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As Novas Escrituras

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As Novas Escrituras

Edição eletrônica revista e anotada


Ano de 2009

Centro Lusitano de unificação Cultural


do Brasil

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As Novas Escrituras

Nota Prévia
Como o público poderá verificar através da
leitura do presente “Livro da Invocação” e,
principalmente, através da sua reflexão em
profundidade, o poderoso mantra da Nova Era
intitulado “Invocação Maior” é o instrumento que,
quando utilizado por suficiente número de
pessoas, pode acelerar a precipitação dos corpos
mais densos do Cristo no plano físico e desen-
cadear A Sua manifestação visível e universal.
A “Invocação Maior” não vem para substituir -
mas sim para complementar - os dois maravilho-
sos instrumentos que, durante a anterior dispen-
sação, foram ofertados à Humanidade: a “Oração
do Senhor” (Pai-Nosso), transmitida pelo próprio
Mestre Jesus, e a “Grande Invocação”, transmitida
por Alice A. Bailey, por inspiração do Mestre
Djwhal Khul - o mesmo que inspirou a presente
invocação.
A Hierarquia deixou bem claro que esta era a
última de uma série de três invocações que, com-
pletando um ciclo energético triangular, seriam
utilizadas até ao regresso do Cristo.
Quaisquer tentativas de introdução de outras
invocações para complementar ou - pior ainda -
substituir esta, venham de onde vierem, não pas-
sam de perigosas mistificações oriundas do anti-
sistema.

Amerlântis
Centro Lusitano de Unificação Culrural do Brasil

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As Novas Escrituras

INVOCAÇÃO MAIOR

Da Presença Sublime em nossos corações,


Ó Cristo, ó Redentor,
Recebe a Chama Ardente do nosso grande Amor!

Da Presença Real que coroa as nossas Mentes,


Ó Cristo, ó Potentado,
Acolhe a Luz nascente e o Poder despertado!

Do tímido embrião da nossa Inteligência,


Ó Redentor, ó Santo,
Fabrica o Teu bordão, manda tecer Teu manto!

Porque queremos fechar para sempre a porta ao mal,


Ó Cristo, ó nosso Irmão,
Mostra-nos Tua Face e estende-nos a mão!

Que a Luz, o Amor e o Poder do Pai,


Se manifestem por Teu intermédio
Sobre nós, em nós e por nós,
Eternizando o Plano sobre a Terra!

AUM!

Djwhal Khul

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As Novas Escrituras

Conforme alguns de vós já sabeis pela leitura


de “O Livro da Anunciação”*, deu-se, na madru-
gada do dia 3 de Junho de 1985, o nascimento do
Messias da Nova Era. De fato, nessa ocasião, o
Bem-Amado Cristo Maitreya ocupou os corpos
mental, emocional e etérico preparados por três
dedicados grupos de discípulos (em nome de toda
a Humanidade iluminada) e aproximou-se mais da
manifestação visível entre os homens - que ini-
ciará daqui a alguns anos).
Em virtude desse importantíssimo aconteci-
mento, a Hierarquia espiritual de nosso planeta
decidiu elaborar uma potente invocação que pu-
desse servir como instrumento para a Huma-
nidade preparar-se para receber o Messias e
colaborar em sua própria redenção. Assim surgiu
a “Invocação Maior”.
Uma das tônicas da Nova Era é o univer-
salismo. Para os verdadeiros filhos da Era de
Aquário, todas as religiões e escolas espiritualistas
são linhas que provêm da mesma eterna sabe-
doria a que todos os homens serão reconduzidos.
Todas as religiões são parcelas da verdade e
todos os grandes Messias e Salvadores do Mundo
das diversas latitudes, épocas e religiões, são
enviados da Sabedoria Divina que visam mostrar
aos homens um pouco mais da Luz Imperecível.
Por isso não pretendemos comparar religiões e
muito menos Messias. Se, ao fazermos o histórico
dos antecedentes da Invocação Maior, marcamos

* - Primeiro volume de As Novas Escrituras.

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As Novas Escrituras

o início no momento da vinda e manifestação do


Cristo em Jesus há cerca de 2.000 anos, foi
somente porque de outra forma (recuando mais no
tempo) entraríamos em excessivas delongas.
Apenas nos interessa presentemente relatar
alguns fatos ligados à vinda do Messias no início
da Era anterior (a Era de Peixes e do 6º Raio) para
mostrar quer Sua identidade, quer Sua alteração
evolutiva em relação ao que atualmente está
acontecendo. Não pretendemos sobrevalorizar ou
desvalorizar os vários Messias, Avatares e Salva-
dores do Mundo que, através das Idades, têm
trazido o testemunho da Eterna Sabedoria.
Algumas dezenas de anos antes do nasci-
mento de Jesus, foi dada à Humanidade uma invo-
cação destinada a apelar pela vinda do Messias -
aquele que seria o Messias da então nova Era do
6º Raio, o Raio da devoção idealista - que em
breve se iniciaria. A invocação foi transmitida à
Ordem dos Essênios que a guardaram e pronun-
ciaram com frequência. Igualmente a conheceram
e usaram alguns profetas e místicos de Israel
designadamente, José, Maria, Isabel e Zacarias
(os pais respectivamente de Jesus e de João
Batista). Também a usou um número restrito de
iniciados espalhados pela Ásia como os magos
Gaspar, Melchior e Baltazar. A Humanidade
estava ainda demasiado atrasada, não só em evo-
lução espiritual mas também em meios de comuni-
cação, para ser possível uma maior divulgação.
Já depois do nascimento de Jesus, isto é,
depois de estar entre os homens o instrumento da

