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As Novas Escrituras

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As Novas Escrituras

Edição eletrônica revista e anotada


Ano de 2009

Centro Lusitano de unificação Cultural


do Brasil

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As Novas Escrituras


Outrora, irmãos, o meu amado discípulo João
Batista cumpriu a tarefa de abrir caminho e,
anunciando minha chegada, despertar as mentes
humanas para que prestassem atenção. Depois
eu vim, ele me reconheceu, assinalou-o e as men-
tes ainda embrutecidas souberam compreender
que eu vinha em serviço divino. Nesse tempo era
mais fácil conseguir que a mensagem penetrasse
nas mentes porque elas eram pouco ativas e o
trabalho preliminar consistia somente em desper-
tá-las para que captassem as novas ideias. A
capacidade crítica era diminuta.
Hoje, irmãos, estou de volta. O novo João
Batista, constituído por alguns grupos de discípu-
los aí está: ele trará novas de mim e do que venho
fazer e abrir-me-á caminho. No entanto a sua
tarefa (tal como a minha) será mais difícil: os meus
discípulos deverão despertar a receptividade de
mentes humanas errantes que estão aprendendo
a pensar e que são muito rápidas a julgar e a
criticar pelas aparências fechando-se em seu
orgulho. Eu deverei evitar a armadilha das polê-
micas estéreis e apelar para a intuição dos ho-

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As Novas Escrituras

mens que, como outrora fiz com suas mentes,


venho despertar. Como pano de fundo da nossa
atuação e como eterna chama de esperança,
traremos conosco o Amor e sua infinita força de
Sabedoria.
Este pequeno livro que venho prefaciar terá
um papel muito importante na tarefa inicial de
aplanar meu caminho porque dele transparecerão
o poder de uma inteligência pura e dilatada, o
apelo simbólico à intuição e a força inspirativa de
vários grandes seres, meus irmãos e pais da
Humanidade. Com ele, pois, está meu doce “Fiat”
e a esperança do que prenuncia.

MAITREYA

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As Novas Escrituras

Comunhão, irmãos, sabeis o que significa


esta palavra? Sabeis como deverá ser lido este
texto para que ela seja compreendida? Eis o
método: lede mas sempre procurando sentir
intimamente qual a verdadeira intenção do autor
das palavras materializadas. Este é um bom
método para lidar com todos os escritos, de todos
os tempos, em todo o mundo porque ele vos
conduz à verdadeira compreensão que surge
quando comungais com o pensamento do autor. O
que é comungar com o pensamento do autor? É
entrar em nosso interior aquela Unidade de que
esse outro eu faz parte.
Digo palavras estranhas? Talvez não. Aceitai
que, no mais profundo de vós próprios, nada vos
separa de nada e assim é possível a comunhão
com todos os seres emanados do Grande Uno. Aí
é possível encontrar todas as vibrações que
permitirão sintonizar-vos com o palpitante ritmo
vital de todos vossos irmãos; aí podeis descobrir o
eco de tudo que eles são e sentir que tudo é parte
de vós próprios.
Sei que novamente estas palavras, acolhidas
com benevolência por alguns, soarão estranhas a
muitos. No entanto tudo isto é para mim indu-
bitável e até essa estranheza é sentida em meu
coração sem que me perturbe.
Irmãos, é-vos difícil sentir a unidade das
coisas, dos seres e dos homens porque vos identi-
ficais com aquilo que não parece ser comum a
todos eles e lhe chamais eu. Vós, seres humanos,
identificais-vos com vosso pequeno ser, feito de

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As Novas Escrituras

pensamentos, desejos, recordações e vivências


sensoriais, assente numa base carnal falsamente
sólida mas que vos dá uma das poucas perma-
nências de que sois capazes. Identificando-vos
com o que difere entre vós e fincando o pé (como
o fazeis) nessa diferença formal, não podereis
encontrar a visão da unidade. Vos digo mais: não
podeis encontrar vossa real identidade perma-
nente pois quem se encontra pacífica e tranquila-
mente a si mesmo encontra todos os seres e
comunga com eles. Porquê? Porque o movimento
intrínseco é uma das realidades comuns àquilo a
que chamais seres vivos e porque a isso que
chamais movimento subjaz aquilo que chamais
energia e em tudo está patente a Vida, que
mostra-se como vibração essencial, palpitação.
Reparai irmãos como isto é simples: existe
em vós alguma coisa que é comum a todos os
seres; essa “alguma coisa” é também o que vos
faz mover, ser o que sois e aquele que sois.
Quando deixardes de vos identificar com o que em
vós existe de menos profundo e essencial para
vos identificardes com tal essência, encontrareis
aquilo mesmo que é via de acesso ao coração de
todas as criaturas. Somente então sentireis e
sabereis o que é a verdadeira comunhão.
Eu estou com a verdadeira comunhão. Sou
um dos seres que procuram implantá-la, ou
melhor, fazê-la consciente nas criaturas deste pla-
neta para que, no fim, elas atinjam a paz e a
tranquilidade que tanto lhes falta. Eu sei, para
além de todas as dúvidas, aquilo que os melhores

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As Novas Escrituras

poetas têm pressentido e ecoado em suas odes


ao amor e à paz de espírito ou que os grandes
místicos viveram durante instantes. Eu vos digo,
pois, que o melhor modo de acolherdes esta
mensagem será o silêncio pelo qual penetrareis
fundo em vosso ser procurando aí a fibra que
vibrará com ela. Para isso procurai colocar-vos no
lugar do autor ou em seu estado se preferirdes.
Tentai identificar-vos um pouco com aquilo que
pelo meu espírito perpassa constantemente: vivei
comigo!
Esta mensagem ficou por assinar. Talvez
isso não pareça nada estranho a quem ler com
olhos de ler, dada a impessoalidade de seu apelo.

