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Os anuros: sapos, rãs

e pererecas. Os anuros
constituem a principal ordem
dos anfíbios, sendo
conhecidos popularmente
como sapos, rãs e
pererecas.

Os anuros apresentam vários


padrões reprodutivos,
podendo desovar no interior
dos corpos d’água, em água
corrente ou parada, sobre
vegetação, em ninhos
semelhantes à “espuma”, no
chão da floresta, em folhas e até mesmo abrigando ovos na cavidade dorsal. A metamorfose dos
anuros é a mais intensa entre os anfíbios e marca a transição da vida aquática para terrestre. Na
primeira fase, os girinos aumentam de tamanho com pouca alteração na forma. Na etapa
seguinte, as patas posteriores aparecem enquanto o corpo continua crescendo em ritmo menos
acelerado. Logo depois, as patas anteriores emergem e a cauda regride.

As principais alterações que viabilizam a mudança de habitat são a formação das glândulas
dérmicas; a degeneração dos músculos da cauda e o crescimento dos músculos das patas; a
degeneração das brânquias e o desenvolvimento dos pulmões e do coração; a calcificação do
esqueleto; a restruturação da boca e do intestino, transformando assim, um organismo herbívaro
em carnívoro; a capacidade de enxergar fora da água e a formação de membrana lubrificadora do
olho.

Quando a metarmofose chega ao fim, os anuros ainda são pequenos, mas já têm o aspecto de um
adulto. O tempo necessário para toda essa transformação varia e são mais rápidas as fases em
que o indivíduo estaria mais sujeito à predação. Completada a metarmofose, o jovem animal deixa
o meio líquido e leva alguns anos para atingir a maturidade sexual e suas dimensões máximas.
Estima-se que um sapo pode viver até 30 anos em cativeiro. Em seu habitat natural a ação dos
predadores e do homem, a poluição e o uso de inseticidas e adubos podem reduzir em muito sua
vida.

Sapos são os anuros mais terrestres. O sapo tem pele rugosa e dedos curtos. Com patas curtas,
pele rugosa, com muitas glândulas de veneno no dorso, destacando-se as paratóides, localizadas
atrás do olho. Não existe mecanismo ejetor, se o animal for capturado, o veneno escorrerá na
forma de um líquido leitoso. São comumente encontrados nas cidades sob postes de iluminação a
espera de insetos atraídos pela luz. Os membros são curtos. Na época reprodutiva de muitas
espécies de anuros, centenas de indivíduos agregam-se em determinadas áreas à noite, formando
coros, nos quais os machos vocalizam (coaxam) para atração de fêmeas para o acasalamento.
Fêmeas, atraídas pelos machos cantores, fazem a escolha, formando o casal. O macho,
geralmente menor, a abraça. O abraço nupcial recebe o nome de amplexo, que pode durar 40
minutos ou até 90 dias conforme a espécie. O casal, em amplexo, procura um bom lugar para
depositar a desova. O reconhecimento da vocalização dos sapos é geralmente a maneira segura e
instantânea de se determinar a espécie.

Rãs, conhecidas popularmente como jias. A rã tem pele lisa e dedos longos. São anuros mais
aquáticos, com pele brilhante, lisa e úmida; corcunda dorsal, patas fortes, dedos longos e livres.
Possui glândulas excretoras de substâncias tóxicas, assim como todos os anuros. Algumas
espécies são comestíveis.

Pererecas são os anuros arborícolas, com pele lisa, membros compridos e discos adesivos
(ventosas) nas pontas dos dedos. A perereca tem pele lisa e ventosas (discos adesivos) nas
pontas dos dedos. Por isso, consegue subir em árvores e paredes. São pequenas e mais coloridas
que os sapos e rãs. Esses anfíbios possuem na extremidade de cada dedo pequenas almofadas
adesivas com o que se prendem facilmente aos galhos. Alem disso são dotadas de membranas
elásticas, estendidas entre os dedos, que se formam uma espécie de pipa. Encurvando o tórax e
estendendo as pernas, as pererecas podem realizar vôos de quase 2 metros. Depositam seus ovos
de maneira curiosa. primeiro escolhem uma arvore pendente sobre um pântano ou charco. Os
ovos depositados nas folhas dos ramos mais baixos, estão envolvidos em uma substância
pegajosa, parecida com clara de ovos. A fêmea as vezes ajudada pelo macho bate esta massa
com as patas traseira até que ela fique com aspecto de clara de neve. Quando nascem os girinos
secretam uma substância que os livra da massa pegajosa. Caem então no pântano e começam
sua vida aquática.
Fontes:
http://www.invivo.fiocruz.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?
tpl=printerview&infoid=45&sid=2
http://www.ibama.gov.br/ran/paginas/pg.php?id_arq=45
http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/perereca.htm
Bastos, R.P.; Motta, J.A.O.; Lima, L.P.; Guimarães, L.D. Anfíbios da Floresta Nacional de Silvânia,
Estado de Goiás. Goiânia, 2003.
Pasquali, M.S.; Lima, L.P.; Bastos, R.P. Sapos, Rãns e Pererecas: desvendando os segredos dos
Anfíbios. Goiânia, 2003.
Cordeiro, A.C. & Sanaiotti, T.M. Conhecendo os Anfíbios de fragmentos florestais em Manaus: Um
roteiro prático. Manaus, 2003.
Oliveira, J.J. Manual de identificação de Rãns nativas brasileiras e Rã-Touro gigante. Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Brasilia, edição Ibama, 1996.

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