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MAMÍFEROS

Os mamíferos formam o grupo mais importante dos vertebrados e ocupam o lugar mais elevado da escala de evolução zoológica. A
classe dos mamíferos é também a mais conhecida pois inclui o homem e possui 4600 espécies diferentes. Os mamíferos descendem dos
répteis; surgiram há 195 milhões de anos de um grupo diferente daquele que originou os répteis atuais, o que explica as diferenças.
Com o tempo eles passaram a apresentar a mais variada forma de adaptação ao ambiente, como pêlos que ajudam a se protegerem do
frio. Suas principais adaptações estão ligadas ao modo de reprodução, ao aleitamento materno e ao cuidado com a prole. Estão
distribuídos em praticamente todas as regiões da Terra, porém muitos mamíferos encontram-se ameaçados de extinção em diversas
áreas florestais. Os membros se localizam quase sempre na face abdominal do corpo, o que permite ao animal andar ou correr.
Existem representantes tão pequenos quanto os musaranhos e camundongos com menos de 5 cm de comprimento e pesando apenas
alguns gramas, e tão grandes quanto o elefante africano (Loxodonta aficana), que pode pesar até 7 toneladas. No mar, a baleia-azul
(Balaenoptera musculus), que pode alcançar 31,5 m e 119 toneladas de peso, é o maior animal conhecido. No Brasil, o tamanho varia
desde cerca de 5 cm e alguns gramas nos pequenos roedores até aproximadamente 300 kg da anta (Tapirus terrestris).

Todos os mamíferos possuem três características não encontradas em outros animais:


· a produção de leite através de glândulas mamárias;
· pêlos formados por queratina, e especializados em funções diferentes: proteção contra a insolação, isolamento térmico,
sensoriais, camuflagem e defesa;
· três ossos no ouvido médio (martelo, bigorna e estribo).

Outras características secundárias encontradas na maior parte dos mamíferos são a presença de dentes diferenciados, uma mandíbula
inferior formada por um único osso, a existência do diafragma (músculo que separa a cavidade abdominal da torácica), pulmões
revestidos de pleura, epiglote controlando e separando a passagem de alimento e de ar, cérebro altamente desenvolvido, endotermia
e homeotermia, sexos diferenciados, sexo do embrião determinado pela presença dos cromossomos X ou Y e fertilização interna.

Fonte: www.unito.com.br

A laringe apresenta um orifício denominado glote, pelo qual se comunica com a faringe, na qual encontramos uma válvula reguladora
chamada epiglote. A epiglote, fibrocartilagem revestida por um epitélio prismático estratificado, controla e separa a passagem de
alimento e de ar. Durante a deglutição, a laringe se eleva, enquanto que a epiglote se abaixa, fechando a entrada da laringe e
permitindo a passagem do alimento para o esôfago. Durante a respiração, a epiglote se eleva, mantendo a laringe aberta e permitindo
a passagem do ar.

Além das características gerais é necessário conhecer os seguintes detalhes :

1. Normalmente, os mamíferos utilizam quatro membros para se deslocarem, têm o corpo coberto de pêlos, que mudam
periodicamente, uma epiderme queratinizada que protege contra o atrito, impermeabiliza e é uma barreira contra microorganismos, e a
temperatura corporal é constante (homeotermos). Os mamíferos são animais de sangue quente; isso requer, então, algum tipo de
isolamento térmico que é oferecido pela pele: tecido gorduroso, uma camada de pele externa morta (epiderme) e, principalmente,
pêlos. As glândulas sebáceas, embutidas no pele, revestem os pêlos com uma secreção que repele água, e cada pêlo tem um músculo
especial (horripilador) que pode deixá-lo eriçado para reter calor.

2. Por ser o grupo mais complexo, onde o homem está presente, a característica que marca este grupo é a presença de glândulas
mamárias para a alimentação de seus filhotes, possuindo outras glândulas tais como: sebáceas (produção de gordura para lubrificar),
sudoríparas (produzem suor para manter a temperatura do corpo constante), odoríferas (produzem cheiro para afugentar os inimigos).

