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Cosmologia: 1.

Teoria do Big Bang


Página 3 Pedagogia & Comunicação | Curso Objetivo
O Prêmio Nobel de física de 2006 foi
concedido a uma dupla de pesquisadores
americanos, John Mather e George Smoot,
por sua contribuição em comprovar a teoria
do Big Bang sobre a formação do Universo.
Para conhecer a teoria do Big Bang, devem-
se conhecer previamente alguns conceitos.

Efeito Doppler

Em 1842, Christian Doppler descobriu que,


quando um corpo luminoso (ou sonoro) se
aproxima de um observador, o
comprimento de onda da luz emitida por
ele diminui e, inversamente, aumenta, quando ele estiver se afastando.

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Esse efeito ficou conhecido como efeito Doppler.

Velocidade das galáxias

O astrofísico americano Edwin Powell Hubble, em 1929, descobriu que as


galáxias distantes estão, quase sem exceção, se afastando muito rapidamente
de nós. O espectro da luz dessas galáxias chega até nossos telescópios e
espectrômetros apresentando um desvio para o vermelho. Hubble explicou
esse interessante fenômeno utilizando o efeito Doppler. Se a velocidade com
que a galáxia se afasta for realmente grande, a luz que ela envia e chega até
nós terá um desvio para frequências mais baixas, do mesmo modo que o som
de uma buzina se afastando fica mais grave.

Na verdade, embora algumas pessoas não condordem, não há nada de


especialmente repulsivo na Terra para que as galáxias fujam de nós. O que
há, segundo Hubble e a grande maioria dos cosmologistas atuais, é que o
Universo está se expandindo.

Essa expansão implica em que, em algum tempo distante, o Universo devia ser
muito menor do que é agora, praticamente um ponto, com uma densidade
próxima de infinita. Por alguma razão, nesse tempo, ocorreu uma gigantesca
explosão, o Big Bang, e a partir daí o Universo vem se expandindo cada vez
mais.

Hubble, portanto, reuniu elementos suficientes para concluir que: “A


velocidade com que uma galáxia se afasta de nossa galáxia é diretamente
proporcional à sua distância de nossa galáxia”.

Matematicamente: V = H . d
V: velocidade de afastamento da galáxia considerada.
d: distância entre a galáxia considerada e a nossa galáxia.
H: constante de Hubble.

A Lei de Hubble sugere que toda essa matéria que está em expansão, num
dado instante, pode ter estado junta em um só local: o ovo cósmico ou
singularidade.

A radiação de fundo

Os físicos norte-americanos Arno Penzias e Robert Wilson, em 1965, ao


estudarem ondas de rádio, detectaram a presença de “ruídos” estranhos que
iriam constituir a radiação cósmica de fundo. Os estudos posteriores
mostraram que esta radiação é equivalente à emitida por um corpo negro a
uma temperatura de 2,7K.

Essa descoberta da radiação cósmica de fundo parece evidenciar duas coisas:


a existência do big-bang, sendo esta radiação de fundo proveniente da
transformação de massa em energia radiante, um resíduo do big-bang que deu
origem ao Universo, e ainda que 2,7K seria a temperatura atual do Universo
considerado como um todo (uma espécie de temperatura média do Universo),
o que já tinha sido previsto por George Gamow (1904-1968) em 1948.

Atribui-se a Arno Penzias e Robert Wilson, dos Laboratórios Bell, em New


Jersey, EUA, a detecção, por acidente, da radiação cósmica de fundo, em
1964. Estudando interferências em comunicações, eles descobriram uma
interferência que eram microondas vindas do espaço. Esta descoberta
reforçou a teoria do Big Bang, pois, a propagação desse chamado ruído de
fundo se dava em todas as direções e obedecia a constante de Hubble.

Teoria do Big Bang

Ora, se as galáxias estão se afastando, isso poderia significar que elas estavam
mais próximas em tempos remotos. E se elas estivessem tão perto que se
concentrassem em um único ponto no início dos tempos?

