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Classe Osteichthyes: os peixes ósseos.

Formam a maior classe de vertebrados, com cerca de 23.800 espécies conhecidas, distribuídas em 56
ordens, 483 famílias e aproximadamente 4200 gêneros (Weitzman, 1995). Vivem em praticamente todos os
habitats aquáticos do planeta, desde lagos de altitude às cavernas inundadas, riachos de montanha a rios
de planície, pântanos, lagoas temporárias, oceanos, regiões polares e fontes térmicas de desertos. Portanto,
estes animais habitam todos os tipos de água, doce, salobra, salgada, quente ou fria (embora a maioria dos
peixes seja limitada a temperaturas entre 9 e 11ºC). Seus fósseis são mais antigos que os dos peixes
cartilaginosos.
São craniados com maxilas e a maioria apresenta nadadeiras pares e ímpares e tem endoesqueleto e
esqueleto dérmico ósseos. O esqueleto ósseo é formado por ossos verdadeiros, embora algumas espécies
possam apresentar "ossos" cartilaginosos (esturjão, por exemplo), com numerosas vértebras distintas,
embora seja frequente a persistência de notocorda nos espaços intervertebrais. Da coluna vertebral partem
as costelas e a cintura peitoral (não existe cintura pélvica).
Possuem nadadeiras pares e ímpares, geralmente com raios ósseos ou cartilaginosos. A nadadeira caudal
tem, normalmente, dois lobos simétricos, sendo classificada como homocerca. As barbatanas (nadadeiras)
ímpares são duas dorsais e uma anal, bem como a caudal. A forma da barbatana caudal altera a forma de
deslocamento do animal: barbatanas arredondadas aumentam a capacidade de manobra mas geralmente a
velocidade é baixa, enquanto barbatanas bifurcadas ou em forma de foice permitem grandes velocidades. A
barbatana dorsal tem suporte esquelético e varia grandemente de forma, de acordo com os hábitos do
animal. As barbatanas pares são as peitorais, logo atrás do opérculo, e as pélvicas. São várias as funções
das barbatanas: a da cauda impulsiona o peixe; anal e a dorsal funcionam como leme; as peitorais e
ventrais atuam como estabilizadores.

As escamas são mesodérmicas (ciclóides, ctenóides ou ganóides). Pele recobre todo o corpo e contém
inúmeras glândulas mucosas, cuja secreção facilita o deslizar através da água e protege contra infecções.

Algumas espécies não apresentem escamas ou estas podem ser revestidas de esmalte. As escamas são
finas, arredondadas e implantadas em fileiras longitudinais e diagonais, imbricadas como as telhas de um
telhado. As extremidades livres das escamas estão cobertas por uma fina camada de pele. Cada escama
está fixa numa bolsa dérmica e cresce durante a vida do animal, o que geralmente origina anéis de
crescimento (maiores no verão e muito pequenos no inverno). Estes anéis são mais notórios em peixes de
regiões temperadas. Devido ao padrão de distribuição, forma, estrutura e número das escamas ser quase
constante em cada espécie, esta é uma importante característica sistemática desta classe. O Belennius sp. é
um peixe sem escamas com corpo arredondado, e tem a capacidade de aguentar algum tempo fora de água
porque os opérculos permanecem fechados nessa situação, mantendo as brânquias úmidas.
A boca dos Osteichthyes é terminal e frontal e possuem, de cada lado da cabeça, uma só fenda branquial
externa, situada atrás do opérculo, placa óssea móvel de acordo com o teor de CO2 na circulação, que a
reveste. Têm maxilas, geralmente com muitos dentes.
• Possuem um encéfalo e órgãos dos sentidos desenvolvidos, nomeadamente:
Os Olhos são grandes, laterais e sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão
objetos próximos mas que percebem movimentos distantes, incluindo os acima da superfície da água;
Os Ouvidos apresentam três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros
(funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores);
As Narinas estão localizadas na parte dorsal do focinho e comunicam-se com uma cavidade coberta de
células sensíveis a moléculas dissolvidas na água;
A Linha lateral está localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta por uma fileira
de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas, onde se encontram
mecanorreceptores. Registra as vibrações na águas que os rodeia. Este sistema é constituído por um
canal cheio de muco e por células sensoriais. É situado sob a pele dos dois lados do corpo.

