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Aquarela da capa por:

Maria João Sacagami

2
Advertência

Segundo o filósofo Humberto Rohden, a


substituição da tradicional palavra latina crear pelo
neologismo moderno criar é aceitável em nível de
cultura primária porque favorece a alfabetização e
dispensa esforço mental — mas não é aceitável
em nível de cultura superior, porque deturpa o
pensamento. Crear é a manifestação da Essência
em forma de existência — criar é a transição de
uma existência para outra existência. Podemos
dizer, deste modo, que o Poder Infinito é o
Creador do Universo enquanto um fazendeiro é
criador de gado. Por isto, preferimos a verdade e a
clareza do pensamento a quaisquer convenções
acadêmicas...
(Extraído dos Livros de Huberto Rohden – Editora Alvorada,
São Paulo).

Não somente em homenagem a este grande


pensador que passou por este mundo, que acima
de tudo procurou a Verdade oculta no estudo da
filosofia, como também pela precisão de conceitos
em seus estudos direcionados à revelação do “Ser
Crístico” no homem, adotaremos a terminologia
“Crear” em nossas colocações.

O Autor

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ÍNDICE

Prefácio do Editor 06

PARTE I — O CHAMADO

Amigo Leitor 10
Capítulo 1 – O Convite 12
Capítulo 2 – Eu uso óculos 15
Capítulo 3 – A Descoberta do Eu 17
Capítulo 4 – A “Sacação” Cósmica 22
Capítulo 5 – A Vontade Divina 26
Capítulo 6 – A Reconciliação 29
Capítulo 7 – Meditação – A Jangada da Consciência 31
Capítulo 8 – A Decisão 34
Capítulo 9 – Projeções de Consciência 35
Capítulo 10 – O Cântico das Criaturas 40
Capítulo 11 – Projeção nos Quatro Elementos 44
Capítulo 12 – O Relaxamento 47
Capítulo 13 – Projeções de Relaxamento 49
Capítulo 14 – Evocação à Verdade 52
Capítulo 15 – Projeção de Evocação 55
Capítulo 16 – Cântico ao Fogo Sagrado 57
Capítulo 17 – O Sol Espiritual. 59
Capítulo 18 – Cântico das Águas da Vida 62
Capítulo 19 – O Ciclo da Água 64
Capítulo 20 – Cântico ao Sopro Divino 66
Capítulo 21 – Tubo de Luz 68
Capítulo 22 – Cântico à Mãe Terra 69
Capítulo 23 – Vulcão Ígneo 71
Capítulo 24 – Fechando o Ciclo 73
Capítulo 25 – O Abismo 76
Capítulo 26 – Mergulhando no Abismo 79
Capítulo 27 – O Exercício 81
Capítulo 28 – O Sentimento 87
Capítulo 29 – Esclarecimentos 90

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PARTE II – DEFINIÇÕES

Capítulo 30 – Definições 96
Capítulo 31 – A “Voz do Silêncio 99
Capítulo 32 – O Mestre Interior 104
Capítulo 33 – A Fraternidade Branca 106
Capítulo 34 – O Processo de “Chanelling” 109
Capítulo 35 – A Iniciação 112
Capítulo 36 – A Dualidade 117
Capítulo 37 – A Árvore do Conhecimento 121
Capítulo 38 – A Linguagem Energética 125
Capítulo 39 – O Número 130
Capítulo 40 – O Karma 132
Capítulo 41 – O Caminho do Meio 136
Capítulo 42 – A Crucificação 139
Capítulo 43 – A Ascensão. 141
Capítulo 44 – Os Chacras 143
Capítulo 45 – Abstrações 146

PARTE III – MENSAGENS

Pétalas de Rosas 150


A Flor de Lótus 154
O Raio Dourado da Sabedoria 156
O Deserto 160
A Maturidade Espiritual 164
A Transformação Alquímica 168
O Caminho, a Verdade e a Vida 173
O Cavaleiro da Vontade Divina 176

CONCLUSÃO

Final da Viagem 180


A Despedida 188

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PREFÁCIO DO EDITOR

José Carlos M. Rodrigues nasceu na cidade


e estado de São Paulo, em 18 de agosto de 1967,
filho de imigrantes portugueses naturais da região
de Bragança, na província de Trás-Os-Montes.
Tendo feito os seus estudos secundários
dentro da área técnica (eletrotecnia), deu uma
volta de cento e oitenta graus nas suas inclinações
acadêmicas (ou seria já a evidência do seu univer-
salismo?), acabando por licenciar-se em Economia
pela USP e em Direito pela PUC-SP.
Como é comum acontecer entre os bus-
cadores na senda espiritual de longa data
começou, desde tenra idade, a sentir-se atraído
por assuntos esotéricos.
Foi marcado pela leitura das obras de diver-
sos autores e pelas doutrinas de diversas cor-
rentes de pensamento ocultista, das quais a So-
ciedade Teosófica constituiu a pedra mais impor-
tante.
De educação tradicionalmente cristã, o
primeiro autor que mais o marcou foi Emmet Fox,
com as obras “Sermão da Montanha” e “Os Dez
Mandamentos”. Seguidamente, Joel Goldsmith,
através da obra “A Arte de Curar pelo Espírito” aju-
dou a direcionar as suas buscas mais pelo campo
espiritual-ocultista. Essa linha veio a consolidar-se
com a leitura de obras de Allan Kardec e Francisco

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Cândido Xavier. Foi então que descobriu Helena
Blavatsky, Leadbeater, Annie Besant e Krishna-
murti. O seu reaprendizado esotérico estava quase
completo; encontrava-se preparado para reapren-
der o caminho que o ligaria diretamente às Fontes
da Sabedoria. Participou, então, de alguns grupos
esotéricos que contribuíram para consolidar a sua
formação não estando, presentemente, vinculado
a qualquer organização.
Este seu livro é o primeiro resultado público
da longa caminhada já percorrida. Todo ele foi es-
crito sob inspiração das esferas superiores, tanto
quando o autor fala na primeira pessoa do singular
como quando fala na segunda do plural — obvia-
mente cumprindo uma função de canal mediador.
Outros se seguirão. Neste momento, está traba-
lhando num conjunto de poemas inspirados, provi-
soriamente intitulado “Desígnios Poéticos”.
Está a ser preparado superiormente para
trazer à luz, brevemente, uma obra ligada à
Economia da Nova Era.
Todos sabemos (ou sentimos) que a velha
sociedade de tipo ocidental se encontra caduca,
cheia de modelos hoje completamente ultrapassa-
dos e ansiosa por novas formulações que a
ajudem a sair do endêmico estado de depressão,
inadaptação, desânimo e pobreza que hoje pauta
os seus dias. Por isso, muitos discípulos estão
encarnados aqui e agora com a Missão específica
de trazerem até nós os alicerces da nova
sociedade do terceiro milênio nas áreas
fundamentais da educação, da economia, da

7
política, da religião, etc. Por isso nos sentimos
particularmente entusiasmados com a notícia da
obra que está a ser inspirada a José Carlos M.
Rodrigues sobre o tema fundamental da
Economia, numa época onde os modelos tradi-
cionais já demonstraram a sua falência e o neo-
liberalismo não parece satisfazer as necessidades
das populações.

Não tomaremos mais tempo ao estimado


leitor. É hora de inciarmos a leitura deste livro e,
através de uma jornada mágica até às alturas da
nossa mente abstrata, ensaiarmos uma tentativa
de auto-conhecimento de mãos dadas com nosso
Mestre interior.

Assim é!

Amerlântis (1995)

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PARTE I

O CHAMADO

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Amigo Leitor

Este é o primeiro trabalho literário do autor.


Pode ser considerado uma experiência nova tanto
para mim que o escrevi sob inspiração superior
como para você que o lê. Assim, ambos nos pode-
mos considerar marinheiros de primeira viagem —
viagem esta que começou num domingo de
manhã durante um refrescante banho de chuveiro.
Vou-lhes contar como nasceu este livro...
Domingo, dia 26 de setembro de 1993. Des-
perto e, como um ato de rotina, começo o dia
tomando banho. Já há algumas semanas vinha re-
cebendo uns “toques”, ou melhor, “impressões”
relativas ao conteúdo deste livro. A pergunta natu-
ral que fiz a mim mesmo foi: “Para quê escrever
um livro sobre este tema?”. Do mesmo modo, caro
leitor, você pode estar se perguntando “Porque es-
tou lendo este livro?”. Vamos, então, desenrolar o
“novelo” deste acontecimento que juntos estamos
presenciando.
A primeira impressão simbólica que surgiu
como resposta à minha pergunta foi a imagem de
um rio. Observando esse rio, percebi que, desde a
sua nascente até à foz, ele segue um caminho
natural, percorrendo sempre uma trajetória de har-
monização à sua passagem. Assim, o rio me
transmitiu um sentimento de flexibilidade. De
repente, ele se transformou num feixe de luz,

10
indicando que a luz da Consciência também segue
um caminho natural e de flexibilidade. Cada
homem, animal, vegetal ou átomo, pode ser
considerado um caminho de ação da
“Consciência” e todos os seres interligam-se
através de fios de luz em suas múltiplas ações.
Assim, neste momento, a minha ação ao escrever
este livro interliga-se com a sua ação que o lê.
Ambos, eu e você, fazemos parte deste processo
de Consciência, aqui e agora, de modo que o ato
de escrever este livro tornou-se apenas um
processo de auto-conhecimento onde eu, através
da palavra escrita, vou-lhes passar algumas
“impressões” que se manifestam em minha
Consciência e que, a partir deste momento,
tornam-se nossas impressões porque eu as estou
compartilhando com você, amigo leitor. Façamos,
então, do fluxo da Consciência, um rio que nos
une...

11
Capítulo 1
O Convite

Vamos, neste momento, amigo leitor,


procurar relaxar e nos concentrar unicamente na
respiração. Observe a sua respiração, procurando
torná-la tranqüila. Se houver necessidade, respire
profundamente e expire suavemente alguns
minutos antes de continuarmos na nossa jornada
até que você possa se sentir inteiramente
presente na ação de ler este livro.
Eu, através da minha capacidade de ima-
ginar, encontro-me diante de um lago de águas
claras e cristalinas. Acompanhe-me. Está uma
noite agradável e uma suave brisa toca o meu
corpo, fazendo com que eu me sinta confortável e
em paz. A luz do luar reflete-se sobre as águas do
lago, construindo um caminho de luz prateado em
minha frente. Ouço um grilo cantando nas proxi-
midades, cri, cri,...cri, cri..., como se um sino
tocasse pausadamente a todo instante. Olho para
o céu e vejo a infinidade de estrelas brilhando.
Parece que cada estrela pulsa num ritmo próprio e
fico maravilhado ao contemplar este cenário da
Creação, como se eu me entregasse a este ato
único de observar uma noite calma, tranqüila, com
um céu estrelado...
De repente, uma luz no céu começa a se
deslocar, parecendo que uma estrela cadente
avança em minha direção. Permaneço calmo,

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tranqüilo, apenas contemplando este fenômeno. A
luz se aproxima cada vez mais e percebo que, em
cima de mim, se manifesta um pássaro branco e
luminoso, como se fosse um cisne branco que
consegue ficar imóvel no alto, da mesma forma
que um beija-flor* consegue ficar parado no ar. À
medida que o pássaro bate as asas, lança sobre o
meu ser uma chuva de luz prateada fazendo com
que eu fique cada vez mais calmo; uma profunda
paz brota de meu coração. O cisne branco bate as
asas no ritmo das batidas do meu coração
ocorrendo uma profunda interação entre nós dois.
Eu sinto o cisne branco dentro de mim e consigo
estabelecer uma comunicação com esse ser
alado.
—— Quem és, pássaro alado, e o que
queres de mim? — perguntei.
—— Eu sou o pássaro de sua imaginação
consciente e ao mesmo tempo sou um canal entre
você e sua Alma estelar. E você, quem é? —
perguntou a ave.
Após esta pergunta, uma profunda indagação
se manifestou em minha Consciência. Afinal, eu
que perguntei ao pássaro quem era, percebi que
desconhecia quem eu próprio era, o que sou e o
que serei. O pássaro olhou para mim de uma
forma carinhosa e aumentou as batidas das suas
asas, como se fosse continuar o seu vôo alado,
dizendo:
—— Venha comigo, amado desconhecido de
si mesmo — convidou.
—— Mas como? — perguntei. — Eu não sei

13
voar...
—— Apenas acompanhe-me em sua mente
e sinta-se unido a mim, que eu o levarei às alturas
das estrelas do infinito que contempla — disse o
pássaro.
Nesse momento percebi que o conhecimento
que eu procurava encontrava-se nesse pássaro e
que dependia exclusivamente de mim a decisão
de partir em busca do desconhecido...
Este é o convite que faço também a você,
leitor deste livro. Tudo o que será relatado nas
páginas seguintes terá um teor altamente subjetivo
e alegórico. “Ficção ou realidade?” — Pode ser a
pergunta natural que você, como leitor, faça.
Como um conselho de amigo, não se prenda aos
detalhes da sua mente concreta e da sua visão
deturpada pela observação do nosso plano físico
mas procure dar asas às percepções mais sutis da
sua Consciência. Procure seguir o pássaro da sua
imaginação acompanhando simplesmente estes
relatos como se estivesse num mundo mágico,
que existe apenas dentro de si. Com certeza nos
encontraremos nesse mundo...

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Capítulo 2
Eu uso óculos
—— Como posso te chamar? — perguntei ao
pássaro
—— Tenho muitos nomes mas nenhum
traduz a minha real identidade — respondeu ele.
—— Não entendo! — retruquei.
—— Chame-me, então, de “Ron”. Será
apenas um código entre nós para que possa me
identificar. Vamos, em primeiro lugar, mudar os
seus óculos — disse-me o pássaro.
—— Óculos? — perguntei. — Eu não uso
óculos...
—— Observe o mundo em que se encontra
— disse Ron.— Será que todos os homens vêem
o mesmo mundo que você vê?
—— O que tudo isso tem a ver com os
óculos que tu disseste que eu uso? — perguntei.
—— A forma como vê o mundo são os
“óculos” que a sua Consciência usa neste momen-
to da sua jornada. — respondeu carinhosamente
Ron.
Naquele momento fiquei parado olhando
para o nada como se estivesse fazendo uma
descoberta...
—— Interessante! — exclamei. Eu não sabia
que usava óculos. Será que posso tirá-los ou
mesmo mudar de óculos? — perguntei a Ron.
—— O importante neste momento, não é
encontrar uma resposta à sua pergunta, mas

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perceber que usa uns óculos que traduzem o
mundo para si. Vou deixá-lo, neste instante, para
que possa meditar mais sobre este nosso diálogo.
— ia-se despedindo Ron.
—— Espera, Ron. — insisti. — Eu tenho
muitas perguntas e preciso da tua ajuda para
compreender tudo o que me disseste. — disse
suplicando.
—— Lembre-se, meu amigo — disse Ron
olhando-me carinhosamente — Eu não tenho
respostas para as suas perguntas. Aliás, eu não
vim lhe trazer respostas, mas sim acrescentar
mais perguntas àquelas que já tem.
—— Então, também já não quero que tu
fiques — disse indignado a Ron. — Eu não preciso
de mais dúvidas, pois já tenho muitas questões
que não consigo entender e a tua presença parece
que não me ajudará em nada — retruquei como
uma criança irada.
Ron riu-se de mim e levantou vôo, desapa-
recendo no céu infinito...
Enquanto Ron desaparecia, eu pensava
comigo mesmo: “Éh!, eu uso óculos...”

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Capítulo 3
A descoberta do Eu

Após alguns momentos de contemplação —


e digo momentos pois desde as primeiras páginas
que escrevi até este capítulo, se passou exata-
mente um ano — hoje, dia 25 de setembro de
1994, recomeço a escrever o livro. Esta seqüência
vos parecerá uma ruptura com o padrão que
vínhamos adotando. Entretanto, o conhecimento
do “Eu” implica, necessariamente, uma ruptura
com todos os padrões anteriores. Se estais
preparados para prosseguir adiante e aceitar as
mudanças que naturalmente vos acontecerão à
medida que transformais os vossos padrões de
Consciência, vamo-nos preparar para uma
autêntica “descoberta do Eu”.
Se fecharmos os olhos, permanecendo
conscientes, começamos a entrar em contato
exclusivamente com o mundo interno. Para cada
um esta experiência se apresentará de uma forma
definida. Uns verificarão que em suas mentes
existem inúmeros pensamentos e até imagens de
fatos que ocorreram ao longo do dia. Outros se
depararão com sentimentos diversos — o que
pode provocar um certo desconforto. Mas o que
todos irão concluir é que, com este simples
exercício, por incrível que pareça, poderão ter a
mais pura certeza da existência do “Eu”’.
Parece simples, não é? Vários filósofos já

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discutiram este tema e inúmeras teorias procuram
definir o “Eu”, que é apontado como “aquele que
conhece”. Enquanto os materialistas consideram
esse “Eu” como sendo originado por mecanismos
puramente químicos e orgânicos do cérebro, os
metafísicos afirmam que o “Eu” é um ser do
mundo Espiritual e portanto alheio às funções
puramente metabólicas do corpo físico. Nós
vamos abandonar o plano de indagação e conflito
entre essas correntes filosóficas e perceber
unicamente o seguinte:
Enquanto permaneço consciente, de olhos
fechados, percebo “algo” que me permite
“observar” pensamentos e sentimentos que em
mim se expressam. Esse “algo”, que não consigo
explicar e que existe por si mesmo, simplesmente
denominarei de “Eu”, pois é a partir desse centro
que existe uma percepção consciente. Através
dessa percepção observo que qualquer teoria que
procure explicar a origem do “Eu” torna-se inútil,
pois o “Eu” explica-se por si próprio.
Podemos dizer que o “Eu” não se funda-
menta numa lógica tridimensional mas transcende
a compreensão física. Da mesma forma, não
existe uma “prova para o Eu” possível de ser
concretizada. É inútil procurar compreender o “Eu”
em sua essência simplesmente observando as
infinitas manifestações externas de Sua
Consciência. Podemos dizer, então, que somente
se pode “compreender” o “Eu” vivenciando-se o
que ele é. Disto provém o mantram sagrado “Eu
sou o que sou” e, à medida que deixais de viver

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apenas voltados para o mundo exterior e passais
a mergulhar dentro do vosso Cosmos interno,
podereis encontrar esse centro de Consciência em
vós.
O objetivo é trazer-vos cada vez mais a esse
centro, de forma a poderdes agir com mais cons-
ciência nos vossos atos, tanto externos quanto
internos. Dessa auto-análise resultará a “Desco-
berta do Eu” e verificareis que sempre o “Eu Sou”
esteve convosco e continuará a estar por toda a
eternidade.
Na Verdade, em sua essência, isto é simples
e está ao alcance de todos. Por isso, quanto mais
descobrirdes sobre vós mesmos, mais tereis em
vós o sentimento de independência. Verificareis
que todas as respostas sempre estiveram diante
de vós, mas os vossos olhos não conseguiram
percebê-las. Esse é o retorno ao lar divino a que
todos os autênticos místicos se referem e só
depende de vós descobrirdes o vosso verdadeiro
Ser e a vossa verdadeira identidade. Para isso,
tereis que abrir mão de todas as ilusões que vos
afastam do vosso centro. Tereis que unir todos os
opostos e superar todas as dualidades que
existem nas vossas mentes finitas para
conhecerdes o centro de Tudo o que existe e que
está dentro de vós e de toda a Creação.
Este é o único caminho de auto-conhe-
cimento pois enquanto não estiverdes preparados
para uma completa entrega à Verdade que reside
dentro de vós jamais alcançareis a compreensão
dos mistérios do Ser e do Não-Ser e sempre

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permanecereis na dúvida que consumiu tantos
filósofos e os levou ao aniquilamento. Aceitai,
desde já, que Vós sois o Caminho, a Verdade e a
Vida e, enquanto não vos decidirdes a observar o
mundo como aprendizes, constantemente estareis
presos às aparências externas e à “teia” cármica
que construístes.
Chegou a hora de vos libertardes de todos os
“óculos” que ocultam a verdadeira luz dos vossos
olhos para que as trevas da vossa ignorância se
dissipem com o aprendizado do vosso auto-
conhecimento.
Neste momento, o profundo amor de Ron se
projeta sobre mim. Sinto como se uma vibração de
puro amor divino tomasse conta do meu ser e vejo
agora um pássaro rosado batendo as asas sobre a
minha cabeça. As batidas de suas asas entram
em sintonia com os batimentos do meu coração e,
a cada movimento de contração e dilatação de
suas asas, ondas de energia rosa alimentam meus
corpos energéticos, purificando e intensificando o
sentimento de perdão interno. Neste instante, abro
a minha mente para aceitar todas as minhas
imperfeições e percebo que todos os meus erros
são fruto da minha ignorância. Percebo que, cada
vez mais, irei alcançar a Verdade, na medida em
que me perdoo e me liberto de todo o sentimento
de culpa que carrego simplesmente por ser
ignorante dessa Verdade. Permaneço respirando
a energia de Amor Universal que o pássaro da
minha Consciência telúrica projeta sobre mim e
observo que a minha autocrítica silencia-se

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conforme o raio amoroso do perdão queima todos
os meus sentimentos negativos de vingança e
dissipa todas as formas-pensamento que me
afastam do meu centro de equilíbrio energético e
do meu Eu. “Eu Sou o Que Sou”, e aceito tudo o
que sou neste momento da minha existência como
forma de aprendizado sobre o meu ser. Tudo o
que existe é apenas um reflexo da minha
Consciência e somente quando observo este
reflexo percebo o meu Ser e descubro que, atrás
de todos os reflexos, encontra-se a verdadeira Luz
e o meu verdadeiro Ser. Assim permaneço em
silêncio...

21
Capítulo 4
A “Sacação” Cósmica

A gíria fornece alguns termos interessantes.


Considerando que o processo de constituição de
um vocábulo em gíria parece surgir naturalmente
da cultura popular e, portanto, de uma área mais
afastada do conhecimento puramente intelectual,
podemos dizer que esses termos traduzem
verdades que passam despercebidas do meio
acadêmico. Neste ponto, vamos considerar um
termo muito usado no Brasil e que traduz uma
verdade profunda: Sacar.
Segundo o dicionário Aurélio, sacar, na gíria,
significa entender, compreender, manjar. Entre-
tanto, o significado deste termo ultrapassa essa
simples classificação gramatical. Podemos até
dizer que sacar constitui um termo independente e
completo. Vamos refletir sobre isso:
Quando se descobre uma resposta através
de um vislumbre intuitivo sobre alguma questão,
presencia-se uma sensação de profundo entendi-
mento que dificilmente pode ser expressa em
palavras. Entra-se em contato com uma
percepção tão clara para o próprio que não
existem mais dúvidas relacionadas com aquela
questão. Essa faculdade humana que os homens
denominam intuição constitui a maior prova da
realidade extra-sensorial e do mundo espiritual.
O homem não consegue entender esta

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faculdade enquanto se utiliza do seu raciocínio
intelectual pois ela transcende os limites da mente
concreta e fundamenta-se na abstração da Cons-
ciência humana. O termo sacar deve ser
entendido no contexto intuitivo, ou seja, quando se
saca alguma coisa, atingiu-se o nível intuitivo da
percepção consciente que permite alcançar uma
compreensão clara sobre o fato que se está
analisando. Será importante compreender que as
Verdades do Espírito só podem ser analisadas,
em sua essência utilizando-se a faculdade da
intuição e não por processos puramente analítico-
racionais. Assim, a todo o candidato que deseje
alcançar a compreensão de si mesmo, é
importante esclarecer que o primeiro passo a ser
dado refere-se ao desenvolvimento da intuição.
Mas, como será que se adquire esta capacidade?
Eis a questão a que nos dedicaremos agora.
Podemos dizer que não existe um método
específico para se alcançar a percepção intuitiva.
Observa-se apenas que a intuição se manifesta
naturalmente na mente humana quando esta se
encontra em silêncio, ou seja, quando o homem
pára de pensar.
Muitas vezes, quando vos deparais com um
problema a ser solucionado, ficais pensando horas
e horas sobre esse problema e a sua solução. De
repente, quando verificais que todas as possibili-
dades que conheceis não conseguem resolvê-lo,
as vossas mentes param de pensar e eis que
surge em vós uma intuição que esclarece o
problema em questão. Desta forma podeis

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descobrir muitas respostas para os problemas de
difícil solução para vós em qualquer momento.
Deveis começar a treinar parar o vosso
pensamento analítico e deixar fluir em vós perce-
pções intuitivas. Poeticamente, pode-se dizer que
deveis ouvir a Voz do Silêncio e prestar a máxima
atenção a essa voz, suave e calma, que reside
dentro de vossas Consciências. Verificareis,
então, que não estais sozinhos nesse processo.
Na verdade, sempre estivestes acompanhados por
esse Eu consciente que, em algumas termino-
logias mais modernas, denomina-se Eu Superior
ou Eu Divino.
Passai a respeitar todos os estágios de
Consciência que observais tanto em vós como nos
vossos semelhantes. Começai a perceber que
todos os conceitos, idéias e impressões da reali-
dade são relativos e dependem exclusivamente do
grau de integração do ser no seu centro espiritual,
ou seja, no seu Eu Superior.
Quanto mais integrados estiverdes nesse
centro, mais sabereis sobre o que existe por
detrás de todas as aparências externas e menos
dúvidas guardareis em vossos corações enquanto
que, quanto mais afastados estiverdes desse
centro, mais inseguros vos sentireis e mais presos
a conceitos rígidos estareis, de forma que dificil-
mente podereis alcançar a Verdade, sendo neces-
sário ficardes dependentes e até escravos do
mundo externo.
Assim, podereis dizer que estareis cada vez
mais sacando o Cosmos ao vosso redor, estabele-

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cendo em vós padrões construtivos e eliminando
os padrões destrutivos e involutivos aos quais
inconscientemente ficastes presos. Estareis, deste
modo, compreendendo mais a Vontade Divina e
vos tornando instrumentos dessa Vontade.
Novamente Ron se manifesta pairando sobre
a minha mente de forma que as pulsações de
suas asas energéticas enviam ao meu ser uma
sutil luz dourada. Sinto a sua irradiação pulsar
dentro do meu coração e um profundo raio
dourado-cristal é direcionado sobre o meu cérebro
físico, energizando-o e acelerando as ligações
elétricas dos meus neurônios. Permaneço alguns
segundos recebendo essas vibrações e, uma voz
suave, no interior da minha mente, começa a se
manifestar e me passa a seguinte orientação:
“Permita que a energia dourada do seu
Espírito purifique todos os padrões mentais,
eliminando os conceitos voltados ao seu ser
involutivo e construindo em si conceitos voltados
para a Consciência e capazes de transparecer a
sua autêntica realidade espiritual. Sinta essa
energia como se fios de ouro estivessem
interligando todas as suas células mentais
permitindo que a energia pura e dinâmica da sua
Consciência Superior possa se expressar em
idéias transparentes e verdadeiras, eliminando
suas dúvidas mais profundas e permitindo que
entre em contato com a realidade Cósmica
inerente ao seu Espírito Divino”.
Permaneço, assim, centralizado nesse
estado de Consciência.