Nasceu assim a teoria do Big Bang: ponto inicial foi uma explosão, a uma
temperatura altíssima. O Universo começou a se expandir e a esfriar. Na
verdade, essa idéia começou a ser discutida a partir da intervenção do padre
e cosmólogo belga Georges Lamaître, para quem o Universo teria tido um
início repentino.

A dilatação do Universo foi colocada em uma progressão aritmética por Edwin


Powell Hubble, que descobriu a razão de seu crescimento, chamada de
constante de Hubble.

A Teoria do Big-Bang admite que o Universo tem uma idade limite, da ordem
de 15 ou 20 bilhões de anos e, portanto, existe um instante inicial em que o
Universo foi criado. Segundo essa teoria, há 15 ou 20 bilhões de anos uma
fabulosa quantidade de energia estava localizada em uma esfera de diâmetro
inferior a 1cm, denominada ovo cósmico ou singularidade.

Num dado instante (t = 0), toda essa energia, em rápida expansão, criou o
Universo que se dilatou e se resfriou uniformemente.

A redução rápida de temperatura determinou as sucessivas transformações da


energia liberada que se materializou na forma de partículas (quarks) e
antipartículas (antiquarks). A matéria e a antimatéria se aniquilam, gerando
uma quantidade enorme de energia na forma de fótons e obedecendo à
equação de Einstein: E = m . c2. O excesso de matéria em relação à
antimatéria deu origem ao Universo em que hoje vivemos.

Cronologia na criação do Universo

a) Instante t = 0: instante inicial em que ocorreu o Big-Bang; a escala de


distâncias vale zero, a densidade do universo é infinitamente elevada e não
há ferramentas na Matemática ou na Física, que hoje conhecemos, para
estudar este momento. O evento instante zero é tratado como uma
singularidade no estudo da evolução do Universo.
b) Intervalo de tempo entre t = 0 e t = 10–43s: o que ocorreu neste intervalo
é pura especulação teórica sem nenhuma possibilidade de comprovação
através de observações físicas.
c) Intervalo de tempo entre t = 10–43s e t = 10–35s: neste curto intervalo de
tempo os quarks e os antiquarks aniquilaram-se dando origem à radiação, na
forma de fótons. A quantidade de quarks é maior que a de antiquarks, de
modo a restar matéria na forma de quarks que deu origem ao Universo em que
hoje vivemos.
O universo está-se resfriando, passando de uma temperatura de 1032K em t =
10–43s para a temperatura de 1027K em t = 10–35s.
d) No instante t = 10–30s os quarks remanescentes do processo de
aniquilamento começam a se fundir, dando origem aos prótons e nêutrons.
e) No instante t = 10–6s a fusão dos quarks, originando prótons e nêutrons, é
concluída e os quarks desaparecem.
Os prótons e nêutrons podem-se transmutar entre si e vão coexistir com
elétrons e fótons.
f) Após o instante t = 1s, com a queda da temperatura, os prótons não podem
mais se transmutar, o que não ocorre em relação aos nêutrons. É por isso que
existem, até hoje, quatro vezes mais prótons do que nêutrons.
g) No intervalo de t = 10s a t = 500s ocorrem as reações de fusão dos núcleos:
25% dos núcleos de hidrogênio transformam-se em hélio; um milésimo por
cento é transformado em deutério e menos de um milionésimo por cento é
transformado em lítio.
Ao fim de 3 minutos as transformações fundamentais já haviam ocorrido.
h) Quando o Universo possui uma idade entre 300 000 anos e 1 milhão de
anos, a temperatura já é suficientemente baixa para que os elétrons
comecem a se associar aos prótons para formar os átomos de hidrogênio.
i) Antes de atingir a idade de 1 bilhão de anos, a força gravitacional começou
a agir e as primeiras galáxias apareceram.
Conclusão

Outras descobertas começaram a ser feitas, reforçando cada vez mais a


teoria. A medida de elementos químicos leves (hidrogênio e hélio) também
mostra as transformações cósmicas.

Deve-se, porém, lembrar que o Big Bang ainda é uma teoria, ou seja, não foi
provada, mas cada vez mais indícios a reforçam, como é o caso dos
apresentados prêmios Nobel de 2006. Novas considerações do cientista russo
George Gamov sobre o instante zero propõem que naquele momento a
matéria começou a predominar em relação à antimatéria.

