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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2
2 A ORIGEM .................................................................................................. 3
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 52
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1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
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2 A ORIGEM
Fonte: pixabay.com
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por transformações a partir do manto. A dinâmica interna do planeta tem suas origens
na mobilidade do material do manto, apesar de este ser quase que totalmente sólido.
Até esse tempo, toda a evolução biológica tinha ocorrido nos oceanos. A
colonização dos continentes foi iniciada pelas plantas a partir de 470 Ma. Foi notável
a época dos grandes répteis que se deu entre 200 e 65 Ma, Os primeiros hominídeos
fósseis foram encontrados na África com idades de 6-7 Ma, e os primeiros fósseis
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atribuídos à espécie Homo Sapiens apareceram, também na África, por volta de 300
mil anos atrás.
Com relação à estrutura das camadas mais externas da Terra, tanto a crosta
como a parte externa do manto são essencialmente sólidas e constituem, unidas, a
litosfera, a camada rígida mais externa do planeta Gordani (2018). A litosfera se
sobrepõe à astenosfera, camada situada logo abaixo, inteiramente no manto, a qual
pode incluir certa quantidade de fase líquida em forma de magma, adquirindo
plasticidade e se movimentando por correntes de convecção. Há dois tipos de crosta:
a crosta continental, de natureza granítica, e a crosta oceânica, de natureza basáltica.
Gordani (2018) diz que da mesma forma, há dois tipos de litosfera, dependendo
do tipo de crosta nela incluída: litosfera continental e litosfera oceânica. A
profundidade do limite entre litosfera e astenosfera encontra-se normalmente entre
100 e 200 km de profundidade. O resfriamento contínuo da Terra no tempo geológico,
a partir de um possível “oceano de magma”, é o fator que governa a evolução
geodinâmica do planeta. No início, a produção de calor por radioatividade induzia a
formação das chamadas plumas mantélicas em grande quantidade. O processo
denominado tectônica de placas apareceu há cerca de 3000 milhões de anos e daí
em diante foi se tornando o principal mecanismo para a perda de calor do planeta. No
presente, a litosfera encontra-se dividida em cerca de uma dúzia de placas litosféricas
grandes (chamadas mais comumente de placas tectônicas) e muitas placas menores.
Elas se movimentam tangencialmente à superfície do planeta, com velocidades da
ordem de centímetros por ano. Nos limites entre placas tectônicas contíguas
concentram-se os terremotos de grande intensidade e a grande maioria dos vulcões
ativos do planeta. Esses limites podem ser convergentes, divergentes ou
conservativos.
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consistência e se integra no manto. Ao mesmo tempo, com o aquecimento,
magmas essencialmente basálticos serão gerados e arcos de ilhas com
crosta oceânica serão formados, como é o caso do Japão ou das ilhas Fiji.
(GORDANI, 2018, p. 3).
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descobrimentos do século XVI, quando o Oceano Atlântico em sua plenitude foi
descrito nos mapas geográficos. Francis Bacon, em sua obra mestra “Novum
Organum”, olhando para a forma do Brasil e da África ocidental delineada nesses
mapas, ficou intrigado com o seu bom encaixe aparente e sugeriu que tais
similaridades dificilmente seriam acidentais.
Entretanto, o grande criador da teoria da deriva continental foi Alfred Wegener,
que no início do século XX escreveu um minucioso estudo comparativo dos
continentes que ladeiam o Oceano Atlântico, descrevendo as suas similaridades
geológicas. Imaginou inclusive a existência de uma grande e única massa continental
há cerca de 300 milhões de anos, que denominou “Pangea”, formada por todos os
continentes atuais, ou seja, Américas, Eurásia, África, Austrália e Antártica. Este
supercontinente teria se fragmentado há cerca de 160 milhões de anos e seus
fragmentos foram “derivando” gradativamente para as posições ocupadas atualmente
Gordani (2018).
Entre as muitas evidências geológicas apresentadas por Wegener, há duas que
dificilmente podem ser atribuídas ao simples acaso:
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3 A ORIGEM DA TERRA
Fonte: focuscosmus.com
Várias teorias buscam explicar a origem do Universo. O Big Bang consiste hoje
na teoria mais aceita para a origem do cosmo, onde estão inclusos as estrelas,
planetas, gases, poeira cósmica. Esta teoria postula ainda que a origem de tudo
ocorreu a cerca de 14 bilhões de anos. No entanto, apesar dos esforços de diversos
historiadores, filósofos, pesquisadores e cientistas, sempre nos deparamos com
problemas em formular a origem de tudo, sem uma base concreta de informações.
