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Fizeram parte da equipe os professores Job Saraiva Furtado Neto e José Euclides Gomes da
Silva, da UFCA. A dupla contou com a parceria dos pesquisadores João Alfíeres Simão dos Reis,
simplista, "como se você desejasse fazer a viagem de um ponto a outro do universo e, em vez
de tomar o caminho normal, você pudesse tomar uma rota alternativa bem mais curta”.
Segundo o pesquisador, essas estruturas já haviam sido previstas por Albert Einstein e Nathan
Rosen em 1935, e eram conhecidas como pontes de Einstein-Rosen. Porém, foram deixadas de
lado até 1988, quando cientistas mostraram que elas poderiam ser usadas para viagens
interestelares.
relatividade geral de Einstein, eles necessitam de matéria exótica para se formarem, ou seja,
de uma matéria que se desvia da norma, apresentando propriedades “exóticas” que violam as
leis da física.
Além disso, os buracos de minhoca não podem ser observados – apenas seus efeitos indiretos
permitem sua visualização. “Há alguns indícios que podem permitir a diferenciação entre
um buraco negro e um buraco de minhoca, tais como sombras e discos de acreção [estrutura
formada por materiais difusos em movimento orbital ao redor de um corpo central]", cita
Saraiva.
estudo. "Portanto, a pergunta que buscamos responder era: como um gás se comporta nas
Dependendo de onde o gás se encontra no buraco de minhoca, também há indícios de que ele
Chandra para encontrar seu buraco negro supermassivo", explica em comunicado Akos
Bogdan, do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian (CfA), que lidera a pesquisa
A galáxia que abriga o buraco negro recém-descoberto se chama UHZ1 e foi localizada na
direção do aglomerado de galáxias Abell 2744, localizado a 3,5 bilhões de anos-luz da Terra.
Porém, os dados do Webb revelaram que a galáxia está muito mais distante do que
o aglomerado, a 13,2 bilhões de anos-luz do nosso planeta, quando o universo tinha apenas 3%
de sua idade atual.
Após mais de duas semanas de observações com o Chandra, os astrônomos
buraco negro supermassivo foram ampliados em cerca de quatro vezes pela matéria
interposta em Abell 2744. Isso ampliou o sinal infravermelho detectado pelo Webb e
supermassivos atingiram massas colossais logo após o Big Bang. "Há limites físicos
para quão rapidamente os buracos negros podem crescer uma vez que se formam,
mas aqueles que nascem mais massivos têm uma vantagem inicial", explica Andy
Goulding da Universidade de Princeton, nos EUA, coautor do estudo da Nature
plantar uma muda, que leva menos tempo para crescer até se tornar uma árvore de
tamanho normal do que se você começasse com apenas uma semente", observa.
O buraco negro recém-descoberto, por exemplo, nasceu massivo, o que lhe deu a
o que contrasta com os buracos negros nos centros das galáxias no universo próximo,
que geralmente contêm apenas cerca de um décimo da massa das estrelas de sua
galáxia hospedeira.
A grande massa do buraco negro logo após ele nascer, somada à quantidade de raios-
X que ele produz e ao brilho da galáxia detectado pelo Webb, está de acordo com
melhor evidência já obtida de que alguns buracos negros se formam a partir de nuvens maciças
de gás", diz ela. "Pela primeira vez, estamos vendo uma breve fase em que um buraco negro
supermassivo pesa aproximadamente o mesmo que as estrelas em sua galáxia, antes de ficar
tatear no escuro. Mas a física teórica propõe modelos com base nas leis da natureza
A prova de fogo para a validação de uma teoria é a observação experimental. Por conta de
inúmeras observações e medidas feitas pelos telescópios mais potentes, entre outros
experimentos, podemos afirmar que o Modelo Padrão da Cosmologia não é mais uma mera
teoria.
Mas isso não significa que seja a teoria definitiva. Mais conhecida como Teoria do Big
outros aspectos.
Mas há “defeitos” tão importantes nesse modelo que, para alguns cientistas, o Modelo
Padrão da Cosmologia passa por uma crise. A mais atual diz respeito a recentes
observações feitas pelo Telescópio Espacial James Webb, da Nasa. É que, com
ele, pesquisadores detectaram galáxias muito mais distantes (e, portanto, muito mais
antigas) do que o Modelo Padrão da Cosmologia prevê. E essas são provas muito
Galáxias são os blocos de construção fundamentais da matéria em escalas cósmicas. Por isso,
nós, cosmólogos, as estudamos mais do que qualquer outro corpo celeste. Estrelas e planetas
são objetos de estudos da astrofísica, uma “irmã” da cosmologia, ambas “filhas” da Relatividade
Geral.
relação idade-desvio para o vermelho. O Modelo Padrão diz que a matéria começou a
se formar aproximadamente 400 mil anos após o Big Bang. Nessa época do Universo
hidrogênio.