25
Capítulo 5
A Vontade Divina

Escrever sobre a Vontade Divina pode ser


comparado ao ato de se tentar enxergar uma
célula a olho nu. Deveis vos conscientizar de que
a Vontade Divina não pode ser compreendida
unicamente pelos vossos sentidos habituais mas
deve ser sentida no mais profundo estado de
Consciência que vós podeis atingir atualmente.
Por outras palavras, deveis acima de tudo,
procurar desenvolver os vossos sentidos
superiores para saberdes sobre Aquele que tudo
sabe e tudo fez e que em vossa terminologia
chamais de Deus.
Não queremos dizer com isto que jamais
podereis compreender a Vontade Divina ou que
Deus se encontre em uma dimensão inatingível.
Queremos esclarecer apenas que toda a procura
da Verdade começa em vós através de um
processo de expansão natural das vossas
capacidades perceptivas, permitindo atingir a
compreensão oculta do Universo dentro e fora de
vós. Neste sentido, a Vontade Divina não constitui
uma ação distante de vós, nem tão-pouco uma
imposição ao vosso livre-arbítrio. Conforme
conheceis mais sobre a vossa realidade interna e
expandis a vossa Consciência e os vossos
sentimentos, encontrareis Deus dentro de vós e a
Sua Vontade não será algo distante de vós mas

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será também a vossa vontade.
Para esclarecer melhor este estudo vamos
utilizar uma comparação: A Vontade Divina é
semelhante à vontade do homem que acorda do
seu sono inconsciente. Após esse despertar da
Consciência, não porque ouvistes alguém dizer
mas porque vivenciastes esse despertar, não mais
encontrareis uma vontade separada da Vontade
Divina mas sereis autênticos instrumentos da
Consciência Superior do vosso Espírito Estelar.
Portanto, vamos começar a falar de um modo
através do qual possamos caminhar juntos em um
processo de expansão de Consciência para que
não haja divergências entre nós mas apenas
estados de Consciência integrados na procura da
Verdade e na compreensão da Vontade Divina,
para agirmos o mais possível integrados nessa
Vontade.
Ron se manifesta na minha mente, trans-
parecendo uma luz azul-cristalina irradiante e bri-
lhante, parecendo que, nas extremidades das
suas asas ardem chamas azuis e um calor agra-
dável irradia-se em direção ao meu ser. Cada vez
mais, Ron torna-se luminoso e o calor expande-se
em minha Consciência, queimando todos os
padrões inconscientes e contrários à Vontade
Divina, fortalecendo a Chama da Verdade em meu
coração. À medida que Ron bate as suas asas
energéticas, a minha mente silencia-se e a voz
silenciosa torna-se uma realidade e não apenas
uma figura de linguagem poética, traduzindo-se
nos seguintes pensamentos:

27
“Eu Sou um Ser de Luz em ação e desperto
o Poder da Palavra de forma a expressar a
Vontade do Verbo Divino. Invoco o poder do Eu
Sou o que Sou para purificar os meus canais de
percepção e permitir que a Vontade Divina aja
com menor resistência e todas as dúvidas que me
afastam do caminho sejam dissipadas na Chama
do Verbo que se manifesta em minha
Consciência.”

Escuto então uma voz de trovão que pro-


nuncia:

“Acorde e retorne ao seu verdadeiro lar.


Acorde e liberte-se das ilusões da sua ignorância!
Acorde e entre em sintonia com a Minha Vontade
que é de trazê-lo à sua origem Divina para que um
dia possa escutar em seu coração a minha Voz
pronunciar: Meu filho. Em ti Sou o que Sou e a
Minha Vontade é que tu sejas o que Sou”...

Permaneço em um profundo silêncio,


consciente da minha realidade divina.

28
Capítulo 6
A Reconciliação

—— Ron! Onde estás? Por que não escutas


o meu chamado? Sinto-me só e cheio de dúvidas
em minha mente! Meus pensamentos são confu-
sos e não consigo permanecer em nenhuma paz
de espírito. O que está acontecendo, Ron, que
não consigo mais alcançar a voz do silêncio nem
sentir mais a tua presença tão agradável e
amorosa? Onde estás, Ron?
Nestes momentos de crise que parecem ser
eternos e muitas dúvidas aparecem, porque não
ouvimos mais a voz da Consciência? Por que nos
sentimos abandonados? Muitas perguntas ocor-
rem porém poucas respostas aparecem. Real-
mente, percebemos que não há inferno maior do
que aquele encontrado dentro de nós. Não há
sofrimento maior do que aquele que atinge toda a
nossa estrutura de Consciência. Nada pode ser
comparado a estes momentos de crise interior
durante os quais nos deparamos com a nossa
loucura inconsciente e entramos em contato com
as trevas mais profundas em nós.
Então, uma voz suave e carinhosa se mani-
festou e começou a falar:
“Estas são as tempestades do oceano da tua
Consciência e somente aqueles que realmente
desejam alcançar a Verdade mais profunda em
seu coração podem ultrapassar essas tempes-

29
tades e atingir terras mais sólidas de compreensão
interna. Pode-se fazer a seguinte comparação: O
homem que acordou e procura retornar ao lar
divino é semelhante àquele que decide abandonar
a sua terra de origem e, primeiramente, constrói
uma embarcação para viajar pelo Oceano Infinito
que encontra no horizonte. Após navegar
incansável pelo Oceano, descobre que o seu
navio não mais o poderá conduzir, percebe que se
tornou um náufrago e que só lhe resta deixar-se
conduzir pelo Oceano com que se depara,
acreditando com fé que alcançará uma terra capaz
de garantir a sua sobrevivência. Somente aquele
que deseja intensamente encontrar a Verdade
poderá vencer a fome, o medo, a solidão e as
tempestades que lhe são impostas pelo naufrágio
no Mar da Verdade e chegar vivo à Terra
Prometida. Ao chegar a essa terra, agradece
profundamente a Deus por tê-lo conduzido e
percebe que está muito mais vivo e feliz do que na
sua terra de origem embora encontre-se cansado
e consumido pela viagem que realizou. E assim
prossegue infinitamente atingindo cada vez mais
uma autêntica reconciliação interna consigo e com
o Universo”.

Após ouvir esta suave voz, permaneci em


profundo estado de reconciliação interna e a
minha crise interior dissipou-se completamente,
como se a tempestade do mar das minhas dúvidas
se tivesse transformado num mar calmo, tranqüilo
e irradiante...

30
Capítulo 7
Meditação:
A Jangada da Consciência

Num estado de perfeita contemplação, pre-


senciei a imagem de uma jangada rústica com
uma vela branca e irradiante navegando pelas
águas do mar como se estivesse deslizando
suavemente sem exercer nenhum atrito e
seguindo simplesmente o impulso do vento.
Permaneci algumas eternidades contemplando a
imagem e absorvendo a atmosfera de paz e
harmonia transmitida por essa projeção.
Subitamente, uma gaivota alada pousou na
jangada e começou a me transmitir mensagens
que confortaram a minha alma como se eu
estivesse bebendo uma água refrescante após
percorrer um caminho árido e estafante.
—— Amado discípulo: — balbuciou a gaivota
que nesta altura já havia se identificado como
sendo uma personificação de Ron — Observe
esse cenário. Até que ponto consegue absorver
esta experiência e fundir-se com ela? Até que
ponto a sua mente consegue desprender-se e
mergulhar na experiência? Que dúvidas,
perguntas e sentimentos existem ocultos em seu
ser? Observe tudo o que acontece em seu interior
e qual é a expressão da sua Consciência diante
das palavras que ouviu de mim...
Nesse momento, a gaivota alada começou a

31
voar e se perdeu no horizonte infinito, deixando-
me em estado de reflexão. Assim permaneci por
alguns instantes completamente absorto nos meus
pensamentos...
De repente, a gaivota (Ron) colocou-se
acima da minha cabeça e mergulhou completa-
mente na minha mente, transformando-se em
pensamentos profundos:
“Sempre que possível, deve reservar alguns
momentos da sua vida terrestre para ficar consigo
próprio. Deve buscar dentro de si os meios de se
conectar com a infinita realidade da sua
Consciência. A esses momentos pode chamar de
períodos de meditação e perceberá que, quanto
mais se entregar a eles, mais a sua vida inteira se
transformará numa constante meditação. Não
mais terá que parar para meditar mas cada vez
mais parará apenas quando algum motivo alheio
fizer com que escape do seu centro de
Consciência. A meditação, em si, pode ser
comparada a uma jangada que lhe permite
navegar no Oceano Infinito da sua Consciência.
Toda a técnica de meditação será apenas válida
se lhe possibilitar desprender-se completamente e
navegar nesse Oceano de modo a permitir uma
integração interna e uma percepção maior da
Verdade. Deve procurar qual é a jangada que
possibilita esse encontro com a Verdade em si.
Pode utilizar, no começo, jangadas externas mas
apenas quando conseguir construir a sua jangada
interior poderá atingir mais profundamente a
Verdade e saciar a sua sede de conhecimento.

32
Verificará também que as jangadas que irá
construir se tornarão cada vez mais
desnecessárias pois conseguirá permanecer em
completa Consciência sem ter que refazer as suas
ligações com os planos espirituais. Assim, os
instrumentos ou técnicas de meditação
desaparecerão e você mesmo será a expressão
da mais profunda Meditação.”

33
Capítulo 8
A Decisão

Neste ponto, amigo leitor, vamos fazer uma


análise do que até o momento já foi exposto.
Através dos sete primeiros capítulos, procu-
ramos trazer-vos a uma compreensão do que
pode ser um caminho de auto-conhecimento.
Utilizamos vários símbolos e evocamos os
dons da imaginação inerentes a vós. Para muitos,
o que foi exposto até aqui não passa de uma
história da carochinha sem significado algum.
Outros, estão lendo esta obra para ver até que
ponto o autor vai continuar com as suas fantasias
e ilusões e qual seja a intenção maldosa que está
atrás das ingênuas colocações iniciais. Todavia,
sabemos que existem aqueles leitores que estão
lendo este livro porque sentem um “Chamado
Interior” mais forte do que a voz das suas contra-
dições mentais fundadas na lógica das suas
mentes racionais. A esses leitores que têm fome
de espírito e sede de conhecimento acima dos
seus impedimentos internos, chamaremos “irmãos
da senda oculta”, pois provaram que estão prontos
para continuar a escalar os “Himalaias da
Consciência”.
Podeis-vos considerar, neste ponto, como se
realmente estivésseis subindo uma montanha e
dependesse unicamente de vós continuardes ou
não essa subida. Este é, portanto, um momento

34
de decisão e vos alertamos para o fato de que a
leitura desta obra nada mais acrescentará em vós
do que o conhecimento que realmente já existe
nas vossas Consciências Superiores. Este não é
um livro de salvação nem um livro para eleitos,
mas apenas um guia prático de orientação para a
vossa jornada evolutiva. É hora de reflexão, amigo
leitor.
É hora de parar alguns instantes esta leitura
e questionar se o caminho até agora apresentado
condiz com a sua necessidade neste momento. É
hora de fazer um julgamento justo e independente
para que possa dizer sim ou não conscientemente
pois, sem esta reflexão, o que será apresentado
daqui para frente será inútil e corresponderá a
uma perda de tempo, tanto para você quanto para
nós.
Esperamos que aquilo que expusemos até
ao momento lhe permita decidir com consciência,
pois para nós é importante que comece a ler este
livro, não como um fator puramente externo a si,
mas sim como se participasse de cada frase que
foi escrita de modo a viver juntamente conosco
esses estados de Consciência.
Aguardamos a sua resposta e como símbolo
deste momento, a próxima folha será em branco
para que o reflexo da luz nela possa ser tão claro
quanto a sua decisão interna...

35
Capítulo 9
Projeções de Consciência
Para aqueles que decidiram ir adiante,
vamos continuar apresentando o cenário da nossa
jornada de auto-conhecimento. Nos oito capítulos
anteriores esboçamos, na verdade, um desenho
sobre o método de projeção consciente direcio-
nado ao auto-conhecimento. Agora vamos colorir
esse desenho para torná-lo mais claro e preciso.
Perguntamos: O que já aprendestes até ao
presente momento com a leitura desta obra?
Conseguistes vivenciar as experiências já rela-
tadas? Que sentimentos e estados internos de
Consciência conseguistes alcançar?
Neste ponto, seria importante começardes a
escrever juntamente conosco o vosso livro,
anotando, na medida do possível, as vossas
experiências para poderdes refletir sobre elas de
forma mais abrangente. É importante, também,
que vos mantenhais abertos e receptivos durante
a leitura, reservando um momento oportuno para
críticas e reflexões sobre as experiências que
vivenciais neste ato. É com esse intuito que vos
indicamos que façais uma espécie de diário daqui
em diante, pois passaremos a apresentar alguns
exercícios direcionados à expansão das vossas
Consciências; escrever sobre essas experiências
ajudar-vos-á muito a materializar as energias mais
sutis com que entrareis em contato, o que vos
possibilitará harmonizar os veículos ou corpos de

36
expressão da Consciência.
Nos capítulos antecedentes expusemos de
uma forma sutil o que daqui para frente
colocaremos de um modo mais preciso. Na
verdade, agimos como se vos estivéssemos apre-
sentando um projeto e esperamos a vossa
resposta positiva para concretizar esse projeto.
Por isso, a vós que decidistes navegar nesses
mares, chamaremos carinhosamente de
discípulos, embora nós também sejamos
discípulos em outras dimensões. Sobre vós,
projetamos todo o nosso amor e toda a nossa
Sabedoria para que tudo o que somos possais ser
também em vosso plano embora já o sejais no
eterno presente da nossa compreensão
dimensional mas em estado ainda potencial. Em
outras palavras, nós vos percebemos como seres
que dormem o sono da inconsciência mas que, no
momento do milagre da Creação determinado
para cada um, despertareis do vosso estado de
lagartas e vos tornareis borboletas conscientes da
presença do Eu Sou em Vós.
Em nome d’Aquele que É por toda a
Eternidade, rogamos ao magnífico Hierofante da
Sabedoria que projete em vossas Consciências a
percepção grandiosa das vossas Reais
Identidades. A Vós, Espírito irradiante da Verdade,
solicitamos que ilumineis as mentes desses
discípulos, para que cada um possa encontrar o
seu Mestre interior e prosseguir independente e
livre da ignorância que o tornou escravo do mundo
ao seu redor. Evocamos a Grande Presença da

37
Chama Trina em Vós para que, em vossos centros
de Consciência, se acenda a Luz da Sabedoria e
em vossos corações pulsem os movimentos da
Grande Sinfonia Cósmica projetada na Creação
pela presença irradiante do Eu Sou o Que Sou,
Foi e Será por toda a Eternidade. AUM!
Certos da vossa decisão interna, vamos
projetar em vossas Consciências, nos capítulos
seguintes, cenários que permitirão aos discípulos
seguir com mais fé e perseverança o difícil mas ao
mesmo tempo maravilhoso caminho do conheci-
mento sobre si próprios.
Tudo o que vos transmitiremos, na verdade,
será um estímulo de apoio na vossa jornada, pois
ninguém pode seguir o Caminho da Verdade por
vós nem tão-pouco pegareis caronas* nesse
caminho.
Compete exclusivamente a vós essa tarefa.
Porém, percebereis que não estareis tão sozinhos
nesse caminho como vos sentistes nos primeiros
passos que destes. Cada vez mais, encontrareis
amigos verdadeiros na jornada pois muitos podem
ser os caminhos mas um só é o objetivo: atingir a
Grande Unidade do Conhecimento Universal. Por
isso, amados discípulos, convidamo-vos a mergu-
lhar na leitura desta obra tentando encontrar
nestas páginas algumas palavras de Sabedoria
que possam alimentar-vos nos momentos mais
difíceis dos vossos processos e estimular-vos a
vencer os obstáculos que encontrareis, interli-
gando-vos mais intensamente com a verdadeira
corrente de Amor, Luz e Sabedoria que se projeta

38
do Centro Iluminado da Consciência em direção
às periferias obscuras da ignorância do
inconsciente coletivo das vossas ilusões egoístas.
Assim como o desejo do Creador é trazer os
seus filhos de volta ao lar da Creação Cósmica,
assim também nós agimos, nos colocando como
instrumentos da Creação, desejando compartilhar
convosco do Grande Banquete dado pela Graça
Divina aos seus filhos amados.
Nós saudamos a Creação refletindo o nosso
mais profundo sentimento de Amor por vós. Em
verdade, embora vos chamemos de discípulos,
somos todos discípulos da Infinita Sabedoria do
Ser Eterno que reside no Centro de Tudo e, ao
mesmo tempo, nas periferias do Nada. Aprende-
mos cada vez mais a nos unir a essa Sabedoria,
compartilhando tudo e permitindo que as Águas da
Verdade transbordem em nossas Consciências e
saciem a nossa sede até que possamos atingir a
meta de alcançar, na Eternidade, a Fonte das
Águas Vivas do Eu Sou o Que Sou em Nós.
Que a Grande Consciência se projete em nós
para que nos projetemos na Verdade e na Vida
Eterna. AUM.

39
Capítulo 10
O Cântico das Criaturas

Observar a Natureza, seus ciclos e transfor-


mações, já constitui uma altíssima forma de
meditação. De fato, considerando que Deus não
pode ser compreendido – mas sim revelado –
torna-se muito mais fácil procurar essa revelação
na Natureza para depois podê-la refletir em vós.
Tudo o que existe constitui uma Obra do
Creador Único que se manifesta em Sua Creação
permanecendo oculto na Sua Plenitude de Ser. A
compreensão da Verdade se reflete tanto na
compreensão do mundo externo quanto do mundo
interno ou psicológico.
Como estais com a vossa atenção mais
direcionada para os aspectos externos do que
para os internos, iremos buscar ao mundo natural
que observais os meios de interligação consciente
com a Divindade que ignorais por desconhecerdes
a Verdade sobre vós mesmos. Vamos procurar
nos fenômenos naturais projeções de Consciência
e demonstrar como essas projeções se refletem
em vós, fortalecendo-vos no caminho de auto-
conhecimento pelo qual decidistes prosseguir.
Um exemplo marcante do encontro cons-
ciente com o Creador refletido na Natureza foi, no
vosso plano, a vida do nosso amado irmão que,
em certo momento, assumiu a personalidade de
São Francisco de Assis. A devoção desse

40
altíssimo Ser ainda pulsa em todos os movimentos
verdadeiramente religiosos e, principalmente, nos
corações dos seus devotos. São Francisco, em
seus estados mais elevados de Consciência,
expressava a alegria das suas revelações através
de cânticos que deixou como presentes à
humanidade.
Esse espírito devocional deve ser cultivado
por todos discípulos que realmente desejam atingir
a iluminação. Como testemunho desse espírito,
reproduzimos aqui o último cântico composto por
São Francisco antes da sua morte física e deseja-
mos que o seu exemplo vivo se possa refletir em
vós de modo a construir em vossas Consciências
o elo de Devoção mais puro à Verdade, à Luz e à
Vida.

41
Cântico das Criaturas

Altíssimo, onipotente, bom Senhor.


Teus sejam o louvor, a glória, a honra e todas as
bençãos.
A Ti somente, Altíssimo, eles são devidos,
E homem algum é digno de mencionar teu Nome.
Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas
criaturas.
Muito particularmente pelo Senhor nosso irmão, o
Sol,
Que nos dá os dias e com o qual nos iluminas.
Ele é belo e irradiante, com grande esplendor.
De Ti, Altíssimo, traz o testemunho!
E louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a
Lua e pelas estrelas
Que formastes no céu, claras, preciosas e belas!
Louvado sejas, meu Senhor, por nosso irmão o
Vento,
E pelo ar, pelas nuvens e pelo sereno e por todos
os tempos
Com os quais sustentas as tuas criaturas!
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a
Água,
Que é muito útil, e humilde, preciosa e casta!
Louvado sejas, meu Senhor, por nosso irmão, o
Fogo,
Com o qual iluminas a noite,
E que é belo e alegre, robusto e forte!
E louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a

42
mãe Terra,
Que nos mantém e nos governa,
E produz os diversos frutos e as flores coloridas e
as ervas!
Louvai e bendizei meu Senhor e agradecei-lhe,
E servi-o com grande humildade!

(Do livro “O Yoga Espiritual de São Francisco de Assis”, de


François Chevique, tradução de Nair Lacerda, Editora
Pensamento, São Paulo)

43
Capítulo 11
Projeção nos Quatro Elementos

Nos meios esotéricos é comum ouvir-se falar


muito dos quatro elementos: Terra, Fogo, Ar e
Água. Na verdade, atrás dessa simbologia existe
uma profunda revelação sobre a manifestação da
Divindade na Natureza. O discípulo, para alcançar
essa revelação, deverá dedicar vários momentos à
meditação até perceber mais claramente o que
são os Quatro elementos da Creação e quais as
implicações de ordem prática no seu processo de
desenvolvimento e expansão de Consciência.
Deveis-vos acostumar a manter um certo
estado de perplexidade diante do milagre da Vida,
não procurando querer compreendê-lo mas
apenas percebê-lo conscientemente através da
revelação em vossas Consciências e pelo desper-
tar das vossas faculdades espirituais. Por isso,
deixaremos que descubrais por vós mesmos o que
na realidade constituem os Quatro Elementos.
Vamos, neste sentido, realizar algumas experi-
ências com esses elementos para que possais
percebê-los em vós e assim descobrirdes a sua
verdade oculta.
A vossa Consciência manifesta-se, princi-
palmente, por um foco de atenção direcionado por
vós. Estais conscientes de algo quando direcionais
o vosso foco de atenção para esse algo. Muitas
vezes, o vosso foco se assemelha a um carro

44
desgovernado, parecendo-vos que não tendes
controle algum sobre o que percebeis no vosso
mundo. Justamente, enquanto não aprenderdes a
dirigir esse carro, continuareis escravos do mundo
em que vos encontrais e presos a muitas ilusões.
Um dos primeiros passos nesse processo
consiste em aprender a direcionar o foco da vossa
Consciência de forma autônoma e determinada,
de modo a poderdes investigar o mundo interno e
externo a vós através de um centro individual de
percepção consciente: Eu Sou o Que Sou.
Nos capítulos anteriores procuramos trazer-
vos a esse centro de percepção. Agora, vamos
ensinar-vos a observar o mundo a partir desse
centro de modo a elucidar a vossa Consciência
sobre o que é a Unidade do Universo. As vossas
mentes concretas e tridimensionais procurarão
manter o controle, resistindo às percepções mais
intuitivas. Passareis por momentos de conflito
intenso mas, gradativamente, conseguireis silen-
ciar a vossa mente concreta e ouvir a “Voz
Silenciosa” do vosso Foco Central da Consciência,
que denominamos Espírito, atuando de forma
integrada com a Verdade e a Sabedoria Universal.
Realizaremos, então, algumas projeções de
Consciência com o intuito de vos indicar alguns
métodos de silenciardes as vossas mentes para
ouvirdes a voz da Verdade que vibra intensamente
em vós desde o princípio até o fim dos tempos.
Utilizando a metáfora da jangada, vamos
ensinar-vos a construir algumas jangadas até que
vós possais construí-las sozinhos para velejar no

45
grande Oceano da vossa Realidade Universal.
Utilizaremos as pontes de ligação que a Natureza
possui para trazer-vos de volta ao Elemento Único
que existe em vós e que externamente se mani-
festa nos Quatro Elementos. Viajaremos, assim,
pelos quatro elementos da Natureza.
O passaporte para essa viagem consiste em
alcançar um momento de relaxamento, seguido de
um momento de Evocação à Verdade manifesto
pelo desejo interno de descobri-la. Será que estais
preparados para adquirir esse passaporte?

