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UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí

Escola do Mar, Ciência e Tecnologia – EMCT Curso: Oceanografia


Professor: Dr2. Joaquim Olinto Branco - Disciplina: Zoologia dos Cordados

Acadêmica: Giovanna da Costa


Data: 09/10/2023
Estudo dirigido: Répteis Marinhos

Introdução
Répteis marinhos são da Ordem Chelonia, Squamata, e Crocodilia. Constituem uma classe
de animais vertebrados tetrápodes e ectotérmicos. Todos possuem membrana nictitante,
pele resistentes e com escamas. Alguns répteis continuaram em ambientes terrestres,
enquanto outros procuraram as águas doces e ambientes marinhos, assim evoluindo e se
diversificando dos répteis terrestres. Mesmo sendo animais aquáticos, sua maioria é
ovíparas e ainda necessita ir para terra colocar seus ovos; apenas algumas espécies de
serpentes marinhas dão à luz aos seus filhotes na água, diminuindo sua necessidade sair da
água. Outro limitante que possuem é a respiração, todos os répteis aquáticos precisam ir
até a superfície para respirar, embora a sua maioria consiga ficar por um longo intervalo de
tempo de baixo d’água. As narinas e olhos dos crocodilos são localizadas na parte superior
da cabeça para ficarem quase totalmente submersos na superfície, enquanto se movem e
enxergam o seu entorno. A locomoção dentro d’água é completamente diferente da terra,
principalmente por causa da pressão que diferente da locomoção na terra, principalmente
pelo fato da pressão que o animal faz com seu corpo ter que ser aplicada contra a água e
não contra uma superfície. Os répteis se adaptaram à esta condição de duas maneiras.
Aqueles que possuem membros desenvolveram pés como teias ou, no caso das tartarugas
marinhas, nadadeiras. Já as serpentes marinhas adaptaram suas caudas, deixando-as com
um formato mais achatado. Os crocodilianos e alguns lagartos semiaquáticos também
possuem a cauda achatada, o que aumenta a superfície da cauda em contato com a água,
facilitando a movimentação. O rim destes animais não pode deparar com uma alta
salinidade e a vida no mar só é possível para alguns répteis devido à presença de uma
glândula excretora de sal. Algumas serpentes marinhas possuem uma de suas glândulas
salivares modificadas em uma glândula excretora de sal. Ela fica localizada debaixo da
língua, e o sal é expelido pela pele da língua. Outro grupo de serpentes, habitantes de águas
salgadas, possui uma glândula similar, mas que é localizada na frente do céu da boca do
animal. As tartarugas marinhas possuem uma glândula lacrimal modificada que excreta sal
dos olhos. Já os crocodilos marinhos possuem pequenas glândulas excretoras de sal situadas
embaixo da superfície da língua. Os repteis são divididos em duas subclasses de acordo com
o crânio sendo a Anapsida (abrange as tartarugas) e Diapsida (abrange crocodilianos,
serpentes e lagartos).
Chelonia 7 sp.
As tartarugas pertencem a este grupo. São caracterizadas por possuírem um casco em
forma de altas cúpulas que é o maior diferencial que possuem. O casco é composto de duas
camadas: uma camada externa rígida de queratina e uma camada interna óssea. Novas
camadas de queratina são acrescentadas abaixo das antigas. A camada óssea é uma fusão
de costelas, vértebras e diversos elementos de ossificação dérmica. Apresentam os
membros e as cinturas pélvica e escapular localizadas no interior das costelas. Desprovidas
de dentes, as maxilas das tartarugas possuem placas córneas rígidas para a apreensão do
alimento. São carnívoras ou vegetarianas dependendo da espécie. As carnívoras se
alimentam de águas-vivas, crustáceos, peixes, moluscos e as vegetarianas algas e plantas
aquáticas. Podem ficar debaixo d’água por até 1 hora pois além da respiração pulmonar,
fazem respiração também por meio de trocas gasosas aquática pela cloaca e a faringe.
Devido à sua armadura, as tartarugas são incapazes de expandir o tórax para respirar então
usam a pressão hidrostática da água para ajudar o ar a entrar e sair dos pulmões. Eles são
animais de vida longa podendo viver por muitos anos tanto quanto seres humanos. Todos
