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Teoria do Big Bang

Alyson Felipe1, ∗
1
Universidade Estadual do Piauí, PI, Brasil
(Dated: 27 de novembro de 2022)
Neste artigo, apresentaar uma sintese sobre a Teoria do Big Bang e suas implicações na origem
do Universo o tem como objetivo apresentar uma descrição das teorias de formação do universo. E
como ela se relacionar com conhecimentos obtidos atualmentes

Keywords: Teoria do Big Bang

I. INTRODUÇÃO de onda. Um blueshift significa que a estrela está se


aproximando, enquanto um redshift indica que ela está
A Teoria do Big Bang é a teoria dominante do de- se afastando[5].
senvolvimento inicial do universo. Os cosmologos usam o
termo "Big Bang"para se referir à ideia de que o universo
era originalmente muito quente e denso em algum ponto
do passado e desde então foi resfriado pelo atual estado
de diluição e continua a se expandir. A teoria é apoi-
ada por explicações mais completas e necessárias basea-
das em evidências e observações científicas disponíveis[2].
Usando a Teoria Geral da Relatividade de Albert Eins-
tein, o padre e cosmólogo belga Georges-Henri Édouard
Lemaître(1894-1966) em um artigo, publicado no ano de
1927, que discorre a respeito de como o Universo pode
ter se originado [1] chegou a resultados que indicam que
o universo está se expandindo em todas as direções com Figura 1: Quanto mais longe uma galáxia está, mais
galáxias estão se afastando umas das outras. Essa expan- sua luz é deslocada para comprimentos de onda mais
são começou com um ponto onde toda a matéria estava longos – um efeito conhecido como desvio para o
concentrada, ao qual ele se referiu como o "átomo primor- vermelho [4]
dial". Independentemente de Lemaître, o matemático e No modelo cosmológico amplamente aceito baseado na
meteorologista russo Alexander Friedmann descobriu re- relatividade geral, o desvio para o vermelho é resultado
sultados semelhantes. O termo "Big Bang"(Grande Ex- principalmente da expansão do espaço: isso significa que
plosão) foi cunhado por Fred Hoyle, um astrônomo bri- quanto mais distante uma galáxia está de nós, mais o es-
tânico que apoiou outro modelo cosmológico conhecido paço se expandiu no tempo desde que a luz deixou aquela
como "teoria do estado estacionário". galáxia, assim, quanto mais a luz é esticada mais desvi-
Os estudos dos astrônomos Edwin Hubble e Milton Hu- ada para o vermelho ela é, e mais rápido ela parece estar
mason, que demonstraram que o universo não é estático se afastando de nós.
e está em constante expansão, e que as galáxias estão Em 1912, o astrônomo americano Vesto Slipher con-
se separando umas das outras, implicando que em algum duziu uma série de observações de galáxias espirais (que
momento elas deveriam estar mais próximas do que estão se acreditava serem nebulosas) e mediu seu desvio para
agora, ou mesmo convergir para um único ponto mate- o Redshift (desvio para o vermelho). Em quase todos os
rial. casos, observou-se que as galáxias espirais se afastavam
da nossa[3]. Slipher demonstrou que o universo não era
estático. Na verdade, ele estava se expandindo e muitas
II. REDSHIFT OU DESVIO PARA O vezes empurrando os objetos uns contra os outros. O
VERMELHO
nome de Slipher não é verificado regularmente como um
dos maiores cientistas de todos os tempos, mas suas con-
Na astronomia, o efeito Doppler pode ser visto em es- tribuições nos ajudaram a estabelecer evidências para a
pectros estelares, em que as linhas espectrais são frequen- teoria do Big Bang.
temente deslocadas para o azul (blueshift), ocorrendo
uma diminuição no comprimento de onda, ou para o ver-
melho (redshift), ocorrendo um aumento no comprimento III. LEI DE HUBBLE

