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parte I

e r r a
cefalópodes

A o s C h o c o s d e t

Neste artigo vamos perceber como pescar


chocos a partir da costa, usando material
de spinning ligeiro, pescando fino e tirando o
máximo prazer desta pesca que os japoneses
batizaram de “EGI”ou “EGING”. Não só
chocos mas outros cefalópodes como polvos
e lulas podes ser capturados com esta
técnica, no entanto, neste artigo vamos
focar-nos essencialmente nos chocos.
Autor e Imagens: Rui Sérgio Silva e Joaquim Malaquias

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de areia e pode ser encontrado que vale à cidade de Setúbal o
desde a “borda de água” até aos título inquestionável de “Capi-
200m de profundidade. tal do Choco”, mas o estuário
Para se reproduzir procura do Tejo ou a Ria Formosa são
principalmente zonas de águas exemplos de zonas “choquei-
abrigadas, pouco profundas, ras” por excelência.
sendo comum em estuários, Zonas portuárias – Os
rias, praias abrigadas, etc., pro- portos, marinas, docas, etc.,
curando zonas com alguma ve- são por uma questão lógica,
getação onde deposita os seus construídos normalmente em
ovos e onde é fácil camuflar-se, zonas abrigadas, muitas vezes
tanto para proteção contra dentro de estuários de rios ou
predadores como para caçar. rias.
Rias e estuários – Estas são Combinam as vantagens
zonas de excelência para esta descritas no ponto anterior
pesca. com a facilidade do acesso à
Pelas suas características água, nomeadamente a zonas
naturais, estes habitats atraem com alguma profundidade.
os chocos principalmente As grandes concentrações de
na época da reprodução. Os comida disponível, por vezes
fundos são normalmente, de derivado à atividade piscatória
areia, lodo ou cascalho que local, os restos das artes de
permitem ao choco enterrar-se pesca são por si só uma fonte
e muitas vezes com zonas de de alimento mas também
“erva” e algas, lugar ideal para um engodo que atrai muitos
se esconder e fazer as posturas. animais que vêm à procura
Estas são também zonas de de alimento e por sua vez se
“berçário” para muitas espécies tornam eles próprios presas
de peixes e crustáceos, base para os chocos.
da alimentação do choco. O Praias oceânicas – Os nossos
exemplo mais famoso disto amigos também podem ser

O
mesmo é o estuário do Sado encontrados ao longo de toda p

“EGI” é nada dador que se preze, é também de menor tamanho. Não quer
mais, nada um oportunista e não deixa isto dizer que não seja possível
menos, que passar a oportunidade de uma apanharmos um dia “daqueles”
o nome que refeição fácil. É precisamente e fazer uma boa pesca ou ferrar
os japoneses esta voracidade que nós vamos um exemplar de bom tamanho.
dão às amostras usadas para explorar para tentar capturar. Regra geral os chocos revelam-
pescar cefalópodes, os famosos se mais ativos de noite e na-
“palhaços” que imitam um Quando e onde pescar quelas horas mágicas de pouca
pequeno peixe ou camarão. O Embora os chocos possam luz, ao nascer e ao pôr-do-sol, As amostras pode
choco (Sepia officinalis) é um ser capturados durante todo mas durante o dia também se
molusco cefalópode, da família o ano, melhor época para a deixam capturar e por vezes em apresentar desde
dos polvos e lulas, bastante
abundante na nossa costa e
sua captura, coincide tradicio-
nalmente com a chegada da
grandes quantidades, propor-
cionando boas jornadas.
apenas 4cm
muito apreciado pelo seu ele- primavera. Em zonas que sofram influ-
ências de correntes, como
até mais de 20cm,
vado valor gastronómico. O ta- Regra geral, por alturas de fe-
manho legal para a sua captura vereiro, começam a chegar as estuários e rias, as horas mais sendo que os
produtivas, coincidem com
é de 10cm (tamanho do corpo
sem contar com a cabeça e
grandes fêmeas, logo seguidas
pelos machos para acasalar e os estofos de maré, quando tamanhos mais
tentáculos) mas pode atingir
mais de 5kg. Animais deste
completarem o seu ciclo re-
produtivo e dar continuidade
as correntes param ou são
muito mais fracas. Como já foi
populares e mais
calibre são cada vez mais raros, à espécie. dito anteriormente, os chocos utilizados sejam de
pelo que é necessário que se O pico da atividade e altura gostam de águas calmas, o que
pesque com consciência e se que faz as delícias dos amantes faz com que quando o mar 8, 10, 12, até 14cm
libertem os juvenis para que se
possa preservar a espécie.
desta pesca é normalmente
entre os meses de março e
apresenta um “toque” ou se faz
sentir algum vento eles se en- de comprimento
O choco é um predador que junho, sendo em norma o mês terrem na areia e permaneçam
se alimenta essencialmente de de abril, o mais produtivo. A inativos.
pequenos peixes e crustáceos partir desta altura, e à medida
(camarões e caranguejos) e até que entramos no verão as Zonas de pesca
mesmo de outros pequenos capturas tendem a ser em O choco habita águas costeiras,
moluscos. Como qualquer pre- menor numero e regra geral preferencialmente com fundos