são ovíparos, as fêmeas utilizam as patas traseiras para escavar um ninho na areia ou no
solo, onde depositam uma postura que varia de 4-5 ovos nas espécies pequenas até mais de
100 ovos, nas grandes tartarugas marinhas. Os ovos variam de 40 a 60 dias para
desenvolver, os ovos com casca mole desenvolvem com mais rapidez que os de casca dura.
Algumas espécies de Chelonia põem ovos no final do verão ou no outono; os ovos
apresentam uma diapausa (um período de suspensão do desenvolvimento embrionário)
durante o inverno, retomando o desenvolvimento quando a temperatura se eleva na
primavera. Eles eclodem simultaneamente (comportamento de facilitação social) e cavam
para atravessar a areia, vão em direção ao oceano. Não possuem cuidados parentais e
possuem uma recordação química do lugar onde nasceram para voltar para acasalar ou para
depositar ovos após atingirem a maturação. Para navegação utilizam luz, direção de onda e
magnetismo, este último consegue localizar tanto a direção quanto a latitude.
Sete são as espécies de tartarugas marinhas encontradas ao redor do mundo: Dermochelis
coriacea, Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea,
Lepidochelys kempi e Natator depressus, e todas compartilham um ciclo de vida muito
comum, sendo observadas apenas pequenas variações entre as espécies.
Dermochelis coriacea: popularmente conhecida como tartaruga gigante ou de couro. São
carnívoros e se alimentam de zooplâncton gelatinoso, como celenterados, pirossomos
(colônia de tunicados) e salpas. O casco cinza enegrecido apresenta uma textura semelhante
ao couro de um animal, mede aproximadamente 2m de comprimento e pesa em torno de
750kg. O maior peso já registrado foi o de um macho que atingiu 951 kg. Esta espécie vive
em alto-mar, aproximando-se do litoral apenas para desovar e alimenta-se
preferencialmente de águas-vivas. A desova ocorre somente no litoral do Estado do Espírito
Santo (Marcovaldi e Marcovaldi, 1985), tendo sido observado, nos últimos dez anos, um
aumento de 20% na frequência de ocorrência (Baptistotte, 2005).
Chelonia mydas: popularmente conhecida como tartaruga verde ou aruanã, apresenta o
casco castanho esverdeado ou acinzentado, medindo, em média, 1,20m de comprimento e
pesa em torno de 250kg, podendo alguns exemplares atingir até 350kg. Até o primeiro ano
de vida, alimenta-se de pequenos moluscos e esponjas, passando em seguida a alimentar-se
exclusivamente de algas. A desova ocorre preferencialmente em ilhas oceânicas, como no
Arquipélago de Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Ilha da Trindade, localizadas
respectivamente nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Espírito Santo
(Marcovaldi e Marcovaldi, 1985).
Caretta caretta: popularmente conhecida como cabeçuda, é a espécie com maior número
de desovas no litoral brasileiro concentrada na Bahia. Apresenta a carapaça (dorso) marrom
e o plastrão (ventre) amarelado. Seu casco mede aproximadamente 1m de comprimento e
pesa, em média, 150kg, podendo alguns exemplares atingirem até 250kg. Alimenta-se de
peixes, camarões, caramujos, esponjas e algas. Esta espécie desova preferencialmente nos
estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe (Marcovaldi e Marcovaldi, 1985).
O Brasil ocupa a terceira posição entre os sítios de desova dessa espécie no oceano
Atlântico.
Eretmochelys imbricata: popularmente conhecida como tartaruga de pente ou de bico,
chamada também de tartaruga verdadeira ou legítima, por ter sido a mais conhecida e
abundante no Brasil. A população presente no nosso litoral é a de maior tamanho em todo o
mundo (Marcovaldi et al., 1999). Esta espécie tem a carapaça formada por escamas marrons
e amareladas sobrepostas, a boca parece o bico de um gavião, e o casco pode medir até 1m
de comprimento e pesar 150kg (Marcovaldi e Marcovaldi, 1985). A alimentação é
constituída de corais e esponjas, e a desova ocorre preferencialmente no litoral norte da
Bahia. Esta é uma das espécies mais ameaçadas de extinção devido à beleza de seu casco,
que foi muito utilizado na confecção de pentes, utensílios domésticos e acessórios
femininos (Marcovaldi e Marcovaldi, 1985).