46
Capítulo 12
O Relaxamento

Relaxar é desligar-se das preocupações


referentes às vossas vidas temporais para vos
refazerdes energeticamente das exigências físicas
do vosso plano. Pode parecer simples mas esse
ato, para vós, será de extrema dificuldade.
O homem moderno encontra-se envolvido
em muitos afazeres, quer estes sejam referentes
ao trabalho, quer sejam relativos às formas de
lazer da sociedade. Se observardes, verificareis
que toda a vossa atenção, em estado de vigília,
acaba se consumindo por uma ação constante da
vossa mente que exige sempre algum envolvi-
mento com atividades que a alimentem. Mesmo os
vossos meios de lazer não vos permitem relaxar,
aumentando ainda mais a vossa ansiedade.
Estais sempre correndo contra o tempo,
esperando que todos os vossos sofrimentos e
aborrecimentos desapareçam como num passe de
mágica. Procurais a pílula da felicidade e quereis
comprá-la a preços modestos, ou seja, quereis
dominá-la. Muitas vezes, os vossos divertimentos
não passam de máscaras onde escondeis a vossa
grande infelicidade e insatisfação. As vossas men-
tes materialistas são, na realidade, centros de
vazio profundo. Toda a realidade material, por
mais paradoxal que isto vos possa parecer, não
consegue preencher o enorme vazio que sentis
quando parais realmente por alguns instantes na
vossa vida diária.
47
Estareis sempre presos à dualidade
felicidade-infelicidade enquanto permitirdes que o
vosso mestre continue sendo a vossa mente tridi-
mensional. Somente se começardes a procurar o
centro das vossas Consciências e escutardes o
que a Voz Silenciosa tem realmente para vos
transmitir encontrareis a verdadeira felicidade que
é a única que prevalece por toda a eternidade.
Estas palavras não são promessas nem
procuram criar esperanças falsas. Elas são um
chamado para aqueles que encontraram uma
Verdade maior do que aquela a que estais presos.
Nós desejamos, de todo o coração, trazer-
vos esta revelação para expressar o Amor Real
que somente a Verdade Real pode construir.
Antes de julgardes falsas estas palavras e
condenardes quem as escreve ou dita, ouvi com
atenção e participai das experiências de projeção
que apresentaremos adiante.
Como relaxar e silenciar as vossas mentes
tão perturbadas e envolvidas com tantas ativida-
des? Unicamente vós o podereis fazer. Esta é
uma decisão somente vossa e enquanto não
perceberdes que a vossa Consciência está acima
da vossa mente dificilmente conseguireis relaxar e
participar de estados mais profundos de auto-
percepção.
Todo o relaxamento começa e termina em
vós, e apenas quando estiverdes dispostos a agir
direcionados para a procura da Verdade tereis
força suficiente para vencer a esfinge das vossas
dúvidas e decifrar o enigma da vossa existência.

48
Capítulo 13
Projeções de Relaxamento

Cada um deve procurar a forma de relaxar


mais adaptada para si próprio. Podeis utilizar
alguns exercícios físicos, controlar a vossa
respiração, ouvir músicas apropriadas, usar
incensos aromáticos, enfim, existe uma grande
variedade de métodos e técnicas à vossa
disposição. Apresentaremos um método
complementar e talvez tão óbvio que perguntareis
se realmente o que exporemos chega a constituir
algum método específico.
Quando falamos em relaxamento certamente
que uma das primeiras idéias que surge é
permanecer alguns momentos em contato com a
natureza. De fato, procura-se até construir as
clínicas de repouso em lugares onde a beleza da
natureza ainda não tenha sido totalmente man-
chada pela ação egoísta do homem.
Sempre que tiverdes possibilidade deveis
procurar retiros na natureza e aproveitar as vossas
férias para entrar em contato com a harmonia dos
ciclos naturais e sentir a vida pulsante em todo o
meio natural. Entretanto, como as vossas vidas
não permitem com frequência esse contato, não
deveis ficar esperando pelas vossas férias para
realizar essa interação com a natureza. “Se a
montanha não vai a Maomé, Maomé vai à
montanha” – eis um dito popular que traduz o que

49
estamos querendo dizer.
Vós tendes a capacidade de imaginar e de
vos transportardes para lugares naturais existen-
tes nas vossas mentes. Vós podeis projetar os
vossos focos de Consciência em direção à
natureza registrada nas formas de pensamento
que absorveis, tanto pela contemplação de
paisagens naturais quanto pela leitura descritiva
desses lugares. Assim, mãos à obra!
Imaginai, por exemplo, que estais cami-
nhando calmamente por uma praia. Nesse
processo, trazei à vossa mente todas as impres-
sões que puderdes associar a esse momento.
Senti a brisa do mar tocar os vossos corpos;
escutai o barulho das ondas na praia, observando
a luz do sol refletida nas águas; observai as
gaivotas no céu, etc. Apelai para todas as impres-
sões que vos pareçam agradáveis e facilitem o
vosso relaxamento. Um outro exemplo pode ser a
projeção de vossa mente para uma caminhada
num bosque. Procurai imaginar e visualizar um
caminho num bosque, sentindo o aroma natural da
vegetação ao vosso redor, ouvindo o canto dos
pássaros, sentindo o vento balançar as folhas e
tocar suavemente o vosso rosto, etc., ou qualquer
outra projeção que fordes capazes de fazer e
sentirdes apropriada para a vossa viagem mental
de relaxamento.
Percebei que existem muitas projeções de
relaxamento que podeis encontrar no exemplo da
natureza. Utilizai a vossa imaginação e procurai as
formas mais adaptadas aos vossos processos

50
individuais.
Só não deveis ficar esperando que o relaxa-
mento surja espontaneamente pois acabareis,
com certeza, adormecendo, pelo tédio de a vossa
mente ficar parada procurando relaxamento. Este
deve surgir naturalmente dessas projeções e
verificareis que quanto mais colorirdes com a
vossa imaginação estes exercícios de relaxamento
mais facilmente conseguireis atingir a quietude
mental necessária para o vosso processo de auto-
conhecimento.

51
Capítulo 14
Evocação à Verdade

Após a vossa frequência atingir níveis satis-


fatórios de relaxamento, tanto físico como mental
estareis prontos para iniciar a viagem de auto-
conhecimento de uma forma mais aprofundada.
Neste ponto, a vossa vontade deve atuar e deveis
desejar ardentemente penetrar nas revelações da
Verdade sobre vós.
Mais uma vez afirmamos que não basta
relaxar e esperar que algo aconteça pois o que
provavelmente acontecerá será entrardes em
estado de sono profundo. Deveis, após o relaxa-
mento, evocar a Grande Consciência Universal
que pulsa em vós para que esta vos ensine como
ser perfeitos. “Sede perfeitos como o vosso Pai
Celestial”, eis uma recomendação que vos foi
transmitida pelo Cristo manifesto na personalidade
de Jesus. Assim, se realmente cultivardes esse
sentimento de procura da Verdade, certamente
encontrareis o caminho que conduz à Vida Eterna
dentro de vós.
Esse é o sentido da Evocação e quanto
maior fôr o sentimento de humildade com que
fizerdes a vossa evocação mais rápidamente
encontrareis vosso Mestre interior que vos condu-
zirá à completa compreensão do vosso Universo
de Consciência. Não vos decepcioneis se, no
começo, as vossas evocações não parecerem ser

52
capazes de atingir os planos do espírito. Tão-
pouco deveis acreditar que, através delas, conse-
guireis atender os pedidos de satisfação dos vos-
sos caprichos pessoais.
A evocação não deve ser direcionada para
um pedido específico. Tende cuidado para não
limitardes a vossa evocação aos caprichos das
vossas mentes concretas que, com certeza, farão
tudo para projetar evocações mascaradas, de
caráter puramente egoísta.
Mesmo estando relaxados, deveis sempre
permanecer àlerta para que não vos enganeis.
Como diz um ditado popular: “O inferno está cheio
de boas intenções”... Cuidado, portanto, para não
vos iludirdes projetando em vossas evocações
desejos egoístas de satisfação pessoal. Não
deveis pedir por aqueles que julgais amar nas
vossas evocações e procurai deixar de querer
salvar a humanidade ou resolver problemas
alheios durante as vossas projeções de Cons-
ciência.
Permanecei centrados em vós, esquecendo
o mundo em que estais carmicamente presentes.
Portanto, todas as evocações deverão ser neutras,
objetivas e claras, direcionadas unicamente para a
procura da Verdade.
Com esse sentimento, percebereis que não
existem fórmulas mágicas para realizar uma
evocação, nem tão-pouco poemas recitados. Na
verdade, se tiverdes a chama da procura da Ver-
dade bem acesa, deveis reforçá-la em vossa
evocação, fortalecendo-vos para olhar a verdade

53
de frente por mais dolorosa que ela vos pareça.
O encontro com a Verdade acabará com as
vossas ilusões, eliminando o centro de ilusões que
é refletido pelas mentes concretas direcionadas
unicamente para a percepção da dualidade
existencial. Encontrareis dentro de vós uma resis-
tência à Verdade e presenciareis o conflito em
vossas Consciências ao procurardes libertar-vos
das ilusões cármicas do vosso mundo. A
evocação é importante porque fortalecerá a
criança crística que existe dentro de vós,
permitindo que esse centro crístico se expanda e
ultrapasse as fronteiras do vosso egoísmo.
Evocai, amados discípulos, a Verdade mais
profunda que sentirdes em vossos corações e
permiti que as ilusões que ocultam essa verdade
caiam e se dissipem na Chama Eterna do Cristo
Pessoal que existe em vós e que constitui o
autêntico Filho de Deus. Vós já sois filhos do
Altíssimo; basta reconhecerdes diretamente essa
Verdade.

54
Capítulo 15
Projeção de Evocação

A evocação é um momento único e não


existem fórmulas padronizadas para realizá-la.
Não transmitiremos nenhuma evocação para que
não vos prendais às nossas palavras e acrediteis
que, ao pronunciá-las, já estais fazendo uma
evocação verdadeira. Competirá a cada um
descobrir qual é a melhor forma de cultivar a
chama da verdade dentro de si e o desejo de
encontrá-la.
Como um impulso para que possais dar esse
primeiro passo, vamos vivenciar convosco uma
projeção de evocação para adquirirdes confiança
nas nossas palavras e sentirdes consistência no
que procuramos vos transmitir.
Utilizando a vossa capacidade mental de
visualização e projeção, visualizai uma vela acesa
(se sentirdes dificuldade, podeis acender uma vela
e observar atentamente a sua chama, procurando
projetar a vossa mente nela) e dirigi o vosso
centro de atenção para a Chama. Projetai as
vossas mentes para ela procurando permanecer
concentrados nessa projeção. Observai a
serenidade da chama da vela que queima
suavemente de forma consistente e determinada.
Assim como uma vela permanece acesa até que
forças externas a apaguem, deveis procurar
manter a vossa chama acesa. Perguntamos:

55
Quem poderá apagar a chama da vossa vela?
Quais as forças externas que podem apagar a
chama da vossa vela? Com certeza, após
meditardes alguns instantes, observareis que
nenhuma força externa pode apagar a projeção da
chama em vós, a não ser vós próprios. Vós sois os
senhores de vós mesmos e, projetados na vossa
Chama Interna, evocai o vosso Mestre interior
para que possais encontrar a Verdade
personificada na Criança Crística que procura
crescer dentro de vós. Permanecei em vossa
chama interna, evocando a Verdade da vossa real
natureza Divina.

56
Capítulo 16
Cântico ao Fogo Sagrado

Louvor a Ti, Chama Divina!


Aquece a caverna da minha mente
Iluminando completamente o meu Ser.

Fogo Sagrado da Creação,


Faz-me Perfeito como a Divindade
Unindo todos os átomos isolados
Num corpo de Luz cintilante.

Louvor a Ti, Chama Divina


Que nunca se apagará
Permanecendo acesa por toda a Eternidade!

Centelha Flamejante do Universo


Direciona a minha mente à Verdade
Queimando em mim as ilusões,
Transparecendo a mais pura Perfeição!

Vamos projetar as nossas mentes para a


paisagem natural de uma praia numa noite calma,
tranqüila e estrelada. Nesse ambiente, resolveis
acender uma fogueira para vos aquecerdes. Após
acendê-la, ficais observando-a e absorvendo o
seu calor. Permanecei observando as chamas da
vossa fogueira mental escutando o barulho da
madeira a queimar, procurando sentir o calor
originado pela manifestação do fogo. Projetai as

57
vossas mentes para essa fogueira, sentindo que o
carvão escuro das vossas imperfeições e ilusões
arde nas chamas do Fogo Sagrado. Senti que o
Fogo Divino das vossas Centelhas Espirituais
transmuta as vossas resistências internas à
Verdade e funde todas as vossas divisões internas
numa Perfeita Unidade. Permiti que o calor do
Fogo Sagrado energize os vossos corpos, fortifi-
cando-vos e intensificando o vosso desejo de
encontrar a Verdade dentro de vós, através de um
profundo auto-conhecimento. Os estouros da
lenha queimando na fogueira são como se os
vossos bloqueios e traumas estourassem e liber-
tassem a energia negativa que neles estava
acumulada. Senti que o Fogo Sagrado purifica-vos
completamente e permanecei absorvidos nessa
projeção até que o vosso carvão seja consumido
pelas chamas desse Fogo. Após vos sentirdes
purificados pela ação do Fogo Sagrado, ides
tomar um refrescante banho de mar, e
permaneceis na vossa praia, sentindo a suave
brisa noturna que toca o vosso corpo...

58
Capítulo 17
O Sol Espiritual

Projetai as vossas mentes para uma praia


deserta e tranqüila. Estais no horário do nascer do
Sol e começais a observar no horizonte o globo
solar surgindo e iluminando a madrugada. Senti
como se vós também estivésseis nascendo junta-
mente com o Sol, permitindo que as energias
ígneas do Sol nascente façam com que vossos
corpos despertem e vossa criatividade se
expanda. Sois agentes creadores de vossa
natureza interna e tudo o que sois corresponde a
uma Creação da vossa Consciência. Deixai de
culpar as circunstâncias externas pela vossa
infelicidade pois percebeis que vós sois os
agentes responsáveis pelo que vos acontece.
Senti o poder da Creação expresso em vosso Sol
Central e a responsabilidade por construirdes um
mundo mais perfeito e condicente com a vossa
real identidade.
Observai o reflexo do Sol sobre as águas do
mar e o infinito mar de luz que se manifesta em
vossa direção. Mergulhai nesse oceano luminoso
e permiti presenciar em vós o sentimento de Amor
Universal expresso na Creação Universal da
Divindade Solar. Recebei nos vossos corações o
maravilhoso raio dourado do fogo solar, energi-
zando todos os vossos centros corporais,
iluminando a vossa Consciência e fortalecendo a

59
Verdade dentro de vós.
Respirai as energias da manhã, saudando
com alegria o irmão Sol que aparece no horizonte
da vossa Consciência, despertando a Vida em
todos os vossos átomos e em todo o vosso Ser.
Percebei que dentro de vós também existe um
Sol, pois vós sois o Sol Central do vosso Universo
individual e cada impulso do vosso coração
corresponde a um nascer do Sol em vós, trazendo
vida e energia a todas as partes do vosso corpo.
Permanecei absorvendo a energia solar e voltai a
vossa atenção para o horizonte oposto a vós.
Visualizai montanhas na direção oposta à
vossa praia mental e o Sol se dirigindo a esse
horizonte. Estais prestes a presenciar o pôr-do-sol
e contemplais a serenidade da Natureza que se
despede do irmão Sol. Escutai o canto dos pás-
saros despedindo-se do irmão Sol e permiti-vos
cantar juntamente com eles o hino de agrade-
cimento ao Sol por mais um dia de aprendizado
sobre a Verdade. Agradecei profundamente à Vida
que se expressa em vós, prometendo interna-
mente que, no dia seguinte, procurareis ser mais
perfeitos e realizar obras mais perfeitas. Perdoai-
vos pelos erros cometidos nesse dia, reconhe-
cendo que eles foram originados pela vossa
ignorância. Acreditai que o Grande Pai Solar vos
ensinará a ser Perfeitos como Ele é. Abri vossos
corações aos ensinamentos do vosso Pai Solar,
transparecendo cada vez mais a Luz da Perfeição
em vossas ações e atitudes. Assim, permanecei
em profundo estado de contemplação, escutando

60
as batidas do vosso coração e reconhecendo que,
a cada expansão e contração de vosso coração, o
vosso Sol Espiritual nasce e põe-se no horizonte
da vossa Consciência...

61
Capítulo 18
Cântico das Águas da Vida
Grande Oceano de Vida,
Possa eu mergulhar em Tuas profundezas,
Atingir a essência de Tua realeza,
Transparecendo a imensidão do Teu Amor.

Profundas Águas da Vida,


Cristais líquidos da Creação,
Fazei-me ser transparente para a Verdade!

Louvo-te a Ti, Vida Cristalina,


Recebendo em meu coração a Tua abundância,
Saciando a minha sede de justiça,
Contemplando a expressão de Tua Pureza
imaculada!

Profundas Águas da Vida,


Purificai os meus corpos translúcidos,
Esculpindo em mim a Perfeição!

Projetai as vossas mentes para uma floresta


tropical, exuberante e plena de Vida. Procurai
nessa floresta um riacho de águas transparentes e
escutai o canto das suas águas ao deslizar pelas
rochas em seu caminho. Seguindo esse riacho,
encontrareis uma cachoeira; nesse ponto, parai e
ficai observando a queda natural da águas. Que
tal tomardes um banho na cachoeira? Visualizai as
águas banhando os vossos corpos e vos massa-

62
geando. Senti-vos cada vez mais relaxados e
energizados pelas águas da cachoeira. Elas vão-
se tornando cada vez mais brilhantes e cristalinas,
purificando-vos e saciando a vossa sede pela
Verdade. Recebei as Águas da Vida em todo o
vosso ser consciente, cantando juntamente com
as águas da cachoeira o canto da Vida expresso
nas Águas do Grande Oceano da Creação. Deixai-
vos esculpir pelas águas, sentindo que o seu
toque retira as camadas imperfeitas de vosso ser
e permite que o Perfeito Ser-Diamante se
Manifeste. Vós sois hoje pedras rústicas que, ao
serem esculpidas pelas Águas da Vida, irão se
transformar em perfeitos diamantes, transpare-
cendo a luz do Creador. Senti essa purificação se
manifestando em vós enquanto permaneceis na
cachoeira, celebrando a Grande Unidade
conforme vos fundis com o Grande Oceano da
Consciência pela purificação e pelo batismo das
Águas da Vida sobre vós.

63
Capítulo 19
O Ciclo da Água

Vamos trabalhar agora com a projeção do


ciclo da água nas vossas mentes. Projetando-se
para o interior dos vossos cérebros, visualizai
dentro das vossas cabeças um lago de águas
claras e cristalinas. Projetai, nesse lago, todas as
vossas dúvidas, preocupações, ansiedade,
medos, inseguranças e todos os sentimentos
negativos que tiverdes no momento. Senti que, à
medida que realizais essa projeção, as águas do
vosso lago mental começam a se evaporar pelo
atrito gerado pelos vossos sentimentos negativos.
Senti que, conforme as águas do vosso lago se
evaporam, carregam consigo a vossa negatividade
e ides ficando cada vez mais purificados das
vossas imperfeições. Toda a vossa negatividade
fica aprisionada nas nuvens escuras formadas
pela evaporação do vosso lago mental. As nuvens
escuras da vossa negatividade entram em contato
com a Grande Eletricidade Cósmica e relâmpagos
começam a estourar a negatividade contida nas
nuvens da vossa mente. Senti que os relâmpagos
vão purificando as energias das vossas nuvens e
estas começam a se transformar novamente em

64
água líquida, começando a chover. O vosso lago
mental forma-se novamente, desta vez energizado
e purificado, esperando que dele bebais para
saciar a vossa sede de Verdade.

65
Capítulo 20
Cântico ao Sopro Divino

Divino Alento Creador,


Soprai em mim a Vida,
Fortalecendo-me na procura da Verdade!

Instrumento do Som Universal,


Harmonizai os meus corpos,
Sintonizando-me na Sinfonia Cósmica,
Eliminando os ruídos do meu Ser.

Divino Alento Creador!


Expressão pura do Sopro Divino
Possa eu, bendizer-vos, na Eternidade!

Que a brisa suave da Creação,


Mantenha-me atento e vigilante,
Afastando de minha Consciência
Todas as manifestações de imperfeição!

Projetai as vossas mentes sobre a vossa


conhecida praia, colocando-vos na posição de
lótus de frente para o mar. Escutai o som suave
das ondas e o movimento de vai e vem das águas
do mar na areia da praia. Concentrai a vossa
atenção nesse movimento sentindo que, a cada
onda que se aproxima, uma suave brisa toca todo
o vosso corpo e vós absorveis o ar puro dessa
brisa suave. Sintonizai a vossa respiração com o

66
movimento de vai e vem das ondas do mar,
procurando vos integrar nessa sinfonia da
natureza. Visualizai que a energia prânica do
Sopro Divino manifestada na brisa suave que vos
toca irradia-se por todos os vossos corpos,
purificando-vos e energizando-vos. Concentrando-
vos neste exercício respiratório, evocai a Presença
do Eu Sou o Que Sou, pronunciando a cada
expiração “Eu Sou o Que Sou”, sentindo que em
vós se manifesta o Sopro Divino da Creação.
Reconhecei que tendes responsabilidade por
aquilo que creais com as vossas palavras dirigidas
ao mundo que vos parece exterior a vós. Aquilo
que falais deve se tornar cada vez mais a manifes-
tação do Verbo Divino, Perfeito e Imaculado. Vigiai
constantemente os vossos pensamentos, filtrando
as imperfeições em vossa Consciência, deixando
de expressá-las na fala dirigida aos vossos
irmãos, perdoando aqueles que vos dirigem
palavras ofensivas pois sabeis que esses atos são
fruto da vossa ignorância sobre vós mesmos.

67
Capítulo 21
Tubo de Luz

Visualizai em vossos pés um círculo branco


de energia. Senti que estais apoiados nesse
campo energético e que, pelos chacras e pontos
energéticos de vossos pés, absorveis a energia
prânica que se dirige a todos os vossos órgãos e
células corporais. Permanecei nesta visualização
até que possais vivenciar e sentir realmente essa
energização prânica. Após sentirdes que estais
repletos de energia prânica, viva e irradiante,
visualizai e senti que o disco energético que está
nos vossos pés começa a se expandir e um
campo de energia prânica começa a circundar o
vosso corpo como se ficásseis envolvidos por um
tubo de energia. Visualizai que esse canal
energético torna-se cada vez mais irradiante e
luminoso, formando um tubo de luz branco-cristal.
Senti que esse tubo irradia desde os vossos pés
até às dimensões da vossa Consciência Superior,
unificando-vos e fortalecendo a vossa ligação com
o vosso Mestre interior. Através deste exercício,
procurai elevar o vosso padrão vibratório, sentindo
que ides purificando o vosso canal de ligação com
os planos superiores da vossa Consciência
conforme o vosso tubo de luz vai-se formando.
Que a paz permaneça convosco.

68
Capítulo 22
Cântico à Mãe Terra

Terra que sustentas teus filhos,


Acolhe em teu ventre a Creação,
Expandindo em cada semente que alimentas
A Consciência do Divino Pai-Creador.

Alimenta os meus corpos com teus sais minerais


Fundindo em minhas células a perfeição,
Purificando o meu ser em tua energia ígnea.

Divina Mãe Terra!


Ensina-me a viver em harmonia com o Todo,
A celebrar a cada dia o nascimento
Da Verdade em meu Ser.

Acolhe-me em teus braços


Aquecendo em mim a esperança
Da vida Eterna na infinita Creação!

Estais caminhando em uma estrada de terra


vermelha e úmida. Senti em vossos pés o frescor
da terra que pisais e percebei que, a cada passo
que dais, todos os pontos energéticos nos vossos
pés são ativados pela energia da terra. Perma-
necei andando nesse caminho e absorvendo essa
energia, sentindo-vos cada vez mais relaxados
conforme caminhais. Senti o cheiro da terra
molhada e respirai esse aroma natural originado

69
da terra fresca, como se o caminho de terra
tivesse sido molhado pela chuva.
No momento em que vos sentirdes satisfeitos
permanecei parados sentindo que o chão sob os
vossos pés começa a se tornar cada vez mais
pastoso e continuais entrando na terra, até que
percebeis que vossos pés estão cobertos por ela.
Mentalizai que dos vossos pés começam a brotar
raízes que vão interligando vossos corpos à terra.
Senti-vos como árvores e, pelas raízes dos vossos
pés, absorvei o alimento da Mãe Terra, fortificando
e energizando todos os vossos centros de
Consciência e nutrindo todos os vossos corpos.
Sois como bebês que estão sendo amamentados
pela Mãe Terra que vos acolhe em seus braços
amorosos.
Permanecei concentrados nessa ligação com
a Mãe Terra, sentindo uma grande Unidade entre
todos os filhos de Vossa Mãe e um grande
respeito pela Vida que se manifesta na Natureza...

70
Capítulo 23
Vulcão Ígneo

Visualizai um vulcão. Senti que a energia


gravitacional da terra puxa a vossa negatividade
para o interior desse vulcão e que o peso que
carregáveis começa a ser aliviado. Quando o
vosso vulcão mental ficar cheio com o lixo que
acumulastes em vossa(s) vida(s), evocai a energia
ígnea da Mãe Terra, pedindo que ela vos liberte
das vossas ilusões e prisões materiais:

“Grande Mãe Terra, lançai sobre mim a vossa


energia ígnea, purificando-me das minhas
imperfeições”.

Permanecei nesta evocação até que possais


perceber que, no centro do vulcão, a energia
ígnea da Mãe Terra começa a se manifestar e
todo o vosso lixo colocado no vulcão começa a se
transmutar e a se transformar em lava ígnea que
reflete a energia viva da Mãe Terra. Quando todo
o lixo do vosso vulcão se transformar em lava,
mentalizai que ele começa a entrar em erupção.
Senti o poder da energia ígnea da Mãe Terra se
expressando na erupção e permiti que a energia
expressa na lava incandescente do vulcão,
alimente as vossas células mentais e elimine as
formas-pensamento negativas que existem nos
vossos inconscientes. Permanecei nesta projeção

71
somente o tempo que achardes necessário.
Não procureis queimar todo o vosso lixo de
uma só vez nem penseis que, ao fazerdes este
exercício, estareis livres de todos os vossos
padrões negativos. Sabei que vós tendes pontos
de saturação e que as vossas estruturas de ego*
resistirão a estes exercícios de projeção, dificul-
tando ao máximo a sua execução. Trabalhai
apenas o necessário para cada dia, não ultrapas-
sando a vossa capacidade de acumulação de
energias.
O mais importante é a frequência e a
qualidade das vossas projeções e não a quan-
tidade de energia com que entrais em contato ou
que podeis suportar. Não procureis também usar
estas projeções para resolver problemas de outras
pessoas nem tão-pouco curá-las, evitando fazer
projeções direcionadas à humanidade como se
tivésseis que salvá-la. Concentrai-vos unicamente
em vós, esquecendo os problemas dos vossos
parentes, amigos, vizinhos e do mundo repleto de
conflitos em que viveis.