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As Novas Escrituras

manifestação divina, surgiu nova invocação cla-


mando pela revelação e pelo triunfo do Messias.
Tal invocação foi comunicada telepaticamente a
João Batista e, sendo ele membro da comunidade
Essênia, de novo essa Ordem guardou-a e usou-
a. Também mais alguns filhos de Israel, não
diretamente ligados àquela Ordem ou até estra-
nhos a ela, a conheceram e pronunciaram. Entre
eles havia futuros apóstolos e discípulos de Jesus.
Sabiam que o Senhor estava bem próximo, o que
explica a sua pronta adesão e reconhecimento do
Messias.
Pouco antes de terminar essa Missão entre
os homens, o Messias deixou-lhes uma nova
oração destinada a ser, durante a era do 6º Raio
que então alvorecia, um instrumento de contacto
entre o 4º reino da Natureza (o reino dos homens)
e o 5º reino (o reino de Deus, o reino das almas
livres ao qual todos os homens hão-de ascender).
Essa oração é aproximadamente (após al-
guns desvios provocados por sucessivas transmis-
sões e traduções) a que hoje se chama a Oração
do Senhor (ou “Pai Nosso”). Apesar de atualmente
desajustada em relação às novas conquistas psi-
cológicas e espirituais de que a Humanidade tem
de ser capaz, é incalculável a soma de benefícios
que a sua repetida pronúncia trouxe ao longo dos
séculos.
Com o decurso do tempo, porém, chegou a
oportunidade de novas realidades, de novos
impulsos e de novas e mais amplas revelações da
Verdade. Foi-se aproximando a chegada de uma

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As Novas Escrituras

Nova Era - a Era do 7º Raio, a Era de Aquário - e,


com ela, consequentemente, de uma nova vinda
do Messias.
Assim, centenas de discípulos têm vindo,
direta ou indiretamente, a ser preparados, instruí-
dos e dirigidos, desde meados do século XIX,
possibilitando-se (a eles e ao mundo) maior núme-
ro de conhecimentos da Sabedoria de Deus a fim
de se proporcionar a vinda da Nova Era e de seu
Messias. Neste contexto, foi elaborada e transmi-
tida ao mundo uma nova invocação correspon-
dente (num novo nível da espiral evolutiva) à
primeira que, há pouco mais de 2.000 anos, foi
transmitida aos Essênios.
Desta vez foi escolhida como primeira recep-
tora da nova invocação uma iniciada de alta
estirpe: a irmã Alice A. Bailey. Desse modo pres-
tou-se um justo tributo ao longo trabalho realizado,
para instrução da Humanidade, por essa irmã em
colaboração com o Mestre Djwhal Khul que lhe
transmitiu o Mantra intitulado “Grande Invocação”.
Pretendeu-se ainda realçar e simbolizar a nova
participação - não apenas passiva mas ativa - das
mulheres nas realidades espirituais.
A Grande Invocação foi divulgada ao mundo
tanto quanto possível e pronunciada por aqueles
que se encontravam aptos a reconhecê-la e valo-
rizá-la. Dessa forma foram relativamente atingidos
os resultados que ela visava, isto é, a intensi-
ficação da Luz e o forte apelo para a vinda do
Messias. Foram atingidos - sublinhe-se - não só
por esta via mas também por várias outras apesar

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As Novas Escrituras

do estado de cegueira em que grandes multidões


ainda se mantêm.
Deu-se então o nascimento, nos planos
mental, emocional e físico etérico (não denso), do
novo Messias tal como consta no Livro da Anun-
ciação. Foi assim decidido elaborar e dar ao mun-
do uma nova invocação que tivesse em conta a
maior proximidade entre o Cristo e os homens e a
maior contribuição da Humanidade em sua própria
redenção tendo, como resultado de uma cuida-
dosa elaboração e com a aprovação e benção de
todos os mestres da Hierarquia, surgido a “Invo-
cação Maior*”.
Da sua importância, significado e profundi-
dade se ocuparão outras mensagens que, tal
como esta, chegarão ao conhecimento do mundo
dos homens.
Por agora, desejo apenas enfatizar a sublimi-
dade de seu profundo conteúdo e, não obstante, a
propositada simplicidade do seu aspecto formal
para que todos a possam pronunciar. Ela é um
instrumento básico para a manifestação objetiva
do Messias e para o estabelecimento da Nova Era
de Liberdade e Amor. Entre as invocações que
têm sido dadas ao mundo - e muitas são genuínas
e muito valorosas - esta é atualmente, a maior.

* - Primeiramente, o título atribuído a esta invocação pelo Mestre


DK foi “Máxima Invocação”. Todavia, o grupo esotérico a que o
canal receptor pertencia em Lisboa decidiu por maioria mudá-lo
para “Invocação Maior”, por achar o primeiro pretensioso.

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As Novas Escrituras

Nenhuma outra, que se encontre ao dispor dos


homens, é tão poderosa, benéfica e abençoadora.
Do fundo do coração, com todo o amor que
tenho por vós, com toda a vontade que tenho de
construirmos juntos uma Nova Era mais sábia e
mais justa e fazermos deste planeta em trevas
uma luminosa estrela de liberdade, peço-vos que
aprendais, compreendais, useis e divulgueis a
Invocação Maior.

Benditos sejais, em nome do Deus Uno.

SAINT-GERMAIN

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As Novas Escrituras

Aprendei e utilizai, irmãos:


A Invocação Maior é uma manifestação de fogo
divino. Foi-vos trazida para que, por seu intermédio,
esse fogo seja contatado e utilizado abençoando,
purificando e enaltecendo vossas vidas. Através dela
podereis sintonizar os níveis elevados de onde vem o
verdadeiro maná celeste: o alimento espiritual, a Sabe-
doria, o Amor e o Poder para servir.
A Invocação Maior constitui um Mantra de enor-
me poder e perfeição destinado a constituir em vós
uma ponte de ligação com a Hierarquia das almas
iluminadas e, por meio dela, com o Grande Centro
Divino do Bem-Amado planeta Terra.
A Invocação é dual e assim espelha muito do
essencial problema humano. Vós, membros desta
Humanidade, oscilais constantemente entre dois pólos:
o do espírito e o da matéria. Vós estais divididos entre
duas atrações e duas manifestações de desejo: uma
divina e outra terrena. Além disso, procurais frequente-
mente no exterior aquela sabedoria, aquela inspiração
e aquela energia que somente em vós podeis
encontrar. Por fim, pode dizer-se que oscilais entre o
reconhecimento do Deus interno (fragmento e centelha
divina) e a busca do Deus externo e transcendente.
Desse modo estais a demonstrar um reconhecimento
incipiente da existência de duas manifestações dife-
rentes, embora harmônicas e cíclicas, da realidade
constituída pelo Deus Uno (que existe como uma
presença individual em cada um e como força cósmica
em toda a parte). Deus, enquanto força cósmica, impõe
a disciplina manifestada nos ciclos evolutivos através
da qual todas as criaturas caminham; Deus, enquanto
presença individual, proporciona a cada criatura o alen-
to, o poder e o sentido direcional bem como a capaci-
dade de integrar-se no vasto esquema das coisas.