Depois de analisar o comportamento das estrelas


∗ fulano@gmail.com Cefeidas e da galáxia Andrômeda a partir de imagens
2

captadas pelo telescópio de Monte Wilson, Hubble e IV. SINGULARIDADE


Milton Humason calcularam a distância estimada entre
Andrômeda e outras galáxias. Quando os astrônomos
compararam as distâncias entre as galáxias e suas Este foi o período mais antigo conhecido no universo,
velocidades de afastamento, descobriram que as galáxias também conhecido como era de Planck, também cha-
mais distantes estavam se afastando-se com velocidade mada de época de Planck ou ainda período de Planck.
maior[6]. Combinando as medições de velocidade de Neste ponto, toda a matéria foi condensada em um único
Slipher com suas próprias medições de distância dessas ponto de densidade infinita e calor extremo. Durante
galáxias, o Hubble chegou a uma conclusão crucial: esse tempo, acreditava-se que as três forças fundamen-
tais estavam unificadas(Força Nuclear Fraca, Força Nu-
“A velocidade com que uma galáxia se move, é proporci- clear Forte e Eletromagnetismo) e não existiam partículas
onal a sua distancia”(Lei de Hubble) elementares[14]. Esse período de tempo de Planck se es-
tende do ponto 0 até aproximadamente 10−43 segundos
e é assim chamado porque só pode ser medido no tempo
A lei de Hubble determina a velocidade de afastamento
de Planck. Por causa do calor extremo e da densidade
de uma galáxia em função de sua distância.
da matéria, o estado do universo era altamente instá-
vel. Como resultado, começou a se expandir e sufocar,
v = H0 · d (1) levando à manifestação de forças físicas fundamentais[3].

A velocidade de uma galáxia aumenta em 71km/s para


cada 1M pc (leia-se: megaparsec) de distância, de acordo
com a constante H0 , cujo valor é 71km/s.M ps. Um me-
gaparsec equivale a 3, 09x1019 quilômetros, o que significa
que a velocidade de separação de uma galáxia aumenta V. RADIAÇÃO CÓSMICA DE FUNDO
a cada 3, 09x1019 quilômetros[6].
Concluindo assim que o Universo esta em expansão Em 1964, Arno Penzias e Robert Wilson, descobrem
como um bolo de passas no forno acidentalmente a radiação de fundo. Seria o resquício
resfriado da primeira luz que poderia viajar livremente
por todo o Universo. Segundo a teoria do Big Bang,
quando o universo nasceu, ele sofreu uma rápida inflação,
expansão e resfriamento.
Essa radiação "fóssil", a mais distante que qualquer te-
lescópio pode ver, foi liberada logo após o Big Bang. Os
cientistas o consideram um eco ou ’onda de choque’ do
Big Bang, onde suas propriedades atuais deveriam resga-
tar as características gerais do universo primordial, muito
quente e denso. Com a expansão do Universo a densidade
da energia teria diminuído progressivamente o que pro-
vocou um resfriamento até chegar a uma temperatura de
aproximadamente 3 K
A NASA lançou duas missões para estudar a radiação
cósmica de fundo, tirando "fotos de bebê"do Universo
apenas 400.000 anos após seu nascimento. O primeiro
deles foi o Cosmic Background Explorer (COBE). Em
1992, a equipe do COBE anunciou que havia mapeado
Figura 2:Em um bolo de passas em crescimento, todas os pontos quentes e frios primordiais na radiação cósmica
as passas se afastam umas das outras. As passas não se de fundo [8].
movem dentro do bolo, os espaços entre elas que
aumentam[7]. A segunda missão para examinar a radiação cósmica
de fundo foi a Wilkinson Microware Anisotropy Probe
(WMAP). Com uma resolução bastante melhorada em
Então se o Universo está em constante expansão, a Lei comparação com o COBE, o WMAP pesquisou todo o
de Hubble implica que, em algum momento no passado céu, medindo as diferenças de temperatura da radiação
todo o Universo estava condensado num único ponto de micro-ondas que é quase uniformemente distribuída
naquele instante. Sendo este o primeiro pilar de apoio pelo Universo [8].
da teoria do Big Bang.
3

VII. TEORIAS DO FIM DO UNIVERSO

Anteriormente, os cientistas argumentavam que o uni-


verso experimentaria uma contração, fazendo com que
as galáxias se condensassem em um único ponto. Big
Crunch )é o oposto de um Big Bang.