72
Capítulo 24
Fechando o Ciclo

Amados discípulos. Encerramos, com o


capítulo anterior, o ciclo dos quatro elementos.
Procuramos mostrar-vos, desde como trabalhar a
expansão da vossa Consciência pela projeção
mental do vosso centro de percepção, até aos
fenômenos naturais que presenciais em vosso
plano físico e que expressam a energia dos quatro
elementos.
Procurai, sempre que possível, observar
esses fenômenos naturais através de retiros na
Natureza, procurando integrar-vos com as
energias que estão no cenário desses fenômenos.
Trabalhai pela purificação dos vossos corpos
energéticos e pela transmutação consciente dos
vossos carmas, procurando resolver e harmonizar
os conflitos que encontrardes nas vossas vidas.
Acreditai, amados discípulos, que nada vos
acontece por um simples acaso e que tudo o que
passais constitui uma colheita do que certamente
plantastes ao longo da vossa jornada da Cons-
ciência. Nunca estareis sozinhos pois, mesmo
quando o mundo vos parecer desmoronar, sempre
existirá uma luz no final do túnel – se tiverdes fé
suficiente para encontrá-la.
Sabei, também, que a maior Vontade do
Universo é trazer-vos de volta ao Seu centro e que
todos os seres que vão se libertando dos pesos

73
que os mantêm estacionados nas periferias da
Consciência acabam trabalhando para ajudar no
despertar daqueles que ainda estão cegos para a
Verdade.
Vós sois como Sementes Divinas que foram
lançadas pelo Universo até encontrarem as
condições necessárias para o seu germinar.
Existem sementes que num solo são mais resis-
tentes do que outras que não conseguem
germinar nele. Porém, no Universo, existem
infinitos solos e infinitas oportunidades para que
todas as sementes possam encontrar o seu
caminho e germinar. Assim, amados discípulos,
mais cedo ou mais tarde, sentireis a Verdade da
vossa origem divina despertar dentro de vós e ireis
começar a crescer cada vez mais em direção à luz
da vossa realidade Cósmica.
Podemos dizer que as trevas que encontra-
reis no vosso caminho são apenas “solos” que
farão com que a semente luminosa de vossa
realidade espiritual desperte. O sofrimento que
passais em vossos ciclos cármicos pode ser
considerado infinitamente pequeno diante do
esplendor da Luz e do Amor do Pai-Creador que
constitui em Si a origem e o fim de toda a
Creação.
Deus, que não pode ser compreendido nem
tão-pouco explicado, não possui opositores nem
duas faces. Todos os demônios aos quais temeis
constituem, na verdade, apenas manifestações da
ilusão gerada pela separação entre o vosso centro
e a Unidade Cósmica. Os seres que se opõe à

74
vontade Divina podem ser considerados sementes
que resistem à Verdade até ao momento em que
encontrarão o solo adequado para a sua germi-
nação.
Acreditai que o Amor do Creador pulsa em
todos os átomos da Creação e o seu magnetismo
irradia-se por todos os centros de Consciência,
pronunciando intensamente o chamado de retorno
à Sua morada celestial. A parábola do filho
pródigo é a compreensão mais profunda dessa
verdade transmitida pelo Cristo no vosso plano de
Consciência. Se realmente sentirdes esse
chamado, reconhecereis que vós sois o filho
pródigo e que um banquete vos aguarda no
regresso ao vosso lar divino. Compartilhai,
conosco, deste banquete!

75
Capítulo 25
O Abismo

O homem, ao assumir uma personalidade no


plano físico, por motivos cármicos que alcançam
uma compreensão além dos limites deste livro, se
depara com um “abismo” que o separa da sua real
identidade espiritual.
Denominamos de “abismo” esse fenômeno
pelo fato de parecer impossível ao homem
transpor essa distância entre o plano material e o
plano espiritual. Esse fenômeno constitui, em si, o
grande enigma da existência humana e decifrá-lo
significa participar de um autêntico processo de
auto-conhecimento.
Somente através de um mergulho profundo
em si poderá o homem ultrapassar os limites da
sua percepção física e vislumbrar os primeiros
raios de luz da Verdade Espiritual.
Pode-se comparar o homem a um ser que
passou a sua existência numa caverna escura e,
portanto, se acostumou à escuridão, não podendo
entrar em contato direto com a luz do Sol pelo fato
de não ter condições de suportá-la. Assim, o
discípulo deve-se acostumar a conviver com “o
pão nosso de cada dia”, ou seja, ter a consciência
de que apenas gradativamente vai sendo
preparado para sair da caverna escura em que se
encontra para poder contemplar diretamente com
seus próprios olhos o esplendor da Luz solar.

76
Dúvidas e perguntas sempre vos acompa-
nharão e observareis que não ireis encontrar uma
resposta definitiva para todas as vossas indaga-
ções. Aliás, percebereis que em vossas mentes
concretas já existem muitas respostas, sendo
necessário jogar fora muitos conceitos e postu-
lados que aceitais como verdades intocáveis e
constituem, em si, os fundamentos do vosso
“castelo de ilusões”.
O pior obstáculo que um discípulo encontra
na sua jornada de Consciência consiste no
orgulho intelectual e na certeza do saber,
utilizados unicamente como formas de poder. Por
isso, um dos primeiros passos no processo de
auto-conhecimento consiste em se desfazer
dessas roupas conceituais e se despir do orgulho
do intelecto, colocando-se diante de si mesmo
como uma criança que começa a descobrir o
mundo em que se encontra. A esse fenômeno
damos o nome de “despertar da Criança Crística”
que existe em cada ser humano.
O homem, no plano físico da Consciência,
ignora completamente a sua origem e a sua real
identidade espiritual. Digamos que existe um véu
que envolve a percepção humana impossibilitando
ao homem olhar a Verdade Cósmica da sua Cons-
ciência Espiritual e Divina, por falta de outra
terminologia mais adequada na vossa linguagem
verbal.
Estamos apenas apresentando um fato
claramente demonstrável para vós sem procurar
discernir sobre o motivo ou a causa desse

77
fenômeno. Não nos compete esclarecer publica-
mente uma questão que necessita de uma acele-
ração energética adequada na estrutura de Cons-
ciência do discípulo que está disposto a seguir o
caminho do auto-conhecimento e da descoberta
da Verdade. Esse enigma constitui o motivo pelo
qual escrevemos esta obra e também o motivo
pelo qual a estais lendo.
Se realmente compreendestes a razão deste
livro, sabereis que a resposta ao enigma da
existência humana compete a vós encontrar.
Tereis que vencer o abismo de vossa ignorância e
alcançar a plenitude da Sabedoria Cósmica em
vossa Consciência. Boa viagem, amados discípu-
los! Estaremos sempre convosco se realmente
desejais descobrir a Verdade sobre vós.

78
Capítulo 26
Mergulhando no Abismo

Projetai as vossas mentes até um abismo.


Idendificai esse abismo com a graduação da
vossa ignorância, permanecendo alguns instantes
observando e analisando a sua dimensão e
procurando encará-lo de frente, sem temor ou
vergonha de vos deparardes com a realidade da
sua existência.
Através dessa análise inicial, deveis iden-
tificar qual é o ponto mais baixo do vosso abismo
e qual é a sua profundidade. Projetai a vossa
Consciência até à sua base evocando, através da
vossa vontade mais profunda, a intenção de
sairdes dele. Visualizai que, conforme expressais
essa vontade, ides construindo uma escada
dourada e, ao mesmo tempo, ides subindo pelos
degraus dessa escada feita com a energia
dourada da Sabedoria Cósmica que existe em
vós.
Mentalizai a seguinte afirmação:

“Eu Sou o construtor da minha liberdade e ao


mesmo tempo o destruidor da minha escravidão”.

Senti que, ao construirdes essa escada, ides


elevando a vossa vibração e iluminando a vossa
Consciência, preenchendo-vos com a energia
dourada da Sabedoria que vai iluminando a vossa

79
ignorância e abrindo os vossos canais para a
contemplação da Verdade dentro de vós.
Senti, realmente, que ides elevando os
vossos padrões de Consciência a níveis superi-
ores à medida que ides subindo pela escada da
Sabedoria e pelas encostas do abismo da vossa
ignorância, sentindo que, no topo desse abismo,
uma Luz irradiante começa a se manifestar.
Abri vossos corações para essa Luz e
recebei em vossas Consciências a Luz dos vossos
Mestres interiores, procurando integrar-vos com
esses Seres de Luz que vos auxiliam no caminho
do auto-conhecimento à procura da Verdade.
Procurai sentir as energias do topo do vosso
abismo e as mensagens ou impressões que elas
vos passam, registrando-as, se achardes neces-
sário, em um diário de experiências sobre a vossa
meditação de projeção de Consciência. Que a Paz
permaneça convosco, amados discípulos.

80
Capítulo 27
O Exercício
O que já expusemos até ao presente
momento deixa bem claro que o caminho do auto-
conhecimento é bem mais prático do que vós
imagináveis e encontra-se à disposição de todos e
não somente daqueles que chamais doutores do
conhecimento em vosso mundo.
Pela educação que recebeis no vosso plano,
todos os “doutores” passam por uma iniciação em
inúmeras teorias, exercícios de raciocínio puro e
especulações científicas. Uma deficiência
educativa do vosso plano consiste na dissociação
que fazeis entre teoria e prática. Por isso, o vosso
ensino encontra-se tão fragmentado que poucos
jovens conseguem se realizar em suas profissões
ao perceberem que muito pouco do que apren-
deram nas universidades é utilizado na prática das
suas profissões. Evidentemente, existem profis-
sões mais técnicas e aparentemente mais próxi-
mas da prática paralelamente àquelas que são
mais abstratas e, portanto, mais próximas da
teoria. Todavia, o que se observa no geral é que o
vosso ensino não consegue unir de forma
satisfatória a prática com a teoria.
É por isso que nós procuramos, além de
conceitos e princípios (teoria), passar-vos os
exercícios (prática) que vos permitirão interagir
com as energias, por forma a desenvolverdes os
vossos centros energéticos, despertando as vos-

81
sas estruturas para níveis de percepção mais
abrangentes sobre a Verdade.
Podemos dizer também que, através das
muitas alegorias, comparações e parábolas
utilizadas nesta obra, procuramos despertar o
vosso interesse pela meditação, apresentando o
método de projeção da Consciência direcionado
para a ampliação dos vossos níveis de percepção
consciente.
Assim, através dos capítulos precedentes,
apresentamos um esquema prático de auto-
conhecimento. Se sentirdes afinidade com o que
apresentamos até agora, podeis organizar os
exercícios de projeção de Consciência de forma a
construir um método de meditação diário dire-
cionado para a ampliação dos vossos horizontes
de percepção.
Tornamos a dizer que este método de
meditação deverá ser praticado somente por
aqueles que, realmente, sentirem uma grande
afinidade com o que já apresentamos e não surtirá
nenhum efeito com aqueles que o praticarem
apenas por curiosidade ou com um interesse
meramente egoísta.
Este método não tem por objetivo
desenvolver poderes psíquicos, nem tão-pouco
vos permitir realizar qualquer tipo de viagem astral
ou desenvolver qualquer poder mediúnico.
Evidentemente, se persistirdes nestes exercícios
podereis entrar em contato com os Mestres
Espirituais que vos orientarão no vosso processo
de auto-conhecimento. Porém, esses Seres se

82
manifestarão naturalmente durante a vossa
prática, podendo ou não se identificar aos seus
discípulos. O importante será a mensagem ener-
gética que vos será passada com o sentido de
ampliar a vossa compreensão sobre a Verdade
em vós.
Ninguém está autorizado a utilizar o nome de
nenhum dos seus instrutores para dizer que
recebeu uma mensagem, com o sentido de mani-
pular a Consciência daqueles que, por estarem
famintos de Verdade, esqueceram-se que
compete a cada um trabalhar pelo seu alimento
diário. Não queremos, com isso, dizer que todo o
processo de “chanelling”* que observais atual-
mente seja falso ou puramente fruto da manipu-
lação egoísta de alguns mediadores. Queremos
deixar bem claro que a pessoa que recebe
mensagens do plano espiritual não deve ser
cultuada como um deus nem deve ser
considerado como verdadeiro tudo o que ela vos
transmite. Existe muita interferência entre os
planos do Espírito puro e o plano da matéria mais
densa em que vos encontrais.
Utilizai o bom senso e o vosso sentimento
interno para analisar as mensagens que receber-
des, bem como aquelas com que entrais em
contato por direcionamento externo de outras
pessoas. O que importa realmente é o conteúdo
da mensagem; nem tanto a sua forma. Procurai
vos concentrar em mensagens que não estejam
voltadas para fatos externos mas que transmitam
conceitos ou princípios que vos permitam enxergar

83
mais longe.
Quando tocamos no aspecto do poder
mediúnico, não queremos criticar o espiritismo de
Allan Kardec. Também não é nossa intenção nos
colocarmos como superiores a esses fenômenos.
Apenas vos estamos alertando para o fato de
que, embora muito já se tenha estudado sobre a
“mediunidade” em vosso plano, esse fenômeno
ainda permanece muito mal entendido. Vos
advertimos, também, que é errado procurar o
desenvolvimento espiritual visando apenas
adquirir poderes psíquicos como forma consciente
ou inconsciente de exercer poder sobre os fatos
ou as pessoas que participam convosco do
aprendizado no vosso plano e com isso satisfazer
os vossos desejos pessoais.
Em síntese, procurai alcançar um estado de
neutralidade ao optardes por seguir o método da
projeção de Consciência, evitando comparações
com outros métodos e todas as formas de crítica
destrutiva que vos impeçam de continuar o vosso
caminho à procura da Verdade.
Não alimenteis sonhos ou fantasias nem
procurai fugir da vossa realidade cármica. O que
realmente transforma o homem é uma autêntica
mudança de padrões em sua Consciência desde
que ele esteja disposto a se desfazer dos padrões
que constituem as raízes de sua prisão e infelici-
dade. Assim, o método que vos apresentamos tem
por objetivo permitir-vos mergulhar nas profun-
dezas da vossa Consciência e descobrir as novas
realidades que sempre existiram e sempre exis-

84
tirão na percepção Cósmica da vossa Verdadeira
Identidade Espiritual.
Aqueles que se identificarem realmente com
este processo, poderão praticar a projeção diaria-
mente, dedicando alguns momentos do seu dia,
com a seguinte ordem de exercícios:

1. Projeção de relaxamento. (Capítulo 13).


2. Projeção de evocação. (Capítulo ,15).
3. Uma das sequências de projeção sobre os
quatro elementos, ou seja:
a) seqüência do elemento fogo: Capítulos
16 e 17;
b) seqüência do elemento água: Capítulos
18 e 19;
c) seqüência do elemento ar : Capítulos 20
e 21;
d) seqüência do elemento terra: Capítulos
22 e 23.

Escolhei as sequências que mais se adaptam à


vossa realidade presente, procurando variá-las de
forma a trabalhardes com todos os elementos.
Tereis facilidade em trabalhar com alguns
elementos e dificuldade com outros. Procurai
vencer essas dificuldades de forma a propiciar um
equilíbrio em vós desses elementos.

Projeção do Mergulho no Abismo: Capítulo 26.

Estas quatro projeções realizadas na


seqüência descriminada acima constituem o que

85
chamamos de “Exercício Prático de Auto-Conheci-
mento”. Indicamos a sua prática àqueles que sen-
tirem interesse ou afinidade pelo método aqui
apresentado. Aconselhamos a todos que
procurem entender bem os exercícios de projeção
indicados para que possam alcançar a tônica
energética necessária a um bom desempenho
neste processo de auto-conhecimento. Acreditai
em vós e tende coragem para ultrapassar as
dificuldades que vos aparecerão pela frente.
Sempre estaremos convosco.

86
Capítulo 28
O Sentimento

Aconselhamos a todos os discípulos que


trabalhem por um refinamento em seus senti-
mentos. Podeis comparar-vos a um aparelho de
rádio que está sendo sintonizado com as frequên-
cias da Consciência. No começo, captareis, natu-
ralmente, mais ruídos do que música. Conforme
fordes ampliando os vossos horizontes de percep-
ção através das vossas meditações diárias
conseguireis sintonizar-vos em padrões mais
refinados de energia e ouvireis, bem como partici-
pareis mais ativamente, da grande Sinfonia do
Universo.
Deveis procurar manter uma grande
integridade nos vossos sentimentos. Quando
falamos em sentimentos, queremos dizer tudo o
que podeis perceber por intermédio de todos os
vossos sentidos a respeito de algo.
Normalmente, quando se fala em sentimento,
se associa a idéia do que vós sentis unicamente
no vosso “coração” ou com a empatia que tendes
por algo ou alguma pessoa. Em termos técnicos,
poderíamos dizer que o termo sentimento
encontra-se apenas associado àquilo que captais
pelo vosso chacra cardíaco. Desde já, dizemos
que essa interpretação restrita tem ocasionado
inúmeras confusões nos discípulos e fragmentado
as suas Consciências não permitindo que

87
tivessem alcançado um discernimento mais
correto sobre si próprios.
Sentimento é tudo o que podeis perceber ou
tendes consciência no momento. Quando analisar-
des uma questão, procurai realizar uma investi-
gação profunda, colocando todo o vosso ser e
procurando captar tudo o que puderdes com os
vossos sentidos. Em termos práticos, seria como
se, ao vos deparardes com uma flor, além de
observardes visualmente todos os seus detalhes,
sentirdes o seu perfume, tocardes a sua textura,
verificardes o seu paladar, pudésseis também
ampliar essas percepções através do despertar de
outros “sentidos”, expandindo a vossa Consciência
sobre a flor que observásseis.
Um outro ponto a ser considerado consiste
no termo visualizar que muitas vezes utilizamos
nos exercícios de projeção. Quando dizemos para
visualizar algum cenário específico, é como se vos
pedíssemos para criar um filme em vossa mente
referente a esse cenário. Após a criação desse
filme, passamos a vos pedir para sentir o que
presenciais, como se tivéssemos pedido que
entrásseis nesse filme e dele participásseis. Este
constitui, na verdade, o princípio de todo o
exercício de projeção de Consciência e, quanto
mais fácilmente puderdes projetar o filme na vossa
mente e dele participar, mais facilmente entrareis
em contato com as energias envolvidas nesses
exercícios.
Por isso, não fragmenteis a vossa percepção
esquecendo-vos de sentir com todos os vossos

88
recursos disponíveis no momento. Deste modo,
conseguireis vislumbrar a Verdade de forma mais
integral, ampliando a vossa percepção.

89
Capítulo 29
Esclarecimentos

Amigo leitor. Chegamos ao fim desta primeira


parte. Para mim, como escritor deste livro, está
sendo uma experiência inédita e até surpre-
endente. Uma pergunta vós certamente estais
fazendo: “Afinal, quem está escrevendo esta
obra?”. Essa não é uma resposta muito simples de
dar.
Evidentemente que, em termos unicamente
materiais, cabe a mim produzir este livro. Porém,
em termos mais espirituais, a fonte inspiradora do
que está sendo relatado é o que em termos
ocultos se denomina “A Grande Unidade da
Fraternidade Branca”. Posso, portanto, ser
considerado como um canal transmissor destas
mensagens energéticas recebidas.
Desde já, peço-vos desculpa pelas imper-
feições desta obra pois, em muitos casos, a
linguagem energética, ao ser traduzida em
linguagem verbal, deixa muitos pontos obscuros.
Imaginem uma língua com apenas cem palavras e
outra com mil palavras. Logicamente a língua com
mil palavras permitirá descrever um fenômeno de
forma mais precisa do que a língua com apenas
cem palavras.
Se levarmos em conta, também, a precisão
que uma língua permite transmitir com os seus

90
conceitos, verificamos que nenhuma linguagem
humana é suficientemente adaptada para trans-
mitir as verdades mais profundas do Espírito, o
que muitas vezes produz interpretações errôneas
sobre os assuntos transcendentes ou metafísicos.
É mais ou menos isto o que se observa perante
uma mensagem energética.
Existem, hoje em dia, inúmeros livros que
falam sobre a Fraternidade Branca e a atuação
dos Mestres Ascensos no plano físico, descre-
vendo as suas identidades, bem como algumas
das personalidades que assumiram ao longo das
suas encarnações. Pode ser-vos útil entrar em
contato com essa realidade abrindo as vossas
mentes à atuação desses Seres através da leitura
de algumas obras sobre esse tema.
Podemos classificar os “obreiros do espírito”,
basicamente, em duas categorias: Alguns se
dedicam a preparar o solo; outros se dedicam a
plantar as sementes. Evidentemente, esta classifi-
cação é relativa, pois alguém que é chamado a
realizar um trabalho de finalidade mais “espiritual”,
em vossa classificação (de certa forma todos os
trabalhos, em si, são espirituais) é, ao mesmo
tempo, um preparador do solo e um semeador
embora, num ponto de vista temporal, possa
tender mais para um lado e menos para o outro. A
elaboração deste trabalho só foi permitida porque
muitos Servidores da Verdade têm vindo a
preparar o caminho para estas revelações, o que
permitiu torná-lo muito mais sintético, prático e
direcionado para a revelação simples da Verdade

91
dentro de cada um.
O contato consciente entre um discípulo e o
seu Mestre interior constitui uma experiência
inédita e impossível de ser comunicada àqueles
que não a realizaram. Da mesma forma que um
cego jamais poderá saber como é o mundo ao seu
redor visualmente, assim é também para aqueles
que ainda não estão preparados para abrir os seus
olhos para as realidades do Espírito. Podem-se
escrever centenas de livros descrevendo a vida
em outras dimensões mas isso será insuficiente
para quem que ainda não despertou acreditar nas
verdades relatadas.
O método de projeção de Consciência não
pode ser considerado como o único caminho que
pode ser seguido. Podemos dizer que a tônica
energética deste método não se adapta a todos os
discípulos que procuram a Verdade tal como num
jardim podemos encontrar inúmeras flores mas
apenas algumas tocam os sentidos de quem as
observa.
Posso sentir a manifestação de uma
profunda energia de Amor e Doação irradiada
pelos Seres que orientam a elaboração deste
trabalho, fortalecendo-me e encorajando-me no
desempenho desta tarefa. Muitas vezes perguntei
qual o sentido deste livro se, por experiência
própria, aprendi que a Verdade não pode ser
ensinada, mas apenas vivenciada. Como resposta
às minhas dúvidas, foi-me mostrado que a
Verdade pode ser comparada a um alimento (pão)
que pode (e deve) ser compartilhado. Para que

92
todos tenham acesso à fonte desse alimento deve-
se cada vez mais distribuí-lo pois, conforme
damos e nos doamos, mais receberemos. Da
mesma forma, quanto mais água flui por um canal
mais esse canal funde-se com a sua Fonte que,
figuradamente, pode ser descrita como o “Grande
Oceano da Verdade”. Nesse sentido, esta obra
procurará fornecer alguns subsídios para que cada
um possa vivenciar o encontro com a Verdade em
si próprio.
A atuação de um Mestre em seu discípulo
pode ser comparada à atuação de um catalisador
numa reação química, ou seja, o Mestre não pode
“salvar” o discípulo da sua ignorância, mas pode
“acelerar” o despertar desse discípulo, abrindo as
janelas que lhe ocultam a luz. Na verdade, agimos
como átomos em uma reação em cadeia. À
medida que acordamos para a nossa verdadeira
origem Espiritual, agimos como se fôssemos partí-
culas mais aceleradas da “Grande Reação Nuclear
da Verdade” e contribuímos para que a vibração
da Unidade Cósmica atinja os pontos mais
resistentes ao Seu Chamado.
Iniciaremos uma nova fase do nosso estudo
apresentando definições preliminares aos discípu-
los com o sentido de esclarecer alguns pontos
obscuros que podem dificultar o processo de auto-
conhecimento. Forneceremos apenas algumas
indicações para que possais adquirir mais
confiança em vós e no que já expusemos.
Até breve.

93
94
PARTE II

DEFIIÇÕES

95
Capítulo 30
Definições

O Insondável que se pode sondar


Não é o verdadeiro insondável.
O inconcebível que se pode conceber
Não indica o inconcebível.
No inominável está a origem do Universo.
O que é nominável constitui a mãe de todos os
seres.
O Ser indica a fonte incognoscível.
O Existir nos leva pelos canais cognoscíveis.
Ser e Existir são a realidade total.
A diferença entre Ser e Existir,
É apenas de nomes.
Misterioso é o fundo
Da sua Unidade.
Eis em que consiste a Sabedoria suprema.

(Do livro Tao Te King — tradução de Humberto Rohden,


Editora Alvorada, São Paulo)

Os conceitos devem ser entendidos como


roupas que a mente humana utiliza para se
apresentar como uma entidade distinta perante si
mesma. Os fenômenos relacionados com a capa-
cidade racional do ser denominado “homem” ainda
permanecem desconhecidos. A ciência não conse-
gue explicar como o cérebro humano consegue
diferenciar-se do cérebro dos animais e o que
permite ao homem conseguir “pensar” e raciona-

96
lizar sobre o mundo em que se encontra.
O conhecimento humano sempre se depara
com limites pequenos e muitas máscaras cien-
tíficas encobrem a verdadeira ignorância do
homem sobre si mesmo e sobre o Universo ao seu
redor. Até que ponto podereis realmente conhecer
a realidade como ela é? Quais serão os limites da
vossa percepção e como podereis ultrapassar
esses limites? Eis algumas perguntas iniciais
quando começais a procurar a Verdade dentro de
vós.
“Eu só sei que nada sei”. Esta afirmação
muito conhecida nos vossos meios filosóficos
traduz a essência do ensinamento que queremos
vos apresentar neste capítulo. Realmente, sempre
que utilizardes as faculdades das vossas mentes
concretas e analíticas chegareis à conclusão de
que todo o conhecimento que podeis adquirir no
plano físico não vos conduzirá a nenhum lugar.
Falta-vos o elo de ligação que vos permitirá atingir
uma unidade interna para poderdes alcançar a
verdadeira Sabedoria.
Esse elo pode ser considerado como o
silêncio interno. Somente quando conseguirdes
atingir um estado de contemplação profunda e
uma quietude mental necessária, conseguireis
entender os mistérios do Universo e a razão da
vossa existência. Agora perguntamos: Qual é a
utilidade da vossa mente concreta e racional se
vos afirmamos que deveis silenciá-la para
alcançardes a Verdade? Será possível acalmar o
turbilhão de pensamentos e ouvir a “voz do

97
silêncio” como uma realidade existencial? O que é
a “voz do silêncio” e quem é o “autor” dessa voz?
Vamos procurar subir, degrau por degrau, os
vossos processos de auto-conhecimento e saber
esperar o momento certo para esclarecer cada
dúvida que guardais nos vossos corações
ansiosos pela Verdade. As respostas a essas
perguntas só poderão ser encontradas pelo
contato direto com essa “voz misteriosa” que
afirmamos ser a “fonte de água” capaz de saciar a
vossa sede de Verdade. Se realmente desejais
saciar a vossa sede, utilizai a projeção das vossas
Consciências ao encontro da fonte que se encon-
tra dentro de vós.