3. Todos os mamíferos, sem exceção, possuem pêlos (as baleias, que não tem pêlos quando adultas, nascem com eles; as
escamas do pangolim são pêlos modificados, etc.). Os pêlos variam de acordo com o tipo ou animal: porco e javali possuem cerdas; o
carneiro, a lã; o porco-espinho possui cerdas longas e rijas chamadas de espinhos.

4. O esqueleto se caracteriza por ter a coluna vertebral dividida em várias partes diferenciadas: região caudal, que pode terminar
numa cauda, regiões lombar, dorsal e cervical. O nariz pode ser proeminente. No nariz está alojado o sentido do olfato que se encontra
muito desenvolvido em algumas espécies de mamíferos. Possuem quatro extremidades, típicamente terminadas em cinco dedos
providos de unhas córneas, garras ou cascos (ainda que ,em alguns casos, as extremidades podem estar mais ou menos atrofiadas
como observamos em Cetáceos, baleias e golfinhos, ou em Sirenídeos). Freqüentemente o número de dedos é menor que cinco.
Apresentam adaptações para andar, correr, trepar, voar, nadar ou escavar. Os membros, muito modificados nos cetáceos (os braços se
tornam nadadeiras), se localizam quase sempre, nos mamíferos terrestres, na face ventral do corpo. Isto permite ao animal andar ou
correr. Os membros podem ser terminados em quatro pés (quadrúpedes), dois pés e duas mãos (no homem) ou quatro mãos (nos
macacos). Nos ungulados (búfalos), as unhas ficam em contato com o chão e se transformam em cascos. Em geral podemos dizer que
temos nos mamíferos terrestres três formas de extremidades para caminhar:
- PLANTÍGRADOS: que utilizam toda a palma ou sola do pé para caminhar, como no urso ou no ser humano
- DIGITÍGRADOS (digitos= dedo): que caminham apoiados nos dedos, como o cão e o gato.
- UNGULADOS: são mamíferos que caminham sobre a unhas, que por este motivo transformaram-se num casco, como ocorre no cavalo
e em outros herbívoros.

5. Seu aparelho respiratório é formado pelos seguintes órgãos: vias aéreas, as narinas, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios
e por último os pulmões. Por isso apresentam respiração pulmonar. Os pulmões apoiam-se no músculo diafragma que auxilia nos
movimentos respiratórios (inspiração, que é a entrada de ar, com a cavidade toráxica ampliada, e expiração, com a contração da
cavidade toráxica, que é a saída do ar rico em gás carbônico). O diafragma separa o tórax do abdome.
A cavidade toráxica contém os pulmões e o coração. Cavidade abdominal, com os aparelhos digestivo, excretor e reprodutor. No
aparelho respiratório possuem laringe para poder emitir sons .

6. O aparelho circulatório apresenta um coração com quatro cavidades, duas aurículas e dois ventrículos (cujas paredes não
são igualmente musculadas), sem possibilidade de mistura de sangue arterial e venoso. Por este motivo, estes animais apresentam
circulações duplas e completas, sendo a metade direita do coração - em azul - atravessada exclusivamente por sangue venoso e a
esquerda - em laranja - por sangue arterial. Do ventrículo esquerdo o sangue passa para a aorta, que nas aves descreve a crossa para
a direita e nos mamíferos para a esquerda. O sangue regressa ao coração pelas veias cavas. O fato das células destes animais
receberem um sangue mais oxigenado e com maior pressão que as dos répteis ou anfíbios, faz com que apresentem uma maior
capacidade energética e permita a homeotermia.

Coração de um mamífero.