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As Novas Escrituras

Pela Fé, pelo Poder, pelo Amor, pelo triunfo


do Pai, Deus de todo o Universo, Senhor de todos
os destinos em vós, em mim e no mistério do tem-
po: vos saúdo, irmãos!
Venho anunciar que comigo está o poder: o
poder que o Pai colocou em mim para que nova-
mente se cumpra o que está escrito em Sua Von-
tade portentosa. Invocai-me, sempre que seja
necessário, para que se faça a nova afirmação do
amor. E, uno com legiões e legiões de relam-
pejantes anjos azuis, filhos diversos do mesmo Pai
celeste, irmãos convosco na mesma caminhada,
responderei. A Chama Azul do Poder e da Fé des-
cerá para afastar trevas, dispersar trevosos, quei-
mar obstáculos e alargar veredas de comunhão.
Não hesiteis: chamai por meu nome e res-
ponderei. Aprendei, contudo, a chamar pois eu so-
mente atendo chamadas verdadeiras: das que são
ditadas pelo amor, das que cumprem a Nova Era,
das que brotam da inspiração da presença divina
em vós, imperturbavelmente eterna na afirmação
do ser.
Para que os seres comunguem, apelai e
recebei o impulso. Meus seres angélicos são a or-
dem defensora da justiça verdadeira, que é lei de
equilíbrio e servidora da unidade. Eu, uno com os
Anjos da Fé e do Poder, defendo os caminhos do
amor para que agora e sempre os homens saibam
que não estão sós e que podem tocar as auras de
outros seres enriquecendo-se com partes da uni-
dade.
Determinadas correntes de energia divina

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As Novas Escrituras

não podem ser quebradas e determinados estados


cíclicos devem sempre atingir a culminação em
ordem. Por isso vos garanto, irmãos, que o mal
está já batido e que seus representantes serão
inexoravelmente expelidos para longe sempre que
ousem fazer frente à Fraternidade em avanço. Por
isso vos digo que me chameis para que eu possa
encontrar em vosso interior a ténue fibra através
da qual pulsará o poder divino. Por isso,
finalmente, eu vos asseguro que nada pode opor-
se ao triunfo definitivo do saber e do amor que
salvaguardarei pela fé inabalável e pelo ímpeto
vibrante de minhas hostes.
Benditos sejais, sempre!

MIGUEL

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As Novas Escrituras

Irmãos, vós não tendes a gratidão!


Começais por não ter gratidão pela vida e
esse é o maior causador de todos os outros
pecados de ingratidão. Ela é-vos concedida pelo
Ser bendito que é a vida de todo o Universo, pelo
poderoso Deus que tudo sustenta com a Sua
presença. Essa é a maior de todas as dádivas.
Não me refiro àquilo que os homens costumam
chamar vida, isto é, a existência no plano físico. A
Vida é um conceito tão elevado que é sumamente
difícil, senão impossível, defini-lo às mentes
humanas. No entanto a vida não é a existência
física mas sim aquele sopro sustentador do ser
que permite a existência em todos os planos
(físicos ou não).
O que chamamos de vida é-vos concedido
em estado puro, em estado inqualificado, em
estado virgem, podemos dizer. Cabe a cada ser,
com seus impulsos de ação física ou psíquica,
qualificá-la negativa ou positivamente. Cada ser e,
mais especificamente, cada ser humano tem a
grave responsabilidade de ir colorindo negativa ou
positivamente esse impulso de vida que lhe é
concedido e de fazer de seu mundo e do mundo
dos outros um céu ou um inferno. O mundo pode
ser (e um dia há de ser) um verdadeiro paraíso
quando apenas qualificardes a vida de forma
positiva, harmônica e amorosa. Nesse dia, o reino
de Deus estará assente sobre a Terra. Entretanto
os homens, com suas ações de desamor, desar-
monia, egoísmo, violência e estupidez, têm prefe-
rido construir um mundo de males, doenças,

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As Novas Escrituras

sofrimento e dor. Tudo isso, irmãos, porque vós


não tendes a gratidão!
Além de não mostrardes gratidão pela vida,
vós não mostrais gratidão pelos vossos irmãos
(com quem estais imersos na mesma vida que a
todos sustém) nem mesmo por aqueles que vos
estão mais próximos percorrendo também o reino
evolutivo humano.
Os seres humanos deveriam estar unidos
numa fraternal comunhão de amor e de vida.
Deveriam ter percebido que a verdadeira vitória só
poderá ser a de todos. Contudo, ao longo dos
tempos, seres humanos têm violentado, escravi-
zado, tiranizado, roubado e espezinhado outros
seres humanos. Têm chegado mesmo ao ponto de
se permitirem, através da morte, tirar a outros
seres humanos a possibilidade de continuarem a
viver - e a aprender - no plano físico. Têm-se
desencadeado os mais cruéis conflitos por diferen-
ças de raças, de países, de cidades, de partidos,
de interesses e até de religiões. À parte disso,
existem as crueldades de todos os dias feitas de
egoísmo, de faltas de ternura e de compreensão,
de traições, mentiras e enganos, agressões, insul-
tos e atropelos, irreconhecimentos e zombarias e
de tolas, irrisórias e pretensas superioridades
baseadas em maior riqueza, posição, origem
social, educação ou hábitos - coisas muito impor-
tantes, na verdade, para quem vive na aparência,
incapaz de enxergar algo de mais profundo.
Sim, os homens são irmãos, chegam mesmo
a chamar-se irmãos mas portam-se ainda com os

