Sirius tem 68 mil metros quadrados (Foto: Divulgação/CNPEM)
Além dos dipolos, o Sirius tem ainda um conjunto adicional de
ímãs chamados “onduladores”. Eles são uma sequência de ímãs
que realizam zigue-zagues nos elétrons durante a curva e que
colaboram para que a luz produzida seja 10 mil vezes mais
intensa do que a gerada no UVX, o primeiro aparelho de luz
síncroton do país, inaugurado na década de 1990 e que foi
desativado para dar lugar ao Sirius. “Era como tirar uma foto com
baixa iluminação. O Sirius, por ter muito mais intensidade,
consegue fazer isso de forma mais rápida, como se fosse um
filme versus uma foto”, compara Antonio José Roque da Silva,
diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM) e do projeto Sirius. Outra comparação
interessante é que o UVX era como uma lanterna, com baixa
luminosidade espalhada em muitos ângulos; já o Sirius seria
como uma ponteira a laser, com foco preciso e de alta
intensidade.
O objetivo é criar um total de 38 linhas de pesquisa nos túneis
para onde a luz síncroton é canalizada e nos quais podem ser
realizados diversos experimentos. Para ter ideia, um dos túneis
chega a 145 metros de comprimento, espaço fechado a vácuo
onde ficam diversos equipamentos extremamente sensíveis que
captam a luz que difrata das amostras e controla energia e
intensidade.

Como é possível mais de uma estação de pesquisa em algumas


das linhas, haverá um total de 40 estações. Cada linha passa por
um comissionamento técnico e um comissionamento científico.
No primeiro caso, os equipamentos são testados sem
experimentos; no segundo, pesquisadores que têm experiência
com a extração de dados do acelerador são chamados a testar
seus estudos. Até o início de 2021, cinco linhas devem entrar em
processo de comissionamento técnico; e um total de 14 linhas
devem ser entregues até o começo de 2022.

Embora os aceleradores de partículas não sejam projetados especificamente


para atingir fins específicos da humanidade, suas descobertas e tecnologias
derivadas podem ter implicações e aplicações que beneficiam a sociedade de
várias maneiras. Aqui estão alguns exemplos de possíveis fins da humanidade
envolvendo aceleradores de partículas:

1. Avanços na medicina: A pesquisa em aceleradores de partículas pode


levar a avanços na terapia de radiação contra o câncer. Os feixes de
partículas aceleradas podem ser usados para tratar tumores de forma
mais precisa, minimizando os danos aos tecidos saudáveis. Além disso, a
tecnologia de imagens por tomografia computadorizada, que foi
desenvolvida a partir dos princípios dos aceleradores de partículas,
permite diagnósticos mais precisos.
2. Geração de energia: Estudos em aceleradores de partículas podem
contribuir para pesquisas sobre a fusão nuclear controlada, que é uma
forma potencialmente limpa e abundante de geração de energia. A
compreensão das propriedades dos plasmas quentes e dos processos de
fusão nuclear é essencial para o desenvolvimento de reatores de fusão.
3. Ciência dos materiais: A pesquisa em aceleradores de partículas pode
ajudar no desenvolvimento de materiais avançados. Ao estudar as
interações de partículas subatômicas com materiais, os cientistas podem
obter informações valiosas sobre as propriedades dos materiais em nível
atômico, permitindo a criação de novos materiais com propriedades
aprimoradas, como maior resistência, menor peso ou maior
condutividade.
4. Segurança e detecção de ameaças: Os aceleradores de partículas
também podem ser usados para fins de segurança, como a detecção de
materiais nucleares e a inspeção de cargas em portos e aeroportos. A
tecnologia de aceleradores de partículas pode ajudar na identificação de
substâncias perigosas ou contrabandeadas, contribuindo para a
segurança global.

É importante ressaltar que esses fins estão relacionados às aplicações e avanços


tecnológicos derivados da pesquisa em aceleradores de partículas, e não são
necessariamente os objetivos diretos da pesquisa em si. Os aceleradores de
partículas são ferramentas poderosas para explorar a natureza fundamental da
matéria e suas interações, mas suas implicações práticas dependem da forma
como as descobertas são aplicadas e desenvolvidas após a pesquisa inicial.

Em seguida, as coisas poderiam caminhar para dois cenários,


segundo explicou Paul Steinhardt, coautor do estudo, em
entrevista ao Live Science. Em um deles, o universo se contrai
até colapsar sobre si mesmo em um Big Crunch, encerrando o
espaço-tempo como o conhecemos. Na outra hipótese, o
universo se contrairia apenas o suficiente para retornar a um
estado semelhante às suas condições originais e ocorreria outro
Big Bang. De acordo com o pesquisador, esse novo Big
Bang seria um Big Bounce ("Grande Rebote") que criaria um
novo universo a partir das cinzas do antigo.

Desvendando a evolução do Universo


qui, 14 set 2017 | 09:38

EXATAS E TECNOLÓGICAS

Pesquisadora da Unicamp participa da


elaboração do mais completo mapa da
distribuição de matéria escura

 Diante da imensidão do Universo, imaginar que temos


conhecimento de apenas 5% da sua composição pode
parecer absurdo, mas é o que apontam os números
obtidos pelo Dark Energy Survey (DES), liderado pelo
laboratório norte-americano Fermilab. As estimativas,
que corroboram pesquisas anteriores, indicam que
25% do Universo é constituído por matéria escura e os
demais 70% pela chamada energia escura. Com esse
levantamento, o DES divulgou o maior
mapa de distribuição de matéria escura já construído,
que pode ampliar o entendimento da evolução do
Universo. Flávia Sobreira, pesquisadora vinculada ao
Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp,
participa da colaboração internacional que reúne 400
cientistas de 26 instituições e 7 países. No Brasil,
além da professora da Unicamp, outros cientistas
brasileiros participam do projeto por meio do
consórcio DES-Brazil, que é apoiado pelo LIneA
(Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia) e 
pelo Instituto Nacional de Ciência e  Tecnologia
(INCT) e-Universo.