7. Para a transformação e o aproveitamento dos alimentos, os mamíferos apresentam aparelho digestivo formado por: boca, faringe,
esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso e ânus. Na boca têm os dentes , diferentes segundo sua utilização, apresentam
dentes incisivos para cortar, caninos para desgarrar e premolares e molares para triturar. Não há cloaca, como nas aves, nos
placentários. O tubo digestivo é muito variado segundo se trate de carnívoro e omnívoros que o podem apresentar mais curto e simples
que o dos herbívoros.
Nos herbívoros, o intestino é proporcionalmente maior, pois os vegetais são menos nutritivos e de digestão difícil. Dado que nenhum
vertebrado produz enzimas capazes de hidrolisar este polissacarídeo muitos herbívoros alojam bactérias em diversos compartimentos,
nomeadamente no ceco ou no próprio estômago, que nesse caso é subcompartimentado (poligástrico):
rúmen – onde se localizam as bactérias capazes de fermentar a celulose - que se reproduzem a uma taxa suficientemente elevada para
compensar as que são "perdidas" com o deslocamento do bolo alimentar. O conteúdo deste compartimento (bactérias e material
vegetal) é regurgitado regularmente para a boca, quando o animal, num local seguro, mastiga demoradamente o alimento ingerido
apressadamente;
retículo - igualmente rico em bactérias fermentativas - recebe o bolo alimentar depois de remastigado na boca, permitindo uma maior
área de ataque às celulases bacterianas;
omaso - presença da pasta alimentar contendo enorme quantidade de bactérias fermentativas - e é "concentrada", devido à reabsorção
de água;
abomaso - compartimento correspondente ao estômago nos restantes mamíferos - secreta ácidos e proteases que completam a
digestão da forma tradicional.

8. O aparelho excretor tem por finalidade a eliminação dos resíduos líquidos do organismo. Esse aparelho é formado por dois rins
(que produzem a urina), dois bacinetes, dois ureteres, uma bexiga que irá armazenar temporariamente a urina, que em seguida será
eliminada pela uretra. O principal resíduo nitrogenado é a uréia. A eliminação dos resíduos nitrogenados está também diretamente
relacionada com as quantidades de água de que dispõe o ser vivo. Os organismos que a possuem em grande quantidade eliminam
amônia; os organismos que precisam exercer um relativo controle sobre a quantidade de água eliminam uréia; e os organismos que
vivem em regime de grande economia de água eliminam ácido úrico. Nos mamíferos, quelônios, anfíbios e anelídeos (minhoca) o
produto final é principalmente a uréia que é solúvel em água e bem menos tóxica que a amônia.

Nos Répteis, Aves e Mamíferos os rins são chamados Metanefros, que são rins com muitos glomérulos situados na parte posterior do
corpo.

9. Os mamíferos dispõem de cinco órgãos dos sentido: tato, olfato, paladar, audição e visão. Eles são utilizados para caçar, perceber
a presença do inimigo, procurar alimentos, encontrar a fêmea para o acasalamento, proteção, etc. Alguns órgãos dos sentidos são mais
apurados em certos animais do que em outros. Olfato bem desenvolvido - no cão, no leão, no elefante, etc., boa visão tem o lince,
ótima audição tem o morcego, olfato o gato, tem através de suas vibrissas.

10. O sistema nervoso é bem desenvolvido, com cérebro e cerebelo grandes e aperfeiçoados. Eles possuem o maior cérebro entre os
vertebrados, sendo particularmente bem desenvolvida a camada superficial, o córtex, responsável pela inteligência e memória. Isto dá
aos mamíferos uma capacidade maior de aprendizagem que a dos outros vertebrados. Tal capacidade se reflete em variados e
complexos padrões de comportamento, como a corte, a defesa de território, a vida em sociedade e a procura de alimento. Graças a
eles, fica garantida a sobrevivência. Os hemisférios cerebrais, que são planos nos mamíferos inferiores, cresceram tanto nos superiores
que apresentam pregas para entrar no crânio. (chamam-se circunvoluções).
11. O aparelho reprodutor dos mamíferos é formado das seguintes partes: o feminino é constituído por dois ovários que produzem
óvulos, dois ovidutos, um útero, corpo do útero, vagina e abertura urogenital com a presença do clitóris. O reprodutor masculino é
assim formado: dentro do escroto estão os testículos que produzem espermatozóides que serão armazenados nos epidídimos, duto
deferente e canal inguinal; as glândulas próstata e Cowper fornecem secreção para que o espermatozóide possa nadar e sair pela
uretra no meio do órgão copulador, que é o pênis.

