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PREPARATÓRIO
PREPARA-TE E ESTEJA AO NÍVEL DAS OPORTUNIDADES
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A ORIGEM DA VIDA NA TERRA
DIVERSIDADE E ORIGEM DAS ESPÉCIES
Luanda, 2021
Biologia amplamente divulgada no século XIX tornou-se independente dentro das ciências naturais.
O termo de grego (bio = vida, logos = estudo), literalmente significa estudo da vida. Foi introduzido
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pela primeira vez na Alemanha em 1800 e popularizado no mundo da ciência pelo naturalista Jean Baptiste
de Lamarck. Por definição biologia é a ciência que estuda os seres vivos, tudo com que eles se relacionam e
os principio que regem seu desenvolvimento.
A biologia abrange as diferentes áreas de estudo, consideradas independentes, mas que, no seu
conjunto, estuda a vida nas suas mais variadas formas: Bioquímica, Citologia, Histologia, Anatomia,
Fisiologia, Genética, Embriologia, Evolução, Ecologia, Sistemática, Botânica e Zoologia.
Objectivo da ciência é fornecer explicações para os fenómenos da natureza. Albert Einstein (1879 -
1955) comparou o trabalho de um cientista ao de um detective.
1 - O conhecimento científico começa com uma pergunta: Porque tal fenómeno ocorre? Ou Que
relação tem um fenómeno com o outro?
3 - Teste da hipótese: É feito imaginando uma situação nova em que determinados factos e
consequências só ocorrem se a hipótese for verdadeira. Fazendo a partir da hipótese uma dedução.
Em visão simplificada, o procedimento básico adoptados pelos cientistas para investigar a natureza
geralmente segue estes passos lógicos:
Foram várias as tentativas de explicar a origem do universo, do sistema solar e da terra, consideremos duas: 1- TEORIA
SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO (Big bang) e 2- HIPÓTESE NEBULAR
Contribuições da:
Astronomia: Vesto M. Slipher (1875-1969) e Edwin P. Hubble (1889-1953) –observações telescópicas ao Céu.
O universo começou como um grão primordial ultra denso que por razões,
desconhecidas teria explodido e dado origem ao espaço, ao tempo, a toda
matéria e energia existentes no universo.
Calcula-se que esse evento, que Gamow chamou de Big Bang, tenha ocorrido
cerca de 13,5 bilhões de ano atrás. Os cientistas calculam que após a explosão,
a temperatura era tão alta que impossibilitava existência de elementos químicos. Passadas algumas centenas de milhares
de anos, a temperatura diminuiu o suficiente os átomos dos elementos mais simples, o Hidrogénio (H).
A formação da Terra
Evidências – 4,6 Bilhões aglomerações de poeiras, rochas e gases um dos restos da nebulosa girando – sol
aumento calor- fusão erupções vulcânicas- lavas incandescentes- bola de fogo. Segundo alguns cientistas a origem da vida
na terra talvez se relacione com a origem e evolução do planeta.
Sugerida em 1755 pelo filósofo alemão Immanuel Kant e desenvolvida em 1796 pelo matemático francês Pierre-
Simon Laplace no livro Exposition du Systéme du Monde. Segundo essa teoria, o Sistema Solar ter-se-ia originado há cerca
de 4,6 bilhões de anos a partir de uma vasta nuvem de gás e poeira - a nebulosa.
1. Contracção da nebulosa graças à existência de uma força de atracção gravitacional gerada pelo aumento
da massa em sua região central. Esta contracção teria provocado um aumento da velocidade de rotação.
2. Achatamento até à forma de disco, com uma massa densa e luminosa de gás em posição central, o proto-
sol, correspondente a cerca de 99% da massa da nebulosa;
3. Durante o arrefecimento do disco nebular em torno do proto-sol houve condensação dos materiais da
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nébula em grão sólidos.
4. Em cada uma das zonas do disco assim formadas, a força da gravidade provocaria a aglutinação de
poeiras, que formariam pequenos corpos chamados planetesimais, com diâmetro de cerca de 100 metros.
Os maiores desses corpos atraíram os menores, verificando-se a colisão e o aumento progressivo das
dimensões dos planetesimais. Todo este processo, denominado acreção, conduziu à formação de corpos
de maiores dimensões, os protoplanetas e posteriormente, aos planetas.