Esta situação está vinculada a própria limitação humana, onde, com nossa visão
limitada de universo, sempre haverá fenômenos sem explicação.
No início da formação do Universo, amontoados de matéria, começaram a se
formar, girando ou orbitando ao redor de um centro de massa comum. Esse processo
deu origem as galáxias, cuja formação pode se dar também pela colisão entre galáxias
distintas, durante o seu movimento orbital ao redor do centro de massa comum. Assim
deu-se a formação da Via Láctea, onde está inserido o Sistema Solar.
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planetas, luas e asteroides. Estes se encontravam numa nuvem nebulosa, em forma
de disco, girando ao redor de uma esfera maior, constituída de gás incandescente.
Essa esfera maior deu origem ao Sol e as esferas menores aos planetas.
O sol, dentro de uma nuvem de gás e a poeira, começou a se submeter à fusão
nuclear, emitindo luz e calor. Como o movimento das partículas e as colisões entre as
matérias, liberavam muito calor, a terra e outros planetas seriam derretidos no começo
de sua formação. A nuvem nebulosa de poeira cósmica apresentava em seu interior
movimento de correntes de convecção, elevando a temperatura por volta de 3000o C,
levando algumas substâncias a se liquefazer. Neste processo, a primeira substância
a se liquefazer foi o Ferro, que por ser mais pesado, viria a constituir o núcleo da Terra.
Na sequência, outras substâncias foram acrescidas, como por exemplo, o Silício e
Óxidos metálicos, dando origem ao manto.
Aos poucos a temperatura da Terra foi diminuindo, reduzindo também a
radiação de calor para o espaço. A solidificação do material derretido aconteceu
enquanto a terra ia esfriando. No intervalo de temperatura entre 1500o C e 800o C,
começou a solidificação da crosta.
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diferentes camadas da Terra, são responsáveis pela instabilidade da crosta e a
consequente movimentação dos continentes.
Fonte: escolaeducacao.com.br
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• Astenosfera - camada situada imediatamente a seguir à litosfera, constituída
por material parcialmente fundido e com possibilidade de deformação fácil;
• Mesosfera – camada rígida, abrangendo parte do manto superior e o manto
inferior, constituída por materiais rochosos no estado sólido;
• Endosfera – camada mais profunda, sendo fluida até cerca de 5150 km e,
depois, rígida.
Sabe-se que a Terra, uma esfera ligeiramente achatada, não é homogênea. O
furo de sondagem mais profundo que já se fez na crosta terrestre atingiu 12 km de
profundidade, um valor insignificante para um planeta que tem mais de 6.000 km de
raio. Mas, dispomos de informações obtidas por medições indiretas, através do estudo
de ondas sísmicas, medidas na superfície. Elas mostram que nosso planeta é formado
por três camadas de composição e propriedades diferentes, a crosta, o manto e o
núcleo. Essas camadas, por sua vez, possuem algumas variações e são, por isso,
subdivididas em outras, como mostra a figura 1.
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Sua espessura é variável, sendo maior onde há grandes montanhas e menor
nas fossas oceânicas. Sob os oceanos, a crosta costuma ter cerca de 7 km de
espessura; sob os continentes, ela chega a 40 km em média. As espessuras extremas
estão em 5 e 70 quilômetros.
Está dividida em crosta continental e crosta oceânica, com composições
diversas e espessuras diferentes.
A crosta continental é formada essencialmente de silicatos aluminosos (por isso
era antigamente chamada de sial) e tem uma composição global semelhante à do
granito. Mede 25 a 50 km de espessura e as ondas sísmicas primárias nela propagam-
se a 5,5 km/s.
A crosta oceânica é composta essencialmente de basalto, formada por silicatos
magnesianos (por isso antigamente chamada de sima). Tem 5 a 10 km de espessura
e é mais densa que a crosta continental por conter mais ferro. As ondas sísmicas têm
nela velocidade de 7 km/s.
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Fonte: Branco, 2015, p. 3
Logo abaixo da crosta, está o manto, que é a camada mais espessa da Terra.
Ele possui uma espessura de 2.950 quilômetros e formou-se há 3,8 bilhões de anos.
Na passagem da crosta para o manto, a velocidade das ondas sísmicas
primárias sofre brusca elevação. Essa característica é usada para marcar o limite
entre uma camada e a outra, e a zona onde ocorre a mudança é chamada de
Descontinuidade de Mohorovicic (ou simplesmente Moho), em homenagem ao
cientista que a descobriu, em 1910.
