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Os buracos negros são alguns dos corpos celestes mais massivos

conhecidos. Primeira imagem foi revelada em 2019.

Uma das concepções artísticas possivelmente mais próximas de um buraco negro real
foi apresentada no filme Interestelar, de Christopher Nolan

Um buraco negro é uma região do espaço com um campo gravitacional tão


intenso que nem mesmo a luz consegue escapar de dentro dele. A intensa
gravidade comprime a matéria até que não haja mais espaço entre os átomos.
Corpos celestes dessa natureza podem surgir em decorrência da morte de
estrelas supermassivas.
Tópicos deste artigo
• 1 - Características
• 2 - Deformações no espaço-tempo
• 3 - Aparência do buraco negro
Características
A comunidade científica acredita que os buracos negros apresentem dimensões
bastante variadas: os menores deles podem apresentar até mesmo o tamanho
de um único átomo. Os maiores, por sua vez, podem ter raios de poucos
quilômetros e milhões de vezes a massa do Sol. Algumas observações
astronômicas já forneceram fortes evidências de que o centro de todas as
grandes galáxias é ocupado por um buraco negro supermassivo. No centro da
nossa galáxia, a Via Láctea, há um desses, e o seu nome é Sagittarius A.
Os buracos negros “sugam” tudo ao seu redor?
Os buracos negros não “sugam” tudo que está a sua volta, no entanto, o seu
campo gravitacional pode prender estrelas e planetas longínquos em órbitas
espirais. Para que algo seja de fato “sugado” para o interior de um buraco negro,
sem qualquer chance de fuga, é necessário que se estabeleça uma distância
mínima ao seu centro, chamada de horizonte de eventos. A essa distância, a
velocidade de escape, ou seja, a mínima velocidade para se escapar de um
buraco negro, é maior que a própria velocidade da luz.
Deformações no espaço-tempo
De acordo com a teoria da Relatividade Geral, de Einstein, corpos de massas
muito grandes produzem deformações no espaço-tempo. Essa deformação
é a responsável pela grande aceleração gravitacional em direção ao centro
desses corpos.
Além disso, a grande deformação do espaço-tempo torna-o curvo, de forma que
a luz que se propaga nas proximidades dos buracos negros não percorre uma
linha reta, mas sim uma trajetória curvilínea, pois o próprio espaço na região
está deformado, dando origem a um fenômeno chamado de lente
gravitacional.
Aparência do buraco negro
A primeira foto de um buraco negro foi revelada no dia 10 de abril de 2019
pela Comissão Europeia. A descoberta foi feita pelo telescópio Event Horizon
(EHT), um projeto que interligou oito telescópios e teve a colaboração de mais
de 200 pesquisadores.
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O buraco negro revelado foi encontrado no centro da galáxia Messier 87, ou


M87, a uma distância de 53 milhões de anos-luz da Terra. Ele mede 40 bilhões
de quilômetros de diâmetro, três milhões de vezes o tamanho da Terra, e sua
massa é 6,5 bilhões de vezes a do Sol.
Imagem real
do buraco negro localizado na galáxia M87
Crédito: Event Horizon Telescope collaboration et al.

Antes da descoberta, os buracos negros eram retratados apenas por meio de


animações e concepções artísticas. Uma das concepções artísticas que mais
chegou próxima da realidade foi feita pela direção de arte do filme Interestelar
por meio de cálculos feitos pelo físico Kipp Thorne, sob a direção de
Christopher Nolan.
Quando um buraco negro atrai para si o conteúdo gasoso da atmosfera de uma
estrela próxima, esse gás ganha grande aceleração centrípeta em torno do
centro de massa do buraco negro. Com o aumento de velocidade de rotação, é
formado o disco de acreção. O gás presente nas estrelas está repleto de cargas
elétricas, que, quando aceleradas, produzem ondas eletromagnéticas de todos
os comprimentos de onda possíveis, inclusive a luz visível. Dessa forma, em
volta de um buraco negro em atividade, deve ser possível observar regiões
muito luminosas, de formatos complexos, pois a grande gravidade local
deforma o caminho percorrido pela luz emitida pelos gases em rotação.
Buraco negro no centro da Via Láctea
No dia 12 de maio de 2022, o telescópio Event Horizon revelou a foto mais
nítida do buraco negro supermassivo localizado no centro da Via Láctea, o
Sagitário A*. A sua distância com a Terra é de mais de 26 mil anos-luz. O feito
envolveu mais de 350 pesquisadores e 11 telescópios espalhados por oito
regiões do mundo.

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