Dados geofísicos e da Astrogeologia apoiam o modelo estrutural da terra em camadas concêntricas. Em 1953
Mair Patterson, baseando-se na análise de isótopos de chumbo resultantes na análise de isótopos de chumbo, determinou
a Terra e os meteoritos tinham a mesma idade, cerca de 4550 M. a. Mas, embora a Terra se tenha começado a formar
nessa altura, continuou a crescer durante cerca de 120 a 150 M. a., até atingir as dimensões actuais.
Na actualidade só pequenas porções da crosta terrestre guardam vestígios da infância da Terra, visto que a sua
superfície está continuamente a ser destruída pelos: movimentos de convecção do manto, erosão e o metamorfismo.
Ex.: As mais antigas rochas conhecidas situam-se em Acasta, NE do Canadá (gnaisses de Acasta), e têm 3960 M.a.
Na Gronelândia também foram encontradas rochas muito antigas, com cerca de 3800 M.a.
Na Terra actual os oceanos ocupam 75% da superfície, enquanto os continentes apenas 25%. As suas
configurações têm vari
ado no decorrer dos tempos. Existe ainda a atmosfera que permite o desenvolvimento de vida.
2.1. Formação dos continentes: Supõe-se que a lava, fluindo da parte fundida interna da Terra, se espalharia a
superfície e, solidificando-se, formaria uma fina crosta. Esta crosta primitiva, fundindo e solidificando repetidas vezes,
permitiu a separação gradual dos componentes menos densos, que distribuíram à superfície. Expostos posteriormente à
acção das águas das e de outros agentes seriam fragmentados e alterados. O produto final de tal processo foi a formação
de áreas continentais primitivas que cresceram com a continuação do processo.
2.2. Origem dos oceanos: segundo alguns astrofísicos a água que forma os oceanos poderia ter tido a sua
origem nos cometas, pois que a riqueza dos cometas em água é de cerca 95% da totalidade dos meus
componentes. Estudos mais recentes apoiam a hipótese da origem interna da água dos oceanos a partir de
desgaseificação do manto ocorrido durante a intensa actividade vulcânica. O vapor de libertado durante os fenómenos
vulcânicos ter-se-ia condensado por arrefecimento, originando abundantes chuvas que, caindo sobre o planeta já
arrefecido, se acumularam constituindo os oceanos primitivos.
2.3.Formação da atmosfera: em simultâneo com a génese dos oceanos, durante os fenómenos de magmatismo
generalizado que ocorreram, ter-se-ia formado a atmosfera primitiva.
A evolução da atmosfera primitiva continua, a ser um objecto de controvérsia devido, aos poucos conhecimentos de
que dispomos reactivamente a quantidade de energia irradiada pelo Sol, durante o período de formação dessa atmosfera.
Os cientistas actualmente concordam em 2 aspectos:
A temperatura da superfície terrestre resulta do equilíbrio entre a radiação solar absorvida e a emissão de radiações
infravermelhas emitidas pelo nosso planeta. Uma grande parte da emissão é bloqueada por gases como dióxido de carbono
e o vapor de água, que absorvem radiação infravermelho impedindo que ela abandone o planeta. Em consequência verifica-
se o aquecimento a superfície terrestre, pois as radiações são retidas pala atmosfera. Este processo denomina-se efeito
estufa.
Na Terra primitiva a presença de CO2 teria condicionado uma temperatura tal que permitiu a formação e a
persistência da água no estado liquido. A Terra teria escapado das glaciações devido à elevada quantidade de CO2
existente nessa altura, que teria desempenhado um papel de protecção através do efeito estufa.
A diminuição da quantidade de CO2 teria como resultado o aumento da concentração relativa do Azoto, que deste
modo se tornou maioritário.
2.1.2. Aumento da quantidade de oxigénio na atmosfera
A produção de quantidade significativa de oxigénio livre na sua conservação na atmosfera, provavelmente, só
ocorreu após a vida ter evoluído até ao aparecimento dos seres fotossintéticos. O primeiro oxigénio biológico gerado na
Terra ficou possivelmente retido nos segmentos.
Só á cerca de 2000 M.a. o oxigénio começou a acumular-se na atmosfera. Deste modo ir-se-ia passado para uma
7 atmosfera oxidante, tal como existe actualmente.
A existência e a manutenção da vida na terra é consequência das condições excepcionais existentes na e Terra.
A vida na terra pôde desenvolver-se porque é um planeta com condições muito particulares no que se refere á
massa e à distância a que se encontra do Sol.
Existem actualmente dados convincentes para se poder afirmar que a vida existia na terra a cerca de 3800 M.a.