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a costa, em praias com fundos quando comparado com outras
de areia, ou mistos. O pico da canas de spinning. Algumas
Devido à sua preferência por
águas calmas e abrigadas,
atividade desta marcas designam nas suas
canas de: “EDGI”, “EDG”, “EGI”,
as praias viradas a sul são as pesca é entre os “SQUID”, “SQJIG”, “Emeraldas”
preferidas pelos chocos, por ou mesmo “Sephia”
se encontrarem abrigadas dos meses de março
Os carretos
ventos e mares dominantes de
N ou NW. Acender as luzes e junho, sendo Os carretos de eleição e mais
Como alguns exemplos temos
toda a costa algarvia, as praias
Para intensificar o efeito contrastante da coloração
das amostras, algumas marcas apostam também
por norma o escolhidos encontram-se entre
os tamanhos 2500, 3000, prefe-
da serra da Arrábida e Troia, as nas cores fluorescentes ou luminescentes. São
particularmente eficazes à noite.
mês de abril, rencialmente de baixo perfil e
praias da linha do Estoril, etc., de recuperação lenta.
todas estas zonas são conheci- o mês que é O facto é que se pretende um
das pela abundância de choco
nas suas águas e o que é que
mais produtivo conjunto ligeiro e o mais leve
possível, porque iremos decer-
elas têm em comum? São vira- to lançar a amostra variadas
das a Sul ou estão protegidas medium-light. Estas ações vezes e elaborar diferentes téc-
das maretas e ventos. permitem a ferragem rápida nicas de animação da mesma
em conjunto com possibili- e quanto menos peso na mão,
Equipamento dade de podermos aguentar melhor!
Sendo esta pesca uma espécie os frágeis tentáculos sem que Embora nesta pesca os
de spinning especializado, o eles se soltem ou rasguem carretos não estejam sujeitos
material não difere muito do com as primeiras investidas aos “maus tratos” que sofrem
que é normalmente utilizado que a presa faz na tentativa de no spinning aos robalos, por
nesta modalidade, mas é claro se soltar das finas agulhas das exemplo, convém que tenham
que há algo a dizer e porme- amostras. alguma qualidade e um bom
nores a ter em conta. Sendo As canas apresentam os mais enrolamento de linha pois
que, por definição, o eging se simples adornos com uma numa única jornada de pesca
trata de uma pesca ligeira, o gama de passadores de catego- se podem chegar a fazer largas
material que transportamos ria pequena em comparação dezenas ou mesmo algumas
em cada jornada, será por e um chalavar (de preferência um sem número de marcas com outras canas e diâme- centenas de lançamentos.
consequência o mais ligeiro telescópico para ser mais fácil que já se dedicaram a investir tros reduzidos. Tratando-se
possível. o transporte) é material mais em blanks apropriados. As de uma cana de spinning As linhas
Assim sendo, um conjunto de do que suficiente para uma medidas compreendidas de aperfeiçoada para uma pesca Aqui a preferência pessoal
cana e carreto ligeiros, uma divertida jornada. 2,10, 2,40, 2,70 e até 2,80, são específica, estas encontram-se de cada pescador vai ditar se
pequena bolsa com amos- em geral as mais apropriadas. Após a filtragem para com um peso que raramente utilizamos monofilamento ou
tras, chumbos, linha tesoura, As canas Trata-se de blanks específicos monocromático iremos ultrapassa as 200g, mesmo multifilamento. Trata-se de um
apercebermo-nos que
clips, etc., um saco ou balde Quando se trata de escolher com características de ferra- realmente têm tons de
para as canas mais compridas, compromisso entre sensibili-
para transportar as capturas a cana, iremo-nos encontrar gem rápida em ação medium, cinza diferentes. tratando-se de pesos “pluma” dade e elasticidade. Multifilar p