Antes disso, eles eram partículas livres compartilhando o espaço-tempo com fótons,
gás muito tênue desses átomos, além de alguma dose de hélio, e pela radiação de
fundo remanescente. Depois, com a força da gravidade que age nas perturbações e a
Depois que o Universo passou por algumas gerações de estrelas, havia elementos
pesados e radiação UV suficientes para alimentar a formação de galáxias. Estrelas e
observadas dos objetos celestes com sua idade relativa ao Big Bang. O desvio para o
A idade, por outro lado, surge do modelo teórico. A partir do nosso modelo de um
partículas. Juntos, eles nos dizem como a distância, ou desvio para o vermelho, se
E qual é a crise, afinal? O problema surgiu quando o Telescópio James Webb, logo nas
primeiras observações, encontrou galáxias com desvios para o vermelho maiores que
o previsto e, portanto, com idades muito maiores do que a Teoria do Big Bang
pressupõe.
Antes do James Webb, o Telescópio Espacial Hubble já havia encontrado indícios dessas
novas imagens, porém, estamos olhando para um passado muito, muito distante. E o
que vemos é que galáxias muito bem formadas estão aparecendo cedo demais na
evolução cósmica.
Assim, o modelo do Big Bang precisa ser atualizado, melhorado e adaptado para
que novas galáxias levaram mais tempo para se formar? Houve um período de
Sim, o Modelo Padrão da Cosmologia explica muito bem a origem e evolução do Universo. Mas,
como diz o físico Marcelo Gleiser em seu livro O Caldeirão Azul, “nenhuma teoria criada pelo
No primeiro microssegundo do Big Bang surgiu uma matéria inicial, um tipo específico de plasma,
que uma equipe internacional de pesquisadores resolveu recriar em busca dos segredos da origem
do universo. Eles publicaram suas descobertas em 11 de maio, no jornal acadêmico Physics Letters
B.
O Big Bang foi uma enorme explosão, que os cientistas estimam ter ocorrido há cerca de 14 bilhões
de anos. No processo, uma rápida expansão liberou energia e criou o espaço-tempo, além das
partículas, átomos, estrelas e galáxias – tudo o que existe hoje no universo.
que era a única matéria que existia no primeiro microssegundo da explosão que originou tudo.
Naquele período inicial, o cosmos era como uma sopa extremamente quente e densa formada
apenas pelo QGP, ou seja, por partículas elementares. Entre elas, estavam os quarks e glúons, que
constituem os prótons e nêutrons.
“Nossos resultados nos contam uma história única de como o plasma evoluiu no estágio inicial do
universo", diz You Zhou, coautor do estudo, em comunicado. Segundo o professor, primeiro só
existia o plasma de quark-glúons, mas esse acabou sendo separado pela expansão quente do
universo.
Em seguida, pedaços de quark se transformaram nos chamados hádrons. Um hádron com três
quarks forma um próton, que está presente no núcleo dos átomos. Zhou compara as partículas a
blocos de construção que “constituem a terra, nós mesmos e o universo”.
Como o QGP desapareceu com a expansão do cosmos, os cientistas tiveram que recriá-lo para
entender o que de fato aconteceu. Para isso, utilizaram o maior acelerador de partículas do mundo,
"O colisor esmaga os íons do plasma com grande velocidade – quase como a velocidade da luz. Isso
nos torna capazes de ver como o QGP evoluiu de ser sua própria matéria para se transformar nos
núcleos dos átomos e os blocos de construção da vida", explica Zhou.
descobriram que o QGP costumava fluir como líquido, mudando constantemente sua forma ao
longo do tempo. Até então, achava-se que esse plasma era em forma de gás.
O detalhe parece ser pequeno, mas é de extrema importância para desvendar a origem do universo.
"Cada descoberta é um tijolo que aumenta nossas chances de descobrir a verdade sobre o Big Bang.
Levamos cerca de 20 anos para descobrir que o plasma de quark-glúons era fluente antes de se
transformar em hádrons e nos blocos de construção da vida", conta o pesquisador.