A. Big Crunch

Figura 3: A imagem obtida pelo satélite WMAP


A teoria do Big Crunch, já descartada, diz que o
revela flutuações de temperatura desta radiação
Universo se contrairia até se reduzir a um único ponto,
(representadas por diferentes cores, vermelho os pontos
denso e quente, e então entraria em colapso, quase como
mais quente e azuis os menos quente)[8].
o inverso do Big Bang, que é o “marco zero” do tempo
e do processo de expansão, basicamente, em algum
De acordo com os modelos atuais do universo, os dados momento a atração gravitacional da matéria iria freiar a
do WMAP mostram que: A idade do Universo é de (13,7 expansão do Universo e então este voltaria a colapsar[12]
± 0,2) bilhões de anos. Se ocorrer o big crunch, a velocidade com que os objetos
A radiação cósmica de fundo ajudar a fortalecer a te- estão se afastando deve diminuir com o tempo. Porém
oria do Big Bang pois a radiação por ser praticamente temos uma enorme vantagem na astronomia: podemos
a mesma vinda de qualquer lugar do Universo, pois isso ver o passado do universo, ele representa a realidade
só seria possível se essa tivesse começado a ser irradiada daquele objeto anos atrás. Agora temos um histórico
no mesmo momento e do mesmo local. Logo o Universo de velocidades de separação entre os objetos. E não
tendo começado a partir do Big Bang daria a condição há uma redução que observamos, não há velocidade
necessária para esse acontecimento. constante, mas existe aceleração. Descobertas mais
recentes, possibilitadas pelos modernos receptores e
aceleradores de partículas, fizeram com que a teoria
fosse abandonada.
VI. DESDE AS PRIMEIRAS ESTRELAS ATÉ OS
DIAS ATUAIS

Não havia estrelas no cosmos até cerca de 180 milhões


de anos após o big bang. A gravidade levou tanto tempo
para coletar nuvens de hidrogênio e transformá-las em es-
trelas. Muitos físicos acreditam que enormes nuvens de
matéria escura, uma substância até então desconhecida
que domina a matéria visível, formaram uma estrutura
gravitacional para as primeiras galáxias e estrelas[13].
Quando as estrelas iniciais do universo explodiram, a luz
que emitiram foi poderosa o suficiente para tirar elétrons
de átomos neutros mais uma vez, um processo conhecido
como reionização. Uma equipe australiana relatou em Figura 4: Demonstração esquematica do Big Crunch
fevereiro de 2018 que havia descoberto evidências desse
"amanhecer cósmico". As primeiras galáxias apareceram A teoria mais popular hoje é a Teoria do Grande
400 milhões de anos após o grande estrondo. Estrelas, ga- Congelamento (Big Freeze), na qual a expansão continua
láxias e aglomerados de galáxias cresceram e se reforma- indefinidamente até que o "combustível"atinja seu
ram ao longo de bilhões de anos, finalmente fornecendo limite. O espaço ficará escuro e frio.
nossa galáxia natal, a Via Láctea, e nosso lar cósmico, o
sistema solar[13].
Mesmo agora, o universo está se expandindo e os astrô- B. Big Freeze
nomos descobriram que a taxa de expansão está aumen-
tando. Supõe-se que essa aceleração seja causada pela Big Freeze é uma consequência direta de um universo
energia escura, uma força que repele a gravidade. Ainda sempre em expansão. As evidências mais contundentes,
não sabemos o que é a energia escura, mas estima-se que como aquelas que indicam uma taxa crescente de ex-
ela represente 68% de toda a matéria e energia do uni- pansão em regiões mais distantes de nós, apoiam essa
verso. Outros 27% são compostos de matéria escura. Em teoria[9].
essência, tudo o que você já viu representa menos de 5% Essa teoria teoria prevê que o universo se expande até
do cosmos. atingir o zero absoluto. O gás é necessário para formar
4