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As Novas Escrituras

A Invocação Maior reflete essas realidades e


simultaneamente traz-vos um meio pelo qual podeis
começar, com maior consciência, a partilhar delas.
Recordai o texto na sua globalidade. Podemos decom-
pô-lo em duas partes principais. Na primeira, obede-
cendo à grande lei que rege o movimento das coisas,
as criaturas oferecem o que de melhor têm em si: a
energia tríplice de suas presenças divinas. Efetiva-
mente, na primeira estrofe, oferecem o amor; na
segunda, a luz e o poder; na terceira, a inteligência,
que só se manifesta plenamente quando as outras
duas estão ligadas. Esta dádiva é condição (se for
sincera, espontânea e fruto do amor) para que Deus
possa oferecer algo de Seu poder e de Sua energia às
criaturas que, daquele modo, demonstram sua pureza.
A quem é oferecida essa dádiva da nossa melhor
energia? Não ao Pai, Deus último, porque não
seríamos capazes de contatá-lo direta e cons-
cientemente mas ao Filho, o Cristo Redentor, a quem
poderemos ter acesso mais ou menos consciente
conforme nosso grau de evolução e pureza interiores.
Cristo, o Filho, pode ligar-nos ao Pai, interceder por
nós e servir assim de mediador entre esta Humanidade
e o Centro de Governo Espiritual do planeta onde, em
última análise, impera soberano o Deus Uno.
Além disso, o Cristo que intercede por nós é
ainda dual: é simultaneamente Cristo, o Instrutor e
Redentor do Mundo (manifestação do Cristo Cósmico)
e o Cristo em nós (a maravilhosa alma em cada um,
instrumento de sua própria salvação). Na união dos
dois Cristos está o triunfo e a salvação da Huma-
nidade.
Depois de ter-se apelado, numa fase intermédia,
para o Cristo, nosso irmão (o mediador interno e
externo que, ao ligar-nos solidamente a Deus imanente

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As Novas Escrituras

e transcendente, fechará para sempre a porta ao mal


em nós e fora de nós) o apelo atinge o clímax na
segunda parte da Invocação. Por intermédio desse
Cristo e, portanto, da alma de que assim procuramos
consciencializar-nos, é pedido que o Deus Uno, o Pai,
derrame sobre nós (em Sua manifestação transcen-
dente), em nós (em Sua manifestação imanente) e
através de nós (na união das duas manifestações) a
Sua tríplice energia.
Na primeira parte da Invocação, as criaturas
ofereceram suas melhores energias a Deus. Na
segunda parte, é Deus que responde e sobre elas
derrama a energia correspondente aos três aspectos
da Divindade Una: a Luz, o Amor e o Poder. Há, desta
forma, dois movimentos: um das criaturas até Deus e
outro de Deus até às criaturas, fechando um círculo do
qual todo o mal será expulso. É-nos dada assim uma
indicação para compreender o papel da Humanidade
purificada. Na verdade, quando despertar em seu seio
a presença divina, a Humanidade do futuro encontrará
os meios, o saber e a coragem para unir-se mais
estreitamente ao Deus Uno e ser-lhe-á permitido
ocupar seu lugar no plano divino derramando, através
de si, as energias com que cumprirá sua parte no
esquema cósmico. Então, esse plano divino será
“eternizado sobre a Terra” por uma Humanidade
redimida que o terá eternizado dentro de si própria ao
expulsar o mal e começar a realizar sua natureza
essencialmente divina. O som cósmico ressoará har-
monicamente através dos filhos dos homens que terão
afinal compreendido que são verdadeiros filhos de
Deus: AUM!...
Despeço-me na luz do Cristo como um dos que
sonham com esta realização.
TRASGO

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As Novas Escrituras

A Invocação Maior é dada à Humanidade


numa época em que o 6º Raio (o Raio da Devoção
Idealista) está saindo de seu ponto de grande
influência e em que, simultaneamente, desponta a
Era do 7º Raio.
O 7º Raio é o Raio da Liberdade; é o Raio da
Ordem, do Cerimonial e do Ritmo.
A Liberdade que se visa é a da alma que se
desprende das escravidões da matéria, dos sen-
tidos, das coisas e das circunstâncias. É a con-
quista da alma que vê-se superior e imparcial-
mente e que, por isso, determina-se livremente
sem quaisquer prisões dos fenômenos, dos
objetos e da forma.
Para atingir esse estado de perfeita liberda-
de, impõe-se à personalidade, à aparência (isto é,
aos corpos mental, emocional e físico) uma ordem
e um ritmo que sejam a expressão da vontade da
alma. Deste modo a personalidade é posta em
conformidade com a alma, não a prendendo,
obstaculizando ou escravizando, mas sendo seu
perfeito reflexo.
A fim de obter essa ordem na personalidade,
são efetuados certos cerimoniais ou rituais que
podem consistir em invocações e apelos, concen-
trações e meditações, práticas de vida e
processos de desenvolvimento: tudo o que possa
servir para impor uma determinada ordem e
elevação vibratória.
A Invocação insere-se em todos estes
princípios. No fundo é um cerimonial para alcançar
a liberdade dos planos superiores. É um ritual que,

