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GEOHISTORIA

Paleontologia – Segundo a sua etimologia grega


Paleo – antigo
Onto – Seres vivos
Logia – Estudo
Paleontologia – Uma ciência que se ocupa do estudo dos fósseis em todos
seus aspectos, analizando em detalhe suas estruturas.
Estuda seu: Género de vida
Condições ambientais e biótica em que se encontra
Causas da sua morte ou desaparição
E as possíveis relações genéticas entre eles.
Fossil – Deriva do latim “fossilis” empregada pelo «PLINIO» para designar os
objectos extraídas da terra. Fossil (substantivo), se aplica exclusivamente aos
resto orgânicos que têm sofrido um processo de fossilização, mediante o qual se
tem conservsdo, e constituem objectos de estudo da paleontologia.
Fossil (adjectivo) – a qual outros objecto natural que não seja restos orgânicos
(paleosolos)
Fosseis vivos – Se trata de animais ou vegetais actuais, impropriamente
chamadas “fósseis”, verdadeiramente são relíquias de grupos biológicos que
floresceram em épocas geológicas passadas, cujo estudo proporcionou a
paleontologia dados mais importantes para a interpretação de fósseis.
Ex: Latiméria – peixe considerado extinto no cretâcico ( 100 milhões de anos)
pescado em Madagascar e por duas vezes em Moçambique.

FOSSILIZAÇÃO
Fossilização é conjunto de processos de natureza variada que conduzem à
conservação dos restos ou vestígios dos seres vivos ou da reprodução da forma
natural dos mesmos.
 Sob Condições propícias, qualquer organismo, por mais frágil seja, pode
deixar registo da sua existência.
 O soterramento rápido em ambiente livre de decomposição e dissolução
intensa.
 As partes resistentes dos organismos (dentes, ossos, conchas, ossos)
encontram sempre maior oportunidade de conservação animais que
vivem perto do mar.

PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO

I. Fossilização da parte (Inalterado)


 Mumificação
Exemplo: os rinocerontes de Starunia (Cárpatos) em sais
Os mamutes e rinoceronte de Sibéria em gelo
 Flagelados incluso no Silex
 Conservação no âmbar (Insectos)
 Nos cineritos, nos diatomitose sedimentos finos (cutículas
epidérmicas das folhas)
 Impregnação dos restos por material mineral.

II. Fossilização da parte dura (Resto alterado)


As partes duras mais conservadas a fossilização são as partes duras tais
como: cornos, carapaças, dentes, ossos, plantas.
As partes duras podem ser compostas de:
 Calcite: Algas verdes-azuladas, algas pardas, chanophytas,
cocothophorideos, foraminiferos, esporângios, corais, bryozoa
braquiópodes, lamalibranquios, vermes, crustáceos, trilobites e
equinodermes.
 Aragonite: Algas verdes, corais, bryozoa, lamelibranquios, cefalópodes,
vermes.
 Sílica: Diatomacea, radiolarias, esporângios
 Fosfato de cálcio: Braquiópodes, crustáceos, trilobites, vertebrados
 Quitina: Crustáceos, insectos, graptozoarios
O modo de fossilização depende da composição química das partes duras.

a) Mineralização ou Petrificação
Na maior parte dos casos na fossilização intervêm substâncias minerais: a
matéria orgânica é substituida por elas, com maior ou menor conservação
das estruturas inerentes ao ser vivos fossilizados.
Na fossilização verificam-se transformações química pelas quais a matéria
orgânica é substituída por matéria mineral, conforme os casos. Essas acções
químicas dependem não só das característica do corpo em via de
fossilização e da natureza do mesmo, mas também do meio em que se que
ser verifica a fossilização.
Por exemplo: Resto de equinodermes são comumente permineralizado com
glauconite.

b) Substituição
Subentende-se a retirada do mineral do material original e sua substituição
simultânea por material de natureza diferente.
O tipo de substitução é designado segundo o mineral implicado, então pode
ser:
1. Carbonatação
Os carbonatos são as substâncias fossilizantes mais abundantes, em
particular a calcite.
 Carbonato de ferro, sob a forma de siderite, associado a outros
materiais assume a forma de esfericidade e origina nódulos
fossíferos.
 Nas rochas argilosas encontram-se frequentemente fósseis
vegetais em smithosite ou calamina (carbonato de zinco). Exemplo:
acontece com conchas de lamelibrânquios
 Azurite e a malaquite constituem materias fossiliozantes de alguns
vegetais. Fósseis deste tipo, de cores azul ou verse, encontram-se
perfeitamente conservados nos arenitos vermelhos do Triássico
alemão.
 Cerussite originou em alguns casos, pseudomorfoses de crinoídes
do Jurássico da Polónia.
Na carbonatação dos organismos fossilizados se mantêm apenas a
morfologia externa; a fossilização é muito mais grosseira.