4.2 Manto
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Essa diferença na velocidade sísmica traduz uma mudança na composição
química das rochas. De fato, os minerais que compõem o manto são muito ricos em
ferro e magnésio, destacando-se os piroxênios e as olivinas. As rochas dessa porção
da Terra são principalmente peridotitos, dunitos e eclogitos, pobres em silício e
alumínio quando comparadas com as rochas da crosta.
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4.3 O núcleo
Esta é a mais profunda e menos conhecida das camadas que compõem o globo
terrestre. Assim como o manto e a crosta estão separados pela Descontinuidade de
Mohorovicic, o manto e o núcleo estão separados por outra, a Descontinuidade de
Gutenberg, que fica a 2.700-2.890 km de profundidade.
5 TEMPO GEOLÓGICO
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Fonte: radiowebagroecologia.com.br
Tudo na vida tem relação com o tempo e sua interação com o meio físico.
Seu poder comanda nossas atividades cotidianas; também podemos sentir a
inexorável passagem do tempo ao envelhecer ou ao observar o crescimento
das plantas, por exemplo. No planeta, em particular, as transformações
temporais são onipresentes: dias e noites, as quatro estações que
acompanham a Terra em sua órbita solar, o percurso do Sol e seus planetas
na periferia da Via Láctea se sucedem inexoravelmente. (TEIXEIRA, 2016, p.
235).
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acompanhados pela nossa curta janela visual, como o crescimento de árvores há
milhares de anos registrado nos anéis dos troncos petrificados ou ainda o delicado
registro de fósseis em uma rocha sedimentar. Outras, ao contrário, são repentinas e
dramáticas, como o terremoto que causou o tsunami na região da Sumatra na
Indonésia, em 2004, ou o do Japão em 2011. Vulcões rompem a crosta e lançam lavas
e cinzas fumegantes, como aconteceu com o Vesúvio na Itália, há dois mil anos. Mas
depois eles “adormecem” e displicentemente são esquecidos pelo ser humano; com
isso, a região onde ocorreram é paulatinamente habitada, por causa da boa fertilidade
do solo de origem vulcânica. Mas, no futuro, outra erupção irromperá na crosta,
acompanhada por tremores de terra, em razão da dinâmica das placas litosféricas.
A extraordinária dimensão temporal ligada à evolução do planeta – medida em
milhões e bilhões de anos – é chamada Tempo Geológico, objeto central deste
capítulo, integrado à sua relação com a história biológica. Este conceito, fundamental
para a geologia e a humanidade porque trouxe a forma racional de entender o mundo,
simboliza a magnitude temporal do nosso mundo e, consequentemente, explica a
lenta evolução biológica e sua diversidade.
Mas por que nos interessamos tanto pelo Tempo Geológico? A resposta talvez
seja a inesgotável curiosidade humana em desvendar o seu passado, associando-o à
evolução da Terra, como tentativa de um entendimento maior do sistema solar e do
universo e, em contrapartida, entender melhor os fenômenos geológicos. Para tanto
é preciso, inicialmente, compreender o significado desses fenômenos que criaram a
superfície terrestre e a modificaram, o que leva à necessidade do conhecimento da
dinâmica interna e externa, dos ambientes pretéritos, das feições impressas pelos
processos ígneos, sedimentares e metamórficos, da origem de continentes e oceanos,
além de muitas outras coisas, em especial da história da vida na qual o ser humano é
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apenas uma breve etapa em um percurso extraordinariamente longo da evolução da
Terra.
Fonte: dicionariodesimbolos.com.br
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uniformitarismo). Em outras palavras, admitiram a enorme duração dos processos
naturais, muito maior que a existência da própria humanidade. Com isso, rebateram o
dogma criacionista vigente, segundo o qual todas as rochas teriam sido criadas
durante o Dilúvio (teoria do netunismo); de acordo com os cálculos do arcebispo
James Ussher (século XVII), a Terra teria sido formada por influência divina no ano
4004 a.C. – cuja doutrina, baseada nas principais figuras bíblicas desde Adão e Eva
até o nascimento de Jesus, influenciou boa parte do mundo europeu até o século XIX.