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As Novas Escrituras

mediante a imposição de certas ordens à persona-


lidade (“grande amor”, “luz nascente”, “poder
despertado”, querer “fechar para sempre a porta
ao mal”, manifesta-se “sobre nós, em nós e por
nós”, visa possibilitar a expressão de impulsos
vindos dos mundos superiores, quer exteriormente
(através do Cristo Maitreya) quer interiormente
(através do Cristo em nós).
Vede assim a Invocação Maior como um
cerimonial que visa impor certa ordem que possibi-
lite a manifestação dos impulsos do Alto para
atingir-se a libertação ou redenção.
Uma forma particular das invocações ou
apelos é o que os orientais chamam “Mantras”.
Um Mantra é um conjunto de palavras, de sílabas,
de letras ou de sons escolhidos e ordenados de tal
forma que possibilitem alcançar certos efeitos
pretendidos sobre a substância. É, pois, um apelo
ou uma invocação cientificamente elaborados.
Nesse sentido, a Invocação Maior é um
Mantra muito poderoso. As palavras foram cuida-
dosamente escolhidas e conjugadas para conse-
guirem, da forma mais eficaz e clara possível,
certos resultados. Sua correta pronúncia afetará a
substância dos corpos da vossa personalidade, a
substância dos mundos mental, emocional e físico
e a substância dos corpos de vossos semelhantes
impondo-lhes uma nova ordem, um novo ritmo de
mais elevada vibração, enfim, uma maior espiritu-
alização. Eis por que a Invocação Maior deve ser
realmente pronunciada e não meramente mentali-
zada. Só assim ela poderá atingir seus efeitos

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As Novas Escrituras

mântricos sobre os planos inferiores.


Neste contexto, é oportuno perguntar porque
foi a Invocação Maior inicialmente elaborada e
divulgada em língua portuguesa e não, por exem-
plo, em língua inglesa ou francesa.
Não é suficiente responder, embora seja
verdade, que se efetuarão, em várias línguas,
traduções inspiradas para serem o mais perfeitas
possível, inclusive do ponto de vista dos efeitos
mântricos. A verdadeira resposta baseia-se na
importância que, na Nova Era, terá o Brasil (onde
se fala a língua portuguesa que, aliás, ajudei a
expandir em passada encarnação antes de
realizar minha total vitória sobre a imperfeição
humana). Deve-se sobretudo ao fato da América
do Sul, em geral, e o Brasil, em particular, serem o
primeiro e principal foco de iluminação e de
atuação do Messias.
Outra tônica do 7º Raio e, em consequência,
da Nova Era, é a transmutação. Em linguagem
oculta usamos o termo transmutação com o signifi-
cado de mudança para algo superior, para mais
elevada frequência vibratória.
A transmutação está presente na Invocação
Maior de duas formas:
A primeira é a combinação de conceitos e de
expressões básicas do novo ensinamento. Esse
fato transparecerá de outras mensagens mas, por
agora, lembrarei apenas a distinção entre o Cristo
exterior e o Deus transcendente (em que se
baseou o ensinamento mais generalizado da Era
do 6º Raio) e o Cristo interno e o Deus imanente

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As Novas Escrituras

(uma das tônicas do ensinamento da Nova Era).


Desta forma mista vão-se, a pouco e pouco,
transmutando quer as expressões (para revelarem
um novo significado) quer as mentes dos seres
humanos (para atingirem uma nova
compreensão).
A segunda forma de presença da transmu-
tação na Invocação Maior é a própria ação do
Cristo aparecendo como agente transmutador.
Ele, em Seu estado evolutivo mais elevado,
recebe “o nosso grande amor”, “a luz nascente e o
poder despertado”, “o tímido embrião da nossa
inteligência” e, os transmutando (aumentando sua
perfeição, sua espiritualização), pode usá-los em
Seus propósitos e em Sua ação. É oportuno
lembrar que o Cristo tem o duplo significado do
Cristo Messiânico (o excelso Senhor Maitreya) e
do Cristo em nós (nossa própria alma espiritual).
Julgo haver expressado alguns pontos es-
senciais para reflexão e para melhor compreensão
do interesse e significado que tem, nesta hora de
transição, a Invocação Maior. Estou certo de que
muitos de vós o entendereis.
Abençoados sejam os que entenderem e
possa a luz libertadora do Cristo ordenar a
personalidade de todos os homens.

HENRIQUE *

* - O Mestre Henrique, entre outras importantes reencar-


nações, foi o Infante D. Henrique, que iniciou a expansão
planetária dos Portugueses.

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As Novas Escrituras

“Pedi e ser-vos-á dado.” Assim disse o Cristo


há 2.000 anos.
Esta frase é a expressão de uma importante
lei cósmica: tudo o que é dado de Cima tem de ser
pedido de Baixo. Quando se pede com alma forte
e pura, concede-se em abundância. Por isso,
irmãos queridos, é necessário pedir, apelar,
invocar. É preciso querer fechar a porta ao mal e
pedir ao Cristo que venha ajudar a fechá-la para
que Ele mostre Sua face e estenda-nos a mão.
Pedi, portanto, a vinda do Mestre. É necessário
pedirdes para que Ele venha. É necessário que
pronuncieis a Invocação Maior para a vinda do
Messias.
Contudo, irmãos, se pedir é bom, melhor
ainda é dar. Quem dá com pureza, altruísmo e boa
vontade recebe centuplicadamente. Assim da
“presença sublime em vossos corações”, dai “a
chama ardente do vosso grande amor”; da
“presença real que coroa as vossas mentes”, dai
”a luz nascente e o poder despertado”; do “tímido
embrião da vossa inteligência”, dai ao Cristo o
material para fabricar Seu bordão e tecer Seu
manto.
Sim, bendito seja o Cristo Maitreya! Benditos
também os que vêm, vivem e dão em nome do
Senhor. Da semente por eles lançada florescerá a
rosa Messiânica e far-se-á a colheita da Nova Era.
No amor puro do Cristo, na luz violeta da
Nova Era, vos abençoo.