98
Capítulo 31
A “Voz do Silêncio”

O perfume de uma flor


Estará sempre presente
Na Consciência do homem
Que desenvolve sua sensibilidade
Para sentir esse perfume
Com toda a intensidade
No mais profundo aspecto
Do seu Ser.

Para se ouvir o Som das Esferas


Que parece inaudível aos sentidos comuns
Devem-se eliminar os ruídos
Sintonizando-se com os padrões Cósmicos.

Assim como o perfume de uma flor,


Assim como o Som das Esferas,
Assim a “Voz do Silêncio” se expressa.

O pequeno poema acima apresentado pode


vos parecer sem sentido perante o vosso desejo
de conhecimento analítico. As mentes concretas e
dirigidas às necessidades puramente materiais do
plano físico sempre exigirão uma resposta condi-
cente com os seus conceitos limitados.
Pode-se comparar a mente humana ao
casulo de uma borboleta. Sua utilidade é passa-
geira e deve ser considerada apenas um veículo

99
de um Ser Espiritual que está se formando. Por
outras palavras, as experiências proporcionadas
pela mente do homem são apenas meios de se
construir um “centro de Consciência” capaz de
despertar o Ser Espiritual do seu sono profundo.
O processo de formação do ego, em sentido
psicológico, é importante para propiciar a
ascensão do “Eu Sou” na vossa Consciência. Esse
fenômeno pode ser classificado como o início do
processo de iluminação a que todo o discípulo do
ocultismo se submeterá. O ego do homem se
compara a uma “lagarta” que vai crescendo até ao
ponto em que forças naturais iniciam o processo
de formação do “casulo” e a sua conseqüente
transformação em “borboleta”.
Se observardes uma lagarta, verificareis que
a sua atividade restringe-se a “comer sem parar”
toda folhagem que puder consumir. A vossa
mente, nesse estágio, age de uma forma similar,
ou seja, sempre estareis procurando “entender” ou
construir “conceitos” que vos forneçam respostas
para as vossas dúvidas mais profundas. Entre-
tanto, por mais que aparentemente saibais dentro
do intelecto, sempre sentireis uma insatisfação
interna e a necessidade constante de “dominar” o
mundo externo através da imposição do poder
intelectual. No fundo, procurareis preencher o
vazio que as vossas teorias vos transmitem e
satisfazer a vossa fome pela Verdade.
Um alimento incompleto sempre vos deixará
com fome. Somente um alimento integral con-
segue satisfazer a vossa necessidade real e

100
fornece os nutrientes necessários. Analisando o
que comeis verificareis como ainda estais presos
ao estágio da “lagarta”. Os vossos supermercados
estão cheios de guloseimas atraentes e
supérfluas. Quando comeis um biscoito muito
salgado passais a exigir um biscoito muito doce,
entrando num ciclo vicioso que vos faz andar em
círculos.
Utilizamos este exemplo baseado na vossa
alimentação para que percebais que esse fenô-
meno externo constitui apenas um estágio de
Consciência que internamente se manifesta em
vós. Como “lagartas”, estareis sempre ansiosos
pelos extremos e necessitareis de vivenciar uma
dualidade cada vez mais presente. Tudo o que
enxergardes através das vossas mentes concretas
pode ser comparado a um alimento incompleto e
insuficiente para vós.
Entretanto, quanto mais vivenciais a
dualidade, maior será a vossa insatisfação e sofri-
mento fazendo com que procureis seguir o “cami-
nho do meio” definido por um autêntico processo
de auto-conhecimento. Podeis vos comparar a um
fósforo que está sendo riscado na caixa, ou seja,
quanto mais ides de um lado para o outro, maior
será o atrito traduzido em conflitos internos e
assim conseguireis acender a vossa Chama
interna e queimar a vossa ignorância.
Continuando com o exemplo do fósforo,
perguntamos: O que faz com que o fósforo se
acenda e incendeie a madeira que o sustenta? Se
vos recordardes do que aprendestes nas vossas

101
escolas primárias sabereis que o atrito com a
superfície áspera da lixa provoca uma reação
química que liberta energia e queima a madeira,
fazendo o fogo do fósforo. Da mesma forma se
procederá convosco, ou seja, o atrito provocado
pelo vosso estágio de “lagarta” fará com que surja
em vós a borboleta oculta e podereis voar para
horizontes totalmente desconhecidos e inatingíveis
para vós no estágio anterior.
Esse processo de transformação de “lagarta”
para borboleta é diferente para cada indivíduo.
Entretanto, como sois representantes do gênero
humano, dizemos poeticamente que, durante esse
processo, a voz da vossa borboleta interna
começa a chamar-vos de volta à vossa real
identidade, procurando silenciar as dúvidas exis-
tentes na vossa “lagarta” externa. Denominamos
essa voz misteriosa de “Voz do Silêncio”, que
sempre permanecerá incompreensível para as
vossas mentes concretas da mesma forma que
uma lagarta, ao se deparar com uma borboleta,
jamais imaginará que um dia ela será também
uma borboleta.
O método de projeção de Consciência que já
apresentamos tem por objetivo acelerar esse
processo em vós da mesma forma que um agente
catalisador pode acelerar uma reação química.
Podemos dizer que a vossa prática será o vosso
Mestre inicial e o vosso desejo de conhecer a
Verdade o “pão” que vos alimentará perante as
dificuldades encontradas em vosso estágio de
lagarta. Sabei que, para nascer a borboleta que

102
existe em vós, uma lagarta terá que morrer e
resistirá com todas as suas forças à extinção.
Passareis por conflitos existenciais e “provas de
fogo” e muitas vezes procurareis fugir da Verdade
que começará a se apresentar através da “Voz do
Silêncio” que passará a ser ouvida com mais
intensidade. Tende fé e a certeza de que o univer-
so de uma borboleta é muito mais real, pleno e
abarcante do que aquele que vivenciais em vosso
estágio de “lagarta”.

103
Capítulo 32
O Mestre Interior

—— Ron, por mais que já mo tenhas dito,


não consigo entender quem tu és realmente.
—— Amado discípulo — disse carinhosa-
mente Ron — Você só saberá quem eu sou real-
mente quando descobrir mais sobre a sua real
identidade.
—— O processo de auto-conhecimento tem
um fim?— perguntei a Ron.
—— Não. — respondeu ele.
—— Então, como saberei quem eu sou?
—— Embora a Verdade seja infinita, passará
por inúmeros estágios no caminho que conduz à
Sabedoria e mais se conhecerá. Quanto mais
sobe uma montanha, maiores são os horizontes
que presencia. — respondeu Ron.
—— Tu és o meu Mestre interior? —
perguntei.
—— Sou um instrumento do seu Mestre
interior. — respondeu Ron.
—— Então, quem é o meu Mestre interior? —
perguntei ansioso.
—— A Verdade é o único Mestre que possui.
— respondeu Ron.
—— Ora, Ron. Tudo o que me dizes é muito
belo e profundo. Porém, às vezes pareces “chover
no molhado”* — retruquei indignado.
—— Meu filho, — disse carinhosamente Ron

104
— a sua ignorância não lhe permite perceber que
todos nós somos representantes da Verdade
Cósmica e Filhos de Deus. Nenhum ser nominável
poderá ser considerado o seu verdadeiro Mestre
mas apenas um representante do seu Mestre
interior. Este constitui a autêntica “Voz do Silêncio”
que pode ouvir se permanecer receptivo às suas
revelações. Analise um corpo humano. Sabe que
inúmeras células se interligam para formá-lo.
Podemos dizer que existe uma Unidade maior que
aglomera as suas partículas e permite que se
forme o seu corpo material. A esse centro
Cósmico de Unidade que permite a existência de
todos os seres denominamos “Pai Creador” e a
Ele servimos. A presença desse centro está em
toda a Creação e procura trazer todos os átomos
isolados de volta à sua origem divina. Conforme
vamos conhecendo a Verdade, agimos como
centros dinâmicos da Unidade Cósmica e
passamos a ser discípulos mais fiéis do Mestre
Interior. Neste ponto, todos os seres creados são
Mestres e discípulos da Verdade e, dependendo
do pólo em que se encontram, agem mais de um
lado ou mais do outro. O importante não é o nome
do Mestre ou quem ele é mas sim a Sua
mensagem.
Após esta resposta de Ron, permaneci em
estado de contemplação perante as suas palavras
tão vivas e irradiantes, de modo que uma profunda
paz se manifestou em meu coração e as minhas
perguntas se dissiparam completamente.

105
Capítulo 33
A Fraternidade Branca

Neste momento, uma Luz Branca irradiante


projetou-se sobre a minha Consciência trazendo-
me um sentimento de Unidade e Fraternidade
interior e transmitindo-me uma mensagem sobre a
Fraternidade que se expressa em todos os seres
que reconhecem as suas verdadeiras identidades
espirituais. Uma voz começou a falar no centro da
minha mente:
“Nós somos os agentes intermediários entre
a Vontade Divina e a vontade humana. Agimos
como cavaleiros da Verdade e da Justiça e
lutamos para que o homem se integre na Vontade
do seu Mestre Interior e se transforme num Ser
Divino e Filho do Altíssimo. Recebemos o
chamado interno de zelar pelo desenvolvimento do
Ser Crístico nas estruturas humanas e contribuir
para a aceleração das partículas isoladas do
Planeta Terra num centro de Unidade capaz de
servir de Veículo ao Anjo Solar que é o represen-
tante do Plano Divino para este sistema.
Ascendemos em nossos processos de Cons-
ciência seguindo as aberturas iniciáticas que o
Planeta Terra nos possibilitou. O nosso trabalho
consiste em abrir cada vez mais esses canais de
Iniciação solar por forma a que um maior número
de Almas possa ingressar nos estágios superiores
de Consciência. De certa forma, podeis nos

106
considerar como irmãos mais velhos que procuram
vos orientar contribuindo para que o Plano Divino
se materialize no “espelho terrestre” e a Terra
possa se transformar num “Planeta-Diamante” e
projetar a luz da “Consciência Divina”. Temos
como lema a Liberdade de Consciência expressa
na Igualdade da Unidade Cósmica e refletida no
Amor fraterno do Creador Universal. Dentro desse
alicerce trino (Liberdade, que expressa a Vontade
do Pai, Igualdade, que traduz a condição do Filho
e Fraternidade, que manifesta o Amor da Mãe)
construiremos a Grande Pirâmide da Verdade e
irradiaremos a Luz da Chama Trina do Três em
Um que purificará todos os átomos da vossa
resistência à Vontade do Creador. Pela união com
esse propósito agimos como se constituíssemos
uma Unidade e formamos um só Corpo para a
manifestação do Cristo Solar que se projeta em
todos os planetas do Seu sistema.”

Amados discípulos. Procuramos traduzir na


vossa linguagem o que para nós traduz-se num
Sentimento profundo que pulsa em todos os
átomos dos nossos corpos energéticos. Perante a
Transcendência do Pai Creador o silêncio é o meio
de comunicação mais apropriado para representá-
Lo. Embora o Inatingível não possa ser represen-
tado, em nossas Consciências percebemo-Lo
como a Luz Branca da Síntese e procuramos
atingir a perfeição nos infinitos raios de luz colorida
que procuram expressar os infinitos atributos
divinos do Pai Creador. Procuramos fazer das

107
nossas vidas uma aquarela de múltiplas cores
para que, no conjunto dos nossos atos, possamos
representar a perfeição da Luz Branca e o Amor
expresso no ato da Creação.
Convidamo-vos a participar nesta aquarela
da Consciência e contribuir com as vossas tônicas
para a construção de um cenário mais condicente
com a Vontade do Anjo Solar em expressar o
Plano da Divindade para que possais receber em
vossos corações o êxtase de vivenciar a Unidade
da Consciência.

108
Capítulo 34
O Processo de “Chanelling”

“Chanelling” ou “Canalização” corresponde a


um fenômeno que começa a ser observado no
vosso plano e se traduz pelo aparecimento de
pessoas que vêm recebendo “mensagens” de
inúmeros seres extra-físicos de acordo com a
experiência e tônicas energéticas de cada mensa-
geiro.
No princípio este processo começou a se
manifestar de forma espontânea em algumas
pessoas que foram direcionadas a se desenvolver
como receptores e transmissores de mensagens.
De uma certa forma, esse grupo de almas que
recebeu tal missão cármica agiu como um jato de
água apontado à rocha resistente da ignorância
humana e procurou amolecer o terreno para
possibilitar que sementes espirituais fossem intro-
duzidas na Consciência coletiva da humanidade.
Podeis observar a expansão de movimentos
relacionados com a Nova Era e verificar inúmeros
tipos e modalidades de trabalhos voltados para a
expansão da Consciência. Evidentemente que o
joio e o trigo estão presentes nesse processo.
Compete-vos realizar a colheita interna e aprender
a separar as sementes da Verdade (Trigo) das
sementes da Ignorância (Joio).
Alguns anos atrás não se poderia pensar em
transmitir publicamente assuntos relacionados

109
com o processo de Iniciação e, conseqüente-
mente, quem violasse este preceito seria
esmagado pela ignorância dos analfabetos do
espírito. As religões assumiram dogmas inquestio-
náveis para a preservação do sistema de poder da
classe dominante. O ato de ser um homem religi-
oso assumiu um caráter meramente externo,
exigindo-se apenas o cumprimento dos rituais
dogmáticos que garantissem o título de “eleitos”
àqueles que os seguissem. Assim, a Verdade
apresentou-se cada vez mais oculta e distante da
vida prática dos homens.
Este processo de cristalização da Cons-
ciência na matéria densa caracterizou-se por um
rompimento com as verdades do espírito,
fechando-se os canais de ligação com os planos
superiores da Consciência. Como dissemos
anteriormente, “a borboleta espiritual encarnou na
lagarta material com o sentido de acordar para a
sua verdadeira identidade”.
Por um processo cármico definido, os canais
de ligação com os planos do espírito começam a
se construir novamente, possibilitando que o
homem entre em contato com a sua Verdade
interna e descubra a sua Origem Divina. Portanto,
a “canalização” ou ligação com as dimensões
superiores da Consciência começará a ser cada
vez mais freqüente e um maior número de
pessoas presenciará na prática das suas vidas o
encontro com seu Mestre interior que as conduzirá
à descoberta do Eu Sou o Que Sou que reside
dentro de cada ser.

110
Não temais este momento de transformação
planetária em que vos encontrais e permiti que as
vossas estruturas alcancem o dinamismo neces-
sário para a continuidade das vossas vidas em um
novo cenário de Consciência. É hora de reflexão
sobre as vossas prisões materiais e de decisão de
abandonar o casulo em que vos encontrais permi-
tindo que a borboleta que reside em vós possa
voar em direção às “Flores do Espírito” e absorver
o “Néctar da Verdade” que jaz oculto em vossos
corações.

111
Capítulo 35
A Iniciação

Para se preservar a revelação da Verdade


nos períodos de escuridão que a humanidade tem
passado, têm sido guardados no coração de
alguns homens mais sintonizados com os planos
do espírito os mapas de retorno ao divino lar
esquecido. Em linguagem oculta, esses mapas
são denominados Mistérios e a sua apresentação
ou descobrimento constitui o que muitos autores
ou escolas esotéricas chamam de Iniciação.
Constituíram-se muitas Escolas de Mistérios
que realizavam rituais de Magia direcionados à
preparação dos discípulos para a Iniciação.
Entretanto, pelo fato de o processo iniciático inten-
sificar o processo energético dos discípulos,
observou-se que muitos membros deixaram-se
consumir pelas suas sombras inconscientes e
acabaram deturpando a verdade e utilizando os
dons psíquicos adquiridos para a realização de
interesses pessoais.
Entretanto, embora a tradição original da
Iniciação encontre-se deturpada em muitos meios
esotéricos, os princípios fundamentais – por
estarem ocultos e protegidos da intervenção da
sombra – permanecem válidos e garantirão
àqueles que os souberem decifrar o direito de
participar no processo iniciático e atingir mais
rápidamente o encontro dos mapas de retorno à

112
casa do Pai Celestial.
A Iniciação não constitui nenhum ato
sobrenatural nem tão-pouco garantirá a “salvação”
do discípulo. É comum observar em muitos discí-
pulos um certo orgulho por se acharem iniciados
nos mistérios ocultos. Desde já afirmamos que
todo processo iniciático que cultive esse senti-
mento deve ser considerado falso e ilusório.
Deveis ter consciência também de que, para
o Pai Celestial, não existem eleitos ou escolhidos.
A Iniciação não torna ninguém especial ou faz com
que se adquira o termo de “eleito” ou santo.
Cuidado com aqueles que se dizem Mestres
iniciados em vosso plano e “vendem” a salvação
aos seus discípulos.
Ninguém pode iniciar alguém através da
mera realização de um ritual mágico. Observa-se
com frequência que muitas pessoas são iludidas
por charlatães do espírito que garantem às suas
vítimas que podem considerar-se iniciadas desde
que participem dos seus rituais de Iniciação.
Evidentemente que, nos meios esotéricos mais
puros, é comum celebrar rituais simbólicos de
Iniciação com o sentido de marcar a Consciência
do discípulo para esse fenômeno. Todavia, a
Iniciação do discípulo sempre foi um processo
totalmente individual e esses rituais eram reali-
zados apenas com um sentido educativo e
simbólico. Deve-se anular a idéia de que a
Iniciação esteja vinculada a qualquer ritual mágico
e perceber apenas que o processo iniciático
depende mais do discípulo do que necessaria-

113
mente do seu Mestre.
Podeis perguntar: “Afinal, a que corresponde
realmente a Iniciação?” Como resposta elementar,
podemos dizer que a Iniciação corresponde a uma
ligação consciente do discípulo ao seu Mestre
interior com o sentido de acelerar o processo de
libertação. A Iniciação pode ser considerada como
um presente do Pai Celestial concedido aos seus
filhos que demonstram suficiente maturidade
espiritual para encontrarem os caminhos de
retorno ao lar divino. Vamos traduzir isto numa
parábola:
Era uma vez um rei que concedeu aos seus
três filhos a missão de entregar a mesma carta ao
reinado vizinho e trazer uma resposta o mais
rápidamente possível. O primeiro filho partiu o
mais depressa que pode, esquecendo-se de se
preparar para seguir o longo caminho existente
entre os dois reinados. Chegado a metade do
percurso, teve que desistir por terem acabado as
pequenas provisões recolhidas à pressa e porque
tinha medo de morrer. O segundo filho, que ainda
estava em preparação para seguir o difícil caminho
em direção ao reinado vizinho, ao ver o fracasso
do seu irmão, desistiu da missão recebida do pai,
considerando-a impossível de realizar. Já o
terceiro, embora tenha visto que os seus dois
irmãos falharam, resolveu partir em direção ao
longínquo reinado vizinho com fé e determinação
no seu coração de que conseguiria cumprir a sua
missão. Chegado a metade do caminho e embora
tivesse se preparado antes de partir, percebeu que

114
as suas provisões estavam-se acabando. Mesmo
assim, continuou firme no seu propósito ao ponto
de preferir a morte a regressar à terra de seu pai
sem ter cumprido a sua missão. Continuando na
sua jornada, verificou que toda a preparação que
tinha realizado não seria suficiente para conduzi-lo
ao reinado vizinho e, nesse momento, simples-
mente se ajoelhou e rogou a Deus que o ajudasse
na sua missão. Passados alguns instantes, não
conseguindo encontrar uma saída, começou a
chorar e pediu perdão a si mesmo por não ter
podido prosseguir. Nesse momento, um ancião,
vendo o desespero do jovem príncipe, aproximou-
se e perguntou:
—— Filho, por que choras?
—— Choro por não ter conseguido chegar ao
reinado vizinho para entregar esta carta que o meu
pai me mandou.
—— Não chores mais pois eu conheço um
atalho que te conduzirá a esse reinado no tempo
que precisas.
—— É mesmo!? — exclamou o príncipe. —
Mas, quem és tu e como viestes parar aqui? —
perguntou desconfiado.
—— Sou apenas um velho que um dia já
passou por uma situação semelhante à tua e que
pode ajudar-te no cumprimento da tua missão.
E assim, o terceiro filho conseguiu realizar a
missão e retornou vitorioso ao seu reinado, sendo
recebido com alegria pelo seu pai que, ao vê-lo,
disse:
—— Agora já posso descansar em paz

115
porque já tenho um substituto para o meu trono.
—— Mas como, meu pai? Ainda estais tão
forte e cheio de vitalidade!... — retrucou o filho.
—— Encontraste um ancião no teu caminho?
— perguntou o rei
—— Sim. — respondeu o filho. — Como
sabeis?
—— Esse ancião é o teu avô que um dia
determinou-me a mesma missão. Agora vou ao
encontro dele e aguardarei os teus filhos quando
tu próprio lhes determinares esta mesma missão a
eles.
E assim o jovem príncipe assumiu o reinado
de seu pai certo de que um dia passaria essa
tradição a um de seus filhos que o substituiria. Os
seus dois irmãos que falharam, indignados pela
atitude do pai, abandonaram o reinado à procura
de outras alternativas para as suas vidas.
Meditai nestas palavras e encontrai a
Iniciação dentro de vós.

116
Capítulo 36
A dualidade

Desde o vosso nascimento até à vossa morte


vos deparareis com o fenômeno da dualidade em
vosso plano. Nascer-Morrer, Masculino-Feminino,
Ativo-Passivo, Dia-Noite, etc, tudo se manifesta
em polaridade e vos parece que, quanto mais
entrais em contato com a Luz, maiores são as
trevas encontradas. Afinal, a dualidade é um
fenômeno Universal ou constitui uma
característica do vosso plano? Vamo utilizar
algumas abstrações para compreendermos melhor
esse fenômeno.
Para a Consciência ser consciente de si
mesma necessita de um “espelho” que a reflita.
Dizemos que “o Creador espelha-se em Sua
Creação ao ponto de a Creação fundir-se com o
próprio Creador”. Esse fenômeno pode ser
considerado como a causa da dualidade.
Percebei que existe um princípio Cósmico
que determina a distinção dualística da realidade.
Entretanto, será que esta realidade deve ser
considerada sempre em dois prismas: Creador-
Creação? Por mais estranho que vos pareça, a
resposta a esta pergunta é negativa.
Chamamos a esta questão o “paradoxo da
dualidade” e o seu esclarecimento necessita de
muitos momentos de meditação por parte dos
discípulos. Este é um dos enigmas da existência

117
humana e dificilmente pode ser transmitido verbal-
mente, necessitando que cada um encontre essa
resposta dentro de si. Porém, embora saibamos
que não vamos conseguir explicar a questão de
forma satisfatória, podemos fornecer algumas
indicações que elucidarão os discípulos e os
ajudarão no encontro da Verdade.
Considerem o Pai Creador como sendo o
“Átomo Primordial” de toda a Creação. Esse
“Átomo Primordial” transcende toda a compre-
ensão das Suas creaturas e qualquer tentativa de
entendê-Lo ou justificá-Lo corresponderá a um ato
vão. Vamos associar a imagem de uma esfera a
esse “Átomo Primordial”. Imaginem essa “Esfera
de Consciência” projetando-se no espaço da
mesma forma que um raio de luz se projeta num
espelho. Cada projeção desta esfera no espaço
constrói um caminho distinto de conhecimento da
Consciência sobre si mesma. Assim, essa “Esfera
Primordial” vai construindo infinitos caminhos para
a Consciência e a projeção da Sua Luz sobre os
caminhos já percorridos pela Esfera origina os
demais átomos de Consciência ou Espíritos.
Portanto, todos os seres do Universo são, em
essência, divinos e filhos do Creador Universal.
Porém, não são perfeitos como o Pai Celestial,
embora possam se tornar perfeitos como Ele é, ou
seja, os filhos do Creador são perfeitos em estado
potencial, devendo seguir os caminhos de
conhecimento já traçados pelo Creador para se
tornarem perfeitos como Ele é. Os caminhos
traçados pelo Creador podem ser chamados os

118
“Caminhos Naturais da Consciência”. Os demais
átomos-espíritos vão procurar seguir esses
caminhos da forma mais natural que eles conse-
guem. Dependendo da resistência desses átomos-
espíritos ao caminho natural do Creador, dizemos
que um Espírito ingressa tanto mais nos planos da
dualidade quanto mais resiste ao caminho natural
determinado pelo seu Creador, pois é a resistência
às leis do Universo que origina a ilusão da
dualidade entre Creador-Creação e faz com que
esses filhos resistentes sofram a separação da
Fonte Primordial de toda a Sabedoria, Luz e
Felicidade. Daqui provém o mandamento: “Ho-
mem, conhece-te a ti mesmo e sê feliz em tua
Divindade”. Vamos sintetizar o que dissemos na
seguinte imagem: Imaginai uma régua numérica
que vai de zero até ao infinito. O Creador
encontra-se no infinito e o Seu mergulho desse
infinito até ao zero dessa régua constitui um
caminho de Consciência que Ele percorre. Os
demais átomos-espíritos, ao mergulharem da
posição em que se encontram em direção ao zero
dessa régua, poderão sofrer a ilusão da dualidade
e ultrapassar o “zero natural” ingressando nos
padrões negativos dos vossos números, caindo na
dualidade e no sofrimento que esta produz. Assim
se manifesta o processso da Consciência e da
Creação.
Esperamos que estas abstrações possam
ajudar-vos a compreender quem vós sois real-
mente e a perceberdes a vossa Divindade essen-
cial. Cada um deve buscar dentro de si a resposta

119
a estas indagações e somente a vossa prática de
auto-conhecimento e o vosso amadurecimento
poderão convencer-vos do magnífico Universo que
podeis encontrar dentro de vós.