Como identificar um pesqueiro?


Por incrível que pareça, a melhor forma de identificar um bom pesqueiro de chocos é
tão simples como...olhar para o chão!
Sim, leu bem. Os locais mais “choqueiros” e frequentados pelos pescadores de chocos
apresentam inúmeras manchas de ferrado, a tinta do choco. Não há que enganar!

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está apto para lhe oferecer as mente mais utilizadas na pesca um “nº 2”, mas, mais uma vez vêm oferecer-nos uma vasta
maiores variedades de tipos à lula ou aos chocos com mon- isto varia de marca para marca, possibilidade de nos adap-
de “palhaços” e é este o nome tagens que utilizem chumbada. não sendo possível generalizar tarmos às diversas alterações
que iremos usar, uma vez que Pescas mais verticais, de costa e dizer que um palhaço nº 2 climáticas durante o ano, às
é o nome usado na gíria e pelo em zonas com alguma profun- leva “x” segundos a afundar variações de luminosidade ao
qual são popularmente conhe- didade ou embarcado. um metro e um palhaço nº longo de um mesmo dia, às
cidas estas amostras. Os palhaços com o corpo 4 leva “y” segundos. O que diferentes tonalidades da água,
Na maior parte dos casos, as ondulado adquirem esta forma importa realmente é saber a ou mesmo de tentar adequar a
amostras são concebidas para para imitar a forma de um ca- que profundidade estamos a nossa amostra ao que o choco
apanhar pescadores mais do marão ou gamba como foi dito pescar e ter noção que quanto está habituado a comer numa
que para apanhar os chocos, anteriormente. São geralmente maior o número, mais rápida é determinada zona ou naquele
mas isso é o que acontece lastrados com o chumbo por a descida da amostra. Depois é dia em particular.
também com todo o tipo de baixo da cabeça, lastro este ir testando e experimentando Há já muito tempo que diver-
amostras para outras pescas. que denominamos na gíria por até dominarmos as variáveis. sos cientistas afirmam que o
Ao escolher os palhaços que “babete”. Por norma, os mais procurados choco é de um animal de visão
vamos adquirir há algumas Esses “babetes” podem adquirir são os 2.5, 3.0 e o 4.0 que são monocromática. Os japoneses
considerações que teremos que diferentes formas, ter orif ícios os mais requisitados para pesca afirmam que não é necessário
ter em mente, por exemplo, ou argolas, etc., para permitir na nossa costa. que o pescador se foque na cor
onde vamos pescar, que tipo a acoplagem de acessórios mas sim no contraste do con-
de agua, corrente, profundi- para a execução da montagem As cores junto monocromático de claro/
dade e se existem obstáculos com que pretendemos pescar. A colorimetria e as mais escuro, pois pensa-se que estes
como rochas, limos, conchas, A existência desse peso, não variações de cores e padrões, animais consigam distinguir
areia, ou mesmo lixo que se é unicamente para afundar o mais de 60.000 tonalidades de
pode encontrar no fundo. Tal palhaço, mas para o equilibrar cinza.
como a cor das águas, o tipo de e não provocar que o mesmo, As marcas tendem a concebê-
fundo terá também influência quando recolhido possa ficar los utilizando sempre, ou quase
na escolha do palhaço. com as suas agulhas presas em sempre três cores ou tonali-
Existem dois algo que não seja realmente o dades principais: Uma mais
Dois tipos
tipos principais de de “palhaço”
choco.
Estes palhaços são os mais
Não é preciso muito material
para se tentar apanhar uns chocos.
escura, uma de gama média
e uma mais clara ou mesmo
É uma pesca móvel e que não
corpo de amostra, Existem dois tipos principais
de corpo de amostra, o direito
indicados para lançamento
e pescas em que a amostra é
precisa de muito material.
o branco. O objetivo é criar
padrões contrastantes que cha-
o direito que imita que imita um pequeno peixe e ligada diretamente à linha do mem a atenção dos chocos. As