Não obstante, de modo similar às pesquisas de Hutton e Lyell, estudos de
camadas com fósseis empreendidos por vários cientistas, no final do século XVIII e
início do século XIX, indicavam que a idade da Terra não era da ordem de milhares
de anos, como pregava a Igreja, mas podia ser muito, muito mais antiga. Mais
importante ainda, um conjunto de evidências científicas da longa história geológica da
Terra implicava que teria havido tempo suficiente para que os seres vivos pudessem
mudar lentamente suas formas.
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5.2 Estimativas da idade da Terra
Fonte: minasjr.com.br
Desde o limiar do século XIX, surgiram várias tentativas para estimar a idade
das rochas e do próprio planeta. Fundamentalmente, esses métodos tinham como
analogia o princípio da ampulheta do tempo. Nesse instrumento, a informação sobre
o tamanho do reservatório é correlacionada com a taxa em que ele está sendo
preenchido ou esvaziado para calcular a duração do processo de preenchimento ou
esvaziamento da ampulheta. Por exemplo, se 2/3 de um volume de areia desceu para
a câmara inferior da ampulheta e o esvaziamento completo leva 1 hora, então o
processo de preenchimento de areia da câmara inferior (2/3) durou 40 minutos.
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apoiada pelos métodos de datação absoluta que são cada vez mais acurados. Com
isso, estabeleceu-se uma linha do tempo para toda a história terrestre, em que cada
período temporal se correlaciona a um pacote de rochas e respectivos fósseis. A
escala do Tempo Geológico está dividida em quatro unidades principais de tempo em
função de sua dimensão temporal: éons, eras, períodos e épocas. No tempo
geológico, os acontecimentos são separados por milhões de anos (Ma) ou até mesmo
por bilhões de anos (Ga).
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Na Escala do Tempo Geológico, o Fanerozoico é subdividido em três Eras
(Figura 11.12), que correspondem à evolução biológica principal da Terra.
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c) Répteis (verde suave): grupo de animais vertebrados que incluem cobras,
jacarés, lagartos, tartarugas e dinossauros. Todas as espécies de
dinossauros viveram e foram extintas na era Mesozoica, de modo que são
fósseis-índices desta era e de suas subdivisões.
d) Mamíferos (cinza): grupo de animais vertebrados (inclusive os humanos),
com sangue quente. Períodos de origem e de ocorrência...
e) Anfíbios (marrom/castanho suave): grupo de animais vertebrados que
inclui sapos e salamandras. Ocorrem no planeta desde o período Devoniano
(era paleozoica).
f) Tubarões (azul): o registro fóssil indica que os tubarões viveram desde o
final do período Devoniano da era paleozoica até os dias de hoje.
(FERREIRA, 2016, p. 257).
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7 AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS E PALEONTOLÓGICAS
DAS TRÊS ERAS DO FANEROZOICO.
Fonte: caracteristicas.com
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Os restos dessas imensas florestas são encontrados fossilizados em espessas
camadas de carvão na América do Norte e até nas ilhas do oceano Ártico. O sequestro
de CO2 (gás carbônico), incorporado no tecido das plantas e posteriormente
fossilizado nas rochas, deu início a um efeito estufa inverso; com menos gás carbônico
na atmosfera a Terra esfriou, causando uma das várias extinções em massa. No
Carbonífero (359 Ma - 299 Ma) surgem os primeiros insetos. O final do Permiano é
marcado por uma extinção em massa, que quase pôs fim à vida das florestas e da
fauna terrestre e marinha. As causas dessa grande extinção ainda são motivo de
debate, podendo estar ligada ao aumento de erupções vulcânicas, a problemas de
circulação das correntes marinhas com consequentes alterações climáticas globais,
ou mesmo ao impacto de um grande asteroide com a Terra.
Fonte: multiplaescolha.com.br
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mamíferos e as plantas com sementes, mas ainda sem flores (gimnospermas), que
se espalharam e dominaram a paisagem.
Fonte: conhecimentocientifico.r7.com
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65 Ma atrás até o presente. Os continentes começaram a tomar uma forma
muito parecida com a atual, com sete continentes, sendo três maiores. De forma geral,
o clima da Terra esfriou gradualmente durante toda esta era, quando predominaram
os mamíferos, os quais se diversificaram. Surgem as aves gigantes. Cabe notar que,
durante o Mioceno (23 Ma - 5,3 Ma), ocorre o isolamento do continente antártico,
dando início à formação de espessos mantos de gelo, que hoje garantem a
temperatura média global em torno de 15°C. O gelo acumulado na Antártica e no mar
à sua volta não apenas induz as correntes marinhas e atmosféricas, mas também
reflete como um espelho a luz solar, ajudando a aliviar a quantidade de calor que a
Terra absorve. A queda da temperatura causada pelo resfriamento antártico a partir
do Mioceno causou o recuo das florestas, abrindo grandes áreas com vegetação de
pequeno porte como as gramíneas. Os animais tornaram-se enormes.