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As Novas Escrituras

velhos instintos canibais ou mesmo bestiais. Tudo


isso, irmãos, porque vós não tendes a gratidão!
Se fazeis tudo isto aos vossos semelhantes
da Humanidade, o que não fareis aos habitantes
dos reinos gradativamente menos evoluídos? Aí
não há quaisquer barreiras: julgais que tudo é
permitido porquanto entendeis que tendes poder
sobre essas criaturas.
Tendes poder, sim, mas não para serdes
cruéis. Também um pai tem algum poder sobre
seus filhos, enquanto jovens, mas isso não lhe dá
o direito à crueldade pois esse poder deve ser
exercido no próprio interesse daquele sobre quem
recai. De igual modo a vossa superioridade em
face aos vossos irmãos mais jovens, manifestados
sob uma forma animal ou vegetal, não vos exime
de responsabilidades. Vós, todavia, não pensais
assim e por isso torturais, abateis, exterminais,
cortais e queimais a vosso bel-prazer aqueles com
quem podereis conviver num paraíso e que
existem (ainda que vós o não possais perceber)
para convosco comungarem na mesma alegria de
vida. Vós tendes preferido ser inimigos de tudo,
até de vós mesmos. Tudo isto, irmãos, porque vós
não tendes a gratidão!
Além dos reinos evolutivos patentes, existem
outros, invisíveis a vossos olhos profanos e
ingratos. Quando tudo estiver certo e souberdes
ser harmoniosos e pacíficos, uma multidão de
seres - Anjos, Arcanjos, Gnomos, Duendes, Ondi-
nas, Silfos e tantos outros - fará parte de vossa
vida e comungará visivelmente convosco. Agora,

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As Novas Escrituras

porém, eles têm de se ocultar porque, em nome


da Lei, assim o mereceis. Eles sofrem com essa
separação e também com o modo como menos-
prezais as virtudes de que uns são guardiões ou
como usais, aviltais ou tratais com indiferença e
desamor a matéria (seja em que nível ou estado
for) de que outros são os construtores ou a própria
essência. Tudo isto, irmãos, porque vós não ten-
des a gratidão!
Porque sei o mal que a vós próprios fazeis
com tais atitudes, eu suspiro e oro: “Oh, irmãos, se
vós tivésseis a gratidão!...”

LAMORAE

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As Novas Escrituras

Irmãos, só sereis capazes de viver a grande


alegria da comunhão com todos os outros seres
quando o vosso fascínio pelas aparências e pelos
fenômenos decair e voltardes a atenção para o
íntimo das coisas.
A aparência divide pois, olhando para a multi-
plicidade das formas e dos fenômenos, só encon-
trareis motivos de separação. Vós sereis facil-
mente tentados a sentir-vos afastados de um ser
humano com cor de pele diferente, de uma planta
ou de um ser encarnado no reino animal; achareis
difícil sentir-vos comungar com um homem ou
mulher que tenham, por exemplo, uma ideologia
política contrária à vossa.
No entanto, acima das formas e dos fenô-
menos que dividem, as qualidades agrupam e a
vida divina une. Podeis encontrar o amor, a beleza
ou a sabedoria tentando, ainda que incompleta-
mente, manifestar-se numa mulher ou num ho-
mem de qualquer ideologia. A vida (o sopro da
vida) existe, sem dúvida. em qualquer ser.
Nós, Anjos e Arcanjos, somos os guardiões
do lado interno das coisas. Vós, seres humanos,
estais frequentemente ocupados com a aparência
e as formas; nós nos dedicamos às qualidades e
às virtudes. Por isso, quando vos dedicais
fortemente a certas qualidades ou virtudes, estais,
conscientemente ou não, a poder contatar e a
receber apoio de alguns de nós. Através das
qualidades, nós comungamos realmente.
Aos irmãos de vosso mundo um pouco
menos evoluídos, um pouco mais jovens de alma,

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As Novas Escrituras

falta a unidade na diversidade. Aos irmãos de


nosso mundo, ainda menos realizados, falta maior
diversidade na unidade. Quando vós transmu-
tardes a vossa ferocidade e a perfeita comunhão
for possível, marcharemos lado a lado, de mãos
dadas.
Que a luz do Cristo brilhe dentro de vós!

JOFIEL

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As Novas Escrituras

Vós, irmãos, sereis vencidos pelo amor. A


ferocidade do animal humano que habita dentro de
vós será submetida ao poderoso homem divino
que é vosso ser real. O amor de Deus interiorizado
em cada ser, em seu íntimo, é aquilo que é real.
Tudo o resto, transitórios resquícios de imperfei-
ção e de desamor, são poeiras que temporaria-
mente ocultam o brilho imperecível desse dia-
mante de amor. Embora imortal, ele é temporaria-
mente obnubilado pela poeira do esquecimento
até ao dia, irmãos, em que o amor seja suficiente-
mente forte para que vos lembreis do vosso
diamante profundo.
Então começareis a limpá-lo da poeira exte-
rior que o obscurece até que seu fulgor possa
brilhar de novo em toda sua magnificência e não
só nele vos descobrireis a vós mesmos mas
também descobrireis a presença real do Pai e a
comunhão com a jóia íntima manifestada no
coração de todos os seres.
Vossa vida mudará para sempre pois não
mais consentireis em conspurcar-vos no desamor,
no egoísmo e no pó das aparências. Então
contemplareis, enternecidos, a grandeza do amor
que tudo sustenta e, no cimo de um monte, vosso
coração exultará com a visão da beleza do mundo,
do todo unido pelo alento do Pai Eterno. Depois,
irmãos, vossa vida será toda consagrada a
descobrir, a fazer revelar a beleza oculta em cada
ser e a ensinar a cada um de vossos irmãos no
amor profundo que a dureza de sentimentos, o
orgulho da mente e a maldade das ações têm de