12. A reprodução sempre é precedida de acasalamento verdadeiro. Os mamíferos são vivíparos (os filhotes se desenvolvem dentro
do organismo da mãe), exceção feita aos Monotremados. Os monotremados, como o ornitorrinco e o equidna, são ovíparos. Nos
marsupiais (canguru, koala), que possuem uma placenta vestigial e o desenvolvimento embrionário subdividido, inicialmente no útero
e depois no marsúpio, dobra da epiderme do abdome onde se alojam as glândulas mamárias, a fêmea dá à luz um filhote embrionário
que termina seu desenvolvimento na bolsa ventral materna; nestes mamíferos com placenta rudimentar, a bolsa marsupial substitui a
placenta. Nos placentários, o embrião se desenvolve inteiramente no útero materno, ao qual se liga pela placenta. Este terá períodos
variáveis de gestação; por exemplo: elefoa 20 meses, égua 12 meses, mulher 9 meses, cadela 2 meses, coelha 1 mês. Após esse
período os filhotes são expulsos do corpo da mãe, sendo assim animais vivíparos.

Releitura obrigatória: Anexos Embrionários.

13. Taxonomia ou Sistemática:


Por volta de 250 milhões de anos atrás, um grupo de répteis primitivos, deu origem aos mamíferos. Entretanto, somente há apenas 100
milhões de anos atrás, quando os dinossauros se extinguiram deixando ambientes livres, deu-se a grande diversificação da classe. Os
primeiros mamíferos se dividiram em três grandes ordens: os multituberculados, que originaram os monotremados (que botam ovos),
os marsupiais, ancestrais dos cangurus e gambás, e por fim os placentários. Os mamíferos são agrupados de acordo com suas
semelhanças e separados conforme suas diferenças. Com base nesses procedimentos, os cientistas procuraram dividir os mamíferos em
subclasses e várias ordens, entre as quais se destacam:

13.1. Subclasse Prototheria, ordem dos Monotremados. Um único orifício para os sistemas digestivo, reprodutor e excretor, a
cloaca. Sobrevivem hoje 2 familias e 3 espécies; são os mamíferos mais primitivos que existem, pois botam ovos, apresentam bico e
patas semelhantes aos patos e os membros anteriores transformados em nadadeiras. O ornitorrinco e echidna (ambos encontrados na
Austrália).

Ornitorrinco: mamífero que também põem ovos, possui um bico de pato, com corpo peludo e cauda achatada que funciona como
nadadeira. É uma curiosidade da natureza. Os ornitorrincos se alimentam basicamente de minúsculos invertebrados encontrados nos
rios, numa dieta semelhante à dos peixes. Além disso, têm um apetite impressionante: consomem cerca de um quarto de seu peso em
comida diariamente. Como um macho adulto pode chegar a pesar 2 quilos, isso significa cerca de 500g de insetos quase microscópicos
por dia. Isso faz dos ornitorrincos predadores vorazes, capazes mergulhar até 1000 vezes numa noite e movimentar pedras do tamanho
de melões no fundo dos rios para saciar sua fome.
Leitura obrigatória: Ornitorrinco, a prova do humor do Criador.

Leitura complementar: Echidna, o Spiny Ant-eater (espinhoso comedor de formigas).

13.2. Subclasse Theria: inclui os demais mamíferos.


13.2.1. Subclasse Theria, infraclasse Metatheria, ordem dos Marsupiais: são mamíferos que apresentam no ventre (em sua
barriga) uma bolsa chamada marsúpio, onde estão as glândulas mamárias. O marsúpio serve para ajudar a completar o
desenvolvimento do filhote, alimentá-lo e protegê-lo. O canguru, wallabie, koala, gambá e cuíca.
A palavra "koala" vem de uma língua aborígene australiana e significa "animal que não bebe". Os bichinhos receberam o apelido porque
quase nunca bebem água, já que ingerem a maior parte do líquido que necessitam das folhas de eucalipto, sua principal alimentação.
Eles são ativos durante a noite e passam de 14 a 18 horas por dia dormindo.

Leitura complementar: o Koala.