Não se conhecem materiais terrestres com a idade que é atribuída para a origem da Terra.
1. Os sedimentos de Isua (Na Gronelândia) contêm grafite semelhante à que deriva da incarbonização de
seres vivos e alguns investigadores referem a existências, nessas rochas, de fósseis de bactérias. Estas
evidencias levaram a admitir que a vida era já abundante nos sedimentos de Isua, a 3800 M.a.
2. Estromatólitos: (Na Austrália e na África do Sul) densas massas de células procariotas e depósitos
minerais encontrados em rochas da Austrália e da África do sul e datam cerca de 3500 M.a. Estruturas
análogas aos estromatólitos ocorrem actualmente em mares tropicais produzidas por cianobactérias.
3. Flora do sílex de Gunflint: (nos EUA) É-lhe atribuída a idade de 2000 M.a. Inclui fósseis de organismos
semelhantes a bactérias, cianobácterias, e fungos.
4. Fauna de Ediacara: os organismos são achatados, (no sul da Austrália) com cerca de 670 M.a. É relativo
aos fósseis animais mais antigos.
A fauna do Ediacara é o conjunto de todas as espécies de animais que viveram no período Ediacariano
entre 635 a 542 milhões de anos. Nesta época não havia qualquer tipo de criaturas perigosas e incríveis
como o T-rex ou o Megalodon. Nesta época nenhum animal vivia em terra ou no ar, mas a água era um
paraíso. A atmosfera estava rica em dióxido de carbono e as criaturas aquáticas eram primitivas e
gelatinosas, muitos destes sem olhos, ossos ou cérebro. Mas estes foram os primeiros antepassados de
muitas espécies que hoje existem, onde pode encontrar o antepassado comum entre tu e os polvos, ou
entre tu e as aranhas ou até mesmo entre tu e todos os outros animais. A fauna do Ediacara mostra uma
incrível época onde os nossos antepassados mais antigos viviam. (Imagem em anexo PPT)
Desde a antiguidade, o homem se preocupa em desvendar a forma como a vida surgiu no nosso planeta.
8 Diversas teorias se apresentaram na tentativa de explicar a origem dos seres vivos tais como:
Criacionismo,
E outras.
5.1. CRIACIONISMO
Até meados do século XVII, a maioria das pessoas acreditava que uma entidade divina havia criado
intencionalmente os seres humanos e os animais mamíferos.
Essa é a mais antiga de todas as ideias sobre a origem da vida e tem um forte cunho religioso, sendo até hoje
aceite por fiéis de várias religiões. Essa corrente afirma que os seres vivos foram criados individualmente por uma
divindade e que desde então possuem a mesma forma com que foram criados. Elas não mudam ao longo do tempo,
é o que se chama imutabilidade da espécie ou Fixismo.
A ideia de que seres vivos podiam surgir por outros mecanismos além da reprodução foi muito difundida na
Antiguidade e ficou conhecida como teoria da geração espontânea ou teoria da abiogênese. Essa teoria admitia, por
exemplo, que cobras, rãs e crocodilos podiam formar-se espontaneamente da lama de lagos e rios. A geração
espontânea foi aceita e defendida, entre outros, pelo filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C).
Exemplo que ilustra a teoria da geração espontânea que perdurou até o século XIX, segundo o qual os
seres vivos podiam surgir espontaneamente de matéria não viva.
Apoiada pelo francês René Descartes (1596 – 1650), o inglês Isaac Newton (1642 – 1727), século XVIII, o
biólogo, inglês John Needham.
Jan Baptista van Helmont (1577 – 1644) chegou mesmo a elaborar uma ‘’receita’’ para produzir ratos por
geração espontânea. Dizia ele: “[…] colocam-se, num canto sossegado e pouco iluminado, camisas sujas.
Sobre elas espalham-se grãos de trigo e o resultado será que, em vinte e um dias, surgirão ratos […]”.
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ABIOGÊNESE vs BIOGÊNESE
Esta hipótese sofreu sérias críticas de inúmeros cientistas que contestaram a sua veracidade. Dentre estes
cientistas distinguiram-se Lázzaro Spallanzani, John Tyndal, Francesco Redi e Louis Pasteur.
Experiências de Needham: no século XVIII, o biólogo, inglês John Needham colocou sucos nutritivos,
como caldo de galinha e sucos vegetais, em tubos de ensaio que foram aquecidos e, a seguir, fechar para impedir a
entrada do ar. Alguns dias depois, Needham constatou que os sucos nutritivos continham microrganismos, fazendo
vir novamente a tona à tona à idéia da abiogênese.