PORTIA

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As Novas Escrituras

O que já foi dito sobre a Invocação Maior não


deve lançar-vos na orgulhosa ilusão de que foi dito
tudo ou quase tudo. Cem, mil, dez mil páginas não
poderiam comportar senão pequena parte dos
inúmeros significados que subjazem a este pode-
rosíssimo Mantra. Pensai: ele fala em Luz, Amor e
Poder; fala no Cristo, no Pai, no Plano. O que
sabeis vós de um destes aspectos e o que
poderíeis saber mais? Que aquilo que ainda temos
a acrescentar seja recebido, pois, somente como
outra ínfima sugestão e nunca como dogma ou
concepção acabada e infalível. Lembrai, também,
que o poder, o alcance e o significado de um
Mantra dependem principalmente de quem o pro-
nuncia.
Analisemos então a invocação apenas para
insinuar mais uma síntese que dela podeis fazer.
Diz o 1º verso da 1ª estrofe:
“Da presença sublime em nossos corações”
Esta é a presença divina em nós, o frag-
mento de Deus que, desde o alvor até ao fim dos
tempos, permanece conosco. Cada um de nós é,
essencialmente, uma presença divina no interior
de si próprio. Ela manifesta-se no coração humano
como núcleo fornecedor de vida ao sistema
orgânico ou, em suas analogias superiores, a cada
um dos corpos do Homem. Esta presença,
indissoluvelmente ligada ao coração divino, fonte
de toda a energia do mundo e dos mundos, é, por
sua vez, fonte inesgotável de energia para esse
Homem.

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As Novas Escrituras

Diz o 2º verso da 1ª estrofe:


“Ó Cristo, ó Redentor”
Estes conceitos já foram parcialmente
comentados. Há dois Cristos, um interno e outro
externo a cada ser individual. O Cristo externo é
sempre uma manifestação do Cristo cósmico, pro-
duto da união do espírito divino cósmico com a
matéria prima cósmica (a união do Pai com a
divina Mãe) através da qual nasce um terceiro
aspecto: o Filho ou Cristo, que fica como mediador
e revelador sintético das vicissitudes dessa união.
No fim, quando a expansão do alento proveniente
do coração divino tiver impregnado inextricavel-
mente toda a matéria do Universo até à periferia
da esfera de influência do Ser Divino (se assim
imperfeitamente podemos expressar-nos), Cristo
estará fundido com o Pai e a Mãe pelo que a
Trindade retornará ao estado de Unidade.
Esta expressão refere-se igualmente ao
Cristo interno. Ele reflete, no microcosmo que é
cada homem, o que mostra ser verdadeiro no
macrocosmo. Também Ele resulta da união,
dentro de cada homem, da emanação de Sua
presença com a matéria-mãe de Seus corpos; é
igualmente verdade que, um dia, o homem será
uno e não existirá distinção entre os três aspectos
de sua expressão.
Notemos agora que, ao mediar a união entre
espírito e matéria, o Cristo cósmico é o Redentor,
o Salvador dos seres decaídos e necessitados
dessa união para (tendo nascido um Universo

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As Novas Escrituras

graças a ela) poderem ser salvos pela evolução.


Por sua vez, esta evolução depende estreitamente
do impulso e da manifestação da presença divina
em cada ser, a qual é, sobretudo, manifestação do
Cristo interno individual.
Diz o 3º verso da 1ª estrofe:
“Recebe a chama ardente do nosso grande amor”
No Homem, a manifestação divina básica é
dual: consiste em Amor-Poder. Neste verso ele
oferece a Cristo e, por seu intermédio, ao Deus
Uno, o aspecto amor dessa dualidade. De fato,
podemos dizer que o Homem é essencialmente,
uma presença divina. Contudo, essa manifestação
tem lugar através de dois centros energéticos
principais: a cabeça e o coração. É um pouco
como se existissem duas presenças divinas em
cada ser humano sendo assim válido procurar
Deus no coração (como fazem os místicos, cen-
trados no aspecto amor da manifestação divina)
ou na cabeça (como fazem os ocultistas, centra-
dos no aspecto sabedoria dessa manifestação
divina). Na realidade a corrente de energia una,
que penetra no sistema orgânico do corpo e dos
corpos humanos através da cabeça, divide-se em
duas correntes. Uma é o fio da vida que vai cen-
trar-se no coração e tem a ver com a manutenção
da vida vegetativa, da vitalidade do organismo,
etc.; outra é o fio da consciência, que vai centrar-
se na cabeça e tem a ver com a manutenção da
vida intelectual e da consciência. Deste modo, na
1ª estrofe da invocação, a busca de Deus e a

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As Novas Escrituras

oferta de nossa energia essencial deve ser feita


sobretudo através do coração com uma mística
dádiva de amor.
Diz o 1º verso da 2ª estrofe:
“Da presença real que coroa as nossas mentes”
Fizemos alusão à presença divina no
Homem. Agora a atenção volta-se para a sua
manifestação que mais tem a ver com o aspecto
sabedoria: trata-se da “presença” na cabeça, que
“coroa as nossas mentes”. A mente humana
encontra expressão através do cérebro e o princi-
pal centro etérico da cabeça, chamado coronário,
apresenta-se ao clarividente como uma coroa que
encima o próprio cérebro. O caminho do ocultista
implica que, um dia, a alma humana seja capaz de
fundir numa unidade o aspecto mais místico e
amoroso de sua busca com o aspecto mais
ocultista e sábio. Nesta estrofe, todavia, apela-se
principalmente para o aspecto intelectual (na linha
da sabedoria) da manifestação da presença
ofertando-o a Deus.
Deve ainda fazer-se referência à razão por
que se qualifica a presença como real. A presença
em si é real porque representa a essência, a
realidade para além de todas as ilusões, no
interior de cada ser humano. Além disso ela é
também real por ser régia representando o
aspecto que, por fim, deve reinar sobre o sistema
orgânico dos corpos humanos. Acontece ainda
que, nesse momento, o centro etérico situado no
alto da cabeça (a que já aludimos) resplandecerá