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As Novas Escrituras

ser transmutados em alegria. Onde, irmãos,


encontrar alegria, senão no amor mais profundo?
Quando, irmãos, fordes para sempre venci-
dos pelo amor, vossa vida será todos os dias uma
festa de comunhão e todos os seres serão iguais
para vós, à luz da eternidade.
Quando, irmãos, fordes para sempre ven-
cidos pelo amor, vós vivereis em Cristo e o Cristo
viverá em vós para sempre, para a eternidade, no
amor mais profundo.
Se vos disserem que nós desprezamos o
intelecto, não devereis aceitar isso como verdade.
Pelo contrário, nós não queremos mais o místico e
o devoto ardente de emoção mas destituído de
uma mente forte, desenvolvida e consciente. O
que não podemos deixar de repetir, todavia, é que,
acima da mente concreta (com seus próprios
processos), existe algo muito superior: a intuição.
As duas devem unir-se e não eliminar-se cabendo
a cada uma seu lugar. A intuição deve ficar como
o fator inspirador e a luz que guia; o intelecto,
como o princípio que trabalha e concretiza os
sussurros da intuição. Esta é uma conquista
fundamental para a vivência da comunhão pois
representa uma consciência muito mais alargada
do que a puramente intelectual. Enquanto o
intelecto trabalha com partes, com somas e enca-
deamentos de fatos e com pensamentos particu-
lares, a intuição traduz-se em apreensões totais
que captam a síntese íntima dos fenômenos, das
coisas e dos seres. A intuição pode fazer ver num
instante o que o intelecto poderia levar anos a

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As Novas Escrituras

compreender. A intuição é dirigida ao todo, a


mente às partes. Por isso a intuição leva à
comunhão, à vivência do Todo.
Uma verdade que, quando integralmente
aceite e compreendida, contribuirá decisivamente
para que se viva em comunhão é a da evolução e
das vidas sucessivas. Não deveis separar estas
duas teorias pois a sua interligação é profunda. De
fato vive-se, encarna-se sucessivamente com o
fim de evoluir, de se obter um aperfeiçoamento
cada vez maior. Quando um homem aceita e
compreende profundamente estas verdades, sabe
que, desde idades incontáveis, viveu sob muitas
formas, em muitas circunstâncias e lugares. Sabe
que existiu em corpos de várias raças, cores,
nacionalidades e de um ou outro sexo. Sabe que
passou, embora os tenha superado definitiva-
mente, estados de evolução semelhantes aos
atuais reinos animal, vegetal e mineral e que
progride para integrar-se em reinos superiores ao
humano. Sabe que cometeu os mesmos erros e
teve as mesmas faltas que agora pode observar
em seus semelhantes e que à sua frente estão
seres que o precedem em progresso e evolução.
Sabe que as situações em que hoje se encontram
outros seres podem ter sido as suas de ontem ou
vir a ser as de amanhã. Por isso sentir-se-á mais
identificado com quem agora está revestido de
uma forma diferente da sua. Por isso tenderá a
sentir-se menos separado de quem considera
estar errado e mais facilmente usará o perdão -
outro dos fundamentos da verdadeira comunhão.

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As Novas Escrituras

Por isso sabe que seus inimigos de hoje serão


seus amigos de amanhã, tal como sabe que
aqueles de quem hoje sofre injustiças podem ter
sido suas vítimas no passado. Por isso sabe que
todos os seres estão irmanados e devem
comungar no mesmo objetivo, que é a evolução e
a marcha para a perfeição.
Irmãos, pela minha parte tudo farei para que
a verdadeira comunhão seja um fato entre todos
os seres do planeta (fisicamente encarnados ou
não) e para que possa-se ainda inaugurar uma
superior comunhão com os habitantes de outros
planetas e sistemas. Na verdade, em todos os
mundos, sistemas e galáxias se marcha para a
grande comunhão universal. No entanto, irmãos,
isso só poderá começar a ter sentido para os
homens e mulheres da Terra quando já viverem,
ao menos em parte, a realidade da comunhão
planetária.
Eternamente convosco e sempre pronto a
servir-vos,

