Você está na página 1de 6

Classe Aves.

Triploblásticos, de simetria bilateral, celomados, deuterostômios, cordados, vertebrados, craniados,


amniotas, alantoidianos, bípedes, homeotérmicos e possuem penas. São os únicos vertebrados que
apresentam penas que revestem e isolam o corpo, o que facilita regular a temperatura e auxilia no vôo. São
tetrápodas, com o par anterior transformado em asas; o posterior adaptado para empoleirar, andar ou
nadar. A capacidade de voar permite às aves ocupar alguns habitats impossíveis para outros animais.
As aves originaram-se a partir dos répteis, o que fica evidenciado através das escamas que recobrem as
pernas, do crânio com um côndilo occipital, dos mesmos anexos embrionários e da excreção do ácido
úrico. A mais antiga "ave" conhecida é a "ave-lagarto" (Archaeopterix lithographica), animal do tamanho de
uma pomba. O fóssil encontrado na Baviera (Alemanha), em 1861, permitiu reconhecer nessa "ave" a
presença de bico com dentes e cauda longa. Viveu no período Jurássico, há cerca de aproximadamente 150
milhões de anos atrás. Portanto, o protagonista dessa incrível história da evolução das aves a partir dos
répteis é o Archaeopterix lithographica. O Archaeopterix, porém, era um réptil diferente dos outros
(inclusive dos outros voadores, como os pterossauros): tinha desenvolvido um novo instrumento de vôo,
que complementava as asas, as penas. Dos contemporâneos plumados do Archoeopterix (ou de uma
espécie similar a essa) derivaram as aves, que foram evoluindo cada vez mais. As primeiras aves tinham
ainda o esqueleto da cauda bastante longo, e o "bico" munido de dentes. Além do Archaeopterix, também
tinham dentes duas outras espécies plumadas, Ichthyornis e Hesperornis, que em grego significam "ave dos
peixes" e "ave da noite".

O Vestibular de Inverno da PUCRS 2003/2 utilizou o seguinte texto para propor a resolução de 7 das 15
questões da prova de Biologia:
Na edição brasileira da revista Scientific American de abril de 2003, Richard Prum e Alan Brush
publicaram o artigo intitulado "A controvérsia do que veio primeiro, penas ou pássaros?", no qual
afirmam: "Agora sabemos que as penas surgiram pela primeira vez num grupo de dinossauros terópodes
(carnívoros, desde o pequeno Compsognathus, do tamanho de uma galinha, até o terrível Tiranossauro, alto
como uma casa, bípedes, não utilizavam as patas anteriores para a locomoção, o que lhes permitia usá-las
com outras funções, como capturar, dominar e matar as suas presas ou mesmo para manipular o alimento)
e diversificaram- se em variedades essencialmente modernas em outras linhagens de terópodes anteriores à
origem dos pássaros. Entre os numerosos dinossauros com penas, as aves representam um grupo particular
que desenvolveu a capacidade de voar usando as penas de seus membros dianteiros especializados e da
cauda."

Como o vôo requer alto consumo de energia, as aves evoluíram como animais endotérmicos, ou seja,
aqueles cujo calor interno é gerado a partir de reações metabólicas energéticas, ou homeotérmicos, cujas
taxas metabólicas são mais altas. Para manter a temperatura do corpo elevada e constante, consomem
muito alimento e oxigênio que são necessários para as reações internas produtoras de calor. O conjunto de
plumas e penas, ou seja, a plumagem que recobre o corpo das aves, tem várias funções: permite o vôo,
protege do calor e do frio (funciona como isolante térmico), ajuda a flutuar na água e contribui para a
manutenção de uma temperatura ideal durante a incubação (choco). Juntamente com as asas, as penas são
o principal instrumento de vôo, funcionando como "hélices" e estabilizadores de vôo.