Flávia Sobreira, docente do Instituto de Física: “O Universo tem uma dinâmica, ele
funciona de uma maneira e devido a essa dinâmica conseguimos estabelecer que ali tem
um conteúdo de energia que é muito maior e diferente do que a gente de fato vê”

A energia escura, que constitui a maior parte do


Universo, é responsável pelo seu acelerado
ritmo de expansão. Ao contrário do que se esperava,
o processo de expansão não diminuiu, mesmo bilhões
de anos após o Big Bang. Através da observação de
supernovas do tipo Ia, estrelas no fim da vida que
entram em colapso e emitem uma quantidade de
brilho comparável ao do centro da galáxia, concluiu-
se que a energia escura era o que aumentava a
velocidade desse processo de crescimento. A matéria
escura, por sua vez, recebe esse nome por não
interagir com fótons (partículas que compõem a luz),
tornando impossível sua detecção direta. A presença
dela é notada pelos seus efeitos gravitacionais.

Apesar de sabermos com alguma certeza que a


matéria escura e a energia escura existem, responder
o que elas realmente são ainda não é possível. “O que
temos são evidências dessas quantidades. O Universo
tem uma dinâmica, ele funciona de uma maneira e
devido a essa dinâmica conseguimos estabelecer que
ali tem um conteúdo de energia que é muito
maior e diferente do que a gente de fato vê”, explica
Sobreira.

O mapa da distribuição de matéria escura elaborado


pelo DES usou cerca de 26 milhões de objetos, 2 mil
graus quadrados ou  cerca de 1/30 do céu.  Sua
elaboração ocorreu através da análise da deformação
das imagens das galáxias observadas causada pelo
campo gravitacional da matéria escura que defletiu a
luz vinda destes objetos distantes. “Conseguimos
observar não somente a posição desses objetos, mas
também suas formas. Você mede as distorções das
imagens e estudando a maneira que estas distorções
foram causadas pelo campo
gravitacional, conseguimos extrair informações da
distribuição da massa que gera este campo”, aponta
Sobreira.

Para a realização das medições é feita uma grande 


varredura  da esfera celeste, que até o fim das
observações, em 2018,  pretende cobrir cerca de um
oitavo do céu, obtendo informações de
aproximadamente 300 milhões de galáxias, 100 mil
aglomerados e 2 mil supernovas, além de objetos na
Via Láctea e no Sistema Solar. Instalada no
Observatório Interamericano de Cerro Tollo, no Chile,
a Dark Energy Cam (DECAM) é uma das câmeras
digitais mais potentes já construídas, com 570
megapixels de resolução.

Compreender a disposição atual da matéria escura


pode contribuir também para o entendimento da
evolução do Universo, partindo do Big Bang, a teoria
mais aceita do surgimento do Cosmos. Com os
conhecimentos atuais, pode-se traçar a evolução do
Universo desde segundos após a explosão primordial,
quando ele era ainda composto por uma sopa, quente
e densa, que foi ficando mais fria à medida que ele se
expandia. A matéria escura foi a primeira
a se desacoplar dessa sopa inicial, enquanto a
matéria conhecida (predominantemente prótons e
elétrons) e os fótons permaneceram interagindo. O
esfriamento prosseguiu e, quando o Universo se
aproximou dos 400 mil anos, os primeiros átomos
foram se formando. Esse tempo representa uma
fração ínfima, levando em conta as projeções de que
ele tem hoje cerca de 13,8 bilhões de anos. Logo, os
fótons se libertaram da matéria e passaram a viajar
livremente no Universo. A matéria produzida então
passou a se agrupar ao redor da matéria escura, que
havia escapado primeiro, e começou a formar as
galáxias e demais objetos conhecidos.

Reprodução do mapa de distribuição de matéria escura

A questão é que esses primeiros fótons livres são


percebidos, naquilo que se denomina radiação
cósmica de fundo. Pesquisas anteriores, em especial
a do satélite Planck, conseguem traçar mapas dessa
radiação, espécie de fotos de quando o Universo era
extremamente novo. Combinando esses mapas com a
distribuição atual da matéria escura, é possível
perceber uma coerência. Sobreira complementa:
“galáxias foram criadas bilhões de anos depois da
radiação dos fótons, então você começa a ver uma
consistência. O que eu consigo extrair de
informações do Universo de quando ele tinha 400 mil
anos é tem a ver com o que eu estou extraindo agora,
observando galáxias, bilhões de anos depois. Os
modelos são bem coerentes”. Em outras palavras é
como plantar uma semente, projetar como seria a
árvore  100 anos depois e, passado o tempo, tudo
coincidir.

Os resultados expostos utilizam dados apenas do


primeiro ano de observação, o que  torna ainda mais
promissor o restante do projeto. “No futuro,
esperamos  usar todos os dados observados para
fazer um novo mapa com 5 mil graus quadrados,
usando 300 milhões de objetos. Isso, de fato, vai ser
surpreendente”, finaliza Sobreira.

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