RAFAEL

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As Novas Escrituras

A vivência da comunhão, tal como a temos


exposto, não é uma utopia. Ao longo dos tempos,
homens como S. Francisco de Assis e outros
místicos cristãos, no Ocidente, como Ramakrishna
e tantos místicos hindus e budistas ou ainda adep-
tos Sufis e outros místicos do Islão têm vivido os
conceitos aqui propostos. Para isso, irmãos, preci-
sais muito de três coisas: humildade, introspeção
e amor.
Necessitais de humildade para vos dirigirdes
quer aos seres que estão acima, quer aos que
estão abaixo, quer aos que estão paralelos a vós.
Lembrai-vos do exemplo do Cristo: em Sua mani-
festação de há 2.000 anos, era humilde para com
o que estava acima de Si. Ele mesmo dizia:
“Porque me chamas bom (mestre)? Só o Pai é
bom!” Ele é igualmente humilde para os que estão
abaixo de Si pois ama os homens e os seres
imersos nas trevas. Não devora nem tortura
cruelmente os seres que estão abaixo d'Ele como,
afinal, vós costumais fazer. Além disso precisais
ainda da humildade para conhecerdes que a
verdade é um diamante de muitas faces, um
edifício com muitas partes, das quais podereis
estar olhando apenas para uma. Assim mais
facilmente respeitareis e sentireis a necessidade
de comungar com os que possam estar vendo
outra face ou outra parcela da verdade.
Precisais também de introspecção pois, por
estranho que pareça, é dentro de vós que encon-
trareis a comunhão com os outros. É dentro de
vós que encontrareis vosso ser profundo,

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As Novas Escrituras

emanação de Deus e princípio de unidade. Esse é


o ser capaz de sentir-se em comunhão íntima com
todos os outros seres. Eis uma afirmação plena de
significado e contra a qual não se pode sofismar.
Finalmente precisais de amar muito pois é o
amor que une e faz comungar. Amai muito sobre-
tudo os homens e os seres que, por sua apa-
rência, raça, ideologia, religião, sexo ou cultura,
possam parecer mais contrários a vós. Amai
sempre cada vez mais lembrando que o amor só
pode ser perfeito quando é sabedoria, tal como a
sabedoria só é perfeita quando é amor e tal como
ambas só serão verdadeiramente úteis quando
impulsionadas por uma poderosa vontade. Na
verdade, irmãos, é preciso que em vós exista
também a comunhão das diversas qualidades e
virtudes.
Eu oro para que isto seja possível pois, ver-
dadeiramente, vos amo.

SAMUEL

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As Novas Escrituras

Tem-vos sido apontada a equivalência entre


o amor e a comunhão. Não pode haver verdadeira
comunhão sem que a ela tenha levado o amor, tal
como não pode existir o verdadeiro amor sem que
este tenha sido preparado, alicerçado e construído
sobre uma sentida comunhão.
A este binômio amor-comunhão pode e deve
acrescentar-se um terceiro elemento: a alegria.
Com esta constrói-se o triângulo perfeito (alegria-
amor-comunhão). Este é o objetivo de toda a evo-
lução. Esta é a meta que toda a Humanidade bus-
ca e tão desajeitadamente tem procurado atingir.
Como encontrar a alegria, caminho direto pa-
ra o amor-comunhão? Será que ela se atinge atra-
vés do prazer físico, do bem-estar material ou da
abundância econômica? Não se pode dizer que
não. Mas esses estados raramente induzem à ver-
dadeira alegria. Mais frequentemente conduzem à
preocupação em não perder o conquistado, ao e-
goísmo, à auto-admiração, quando não ao ódio, à
separatividade e à luxúria. Por isso, aquele ou a-
queles que velam pelo bem da Humanidade fre-
quentes vezes se servem de uma maravilhosa dá-
diva que fazem chegar a esta: a dor.
A afirmação que acabo de fazer parecerá a
muitos um paradoxo. Contudo alguns de vós já
terão por certo compreendido o significado profun-
do da mesma. A dor, dádiva providencial, é a porta
que se abre para o caminho mais direto na obten-
ção da alegria. É ofertada individualmente sob a
forma de doença, humilhação, perda de bens, po-

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As Novas Escrituras

sições ou entes queridos e coletivamente através


de pestes e epidemias, guerras, grandes aciden-
tes, catástrofes naturais, etc.
Entre os homens mais evoluídos, a dor é re-
cebida com gratidão. As provocações são acata-
das e vencidas com fé, coragem, energia e amor.
Destas qualidades resulta a alegria das contas sal-
dadas, dos serviços prestados, dos deveres cum-
pridos. Esses homens continuam a evoluir atin-
gindo, desta forma, estados cada vez mais avan-
çados de comunhão com o todo, de fusão com o
divino, de regresso à Casa Paterna.
E o resto da Humanidade? Aqueles que não
sabem receber a dor com a gratidão devida às
grandes dádivas? Aqueles a quem a dor provoca
revolta, rebelião, ódio e amargura? Esses, meus
irmãos, são aqueles que mais seriamente nos pre-
ocupam. Esses, meus irmãos, sendo embora as
ovelhas tresmalhadas que, em veloz correria, fa-
zem com que os cães fiéis e os zelosos pastores
percam seu tempo em quase vãs procuras e cha-
mamentos, são também as ovelhas que não que-
remos ver perdidas e a quem fazemos um derra-
deiro chamamento porque o dia está finando e é
preciso recolher a chão coberto.
Em ocasiões desta natureza é frequente-
mente necessário que aquele ou aqueles que ve-
lam por todos recorram a um supremo ato de dádi-
va amorosa que se reveste da forma da grande
dor coletiva. É então que, por vezes, surgem a
grande guerra, a grande catástrofe, o grande dilú-
vio ou o grande cataclismo.

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As Novas Escrituras

Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça.


Quem tiver coração para sentir, que ame. Quem
tiver cabeça para pensar, que se alegre. Quem
tiver a alma a comandar, que comungue.