Experiências de Lázzaro Spallanzani: alguns anos mais tarde, o Spallanzani refez as experiências de
Needham. No entanto Spallanzani ferveu os sucos nutritivos contidos nos tubos de ensaio, que foram posteriormente
fechados. Analisando o conteúdo dos tubos, Spallanzani constatou, mesmo depois de vários dias, que os sucos
nutritivos não apresentavam nenhuma forma de vida, descartando, assim, a idéia da abiogênese. Segundo
Spallanzani, Needham não aqueceu suficientemente os tubos, permitindo a sobrevivência de alguns
microrganismos que se reproduziram assim que os sucos nutritivos esfriaram. No entanto, Needham criticou
Spallanzani afirmando que a fervura teria destruído o principio ativo, isto é, a força capaz de gerar vida. A teoria da
abiogênese ainda não havia sido derrubada.
Louis Pasteur: somente em meados do século XIX, o cientista francês Pasteur elaborou de uma forma
conclusiva experimentos que deixaram por terra a teoria da geração espontânea. Pasteur realizou uma serie de
experimentos, entre os quais o experimento do frasco com “pescoço de cisne”. Através do trabalho, foi demonstrado
que uma solução nutritiva, previamente esterilizada, mantém-se estéril indefinidamente na de ar, desde que a
entrada de germes seja impedida. Observe o esquema abaixo que ilustra este experimento de Pasteur.
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Representação da sequência de etapas do celebre experimento realizado por Pasteur em suas pesquisas sobre
geração espontânea. Nesse experimento ficou demonstrado que os microrganismos em caldos previamente
esterilizados eram provenientes do ar.
Como se via a teoria da geração espontânea não teve argumentos suficientes convincentes para explicar a
origem da vida e, por conseguinte Pasteur através de experimentos demonstrou e convenceu que os apologistas da
geração espontânea estavam errados. E de realçar também que a teoria da abiogênese não explica a origem da
vida.
Deste modo ficou por terra a teoria da geração espontânea segundo o qual os seres vivos originavam-se a partir da
matéria bruta e prevaleceu a ideia de que ser vivo origina- de outro pré-existente.
Teoria Cosmozóica: tentaram explicar o aparecimento da Vida na Terra com a hipótese de que esta tivesse
sido trazida de outro ponto do Universo sob a forma de esporos resistentes, nos meteoritos. A presença de
matéria orgânica em meteoritos encontrados na Terra tem sido usada como argumento a favor desta teoria, o
que não invalida a possibilidade de contaminação terrestre, após a queda do meteorito.
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Arrhenius
Svante Arrhenius, químico sueco 1908 propôs em seu livro intitulado “a criação dos mundos” lançou a
Teoria de Panspermia: segundo a qual a vida teria originado em esporos impelidos por energia luminosa,
vindos numa “onda” do espaço exterior. È difícil aceitar que qualquer esporo resista á radiação do espaço, ao
aquecimento da entrada da atmosfera. Esta hipótese teve serias rejeições devido às seguintes indagações:
Crick e Orgel
Teoria de Panspermia dirigida: o agente inicial da Vida na Terra passaria a ser colónias de
microrganismos, transportadas numa nave espacial não tripulada, lançada por uma qualquer civilização muito
avançada. A Vida na Terra teria surgido a partir da multiplicação desses organismos no oceano primitivo.
Esta teoria é conhecida como de Oparim-Haldane porque foi publicado em (1924), por um investigador
russo Alexander I. Oparin, cujos resultados coincidiram com os do biólogo inglês John D. S. Haldane, que publicou
suas experiências 4 anos depois (1928). Esta teoria foi e tem sido amplamente aceite pelos cientistas
modernos não só de área biológica, sino também por químicos astrónomos, geólogos etc. Esta teoria tentou
explicar a origem da Vida na Terra, sem recorrer a fenómenos sobrenaturais ou extraterrestres.
Segundo esta teoria a vida na terra teria surgido de forma lenta e ocasional nos oceanos primitivos através
dos seguintes mecanismos:
1. O metano, amónia, hidrogénio e vapor de água presentes na atmosfera, sob altas temperaturas, unidos a
centelhas eléctricas e raios ultravioletas, teriam-se combinado, originando aminoácidos, que ficavam
flutuando na atmosfera.
2. Os aminoácidos eram arrastados com as chuvas para o solo, aquecendo-se, os aminoácidos combinavam-
se uns com os outros, formando proteínas.