Lepidochelys olivacea: é popularmente conhecida como tartaruga oliva. O casco é de cor


cinza esverdeada, medindo cerca de 60cm, sendo a menor das espécies, e pesa em média
65kg. Alimenta-se de peixes, moluscos, crustáceos (principalmente camarões) e plantas
aquáticas, e desova preferencialmente no litoral do Estado do Sergipe (Marcovaldi e
Marcovaldi, 1985).
Lepidochelys kempii: Tartaruga-marinha-pequena é uma pequena tartaruga marinha de cor
verde-acinzentada, que pode ser encontrada no Oceano Atlântico. As tartarugas-de-kemp
medem entre 60 e 70 cm de comprimento, contando as curvas da carapaça. E seu peso varia
entre 35 e 50 kg. Esta tartaruga é uma espécie sob sério risco de extinção tendo sido
considerada a tartaruga marinha mais rara do planeta. As tartarugas do gênero Lepidochelys
são as únicas que tem o comportamento de reprodução em massa. Este fenômeno incrível,
quando até 10000 fêmeas de tartaruga de Kemp se encontram para desovar juntas num
período de 1-3 dias, é conhecido como arribada. Os adultos ocorrem nas águas costeiras do
Golfo do México, enquanto os filhotes dispersam das praias de desova para o mar aberto.
São distribuídas pela região tropical até temperada ao longo da costa leste dos EUA.
Natator depressus: conhecida como tartaruga-do-casco-achatado, leva esse nome porque
possui a carapaça mais plana que as outras espécies de tartarugas-marinhas, uma
adaptação hidrodinâmica que possibilita atingir maiores velocidades. se alimenta de águas-
vivas, pepinos-do-mar, lulas, polvos e outros invertebrados mole. Espécie de tartaruga-
marinha com a menor distribuição geográfica, ocorrendo apenas entre zonas costeiras
subtropicais ao norte da Austrália e ao sul de Papua Nova Guiné. Seu tempo de vida é 100
anos, pesam entre 70-90 kg. Medem cerca de 76-96cm de tamanho curvilíneo da carapaça.
Afinidade e importância
Acredita-se que as tartarugas sejam descendentes diretos dos cotilossauros. Apesar de a
aparência desajeitada, as tartarugas são um grupo ancestral muito bem-sucedido, cuja
ancestralidade pode ser traçada do período Triássico. Elas passaram por uma extensa
diversidade adaptativa. As tartarugas marinhas desempenham papel fundamental na cadeia
alimentar, atuando como presas, consumidoras e competidoras de outras espécies, em
diferentes etapas do seu ciclo de vida (Musick e Limpus,1997). Além disso são boas
hospedeiras de parasitas e patógenos, substrato para epibiontes e como modificadoras da
paisagem (Bjorndal e Jackson,2003). Elas são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema
marinho costeiro e manutenção da saúde do ambiente. Transportam nutrientes pois se
alimentam em áreas pelágicas ou costeiras e depositam seus ovos em praias localizadas a
centenas de milhas de distância, acrescentando boa quantidade de nutriente para a
vegetação local por ovos que não eclodem por algum motivo. As espécies ameaçadas de
extinção, animais ou vegetais, são aquelas em risco de desaparecer em um futuro próximo.
Incontáveis espécies já se extinguiram nos últimos milhões de anos devido a causas
naturais, como mudanças climáticas e incapacidade de adaptação a novas condições dos
habitats que ocupam. O ser humano tem acelerado decisivamente este processo de
extinção de espécies, destruindo habitats, explorando desordenadamente os recursos
naturais e introduzindo espécies exóticas (vindas de outros locais). Quatro das cinco
espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil encontram-se em algum grau de
ameaça de extinção, segundo critérios do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de
extinção (ICMBio/MMA) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Segundo a última revisão do grupo de especialistas de tartarugas marinhas, e através da
Portaria MMA N 148, de 7 de junho de 2022, o status dessas espécies ficou da seguinte
forma: tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), continua na categoria "criticamente em
perigo”, tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), e tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea)
passaram para “vulnerável”, e a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata, passou para a
“em perigo”.
Squamata 6 sp.
Essa Ordem inclui iguanas e serpentes. Os squamatas apresentam uma variedade de modos
reprodutivos, desde a oviparidade (o desenvolvimento ocorre fora do corpo da fêmea e é
sustentado inteiramente pelo vitelo – lecitotrofia) até a viviparidade (os ovos são retidos
nos ovidutos e o desenvolvimento é sustentado pela transferência de nutrientes da mãe
para os embriões – matrotrofia). Considera-se a oviparidade como uma condição ancestral e
a viviparidade evoluiu pelo menos 45 vezes entre os lagartos e 35 vezes entre as das
serpentes. O crânio dos diápsidos é caracterizado pela perda de ossos dérmicos ventrais e
posteriores à abertura temporal inferior. Essa modificação permitiu à maioria dos lagartos e
serpentes a evolução de um crânio com articulações móveis, chamado crânio cinético. Essas
modificações conferiram maior mobilidade especializada do crânio, assim, esses animais
podem apreender e manipular suas presas, além de aumentar a força de fechamento
efetiva da musculatura da mandíbula. Esta mobilidade craniana excepcional é considerada o
principal fator na diversificação de lagartos e serpentes.
Serpentes