120
Capítulo 37
A Árvore do Conhecimento

Vamos analisar neste capítulo a “queda do


homem do paraíso por ter desobedecido aos
mandamentos de Deus e comido do fruto
proibido”. Esta questão simbólica relatada no
Velho Testamento mantém-se como um arquétipo
fornecido à humanidade para que ela possa
encontrar o caminho de retorno à sua origem.
Decifrar este arquétipo corresponde a uma tarefa
do discípulo que procura a Verdade dentro de si e
novamente esclarecemos que o ensinamento que
vos transmitiremos consiste apenas em algumas
indicações para ajudar-vos na vossa caminhada.
A alegoria de Adão e Eva encontra-se muito
presente nas mentes dos homens e muitas inter-
pretações fornecidas por estudiosos, quer dos
assuntos religiosos, quer do próprio meio cientí-
fico, procuram desvendar os mistérios contidos
nesta história que ainda permanecem ocultos ao
conhecimento humano.
Não é por acaso que muitas verdades foram
transmitidas aos homens através de parábolas e
alegorias. Evidentemente que, se a mente humana
estivesse preparada para aceitar a Verdade como
ela é, não seria necessário ocultar muitas reve-
lações e procurar preservá-las em “contos fantás-
ticos” ou simbólicos. Além disso, deve-se consi-
derar que a vossa linguagem verbal é deficiente

121
para transmitir as Verdades mais sublimes do
Espírito.
Com base nas abstrações do capítulo
anterior, viajaremos na “Árvore do Conhecimento”
para elevar os padrões mentais dos discípulos e
prepará-los para aceitar o auto-conhecimento
como o único método possível de responder a
todas as perguntas e silenciar todas as dúvidas.
Trazei às vossas mentes a imagem da régua
numérica fornecida no capítulo anterior. Afirmamos
que o Pai Creador se encontra no infinito dessa
régua e, no Seu processo de auto-conhecimento,
mergulha desse infinito até à graduação “zero”
dessa régua, traçando um caminho natural para os
demais átomos-espíritos creados. Esse ponto zero
pode ser considerado como sendo a divisão no
plano material dos opostos, ou seja, a constituição
do “Yin” e do “Yang” nesse plano. Os átomos-
espíritos creados, ao atingir esse ponto zero
deveriam adquirir consciência de que a separação
ou ruptura das suas estruturas em polaridades
materiais constitui uma ilusão e, mediante essa
revelação íntima em suas Consciências,
retornariam à origem da Unidade Espiritual.
Entretanto, pela imperfeição desses espíritos que
estão aprendendo a “ser perfeitos como o Pai
Celestial”, muitos permanecem nessa ilusão e
sofrem uma “queda” do paraíso em que se
encontram com o sentido de vivenciarem a
dualidade de forma mais concreta permitindo que
o “fogo da unidade” desperte nas suas
Consciências adormecidas. Podemos dizer que o

122
“homem comeu do fruto proibido da Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal” e ingressou no
seu ciclo cármico de sofrimento para “acordar” da
ignorância de sua verdadeira origem. Nesse
sentido, a queda do paraíso não pode ser consi-
derada boa nem má. O pecado original, assim
como todo o pecado, foi fruto da ignorância e o
homem não está condenado a “carregar esse
pecado pela eternidade”. Infelizmente, as vossas
religiões procuram “vender” a salvação desse
pecado fazendo com que acrediteis que a simples
obediência a elas, ou melhor, aos interesses
daqueles que as manipulam, será capaz de redimir
a humanidade da sua queda. Com base neste
postulado, muitos justos morreram por se negarem
a seguir tais preceitos puramente egoístas. Muitas
guerras religiosas fundamentaram-se na crença de
que somente a religião de uma das partes deveria
ser considerada como verdadeira e a missão dos
seus eleitos seria a destruição e perseguição dos
seus opositores. Vejam como a ignorância
imperou e ainda está presente no vosso mundo,
gerando muitos conflitos desnecessariamente e
construindo um verdadeiro inferno nas vossas
vidas. Podeis construir um paraíso ou viver num
inferno, dependendo unicamente de vós essa
decisão. Sabei que, na Natureza, quando um
animal sofre uma queda, procura simplesmente
aprender com essa experiência e evita cometê-la
novamente, tentando levantar-se o mais
rapidamente possível. Não vos sintais culpados
por terdes sido expulsos do paraíso nem aceiteis

123
mais nenhuma imposição daqueles que querem
apenas levar vantagem sobre a vossa ignorância.
Se caístes, sabei que existem muitos “braços
amigos” dispostos a ajudar-vos a vos erguerdes
novamente. Contai conosco.
Poderíamos continuar viajando ainda mais
sobre este tema mas com certeza nenhum
benefício vos seria acrescentado. O importante
desta questão e o que desejamos enfatizar é a
necessidade de reconhecerdes que a vossa queda
teve origem unicamente na vossa ignorância e que
compete unicamente a vós decidirdes “vos erguer
novamente e reconstruir o paraíso perdido e
saudosamente esperado”. Este é o chamado deste
livro.

124
Capítulo 38
A Linguagem Energética

No vosso mundo existem inúmeras línguas e


formas de comunicação. Entretanto, conforme ides
alcançando níveis de percepção mais concor-
dantes com a Verdade, verificareis que todos os
seres começam a se expressar em uma única
língua compreensível a todos e capaz de refletir os
estágios mais íntimos das suas Consciências. Nos
referimos à linguagem energética.
Ninguém precisa de aprender essa lingua-
gem em nenhuma escola específica. Na verdade,
essa língua é comum e nata a todos os espíritos.
Constitui, em síntese, a expressão pura da Cons-
ciência Universal que reside em toda a Creação.
Nenhuma linguagem humana aproxima-se do
dinamismo de expressão da linguagem energética,
embora possamos dizer que determinadas línguas
conseguem traduzir as verdades espirituais de
forma mais precisa do que outras. De fato, nos
períodos em que a ignorância era maior, preser-
varam-se muitas tradições e ensinamentos de
caráter iniciático em línguas específicas que ainda
hoje são pouco conhecidas ou divulgadas. Porém,
mesmo essas línguas utilizadas mais especifica-
mente para guardar esses ensinamentos ainda
estão longe da dinâmica que a linguagem
energética possibilita.

125
Por isso, dizemos que a Verdade está dis-
ponível para todos pois até aqueles que são
considerados analfabetos no vosso mundo podem
ter acesso à compreensão dos ensinamentos espi-
rituais, uma vez que estes dependem do desen-
volvimento intuitivo e da abertura dos canais
humanos às dimensões mais elevadas da Cons-
ciência. Isto explica a razão porque muitos
homens que nunca entraram em contato com as
escolas do vosso mundo possam transmitir tanta
Sabedoria em suas palavras e em seus exemplos
de vida.
De certo modo, a melhor forma de
aprenderdes mais sobre vós mesmos será vos
considerardes “analfabetos do espírito”, pois
quanto mais julgardes saber sobre o oculto,
maiores serão as dificuldades para aceitardes a
Verdade como ela é, sem preconceitos teóricos ou
questionamentos dogmáticos.
Os ensinamentos vinculados ao ocultismo
que vos estão sendo fornecidos devem ser inter-
pretados apenas como “aceleradores dos vossos
campos energéticos” e jamais como verdades
inquestionáveis. Podereis ler milhões de livros
sobre assuntos espirituais e decorar inúmeras
doutrinas e até fingir que seguis os princípios mais
elevados da ética e os mandamentos das vossas
religiões que continuareis cegos se não
permitirdes que todos esses ensinamentos abram
os vossos canais de ligação com os planos
superiores do Espírito.
Nenhuma doutrina religiosa poderá salvar os

126
homens que acreditam que basta apenas cumprir
rituais para garantir o lugar que merecem no céu
imaginário das suas mentes ignorantes. A
verdadeira religião manifesta-se mais num ato
interno do que necessariamente externo. A cari-
dade espiritual consiste em ajudar aqueles que
realmente querem ser ajudados a saír do abismo
da sua ignorância e beber da fonte da Sabedoria
dos seus Espíritos Divinos.
Nesse sentido, podemos dizer que a Verdade
não pode ser comunicada diretamente pela
linguagem humana mas transcende os vossos
conceitos e os limites do vosso raciocínio analítico.
Por isso, os ensinamentos mais elevados encon-
tram-se transmitidos em forma de parábolas,
alegorias e símbolos que parecem adquirir uma
compreensão mais global, pois em todas as
línguas do vosso mundo essas verdades estão
disponíveis para aqueles que realmente desejam
encontrar o caminho de retorno à sua verdadeira
origem.
Os discípulos devem-se acostumar a aceitar
a linguagem energética nas suas meditações,
muitas vezes apresentada como um sentimento,
uma imagem e até mesmo um símbolo. Pode-vos
parecer estranho mas até mesmo um raio de luz
colorido poderá ser a resposta a muitas indaga-
ções do discípulo. Não espereis que a “voz do
silêncio” se manifeste como se um locutor falasse
constantemente nos vossos ouvidos na vossa
linguagem cotidiana.
Muitas vezes necessitareis de algum tempo

127
para traduzirdes determinadas mensagens que
vos serão transmitidas. Às vezes verificareis que
precisais de mudar os vossos conceitos e formas
de ver o mundo para atingirdes o significado
verdadeiro de uma mensagem energética que vos
será apresentada. Entretanto, tudo vos será
colocado na medida em que tiverdes condições de
assimilá-lo em vossos campos energéticos. Sabei
que, se vós não derdes o primeiro passo, nada
poderemos fazer para vos ajudar a sair do poço de
ilusões em que vos encontrais.
Aconselhamos, nos primeiros contatos com o
vosso Mestre interior, a escreverdes sobre as
experiências vivenciadas nas vossas meditações
com o sentido de vos ajudardes na compreensão e
tradução da “energia” que vos fôr enviada pelos
vossos orientadores espirituais. Procurai manter a
máxima neutralidade possível durante os exercí-
cios de projeção de Consciência, deixando as
perguntas para depois da sua prática. Será
importante que realmente silencieis as vossas
mentes questionadoras para poderdes absorver
conscientemente a energia transmitida pelos
vossos Mestres interiores nos vossos processos
de auto-conhecimento.
Fé e perseverança serão necessários para
atingirdes êxito no encontro da Verdade dentro de
vós. Dúvidas sempre existirão. Muitas vezes pode-
reis ser enganados pelas vossas sombras incons-
cientes que resistirão à luz enviada por vossas
centelhas divinas. Todavia, todas as dificuldades
encontradas no vosso caminho e todas as quedas

128
em que incorrerdes somente reforçarão a vossa
intenção de atingir a compreensão do Universo da
vossa existência. Tende a certeza de que, quando
a vossa única meta fôr a Verdade, todos os véus
das ilusões cairão diante dos vossos pés.

129
Capítulo 39
O Número

Geralmente, utilizais os números em vossas


vidas apenas como meios de contagem de quanti-
dades. Por outro lado, a matemática tem desenvol-
vido muitos teoremas e postulados, atingindo
níveis cada vez mais abstratos e servindo de
“linguagem” para muitas revelações intuitivas de
cientistas, quer físicos, quer astrônomos que
procuram desvendar os mistérios do Universo.
Nos meios espiritualistas, encontra-se muito
presente o estudo da Numerologia como forma de
permitir ao homem uma melhor compreensão
sobre si próprio. Enfim, os números parecem
transcender o campo meramente quantitativo e
passam a assumir um significado simbólico que
permite uma melhor compreensão do Universo,
tanto interno quanto externo ao homem.
Afinal, qual é a magia que existe por detrás
dos números? Será possível revelar os mistérios
universais utilizando os símbolos numéricos? Qual
é o significado que os números assumem para
todos aqueles que desejam ser autênticos discí-
pulos da Verdade? Para responder a estas per-
guntas, vamos invocar a capacidade abstrata das
vossas mentes e viajar pelo mundo dos números...
O Átomo-Espírito Universal, inominável e
incompreensível, manifesta-se pela sua Unidade
inquestionável e transcendente, representada pelo
número «1». Como Pai-Creador, Ele projeta-se em

130
Seu processo de Auto-conhecimento no espelho
da Sua Creação, refletindo-se na Mãe Universal
de todos os seres, que se representa pelo número
«3». Enfim, a Creação originada por esse
processo manifesta-se no Filho e corresponde ao
número «2». Essa Trindade básica pode ser
compreendida como a origem dos números e, a
partir das relações entre esses Três Elementos,
formam-se todos os demais números e todo o
Universo. O zero deve ser entendido apenas como
uma marca dimensional, pois o número «10» e o
número «1» diferenciam-se qualitativamente
apenas pela distância dimensional entre eles.
Deste modo o Universo encontra-se escalonado
por relações numéricas precisas que se refletem
em toda a Creação. Pode-se dizer que Deus
geometriza o seu Universo e estabelece distinções
quantitativas em seus filhos através da projeção
de seus raios de luz numericamente
estabelecidos.
O estudo da Cabala hebraica poderá fornecer
maiores informações sobre a questão do Número
aos discípulos que se sentirem afinizados com
esse tipo de abstrações. O que deve ser
ressaltado neste momento é a relevância de se
compreender que os números são importantes
instrumentos simbólicos para a dinamização da
Consciência dos discípulos e que, muitas vezes,
sereis convidados a ingressar no mundo mágico
dos números para alcançardes uma compreensão
mais profunda sobre vós próprios e sobre o
maravilhoso Universo em que vos encontrais
presentes.

131
Capítulo 40
O Carma

O termo “carma” já se encontra muito


difundido na cultura da sociedade moderna. Geral-
mente ouve-se a expressão: “Que carma na minha
vida!” Percebe-se que, na sua interpretação mais
popular, associa-se o “carma” com as dificuldades
encontradas na vida. Evidentemente que essa é
uma interpretação errônea e desprovida do
verdadeiro significado do “carma”.
O carma, por ser um termo sânscrito,
apresenta algumas dificuldades na sua tradução
puramente gramatical. Deve-se considerar que o
sânscrito é uma língua simbólica, capaz de
representar de uma forma mais fiel as verdades
mais elevadas do espírito. Assim, vamos procurar
escrever sobre o Carma da forma mais abrangente
possível, sem nos prendermos à tradução deste
termo na vossa linguagem.
Podemos dizer que o Carma é a Lei do
Equilíbrio do Universo. Através dessa Lei Cósmica
expressa-se a Justiça Divina na sua Creação. O
Carma não é só uma lei física de “Ação e Reação”,
ou seja, “a cada ação corresponderá uma reação
contrária”. Transcende esse postulado básico da
física e alcança os níveis mais elementares da
Consciência.
Utilizando os conceitos já apresentados nos
capítulos anteriores, quando o “Átomo-Espírito Pri-

132
mordial” projeta-se no espelho da Creação, traça
um caminho natural de auto-conhecimento. Os
demais átomos-espíritos creados por reflexo da
ação do Creador são chamados a seguir esse
caminho de evolução para alcançarem o nível de
Perfeição do seu Creador. Qualquer deslocamento
que um átomo-espírito realize em relação ao seu
caminho natural provoca a manifestação de ener-
gias creadoras originadas na Fonte Primordial da
Consciência do Pai-Creador que procuram trazer
de volta ao caminho original o átomo-espírito que
dele se afastou. A ação magnética-gravitacional
sobre esse átomo-espírito pode-se chamar de
“Carma”. Deste modo, podeis verificar que o
Carma origina-se pela ação da Consciência Divina
sobre a projeção de sua Creação, procurando
ensinar o caminho da Perfeição aos seus filhos.
Neste sentido, o Carma não é um efeito negativo
que se projeta sobre vós, mas constitui um
autêntico chamado à vossa Origem Cósmica.
Um outro fator a ser considerado corres-
ponde à associação que se faz do Carma com um
balanço das ações do espírito sobre o mundo da
matéria. Fala-se em débitos ou créditos que o
espírito adquire mediante a sua conduta no mundo
material e explica-se o sofrimento humano em
função do saldo desse balanço, associando-se o
sofrimento ao saldo devedor. Porém, essa associ-
ação deve ser considerada uma forma muito rudi-
mentar para se compreender a dimensão trans-
cendente do Carma.
Para a Divindade não existem boas ou más

133
ações. Existem apenas ações corretas ou atitudes
erradas. Se um átomo-espírito empenha-se em
aperfeiçoar-se e compreender o caminho natural
traçado pelo seu Creador, procurando segui-lo em
seu coração, permitirá que as Forças Cósmicas
ajam sobre ele e mantenham a sua Consciência
mergulhada no Oceano do Equilíbrio da Justiça
Divina. Entretanto, se esse espírito afasta-se
desse caminho natural, desliga-se da sua Fonte
Primordial e passa a sofrer a queda no Nada da
existência, perdendo o contato com a Luz da
Graça Divina e ingressando nas trevas da igno-
rância e do sofrimento.
Embora o átomo-espírito possa cair e mer-
gulhar na ilusão, o infinito Amor do Pai-Creador
procura chamar esse filho de volta à Sua morada
divina procurando trazê-lo para a Sua Unidade
Primordial. Para isso, envia um de seus filhos
despertos ao mundo das ilusões para demonstrar
a Luz e ensinar o “Caminho do Meio” àqueles que
se mantêm nas periferias da dualidade das suas
Consciências adormecidas. Envia o Cristo, ou seja
“Aquele que foi ungido pelo Poder Divino” para
revelar a Verdade Espiritual aos seus irmãos
caídos.
O Cristo vem ao mundo, simplesmente, para
salvar os homens da sua ignorância e ensinar as
leis Universais da Consciência para permitir que
todos retornem ao Paraíso perdido pela desobe-
diência a essas leis. As leis de Deus não são
restrições impostas aos homens. Na verdade, são
os princípios da sua própria libertação. Seguir os

134
mandamentos do Pai-Creador corresponde a se
transformar num Filho-Creador e compartilhar da
Sua Gloriosa Vida Universal. Os caminhos de
Deus e as leis que orientam os átomos-espíritos a
seguir esses caminhos sempre conduzirão à
Perfeição e ao Êxtase da Felicidade Eterna.
A aceitação do Carma e a sua compreensão
são atitudes inteligentes e são o princípio da
conversão de uma Alma à sua Origem Divina.
Procurai aprender com todos os acontecimentos,
tanto externos quanto internos pelos quais
passais, conscientes de que o vosso sofrimento
poderá vos redimir e purificar da dualidade em que
vos encontrais. Sabei que o Amor do vosso Pai
Celestial sempre estará disponível se abrirdes os
vossos corações à Sua Presença. Que a Paz
permaneça convosco.

135
Capítulo 41
O Caminho do Meio

Analisando o processo de ação do Pai-


Creador Universal, podemos dizer que o ato da
Creação manifesta-se por um padrão determinado
pela Vontade do Creador. Esse modelo energético
imprimido na Matéria Cósmica constitui o que na
linguagem oculta denomina-se de “Caminho do
Meio” ou “Caminho Natural” de expansão da Cons-
ciência.
O Pai-Creador, pela Sua infinita Perfeição
diante de Seus filhos, permanece num estado de
equilíbrio eterno. Dizemos que Ele encontra-se
numa “Unidade Vibracional de Energia” capaz de
sintetizar a Sua infinita Creação em um só pensa-
mento da Sua Consciência. Para nós, o Pai-
Creador é o “Ser Puro, Perfeito e Imaculado”, onde
se encontram todos os modelos e padrões da
Perfeição a ser alcançada pelos Seus filhos.
No mundo das creaturas, observa-se a
divisão da energia em três princípios ou números
básicos: O Pai, A Mãe e o Filho. Essa constituição
trina da Creação não se encontra em equilíbrio
nos filhos creados, devendo estes aprender a
alcançá-la. Podemos dizer que os átomos-
espíritos creados necessitam de passar pela
experiência da dualidade para atingirem a síntese
em suas Consciências.

136
O Átomo-Espírito Creador determina um
caminho natural a ser seguido pelos Seus filhos
que desejam alcançar a Sua plenitude existencial
de Ser. Entretanto, pela resistência originada pela
imperfeição desses filhos, observa-se que muitos
átomos-espíritos necessitam de passar por uma
experiência mais intensa nos padrões da
dualidade de Consciência. Dizemos que esses
filhos caem desse caminho natural e ingressam
num processo cármico de sofrimento e ilusão.
Os filhos caídos deparam-se com experi-
ências de ruptura entre as energias “Yin” e “Yang”,
permanecendo em desequilíbrio e passando por
ciclos cármicos que procuram equilibrar a
Consciência desses átomos-espíritos caídos nos
padrões originais da Unidade do seu Creador.
Para retornar ao paraíso perdido, esses espíritos
deverão encontrar o “Caminho do Meio” ou seja, o
“Caminho de Equilíbrio Natural” para as suas
energias conflitantes e atingir a verdadeira Paz e
Harmonia internas.
O “Caminho do Meio”, portanto, é um padrão
energético de Consciência originado pelo auto-
conhecimento e pela procura da Verdade nos
discípulos que desejam encontrar a sua Origem
Espiritual e compartilhar do Êxtase Cósmico de
seu Pai-Creador.
Observai que não existe uma definição exata
para esse caminho, pois corresponde a um
constante auto-aprendizado através de uma
expansão de Consciência originada pelo processo
de auto-conhecimento. Conforme ingressais nesse

137
processo ireis alcançar níveis de compreensão
mais profundos sobre o “Caminho do Meio” e
como segui-lo de forma a atingirdes a Unidade
Interna da vossa Essência Divina.

138
Capítulo 42
A Crucificação

A crucificação pode ser comparada ao


processo de amadurecimento de uma fruta. Na
natureza, quando uma árvore frutífera começa a
florescer, passa por alterações constantes na sua
estrutura a fim de gerar os frutos que contêm as
suas sementes, ou “bebês árvores”, prontas para
nascer.
Existe toda uma cadeia energética própria
entre o estado de flor e o estado de fruta. Esta,
permanece nos galhos da sua árvore-mãe até ao
momento em que se torna madura e pronta para
seguir o seu caminho natural de desenvolvimento.
Assim, vós sois frutos do Pai-Creador que estão
sendo formados na Árvore da Mãe Universal até
que um dia alcançareis a maturidade necessária
para proliferarem as sementes da Creação
Cósmica que existem em vós, assim contribuindo
para a expansão do Universo e da vossa Cons-
ciência.
A crucificação corresponde ao momento de
maturidade de uma Alma que se encontra suficien-
temente amadurecida para participar no ciclo da
Creação Universal e manifestar a Vontade do seu
Pai-Creador, sendo um agente consciente das
Leis que regem o Universo.
Todos os discípulos que ingressam no
caminho do auto-conhecimento alcançarão, no

139
momento oportuno, esse estágio interno e pas-
sarão pelo ritual energético da Crucificação, sedi-
mentando a Síntese em sua Consciência e retor-
nando ao seu “Caminho Natural” que os conduzirá
à integração com o seu Pai-Creador.
Jesus, representante do Cristo Universal,
vivenciou no vosso mundo esse fenômeno regis-
trando simbolicamente na vossa Consciência
coletiva esse chamado à vossa verdadeira origem.
O sofrimento da crucificação corresponde ao
vosso conflito interno originado pela dualidade em
que a vossa Consciência se encontra. Os opostos
em vós lutarão até ao fim pela sua sobrevivência,
resistindo constantemente à vossa espiritualização
e dificultando o vosso processo de auto-conhe-
cimento. Passareis por esse sofrimento, mas
tende a certeza de que tudo isso se apresentará
como uma ilusão após terdes alcançado a vossa
Crucificação interna e ingressado na legião dos
autênticos “Filhos Ungidos” ou “Cristos” do Pai-
Creador Universal.
Abri os vossos corações à presença
irradiante das vossas centelhas divinas e permiti
que todos os véus ilusórios que vos mantêm apri-
sionados nos vossos ciclos cármicos de sofrimento
se dissipem e revelem a grandiosa Luz da
Verdade que existe dentro de vós. Que o nosso
amor permaneça convosco.

140
Capítulo 43
A Ascensão

Em capítulos anteriores, utilizamos a metá-


fora da borboleta para vos esclarecer sobre o
processo de auto-conhecimento. A ascensão pode
ser compreendida como o exato momento em que
a lagarta se transforma na maravilhosa borboleta e
voa em direção ao Universo transcendente em que
se encontra.
Este fenômeno ultrapassa toda a vossa
compreensão atual e dificilmente pode ser expres-
so em palavras vossas. Da mesma forma que vós
não conseguis transmitir a ninguém exatamente o
que é o gosto de uma maçã – embora o possais
descrever o mais detalhadamente possível de
modo a fornecer uma impressão sobre esse gosto
a quem nunca tenha comido uma maçã – assim
também acontece quanto às verdades espirituais.
Não procureis alcançar a ascensão em
vossas mentes prendendo-vos a conceitos exter-
nos sobre esse processo. Utilizai um conceito
apenas como utilizais uma roupa, ou seja, estai
sempre prontos a tirá-lo no momento em que não
mais seja necessário. Gradativamente, vos forne-
ceremos conceitos e informações mais precisos
sobre o mistério da Creação que se expressa em
vós e iremos conduzir-vos aos estágios neces-
sários para a vossa transformação energética até
que possais ascender no Fogo Sagrado das

141
vossas Centelhas Divinas e ingressar na Eterna
Luz e no Eterno Amor do Pai-Creador Universal.
Tende fé e coragem para mergulhardes no
Oceano Infinito da Verdade que se encontra
dentro de vós. Tende a certeza de que, nas
profundezas desse Oceano, nos encontraremos e
compartilharemos do Pão Nosso de Cada Dia que
nasce em nossos corações e nos alimenta e
fortalece na nossa busca interior pela Verdade.
Que a nossa Fé permaneça convosco.