Mais contribuições deverão surgir num futuro próximo e acabar provando ou


refutando essa teoria.

Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/fisica/
teoria_big_bang

ÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇ

Aristóteles
Aristóteles classificou e sistematizou o pensamento filosófico
alcançado até então, iniciando o período sistemático da
Filosofia Antiga.
Publicado por: Francisco Porfírio em Filosofia




Aristóteles, à esquerda, conversando com seu pupilo, Alexandre, imperador da

Macedônia.

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Aristóteles operou significativas mudanças


naFilosofia Antiga, produzida na região da Grécia. Tal
produção filosófica já havia passado pelos
períodos cosmológico (pré-socrático)
eantropológico (socrático) e iniciava, então, o seu
período sistemático.
Os estudos aristotélicos influenciaram pensadores
medievais da Escolástica, principalmente Alberto
Magno e Tomás de Aquino. Também foram influenciados
por ele filósofos empiristas da Modernidade, que
retomaram a ideia de que o conhecimento também é obtido
por meio da prática, operando uma radical e mais completa
elaboração da tese do conhecimento como fruto dos
sentidos corpóreos e das experiências práticas. Aristóteles
também
estudou Lógica, Metafísica, Política, Ética,Ciências
Naturais (tendo escrito tratados
sobre Biologia e Física), Retórica e Estética.
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Quem foi Aristóteles?


Aristóteles nasceu na cidade de Estagira, na Macedônia,
em 384 a.C. Foi um dos três grandes filósofos da Grécia
Antiga, tendo convivido e estudado com Platão. Sabe-se
que, em sua juventude, teve uma sólida formação em
ciências, o que influenciou bastante a sua produção
filosófica. Ainda jovem, o filósofo foi para Atenas, onde
conheceu o seu mestre Platão e foi estudar
na Academia — centro de estudos e discussões sobre
Filosofia e Política fundado pelo professor de Aristóteles
nos arredores de Atenas.
Após anos de estudos na Academia, Aristóteles passou a
lecionar na instituição, aprofundando-se em seus estudos
sobre temas da Filosofia Platônica (de forte inspiração
socrática) — que iam de conhecimentos de Ética e Política
até questões como o conhecimento da verdade e a
formação das ideias. Na medida em que estudava tais
temas, Aristóteles formulava as suas próprias teorias, o
que o levou a um afastamento intelectual das ideias
platônicas e marcou uma cisão muito grande dele com o
seu mestre, representada na valorização do conhecimento
empírico.
Contam as suas biografias que, na ocasião da morte de
Platão, Aristóteles (que já lecionava há muito tempo na
Academia) esperava um cargo de gestão na instituição de
ensino. Ao não receber esse cargo, o pensador desligou-se
da Academia e partiu de Atenas para a cidade de Artaneus,
na Ásia Menor, tornando-se consultor e conselheiro político
entre os anos de 347 e 343 a.C.