13.2.2. Subclasse Theria, infraclasse Eutheria (Placentalia): mamíferos placentários divididos, como exemplos, nos seguintes
grupos.
· Carnívoros: são os mamíferos que se alimentam de carne, pois apresentam dentes caninos bem desenvolvidos, capazes de dilacerar.
Os felinos fazem parte da grande família de mamíferos carnívoros, que vai desde o gato doméstico até o leão. Todos apresentam garras
longas e encurvadas e alguns deles possuem unhas retráteis, ou seja, quando o animal as encolhe, elas são envolvidas pelas dobras da
pele. As patas da frente têm 5 dedos e as de trás 4. Todos são privilegiados de um ótimo olfato, audição aguda e a capacidade de
enxergar muito bem durante a noite. Possuem mais de 500 músculos e mantém o controle sobre todos. São exemplos leão-marinho,
leão, lontra, lobo, quati, hiena, urso, onça, tigre, etc.

· Cetáceos: são os maiores mamíferos adaptados à vida aquática, pois seus membros anteriores são transformados em nadadeiras;
não têm os posteriores, e a forma de seu corpo lembra a de um peixe. Na enorme cavidade bucal, as baleias têm centenas de largas
lâminas (barbatanas) que filtram a água do mar, permitindo a retenção do plâncton. No alto da cabeça, a baleia tem um orifício nasal,
por onde é realizada a circulação do ar (respiração pulmonar). Os cachalotes, as orcas, os golfinhos e os botos são cetáceos que no
lugar das barbatanas apresentam dentes (carnívoros).

· Dermópteros: mamíferos semelhantes a esquilos. São capazes de planar, vivem no Sudeste da Ásia. O principal exemplo é o lêmur-
voador; possui uma membrana de planação ou patágio que se estende das costas às patas. Com ela, consegue deslocar-se até 90 m
pelo ar.
· Edentados: são os mamíferos que apresentam uma dentição incompleta (os dentes molares pouco desenvolvidos, o que lhes deu o
nome popular de desdentados), contendo dentes sem esmaltes e sem raiz. Existem também aqueles que nem dentes têm. Este grupo
também pode ser chamado de Xenarthra devido a um tipo de articulação especial das vértebras. A preguiça, tamanduá, tatu, etc.

· Focídeos: animais mamíferos, carnívoros da família Phocideae, pinípedes, desprovidos de orelhas, com orifício auditivo descoberto.
Caminham saltando com o ventre, dada a impossibilidade de se levantarem com os membros posteriores e de usá-los para locomoção,
vivem a maior parte da vida na água, tendo hábitos anfíbios (ou seja, vive tanto em terra como na água). A foca, o elefante-marinho e
o leão-marinho.
· Insetívoros: mamíferos primitivos com focinho longo e pontiagudo. São pequenos e se alimentam de insetos. A toupeira, ouriço e
musaranho.

· Lagomorfos: a ordem dos lagomorfos é parecida com a dos roedores; a única diferença é que estes têm quatro dentes incisivos no
maxilar superior e dois na mandíbula. Os coelhos e lebres.

· Proboscídeos: estes mamíferos apresentam o lábio superior unido ao nariz, formando a tromba. Esta tem muitas utilidades, dentre
elas: pegar o alimento e levá-lo à boca, defesa, etc. Nos machos, os dois grandes dentes incisivos no maxilar superior são as presas de
marfim, que podem chegar a 2,5m. A cabeça desses animais é grande, com duas largas orelhas abanadoras para se refrescarem. Os
elefantes.

· Quirópteros: o nome Chiroptera origina-se de chiro= mão e ptero= asa, isto é, animais com a mão transformada em asa. É a
segunda ordem em número de espécies, com cerca de 987 formas já conhecidas, cujo número só é superada pela Ordem Rodentia, dos
roedores, onde se incluem os ratos, esquilos, cutias, etc. São os únicos mamíferos com capacidade real de vôo, propiciada pela
membrana que une 4 dos 5 dedos do membro anterior, formando a asa. Outras espécies, como o esquilo-voador, apenas planam, após
saltar de lugares altos. Os morcegos ocorrem em todos os continentes, só não sendo encontrados nos pólos. São em geral pequenos,
na grande maioria não excedendo 100 gramas de peso. Apresentam hábitos crepusculares e noturnos e parte significativa das espécies
orienta-se pela ecolocalização, emitindo sons de alta freqüência, inaudíveis ao homem, que ao esbarrar em algum objeto, retornam
sob a forma de eco.