MIGUEL

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As Novas Escrituras

Ritmo vibrante. perfeição onipresente. Trans-


mutação. Liberdade. Nestes quatro pilares assenta
o império da Nova Era. por estas quatro rodas
desliza o veículo da Nova Era. Desta argamassa
cimenta-se o templo renovado.
Eu sou o Arcanjo do 7º Raio. Venho falar
destas coisas para que cada vez mais vos seja
dado envolver-vos na chama violeta e subir por
seu impulso. Defini quatro tônicas; delas falarei.
Ritmo vibrante. O ritmo é a chave de todas
as permanências. Toda a estrutura da matéria as-
senta em ritmos vibratórios: aqueles que definem
as características dos átomos e as suas possibili-
dades. Todas as variantes de energia podem ain-
da ser caracterizadas pelo ritmo: ele faz variar a
cor, o alcance e, sobretudo, define o tipo de ener-
gia. Meditai para descobrir se não é assim recor-
dando os conceitos de comprimento de onda e de
frequência vibratória. Vede agora que existem rit-
mos básicos e frequências vibratórias básicas que
constituem a matéria prima de que tudo pode ser
derivado: todas as matérias, todas as energias e
respectivas propriedades. Em seguida, compre-
endei que o 7º Raio irá abrir-vos a via para que
utilizeis o ritmo em vossas vidas e compreendais
melhor a importância de respeitar e amar os ritmos
em vós e em todas as emanações de vida: ritmos
cardíacos, ritmos vitais e sonoros; ritmos visíveis,
audíveis ou simplesmente inteligíveis. Aprendei a
valorizar o ritmo, a compreendê-lo e amá-lo cada
vez mais alto e mais longe para que sua perfeição
aumente. Esta é uma de minhas recomendações.

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As Novas Escrituras

Outra tônica é a da perfeição onipresente. O


7º Raio - principal força construtora em ação na
Nova Era de 2.000 anos - não é a perfeição mas é
maravilhosamente aperfeiçoador: penetra em vós
e em todas as emanações de vida trazido pela
benção dos grandes seres ou da sublime presen-
ça divina em vós e aperfeiçoa tudo quanto está
imperfeito. A chama energética violeta converte a
falta de saúde em equilíbrio e livre circulação da
energia da alma seja no plano físico ou nos níveis
psíquicos. Ela transforma estados de espírito debi-
litantes e contraproducentes em poderes e capa-
cidades de conquista. Sobretudo, modifica e aper-
feiçoa atitudes, emoções e pensamentos para que
a luz possa penetrar na forma e ser nela desperta-
da. Não será esta a grande tarefa da evolução?
Falemos agora da transmutação. A chama
violeta é ainda a chama da transmutação. Inspira
o ritmo e gera as perfeições que, finalmente, per-
mitirão a transmutação do chumbo (a escória da
Humanidade) em ouro espiritual. Ela vos traz a
chave para que, utilizando vossas energias segun-
do o ritmo adequado, com conta, peso e medida,
na dose devida para cada atividade, possais vos
aperfeiçoar e, por fim, vos transmutar completa-
mente nas manifestações divinas que sois essen-
cialmente. Isto nos transporta à última tônica - últi-
ma na ordem que escolhi e não porque não exis-
tam e se interpenetram todas simultaneamente.
A chama violeta é a chama da liberdade.
Traz às emanações de vida deste bem-amado pla-
neta a ocasião, a oportunidade misericordiosa, de

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As Novas Escrituras

se libertarem da ilusão e da dor e alcançarem a


“liberdade dos Céus”. Ela cria as condições para
que todos despertem em si mesmos o potencial
divino e possam exercer a liberdade que ele lhes
traz. Esse potencial depende do ritmo, do aperfei-
çoamento e da transmutação para ser exercido na
liberdade que o caracteriza e é direito e respon-
sabilidade de todos. Por fim, irmãos, tudo isto é
impossível sem o amor e a comunhão das almas.
O egoísmo (tal como todo o desrespeito e intole-
rância para com o arbítrio dos outros) impede ca-
da um de ser livre. Somente, quando esta grande
verdade for realizada por vós e quando compreen-
derdes que é impossível ser livre quem pretende
colocar cadeias no corpo ou no espírito dos ou-
tros, podereis atingir a recompensa da era do 7º
Raio.
Deixo-vos a minha bênção de luz.

EZEQUIEL

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As Novas Escrituras

Em nome de Deus! Vos anuncio que, no futu-


ro, não haverá quaisquer barreiras entre as almas
de todos os seres. Tudo quanto existe no Universo
celebrará e viverá a grande bem-aventurança de
que tudo é uno. As almas de todos os irmãos (seja
qual for a forma que ocupem) serão tão íntimas,
vivenciadas e compreendidas como a própria alma
de cada ser.
Tudo isto pode parecer uma linguagem estra-
nha para alguns ouvidos e algumas mentes. Tudo,
porém, é simples, mais simples do que todas as
explicações da ciência dos fenômenos ou do que
as vãs teorias de sistemas veiculadas pelos presu-
midos intelectuais das aparências.
Há um Ser que sempre foi porque é da Sua
essência ser. É impossível Ele não ser. No Univer-
so tem, teve e terá sempre que haver algo pois
sua essência é precisamente ser. Ele é a Vida de
todo o Universo. Podem chamá-lo Ser ou Vida ou
Deus ou Absoluto ou o Pai ou Parabrahman ou o
Grande Alento ou o Grande Oceano ou a Essência
de tudo. É indiferente. Ele é a unidade portentosa
de que derivam todas as pluralidades. Ele é o imu-
tável, o que permanece sempre, porque só a Vida
e o Ser são imutáveis e permanecem no centro da
constante cambiante das formas e dos fenômenos
que são a expressão.
Esse alento respira nas expansões e contra-
ções de todos os seres. N'Ele tudo vive, se move e
tem o ser individual. É d'Ele o sopro donde vêm
todos os sopros, é Ele o Uno de onde vêm todas
as formas particulares, é Ele o Ser que dá o ser a