142
Capítulo 44
Os Chacras

O termo “Chacra” encontra-se muito difun-


dido, hoje em dia, principalmente nos meios e na
linguagem esotérica moderna. Podemos dizer que
esse termo adquiriu uma interpretação própria e se
incorporou em muitas culturas sociais distintas.
Não iremos apresentar um estudo detalhado
sobre o que são os “Chacras” e quais as suas
funções. Abordaremos apenas alguns princípios
extraídos do que já apresentamos até ao mo-
mento, com o sentido de possibilitar aos discípulos
alcançar uma melhor compreensão sobre o tema.
“Chacra”, numa interpretação genérica, pode
ser considerado como um “vórtice energético
funcional” existente nos vossos corpos energé-
ticos. Fazendo uma comparação com a vossa
estrutura física, é como se fosse um “órgão” da
vossa estrutura energética.
A cultura esotérica costuma classificar a
estrutura energética do homem como sendo
composta por sete centros de energia principais ou
sete “chacras”. Com certeza, todos os leitores de
obras deste gênero já leram ou já ouviram essa
classificação em algum trabalho específico.
Utilizando os conceitos que já apresentamos,
iremos denominar de “chacras” os números
dimensionais da estrutura energética sustentada
pelos átomos-espíritos nos seus caminhos

143
evolucionais de Consciência. Assim como o
Átomo-Espírito Creador manifesta-se por princí-
pios numéricos e se encontra numa dimensão
inatingível para todos os Seus filhos, embora estes
possam aproximar-se d’Ele percorrendo os
caminhos da Sua Consciência, os átomos-
espíritos creados apresentarão uma estrutura
numérica definida e cada número da sua estrutura
corresponde a um vórtice energético específico ou
“chacra”.
O homem contém dentro de si infinitas
dimensões energéticas da mesma forma como
existem infinitos números. Nesse sentido, dizemos
que existem infinitos “chacras” em vós; porém,
podemos dividi-los nas dimensões numéricas que
desejarmos, de acordo com o interesse do nosso
estudo. Imaginai, como exemplo, um microscópio
comum e um microscópio eletrônico. Este,
consegue observar mais dimensões do que o
outro. Diríamos que o microscópio comum
classifica o homem nos “chacras” que consegue
perceber, enquanto o microscópio eletrônico vai
classificar o homem em outras dimensões de
“chacras”.
Poderíamos continuar “viajando” mais nestas
abstrações; porém, sabemos que muitos ficariam
perdidos nas nossas colocações e não
conseguiriam acompanhar o que estamos
expondo. Da mesma forma que um cientista no
vosso mundo apresenta uma linguagem distinta e
comunicável apenas no meio acadêmico em que
se encontra, assim também ocorre nos nossos

144
estudos de auto-conhecimento. Podemos dizer
que existem alunos que se encontram no curso
primário, outros no ginásio*, outros no colegial** e,
outros ainda, nas faculdades. Quem está num
nível universitário consegue observar um fato
utilizando “abstrações” mais abrangentes do que
aqueles que ainda estão aprendendo a ler e a
escrever. Por isso, vos convidamos a ingressar
neste processo de auto-conhecimento para que
possais caminhar juntos com os vossos Mestres
interiores e possais aceitar os vossos limites até
ao momento oportuno para ultrapassá-los. Tende
paciência e determinação pela descoberta da
Verdade dentro de vós.

145
Capítulo 45
Abstrações

Percebei que, conforme procurais explica-


ções mais fundamentais, com certeza ingressais
em níveis mentais mais abstratos. Para atingirdes
esses níveis deveis passar por uma preparação
específica através da prática diária dos vossos
exercícios de auto-conhecimento.
Podeis comparar-vos a um foguete espacial.
Para esse foguete voar até ao espaço deve
aquecer os seus motores até atingir o impulso
necessário para a subida. Esse impulso
corresponderá à vossa determinação em realizar
as vossas meditações diariamente. Evidente-
mente, não deveis realizar os exercícios de
projeção por obrigação. Deveis realizá-los apenas
se vos sentis afinizados com esse método.
Somente podereis ingressar no espaço do
vosso Universo interior se realmente desejardes
participar dessa descoberta. Sem esse desejo
íntimo, não conseguireis decolar com a nave de
vossa mente para as dimensões mais sublimes do
vosso Ser. Acima de tudo, sede honestos
convosco próprios, praticando esses exercícios
apenas se eles despertarem em vós um interesse
específico capaz de permitir a vossa ligação com o
vosso Mestre interior.
O vosso mundo interior é um mistério sem
palavras. Ficareis surpresos com a imensidão a

146
ser explorada dentro de vós. Ficareis ainda mais
surpreendidos ao observar que, quanto mais
conhecerdes sobre vós, mais sabereis sobre o
Universo que vos rodeia e com certeza alcançareis
níveis de realização pessoal mais intensos e
verdadeiros.
Podeis dizer que o Amor Universal ligará
todos os vossos átomos num perfeito centro de
Luz e uma felicidade irradiante surgirá nos vossos
corações repletos da Sabedoria Cósmica. Todo o
sofrimento que passastes será esquecido como se
tivesse sido apenas um leve arranhão em vossa
pele e percebereis como é maravilhoso ser um
Filho Consciente da Luz Universal.
Nós desejamos que a humanidade deste
planeta desperte do sono da sua ignorância e
desfrute do magnífico banquete celestial. Deseja-
mos que a Unidade do Pai Solar irradie-se por
todos os átomos-espíritos presentes neste globo-
escola e permita que a verdadeira Fraternidade
nasça nos corações dos homens e una todos os
seres deste planeta no canto de Glória ao Altís-
simo Senhor da Creação e Glória aos Filhos
Despertos da ilusão.
Passaremos a uma nova etapa na nossa
exposição em que nos dirigiremos a vós através
de algumas mensagens para finalizarmos a
impressão da nossa energia neste trabalho,
ajudando-vos a identificar os vossos Mestres
interiores quando chegar o momento de conhecê-
Los. O nome que o vosso Mestre interior poderá
vos dar deve ser compreendido apenas como um

147
código de identificação entre vós. Muitas vezes os
vossos Mestres não se identificarão com nenhum
nome específico ou utilizarão nomes que somente
vós podereis conhecer. Não vos prendais a esses
nomes nem vos considereis superiores se, por
exemplo, receberdes uma mensagem de algum
Mestre que se identifique por uma personalidade
de destaque histórico no vosso plano. Lembrem-
se: os Mestres interiores estão à disposição de
todos aqueles que realmente procuram a verdade
no seu íntimo e não escolhem discípulos
específicos nem fazem distinções entre eles.
Ninguém pode se considerar um eleito ou o porta-
voz exclusivo de algum Mestre impondo a sua
pseudo-verdade àqueles que ainda não
conseguem distinguir a autêntica Luz da luz
mascarada pelas trevas da ignorância.
Até breve.

148
PARTE III

MESAGES

149
Pétalas de Rosas

Que uma chuva energética de pétalas de


rosas projete-se em vossas Consciências purifi-
cando-vos nas vossas atitudes e fortificando-vos
na vossa jornada de auto-conhecimento.
A beleza de uma simples rosa reflete a
grandiosidade de Deus e o seu infinito Amor.
Como podeis ficar indiferentes a essa revelação
sublime da Creação Universal, alimentando tanto
ódio em vossos corações egoístas e mesquinhos?
Perante tanta guerra, originada pela igno-
rância humana, bastaria que vossos líderes políti-
cos abrissem os seus estreitos olhos e contem-
plassem a singela forma de uma rosa para perce-
berem que todos os motivos que causam os
desentendimentos entre os homens não passam
de ilusões que não levarão a nenhum lugar.
O homem encontra inúmeros exemplos à sua
disposição que comprovam a existência de Deus e
revelam o Seu infinito Poder. Como podeis
permanecer cegos a estas demonstrações tão evi-
dentes na Natureza que procurais destituir da
presença do Altíssimo? Como podeis continuar
agindo como hipócritas que procuram esconder o
Sol com uma peneira? Não há mais tempo para
esse tipo de comportamento humano e o Anjo
Solar deste sistema mostrará a sua espada de luz
e romperá todas as correntes de ignorância que
prendem os homens nas suas cavernas escure-
cidas e sombrias e o fazem esquecer de sua

150
verdadeira origem divina.
Os vossos corações ainda estão muito
fechados para a luz da Sabedoria do Pai-Divino.
Procurais complicar as vossas vidas, prendendo-
vos em muitas ilusões materiais e criando muitos
conflitos simplesmente por não permitirdes que o
dom da humildade se manifeste em vossas
Consciências. A Natureza fornece o modelo exem-
plar da simplicidade nos seus ciclos e revela a
beleza estampada em seus filhos como um ato
puro de contemplação da Divindade.
Vários artistas já procuraram reproduzir a
beleza de uma rosa, mas nenhum conseguiu
traduzir na sua obra a vida que existe nessa flor e
se expressa pelo seu maravilhoso perfume.
Somente o Creador pode soprar a vida em Sua
Creação e vós viveis unicamente porque o vosso
Pai Divino vos ama profundamente ao ponto de
vos perdoar todas as iniquidades e saber que um
dia retornareis à Sua divina morada.
Amados filhos. Permiti que a Divindade se
expresse em vós, construindo por vosso inter-
médio um mundo condicente com a vossa
realidade espiritual. Libertai-vos das doenças que
alimentais pela vossa resistência à Verdade e
aprendei a viver com saúde seguindo os exemplos
da Natureza. Buscai o equilíbrio interno e não
tenhais medo de cometer erros, pois o Universo
vos compensará, desde que haja uma verdadeira
intenção em descobrirdes a Verdade nos vossos
corações.
Em vossas essências encontrareis a

151
expressão de uma rosa divina. Podeis vos
comparar à beleza de uma rosa se permitirdes a
manifestação dos vossos espíritos divinos nas
vossas vidas. Se achais uma rosa bela, sabei que
ela o é simplesmente por apresentar menor resis-
tência à atuação do seu Creador e servir a Sua
intenção creadora. Existe um perfume sublime em
vós que se encontra oculto, esperando ser
descoberto e expresso em vossos atos. Libertai
essa Essência Divina que reside em vós e
entregai-vos à Sabedoria do vosso Pai-Celeste.
“Quem ama as rosas, suporta os espinhos”.
Aprendei com as dificuldades encontradas em
vossas vidas e buscai alcançar a vossa rosa
mística que se encontra oculta nos vossos
corações. Fazei do vosso sofrimento apenas
espinhos que protegem a pureza de vossa rosa
interior das investidas daqueles que permanecem
na ignorância e procuram ocultar-vos a Verdade
para poderem vos dominar.
Nenhuma espada e nenhum poder material é
maior do que o simples encanto de uma rosa que
expressa o Amor do Creador direcionado para a
sua Creação. Entregai as vossas armas de ódio e
deixai que o escudo do Amor Universal vos proteja
de toda a ignorância que encontrais nos vossos
caminhos.
Uma rosa é um símbolo da Síntese do Uni-
verso. Embora existam espinhos em seus galhos,
estes são utilizados apenas para proteger a
divindade contida na rosa. Assim deveis agir,
utilizando o vosso poder de destruição apenas

152
para permitir que uma nova obra divina seja
realizada. Podeis vos comparar a construtores que
procuram alcançar a perfeição em suas constru-
ções. Utilizando-se dos materiais disponíveis,
procuram fazer o melhor que podem para atender
o modelo projetado nas suas Consciências. Entre-
tanto, conforme permitem que a graça divina aja
em seus corações, percebem que a obra
construída anteriormente precisa de ser desfeita
para dar lugar a uma nova obra mais perfeita e fiel
ao novo modelo apresentado. Assim, sempre
procuram construir uma realidade mais perfeita,
destruindo as imperfeições encontradas, aprovei-
tando todos os materiais da obra anterior e
eliminando aqueles que são inadequados para a
nova realidade.
Guardai o símbolo da Rosa Mística* em
vossos corações e evocai o seu poder projetando
em vossas Consciências a imagem energética de
uma rosa sempre que precisardes de ultrapassar
alguma dificuldade. Visualizai que, do centro da
vossa rosa, fluem os raios do Amor Universal que
vos fortalecem, e que, dos espinhos de vossa
rosa, projetam-se espadas de fogo que rompem
todas as energias que resistem à construção de
uma obra mais perfeita e concordante com a
Verdade que encontrais nos vossos corações.
Que todas as vossas dúvidas se dissipem na
simplicidade traduzida por uma rosa. Que o amor
do meu sagrado coração permaneça convosco.
Vossa Mãe,
Maria

153
A Flor de Lótus

Amados Filhos.
No interior das vossas Consciências reside
uma Flor de Luz que pode ser simbolizada pela
Flor de Lótus*. Esse símbolo do oriente, utilizado
para representar o despertar de uma Alma da sua
ignorância para a Verdade, corresponde a um
autêntico exemplo de ensinamento da Natureza ao
homem.
A Flor de Lótus nasce em terras pantanosas
e espelha uma beleza nesses lugares sombrios. O
homem pode ser comparado a essa flor, permane-
cendo em estado de semente nos pântanos da
vida até ao momento em que se sensibiliza para a
Luz da sua Identidade Espiritual. No momento do
seu nascimento para a Luz, a semente humana
começa a se desenvolver até que um ramo
ultrapassa as terras pantanosas em que se
encontra e desabrocha numa magnífica Flor de
Lótus que traduz a Divindade oculta em todas as
creaturas.
Por um chamado de Amor Universal refletido
no mais alto sentimento de compaixão por esta
humanidade, permaneço em constante estado de
meditação direcionado à vossa libertação e
sempre podereis entrar em sintonia com a energia
do Pai-Creador expressa em meu Ser mergu-
lhando na Flor de Lótus existente na vossa
Consciência.
Visualizai uma Flor de Luz com sete pétalas

154
de cor branco-cristalino. No centro dessa Flor,
reside o meu Templo e lá recebo todos aqueles
que desejam compartilhar de um momento de
Evocação ao Grande Pai-Creador do Universo e
proferir a saudação mais profunda de “Aleluia” à
Sua Divina Obra. Cada pétala da vossa Flor de
Luz representa um portal energético direcionado
ao aperfeiçoamento dos sete raios expressos do
Creador.
Procurai entrar em contato com a vossa Flor
de Luz de forma a receber as energias mais puras
do Pai-Creador em vossas Consciências, permi-
tindo que sejais um canal de expressão da Sua
Vontade para poderdes cantar juntamente
conosco o Hino de Louvor a toda a Creação. Que
o Amor Universal floresça em vossos corações.

Gautama

155
O Raio Dourado
da Sabedoria

Queridos discípulos.
O auto-conhecimento corresponde ao único
caminho seguro que vos possibilitará encontrar a
Paz interior e a Felicidade que tanto procurais.
Compreender-se a si mesmo, em síntese,
significa compreender o Universo, tanto interno
quanto externo. Significa realizar a ligação com
todas as múltiplas formas de existência de tal
modo que possais sentir todos os átomos da
Consciência expressos em vós mesmos.
Quando comeis uma fruta madura, sentis
uma enorme satisfação interna, pois percebeis que
essa fruta vos consegue preencher todas as
necessidades alimentares do momento. Podeis
dizer que ela adapta-se perfeitamente à neces-
sidade física de vos alimentardes.
A Sabedoria pode ser comparada a um fruto
que está se amadurecendo dentro de vós até ao
momento em que podeis desfrutá-lo e sentir o
êxtase da Creação se manifestar em todos os
vossos centros de Consciência ao se preencherem
com esse alimento divino.
O sábio não se distancia do conhecimento
nem o apresenta como algo separado de si
mesmo. Tudo o que expressa origina-se nas
profundezas da sua Consciência desperta e

156
exprime uma vibração de integralidade com o
Universo.
No vosso mundo, muitos eruditos acreditam
que a sapiência se encontra nos diversos livros
que registraram em suas mentes, decorando-os.
Procuram impressionar as suas platéias forne-
cendo inúmeras citações, teorias e postulados
como se fossem os donos da verdade. Dificilmente
aceitam uma contradição ao que expoem e
procuram humilhar todos aqueles que duvidam
das suas explicações. Agem como se fossem
avestruzes e preferem esconder as cabeças nos
buracos das suas teorias vazias e desprovidas da
experiência, procurando fazer com que todos os
acompanhem nos seus asilos da ignorância.
O conhecimento que não se origina na
experiência é ilusório e incapaz de gerar a
autêntica serenidade presente nos espíritos de
todos aqueles que se tornaram sábios integral-
mente. Experiência não se restringe unicamente a
uma ação externa. Podeis fazer milhares de
exercícios respiratórios e ser capazes de realizar
inúmeras posturas de hatha-yoga que continuareis
ignorantes sobre as verdades do Yoga se não
realizardes esses exercícios integralmente, com
todo o vosso Ser. Assim, podemos dizer que
adquiris uma experiência real sobre algo quando
conseguis vos fundir com esse algo de forma que
não mais o enxergueis como um elemento externo
a vós.
Assim, um sábio é aquele que consegue
romper a ilusória distância que o separa do

157
Universo (tanto interno quanto externo) em que se
encontra. Consegue atingir, deste modo, a
verdadeira Unidade do Conhecimento e interligar
todos os aparentes pontos periféricos da sua
Consciência ao seu Centro de Percepção Espiri-
tual.
Dizemos que a mente de um sábio perma-
nece vazia em sua plenitude. Isto vos parece uma
contradição, pois imaginais que todo o sábio
contenha em sua mente todo o conhecimento do
Universo. Novamente vos enganais sobre a
verdadeira Sabedoria pois, se realmente a conhe-
cêsseis, saberíeis que o Infinito Conhecimento não
pode ser contido num recipiente finito mas apenas
pode ser manifestado da mesma forma que por
uma torneira pode passar um Oceano de água
embora essa torneira não possa conter esse
Oceano nos seus estreitos canais.
O vazio da mente de um sábio não pode ser
confundido com o vazio da mente de um
ignorante. Este possui uma mente vazia por não
saber nada sobre a sua real identidade. Aquele
possui uma mente vazia exatamente por saber
tudo aquilo que é.
Muitos acreditam que o vazio mental significa
deixar de pensar ou conseguir parar a mente.
Existem muitos exercícios no vosso plano para a
esse efeito. Novamente vos enganais, pois a
mente do sábio não é um “nada existencial” mas
um “todo incomunicável”. O vazio da mente de um
sábio pode ser entendido como o vazio de um
recipiente pronto para ser preenchido com água.

158
Todos os seus pensamentos estão direcionados
para a Unidade da sua Consciência permitindo
que esta possa expressar a integral Sabedoria que
existe em seu Ser.
Silenciar a vossa mente significa focalizá-la
na procura da Verdade que existe dentro de vós.
Significa deixar de pensar externamente sobre
algo mas trazer esse algo para dentro de vós. Em
outras palavras, significa realmente pensar com a
vossa Consciência, ou seja, parar de pensar
utilizando-vos apenas de conceitos externos e
começar a pensar através dos vossos próprios
recursos internos.
Podeis compartilhar os vossos conceitos
sobre o Universo com os vossos semelhantes
interagindo com as múltiplas visões sobre a reali-
dade transcendente a vós. Entretanto, se apenas
vos alimentais das percepções externas –
esquecendo-vos de procurar o alimento da Sabe-
doria dentro de vós – estareis sempre depen-
dentes e escravos do mundo exterior. A vossa
felicidade dependerá sempre da felicidade alheia e
procurareis segurar aqueles que aparentemente
vos trazem essa ilusória felicidade.
Poeticamente utiliza-se a expressão “ouvir a
voz do silêncio” dentro de vós, exigindo-se que
silencieis as vossas mentes. Esse ato corresponde
à mais pura manifestação da Sabedoria em vós,
pois permite que vos interligueis à vossa fonte
interna de conhecimento. Deveis focalizar as
vossas mentes no vosso “Centro Interno” deixando
de vos prender às periferias da dualidade externa.

159
As vossas mentes são ótimos instrumentos
da dualidade pois correspondem ao veículo que
vos permite entrar em contato com as periferias da
vossa Consciência. Silenciar a vossa mente
corresponde a perceber que existe em vós “Algo”
superior que vos permite transcender os limites
impostos no vosso plano existencial. Deste modo,
passais a agir direcionados por esse “Eu Sou o
Que Sou” e conseguis penetrar nos mistérios da
vossa existência.
Sois um grandioso enigma a ser desvendado.
O conhecimento do vosso Universo Interno exige a
determinação de um cavaleiro disposto a lutar pelo
cumprimento do seu mais puro ideal. No vosso
percurso encontrareis várias fontes interligadas ao
Oceano de Sabedoria que existe dentro de vós,
até que possais mergulhar nas profundezas desse
Oceano e contemplar vossa Verdadeira Essência
e a vossa Verdadeira Origem Espiritual.
Reconhecei a vossa Filiação Divina, inter-
ligando-vos ao raio dourado da Sabedoria do
Creador Universal, vivenciando o Êxtase da
Creação em vosso coração que se torna repleto
de Amor e Vontade de servir a Perfeição do vosso
Espírito Universal. Libertai-vos da ignorância e de
todo sentimento de ódio presente em vós pelo
simples desconhecimento da Verdadeira Presença
do “Eu Sou o Que Sou” em vós. Que o nosso
Amor permaneça convosco.

Lanto e Kuthumi

160
O Deserto

Amados Filhos.
Caminhar sobre as areias de um deserto
corresponde a um ato profundo de auto-conheci-
mento pois permite que entreis em contato com a
revelação do símbolo do “Nada”.
Alcançar a compreensão de si mesmo sim-
plesmente reconhecendo o vazio que existe nas
creaturas finitas significa permitir que a Plenitude
do Ser irradie-se por todos os vossos átomos,
interligando-os em uma Perfeita estrutura da
Consciência Espiritual.
Todas as creaturas que permanecem na
ilusão da sua existência independente do seu
Creador agem como átomos isolados na sua igno-
rância e caminham para o “Nada existencial” e
para a sua destruição.
Aparentemente, no deserto não há vida e não
encontrareis condições favoráveis à vossa
existência. Corresponde a uma região com dese-
quilíbrio climático e apenas as formas de vida
adaptadas a essas condições permanecem nesse
cenário. Podemos dizer que o deserto encontra-se
no extremo de uma polaridade energética e sus-
tenta-se mediante a dualidade do plano material.
O mesmo poderíamos dizer a respeito das
condições polares do vosso planeta. Neste caso,
abordamos uma paisagem desértica, porém fria e
com muita água. Assim, percebam que o deserto
corresponde a um efeito específico inerente à

161
polarização da energia, pois tanto as regiões mais
quentes e secas quanto as regiões mais frias e
geladas manifestam poucas formas de vida em
seu habitat e apresentam inúmeras limitações à
vida.
Podemos dizer que todas as polaridades (Yin
e Yang) em desequilíbrio acabam gerando um
“deserto” para os seres que são afins a esse nível
energético.
Se permaneceis em um estado de
Consciência dividido e tendente ao conflito, procu-
rando permanecer num dos pólos, estareis em
desequilíbrio e com certeza mais próximos do
Nada existencial.
Uma creatura que desconhece a sua ligação
com seu Creador comporta-se de forma
semelhante, permanecendo nos “desertos da sua
ignorância”. Quando percebeis que realmente não
sois nada e que a vossa existência não tem
sentido sem a devida conexão com a Fonte
Cósmica da Creação, passais a agir de forma
interligada com a Vontade Divina e permitis que o
“Todo Creador” preencha o vosso “Nada
existencial” fazendo com que sejais repletos de
toda a abundância de Luz, Amor e Sabedoria do
vosso Pai-Creador.
Até quando desejareis caminhar pelos
desertos vazios de vossa existência humana
resistindo ao chamado da Unidade Cósmica? Abri
os vossos corações ao Raio Rubi da esperança e
fortalecei a chama da Presença Divina em vós,
unificando todos os vossos átomos isolados e

162
constituindo um autêntico veículo de canalização
das energias das vossas “Centelhas Divinas”.
Projetai em vossas Consciências um coração rubi
de cristal e senti que esse coração pulsa na
sintonia cósmica da Creação. Senti que o vosso
coração entra cada vez mais em sintonia com o
coração de rubi e um raio rubi de Amor Universal
irradia-se em direção a todos os vossos chacras,
harmonizando as energias presentes nos vossos
campos energéticos. Permanecei em sintonia com
essa projeção procurando abrir o vosso coração a
uma verdadeira entrega ao vosso Eu Superior por
forma a que o vazio das vossas ilusões seja
preenchido pela plenitude da Verdade existente no
vosso Centro Unitário de Luz. Entregai-vos à Luz,
para que possais dizer com toda a vossa
convicção: “Haja Luz no deserto das minhas
trevas!” “Haja Amor no deserto do meu coração!”
“Haja Sabedoria no deserto da minha mente!”
Sede um “Nada preenchido pelo Grande Todo”.
Que o meu Amor permaneça convosco.
Vossa irmã,

Nada

163
A Maturidade Espiritual

Amados Filhos.
Observando a Natureza no vosso plano,
podeis dizer que existem ciclos naturais de expres-
são da Vontade Creadora de Deus. Todas as
obras da Natureza aproximam-se de uma perfei-
ção que os homens procuram imitar em suas
construções.
Infelizmente, o comportamento humano ainda
está distante de uma ação conjunta com o equi-
líbrio natural. Sempre que intervindes na Natureza
acabais desequilibrando vosso sistema e gerando
rupturas nos ciclos naturais.
Por que razão o homem age de forma desin-
tegrada com a ação da Natureza? Com certeza, a
resposta a esta pergunta representa tirar as más-
caras da vossa ignorância e revelar o eu inferior
que alimentais na vossa Consciência.
Evidentemente que toda a ação destruidora
do homem é um reflexo do seu estágio de Cons-
ciência fixado na divisão interna e no conflito entre
os seus opostos energéticos. Não podereis respei-
tar a Vida que se manifesta em toda a Creação se
não aceitardes a Vida em toda a sua plenitude
dentro de vós.
O ato de aceitar a Vida significa interligar-se
com a Fonte Creadora Universal, participando
conjuntamente desse ato de revelação divina. O
reconhecimento do milagre da vida e a sua
expressão em vossa Consciência traduzem o nível

164
de maturidade espiritual de que participais.
De um modo geral, observando a ação
coletiva da humanidade, podemos dizer que vos
encontrais num estágio primário de percepção
espiritual. Embora tenhais alcançado um desenvol-
vimento material considerável permitido pelo vosso
pseudo-desenvolvimento tecnológico, verificareis
que ainda continuais completamente ignorantes
das verdades espirituais e distantes de uma ação
concordante com essas verdades.
Será que caminhais para a destruição
apocalíptica da vossa civilização? Qual será o
futuro desta humanidade caída e resistente ao
chamado da Divindade?
Em termos Cósmicos, dizemos que o futuro
do homem é a Luz, independentemente do espaço
temporal e do sofrimento que este experimente
pela sua ignorância. Deveis perceber que, na
Natureza, tudo se transforma e caminha para um
nível de perfeição mais ajustado com a Vontade
do Creador. Todas as transformações, quer
externas, quer internas que passardes neste
momento cósmico em que vos encontrais, com
certeza serão orientadas pela mais sublime Justiça
Divina e corresponderão a ações necessárias ao
vosso amadurecimento espiritual.
É interessante observar como vos colocais
como vítimas do sofrimento que passais. Sempre
achais que o Universo não é justo e ficais
revoltados com o aparente “castigo” que sentis
como uma imposição ao vosso livre arbítrio.
Muitos gostariam de ter uma vida de reis, onde

165
todas as suas vontades egoístas pudessem ser
satisfeitas.
É muito comum também encontrar aqueles
que procuram negar o mundo em que se encon-
tram, refugiando-se em retiros isolados e crentes
de que serão salvos do fogo do inferno por se
afastarem de todos os prazeres mundanos. Impri-
mem um sacrifício de sofrimento e dor a si
mesmos como forma de se purificarem dos seus
pecados.
Evidentemente que estas duas posições
opostas não conduzirão ninguém à Vida Eterna.
Enquanto as vossas Consciências permanecerem
presas na dualidade continuareis sendo imaturos
e, conseqüentemente, sujeitos às forças Cósmicas
do Equilíbrio Universal que parecerão contrárias
aos vossos interesses.
O primeiro passo a ser dado na aquisição da
maturidade espiritual corresponde à aceitação das
vossas condições atuais com o sentido de
procurardes compreender o caminho do meio e
agir unicamente com a intenção de seguir esse
caminho fazendo da vossa vida uma autêntica
obra de arte destinada à manifestação da Unidade
das vossas Consciências Divinas.
Procurai aprender com o exemplo da
Natureza e fazei das vossas ações atitudes da
vossa Consciência não vos importando se o que
fazeis é certo ou é errado, mas apenas procurando
aprender a seguir o verdadeiro caminho da retidão
espiritual. Fazei dos vossos sofrimentos lições a
serem evitadas, permitindo que a pedra bruta do

166
vosso ser ignorante se transforme no maravilhoso
diamante do vosso Espírito. Permiti que a
Sabedoria amadureça em vós da forma mais
natural possível, para atingirdes a maturidade
espiritual correspondente ao modelo impresso pela
Vontade do Creador nos vossos Espíritos Divinos.
Com certeza vos libertareis dos vossos sofri-
mentos e ilusões. Este é o desejo de toda a
Creação.

