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6o e 7o anos abril/2011 Ciências

Planetas fora do sistema


solar viram coisa “banal”

E
ncontrar planetas fora do respeitadas. A mais recente foi a partir de variações no brilho
nosso sistema solar se tor- divulgada na revista Nature. das estrelas que eles orbitam. Ao
nou rotina para a Nasa. No Batizado de Kepler-11, é um sis- passar na frente de sua estrela,
mês de fevereiro, a agência espa- tema solar a 2.000 anos-luz da eles alteram momentaneamente
cial anunciou indícios de 1.235 Terra, incrivelmente compacto. parte de seu brilho. Com dados
planetas, que podem se juntar Ao contrário do nosso, seus seis sobre duração, intensidade e
aos mais de 500 já confirmados. planetas têm órbitas extrema- outros traços desse fenômeno,
Os dados são do telescópio es- mente próximas à estrela e todos detectam-se várias característi-
pacial Kepler. eles com a órbita menor que a cas do planeta.
Dos planetas detectados por de Vênus. Kepler funciona a partir dessa
Kepler, 54 se localizam na cha- O aumento da frequência técnica. Lançado em março de
mada zona habitável, a qual de descobertas é explicado 2009, ele foi apontado para uma
apresenta distância da estrela pela melhora e refinamento de região da Via Láctea com maior
que permite haver água líquida instrumentos e técnicas de ava- densidade de estrelas. Com isso,
e, portanto, condições favoráveis liação da última década. Antes, fez observações da luminosi-
ao desenvolvimento da vida co- apenas planetas gigantes eram dade de centenas de milhares
mo a conhecemos. Cinco deles detectados por causa da atração desses astros ao longo do tempo.
animaram muito os cientistas, gravitacional que exerciam. E, Embora seja muito eficiente, não
pois possivelmente apresenta- mesmo assim, quando tinham está livre de erros. Outros corpos
riam tamanho parecido com o órbitas muito próximas a suas celestes podem provocar as al-
da Terra. estrelas. terações no brilho detectadas.
Algumas das descobertas No ano 2000, astrônomos Além disso, leva tempo, pois a
do telescópio deram um nó descobriram que era possível confirmação é feita à mão pelos
até nas teorias planetárias mais detectar a presença de planetas astrônomos e pode levar anos.
Adaptado de Folha de S. Paulo, 9 fev. 2011.

1. A partir da leitura da notícia, responda às questões a seguir:


a) Dos planetas detectados pelo telescópio Kepler, quantos deles possivelmente teriam condições am-
bientais de apresentar alguma forma de vida? Explique.
b) Elabore um texto estabelecendo comparações entre o sistema solar Kepler-11 e o nosso sistema solar.

2. A ciência é fruto da elaboração intelectual humana, não apresenta verdades absolutas e está
em constante reformulação. A partir dessas características gerais da natureza da ciência
e da leitura da notícia, responda:
a) Justifique o motivo de o número de descobertas de novos planetas ter aumentado
substancialmente na última década.
b) A detecção de um planeta pelo telescópio Kepler garante a sua existência? Explique.
Expectativa de respostas
1.
a) 54 deles, pelo fato de apresentarem água liquida, o que permitiria a existência de vida da forma como conhe-
cemos.
b) O sistema solar Kepler é mais compacto e se localiza a 2.000 anos-luz da Terra. Em relação aos planetas, o nosso
sistema solar apresenta oito planetas principais, já Kepler apresenta seis planetas e, além disso, eles têm órbitas
extremamente próximas à estrela e todos têm órbita menor que a de Vênus.

2.
a) O aumento da frequência de descobertas é fruto do desenvolvimento tecnológico, explicado pela melhora e
refinamento de instrumentos e técnicas de avaliação. Antes, apenas planetas gigantes eram detectados por
causa da atração gravitacional que exerciam e, a partir de 2000, os astrônomos descobriram que era possível
detectar a presença de planetas a partir de variações no brilho das estrelas que eles orbitam.
b) Não, pois, como tudo na ciência, a detecção dos planetas não está livre de erros, já que outros corpos celestes
podem provocar as alterações no brilho detectadas e a confirmação definitiva deve levar anos, pois é feita
manualmente por astrônomos.

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