28
As Novas Escrituras

todos Seus filhos, é d'Ele a vida que pulsa em to-


dos os corações - dos homens, dos Anjos, dos Ar-
canjos, das Fadas ou dos Silfos, dos animais, das
plantas, dos planetas, das estrelas e das pedras
pois todos têm coração. De fato o coração - que
existe em cada ser - é o centro magnético onde se
manifesta uma expressão individual dessa vida
una, uma centelha de ser e de vida à volta de cuja
presença atraente se agrupam os átomos. A vida
que há em todos os corações de todos os seres é
igual, é idêntica porque vem da mesma fonte, da
mesma vida que é a origem e o ser de tudo.
Somos, pois, todos nós, acima, abaixo, para-
lelamente ao reino humano ou dentro deste, gotas
do mesmo oceano. Por isso devemos comungar e
sermos unos. Só uma absurda imperfeição, filha
do pecado original da separatividade e do egoís-
mo, nos tem separado por tão longo tempo, tão
longo! Eu, porém, anuncio-vos que, um dia, ne-
nhuma barreira haverá entre as gotas do grande
oceano.
Também já vos foi anunciado o nascimento e
a oportuna manifestação do Senhor Cristo, do pro-
feta Maitreya, do grande enviado Madhi. Eu contu-
do, anuncio-vos agora o surgimento de um outro
Cristo, ainda mais importante do que aquele: o
Cristo grupal, o grande intermediário constituído
pela união de todos os discípulos. Este é o Avatar
grupal vindo dos melhores filhos da Mãe Huma-
nidade (aqueles que querem e sabem servir) como
o Cristo Maitreya é vindo da casa do Pai.
Alguns, incautos e irrefletidos, desprezarão

29
As Novas Escrituras

talvez ou, pelo menos, não considerarão a real im-


portância desse Cristo grupal pois isso pode impli-
car trabalho e também confiança nas capacidades
íntimas do homem e é mais fácil esperar a salva-
ção por obra de um Filho de Deus. No entanto, eu
vos digo que os homens e todos os seres são tão
filhos de Deus como o Senhor Maitreya, Cristo ou
Madhi (como o queiram chamar). A diferença está
apenas na vontade de utilizar as mesmas capaci-
dades infinitas com que Deus dotou cada um de
Seus filhos e na vivência e realização dessa filia-
ção. Por grande, poderoso e sublime que seja - e
é - um Cristo individual que entre vós se manifes-
tará, maiores coisas que as d'Ele pode fazer o
Cristo grupal. Aliás só se as fizer poderá cumprir-
se integralmente o Plano. Se assim for, posso a-
nunciar-vos que esta manhã será mais bela e me-
nos brumosa do que as outras e os raios de Sol
serão mais brilhantes do que os de antanho.
Uno convosco e com tudo no grande oceano,
Eu sou

GABRIEL

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As Novas Escrituras

Da comunhão de todos os discípulos e


homens de boa vontade nasceu, no seio da Mãe
Humanidade, o Cristo grupal. Este é o filho do
homem que, junto com o filho de Deus Pai, o
Cristo Maitreya, trabalha pela evolução de toda a
Humanidade.
Esta, irmãos, é pois a época histórica em
que, pela primeira vez, se unem um Messias, um
Cristo vindo do Pai e um Messias, um Cristo
grupal que sintetiza o melhor da Mãe Huma-
nidade. O grau de crescimento da consciência da
Humanidade possibilita que, pela primeira vez, ela
colabore, através dos seus melhores filhos unidos
em um só, no esforço crístico, na sua própria
redenção.
Existem, algures em várias partes da Terra,
grupos de discípulos que sintetizam e canalizam
este esforço que agora se pede a todos os discí-
pulos e homens de boa vontade. Eles são como
que os signos zodiacais por onde viaja o Cristo-
Sol. Eles são, contudo, apenas a síntese, repito-o,
posto que necessária se faz a colaboração de
todos os discípulos dos Mestres e de todos
aqueles em que começa a despertar o espírito do
Cristo.
Nesta hora, em que a Humanidade pode
colaborar conscientemente em sua própria reden-
ção, vos pedimos, pois, que mediteis profunda-
mente no que foi dito; vos apelamos a consa-
grardes vossas vidas a servir e a colaborar na
ascensão da Humanidade; vos convidamos a
esquecer divisões, separatismos de pormenores e

31
As Novas Escrituras

de caprichos e a vos juntardes às energias e às


vontades que vivificam esse Cristo grupal de que
vos falo. Todos são preciosos e, como disse um
irmão nosso, “até migalhas são úteis no grande
serviço”.
Creio ter dito o suficiente a todos aqueles
para quem as palavras Amor e Serviço são mais
do que palavras. A esses em particular mas
também a todos os seres humanos em geral dou
minha benção.

PAULO (Mahachohan)

Nota da edição eletrônica de 2009: A figura do Cristo Grupal consti-


tuída por grupos selecionados de discípulos, foi mais tarde alarga-
da a todos os homens e mulheres de boa-vontade, que constituem
o Novo Grupo de Servidores do Mundo. Eles são agora o autêntico
Avatar que sobe e se encontrará com o Avatar de desce (Maitreya)
num verdadeiro e inédito matrimônio Crístico.

