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Rafael e Laérço

INTRODUÇÃO

A Física quântica, também conhecida como mecânica quântica, é uma grande


área de estudo que se dedica em analisar e descrever o comportamento dos sistemas
físicos de dimensões reduzidas, próximos dos tamanhos de moléculas, átomos e
partículas subatômicas. Por meio da Física quântica, foi possível compreender os
mecanismos dos decaimentos radioativos, das emissões e absorção de luz pelos
átomos, da produção de raios x, do efeito fotoelétrico, das propriedades elétricas dos
semicondutores, etc.

Quando entramos na escala dos átomos e moléculas, as leis da Física


macroscópica, que são perfeitamente capazes de descrever os estados de movimento
dos corpos que cotidianamente vemos ao nosso redor, tornam-se obsoletas e
incapazes de determinar quaisquer grandezas físicas relacionadas a partículas tão
diminutas. O que acontece no mundo quântico é que as leis da Física não são mais
determinísticas, isto é, não são capazes de predizer exatamente onde algum objeto
encontra-se, ou em qual velocidade: nada aqui é determinístico, as medidas obtidas
de sistemas quânticos são expressas em probabilidades.

Atualmente, temos sistemas de medida capazes de fornecer-nos a posição de


um objeto com precisões extremamente acertadas. Entretanto, mesmo com a mais
avançada das tecnologias, não seríamos capazes de determinar a posição exata de
um átomo, por exemplo. Essa impossibilidade não está relacionada à resolução de um
aparelho ou à habilidade de um instrumentador, mas sim à própria natureza da Física
quântica. Essa tal natureza da Física quântica vem mostrando-se ao longo do tempo
como uma verdadeira incógnita, por muito tempo incompreendida, que acabou
levando muitos físicos a questioná-la, dar-lhe diferentes interpretações ou até mesmo
negá-la por completo. Não obstante, também contribuiu para que diversos mitos e
crenças fossem criados em torno do conceito da Física quântica.

Apesar de parecer “estranha”, a mecânica quântica é uma das teorias da Física


de maior sucesso, a precisão dos resultados alcançados por essa teoria chega a ser
assustadora. Atualmente a interpretação da mecânica quântica mais popular e aceita é
chamada de interpretação de Copenhague, desenvolvida por alguns dos maiores
nomes da ciência, como Niels Bohr, Max Born, Wolfgang Pauli, Werner Heisenberg e
outros. De acordo com essa interpretação, todos os sistemas quânticos têm uma
função de onda que os descreve completamente. Essa função de onda é uma
expressão matemática complexa e virtual (sem realidade própria), da qual é possível
extrair toda a informação desse sistema.

Os resultados obtidos com base nas funções de onda, por sua vez, tratam-se
de probabilidades de que algo seja observado ou de que encontremos um átomo em
algum nível de energia específico.

RESUMO

Um buraco negro é uma região do espaço com um campo gravitacional tão


intenso que nem mesmo a luz consegue escapar de dentro dele. A intensa gravidade
comprime a matéria até que não haja mais espaço entre os átomos. Corpos celestes
dessa natureza podem surgir em decorrência da morte de estrelas supermassivas.

A comunidade científica acredita que os buracos negros apresentem


dimensões bastante variadas: os menores deles podem apresentar até mesmo o
tamanho de um único átomo. Os maiores, por sua vez, podem ter raios de poucos
quilômetros e milhões de vezes a massa do Sol. Algumas observações astronômicas
já forneceram fortes evidências de que o centro de todas as grandes galáxias é
ocupado por um buraco negro supermassivo. No centro da nossa galáxia, a Via
Láctea, há um desses, e o seu nome é Sagittarius A.

De acordo com a teoria da Relatividade Geral, de Einstein, corpos de massas


muito grandes produzem deformações no espaço-tempo. Essa deformação é a
responsável pela grande aceleração gravitacional em direção ao centro desses
corpos. Além disso, a grande deformação do espaço-tempo torna-o curvo, de forma
que a luz que se propaga nas proximidades dos buracos negros não percorre uma
linha reta, mas sim uma trajetória curvilínea, pois o próprio espaço na região está
deformado, dando origem a um fenômeno chamado de lente gravitacional.

SAGITTARIUS A

Tudo começou com o nascimento da radioastronomia, em 1933, quando o


engenheiro de telecomunicações Karl Jansky (considerado o “pai” desse sub-ramo da
astronomia, mesmo não sendo astrônomo) detectou uma emissão misteriosa de rádio
na constelação de Sagitário. Essa fonte de rádio ficou conhecida como Sagittarius A,
mas até então era apenas isso: alguma coisa na região, em direção ao centro da
nossa galáxia, estava emitindo rádio. Não se sabia o que poderia ser, mas os
astrônomos estavam intrigados.
Observações posteriores foram feitas por Jack Piddington e Harry Minnett
usando o radiotelescópio CSIRO no Potts Hill Reservoir, Austrália. Eles refinaram a
descoberta de Jansky e descobriram haver algo "brilhante" em ondas de rádio mais ao
sul, mais próximo do centro galáctico.

Conforme a tecnologia dos radiotelescópios evoluiu, as observações se


tornaram mais detalhadas, e os cientistas perceberam que Sagittarius A, na verdade,
consiste em vários subcomponentes. Em 1974, os astrônomos Bruce Balick e Robert
Brown observaram um desses componentes, brilhante e muito compacto, assim foi
descoberto o Sagittarius A*.

Abreviado como Sgr A*, o nome foi cunhado por Brown em um artigo de 1982
para destacar que a fonte de rádio estava em estado excitado (os asteriscos são
usados por químicos para indicar átomos excitados, isto é, em um estado mais
energético que seu estado fundamental).

MASSA E TAMANHO

Na década de 1980, a hipótese de se tratar de um buraco negro já estava


bastante popular no meio científico, mas foi só em 1994 que estudos de
espectroscopia infravermelha e submilimétrica mostraram que a massa de Sgr A*
correspondia ao que os físicos e astrônomos chamam de buraco negro supermassivo:
algo em torno de 3 milhões de sóis.

Por fim, em 2002, uma equipe internacional mostrou as observações do


movimento da estrela S2 (e outras estrelas próximas, conhecidas como estrelas S)
perto do Sgr A*, acompanhado durante um período de dez anos. A órbita rápida
dessas estrelas foi uma forte evidência da presença de um objeto muito massivo no
ponto central da galáxia.

Além disso, essas pesquisas mostraram que o Sagittarius A* não poderia ser
um aglomerado de estrelas, por exemplo, e sim um objeto único. As observações de
rádio e o movimento da S2 ajudou a equipe a determinar que a massa do objeto
central seria de aproximadamente 4,1 milhões de massas solares.

Essa massa estonteante está confinada em um objeto com cerca de 6,7


bilhões de km de raio, o que corresponde às previsões teóricas de Karl Schwarzschild.
Essas previsões demonstram como calcular o raio de um buraco negro baseado em
sua massa, ou vice-versa.
Medições ainda seriam refinadas mais tarde, principalmente em um
monitoramento de 16 anos conduzido por Reinhard Genzel e Andrea Ghez, que já
investigavam o Sgr A* por décadas. A massa do objeto foi estimada em cerca de 4,31
milhões de massas solares. Esse trabalho foi a maior evidência da existência do
buraco negro até então e rendeu à dupla o Prêmio Nobel da física em 2020.

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