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As Novas Escrituras

como uma coroa de luz, tal como é visto por um


clarividente (à maneira da auréola dos santos).
Diz o 3º verso da 2ª estrofe:
“Acolhe a luz nascente e o poder despertado”
Repare-se na necessidade de utilizar uma
sequência de palavras para expressar processos
que são simultâneos. Desde o momento em que o
discípulo se consagrou misticamente a Deus e ao
Serviço através do centro cardíaco e colocou
igualmente nesse serviço todo o potencial do seu
intelecto, a que reconheceu importância, aconte-
cem duas coisas. Primeiramente a luz na cabeça
(indício oculto da firmeza do desenvolvimento
interior) nasce e brilha cada vez mais intensa-
mente anunciando também o nascimento do Cristo
a partir do instante em que, como se mostra aos
olhos do clarividente, adquire a luminosidade e a
permanência típicas dos iniciados. Depois, o ver-
dadeiro poder, até aí praticamente desconhecido
da personalidade do discípulo, desperta (é bom
meditar sobre o significado deste termo) e faz-se
manifesto. Isto coincide com um progressivo
aumento da rotação e brilho do centro coronário
indicando que a alma se assenhoreia cada vez
mais do controlo da expressão da vida divina no
Homem. A partir desse momento é necessário o
desenvolvimento harmonioso dos centros cardíaco
e coronário, ligados ainda a outros centros, para
que a evolução prossiga em ordem. O Cristo
interno manifestar-se-á como Cristo de Amor e de
Poder e o homem será já um servidor consagrado.

23
As Novas Escrituras

A Invocação Maior contribui para a realização de


tudo isto.
Diz o 1º verso da 3ª estrofe:
“Do tímido embrião da nossa inteligência”
A verdadeira inteligência é a dos seres ilumi-
nados, aqueles que vivem com “a mente firme na
luz”, o coração transbordante de vitalidade e amor
e a cabeça plena de poder sobre o mecanismo de
expressão humana nos três mundos, o qual será
vibrante com o ritmo da vontade espiritual. Assim
a inteligência do homem comum ou mesmo do
discípulo até à 1ª iniciação nada mais é do que
uma tímida e bruxuleante chama, se comparada
com a futura realização maior. É, contudo, pela
consagração e desenvolvimento dessa pequena
chama que ela se torna um holofote, um facho de
luz. É ainda verdade que a atividade inteligente da
personalidade humana, plenamente iluminada e
santificada, só se manifesta quando a expressão
de amor é grande e quando a vontade ou poder se
manifesta no homem que deseja estabelecer na
sua vida, para todo o sempre, o império do Deus
interno (a presença sublime é real).
Diz o 2º verso da 3ª estrofe:
“Ó Redentor, ó Santo”
Novamente se consagra ao Cristo a luz de
que o discípulo é capaz e novamente ele repre-
senta o Cristo Cósmico e o “Cristo em nós, espe-
rança de glória”. Entretanto ele é agora uma vez
mais referido como Redentor porque é pela ativi-

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As Novas Escrituras

dade do aspecto Crístico (ou alma) em nós que


somos purificados e salvos de nossa ignorância de
seres apegados aos níveis da forma e da matéria.
É também referido como Santo porque a Sua
natureza essencial é pura acima de toda a mácula.
Agora, quando a consagração do Homem ao
Divino e ao serviço divino é total, quando ele
começa a permitir a livre expressão da presença
divina dentro de si e quando esta expressão já
manifesta harmonicamente Amor, Sabedoria e
Poder, acontece algo mais: a energia divina,
fluindo do alto da cabeça, desce até ao aspecto
mais denso da materialidade. É despertada uma
poderosíssima energia, até agora latente e semi
ignorada - ainda que tenha muito a ver com a
conservação da vida humana e com a atração
pelos planos inferiores e a vivência neles. Trata-se
da energia mencionada no Oriente e sobretudo na
Índia como o “fogo kundalini”, latente no centro da
base da coluna. Essa energia, que perderia os
incautos que tentassem despertá-la prematu-
ramente (lançando-os na insânia e na morte), vai
conduzir o Homem ao Monte da Transfiguração
onde ele se unirá estreitamente com seu Cristo
interno e, por meio dele, com Deus. O fogo
kundalini só despertará completamente na 3ª
Iniciação elevando-se então da base da coluna
para unir-se, na cabeça, ao fogo descendente. A
partir desse momento, já nada poderá desviar o
Homem de seu caminho e em breve ele atingirá o
grau de Mestre (nessa ou noutra encarnação mas
sempre rapidamente). Sua santidade nunca mais

25
As Novas Escrituras

será colocada em causa pois o fogo do espírito


desceu até ao aspecto inferior de sua natureza e
até aí fez despertar a pureza e a espiritualidade.
O que acontece depois? O Cristo interno
caminha rapidamente em Sua missão terrestre
espalhando a benção em seu redor. Sua inteli-
gência de homem iluminado cresce e atinge
cumes inconcebíveis para o homem comum. Ele
vai apoiado em Seu bastão que somente agora foi
construído e está sendo aperfeiçoado: trata-se do
bastão de Hermes em seu verdadeiro significado,
ou seja, da coluna de energia que, de alto a baixo,
une todos os aspectos da natureza humana numa
tremenda manifestação espiritual. Pelo amor (1ª
estrofe) o Homem poderá atingir a 1ª Iniciação;
pela sabedoria cada vez maior, associada ao des-
pertar do poder, ele atingirá a 2ª Iniciação (2ª
estrofe). Até aí o Cristo terá “nascido e atingido as
águas do batismo” numa consagração cada vez
maior; agora na 3ª Iniciação, o Homem escala o
Monte da Transfiguração e torna-se um com seu
próprio Cristo interno. Desde então, esse Cristo
interno caminha na Terra manifestando-se nos
mais recônditos lugares aonde vá porque a ele -
que é e se apoia numa coluna de luz do templo de
Deus - nada mais pode desviar do Caminho. O
Cristo interno fabrica o seu bastão com que cami-
nhará em santidade e pelo qual exercerá o poder
de redimir e de curar os homens (não foi por mero
acaso que a medicina escolheu, para seu símbolo,
o bastão de Hermes). Além disso ele poderá
“mandar tecer seu manto”. Esse manto representa