estrelas. Assim que o gás acabar, as estrelas existentes


desaparecerão e o universo fará a transição para um uni- Esta é uma teoria cósmica sobre o fim do universo,
verso escuro. Chegará o tempo em que os buracos negros ou o oposto do Big Bang. O Big Rip (Grande Ruptura)
governarão o universo. garante que, se o universo retiver suficiente energia
escura, a gravidade gradualmente perderá força[10].
Basicamente, sustenta que as galáxias se afastarão e
C. Big Rip depois perderão a coesão interna. Planetas, satélites e
estrelas perderão suas órbitas e "se espalharão"pelo cos-
A teoria do Big Rip começou a ganhar notoriedade em mos. O universo que estudamos e conhecemos será po-
2003, quando Robert Caldwell, professor de Física e As- voado por diferentes corpos celestes dispersos, que serão
tronomia do Dartmouth College publicou um artigo sobre simplificados até que não reste nada além de radiação[11].
aquilo que ele imaginava para o futuro do universo[10].
VIII. CONCLUSÕES

Este trabalho apresentou a teoria sobre a formação e


expansão do universo, que são pilares para a fortalecer
a teoria do Big Bang. Descobriu-se que a Teoria do Big
Bang prevê que toda a massa do universo, bem como
sua configuração atual, começou em um momento espe-
cífico o de sua criação (singularidade inicial). Existem
evidências que apoiam a teoria do Big Bang. A principal
refere-se à confirmação da radiação emitida pela interac-
ção de partículas que formaram o universo pouco depois
do seu início. Ela está a viajar através do espaço até
aos dias atuais. A distância entre galáxias e a Terra, tal
como explicado por Edwin Hubble na sua lei Hubble, é
utilizada para testar a expansão contínua do universo e
para reforçar a teoria do Big Bang. Apresenta também
teorias que sustentadas pelo Big Bang, prevê como seria
Figura 5: Demonstração esquemática do Big Rip[10] o fim do universo.

[1] "Big Bang", in https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ big-freeze/aeKgeeh0uDRkgxgXdvvKL0pq48QLb5XB


big-bang.htm [10] MARIA LUCIANA RINCÓN, BIG RIP: CON-
[2] Dia a Dia Educação,Astronomia - Teoria Big Bang, in FIRA UMA DAS MAIS ASSUSTADORAS
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/ TEORIAS SOBRE O FIM DO MUNDO, in
conteudo.php? conteudo=266 https://www.megacurioso.com.br/fim-do-mundo/36224-
[3] Matt Williams, Universe Today.What is the Big big-rip-confira-uma-das-mais-assustadoras-teorias-sobre-
Bang Theory?, in https://phys.org/news/2015-12-big- o-fim-do-mundo.htm
theory.html. [11] Meteored.com, Estamos nos aproximando de
[4] BBC Sky at Night Magazine, What is redshift in astro- um ’Big Rip’, a antítese do ’Big Bang’ ?, in
nomy?. https://www.tempo.com/noticias/actualidade/estamos-
[5] Tiago Lucio, NOIC,in https://noic.com.br/astronomia/ nos-aproximando-de-um-big-rip-a-antitese-do-big-
curso/ miscelanea/ redshift-e-lei-de-hubble/ bang.html
[6] Mundo Educação. Lei de Hubble in [12] Raquel Pereira, O que é a Teoria do Big
https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/lei-hubble.htm Crunch?, Tempo e Clima Brasil Meteorologia, in
[7] A Lei de Hubble e a expansão do Universo, in https://www.tempoeclimabrasil.com/post/o-que-e-a-
http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/cosmo2.html teoria-do-big-crunch
[8] NASA SCIENCE SHARE THE SCIENCE. The Big [13] Origins of the universe, explai-
Bang, in https://science.nasa.gov/astrophysics/focus- ned. National Geographic, in
areas/what-powered-the-big-bang https://www.nationalgeographic.com/science/article/origins-
[9] O Big Freeze, Amino, in of-the-universe
https://aminoapps.com/c/astronomo/page/blog/ o- [14] Era de Planck. Departamento de Astronomia da Univer-
sidade de São Paulo

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