o ondulado (vamos chamar-
um pequeno peixe lhe assim) com forma de
carreto e são descritos como
“Swiming Squid Egi.” Em zonas que sofram cores mais habituais são o rosa,
verde, azul e o laranja.
e o ondulado que camarão.
Os direitos têm um corpo fu-
Quanto aos tamanhos, o mes-
mo pode apresentar-se desde
influências de correntes, como Para compreender realmente
como o choco visualiza a cor é
tem forma parecida siforme, mais ou menos “boju- apenas 4cm até mais de 20cm, estuáriose rias, as horas mais necessário fotografar a amostra
dos”, dependendo dos modelos sendo que os tamanhos mais e passá-la para monocro-
à de um camarão e o seu lastro é normalmente populares e mais utilizados produtivas, coincidem com mático. Após essa filtragem
interno.
Estas amostras são habitual-
sejam os de 8, 10, 12, até 14cm
de comprimento. O seu peso
os estofos de maré iremos apercebermo-nos que
realmente têm tons de cinzas
diferentes.
mais sensível mas com menos de monofilamento com uma As amostras não varia conforme o seu ta- Após diversos anos de testes,
elasticidade que um nylon e boa meia dúzia de metros para Agora sim, as coisas compli- manho mas sim com o que se as grandes marcas como
vice-versa. Alguns especialistas conferir alguma elasticidade ao cam-se. A variedade é tanta pretende adquirir. Resumida- Yamashita, Yo-Zuri, e DUEL,
deste tipo de pesca aconselham conjunto. entre marcas, modelos, tama- mente, podemos ter o mesmo entre outras, têm vindo a
o uso total de monofilamento A utilização de multifilamen- nhos, cores, padrões, pesos, palhaço de 8cm com 10g como conceber estas pequenas
semi-elástico, com intuito de to direto é desaconselhada ações e por fim preços que é em 22g ou até mais podendo amostras em diversas “cores”
poder amortecer a ferragem precisamente devido à falta mais do que suficiente para atingir até 40g. com tonalidades bem atraentes
e suavizar os puxões durante de elasticidade, que pode ser pôr a cabeça a andar à roda a A única forma de poder tendo em conta diversos tipos
a recuperação. Linhas com o suficiente para rasgar os quem quer ir somente apanhar compreender esta relação é de spots. Verdadeiras obras de
diâmetros de 0,25 a 0,30 são tentáculos, que por vezes vêm uns choquinhos para grelhar. chamar-lhe de “calibre” ou arte. A qualidade destas deve-
as mais comuns. Utiliza-se a ferrados só mesmo por uma Assim como qualquer pesca, o “categoria”. Por uma questão de se à tecnologia usada no seu
mesma linha em toda a madre pelezinha. As linhas mais eging irá ser mais um desafio, e patentes tornou-se um pouco desenvolvimento e produção
da montagem, direto desde o procuradas para este tipo de as amostras terão o seu maior confuso compreender que os e a qualidade e resistência dos
carreto. técnica são as transparentes, interesse. calibres 2, 2.5, 3, 3.5 ou 4 pode- materiais empregues, poden-
Podemos optar pela utilização cor-de-rosa e até mesmo o ver- Longe vão os dias em que as rão ter gramagens diferentes. do encontrar algumas com
de um multifilamento (não é melho. As linhas cor-de-rosa e únicas amostras para capturar Esta numeração tem também agulhas mais fortes que outras,
necessário uma linha muito vermelhas pretendem simular cefalópodes eram as tradi- que ver com a velocidade a que assim como o tecido que algu-
forte, pelo que uma linha as conhecidas “antenas dos cionais toneiras de chumbo, o palhaço afunda, sendo que mas as envolvem chamando de
com um diâmetro de 0,12 ou camarões”, provocando uma enroladas com uma guita, um palhaço identificado com “arm jacket”. Como será bom
0,15 é mais que suficiente) e maior realidade de apresenta- normalmente branca e verme- “nº 4” afunda mais rápido que de ver, tudo isto se reflete no
posteriormente uma baixada ção da amostra. lha. Hoje em dia, o mercado um identificado como sendo preço.j