26
As Novas Escrituras

sobretudo o corpo causal dilatado e aperfeiçoado


dos altos iniciados que os envolve e protege
(como o faria um manto) assegurando-lhes ines-
gotáveis potencialidades. É também um símbolo
anunciador de que, no Homem iluminado, um
novo rei - o espírito - sentou-se em seu trono e
reina sobre a natureza inferior.
Podemos agora compreender porque se diz,
no 3º verso da 3ª estrofe:
“Fabrica o Teu bordão, manda tecer Teu manto”
O Cristo interno fabricou o seu bordão mas
deverá mandar tecer seu manto que representa o
corpo causal. Este corpo apenas será totalmente
construído quando os seres Elementais (que, de
certo modo, constituem a natureza inferior do Ho-
mem) forem levados, pelo seu mando, a completar
a construção desse corpo incorruptível, nos Céus:
o corpo causal.
Finalmente podemos dizer que esta estrofe
refere-se ainda ao Cristo cósmico e à caminhada
triunfal que ele fará quando (apoiado em seu
bastão cujo corpo será uma Humanidade plena-
mente santificada e capaz de manifestar plena-
mente a atividade inteligente de Deus em nosso
planeta) levar a Humanidade a cumprir seu verda-
deiro papel no plano divino. Nesse momento, o
Centro de Governo Espiritual do planeta estar-lhe-
á integralmente unido e o próprio corpo causal do
Deus planetário atingirá determinado grau especial
de desenvolvimento.

27
As Novas Escrituras

Diz o 1º verso da 4ª estrofe:


“Porque queremos fechar para sempre a porta ao mal”
O anseio da alma humana está em fechar essa
porta e, assim, evitar a continuação do iníquo estado
atual das coisas que provoca um sofrimento desne-
cessário a não ser para aperfeiçoamento da Huma-
nidade.
Diz o 2º verso da 4ª estrofe:
“Ó Cristo, ó nosso irmão”
Vem ainda distante o momento em que a Huma-
nidade como um todo reconhecerá seu parentesco
com o Cristo cósmico e também a realidade do Cristo
interno em cada um. Entretanto, quando isso acon-
tecer, a porta do mal será eternamente fechada e a
verdadeira face (realidade) do potencial crístico indivi-
dual e coletivo será manifestada.
Assim diz o 3º verso da 4ª estrofe:
“Mostra-nos Tua face e estende-nos a mão”
O Cristo manifestar-se-á em cada homem mos-
trando-se tal qual é (disse outrora o Cristo nazareno:
“Eu não sou o que pareço ser”) e “estendendo a sua
mão”, ou seja, oferecendo sua ajuda e sua mediação
para que as mais altas realizações se façam pos-
síveis. Essas realizações estão claramente expressas
na última estrofe da Invocação Maior, de que
trataremos na sua totalidade:

“Que a Luz, o Amor e o Poder do Pai


Se manifestem por Teu intermédio

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As Novas Escrituras

Sobre nós, em nós e por nós


Eternizando o Plano sobre a Terra

AUM!”

Como resultado do precedente, quando o


Cristo tiver mostrado sua face a cada um de nós e
quando Ele estiver vivo e manifestado em cada
uma de nossas ações inteligentes, quando cami-
nharmos envoltos no manto de luz e apoiados na
nossa coluna de fogo interna, o que virá? Os três
aspectos da Divindade interna em cada um de
nós, deuses amnésicos e filhos pródigos de Deus,
estarão unidos e manifestados como expressões
do Deus Uno (aqui referido como o Pai). Eles
poderão se exteriorizar através do Cristo
intermediário (a que já se fez referência) e então a
vontade de Deus será trazida à manifestação
numa plenitude inconcebível. No homem individual
isto somente acontecerá depois de, na 4ª Inici-
ação, a da crucificação, ele ter sacrificado alegre-
mente tudo, até seu “manto de luz”, para permitir
que a vontade de Deus (que então não fará
sentido separar em Deus interno e externo) se
cumpra. Na Humanidade, algo de misteriosamente
semelhante ocorrerá e sublimes eventos, de que
não cabe aqui falar, acontecerão também.
Pouco podemos dizer do que virá para cada
espírito humano e para a Humanidade em geral
com a manifestação dos três aspectos da
Divindade unificados num só aspecto - que já não
será um aspecto. Diremos, porém, que eles se

29
As Novas Escrituras

manifestarão sobre a Humanidade ou sobre cada


homem (“sobre nós”), parecendo vir de fora, de
um Deus transcendente; na Humanidade ou em
cada homem (“em nós”) parecendo vir de dentro,
de um Deus imanente ou interno; através dos
homens e de cada homem (“por nós”), conduzin-
do-os ao cumprimento do plano divino de que são
parte e de que são, também, executantes pois
esse é igualmente o plano deles próprios. Nessa
grande consumação, será audível, para toda a
Humanidade, o som cósmico de que a sonoridade
ouvida e vivida pelo alto iniciado na 4ª Iniciação
constitui apenas uma pálida expressão. É o que
chamamos, reverentemente, o AUM, que muito
tem a ver com o AMEN da religião cristã.
Na dedicação ao Senhor, no amor pela
Humanidade,
Assino como um irmão mais velho que
passou pelas etapas individuais mencionadas.

DJWHAL KHUL

30
As Novas Escrituras

Sobre o assunto da Invocação Maior, cabe-


me trazer-vos algumas palavras que muito têm a
ver com a vibração do Raio de que sou diretora.
Esta invocação serve de ponte entre a Nova
Era e a finda Era de Peixes. Suas tônicas mostram
já os fulgores do novo horizonte ao mesmo tempo
que conservam a nata, a melhor essência, dos
tempos ultrapassados. Recordai os três aspectos
da Divindade: Pai, Filho e Espírito Santo ou Shiva,
Vishnu e Brahma. Recordai que, na teologia hindu,
Shiva é visto como o Poder Supremo e o Destrui-
dor, Brahma como o Criador e Vishnu como o
Conservador, aquele que dá a coesão (aspecto
amor). Pois bem: a Invocação Maior é veículo da
influência desses vários aspectos da Divindade
Una atuando para cumprir o plano uno. Por seu
intermédio estais trabalhando em três linhas:
— Uma linha de destruição da escória, de
ultrapassagem daquilo que é velho e decrépito: os
resquícios da Era Pisceana que não serão úteis no
futuro. Nesta linha, a invocação mobiliza o poder
destruidor e purificador do Pai demolindo o velho
edifício para que o templo da Nova Era nasça das
ruínas. Para os filhos do Uno, somente faz sentido
a destruição que permite novas e melhores cons-
truções.
— Uma linha de construção da Nova Era na
qual operará o aspecto criador da Divindade Una.
A invocação pode ser utilizada para mobilizar o
aspecto inteligência, o poder criador de Deus (e do
deus interno a cada ser vivo), para criar novas
estruturas, novas ideias, novas instituições, novos