Sistema tegumentar: a pele é seca, sem glândulas, com exceção da glândula uropigiana que existe em
algumas espécies. Apenas algumas aves possuem, na região caudal, glândulas uropigiais que produzem
uma secreção oleosa, usada na lubrificação e impermeabilização das penas e do bico. A sua secreção
permite que as penas repilam a água, e considera-se também de grande importância para a formação da
vitamina D, a partir da ação dos raios solares sobre o ergosterol por ela segregado. Outras aves (garças,
gaviões, papagaios, etc.) possuem penas pulverulentas, isto é, penas cujas extremidades se desintegram à
medida que crescem, formando um pó fino (como talco) que impermeabiliza as outras penas. As áreas do
corpo cobertas por apenas denominam-se pterílias. O corpo das aves é recoberto por uma epiderme com
queratina e por penas (anexos epidérmicos); as pernas são recobertas por escamas córneas. A formação
de substância córnea dá-se nas penas, no bico e nos tarsos, dedos e unhas. Uma vez por ano as aves
mudam de penas.
As penas que cobrem o corpo, exceto as asas e a cauda, denominam-se tectrizes. As penas grandes das
asas, com função propulsora, denominam-se remígeas, e as penas grandes da cauda, que orientam o vôo,
denominam-se rectrizes. As plumas são penas macias e flexíveis que recobrem o corpo das aves jovens, e
que nas adultas ocorrem por entre as demais. As penas são formadas por queratina. São compostas por um
tubo, o cálamo, zona que está presa à epiderme, um eixo, a ráquis, que se vai estreitando até à ponta do
mesmo e o escapo, que é a mais axial. A ráquis leva o estandarte, que é formado de cada lado pelas
barbas e pelas bárbulas, sendo estas últimas as verdadeiras unidades anatómicas das penas. Algumas
penas, as rémiges das asas e as rectrizes da cauda têm por função o vôo. As restantes penas protegem a
ave do meio ambiente.

Sistema de sustentação: para que consigam voar facilmente as aves têm que ser leves. O seu corpo é
aerodinâmico oferecendo pouca resistência ao ar favorecendo o vôo.Têm músculos fortes. A maioria dos
ossos são ocos ou esponjosos e acumulam ar (ossos pneumáticos) fazendo com que as aves sejam leves.
Os ossos dos vertebrados geralmente são ocupados por algum tipo de tecido, como tecido adiposo (gordura)
ou tecido hematopoético (produtor de células do sangue). Muitos ossos das aves, entretanto, são ocos e
cheios de ar. Essa substituição de um tecido qualquer por ar evita um acréscimo na massa do animal, o que
diminui o gasto de energia ao voar. Muitas aves são capazes de virar completamente a cabeça. As vértebras
caudais são atrofiadas, formando o pigóstilo.

Sistema digestivo: é do tipo completo. As aves possuem bico e língua córneos; não há dentes. As aves
granívoras (que se alimentam de grãos) apresentam moela e papo, que são pouco desenvolvidos ou mesmo
ausentes nas aves carnívoras e frugívoras (aqueles que se alimentam de carnes e frutas). No papo o
alimento é amolecido. Daí o alimento vai para o proventrículo (estômago químico), passando a seguir para a
moela (estômago mecânico), que é muito musculosa e substitui a falta de dentes nas aves. Após a
trituração, o alimento dirige-se para o intestino delgado, onde ocorre a absorção dos produtos úteis, sendo
o restante eliminado através da cloaca. A cloaca é uma bolsa onde são lançadas as fezes, a urina e os
gametas , portanto constitui o final de vários aparelhos e sistemas . Como glândulas anexas ao sistema
digestivo, existe no fígado e o pâncreas.

Sistema excretor: os rins são metanefros, com dois uréteres que desembocam na cloaca, pois não
possuem bexiga urinária e a sua excreção é rica em ácido úrico (ureotélicos).

Sistema respiratório: A respiração é pulmonar. Os pulmões são do tipo parenquimatoso, com vários
canais de arejamento, ligados a cinco pares de sacos aéreos, ligados às cavidades dos ossos pneumáticos.
Dentro dos pulmões, os condutos aéreos não terminam em vesículas pulmonares, continuando por um
sistema capilar contínuo. Quando uma ave está pousada, a respiração faz-se pelo arfar do peito. Mas
durante o vôo, automaticamente, devido aos movimentos das asas, produz-se a expansão e a contração da
cavidade torácica, estabelecendo-se a conveniente passagem de ar nos pulmões necessária à respiração.
Partem dos pulmões expansões membranosas denominadas sacos aéreos, os quais aumentam a superfície
de contato para absorção do oxigênio. Além disso, os sacos aéreos expandem-se pelo interior de muitos
ossos, tornando o animal mais leve. Não há verdadeiro diafragma, mas somente uma membrana (diafragma
ornítico) que separa da cavidade abdominal a que contém os pulmões, ou pleura.