Apresentam os hábitos mais diversos dentro de um único grupo de mamíferos, variando de insetívoros (alimentam-se de insetos),
frugívoros (alimentam-se principalmente de frutos), nectarívoros (alimentam-se de néctar), piscívoros (incluem em sua dieta peixes),
carnívoros (alimentam-se de pequenos vertebrados), onívoros (alimentam-se de frutos, flores, pequenos vertebrados e frutos) e
hematófagos ou sanguívoros (alimentam-se de sangue). Seus olhos são reduzidos e atrofiados, mas a sua audição é perfeita, com a
qual eles se orientam (sonar). Durante o dia eles permanecem no teto de cavernas, forros de casas abandonadas ou árvores. Saem à
noite, para caçar pequenas presas (ratos, rãs, lagartos) ou até mesmo frutas e néctar de algumas flores.

Leia mais e saiba mais: Drácula, Batman, morcegos, desmatamento e a raiva.

· Roedores: estes mamíferos apresentam dentes incisivos que não param de crescer. Para que isso não dificulte sua sobrevivência,
estes animais roem com grande freqüência para poderem desgastá-los. Não apresentam dentes caninos. A capivara, castor, rato,
esquilo, etc.

· Sirênios: estes mamíferos aquáticos vivem em água doce e têm seus membros transformados em nadadeiras, com a cabeça
semelhante à do bezerro, herbívoros dóceis e de poucos pêlos cobrindo o corpo. O nome sirênio significa sereia, a figura da lenda,
metade peixe e metade mulher. Por sua carne ser muito apreciada estão sendo dizimados. O peixe-boi (manati).

· Ungulados: seus membros apresentam em sua extremidade o casco. Por isso estão divididos em dois grupos: Artiodáctilos e
Perissodáctilos.
o Artiodáctilos: significa que esses animais têm um número par de dedos com casco; casco fendido. São exemplos o porco, camelo,
dromedário (uma corcova), lhama dos Andes.
o Perissodáctilos: significa que esses animais têm um número ímpar de dedos com casco; casco único. O cavalo, burro, anta, zebra e
o rinoceronte.

Os ungulados podem ser ruminantes. São exemplos de ruminantes, o camelo, boi, cabra, girafa, búfalo, etc.

· Primatas: os mamíferos mais avançados. Cérebro grande, 5 dedos nas 4 extremidades. Distribução mundial. 13 familias e umas 200
espécies; são os mamíferos mais inteligentes, cuja cabeça forma um ângulo reto com o pescoço; ossos das pernas separados,
livremente articulados, mãos e pés freqüentemente grandes, cada um com cinco dedos bem distintos, com o dedo polegar da mão em
forma de alavanca, olhos dirigidos para a frente. Em sua maioria, estão adaptados à vida selvagem, como os macacos e os antropóides
- estes desprovidos de cauda. O representante mais importante desse grupo é o homem. Porém, é preciso observar que, embora
pertença a esta ordem, o homem está classificado na família dos homínideos.
Os fósseis mais antigos de primatas datam de 60 milhões de anos atrás. Acredita-se que nesta época, ou melhor, um pouco antes, os
mamíferos placentários iniciaram a ocupação do ambiente arborícola. Sendo que para isso desenvolveram, de acordo com a teoria
darwinista, atributos que caracterizam a família dos primatas. São atributos como as mãos que permitem agarrar objetos, a visão
binocular que permite calcular distâncias com precisão, capacidade de ver cores (dentre os mamíferos, apenas os primatas), cuidado
com a prole, que fazem o sucesso dos primatas e do homem.
O ancestral de todos os primatas foi o Plesiadapis. Tinha cerca de 30 cm e era muito semelhante aos atuais mussaranhos, por isso
muitos antropólogos não o consideram como primata. Mas de fato, o Plesiadapis pode ser considerado a “mãe” de todos os primatas.
Dez milhões de anos após o Plesiadapis, com o processo de evolução, apareceu o Adapis que já apresentava uma semi-mão. O corpo
tinha cerca de 30 cm de comprimento e estudos do resto do corpo levam a crer que era bem ágil em correr no solo. Entretanto, com o
número bem grande de predadores no solo, o Adapis precisava constantemente subir em árvores.

