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https://www.youtube.com/watch?v=5KUygE_yLZ0
A Ria de Aveiro é partilhada por numerosas espécies ligadas numa teia complexa
e dinâmica em estreita relação com o meio. Mas, este é um equilíbrio que pode
ser quebrado, tendo consequências para todos, sobretudo para o ser humano,
uma vez que o Homem beneficia e depende muito desta combinação de fatores.
Espécies que podem ser encontradas nos bancos de sedimento que ficam a descoberto
na baixa-mar:
Lambujinha:
É um bivalve que é característico de zonas estuarinas, sendo bastante abundante na ria
de Aveiro;
Os bivalves filtram da água as partículas com que se alimentam, mas esta espécie usa
um sifão (longo tubo usado para aspirar o sedimento);
Os sifões permitem que as espécies vivam enterradas, ficando protegidas e mantendo o
contacto com a superfície, de onde retiram o alimento e o oxigénio. Assim, quanto maior
for o sifão mais profundas podem estar.
Ameijão:
Consegue viver a mais de 50 centímetros abaixo da superfície, sendo a espécie da Ria
que consegue viver em profundidades mais elevadas;
É fácil perceber onde está (à superfície o buraco deixado é grande), mas é difícil desalojá-
lo;
Fig. 3- Ameijão
Fig. 4- Lingueirão
Berbigão:
Apresenta sifões curtos, pelo que vive perto da superfície.
Tem um grande valor económico para a região.
Fig. 5- Berbigão
Fig.8 – Amêijoa-japonesa
Ostra:
É outro bivalve importante para a economia local.
O seu cultivo é feito nas zonas intertidais do canal de Mira, em estruturas elevadas, de
modo a manter os indivíduos acima da superfície do sedimento.
Fig. 9 – Ostra
Alguns tubos são feitos apenas com grãos de areia, outros só com pedaços de
conhas e outros são calcários. Estes últimos são construídos sobre qualquer
estrutura sólida como, por exemplo, uma concha, uma pedra ou até mesmo na
carapaça de um caranguejo.
Estes animais que vivem em tubo, nunca abandonam totalmente o local nem
mesmo para se alimentarem.
Serradela:
Pode ser encontrada ao longo da Ria.
Apesar de se enterrar no sedimento, pode deslocar-se eficientemente utilizando
estruturas laterais, que funcionam como pequenos pés, e através da ondulação do
corpo.
Na cabeça possuem olhos e outras estruturas sensoriais, que lhes permitem ver e sentir
o ambiente à sua volta.
A serradela alimenta-se de um pouco de tudo, sendo que para a ajudar nessa função
apresenta uma probóscide (estrutura típica dos vermes marinhos) composta por dentes
e mandíbulas.
Fig. 10 – Serradela
Casulo:
É outro poliqueta capturado na Ria.
A razão pela qual este poliqueta é assim denominado, é devido ao tubo onde vive. Este
é construído com partículas de sedimento e outros materiais disponíveis no local.
O casulo tenta tapar a entrada do tudo com uma carapaça de caranguejo para o proteger
da entrada de sedimentos indesejados e evitar que tenha muito que “limpar”. Quanto
menos tiver de “limpar” mais energia poupa.
É um importante estabilizador do sedimento.
Fig. 11 – Casulo
Diópatra:
O casulo era a única espécie do género conhecida na europa. No entanto, em 2010, foi
descoberta na Ria de Aveiro uma espécie nova, designada Diópatra micrura.
As zonas subtidais, que estão sempre cobertas de água, são menos acessíveis
que as intertidais.
Tal como em muitos ecossistemas estuarinos e lagunares, as águas da Ria são
turvas dada a quantidade de matéria em suspensão, mas é isso que garante
grande parte do alimento para a maioria das espécies que nela habitam.
A luz pode ser escassa nas zonas mais profundas e calmas, onde os fundos têm
uma camada superficial de partículas finas.
Exemplos:
Anémona-de-tubo/Cerianthus brasiliensis
Pode ser encontrada nas zonas mais profundas e calmas.
Apresenta longos e finos tentáculos que se agitam lentamente.
São anémonas que constroem tubos onde vivem em permanência e aguardam que os
pequenos organismos de que se alimentam fiquem enredados nos tentáculos.
Fig. 15 – Anémona-de-tubos
Mexilhão:
São abundantes à superfície.
Em alguns fundos da Ria, os mexilhões formam densos tapetes, fixando-se uns aos
outros através de filamentos adesivos que eles próprios produzem.
São animais filtradores, que geram correntes de água que arrastam para o seu interior
as partículas de que se alimentam e usam as brânquias como filtro para as reter.
Cracas:
As cracas também retiram o alimento da água, mas têm uma estratégia diferente dos
mexilhões.
Utilizam os apêndices do tórax para capturar as partículas em suspensão.
São parentes próximos dos caranguejos e dos camarões.
Fig. 17 – Cracas
Estrelas-do-mar:
As estrelas-do-mar são equinodermes que se alimentam-se, principalmente, de
mexilhões.
A sua boca localiza-se na face ventral.
Na sua face dorsal são bem visíveis as estruturas de defesa, como os espinhos que são
rodeados por pequenas pinças, e outros que parecem pequenos dedos de luva, que
permitem à estrela respirar.
É também visível uma placa sulcada e finamente perfurada por onde entra água para
um sistema interno de canais e pés tubulares. É este sistema hidráulico que permite às
estrelas deslocarem-se. Quando o fazem, a ponta de cada braço está virada para cima
mostrando uma mancha colorida que é sensível à luz.
Fig. 18 – Estrela-do-mar
Ouriços-do-mar:
Movem-se menos do que as estrelas e os seus pés tubulares são muito importantes para
se fixarem, para ajudar a apanhar o alimento ou para se camuflarem com o auxílio de
uma concha.
Ao contrário das estrelas, os ouriços alimentam-se de algas utilizando os fortes dentes
da boca para as cortar ou raspar.
A defesa é assegurada pelos longos espinhos e pinças de vários tipos que cobrem a
carapaça.
Fig. 19 – Ouriço-do-mar
Caranguejo-ermita/Casa-alugada
No fundo da Ria, vê-se, de vez em quando, um Casa-alugada.
Este é um crustáceo, como os caranguejos, mas usa a concha vazia dos gastrópodes para
se instalar, pelo que à medida que cresce tem de ir mudando de concha.
São rápidos e grandes saltadores.
Fig. 20 – Caranguejo-ermita
Gibbulas
Tal como outros gastrópodes, as Gibbulas deslocam-se em busca de alimento.
Lebre-do-mar:
É um tipo de lesma do mar.
É um gastrópode, pelo que gosta, particularmente, de algas verdes.
Apesar do seu aspeto maciço, são muito elegantes quando se deslocam.
Fig. 22 – Lebre-do-mar
Ascidia:
Alguns locais subtidais da Ria, apresentam uma enorme diversidade. Nestas zonas, as
Ascidias são dominantes.
As Ascidias são invertebrados, que apesar da sua aparência gelatinosa e pouco evoluída
pertencem ao grupo dos cordados, que é o mesmo de todos os vertebrados, incluindo
os humanos.
Fig. 23 – Ascidia