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As Novas Escrituras

Da profundeza onde Sou, ouso falar-vos de


mim. Deus mo autoriza e a consciência a isso me
impele. É preciso dar-vos a ideia de quem Sou e
como sinto, até onde as palavras puderem ir. O
restante percurso acontecerá em vosso íntimo.
Minha pátria é o Universo todo a que não me
apego. Meu ser é todo de Deus pois mais nenhu-
ma entidade é digna de possuí-lo: nem eu nem
ninguém. É de Deus pois, na verdade, esta reali-
dade está além de todas as entidades.
Já fui mil homens, seres e coisas. Senti mi-
lhares de emoções, tive milhares de pensamentos,
vivi e revivi. No entanto não sou nem nunca fui
apenas um homem pois sei que algo me impelia e
esse algo é infinitamente maior.
Aspiro à realização final da unidade. Contudo
as perturbações de outrora já não são comigo:
transcendi-as e deixei de ser aquele que as sofria.
Perdi-me para descobrir que a bússola do espírito
me guiara até ao ponto de julgar-me perdido para
me reencontrar. Desde então não sou feliz nem
poderoso. Não chamo meu a nenhum trono, não
gozo a companhia de ninguém. Não protesto por
nenhuma herança, não conheço o mundo nem
vivo nele. Me banho no Oceano da Vida e sinto e
comungo com o poder superior a mil bombas atô-
micas. Em meu coração estão contidas as cria-
turas do Universo, que abraço. A mente de que
me sirvo é pura luz, cedida por Aquele de Quem
nada sei dizer. Estou ligado a um nome ao qual
prestam homenagem apenas porque o equilíbrio
das coisas assim o pede e a ação se faz segundo

33
As Novas Escrituras

a lei. Não tenho que chegar a lugar algum; no


entanto a velocidade em que vivo é superior a mil
vezes mil lasers, mil vezes um milhão de fogue-
tões.
Não amo nenhum ser particular como quem
ama um ser particular porque onde Sou tudo é luz
e chama dourada de amor.
Não tenho raiva a obstáculos pois no reino
onde vivo não existem coisas que se superem
mas apenas energia que progride inexoravelmen-
te.
Sinto vontade de ser sem querer ser porque
o apelo dos homens ecoa em meu coração e é
bom perante o Pai que assim seja. Por isso volta-
rei, se isso é palavra que expresse o real, até vós.
Mostrarei algo que me fará inteligível para vos
convidar a superar a limitação de tudo o que já
haveis pensado. Eu Sou amor, luz, vibração e o
que está além deles. Sinto harmonia em situações
insuspeitadas e veiculo energia que nunca pode-
reis imaginar se fordes só homens.
Pela minha vinda sereis ascendidos se dei-
xardes a ascensão elevar-vos. Comigo apren-
dereis se deixardes que a sabedoria aconteça em
vós, despertada serenamente. Pelo meu poder
abandonareis todos os tronos se deixardes a pura
e infinita ambição do Deus interior trabalhar partin-
do de vosso coração. Comigo aprendereis as
mensagens de que necessitais desde que saibais
escutá-las sem me ver.
Partilhai do meu dia e a comunhão trabalhará
em vós. Vinde até mim, vinde comigo e sabereis

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As Novas Escrituras

todos os lugares, todas as coisas e todas as ale-


grias. Partilhai a vibração e nada jamais nos sepa-
rará.
Eternamente, Eu Sou,

MAITREYA

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As Novas Escrituras

O Livro da Comunhão está a chegar ao fim


mas a vivência, a festa da comunhão, está ainda a
começar com uma Nova Era.
O que lestes neste livro contém em si as
sementes da grande fraternidade a ser vivida no 3º
Milênio, a qual unirá em estreito abraço os ho-
mens entre si, com os reinos e seres que lhe estão
acima ou abaixo no arco evolutivo e com os reinos
Angélico e Elemental que lhes estão paralelos.
Contudo isto só poderá acontecer se os princípios
contidos neste livro forem realmente vividos. Nós
nutrimos a esperança de que compreendais como
este livro deve influir em todos os aspectos da
vossa vida, desde a política à alimentação, pas-
sando pela totalidade dos vossos pensamentos,
sentimentos e atos. Deveis, portanto, ter diaria-
mente presente nas vossas vidas este sublime
conceito de comunhão. Pedimos em especial que
nele vos concentreis mais fortemente em todos os
períodos de lua-cheia. Nesses dias, em particular,
procurai sentir como todos os seres - desde o
mais elevado Mestre até à mais minúscula bacté-
ria - estão unidos na mesma Vida que a todos
sustém e penetra.
Todo o sentido do Universo e de cada criatu-
ra é marchar para Deus. Nele todos seremos unos
porque é dele que vêm todo o ser e toda a vida.
Eis, pois, por que tudo o que possa levar à unida-
de está no caminho do bem, que é o caminho de
Deus.
Nós rogamos para que isto seja possível
porque é parte do plano que Deus quer para esta

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As Novas Escrituras

Nova Era que desponta. Pelo nosso lado, de todo


o coração, desejamos a comunhão convosco.
Cabe a vós cumprir a vossa parte.
Que a luz do Cristo brilhe cada vez mais
dentro de vós.

SAINT-GERMAIN e PORTIA

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