Os peixes respiram por intermédio de brânquias, que são uma série de lâminas cutâneas finas dispostas
em fileiras sustentadas por arcos ósseos ou cartilaginosos. São altamente irrigadas, sendo o local onde
ocorrem às trocas gasosas. Depois de oxigenado o sangue passa para uma artéria que o distribui para o
resto do corpo. O sangue venoso volta ao coração, que nos peixes é um órgão simples com apenas um
ventrículo e uma aurícula. O coração vai bombear o sangue de volta para as brânquias onde a troca gasosa
é novamente realizada.

Nos peixes, o aparelho digestivo é composto por boca, faringe, esôfago, estômago (com cecos pilóricos) e
intestino. Ainda encontramos o fígado. A boca grande é terminal, rodeada de maxilas e mandíbulas
distintas, onde estão implantados dentes cônicos e finos. Existem outros dentes, localizados nos primeiros
arcos branquiais, úteis para prender e triturar o alimento. Na boca existe uma pequena língua, ligada ao
chão da cavidade e que ajuda nos movimentos respiratórios.
Os rins são muito primitivos, constituídos por uma série de canais excretores e vasos sangüíneos situados
ao longo da espinha dorsal.
A maioria das espécies possui um órgão com função hidrostática, a bexiga natatória, que permite
modificar a capacidade de flutuação e adaptar-se à profundidade em que se encontra. Assim, podem elevar-
se ou submergir na água adicionando gases à bexiga natatória ou expulsando-os através da corrente
sanguínea. Ela é um grande saco de paredes finas e irrigadas, que ocupa a zona dorsal da cavidade do
corpo. Esta cavidade está preenchida com gases (O2, N2, CO2), atuando como um órgão hidrostático,
ajustando o peso do corpo do peixe consoante a profundidade. O ajuste faz-se por secreção ou absorção dos
gases para o sangue.

A bexiga natatória pode ajudar na respiração (peixes pulmonados) ou como caixa de ressonância de
órgãos dos sentidos ou produção de sons. Grupos ancestrais apresentam originalmente pulmões primitivos,
modificados em vesícula gasosa (bexiga natatória) na maioria das espécies derivadas.

Reprodução com sexos separados, dióicos, gônadas geralmente pares, grande maioria ovíparos com
fecundação externa. Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários mas com quantidade de vitelo muito
variável.

Várias espécies migram (tanto de água salgada para doce, como os salmões, ou o inverso, como as
enguias) para desovar.
O desenvolvimento é indireto com larvas denominadas alevinos.
Em geral, são bem menores que os peixes cartilaginosos (um tubarão-baleia tem em média 15 m de
comprimento, uma jamanta 5m de comprimento por 6 m de largura). Entre os maiores peixes ósseos estão
o espadarte, com até 5 m, o peixe-lua, com no máximo 4 m, e o esturjão, com 3 m. O menor peixe ósseo é
um gobiídeo (Pandaka), das Filipinas, de apenas 10 mm. Impressiona ainda o peso do peixe lua (Mola) que
ocorre, até pelo menos, Torres (RS) com 900 Kg. Resumindo, o tamanho varia de 1 cm a 5 m (maioria
entre 3 e 30 cm).
Maioria das espécies é marinha (cerca de 60%), mas numerosas espécies vivem em água doce.

* O nome científico do cavalo marinho é Hippocampus hippocampus da classe dos Osteichthyes da ordem
dos Gasterosteiformes e da família Syngnathidae. O nome deste peixe vem da semelhança de sua cabeça
com a do cavalo. Tudo nele é estranho. Nada com o corpo em posição vertical e a cabeça para frente,
movimentando-se pela vibração das barbatanas dorsais. A cauda, longa e preênsil, permite-lhe agarrar-se
às plantas submarinas enquanto come pequenos crustáceos. Vive nos fundos aquáticos, arenosos ou
ludosos, em profundidades que variam de 8 a 45 metros. Seu habitat preferido são os campos de algas. É o
macho que fica ''grávido": a fêmea deposita os óvulos numa bolsa da região ventral; ali eles são fecundados
e depois incubados durante dois meses.