3. As chuvas lavavam as proteínas para os mares. Formando uma "sopa de proteínas" nas águas mornas dos
mares primitivos. As proteínas dissolvidas em água formavam colóides.
12 4. Organizaram-se em gotículas surgindo as primeiras células simples, ainda não dispunham de um
equipamento enzimático capaz de realizar a fotossíntese. Eram, heterótrofas. Só mais tarde, surgiram as
células autótrofas, mais evoluídas. E isso permitiu o
aparecimento dos seres de respiração aeróbia.
Experimento de
Miller
Experimentos que apoiaram a hipótese de Oparim-Haldane
2- Experimento Fox: Em 1957, o cientista norte-americano Sidney Fox aqueceu uma mistura de aminoácidos e
observou a formação de moléculas muito semelhantes a proteínas, reforçando a ideia proposta por Oparin.
“Os aminoácidos trazidos pelas chuvas ao entrarem em contacto com as rochas ainda quentes da superfície
terrestre teriam formado moléculas de proteínas que foram arrastadas aos oceanos primitivos pelas chuvas.
Hoje os investigadores não rejeitam a possibilidade da origem extraterrestre da vida ou da matéria orgânica a partir
da qual a vida se originou:
Meteoritos de Orgueil: Caiu em Orgueil perto de Tolouse, em 1864. Neste meteorito foram detectadas estruturas
microscópicas perfeitamente organizadas contendo numerosos compostos orgânicos.
Meteorito de Murchison: Caiu na Austrália em 1969. Neste meteorito encontraram-se mais de 400 compostos
orgânicos, entre os quais ácidos gordos complexos e aminoácidos, alguns semelhantes aos que se encontram nas
proteínas biológicas.
Cometa de Halley: dados obtidos pelas sondas de Giotto e Vega, a análise feita em 1986, permitiram admitir que
cerca de um terço da massa deste cometa é de matéria orgânica.
Cometa de Halle-Bopp: Este cometa muito rico matérias orgânicas pode ter semeado o nosso planeta com
materiais essenciais ao aparecimento de vida há muitos milhares de milhões de anos.
Ainda há perspectivas actuais que admitem que a matéria orgânica precursora a vida ter-se-ia originado nas
profundidades dos oceanos.
Embora não se tenha um retrato exacto dos seres vivos mais antigos, pode-se imaginar que eles eram
microscópicos e delimitados por uma membrana. Em seu interior, reacções químicas ordenadas e controladas pelas
informações genéticas, transformavam moléculas energéticas de alimento em componentes de seu próprio corpo, o
que permitia o crescimento e a reprodução.
Os seres vivos têm duas estratégias principais para obter alimento por isso são agrupados em: seres
autotróficos e seres heterotróficos
1. Seres autotróficos (do grego autós, próprio, e trophos, alimento), capazes de produzir as substâncias orgânicas que
lhes servem de alimento, a partir de gás carbónico (CO2) e de energia obtidos do ambiente. Ex.: cianobactérias,
bactérias nitrificantes, algas e plantas.
2. Seres heterotróficos (do grego hétero, diferente) incapaz de produzir seu próprio alimento, tendo de obtê-lo do meio
extremo na forma de moléculas orgânicas. Ex.: os fungos, certas bactérias, a quase totalidade dos protozoários e
todos os animais.
HIPÓTESE AUTOTRÓFICA: diz que os primeiros seres vivos eram autotróficos é a mais aceita actualmente. Seus
defensores argumentam que na terra primitiva não havia moléculas orgânicas em quantidade suficiente para
sustentar a multiplicação dos primeiros seres vivos até o aparecimento da fotossíntese. Segundo eles, os primeiros
seres vivos eram quimiolitoautotróficos (do grego litós, rocha), isto é, produziam suas próprias substâncias
alimentares a partir da energia liberada por reacções químicas entre componentes inorgânicos da crosta terrestre.
HIPÓTESE HETEROTRÓFICA: Muitos cientistas defendem a hipótese heterotrófica da origem da vida, segundo a
qual os primeiros seres vivos seriam heterotróficos simples e possivelmente resultaram de um longo período de
evolução pré-biológica. A base desta teoria foi formada na década vinte por Alexandre Oparin e John Haldane.
TEORIAS FIXISTAS
FIXISMO: As espécies foram criadas independentemente umas das outras e mantiveram-se fixas e
14 imutáveis ao longo do tempo, não existindo evolução.