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parte II
cefalópodes

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Para terminar este guia


completo de pesca ao
choco só falta falar sobre
as animações e as
montagens a usar na pesca
feita de terra, sem
esquecer, obviamente,
alguns aspetos curiosos.
Se depois deste artigo
ainda não está convencido
a ir apanhar uns
“bichinhos” para o petisco
e experimentar uma nova
forma de pesca, não
sabemos mais o que fazer.
Autor e Imagens: Rui Sérgio Silva
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S
aber trabalhar estas um movimento da ponteira da tes cada vez mais rápidos, dei- “meia água” poderá no entanto
pequenas amostras e cana, algo enérgico mas sem xando depois afundar novamen- aparecer uma lula suicida que é
executar movimentos grande violência, para evitar ras- te, fazendo uma pequena pausa. sempre bem-vinda! O “stop and
que possam dar-lhes gar os tentáculos a algum choco Da próxima vez que levantarmos go” é nada mais, nada menos que
vida e atrair o choco é que tenha acabado de agarrar a a amostra, a técnica inverte-se e uma variação da animação linear,
bastante importante, principal- nossa amostra. O movimento desta vez os 3 movimentos vão que neste caso pode ser um pou-
mente naqueles dias mais difíceis deverá ter alguma amplitude de mais rápido para mais lento e co mais rápida ou com pequenos
e que os chocos parecem não se e deve permitir ao pescador assim sucessivamente. toques de ponteira intercalados
interessar pelas amostras, já que perceber se há algum peso na Nestas duas técnicas de anima- com LOOOOOONGAAAS pa-
quando eles se encontram nos linha para além do palhaço. ção, 90% dos ataques dão-se na ragens. É durante estas paragens
dias fáceis, não será necessário Muitas vezes é só assim que nos queda; esta terá que ser lenta e que se dão os ataques.
qualquer ciência, apenas um bal- apercebemos de que um choco demorada, para que dê azos ao
de GRANDE! O lançamento terá atacou a nossa amostra, porque oportunismo do predador. Evitando o banho
que ser o mais distante possível eles muitas vezes se limitam a de tinta
para cobrir a maior área possível agarrá-la e ficam imóveis. Ao Animações lineares ou “stop Se há coisa provável nesta pesca
até aos nossos pés. Neste ponto,
uma cana ajustada às gramagens
sentir o peso, deve iniciar-se
uma recuperação não muito Se há coisa and go” – Aqui não há muito
que saber. O mais importante
é levarmos um esguicho de tinta,
estratégia de defesa dos chocos,
utilizadas e um blank elástico e
lançador, fazem a diferença.
rápida mas constante, sem para-
gens de forma a manter sempre