Nesse último ano, ele resolveu retornar à Macedônia e, na


ocasião, tornar-se preceptor de Alexandre, herdeiro do
império macedônico. Em 335 a.C., na ocasião da posse de
Alexandre como imperador devido à morte de seu pai,
Aristóteles seguiu de volta para Atenas e fundou, em um
local próximo à cidade, o seu Liceu — um centro de
estudos de filosofia e esportes para os jovens atenienses.
Leia também: Aristóteles: felicidade como fim das ações
humanas
Principais ideias
→ Sistematização
Antes de Aristóteles, os estudos de Filosofia
compreendiam uma mistura
de Astronomia, Física, Matemática,
Cosmologia, Política, Ética, Estética, Retórica, entre
outras áreas do conhecimento. O filósofo foi o primeiro a
classificar e a sistematizar essas áreas, desenvolvendo
estudos específicos sobre cada tema.
→ Política e Ética
Aristóteles foi um defensor do sistema político
democrático pelo qual Atenas já havia passado, tendo
escrito um livro sobre isso. Também escreveu tratados
de Ética, em que afirmava a necessidade da busca de uma
moderação das ações humanas baseada na prudência,
para que a vida em sociedade levasse os cidadãos
à felicidade.
→ Metafísica
Tendo aprimorado os estudos platônicos sobre o assunto e,
em certa medida, afastando-se um pouco das ideias de seu
mestre, Aristóteles escreveu um tratado de dez livros
chamado “Estudos de Filosofia Primeira”, que, mais tarde,
seria conhecido por “Metafísica”. Esses estudos, segundo
o próprio filósofo, tratavam sobre o ser em geral, ou seja,
seriam uma espécie de ciência geral, mãe de todas as
ciências.
→ Lógica
Aristóteles fundamentou as primeiras noções da Lógica
Clássica, baseada na argumentação e na Retórica. Em
seus estudos, que buscavam algumas noções metafísicas,
como a divisão das categorias do que se fala, ele buscou
uma forma de linguagem que fosse formalmente válida e
que buscasse argumentos que fossem fundamentados em
premissas. Surgiu aí a noção de silogismo.
→ Empirismo
Sendo o primeiro filósofo a fundamentar a necessidade do
conhecimento prático advindo da observação e da atenção
aos sentidos do corpo, Aristóteles deixou em seu legado
intelectual o conhecimento empírico, que mais tarde
ressoaria na Filosofia Escolástica e na Filosofia Moderna,
chamando a atenção dos pensadores para o entendimento
dos efeitos do mundo com base em suas causas.
Isso representou um afastamento do modelo de
conhecimento platônico, baseado na busca intelectual
pela Ideia, que seria pura, eterna e imutável. Platão
considerava que o conhecimento advindo dos
sentidos seria imperfeito e enganador. Na pintura
apresentada abaixo, o pintor renascentista Rafael
Sânzio mostra essa discordância entre os dois pensadores
ao compor a cena com Platão apontando para cima, como
quem aponta para o Mundo das Ideias, e Aristóteles com a
mão espalmada para o chão, como quem defende que o
conhecimento está aqui, no mundo material.
Platão e Aristóteles em recorte do plano central da Escola de Atenas,
pintura renascentista de Rafael Sanzio.*
Leia também: A trajetória de Platão, mentor de Aristóteles
Obras
Das 22 obras deixadas por Aristóteles, especula-se que
algumas podem ter sido, na verdade, compilações e
anotações de seus alunos do Liceu tiradas durante as
aulas do mestre. Os historiadores não sabem, ao certo, a
autoria correta dessas obras, com exceção das principais.

A seguir, estão selecionados alguns dos principais escritos


de Aristóteles:

 Metafísica: conjunto de dez livros, escritos como


“Estudos de Filosofia Primeira” e reunidos e
renomeados mais tarde por Andrônico de Rodes como
“Metafísica”. Tratavam de um conhecimento geral
sobre o ser e como o conhecemos, ou seja, uma
espécie de ciência geral que tinha como objeto o
próprio ser e não recortes dele (como a Matemática é
um recorte do ser que estuda apenas as relações
numéricas — uma parte de todo o ser).
 Categorias: pequeno livro sobre Lógica que apresenta
a necessidade da classificação e separação de
conceitos diferentes para o tratamento de assuntos
diferentes, a fim de que equívocos sejam evitados.
Seria uma espécie de distinção das diversas
categorias do pensamento.
 Physica: tratado de oito livros com observações de
Aristóteles sobre a Ciência da Natureza.
 Da alma, ou Sobre a alma: escritos sobre a noção dos
antigos de alma, que equivale, para nós, à noção de
mente. O filósofo trata de assuntos relacionados a
como o ser humano constitui-se com base em sua
personalidade e a como essa alma atua na distinção
entre nós e os outros animais.
 Ética a Nicômaco: livro que fala sobre Ética expondo
as noções de virtude, racionalidade prática (uma
racionalidade voltada para o cotidiano e o convívio
político) e eudaimonia (uma noção dos gregos antigos
de que haveria um guia — a consciência — para as
nossas ações).
 Política: livro em que o pensador defendeu as suas
teses sobre a organização política das cidades,
baseada na ação ética individual e no exercício da
democracia, além de um conjunto de fatores que
levariam os cidadãos à vida perfeita.
Frases
“O belo é o esplendor da ordem.”