Em termos climáticos globais, durante a era Cenozoica, além da glaciação da
Antártica, ocorreram também oito grandes glaciações durante o Pleistoceno, no último
milhão de anos da escala do Tempo Geológico. Estes ciclos glaciais alteraram a face
do nosso planeta e, em consequência, a evolução biológica. Durante um período
glacial, maior quantidade de água fica retida no estado sólido, diminuindo a
intensidade do ciclo da água e ocasionando a descida do nível do oceano. Ao
contrário, durante um período interglacial, com o derretimento de parte dos mantos de
gelo, o nível do mar sobe. Por exemplo, o talude continental (feição submersa)
existente na atual configuração dos continentes é a posição pretérita do oceano
durante a última grande glaciação, há 18.000 anos, quando o nível estava 130 metros
abaixo do atual, ou seja, os continentes eram maiores do que são hoje (ver tópico 2).
Cabe notar que, durante todas essas etapas evolutivas da vida aqui
sintetizadas, o planeta continuou a sua dinâmica, influenciando a evolução biológica,
principalmente com o movimento das placas tectônicas, conforme ilustrado na figura
11.13. Com formação do Gondwana e Laurásia há 300-260 pela quebra da Pangeia
configuram-se novas fisiografias de grandes massas continentais emersas banhadas
a oeste pelo colossal oceano Panthalassa. Esses supercontinentes, mais tarde,
seriam também rompidos para dar forma à fisiografia atual da Terra. Nesse processo
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de mudanças globais, ocorrem variações climáticas e alterações ambientais, gerando
adaptações biológicas e novas linhagens nos animais e/ou extinção de espécies.
Novas margens continentais são estabelecidas em função dos oceanos gerados; por
isso, também, as grandes reservas de hidrocarbonetos se formaram durante o
Fanerozoico.
Figura 11.13: Ilustração da paleogeografia da Terra durante parte do
Fanerozoico (fase de dispersão do supercontinente Gondwana).
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(cladograma), que representa a história da vida evolutiva, observa- -se claramente a
diversificação da vida com o tempo geológico a partir de um organismo ancestral.
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8 CICLO DAS ROCHAS
Fonte: todamateria.com.br
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8.1 Rochas Ígneas
Fonte: brasilescola.uol.com.br
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Ensinar geografia significa compreender o mundo, suas transformações e
representações sociais em suas múltiplas dimensões da realidade social.
Conforme Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009), as abordagens do
conhecimento geográfico mais recentes no Brasil, resultam de várias correntes de
pensamento, desde a influência da Escola de Vidal de La Blache até as
contemporâneas. Alguns pesquisadores orientam-se pelas correntes do
neopositivismo, da fenomenologia, das humanísticas e psicológicas da geografia da
percepção, do materialismo histórico e dialético.
Conteúdos e métodos, embora diferentes entre si, não existem um sem o outro
em educação. Na formação inicial ou continuada do professor, é preciso designar sua
opção teórico-metodológica de modo coerente. A produção científica da Geografia se
fez na história, desde os últimos 3 mil anos, com acúmulos de conhecimentos
geográficos, tanto de origem empírica como científica, no qual se desenvolveram
desde as primeiras cartas e descrições produzidas na China. Porém, o conhecimento
geográfico foi ampliado com as grandes descobertas marítimas e a institucionalização
da Geografia no mundo Ocidental. Isso aconteceu nas expedições científicas pela
África, América e Ásia, através das associações geográficas e das academias
europeias, que sistematizavam as informações coletadas pelos cientistas em suas
viagens pelo mundo.
Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009) explicam que, no final do século XVIII,
a Geografia constituiu-se ciência e enfrentou dois problemas: primeiro, a sua ligação
com a História que, na época, cumpria o papel de apenas fundamentar aspectos e
fatos históricos e, segundo, as relações entre a natureza e o homem, no qual a
Geografia aceitava a influência quase absoluta do meio biofísico sobre o homem.
Mesmo com a existência da geografia humana, essa situação ainda persistiu e
atravessou os séculos XIX e a primeira metade do século XX.