2. Silificação
Sílica entra na constituição do esqueleto de diversos animais e vegetais. Em
geral, durante o processo de fossilização a opala, o silex, jaspe dos
esqueletos trasformam-se em calcedonite ou em quartzo, minerais mais
estáveis, e susceptíveis de conservação demorada. Muitas vezes a sílica
ocupa o lugar da matéria orgânica, conservando de modo perfeito as
características do ser vivo fossilizado.
Por exemplo: Troncos fóssil do Dadoxylon de Tete.

3. Hematizacção
A Hematite é, frequentemente, material fossilizante. Por exemplo no jazigo
de ferro de Moncorvo, Ordovícico, o minério hematítico contém fósseis de
braquiópodes (Orthis), tribolite (Neseuretus tristani).

4. Silicatação
Os silicatos são igualmente, material fossilizante entre eles encontra-se a
glauconite. Esta preenche os poros de conchas de braquiópdes, tais como
terebratulas, briozoários, ou outros esqueletos de seres vivos, as quais
confere a cor esverdeado que lhe é peculiar. Exemplo: Nalgumas nummulites
de Braviera a concha foi epigenizado por esse silicato de ferro.

5. Sulfatação
O gesso é uma substância fossilizante. Conhece-se fósseis de gesso fibroso.

6. Fosfatação
O fosfato de cálcio (Apatite e variedade desta) é mineral fossilizante, embora
raramente.

7. Limonitização
Este processo relaciona-se frequentemente com fósseis piritosos por
transformação dos sulfureto de ferro em limonite.
8. Piritização
Na decomposição da matéria orgânica, em meio em que a quantidade de
oxigénio é reduzida, origina-se ácido sulfídrico, o qual reage com sais
solúveis de ferro, transportados pela água; forma-se assim sulfureto de ferro,
quer pirite, quer marcassite, que são excelentes materiais fossilizantes.

9. Fossilização por elementos nativos


Os elementos simples figuram igualmente, entre as subtâncias fossilizantes.
Por exemplo: No Chile encontram-se moldes de fósseis de prata.
Na Ialemanha osm fósseis do Pérmico contém cobre e Prata.

c) Recristalização

d) Incrustação

e) Carbonização

III. Fossilização por moldagem

PISTAS OU RASTOS, PEGADAS, CAVIDADES E OUTROS MARCAS DE


ACTIVIDADE VITAL
São muitas e variadas as marcas ou vestígios deixados pelos seres vivos
nas rochas, em relação com as manifestações de características dos
mesmos.
Algunas dessas marcas são:
 Dentadas
 Coprolitos
 Perfurações
 Nódulos e concreções
 Gastrolitos
 Etc.

IMPORTÂNCIA GEOLÓGICA DOS FÓSSEIS


Os fósseis dão-nos indicações sobre :
 Antigos ambientes
 Antiga geografia
 Evolução das especies
a) Fósseis como documentos de antigos ambientes
O oceano tem zonas bem definidas de profundidade cada uma das
quais com tipo de vida aproprida.
No litoral, as formas de vida aguenta a exposição periódica ao ar, os
embates das ondas, os movimentos de areia, etc.
Na zona nirítca ( 200 m) é mais populosa e tem menos influência da
luz. As zonas batial e abissal caracterizam-se pela ausência da luz, altas
pressões e muito baixas temperaturas
Praticamente todos os tipos de vida marinha estão limitados em
distribuição pela profundidade e temperatura.
As conclusões paleontológicas que se tiram do estudo de fósseis
baseiam-se no que hoje se sabe da relação entre seres vivos/ambientes actuais.
 Princípio de actualismo (UNIFORMISMO) – James Hutton
 Comparação

b) Fósseis como documentos da antiga geografia


Cada espécie tem geralmente, um tipo de clima e ambiente bem
definido, não sendo encontrado fora dele.

c) Fósseis como documento da evolução


 Teoria de evolução
 Reconstrução da história da vida

NOÇÃO DE FÓSSIL GUIA


Os fósseis têm valor cronológico – permite datar os terrenos onde se
encontram.
Nem todo os fósseis servem para determinar a idade relativa dos
estratos. Só os chamados fósseis-guia ou característicos ou ainda
estratigráficos o permitem.
Os fósseis esteratigráficos devem ter um nº de características:
 Uma grande distribuição geografica ou melhor
paleogeografica de maneira que sirva de guia a grande
distância.
 Uma grande rapidez de evolução no tempo, o que
assegura a cada espécie a maior breviatura de
existência em tanto que espécie.
 De fácil fossilização.

Resumindo: Viveram num tempo relativamente curto mas tiveram


uma grande área de dispersão e de fácil fossilização
Exemplo de fósseis- guia: Trilobites, graptolites, amonites, etc.

Micro-fósseis : Fusilinas, globotruncana, nummulites.

NOÇÃO DE FÁCIES

Definição: Fácies de uma rocha sedimentar é o conjunto de seus caracteres


litológicos e paleontológicos
Quando os caracteres utilizados são macroscópicos - FÁCIES
Quando necessita de um estudo microcópico - MICRO-FÁCIES.
Os caracteres litológicos – recorrem a todas distinções petrograficas:
Composição química (rocha calcária, siliciosa, argilosa), textura,
etc.