“O homem é, por natureza, um animal político.”

“O homem é um animal de linguagem.”

“Nada do que existe em potência torna-se ato senão por algo que já existe em ato.”
Resumo
 Nasceu em Estagira, na Macedônia.

 Interessou-se por Ciências da Natureza.

 Foi discípulo de Platão, aluno e professor da Academia.

 Foi professor do imperador Alexandre, o Grande.

 Fundou a sua escola filosófica em Atenas, o Liceu.

 Sistematizou e separou o conhecimento filosófico da


Antiguidade.

 Escreveu sobre diversos assuntos, como Ética,


Política, Ciência, Metafísica e Lógica.

*Créditos da imagem: Serato/Shutterstock

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Biografia de Aristóteles
Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) foi um importante filósofo grego.
Um dos pensadores com maior influência na cultura ocidental.
Foi discípulo do filósofo Platão. Elaborou um sistema filosófico
no qual abordou e pensou sobre praticamente todos os assuntos
existentes, como a geometria, física, metafísica, botânica,
zoologia, astronomia, medicina, psicologia, ética, drama,
poesia, retórica, matemática e principalmente lógica.

Aristóteles e Platão
Aristóteles nasceu em Estágira, colônia de origem jônica, na
Macedônia, Grécia, no ano de 384 a. C. Filho de Nicômaco,
médico do rei Amintas III, recebeu sólida formação em Ciências
Naturais. Com 17 anos partiu para Atenas, foi estudar na
"Academia” de Platão. Com sua prodigiosa inteligência, logo se
tornou o discípulo predileto do mestre, que observou: "Minha
Academia se compõe de duas partes: o corpo dos alunos e o
cérebro de Aristóteles".
Aristóteles foi suficientemente crítico para ir além do mestre.
Demonstrou sua grande capacidade de pensador escrevendo
uma série de obras nas quais aprofundava, e muitas vezes,
modificava as doutrinas de Platão. A teoria de Aristóteles, de
forma geral, é uma refutação ao seu mestre. Enquanto Platão
era a favor da existência do mundo das ideias e do mundo
sensível, Aristóteles defendia que poderíamos captar o
conhecimento no próprio mundo que vivemos.
Quando Platão morreu, em 347 a. C. Aristóteles fazia vinte anos
de Academia, inicialmente como discípulo, depois como
professor, e esperava ser o substituto natural do seu mestre na
direção da escola, mas foi rejeitado por ser considerado
estrangeiro. Decepcionado, deixou Atenas e foi para Atarneus,
na Ásia Menor, onde se tornou conselheiro de estado de seu
antigo colega, o filósofo político Hermias. Casou-se com Pítia,
filha adotiva de Hermias, mas entrou em choque com a sede de
riqueza de seu colega, em contraste com seus ideais de justiça.
Quando os persas invadiram o país e crucificaram seu
governante, mais uma vez Aristóteles ficou sem pátria.

Aristóteles e Alexandre Magno


De volta à Macedônia, em 343 a. C., quando o rei Filipe II da
Macedônia o chamou para ele ser o tutor de seu filho Alexandre.
O rei queria que seu sucessor fosse um requintado filósofo.
Aristóteles permaneceu com Alexandre durante quatro anos. O
soldado partiu para conquistar o mundo e o filósofo tornou-se
seu amigo e ficou a alimentá-lo de sabedoria.