Existem serpentes completamente adaptadas à vida no mar e que nunca vão para a terra
firme. Elas mergulham até 100 m de profundidade devido a permeabilidade da pele a gases,
com o auxílio da pressão o excesso de nitrogênio absorvido passa da pele para o ambiente
externo. Para evitar que o ar saia do pulmão as serpentes marinhas possuem válvulas que
trancam as narinas quando estão na água. Suas narinas ficam voltadas para trás no alto da
cabeça, e suas escamas têm o mesmo tamanho e formato no dorso e no ventre, já que esta
não tem a característica de rastejar-se sobre o solo. A cauda larga e chata, em formato de
leme, a proporciona grande agilidade na água, mas elas vêm frequentemente para a terra
podendo se distanciar centenas de metros da água, para tomar sol, dormir ou pôr ovos. A
fêmea costuma pôr de 2 a 8 ovos, que enterra na areia. Suas presas, sempre apanhadas na
água, geralmente são enguias. Seu veneno leva vários minutos para matar uma enguia
grande, e ela só larga a vítima depois de deixá-la completamente inerte. A espécie mais
conhecida é a Laticauda laticauda, uma serpente comprida, de cabeça pequena e com corpo
marcado por anéis azuis e negros. As serpentes-marinhas pertencem à família Elapidae, a
mesma das cobras-corais, e têm distribuição restrita aos oceanos Pacífico e no Índico,
portanto não ocorrem no Brasil. Elas vivem principalmente em áreas costeiras protegidas e
próximas à desembocadura dos rios, mas podem ser também encontradas em recifes de
coral e em mar aberto. São encontradas no continente Asiático e nas barreiras de coral da
Austrália: Superfamília Xenophidia; Família Hydrophiidae; Subfamília Laticaudinae -
Laticauda colubrina, Laticauda crockeri, Laticauda laticaudata, Laticauda schistorhynchus,
Laticauda semifasciata. A maioria das espécies alimenta-se de peixes.
Iguana Marinho
Amblyrhynchus cristatus, habita na ilha de Galápagos no Oceano Pacífico.
Morfologicamente, estes iguanas têm como detalhes importantes no corpo o fato de serem
escamadas e terem cristas nas costas. A cabeça deste animal tem as maiores cristas, que
vão diminuindo à medida que se desce das costas até a cauda. Essas cristas são feitas de um
material cartilaginoso, porém pouco flexível. O focinho do iguana é curto e sem corte e isso
permite que a mandíbula fique em estreito contato com o substrato quando esses iguanas
estão alimentando de algas. Os dentes tricúspides são achatados lateralmente e ficam
dispostos nas laterais da mandíbula sem sair dos lábios. Um fenômeno curioso são as
chamadas iguanas híbridos, nascidas do cruzamento de uma iguana-marinha macho com
uma iguana-terrestre fêmea. Os iguanas híbridos podem viver tanto na terra quanto no mar.
Ele é pecilotérmico, (ectotérmicos), e sendo assim pode passar apenas um determinado
tempo no mar gelado, depois tem que ficar exposta ao sol para poder se reaquecer.
Camuflagem entre as rochas associada com a diminuição dos batimentos cardíacos a uma
taxa muito baixa são outras estratégias do iguana para se proteger do seu predador
principal, o tubarão-martelo. Durante o período de acasalamento os machos lutam sem
violência para garantir seu território e as fêmeas que estão nele. Costumam colocar de um a
seis ovos que são depositados em buracos em terrenos areníticos ou compostos por cinza
vulcânica, podendo ter de 30 a 80 centímetros de profundidade. Estes iguanas são quase
pretos, mas durante o acasalamento, com o objetivo de atrair os parceiros, esta coloração
pode se tornar verde, marrom e até vermelha. O sal em excesso é excretado para a
passagem nasal e quando o animal está na terra ele espirra, eliminando assim o sal de seu
corpo. O pé dos iguanas marinhos, diferentemente dos animais nadadores, não tem
intermembrana, nem são modificados em nadadeiras, mas possuem unhas grandes e fortes
para se agarrarem nas pedras. A locomoção na terra que é feita por essas patas, não são
nada eficientes para o nado. Seus movimentos são bem coordenados, são ótimos
nadadores.
O registro fóssil dos lagartos é bastante incompleto durante a metade do Período
Mesozoico, mas os depósitos do Jurássico Superior, na China e na Europa, incluem membros
da maioria dos grupos de lagartos atuais. Os principais grupos de lagartos provavelmente
divergiram por volta do final do Jurássico. As relações filogenéticas dos Squamata são, no
geral, bem conhecidas, existindo discordâncias sobre alguns detalhes. Duas linhagens
principais são reconhecidas: Iguania e Scleroglossa. Iguania inclui o grupo irmão "Agamidae"
(que não é considerado monofilético) e Chamaeleonidae, assim como a grande família
Iguanidae.
Crocodilia
Há duas espécies de crocodilos que podem ser consideradas marinhas: os crocodilos-
marinhos, que vivem na Indonésia e Austrália, e os crocodilos-americanos, que vivem no
México, América Central e norte da América do Sul. São carnívoros e agressivos. Os
crocodilos americanos podem chegar aos 800 kg e vivem principalmente nos rios e nas
águas salobras de manguezais, mas podem também entrar no mar. Crocodylus porosus é o
mais agressivo e pode atingir grandes tamanhos, chegando até 6,5 m de comprimento e
pesar em torno de 1 tonelada. As fêmeas colocam os ovos em ninhos na costa, os protegem
e, após a eclosão, ainda cuidam dos filhotes por vários meses. Os indivíduos de ambas as
espécies podem percorrer grandes distâncias no mar e, por vezes, são encontrados fora de
sua área preferencial de distribuição. Algumas espécies que não são tipicamente marinhas
ocorrem nos estuários, como o jacaré-de-papo-amarelo Caiman latirostris, bastante comuns
em áreas de manguezais brasileiros. Apresentam cuidado parental.