CRIACIONISMO: Até o século XVIII, havia consolidação da ideia que todos os seres vivos presentes no
planeta Terra foram produtos de criação divina e que as espécies não passavam por nenhum processo de
transformação. Essa teoria que afirma que as espécies são fixas e imutáveis recebe o nome de Fixismo.
HIPÓTESE DA ABIOGÊNESE OU GERAÇÃO ESPONTÂNEA: Platão (427-347 a.C) (Scala Naturae) que
também apoiou esta teoria, segundo os seres vivos é eterno e imutável, cada um com um lugar fixo numa escala
natural.
Ex.: Alguns cientistas admitiam que os carneiros surgiam de um fruto semelhante ao melão e que certas
árvores podia dar origem a gansos. Outros sugeriram algumas receitas de geração espontânea: Paracelso (séc. XVI)
propôs como obter homúnculos, Van Helmont em 1648 propôs como obter escorpiões e em 1648 propôs como obter
ratos…
TEORIAS EVOLUCIONISTAS
São duas áreas que fundamentalmente contribuíram para a transição do Fixismo ao Evolucionismo:
1. Analise das espécies actuais: Sistemática com Carlos Lineu que era fixista, acabou por reunir
dados que favorecem o evolucionismo.
2. Análise de fósseis: George Cuvier acérrimo fixista, propôs, 1799, a teoria do Catastrofismo ou
Teoria das Criações Sucessivas. Por incrível que pareça mas os estudos dos fósseis feitos por
Cuvier acabaram por abalar o fixismo favorecendo o evolucionismo.
Maupertuis: (os seres vivos podem sofrer adaptação ao meio – variações espontâneas – existindo depois uma selecção
15 sendo eliminados os indivíduos com características mais aberrantes e permanecendo os que apresentavam apenas
ligeiras alterações em relação aos progenitores)
Hutton e Lyell propuseram o Uniformitarismo ou Princípio das Causas Actuais: que apesar da terra ser antiga as
leis naturais são constantes no espaço e no tempo; as causas que provocaram determinadas alterações geológicas no
passado são iguais às que provocam os mesmos fenómenos no presente (princípio das causas actuais); a maioria das
alterações geológicas ocorrem de forma lenta e gradual.
De acordo com a teoria da evolução, certas formas de vida descendem de outras, modificações nos seres
vivos ocorreram e ainda ocorrem continuamente. A partir da segunda metade do século XIX, a ideia da evolução
biológica começou a dominar o meio científico. Dados fornecem as evidências em favor da evolução e podemos
considerar: Argumentos da anatomia comparada (Estruturas homólogas, estruturas análogas e os órgãos
Vestigiais), Argumentos paleontológicos, Argumentos embriológicos, Argumentos biogeográficos,
Argumentos citológicos, Argumentos bioquímicos (análise de proteínas, comparações entre moléculas de DNA
e testes serológicos ).
a) Estruturas Homólogas: São órgãos que têm a mesma origem, a mesma estrutura
básica e posição idêntica no organismo, podendo desempenhar funções diferentes.
Eles surgem por divergência evolutiva, podendo traduzir adaptações de um grupo de
organismos com a mesma origem evolutiva a ambientes variados. O conjunto
ordenado de órgãos homólogos em diferentes organismos constitui uma Série
Filogenética. Ex.: membros anteriores dos Vertebrados.
c) Órgãos Vestigiais: São órgãos que tiveram significados morfofuncional num antepassado, mas que no
presente têm uma função reduzida ou não evidente. Nestas situações, o ambiente actuou no sentido regressivo,
privilegiando os indivíduos que iam surgindo com esses órgãos cada vez mais reduzidos. Ao longo de milhões de
anos tornam-se rudimentares, vestigiais, isto é, não funcionais. Ex.: o apêndice no homem e os dentes do ciso.
b) Fósseis de Transição: São documentos que permitem concluir que as espécies não são independentes
quanto á sua origem, contrariando as ideias fixistas. Correspondem a formas que possuíam características
intermédias de grupos actualmente existentes. Ex.:Archaeopteryx-antepassado comum ás aves e répteis
actuais.
Fóssil Actualiade
3. Argumentos Embriológicos: Com base na
comparação das diferentes fases do
desenvolvimento embrionário de diferentes
organismos, podem estabelecer-se relações de
parentesco entre os seres vivos. Assim, quanto mais
semelhantes forem as fases do desenvolvimento embrionário, mais aparentados estes são, isto é, menor a
distância filogénica entre eles. Exemplos:
*Ocorrência de grande diversidade de seres vivos em zonas geograficamente próximas (houve divergência evolutiva).