O Liceu
De volta à Atenas, em 335 a. C., Aristóteles decidiu fundar sua
própria escola, chamando-a “Liceu”, instalada no ginásio do
templo dedicado ao deus Apolo Lício. Além de cursos técnicos
para os discípulos, ministrava aulas públicas para o povo em
geral. A sabedoria de Aristóteles chegou até nós através de
alguns escritos, mas que representam em si mesmo, uma
enciclopédia inteira, pois contêm praticamente o começo de
todas as nossas modernas artes e ciências.
Aristóteles foi o pai da Lógica: ensinou a todos os que vieram
depois dele a pensar com clareza. Foi o fundador da Biologia:
ensinou ao mundo como observar e classificar corretamente os
seres vivos. Foi o organizador da Psicologia: mostrou à
humanidade como estudar a alma cientificamente. Foi o mestre
da Moral: demonstrou como é possível amar e odiar
racionalmente. Foi professor de Política: ensinou os
governantes a governar com justiça. E deu origem à Retórica:
foi o primeiro a demonstrar a arte de escrever com eficiência.
Filosofia
A filosofia de Aristóteles abrange a natureza de Deus
(Metafísica), do homem (Ética) e do Estado (Política). Para
Aristóteles, Deus não é o criador, mas o motor do Universo, ou
ainda, o motor imóvel do mundo. Exceto Deus, toda e qualquer
outra fonte de movimento no mundo, seja uma pessoa, uma
coisa, ou um pensamento, é um motor movido. Assim, o arado
move a terra, a mão move o arado, o cérebro move a mão.
Portanto, a causa de todo o movimento é o resultados de outro
movimento.
Para Aristóteles, se para ser feliz é preciso fazer o bem ao
outro, então o homem é um ser social e, mais precisamente um
ser político. Com efeito, cabe ao Estado “garantir o bem-estar e
a felicidade dos seus governados”. Considerava a ditadura a
pior forma de governo: “é um regime que subordina os
interesses de todos às ambições de um só”. “A forma de
governo mais desejável é a que permite a cada homem
exercitar suas melhores habilidades e viver o mais
agradavelmente seus dias”.

Morte
O fim de Aristóteles foi trágico. Quando o rei da Macedônia,
Alexandre Magno morreu, irrompeu em Atenas uma grande
explosão de ódio, não somente contra o conquistador, mas
contra todos os seus admiradores e amigos. Um dos melhores
amigos de Alexandre era Aristóteles. Estava prestes a ser
preso, quando conseguiu escapar em tempo. Deixou Atenas
dizendo que não daria à cidade oportunidade de cometer um
segundo crime contra a filosofia. Pouco tempo depois do exílio
que se impusera, adoeceu. Desiludido com a ingratidão dos
atenienses decidiu por fim à vida bebendo, como Sócrates, uma
taça de cicuta.
Aristóteles morreu em 322 a.C., em Cálcia, na Eubéia. Em seu
testamento determinou a libertação de seus escravos. Foi essa
talvez, a primeira carta de alforria da história.

Obras de Aristóteles
Suas obras podes ser divididas em quatro grupos:

 Lógica - "Sobre a Interpretação", "Categorias", "Analíticos",


"Tópicos", "Elencos Sofísticos" e os 14 livros da "Metafísica",
que Aristóteles denominava "Prima Filosofia". O conjunto
dessas obras é conhecido pelo nome de "Organon".
 Filosofia da Natureza - "Sobre o Céu", "Sobre os Meteoros", oito
livros de "Lições de Física" e outros tratados de história e vida
dos animais.
 Filosofia Prática - "Ética a Nicômano", "Ética a Eudemo",
"Política", "Constituição Ateniense" e outras constituições.
 Poéticas - "Retórica" e "Poética".

Veja também as biografias de:

 Tales de Mileto (624 a.C.–558 a.C.) foi um filósofo, matemático e astrônomo g...
 Sócrates (470 a.C.- 399 a.C.) foi um filósofo grego. “Conhece-te a ti mesmo”...
 Epicuro (341 a.C - 271 a.C) foi um filósofo da Grécia Antiga, o fundador do E...
 Heráclito (540 a.C. – 470 a.C.) foi um filósofo pré-socrático da Ásia Menor...
 Anaxímenes (585 a.C-524 a.C.) foi um filósofo grego, do período pré-socrático...
 Demócrito (460 a.C. - 370 a.C.) foi um filósofo grego, classificado como pré-...
 Parmênides (510 – 445 a. C.) foi um filósofo grego da Antiguidade, o primeiro...
 Anaximandro (610 a.C. – 546 a.C.) foi um filósofo grego, pré-socrático. Acred...
 Empédocles (495 a.C-430 a.C.) foi um filósofo grego pré-socrático. Afirmava q...
 Anaxágoras (500 a.C.-428 a.C.) foi um filósofo do período pré-socrático d