O cavalo-marinho tem cerca de 15centímetros de comprimento. O tronco e a cauda são recobertos por
anéis. A cabeça é separada do tronco por uma espécie de ''pescoço''. (Reino Animal
-http://www.reinoanimal.hpg.com.br).

Ecologicamente podemos classificá-los em :


1. Pelágicos: peixes que nadam continuamente na faixa próxima da superfície da água, não possuindo um
local específico de moradia. São normalmente fusiformes, migratórios e grandes nadadores. A maioria vive
mais afastado da costa, em mar aberto. Muitos não possuem bexiga natatória. A coloração do corpo
costuma ser brilhante com tons azulados ou esverdeados no dorso e flancos e branca no ventre. Exemplos:
dourados, pampos, marlins.
2. Nectônicos: peixes que nadam ativamente, porém mantêm uma relação com o substrato marinho, onde
alguns fazem sua moradia (toca). São normalmente comprimidos lateralmente e vivem nas águas costeiras.
A coloração do corpo, que varia muito, usualmente apresenta pintas, manchas ou listras claras ou escuras
com um fundo contrastante mais escuro ou mais claro. Alguns possuem um bom mimetismo com fundo
onde vivem. Exemplos: melros, ciobas, robalos e pescadas.
3. Bentônicos: peixes que habitam e dependem do fundo, numa extreita relação com o substrato marinho.
Não costumam ser bons nadadores. Alguns são comprimidos dorso-ventralmente. A coloração do corpo
tende a ser escura no dorso e clara no ventre. A maioria apresenta excelente mimetismo com o fundo.
Exemplo: bagres, linguados, trilhas, mangangás.

Testes:
1. (UFSP-Escola Paulista de Medicina-2002) Na maioria dos peixes ósseos, a bexiga natatória é o órgão
responsável por manter o equilíbrio hidrostático com o meio. Isso é possível por um controle
de_______________ do corpo em relação à água. Portanto, ao nadar do fundo para a superfície, o peixe
deve_______________ o volume da bexiga natatória, para que seu corpo permaneça em equilíbrio com a
pressão do meio. Nesse texto, as lacunas devem ser substituídas, respectivamente, por:
(A) peso … aumentar
(B) peso … diminuir
(C) densidade … aumentar
(D) densidade … diminuir
(E) densidade … manter

Resposta: D.

Fontes e Bibliografia:
http://oceanlink.island.net/ask/osteich.html
http://www.sms.si.edu/IRLSpec/SpeciesPICS.htm
http://www.geocities.com/sandra_rocha_pt/osteites.htm
http://www.mar-alto.com/biologia/taxonomia.shtml
http://students.fct.unl.pt/users/ghb10213/zoologia/chordata/osteichthyes.htm
http://pescaesportiva.tripod.com.br/osteo.htm
http://www.sidwell.edu/us/science/vlb5/Labs/Classification_Lab/Eukarya/Animalia/
Chordata/Vertebrata/Osteichthyes/
http://www-biol.paisley.ac.uk/courses/tatner/biomedia/units/fish7.htm
Axelrod, Herbert R. and Warren E. Burgess. Saltwater Aquarium Fish. Neptune City,
New Jersey: TF.H. Publications, Inc., Ltd., 1973.
Bond, Carl E. Biology of Fishes. Philadelphia:. W.B. Saunders Co., 1979.
Burton, Maurice and Robert Burton. Encyclopedia of Fish. St. Louis: BPC Publishing, 1984.
Evans, David, ed. The Physiology of Fishes. Boca Raton: CRC Press, 1993.
Fichter, George S. and Edward C. Migdalski. The Fresh & Saltwater Fishes of the World.
New York: Greenwich House, 1983.
Hauser, Hillary. Book of Marine Fishes. Glen Cove, New York: Pisces Books/Tetra Press,
1984.

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