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trabalho e de existência de uma sociedade e que o progresso só existiria com a
ampliação territorial. Surgiu, então, a escola determinista de Geografia, onde existiu a
compreensão de que o homem é um produto do meio.
Os geógrafos seguidores de suas ideias preocupavam-se com alguns
problemas, como: povo, raça, Estado e localização dos Estados e constituíram as
bases da Geopolítica.
É importante ressaltar que, durante o século XIX, o centro de discussão da
Geografia, na Europa, concentrou-se na Alemanha e, só no final do século, o
pensamento geográfico francês encontrou seu espaço. As ideias dos mestres
alemães chegaram ao Brasil, trazidas pelos geógrafos franceses, mas acrescidas de
críticas embasadas na escola criada por Vidal de La Blache e seus discípulos.
Nessa época, a economia baseada numa ordem existente, onde o capitalismo
estava instaurado sob o domínio da burguesia francesa, ampliou-se o espaço de ação
política. Com a derrota da França na Guerra Franco-Prussiana (1870-71), houve a
necessidade de se pensar o espaço geográfico, de deslegitimar a reflexão geográfica
alemã e fundamentar o expansionismo francês. E assim, a Geografia passou a
desenvolver-se com o respaldo do Estado Francês, sendo introduzida como disciplina
em todas as séries de ensino básico na reforma efetiva da Terceira República.
Assim, foram criadas as Cátedras e institutos de Geografia, estimulando a
formação de geógrafos e de professores da disciplina.
As ideias de Vidal de La Blache e de seus seguidores são denominadas,
atualmente, por muitos, de Geografia Tradicional e exerceram grande influência na
formação das Universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro e, aos poucos, em
outras universidades de todo país. Os princípios da escola francesa nortearam as
primeiras gerações de pesquisadores brasileiros e o trabalho pedagógico dos
docentes (MORAES, 1987).
No Brasil, as ideias vindas pela escola francesa chegaram aos bancos
escolares por meio dos licenciados e, de posse desse saber científico desenvolvido
na universidade e com auxílio dos livros didáticos, elaboravam suas aulas, produzindo
saberes para diferentes níveis de ensino. Os livros de Aroldo de Azevedo foram
hegemonicamente adotados nas escolas brasileiras, atravessando gerações, entre as
décadas de 50 e 70 do século XX.
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Mas foi nos anos 50, que apareceram questionamentos em várias partes do
mundo e no Brasil quanto às tendências tradicionais da Geografia, que
compreendiam o espaço geográfico por meio das relações do homem com a
natureza. Surgem a busca de novos paradigmas e novas teorizações pelos
geógrafos. (COSTA, 2016, p.23).
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Surge o novo perfil profissional, o bacharel e o licenciado em Geografia e em
História, a partir da criação da FFCL/USP. Esse novo perfil teve papel importante na
transformação cultural e na sala de aula e, em 1957, passou a existir vestibular
específico para os dois cursos.
O IBGE teve grande importância na produção de artigos sobre pesquisas de
caráter geográfico. No Brasil, o espaço geográfico, mundializado pelo capitalismo,
tornou-se complexo e as metodologias propostas pelas várias tendências da
Geografia Tradicional não eram capazes de apreender a complexidade. Nas décadas
de 80 e 90, os programas de computador e as técnicas ligadas ao sensoriamento
remoto passaram a ser usados. Porém, mais importante que as novas técnicas para
análises espaciais foi a reflexão teórico-metodológica intensificada no Brasil, a partir
dos anos 70.
Apareceram críticas dos geógrafos teorético ao embasamento filosófico,
centrado no positivismo clássico e no historicismo.
Os teóricos de orientação marxista influenciaram a produção da Geografia no
Brasil nas décadas de 80 e 90, sobrepondo-se aos teoréticos e hoje existem novas
gerações de pesquisadores.
A produção científica dos geógrafos brasileiros também encontra
embasamento teórico na reflexão de pensadores não geógrafos que tomam o espaço
como categoria central de análises. Merecem destaque, Manuel Castells e Henri
Lefebvre, que em seus estudos, analisaram o espaço urbano, fazendo crítica às
diferentes correntes filosóficas e às análises sociológicas e metodológicas para
explicar a vida urbana e rural no contexto do capitalismo.
Michel Foucault analisou o espaço de poder e a estruturação de instituições
totais como a escola, a prisão e o hospital, mostrando como se exercem as relações
de poder, dentro e fora do Estado.