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A ORIGEM DA COSMOLOGIA MODERNA: O


BIG BANG
21 de março de 2014 por Cesar Uliana

Essa é a parte 2 da série sobre cosmologia, onde vamos entender o que é o modelo do Big
Bang. Na parte 1 vimos que, mesmo não sabendo nada de relatividade, podemos ver que o
universo não pode ser infinito e estático ao mesmo tempo, devido ao paradoxo de Olber. A
solução é que ele seja finito temporalmente (e portanto teve um início) ou então que ele evolua
ao longo do tempo, não permanecendo o mesmo. Ou ambos!

Tudo começa na década de 1920, com Edwin Hubble. Usando a luz emitida por objetos no
universo ele mediu a distância de várias galáxias e determinou que essas estavam fora da Via
Láctea, e que portanto o universo era muito maior do que se imaginava. Mais que isso, ele
mediu também o espectro da luz emitida. Cada elemento da tabela periódica emite um
espectro de luz muito específico (emite diferentes cores de luz, incluindo entre as “cores”
coisas como raios-X, ultravioleta e infravermelho), então apenas observando este podemos
saber do que é composto o objeto que emite luz. Ele observou que o espectro das galáxias era
muito parecido com o do hidrogênio, exceto por um detalhe: todas as cores estavam um pouco
mais avermelhadas do que aquelas medidas em laboratório.

Cada “cor” corresponde a uma frequência de onda da radiação eletromagnética, o vermelho


sendo uma cor de frequência menor, e o azul maior (daí as expressões infravermelho
e ultravioleta, os qualificativos se referem a frequência de oscilação). Fazendo um paralelo com
outra onda, no caso do som uma frequência menor é mais grave e uma frequência maior é
mais aguda. Nesse caso como fazer um som ficar mais grave? Um exemplo clássico é a
ambulância que passa por você e vai embora. Conforme ela se afasta o som da sirene fica
cada vez mais grave. Já pegou a idéia? O Hubble percebeu que uma explicação para a luz
ficar mais vermelha, isto é, com menor frequência, seria assumir que as galáxias estão se
afastando de nós. Todas elas. Em todas as direções que você olhar. Quanto mais avermelhada
fica a luz, mais rápido ela se afasta. E o Hubble para coroar mostrou que quanto mais longe,
mais rápido as galáxias se afastam de nós. Por isso que as pessoas fazem satélites com o
nome dele.

De baixo para cima: o espectro de luz de galáxias cada vez mais distantes. Note que o padrão é
praticamente o mesmo, apenas com as linhas escuras se deslocando para a direita (na direção do
vermelho)

Na mesma época um monte de gente começou a estudar as equações do Einstein para a


relatividade geral, e encontraram soluções que descrevem universos evoluindo. Hoje
chamamos a solução geral de Friedmann-Lemaítre-Robertson-Walker (FLRW para simplificar)
em homenagem aos 4 que a descobriu. A base dessas soluções é o chamado princípio
cosmológico (também chamado princípio copernicano ou, o meu favorito, princípio da
mediocridade). A idéia por trás é que nós não somos nada especiais no universo. Então se
quando olhamos para as estrelas e galáxias distantes o universo parece razoavelmente igual, é
porque ele é assim em todos os lugares. A solução FLRW descreve universos que são
homogêneos e isotrópicos (são iguais em todos os pontos e parecem iguais em todas as
direções que você olha). Um caso particular descreve um universo em expansão contínua.E
uma outra forma de fazer um som mais grave é aumentar o tamanho da região no qual ele se
propaga (contraste o som do violino com o violoncelo). Assim podemos interpretar as
observações do Hubble de modo ligeiramente diferente. Não são as galáxias que estão
propriamente se afastando de nós, mas sim o universo que se expande continuamente. Desse
modo quem estiver na galáxia de Andrômeda verá todas as galáxias se afastando também.
Não existe um ponto central do qual tudo se afasta, mas sim é o próprio espaço que “estica” e
entre quaisquer dois pontos vão cabendo mais metros conforme o tempo passa. Pare um
pouco para pensar nisso.