provável nesta pesca a saber, é mesmo se o fundo é
totalmente em areia, livre de obs-
o que provoca sempre a risota
entre os companheiros de pesca,
Apercebendo-nos da profun- a tensão na linha, com a cana ao é levarmos um táculos de forma a evitar prisões. por causa das pinturas de guerra
didade a que estamos a pescar, alto até à altura de cobrar a peça. Caso usemos estas animações e a fúria das esposas por causa
e para que a amostra faça o seu esguicho de tinta, em zonas de fundos com obstá- da roupa suja. Vamos então ver
trabalho, teremos que esperar
alguns segundos para que esta
Os “3 passos” – Os nossos
amigos “de olhos em bico”, do
estratégia de defesa dos culos vai ser um “ver se te avias”
a perder palhaços...quem fica fe-
algumas estratégias para minimi-
zar as pinturas de guerra:
afunde, visto que estes pequenos
palhaços encontram-se com
país do Sol Nascente já nos ha- chocos, o que provoca liz são as lojas de pesca e os fabri- • Usar sempre roupa velha -
bituaram a ser perfeccionistas e cantes que precisam de vender. mesmo com todos os cuidados
gramagens baixas e demoram inovadores em quase tudo e, no sempre a risota entre os A animação linear como o nome nunca se sabe quando vem o
algum tempo a afundar, espe-
cialmente quando pescamos
que toca à pesca, não é exceção.
A chamada animação dos “3 companheiros de pesca indica limita-se a ir recolhendo
a amostra de forma muito lenta
disparo.
• Esperar um pouco – sempre
apenas com o palhaço montado passos” é uma variação e um para que ela se vá deslocando que possível (exceto aquelas situ-
diretamente na linha. aperfeiçoamento da animação lentamente junto ao fundo. Não ações em que estamos a ver que
em “dentes de serra”, tratando-se sei se já referi que a recuperação o choco vem mal ferrado e se
Animação em “dentes de de 3 movimentos erráticos mas tem que ser LENTA, muito pode soltar a qualquer momen-
serra” – Depois do lançamento, de alguma maneira semelhante lenta mesmo! Se assim não for a to), devemos fazer um compasso
quando a amostra toca o fundo à fuga do camarão de cada vez amostra vai subir na coluna de de espera antes de tirar o choco
e a nossa linha afrouxa, fazemos que levantamos a amostra do água e não é o que pretendemos, da água deixando-o meio de fora.
então uma pequena pausa e é fundo. O primeiro movimento pois os chocos encontram-se Isto permite que ele esguiche
altura de voltar a levantá-la com será mais lento, e os dois seguin- regra geral junto ao fundo. A ainda dentro de água sem nos p

Os squid minnows são mais


uma variante de amostra para os
chocos e lulas. Afinal, o choco
come pequenos peixes…