As transformações que abriram caminho para diferentes correntes de
pensamento não ocorreram linearmente. Logo, nas décadas de 80 e 90, continuaram
os embates teórico-metodológicos entre as grandes frentes: a New Geography, a
Geografia Tradicional, a Geografia Crítica, a Geografia comportamental.
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(Apeoesp), da capital e do interior paulista. (PONTUSCHKA, 2009, apud
COSTA, 2016, p.25).
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10 ENSINO DE GEOGRAFIA NA ATUALIDADE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Fonte: novaescola.org.br
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Assim, o sentido da geografia escolar faz-se e refaz-se no dia a dia do aluno,
na medida em que o professor necessita buscar e aproximar o discente por meio de
saberes geográficos e contextualizados cotidianamente. Mas aí nos perguntamos: a
geografia em sala de aula tem proporcionado esse objetivo? Ou ainda vivemos em
uma perspectiva tradicional, mnemônica e descritiva? Denunciada pelo geógrafo
francês Yves Lacoste (1988, p. 32), em seu livro A Geografia – isso serve em primeiro
lugar, para fazer a guerra, quando criticava que o papel do espaço geográfico era
apenas de interesse do Estado e não do cidadão comum obrigando-o a aceitar uma
disciplina decoreba, cansativa e entediante, sem nenhum sentido, estudada, muitas
vezes, somente através do livro didático. Uma análise é bastante factual, é que,
quando falamos de geografia crítica na educação básica, parece-nos bastante
evidente que os(as) nossos(as) alunos(as) ainda estão esperando por essa geografia.
Porém, nos argumentos severamente críticos, apontados por alguns
intelectuais2 do Norte do Equador, essa disciplina nunca passou das discussões
abrangentes da realidade, ficando exposta apenas a formulações e proposições
tautológicas, sem sequer dar conta da abrangente realidade do espaço geográfico,
como sempre pretendeu ser. (YVES LACOSTE, 1988, apud PINTO, 2019, p.7),
lamentava esse preconceito arraigado, quando dizia que, para muitos, a geografia era
“uma disciplina maçante, mas antes de tudo simplória, pois, como qualquer um sabe
“em geografia nada há para entender, mas é preciso ter memória [...]”. Como
respostas a tais críticas pejorativas em relação a essa disciplina, sucessivos
geógrafos utilizaram-se de novas técnicas na década de 1980, com a possibilidade de
uma vasta produção, como no caso da cartografia e inúmeras pesquisas no campo
acadêmico/intelectual que foram suficientemente dando um verdadeiro caráter
científico e renovador a esta disciplina ao longo do tempo, no final do século XX,
tornando-a, assim, uma disciplina de caráter científico-social, capaz de contribuir com
a formação crítica do indivíduo.
Refletir sobre a educação e, em especial, sobre o ensino de geografia nesse
atual processo é fundamental. Com isso, Sene (2010, p.14) define que “a educação é
atravessada por diversos vetores que atuam na sociedade em determinada época
[...]”. Ao estudar os desafios do professor e seus desafios da prática pedagógica na
atualidade, Araújo e Yochida (2012) distinguem que:
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A educação está no processo constante de mudanças, mudanças essas que
tentam acompanhar o ritmo do novo milênio. Nesse sentido o educador vem
exercendo um papel insubstituível no processo de transformação social, pois
a formação de sua identidade ultrapassa o profissional, constituindo
fundamentalmente a sua atenção profissional na prática social. ARAÚJO,
2012, apud PINTO, 2019, p. 7).
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ensino da geografia que reconhecemos que, nos últimos anos, essa disciplina vem
passando por importantes mudanças, sobretudo do final do século XX para o início do
século atual. Essas mudanças são evidenciadas por Vesentini (2004) em seu livro o
ensino de geografia no século XXI, quando aborda as realidades e perspectivas do
ensino desta área no Brasil. Este autor salienta que:
Se a geografia viveu os seus momentos de crises, onde muitas vezes era vista
como uma disciplina “simplista” e “descritiva”, cuja função não era suficientemente
explicar os problemas do mundo, ao contrário dos que muitos ainda veem, ela
conseguiu, ao longo do tempo, produzir novos conceitos que explicassem e
desafiassem questões da realidade. Gomes (2003), em sua mesma obra, ainda
argumenta acerca dos progressos científicos obtidos pelos geógrafos, ao abordar que:
Ao nível do ensino secundário, por exemplo, ela tem por meta apresentar uma
visão global e coerente do mundo, em que a dinâmica dos fenômenos
naturais e as relações homem-natureza, ou sociedade-território, são
articulados à luz de uma perspectiva que nos é contemporânea. (GOMES,
2003, apud PINTO, 2019, p. 9).