Crocodylus porosus: crocodilos-marinhos possuem sua pele apresenta uma tonalidade


variável em diferentes estágios de desenvolvimento: é amarelada ou esverdeada com listras
pretas durante seu crescimento e se torna cinza escuro com listras laterais e o ventre claro
na maturidade. Ao contrário de outros crocodilos, sua cabeça atinge volumes maiores e tem
uma mandíbula com 64 a 68 dentes. Como uma característica distintiva, destacam-se
algumas saliências ósseas que se estendem desde os olhos até o focinho e são conhecidas
como ‘cristas’. Devido a sua alta tolerância à salinidade, geralmente habita regiões costeiras,
embora também frequente rios e pântanos de água doce. O período de incubação é de 90
dias, intervalo em que a fêmea protege ninhadas compostas por 40 a 60 ovos. Esses ninhos
geralmente estão localizados nas margens dos rios, protegidos por ramos e terra, e chegam
a alcançar dois metros de comprimento. Para evitar que encharquem diante de inundações
frequentes, eles são dispostos como “montanhas”. Caracterizado por sua ferocidade e
praticamente nenhuma presa resiste a ele. Durante sua fase juvenil, limita-se à captura de
pequenos anfíbios, insetos e pequenos crustáceos, enquanto na fase adulta opta por
animais maiores, sejam peixes, mamíferos ou até mesmo outros répteis.

Crocodylus acutus: crocodilo-americano possui em seu dorso uma armadura pequena se


comparada com a de outras espécies de crocodilo. Os animais mais novos possuem uma cor
diferenciada e mais clara do que os crocodilos mais velhos. Esses costumam possuir uma
coloração mais amarronzada. Já os olhos possuem um tom mais próximo do cinza. Podem
ser encontrados nos Estados Unidos, mas também nas Ilhas Cayman, países da América
Central (Costa Rica, Belize, Cuba, Guatemala e demais), além de algumas regiões da América
do Sul. Preferem águas doces como lagoa e rios, mas também podem ser encontrados nos
maré e mangues. Um exemplo disso são os indivíduos encontrados com muita frequência
em lagos salinos da República Dominicana. O crocodilo-americano prefere se alimentar de
crustáceos e peixes. Mas nem só de animais aquáticos vive essa espécie, já que também
costuma comer pássaros e alguns invertebrados mais encontrados em ambientes terrestres.
Bibliografia Consultada
Pough, F. H.; Janis, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados — 4. ed. — São Paulo:
Atheneu Editora, 2008. 718 p.

Lima, Maria Goretti Araujo de.; Zoologia dos Cordados – 2. ed.- Fortaleza: EdUECE, 2015.
202 p.
Zoologia dos Vertebrados / Universidade Castelo Branco. – Rio de Janeiro: UCB, 2008. - 44 p.
Ameaça de Extinção disponível em: <www.tamar.org.br/interna.php?cod=100 >. Acesso em:
13/10/2023
Sobre as tartarugas disponível em: <coraçãodetartaruga.com.br>. Acesso em: 14/10/2023

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