31
As Novas Escrituras

modos de relação, novos ideais, novas purezas e


novos poderes na família humana.
— Uma linha de preservação daquilo que, da
Era Pisceana, pode realmente alicerçar a Nova
Era. Se o tempo antigo está sendo ultrapassado, é
porque nele foi executada uma parcela do Grande
Plano podendo-se agora ir mais longe. A Era Pis-
ceana não constitui apenas algo de decrépito e
ultrapassado mas também uma sucessão de movi-
mentos que trouxe à manifestação mais algumas
características da Divindade e, designadamente,
do Deus deste planeta. Nem tudo o que pertenceu
aos 2.000 anos que medeiam entre a última vinda
do Cristo e aquela que agora se avizinha, pode ser
deitado fora, como alguma juventude desorientada
e muitos infelizes defensores involuntários do mal
pretendiam fazer. Pelo contrário: da Era de Peixes
devemos aproveitar o idealismo sutil e puro, o
anseio divino, a capacidade de sacrifício, a humil-
dade e a entrega que alguns filhos dos homens
souberam nos trazer por estarem em contacto
com Deus e Seus representantes.
Existem sempre, através dos tempos, valores
eternos que, não obstante a necessidade de
aprofundar sempre mais seu significado e adaptá-
los à nova visão e vivência, devem ser preser-
vados. A Era de Peixes trouxe-nos alguns desses
valores, que fundarão o novo ensinamento do
Cristo, colorido agora pelo 7º Raio, tonalidade
dominante da Era de 2.000 anos já iniciada.
Que mais tenho para dizer, irmãos? Que vós,
seres humanos, descobridores do Cristo interno,

32
As Novas Escrituras

herdeiros da Era de Peixes, tendes a oportunidade


de construir a Nova Era. Procurai escutar em
vossos corações o que isto significa: se quiserdes,
através da Invocação Maior como um dos
principais instrumentos, podereis construir
inteligentemente e desde já um novo modo de
olhar os vossos semelhantes, de conviver e de
trabalhar, de vivenciar aquilo que o Cristo em
breve vos explicará. De fato Ele vem para que um
dia a inteligência divina governe a Terra por meio
dos homens e para que estes encontrem em si
mesmos esse Cristo interno que lhes permitirá
cumprir a sua parte no Grande Plano Divino. Na
verdade tudo isto é muito mais maravilhoso do que
jamais podereis imaginar,
Na luz do Cristo da Nova Era e no amor aos
homens,

ROWENA

33
As Novas Escrituras

Bendita seja a libertação de todos os filhos e


filhas de Deus, homens, Anjos, Elementais e todos
os que têm seu lar no amado planeta Terra!
Irmãos, depois de terdes lido todas as men-
sagens antecedentes, é desnecessário insistir na
importância da repetida pronúncia da Invocação
Maior. Bom será que a pronuncieis uma vez por
dia; ótimo seria que a pronunciásseis três vezes
em cada dia; de qualquer forma, será sempre útil a
sua pronúncia.
Repetimos: até à manifestação do Messias
no mundo físico denso, que então poderá deixar
novo e poderoso Mantra para a Nova Era, esta é a
mais potente e importante de todas as invocações
conhecidas pelos homens. Repetimos ainda: ela é
um instrumento básico para a transmutação e
ordenação de vossas personalidades; um instru-
mento básico para a colaboração com o trabalho
do Cristo e dos Seres Ascensionados.
É mais do que isso. De fato, durante estes
próximos tempos, muitas batalhas se travarão, nos
planos sutis, entre as forças da Luz e as forças do
dragão negro (forças do mal) que, assim, irão
sendo precipitadas na Terra, conforme podereis
conferir ao ler o profético capítulo XII do Apoca-
lipse. A Invocação Maior constitui uma ponte que
atravessa a névoa, as trevas, a obscuridade (trazi-
das acrescidamente pelas forças do mal precipita-
das no plano físico) e que estabelece a ligação às
regiões da Luz.
Contudo é ainda mais. Na realidade aproxi-
mam-se grandes modificações climáticas e geoló-

34
As Novas Escrituras

gicas para a Terra. Haverá grandes movimen-


tações, grandes cataclismos, degelos, subidas de
águas, violentos sismos, erupções vulcânicas,
pestes... Estamos proferindo estas afirmações em
1985 e o futuro as confirmará. É afinal o que
tantos profetas e místicos vêm anunciando desde
há longo tempo. A ciência oficial e os homens
céticos riram mas hoje são os próprios cientistas
agnósticos e as próprias autoridades governa-
mentais que estão ficando cada vez mais cientes e
convictos desses fatos. Nesses tempos de dor, a
Invocação Maior será uma lanterna, uma luz
salvadora, um meio de atrair as atenções dos
protetores invisíveis. Referimo-nos à pronúncia
feita altruisticamente e para bem da Humanidade
em geral e não à hipócrita pronúncia por conside-
rações egoístas.
Finalmente, pediríamos que, após a pronún-
cia da Invocação Maior, visualizásseis a Terra
envolta em chama rosa para atrair, acolher e
envolver o Messias (esta é a parte da Humani-
dade); por cima, o Céu violeta da Nova Era (as
irradiações dos seres livres); no meio do Céu, uma
estrela dourada (a Estrela iniciática da Sabedoria
e do Amor, a Estrela iluminadora do Cristo). Vede-
a projetando-se sobre a Terra e sobre os homens
iluminando, purificando, ensinando, amando, liber-
tando, mostrando a sua face e dando-nos a mão.

SAINT-GERMAIN e PORTIA

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