Rowena

167
A Transformação Alquímica

Amados Irmãos:
Que o raio violeta da transmutação alquímica
atinja os vossos centros energéticos, acelerando
as vossas partículas e unindo-as num corpo de
Luz, Amor e Sabedoria.
A Magia vos acompanha desde os tempos
mais remotos do surgimento das vossas Consciên-
cias em estruturas humanas. Existe em vós uma
certa admiração pelo impossível manifesto nos
atos de magia.
No mundo moderno, podeis observar o ato
de muitos mágicos ilusionistas capazes de realizar
“shows” fantásticos e indescritíveis para os vossos
sentidos comuns. Por mais surpreendentes que
possam ser esses espetáculos, certamente pode-
mos dizer que não passam de quimeras e
fantasias provenientes da manipulação de algu-
mas leis naturais que agem independentemente
da vontade de quem as desencadeia.
A Magia oculta não tem nada a ver com
esses “atos mágicos” realizados pelos ilusionistas
profissionais. Esses mágicos podem divertir as
suas platéias, mas certamente jamais transfor-
marão o chumbo no ouro mais sublime.
Não queremos dizer com isto que vos
ensinaremos a fabricar o metal ouro utilizando o
metal chumbo, mas apenas usamos estes termos
em sentido figurado, querendo dizer que iremos

168
transformar o elemento material chumbo presente
nos vossos corpos energéticos no elemento
espiritual ouro, ou seja, ireis vos transformar em
seres espiritualizados.
Este fenômeno de espiritualização da matéria
pode ser compreendido como o verdadeiro ato de
Magia e constitui a raiz de todo o ensinamento
mágico-ocultista legítimo. Portanto, preparai-vos
para as transformações alquímicas que ocorrerão
em vós durante o vosso processo de aprendizado
espiritual.
A alquimia pode ser compreendida como a
ciência da transformação energética da estrutura
material. No seu aspecto mais físico, os estudos
alquímicos confundiram-se, noutros tempos, com o
que é hoje a vossa química moderna. Porém, nos
ensinamentos ocultos que eram ministrados aos
discípulos com certa preparação iniciática, forne-
ciam-se os verdadeiros processos alquímicos
capazes de garantir a esses discípulos os meios
seguros para o desenvolvimento da sua percepção
extra-sensorial e da sua Consciência.
De certa forma, o “poder mágico” fornecido a
muitos discípulos do ocultismo que não
desenvolveram a maturidade necessária para
empregá-lo contribuiu para a manipulação mágica
destinada à pura satisfação de caprichos pessoais
e aos interesses egoístas dos seus praticantes.
Assim como todas as crianças que brincam com o
fogo um dia se queimam, assim aconteceu com
esses discípulos que se afastaram do seu caminho
iniciático.

169
Quando uma criança se queima com o fogo,
seguramente que passa a respeitá-lo e procurará
aprender a utilizá-lo de forma mais segura. Por
isso, os atos desses discípulos são considerados
irrisórios diante dos seus Mestres que aguardam o
dia do retorno desses filhos pródigos que saberão
na prática que ninguém fica impune quando
“brinca” com a justiça divina.
Alertamo-vos para que não cometais os
mesmos erros desses vossos irmãos. Se procurais
a Magia apenas para adquirirdes poder sobre o
mundo em que vos encontrais, esquecei a sua
existência, pois o preço cármico desse comporta-
mento é muito alto e com certeza não estareis
livres de o pagar se acaso desobedecerdes a esse
preceito básico da autêntica Magia direcionada
para o auto-conhecimento.
Desde já condenamos todas as ações
mágicas praticadas com sentido egoísta e
exortamo-vos a que vigieis para não cairdes em
tentação, pois a distância entre a Magia Branca e
a magia negra é muito estreita. Que a vossa
Consciência seja o vosso juiz.
Podemos dizer que a Magia é um caminho
de conhecimento das leis do Universo com o sen-
tido de permitir ao seu praticante fundir-se com a
Consciência Cósmica da Creação. Ninguém pode
fazer absolutamente nada que não seja permitido
pela Vontade Máxima do Pai-Creador Universal.
Aqueles que acreditam que podem vir a adquirir
algum poder através da Magia estão completa-
mente enganados, pois todos os seus atos

170
mágicos são controlados pela Lei da Vontade
Divina.
Se o homem utiliza-se da Magia negativa-
mente, o faz apenas porque o Creador permite
que os seus filhos experimentem a dualidade do
bem e do mal para se conscientizarem da sua
Unidade Espiritual Eterna e Infinita. Aqueles que
acreditam possuir o poder da Magia para impor a
sua vontade ao mundo externo acabarão
descobrindo que apenas estão “brincando nos
campos do seu Senhor” e o sofrimento originado
pela dualidade em que se encontram fará com que
retornem ao verdadeiro caminho da Luz.
Despertai o Mago que existe em vós
celebrando em cada dia o ritual de ação de graças
ao Creador conjuntamente com todos os seres de
luz que manifestam em suas Consciências a Sua
Vontade. Quanto mais puderdes participar dessa
celebração da Vida Universal, mais adequada-
mente podereis dizer que realmente sois “Magos”
e a “Magia do Amor Universal” vos transformará
definitivamente em “Seres de Luz” despertos da
vossa ignorância.
A maior transformação alquímica que uma
Alma pode passar é a sua entrega à Vontade do
Creador. Abri os vossos corações à Presença do
Altíssimo e transformai as vossas vidas num
verdadeiro “Milagre” que somente a verdadeira
Magia permite concretizar.
Que a magia que existe numa simples flor
violeta possa desabrochar em vossos corações o
verdadeiro sentimento do Amor e unir as vossas

171
Consciências à Consciência Cósmica do Creador
Universal. Que a Paz permaneça convosco.
Vosso Amigo,

Saint-Germain

172
O Caminho,
a Verdade e a Vida

Todos sabem atualmente que o vício de


fumar prejudica a saúde. Porém, observa-se que,
mesmo sabendo essa verdade, muitos continuam
ou até começam agora a praticar esse vício. Da
mesma forma pode-se dizer a respeito de todos os
erros que o homem vem cometendo.
Por que será que o homem, embora consiga
distinguir o certo do errado, continua errando
tanto? Afinal, o que está errado com esta huma-
nidade que tanto parece caminhar rumo à sua
destruição?
Por mais absurdo que vos possa parecer,
podemos afirmar que o maior erro que cometeis é
justamente não reconhecerdes o vosso erro ou
procurardes evitá-lo. Por outras palavras,
enquanto a vossa decisão de não fumar
fundamentar-se no “medo de fumar”, nunca
estareis livres de cometer esse erro. A vossa
decisão de não fumar deve surgir pelo
reconhecimento em vossa Consciência do mal que
esse ato pode causar à vossa saúde e não apenas
por uma recomendação externa a vós que apenas
imprime um sentimento de temor.
Como será que se adquire a consciência do
bem e do mal ao ponto de atingir a verdadeira
liberdade? Será que o homem deve experimentar

173
o mal para ter consciência do bem ou vice-versa?
Deveis vos despir de toda a hipocrisia com
que estais acostumados a conviver e analisar
estas questões da forma mais profunda que
puderdes. Parai de agir como se fosseis “santos” e
reconhecei quanta maldade existe em vós, embora
se encontre disfarçada nos vossos atos incons-
cientes.
O ato de reconhecer o “bem e o mal” em vós
constitui o primeiro passo para encontrardes o “elo
perdido” e reconstituirdes o Ser Integral e Único do
qual fostes originados. Enquanto estiverdes
perdidos entre os opostos, continuareis presos aos
vossos erros, embora saibais o caminho certo a
seguir.
Ser ou não Ser? Fumar ou não Fumar? Amar
ou não Amar? Eis a questão.
Permiti que o “Sim” ou o “Não” provenham
das profundezas das vossas Consciências,
procurando agir de acordo com o padrão mais alto
de Verdade que puderdes alcançar. Se realmente
agirdes com o sentido de descobrir a Verdade, o
Universo inteiro fará com que encontreis a res-
posta mais apropriada para o momento em que
vos encontrais, permitindo que alcanceis a liber-
dade em vossas Consciências.
Desta forma, todos os vossos preconceitos
perdem o sentido e um sentimento de respeito a
vós mesmos começa a se manifestar, fazendo
surgir o verdadeiro Amor em vossos corações
pois, na medida em que percebeis que somente
vós sois o Caminho, a Verdade e a Vida,

174
conseguireis distinguir o certo do errado e escolher
conscientemente sem medo de errar.
Que a Paz esteja convosco.
Vosso amigo,

Jesus

175
O Cavaleiro
da Vontade Divina

Amados Irmãos:
Que a espada do Guardião da Verdade vos
liberte da ignorância contida em vossos corações.
A vontade do homem pode ser comparada ao
ato de dirigir um carro com os olhos fechados,
conduzindo os passageiros a um inevitável aci-
dente.
Afinal, em que consiste o vosso livre-arbítrio
e o vosso poder de escolha sobre os fatos que
presenciais? Pergunto-vos: Podeis realmente
acertar na vossa escolha se a vossa capacidade
de “ver” encontra-se encoberta pelos véus da
ignorância?
Enquanto o homem acreditar num “eu”
separado da Unidade do Universo, a sua vontade
sempre o conduzirá a caminhos tortuosos e cheios
de sofrimento. Podeis-vos orgulhar do vosso livre-
arbítrio assim como um homem se orgulha dos
seus castelos de areia. Por mais belos que sejam
esses castelos, a sua duração é curta e ilusória e
jamais constituirão um abrigo seguro para quem
os construiu.
A forma mais segura de seguir o caminho do
auto-conhecimento, sem escapar pelas laterais
desse caminho, consiste em adquirir um senti-
mento de humildade diante do Grandioso Mistério
da Vida. Alimentai em vossas Consciências esse

176
sentimento, reconhecendo a vossa insignificância
perante o Universo em que vos encontrais.
Isto não significa que deveis vos anular e agir
como robôs perante os fatos externos, mas sim
que deveis sempre procurar o elo de conexão com
a Verdade Infinita, procurando seguir a Vontade do
vosso Creador. Esse comportamento se compara
à decisão de abandonar os óculos da vossa
ignorância e utilizar o telescópio capaz de alcançar
o espaço infinito das vossas Consciências.
A procura da Verdade deve constituir um
ideal a ser seguido em vossos corações. Dizemos
que esse ideal é como uma chama que precisa ser
sempre alimentada para não se apagar.
Direcionai a vossa vontade para a intenção
de seguir a Verdade e de agir de acordo com a
Vontade Divina, sendo autênticos “cavaleiros da
Vontade do vosso Creador Universal”, zelando
pelo ideal de atingir a vossa libertação. Que a
Chama Azul da expressão da Vontade Divina
esteja acesa em vossos corações. Vosso amigo,

Morya

177
178
COCLUSÃO

179
Final da Viagem

Chegamos ao final desta viagem.


Espero que tenhais participado, juntamente
comigo, desta experiência de auto-conhecimento.
O conteúdo desta obra se compara apenas a
uma cartilha de Iniciação à Verdade que se en-
contra no coração de todos os homens. Os temas
apresentados constituem um convite a todos os
leitores para participarem do processo de auto-
conhecimento indicado neste trabalho.
Somente a prática dos exercícios de projeção
de Consciência poderá dizer aos mais céticos se
os assuntos abordados nestas páginas constituem
ficção ou realidade. Independentemente dos
resultados e do método apresentado neste livro,
desejo a todos os leitores que encontrem o
verdadeiro caminho de retorno à sua origem e
sedimentem nas suas Consciências o encontro
com a Verdade mais profunda em seu Ser.
É interessante observar como o homem
encontra-se tão distante do óbvio. Se todos perce-
bessem como as suas vidas são efêmeras neste
plano e como se desperdiça tanta energia em
atitudes mesquinhas, com certeza poderíamos
restaurar logo o “reino de Deus” nesta terra árida e
desértica em que vivemos.
Poderíamos ser muito felizes nesta dimensão
se respeitássemos mais a manifestação da Vida
do Creador na Natureza que procuramos destruir
apenas para satisfazer os nossos caprichos

180
pessoais. Podemo-nos comparar a um cachorro
que morde a própria cauda e fica dando voltas
como se esse ato baseado em sua ilusão pudesse
amenizar a dor real que sente.
Diante das revelações mais profundas que
pude alcançar, percebi que a nossa liberdade
depende unicamente de uma decisão interna de
seguir um caminho de auto-conhecimento e ilumi-
nar a escuridão da nossa ignorância. Basta essa
intenção para que realmente possamos encontrar
os nossos Mestres interiores que nos auxiliarão
durante a nossa jornada.
O reconhecimento do seu Mestre pelo discí-
pulo constitui uma experiência indescritível e
compara-se ao nascimento de uma criança.
Somente a mãe que deu à luz sabe realmente o
que é esta experiência e dificilmente pode trans-
miti-la às outras mulheres que ainda não
passaram por esse processo.
A partir dessa Iniciação, ou seja, do encontro
com o Mestre Interior, dificilmente o discípulo
abandona o caminho do auto-conhecimento, pois
reconhece nesse caminho a Luz que o libertará
das trevas de sua ignorância.
Esta obra procura fornecer aos discípulos
que desejam ardentemente encontrar a Verdade,
um elo de ligação com a Consciência dos seus
Mestres Interiores, que são os únicos capazes de
orientá-los ao encontro real da Verdade.
O autor deste livro coloca-se na sua devida
posição: apenas foi um porta-voz dessas revela-
ções e, da mesma forma como recebeu este

181
presente um dia, passa adiante esta corrente
energética de Amor, Luz e Sabedoria, convidando
todos aqueles que se sentirem afinizados com
estas mensagens a serem elos dessa corrente e
participarem diretamente destas revelações em
suas Consciências.
Ninguém poderá vos conduzir ao descobri-
mento da Verdade, a não ser vós mesmos. Os
vossos Mestres interiores nada poderão fazer se
não houver uma abertura em vossas Consciências
capaz de permitir a interação com esses Seres de
Luz. Lembrem-se: “Quando o discípulo está
pronto, o Mestre aparece”.
Aqueles que desejam encontrar o Mestre
apenas para satisfazer uma curiosidade pessoal
ou adquirir conhecimento com o sentido de
aumentar o seu poder material com certeza se
decepcionarão com o método indicado por esta
obra. Que a Luz possa iluminar a caverna escura
dos seus corações e convertê-los ao caminho da
Verdade.
Sabei separar o joio do trigo pois não estareis
isentos de cair em tentação. Não penseis que
podeis esconder-vos atrás dos vossos Mestres
Interiores quando encontrardes dificuldades ou
mesmo que o fato de conhecê-los será suficiente
para eliminar todas as sombras que residem nos
vossos inconscientes. O verdadeiro Mestre não se
coloca à disposição do seu discípulo para ser
usado por este mas apenas o orienta e ajuda a
ultrapassar os obstáculos encontrados.
É comum observar a queda de muitos

182
discípulos devido ao sentimento de orgulho com
que se deparam quando reencontram o seu
Mestre interior. Passam a se sentir como eleitos e
acreditam que têm por missão salvar a humani-
dade. Alertamos-vos para não cometerdes esse
erro, pois deveis sempre ter como mandamento
principal que o caminho do auto-conhecimento é
único e orientado a cada discípulo pelo seu próprio
Mestre.
Também se verifica que existe muita
confusão na nossa compreeensão em relação aos
Mestres Ascensos que foram chamados para
assumir o cargo de Mestre Interior de muitos
discípulos. Em geral constata-se que diversos
desses discípulos disputam a prerrogativa de
serem os discípulos deste ou daquele Mestre
Ascenso como se houvesse alguma diferença
nesta questão.
Observa-se, também, que muitos discípulos
disputam entre si as mensagens recebidas nas
suas meditações, enchendo-se de orgulho quando
recebem mensagens de Seres de Luz que assumi-
ram personalidades de destaque no nosso plano
em encarnações anteriores. Como exemplo,
quando um discípulo recebe uma mensagem de
Jesus considera-se especial e acredita dever
transmitir aos outros esta mensagem com o
sentido unicamente de se engrandecer, embora se
apresente perante os seus irmãos como um “servo
da luz”. Esse comportamento não é o mais correto
no momento de revelação que a humanidade
agora passa, devendo ser evitado pelo discípulo

183
que deseja realmente encontrar a Verdade.
Os Mestres Ascensos podem ser consi-
derados como irmãos que se encontram num
“curso superior” na escola do auto-conhecimento e
estão muito mais próximos de nós do que
imaginamos. Por outras palavras, não devem ser
considerados como “santos” a ser idolatrados nem
como agentes provedores de milagres para os
seus discípulos.
Para evitar essas confusões, acaso recebais
alguma mensagem de um Mestre Ascenso,
perguntai ou meditai antes de torná-la pública e se
convém ou não publicá-la assinada com o nome
de quem a transmitiu. Evidentemente, saibam que
nenhum canal que recebe uma mensagem está
livre de interferência, pois mesmo no nosso plano
se verifica como as informações podem se
deturpar ao passarem de boca em boca, quanto
mais quando essas informações provêm de planos
energéticos superiores...
As mensagens enviadas pelo Mestre ao seu
discípulo são energéticas e serão traduzidas de
acordo com a capacidade receptiva do discípulo
que muitas vezes poderá não compreender plena-
mente alguma mensagem e necessitará refazer os
seus conceitos para interpretá-la adequadamente.
O processo é parecido com uma torneira que
recebe água pela primeira vez: — primeiro sai a
sujidade do encanamento e algumas rajadas de
água para depois jorrar a água sem interrupção.
Não se pode garantir que todos aqueles que
praticarem os exercícios deste livro descobrirão o

184
seu Mestre Interior e terão êxito nesse processo
imediatamente. Para alguns, estes exercícios
facilitarão esse encontro e auxiliarão muitos que
apenas estão precisando de um “empurrãozinho”
para encontrarem os seus Mestres. Outros desis-
tirão de prosseguir com este método e com
certeza acharão tudo isto uma ilusão da mente do
autor. Existirão aqueles que utilizarão este método
como complementar de outros e continuarão
prosseguindo na sua jornada evolutiva de acordo
com as suas tônicas vibratórias.
Independentemente dos resultados, deve-se
deixar bem claro que esta obra não vende
nenhuma ligação com os Mestres Ascensos e o
seu autor não tem nenhum interesse em adquirir
seguidores fanáticos ou fundar alguma religião
específica. Na verdade, as Consciências de todos
os homens já se encontram conectadas com os
seus Mestres Interiores, bastando apenas que o
homem desperte para essa ligação e acelere o
processo de retorno à sua casa espiritual.
Na linguagem humana os pronomes pos-
sessivos, “meu, seu, teu, nosso, etc” são utilizados
basicamente, como o nome indica, para indicar
posse. Porém, quando dizemos “o meu Mestre”,
“os vossos Mestres”, etc, não queremos dizer que
o Mestre seja algum brinquedo a ser utilizado pelo
discípulo. Apenas dizemos que “tal” Mestre
direciona o processo deste ou daquele discípulo
pela afinidade energética que os mantém unidos
neste processo de auto-conhecimento. Por isso,
não queirais transformar o Mestre Interior num

185
símbolo de poder espiritual capaz de derrotar
aqueles que se opoem aos vossos interesses
pessoais. Ninguém pode utilizar o Mestre para
impor a sua vontade egoísta aos irmãos
ignorantes da Verdade e com isto dominá-los ou
fazer com que atendam ao seu interesse pessoal.
Sede coerentes convosco próprios e respeitai a
Justiça Divina que, aparentemente, pode tardar
mas jamais falhar.
Podemos dizer que a essência principal
desta experiência que compartilhamos não é
constituida pelo conteúdo deste livro, mas sim pelo
que vos trouxe até ela. Tudo o que foi relatado
apenas procurou fazer com que o chamado dos
vossos Mestres Interiores fosse percebido por vós
e com isto orientar-vos nesse reencontro com a
Verdade em vossos corações. Sintonizai-vos com
o chamado e permiti que as vossas Consciências
sejam abertas como “flores que saúdam o sol da
manhã”.
Que o “bom senso” seja o nosso guia e
possa nos orientar sempre em direção à Luz do
final do túnel da nossa ignorância. Desde já peço
desculpa pelas imperfeições deste trabalho e
espero que estas “Pérolas de Sabedoria” que
recebi e procuro transmitir possam ser guardadas
no santuário dos corações de todos aqueles que
se sentirem sintonizados com este processo de
auto-conhecimento. Peço àqueles que não se
adaptarem ao presente processo que respeitem
este trabalho da mesma forma como respeitam as
suas crenças e ideais, mesmo que sejam contrá-

186
rios às mensagens desta obra. Enfim, que nós,
como homens, respeitemos os nossos seme-
lhantes exatamente por serem como nós: simples-
mente homens. Que a Paz dos nossos Mestres
permaneça conosco.

Um abraço do Autor,

José Carlos M. Rodrigues

187
A Despedida

Neste momento, refletindo sobre este livro,


encontro-me a contemplar o infinito, perdido num
olhar profundo. Sinto a presença de Ron que se
manifesta e pergunta:
—— Você é o mesmo que eu anteriormente
encontrei?
—— Não sei, Ron. Será que podemos dizer
que evoluímos?
—— Uma semente que se transforma em
árvore, evolui? – perguntou Ron.
—— Em princípio parece que sim, mas ao
mesmo tempo parece que não. — respondi.
—— Podemos dizer que uma semente para
evoluir, involui. — disse carinhosamente Ron.
—— Como assim? — perguntei.
—— Uma semente, ao se tornar uma árvore,
morre como semente e se transforma em árvore.
Assim sois vós, sempre morrendo (involuindo) e
renascendo (evoluindo) em outras dimensões de
Consciência. — respondeu sabiamente Ron.
—— Interessante! — retruquei.
—— Muito bem, amado discípulo. É hora de
partir. — disse Ron.
—— Mas como, Ron? Vais-me abandonar?
— perguntei indignado.
—— Observe o infinito. — disse Ron.
Quando se conscientizar do infinito em si, sempre
estará partindo em direção a esse infinito. Siga-me

188
e acompanhe-me nesta jornada. — disse
amorosamente Ron.
E assim partimos em direção à Verdade
Infinita contida em nossas Essências...


189

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