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Para Ronaldo de Souza, "é preciso ter cautela". Explica: "Não creio que já
estejamos na fase de dizer qual a forma do Universo". Jogando também com
cuidado, Paulo Pellegrini, do Observatório Nacional, lembra que o seu
levantamento corresponde a apenas 1 décimo de bilionésimo do volume do
Universo conhecido e que o tamanho das estruturas é limitado pela extensão
da pesquisa. "Só vamos ter mais certeza sobre o que vemos quando
aprofundarmos o campo da amostra e as formas geométricas começarem a se
repetir", adverte. Aprofundar o campo não é fácil, porém. Os astrônomos têm
catalogadas 33 mil galáxias nos atlas estelares. Estes, como os mapas
terrestres comuns, mostram só os ângulos onde as estrelas podem ser
encontradas, algo como as latitudes e longitudes da Terra. Para ter uma
imagem da posição real das galáxias no Universo, os astrofísicos precisam
acrescentar aos mapas uma terceira coordenada: a distância que separa a
Terra das galáxias.
Viagem no tempo
Relíquias de explosão
Mais finas do que um átomo, mais explosivas que uma supernova, quase tão
velozes quanto a luz, as chamadas cordas cósmicas poderiam servir para
explicar como, desde o Big Bang, o Universo se dividiu em grandes vazios e
incontáveis aglomerados de galáxias. Só que, até agora, tais cordas um
emaranhado de fios que teria preservado a imensa energia primordial do
Cosmo existem apenas na cabeça de meia dúzia de cientistas. Dois deles,
Jeremiah Ostriker, da Universidade de Princeton, e Lennox Cowie, da
Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, dizem que as cordas seriam
relíquias do tempo da Grande Explosão. Como o gelo que não se solidifica de
maneira uniforme, poderiam ser imperfeições que apareceram à medida que
o Cosmo esfriou e se expandiu.