A expansão resolve o problema do paradoxo de Olber. A questão se torna a seguinte: Se o


universo está em expansão, então voltando para o passado ele vai se contraindo até que todos
os objetos vão se encontrando, até que em algum dado ponto no passado a densidade cresce
sem limites e aparece uma singularidade, um momento sem instante anterior. Uma outra opção
é o universo expandir e contínuamente criar matéria nova, de forma que ele exista em um
estado estacionário, sempre expandindo e introduzindo mais coisas, para sempre tanto para o
futuro quanto para o passado. Essa segunda opção era chamada de universo de estado
estacionário e foi proposta em 1948 partindo do princípio de que o universo deveria ser
homogêneo tanto no espaço (como em FLRW) quanto no tempo. Como decidir entre essas
possibilidades?

Aqui entra George Gamow e Ralph Alpher. Eles argumentaram que no cenário de FLRW
conforme vamos para o passado a densidade aumenta e com isso a temperatura. Até que em
um dado momento a temperatura era tão alta que tínhamos apenas um gás de prótons,
elétrons e nêutrons. Supondo isso, caso a temperatura seja alta o suficiente, temos que a
energia média das partículas no gás é grande o suficiente para induzir a fusão nuclear e
sintetizar Hélio a partir do próton (que é o núcleo do Hidrogênio). Isso acontece até o universo
expandir e esfriar tanto que não existe mais energia para fazer fusão. O que Gamow e Alpher
mostraram é que com base em dados atuais podemos estimar essa temperatura e a taxa de
expansão de modo a obter corretamente a distribuição de átomos de Hidrogênio e Hélio. Dado
que essa fase de gás quente não existe no modelo estacionário, apenas a idéia do universo em
expansão com um início explica a razão entre os elementos atuais.

O momento decisivo vem quando Gamow percebe uma consquência dessa teoria. Conforme o
universo vai expandindo, ele vai esfriando até que os elétrons tem tão pouca energia que
acabam se ligando aos núcleos e o universo deixa de ser uma gás ionizado e passa a ser
eletricamente neutro. A diferença é que no gás ionizado a luz interage com as cargas elétricas,
mas não no gás neutro. Assim, no momento que o universo se torna eletricamente neutro a
radiação eletromagnética para de interagir com a matéria e se propaga livremente. Inicialmente
a radiação está a uma temperatura alta também, mas ela vai esfriando junto com o universo em
expansão, de modo que Gamow previu que hoje deveria existir um fundo homogêneo de
radiação a uma temperatura muito baixa. Quando quase 20 anos depois Penzias e Wilson
medem um fundo de radiação em uma antena com distribuição térmica de -270 ºC outras
pessoas imediatamente perceberam que se tratava exatamente da luz que Gamow tinha
predito, a chamada Radiação Cósmica de Fundo.
Essa teoria que explica o afastamento das galáxias, a distribuição de elementos no universo e
a existência da radiação cósmica de fundo é o chamado Modelo do Big Bang. O tal Big Bang
é uma alusão a um momento no passado onde o universo era muito quente e começou a
expandir. Mas o mais correto seria dizer que Big Bang é o nome da teoria, e não de um dado
evento. É verdade que sabendo quanta matéria e radiação tem no universo podemos “resolver”
a solução FLRW para trás no tempo e encontrar quando esse modelo chega a uma
singularidade. E dá mais ou menos 13.8 bilhões de anos, o número que você ouve falar por aí
como idade do universo. Bonito né? Mas lembre que sabemos que esse modelo não está
inteiramente correto. Assim ele só diz alguma coisa sobre o que ocorreu a partir de uns 3
minutos depois da singularidade, e se algum momento tem de ser chamado Big Bang é esse.
Antes disso, nada sabemos.

Por ora, pelo menos até eu escrever a sequência sobre a inflação.

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