Os caracteres paleontológicos - recorrem ao conteúdo de flora-


faunístico da rocha. Os fósseis-guia dão indicações extremamamente
úteis.

Classificação genética de fácies


1. Fácies continental – glaciar (morreia, tilitos, estrias); eólico; fluvial
(aluviões)
2. Fácies marinha – As componentes de um depósito marinho têm três
origens principais.
a) bentónico
b) pelagico
c) terrígeno
Tendo em conta a morfologia dos oceânos podem definir-se:
Sobre a plataforma continental uma zona nerítica: Sedimentos de origem
bentónico e terrígenos (areia, lodo, sedimentos orgânicos).
As fácies Neríticas = neríticas epicontinentais

Uma zona batial sobre a talude continental: Fácies terrígenas monótonas,


lodos azuis, calcários margosos.

Uma zona abissal nas grandes profundidades são caracterizadas por:


Fácies pelágicas, barros de globogerinas, barros de radiolarios, barros de
diatomáceas, rochas calcárias ou siliciosas e argila rosa (vermelha), indicadora
das maiores profundidades.

ESTRATIGRAFIA
É uma parte da geologia que se ocupa da determinação da idade
geológica relativa dos terrenos, mediante o estudo dos fósseis que se encontram
nas rochas sedimentares.
Um só fóssil (uma só espécie) é insuficiente para determinar a idade
exacta de um jázigo, é preciso considerar a associação de fósseis ali presentes.
Cada espécie fóssil tem um período de existência próprio, que interfere com as
outras espécies que acompanham noj jágigo.
CONCEITOS IMPORTANTES:
Tafocenoses – Associação de fósseis
Biozona – Zona definida por uma espécie fóssil.
Conjunto de estratos com mesma espécie fóssil – zona estratigráfica.
FAUNIZONA – A presença de uma determinada associação de espécies
fósseis.
Os fósseis associados a um estrato, lhe dão um certo caracter, que reflecte
as condições ambientais existente a quando da sua formação
(Temperatura, Salinidade da agua, grau de turbidez, etc.)
BIOFÁCIES – Conjunto de caracteres paleontológicos que reflectem as
condições ecológicas existentes durante a formação do estrato.
A rocha que forma o estrato, proporciona outros dados sobre as conições
de formação (LITOFÁCIES), principalmente sobre as condições físicas
(composição química, granulometria, minerais associados, etc.) que permitem
reconhecer o processo geológico da rocha que forma o “estrato” se deu duma
sedimentação nerítica, fluvial, lacustre, etc. ORIGEM.

CRONOLOGIA RELATIVA
O estabelecimento de uma cronologia relativa baseia-se
fundamentalmente de um certo número de princípios simples que são:
1. PRINCIPIO DE SOBREPOSIÇÃO (NICOLAU STENO)
2. PRINCIPIO DE CONTINUIDADE
3. PRINCIPIO DE IDENTIDADE PALEONTOLÓGICA
4. PRINCIPIO DE HORIZONTALIDADE

PRINCIPIO DE SOBREPOSIÇÃO (NICOLAU STENO) – Numa sequência


sedimentar não perturbada, a camada mais antiga é aquela que está em
baixo.

Excepção:
1º Exemplo: Nos terraços aluviais escalonados, os mais recentes são os
mais baixos.

Terraços escalonados Terraços Sobrepostos

2º Exemplo: Filões clásticos (sedimentares): relacionados com paleosismos


ou sismos contamporâneos na bacia de sedimentação.
PRINCIPIO DE CONTINUIDADE – Admite que uma mesma camada tem
mesma idade em todos os seus pontos.

Dificuldades:
 Uma camada pode aflorar até vários Kilometros e extender-se por
vários países.
 As condições de afloramento e vegetação.
O problema reduz-se em reconhecer a mesma camada sem poder
segui-la. Dai que até a metacde do século passado se justifique a
importância de terrenos com mesma características litológicas.
Desta atitude nasce a noção de “FORMAÇÃO”.

FORMAÇÃO: Conjunto de estratos ou camadas com mesmas


características litológicas
Novas Dificuldades:
Formações de aspectos parecidos a primeira vista, geralmente tem sucedido
as grandes orogenias ao longo do tempo.

Exemplo: Como distinguir arenitos vermelhos do devónico dos arenitos


vermelhos mais recentes do pérmico.

Conclusão: Critério litólogico fracassou: Muitas formações de idades


diferentes podem ser parecidas. Dai surgem os critérios paleontologicos dos
terrenos.

PRINCIPIO DE IDENTIDADE PALEONTOLÓGICA – Admite que um


conjunto de estratos do mesmo connteúdo paleontológico são da mesma
idade.

Dificuldades:
Em muitas bacias sedimentares com abundância de tipo de fóssil mas com
outros fósseis acompanhantes não eram da mesma idade, em todos lugares
e notava-se muitas vezes que elas se tornava mais recentes à madida que
se caminhava numa direcção. Por isso era necessário distinguir fósseis com
valor estratigráfico e os que não tinham (nasce a noção de fossil guia).

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