5. Argumentos Citológicos: Consiste na constatação de que todos os organismos são constituídos pelas
mesmas unidades básicas: as células. A uniformidade dos processos e mecanismos celulares pressupõe-
se também uma unidade evolutiva. As semelhanças entre as membranas celulares e os processos de
divisão celular.
Todos os seres vivos serem constituídos pelos mesmos tipos de biomoléculas (proteínas, lípidos, glícidos,
ácidos nucleicos, aminoácidos, água e sais minerais);
Os mecanismos básicos serem idênticos em todos os seres vivos, a nível molecular (código genético,
síntese proteica, etc.).
a) Análises de proteínas: As proteínas são as moléculas mais numerosas no corpo dos seres vivos,
condicionando, com a sua sequência de aminoácidos específica, as características fenotípicas desses
mesmos seres. Deste modo, é de prever que quanto maior for a semelhança entre as proteínas
de indivíduos de diferentes espécies, maior é também o seu grau de parentesco. Exemplo: A molécula de
insulina dos Mamíferos considerados (homem, boi, porco, cavalo e carneiro) é formada por 51 aminoácidos.
A cadeia A desta molécula difere, no máximo 3 aminoácidos de uma animal para outro. Este facto, sugere a
existência de uma molécula ancestral comum. Isto é, se duas espécies apresentam sequências de genes e
de aminoácidos muito próximas, muito provavelmente essas sequências foram copiadas a partir de um
ancestral comum.
LAMARCKISMO
Jean Baptiste de Lamarck (1744-1829, naturalista francês, foi o primeiro a propor uma teoria sintética da
evolução. Sua teoria foi publicada em 1809, no livro Filosofia Zoológica. Ele dizia que formas de vida mais simples
surgem a partir da matéria inanimada por geração espontânea e progridem a um estágio de maior complexidade e
perfeição.
1. Lei do uso e desuso – órgãos muito usados iriam hipertrofiar, enquanto órgãos pouco usados iriam atrofiar.
2. Lei da transmissão dos caracteres adquiridos – As características adquiridas pelo uso ou perdidas pelo
desuso seriam transmitidas aos descendentes.
Para Lamarck, a girafa actual, com pescoço comprido, seria resultado do esforço de um ancestral da girafa que
apresentava pescoço curto para alcançar as folhas no alto das árvores. O hábito de esticar o pescoço (Lei do uso e desuso) teria
levado o aumento desta parte do corpo. Com isso, a característica adquirida foi sendo transmitida de geração em geração (Lei
da transmissão dos caracteres adquiridos) resultando nas girafas actuais, de pescoços compridos.
Somente as características adquiridas pelo uso ou perdidas pelo desuso não podem ser transmitidas aos
descendentes. Somente uma modificação nos genes presentes nos gametas poderá ser transmitida as
gerações seguintes
.
Mesmo estando enganado quanto às suas interpretações, Lamarck merece ser respeitado, pois foi o primeiro
cientista a questionar o fixismo e defender ideias sobre evolução. O maior mérito de Lamarck foi o seu
pioneirismo, sua tese permitiu que a evolução se generalizasse. Apesar de não explicar correctamente o
mecanismo evolutivo, o Lamarckismo foi de grande importância para teoria da evolução por ter chamado a atenção
para adaptação como um processo necessário para o sucesso evolutivo de uma espécie no ambiente em que vive.
DARWINISMO
Darwinismo: O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) desenvolveu uma teoria evolutiva
que é considerada como base da teoria moderna da evolução. Segundo Darwin, os indivíduos
mais bem adaptados ao meio ambiente apresentam maiores chances de sobrevivência,
deixando o maior número de descendentes.
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A própria natureza selecciona os indivíduos mais bem adaptados ao meio, enquanto os menos adaptados
tendem a morrer e com o tempo levar a extinção da espécie. Essa teoria descrita é chamada selecção natural e é à
base do darwinismo.
Darwin percebeu uma grande variabilidade de espécies que apresentavam graus diferentes de adaptação
ao meio. Percebeu, assim, que os indivíduos com mais oportunidades de sobrevivência apresentam características
mais apropriadas para enfrentar as condições ambientais.
Percebe-se que a acção do meio ambiente é diferente para Lamarck e Darwin. Para Lamarck, o meio é
causador das variações, já que características novas são adquiridas por imposição do meio. Para Darwin, o meio
apenas selecciona as características adaptativas mais importantes.