Para tal objeto de estudo, nossa tarefa primordial é caminhar passo a passo,
diante do processo espaço/temporal em que se dão os acontecimentos para entender
o que se vivencia no atual período, contextualizar os elementos do período atual à
realidade do aluno, bem como o seu cotidiano, suas vivências, suas práticas, suas
relações de espacialidades construídas localmente e o seu conhecimento crítico
construído ao longo da sua aprendizagem adquirida no Ensino Básico, onde a escola
é o lócus primordial para o exercício da prática docente e formação humana e
profissional. Todavia, Sene (2010) lembra que:
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A geografia escolar possui uma longa tradição de ensino enciclopédico e
descontextualizado, já vigorosamente criada por Lacoste (1999), inclusive
apontando o aspecto ideológico da “geografia dos professores”. A partir de
agora essa disciplina também vem sendo convidada a contribuir com seu
arcabouço teórico-metodológico renovado – seus conteúdos, conceitos e
categorias – para auxiliar os alunos a desenvolverem suas competências e
habilidades, suas inteligências, suas estruturas de assimilação, enfim, a
aprenderem a aprender. (SENE, 2010, apud PINTO, 2019, p. 11).
Tal como discute o autor supracitado, o caráter norteador que leve o professor
de geografia a desenvolver a aprendizagem e a formação crítica do discente é
justamente essa busca incessante de movimentação na disciplina, incentivando o
aluno sempre a descobrir novos olhares que estão à sua volta, ao seu meio em que
vive, descobrindo, a partir das particularidades até as formas mais gerais de
conhecimento, por meio de uma geografia renovada. Norteando sobre a importância
de uma geografia crítica escolar, Kaercher (2015) é claro, ao colocar que:
É preciso mostrar aos nossos alunos que podemos entender melhor o mundo
em que vivemos, se pensarmos o espaço como um elemento que ajuda a
entender a lógica, não raro absurda, do mundo. Mostrar que sabemos
Geografia não é sabermos dados ou informações atuais ou
compartimentadas, mas, sim, relacionarmos as informações ao mundo
cotidiano de nossos alunos. (KAERCHER, 2015, apud PINTO, 2019, p. 11).
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impossibilitado de buscar aperfeiçoamento, renovação de modo constante”. Um
sistema de ensino, esfacelado e fragmentado, tratado em terceiro, quarto ou último
plano, pelo sistema público estatal, ressoa, consequentemente, em disciplinas como
a geografia, considerando que o professor tem, diante de si, o desafio e/ou a
necessidade de transformar suas temáticas, não mais em explicações vagas e
descritivas, mas adequar os seus conteúdos aos atuais contextos em que vivemos.
No âmbito do espaço escolar, o papel do professor de Geografia não é mais
tratar os fatos sociais de forma descritiva, que ocorrem na superfície da terra. Mais do
que isso, é entender o espaço geográfico modificado e alterado pelas ações do
homem através das técnicas. Com isso, pertinente à discussão de Kaercher (op. cit.:
225), pois sua observação permanece absolutamente relevante, quando argumenta
que “compreendendo a espacialidade das práticas sociais, podemos ajudar nossos
alunos (e a nós próprios) a entender melhor o local, o nacional e o global e, melhor
ainda, compreender as relações entre essas escalas”. A intervenção do docente nos
processos de aprendizagem é fundamental para que o aluno compreenda e vivencie
algumas práticas, de modo que este tenha uma noção geográfica do mundo. A função
docente é mais do que uma questão de domínio de conteúdos em sala de aula. Para
Libâneo (1994, p.2), “o trabalho docente é parte integrante do processo educativo
mais global pelo qual os membros da sociedade são preparados para a participação
na vida social”.
Como bem assinala Vesentini (2004, p.8), “o sistema escolar nunca foi tão
importante como nos dias de hoje”, na medida em que o ensino de Geografia
sobreviva, ao mesmo tempo, e se fortaleça com essas mudanças ocorridas no mundo
atual e que afetam também o sistema escolar. É tarefa árdua nossa, enquanto
professores de Geografia, encararmos esses novos paradigmas e discuti-los em sala
de aula com o aluno, ao passo em que este possa entender e, concomitantemente,
contextualizar os problemas globais junto à sua realidade cotidiana a partir das
discussões formuladas no ensino de geografia. Para o mesmo autor supracitado:
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