Plesiadapis e Adapis, os primeiros primatas, são incluídos na subordem dos prossímios (Primatas inferiores) que originaram os lêmures
e társios atuais.

Os prossímios (60 espécies) são quase todos pequenos, notívagos e encontrados apenas na África e Sudeste Asiático. Os prossímios
possuem ainda um corpo com membros curtos e conseqüentemente são semi quadrúpedes.
A outra subordem é a dos Antropóides (do grego anthropos, homem, e oide, parecido) ou primatas superiores. Os Antropóides (175
espécies) são maiores, diurnos e são constituídos por macacos e símios.

Os macacos do Velho Mundo podem ser subdivididos em macacos com bolsas nas bochechas (Cercopitecóideos), que são
principalmente os africanos, e macacos comedores de folhas (Colobines), que são principalmente os asiáticos. Ambas famílias, junto
com os símios e os humanos, também são conhecidas como catarrinos e têm tem o septo nasal estreito e as narinas voltadas para
baixo.
As principais características deste grupo são o encéfalo desenvolvido e os membros longos. O antropóide mais antigo foi o Lacypithecus
que já não era quadrúpede em solo como seus antecessores (Plesiadapis e Adapis). Tinha uma altura de 50 cm e olhos totalmente na
posição frontal.

A partir do Lacypithecus os antropóides se diversificaram, um ramo deu origem aos pequenos primatas que vivem nas Américas, outro
ramo aos macacos do velho mundo como os babuínos e o último ramo a aparecer na escala de tempo deu origem a um animal
chamado Dryopithecus. O Dryopithecus que tinha 1 metro de altura e viveu há 20 milhões de anos atrás, provavelmente seja o
ancestral de todos os grandes primatas e o gibão. Da análise dos fósseis conclui-se que o Dryopithecus possuía grande habilidades nas
árvores e conseguia agarrar com firmeza e precisão objetos.

Hoje existem dois grandes grupos de primatas, que se distribuem em Catarrinos (do velho mundo, Ásia e África) e os Platirrinos (do
novo mundo, Américas e Oceania), também chamados de Neotropicais. A diferença fundamental esses grupos é a evolução. A
separação dos continentes, principalmente da Eurásia e da América, levou a duas grandes linhas evolutivas de primatas.
Os Catarrinos são mais antigos, tem narinas para frente e maior porte. O exemplo é o gorila, maior macaco do mundo, que chega a
pesar 100 quilos. Incluem também os mandris, mangabeis, os chimpanzés, os babuínos e o gibão. Os primatas do velho mundo
possuem maior habilidade manual, são animais que distinguem as cores. Boa parte dos Catarrinos não possui cauda desenvolvida, são
terrestres. Habitam as savanas, possuem locomoção quadrupedais e os filhotes dependem mais das mães ou das fêmeas próximas a
ela. Em geral, os catarrineos são mais agressivos e mais territoriais do que os Neotropicais.
Os Platirrinos têm as narinas mais laterais e achatadas e peso corporal menor. Existem neotropicais adultos que pesam 130 gramas.
O peso máximo desse grupo fica entre 12 e 13 quilos. Eles são redominantemente arbóreos (vivem em árvores). Os machos são os
principais responsáveis pelos filhotes. São os saguis, os tamarinos (família Callitrichidae) e Macacos cebídeos. Os Cebus apella
(macacos pregos) têm um alto grau de inteligência e de memória. Apenas os macacos do Novo Mundo (da América Central e do Sul)
conseguem se pendurar pelo rabo. Os macacos do Velho Mundo (da África e da Ásia) não conseguem, mesmo que muitos tenham rabos
longos.

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