Darwin não conseguiu explicar a origem das variações, já que somente, surgida no século XX,
contém subsídios para esclarecer as causas da variabilidade.
As novas características conseguem-se pelo uso ou No seio de uma população certos indivíduos apresentam
desuso repetido de um órgão ou parte do corpo características que lhes conferem uma melhor adaptação em
relação aos outros.
Características adquiridas são transmitidas aos Os mais aptos vivem mais tempo, reproduzem-se mais e
descendentes. transmitem as suas características aos descendentes.
NEODARWINISMO
Neodarwinismo: Também denominada Teoria Sintética da Evolução, utiliza como base o Darwinismo e
foi proposta por Julian Huxley, em 1942, engloba duas ideias fundamentais: Variabilidade genética e selecção
natural.
A diversidade do mundo vivo é a base sobre a qual actua a selecção natural. Esta diversidade tem como
fonte primária as mutações e como fonte mais próxima a recombinação génica.
a) Mutações: o genoma dos indivíduos pode experimentar alterações, quer a nível dos genes quer a nível dos
genes quer a nível dos cromossomas alterando o património genético dos indivíduos. As mutações são a
fonte primária de variabilidade genética introduzindo a população novos genes.
b) Recombinação génica: e a fonte mais próxima de diversidade nas populações. Diferentes possibilidades de
combinação dos genes, na sequência da meiose (Crossing-over ou permutação genica e o
emparelhamento ao acaso do cromossomas) e da fecundação.
Mutações e a recombinação génica são as principais causas ou factores que tendem a aumentar a variabilidade genética da
população. A selecção natural apenas direcciona o processo evolutivo, mantendo as variações favoráveis ou adaptativas a
determinado meio. E ainda migração, deriva genética, cruzamento não ao acaso são factores que actuam sobre a variabilidade
genética já estabelecida.
Enquanto mutações e a recombinação génica aumentam a variabilidade genética, a selecção natural diminui, já que os
indivíduos menos adaptados tendem a morrer e, com o tempo, permitir a extinção da espécie.
Em resumo os factores de evolução das populações são: Mutações, migrações (imigração e emigração),
cruzamentos não ao acaso (panmixia), deriva genética e a selecção natural (sobrevivência até a idade de
procriar, tipo de acasamento, reprodução diferencial). (trabalho de investigação)
ESPECIAÇÃO
Especiação: é processo de formação de novas espécies a partir de uma população ancestral. Para entendimento
deste processo, imaginemos que dois grupos de indivíduos de uma mesma população estabelecem-se, por migração
em regiões diferentes, perdendo o contacto com a população original. Com isso, formam-se duas populações
diferentes que chamaremos de A e B, já que, embora pertençam à mesma espécie, ocupam ambientes diferentes.
Uma vez que os ambientes ocupados pelas duas populações são diferentes, podemos supor que ao longo do tempo
ocorram mutações diferenciais e que a selecção natural se processe de maneira a ajustar Cada população ao
ambiente em que vive.
Assim, as populações serão submetidas a pressões de selecção diferentes fixando, em cada grupo, genes
favoráveis ou adaptativos em função do ambiente em que vivem. Com o passar do tempo, o conjunto de genes vai
se modificando e estabelecendo certas divergências genéticas entre as populações A e B, que passam a formar
subespécies. Nesse estágio, se indivíduos da população A forem colocados em contacto com indivíduos da
população B, ainda serão capazes de realizar cruzamento e originar descendentes férteis, o que reforça a ideia de
que os indivíduos da população A e B pertencem a mesma espécie.
Se o isolamento geográfico entre as duas populações prevalecer, as divergências genéticas tornam-se cada vez
maiores até ocorrer uma incompatibilidade reprodutiva entre as populações. Nesse caso, estabelecesse o
isolamento reprodutivo, formando espécies diferentes.
MODOS DE ESPECIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
1- AMABIS J.M. & MARTHO, G.R. (2004) Biologia das células, 1ª edição. São Paulo Editora Moderna.
2- AMABIS J.M. & MARTHO, G.R. (2010) Fundamento da Biologia Moderna volume único 4ª edição. São
Paulo Editora Moderna.
3- DA SILVA A. DIAS et al. (2008) Biologia Ciência da Vida 11ª Porto editora
Cybergrafia
http://www.sobiologia.com.br
http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/48383888/Argumentos%20Paleontol%C3%B3gicos
https://pt.slideshare.net/catir/argumentos-do-evolucionismo