Pesca
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TIPOS DE MONTAGENS
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Fig 1 – Montagem simples. A linha do carreto liga direto no palhaço nesta montagem, tendo o cuidado de deixar espaço suficiente entre elas de
por meio de um nó ou clip. Permite uma pesca mais ligeira e com mais modo a não se tocarem.
sensibilidade mas torna-se complicada de usar quando há corrente ou Fig 6 – Montagem com estralho. Esta é sem dúvida a opção mais utilizada
águas com alguma profundidade. por todos os que desde sempre pescaram chocos na nossa costa. Quem
Fig 2 – Idêntica à primeira mas leva um pequeno chumbo fendido ou nunca viu nas muralhas da bela cidade de Setúbal, os velhos lobos-do-mar
chumbadinha de correr na linha, com o objetivo de lançar mais longe e/ou (e novos também) com canas tipo varapau, chumbadas de 100 g (ou mais), sujar. Podemos mesmo ensacá-lo se utilize o chalavar, pegar pelo internet por “EGI”, para surgirem
afundar mais rápido. carreto XL e linha “zero grosso”? no chalavar e depois agitá-lo um palhaço e virá-lo para o balde como cogumelos, numerosos
Fig 3 – Alguns palhaços tem pequenos orifícios no lastro de chumbo O objetivo para a nossa pesca será tornar esse setup mais ligeiro, já que pouco ainda dentro de água, para sem tocar no choco. sites japoneses especializados
por baixo da cabeça. Estes orifícios servem para prender uma pequena vamos pescar com canas ligeiras, linhas finas e carretos pequenos. As provocar o esguicho. • De barriga para o ar – Dizem nesta técnica. Um mundo! Aqui
chumbada e que vai manter a amostra numa posição horizontal, a poucos chumbadinhas de 10 ou 20 gramas são na maior parte das vezes mais
• Nunca pegar o choco com as os “entendidos” que se pousar- ficou apenas “um cheirinho” des-
centímetros do fundo, o suficiente para que não fique presa e ao mesmo do que suficientes. É uma montagem especialmente eficaz quando há
tempo imita na perfeição um camarão a alguma corrente, uma vez que a amostra mãos – Sempre que possível usar mos o choco no chão de barriga se mesmo mundo que é a pesca
passear pelo fundo. fica a trabalhar livremente ao sabor da um chalavar e virá-lo direta- para o ar ele não esguicha. Será dos cefalópodes de costa com
Fig 4 – Uma variante da anterior. Quando aguagem, como se de uma bandeira se mente para o balde ou saco, sem verdade? Nunca fiando... equipamentos ligeiros. É uma
a amostra não possui os furinhos tratasse. tocar com as mãos no animal. pesca relaxada e divertida e que
no lastro, pode ser adicionada uma Nesta montagem vamos ter em conta Quase sempre que se tenta Um mundo a descobrir pode trazer boas surpresas e com
chumbada à montagem, com um clip ou duas variantes: agarrar um choco com a mão, Mais haveria para dizer e mais o tempo a melhorar, de certeza
argola (tipo split ring) junto do nariz da Quando pescamos em zonas de fundos ele dispara! pormenores a acrescentar. Basta que lhe trará bons momentos
mesma. O efeito vai ser idêntico embora limpos, o comprimento do estralho (A) Outra hipótese é, caso não fazermos uma rápida pesquisa na junto à água.j
o palhaço tenha tendência a afundar mais tende a ser maior que o pedaço de linha
de cabeça para baixo. ...mas funciona na (B) que vai do estralho à chumbada, sendo
mesma! assim, um exemplo concreto podemos ter
Fig 5 – Montagem tipo split shot. Para o estralho (A) com 60 ou 70cm enquanto
os amantes da pesca ao achigã, esta que o pedaço de linha (B) pode ter apenas
montagem é um clássico. A chumbada 15 ou 20cm, ou até menos.
é colocada na ponta da linha e alguns Quando pescamos em fundos
centímetros acima (de 20 a 50cm, em acidentados, inverte-se a relação entre
média, conforme a situação) coloca-se (A) e (B) e assim podemos ter (A) com 30 Basta fazermos uma rápida
a amostra, normalmente com a ajuda de ou 40cm e (B) com 60 ou 70cm evitando
um clip para facilitar a troca da amostra. assim as prisões. pesquisa na internet por “EGI”,
Esta montagem é usada principalmente Como na figura anterior, pode ser usada
quando se pesca em fundos com algum mais do que uma amostra, tendo o para surgirem como cogumelos,
“lixo”, algas ou pedras, e permite que a
amostra faça o seu trabalho acima do
cuidado de deixar espaço suficiente
entre elas para que não se toquem. Pode numerosos sites japoneses
fundo, evitando assim as prisões. Podem
ser utilizadas mais do que uma amostra
também combinar-se as duas, usando um
palhaço no estralho e outro na madre. especializados nesta técnica

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