Possuem um "órgão do canto" chamado siringe, que se situa no final da traquéia antes da ramificação em
brônquios. A siringe é mais desenvolvida nos machos, pois o canto deles serve para atrair as suas fêmeas e
para delimitar os territórios. É característica das aves da ordem Passeriformes (pássaros), subordem
Oscines (cantadores), nos quais a siringe, situada na bifurcação dos dois brônquios, tem membranas
vibratórias e músculos (7 a 9 pares) que fazem variar a posição das membranas.
Sistema circulatório: a circulação é fechada, dupla e completa; o sangue venoso não se mistura com
o sangue arterial. As hemácias são nucleadas e ovais. O coração tem 4 cavidades, que são conhecidos como
os dois átrios ou aurículas e os dois ventrículos. O arco aórtico, em contraste com o dos mamíferos, é o
voltado para o lado direito.

Sistema nervoso: o cérebro das aves é mais desenvolvidos que o dos répteis; apresentam sistema
nervoso central e periférico com doze pares de nervos cranianos. O encéfalo apresenta cerebelo bem
desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para o vôo. As aves também têm atividades instintivas
complexas: danças de acasalamento, construção de ninhos, criação de filhotes, migração. Mas, como os
hemisférios cerebrais são pouco desenvolvidos, elas se adaptam menos que os mamíferos às alterações do
ambiente. Têm visão bem desenvolvida. Percebem cores nitidamente, pois a retina contém muitos cones
com gotículas de óleo. Apresentam membrana nicitante revestindo os olhos no sentido horizontal, como
uma cortina. Os olhos são de grande importância e a sua posição varia de uma posição lateral até uma
posição frontal do crânio. Devido à posição dos olhos e à capacidade de virar a cabeça mais de um
semicírculo para cada lado, as aves têm um campo visual mais extenso do que o mamíferos. Os olhos são
enormes, por vezes maiores do que o cérebro. Têm grande capacidade de acomodação ocular, podendo
focar rapidamente objetos. Podem servir como telescópio e como lentes de aumento e estão concebidos
para ter o máximo de luminosidade. O olho da coruja capta uma quantidade de luz 100 vezes superior à do
ser humano. Os mochos são capazes de localizar a sua presa na obscuridade total servindo-se da audição. O
seu ouvido é dividido em ouvido externo, médio e interno e a audição é apurada. Ao contrário dos
mamíferos, as aves têm olfato fraco .

Reprodução: são animais dióicos, ovíparos, com casca calcária. A reprodução é sexuada, com fecundação
interna. A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da clara e casca do ovo. A fertilização se
dá por atrito entre as cloacas, com exceção do pato, do marreco, do ganso, da ema e do avestruz, cujos
machos possuem pênis. Os ovos possuem uma grande quantidade de gema, que é a fonte alimentar do
embrião até seu nascimento. As fêmeas possuem apenas sistema reprodutor bem desenvolvido no lado
esquerdo. No lado direito há um testículo rudimentar, o qual se torna funcional com a retirada do ovário.
Mais raramente se pode formar um ovotéstis ou mesmo outro ovário. Desenvolvimento direto. Ovos
telolécitos completos, ricos em vitelo. Os embriões das aves têm diversos envoltórios (ou anexos)
embrionários que os protegem contra a dessecação e choques. Servem para a respiração, excreção e outras
funções necessárias durante a vida embrionária. São o âmnio, o córion, o saco vitelino e o alantóide. O saco
vitelínico fornece nutrientes ao embrião; o âmnio o protege dos choques, funcionando como uma almofada
líquida e impede a dessecação; o córion mobiliza minerais para a construção do esqueleto e ajuda na
respiração; o alantóide tem função respiratória e armazena os produtos de excreção do embrião.
Geneticamente, os machos são ZZ (homogaméticos) e as fêmeas são ZW(heterogaméticas). Observa-se
a ocorrência de aves nidícolas ou nidífilas (ficam no ninho após a eclosão dos ovos) e aves nidífugas
(saem do ninho após a eclosão dos ovos).

Sistemática
Na classe Aves encontramos cerca de 9.000 espécies atuais, divididas em dois grandes grupos:

1. RATITAS: apresentam asas atrofiadas ou ausentes e osso esterno sem quilha. Representados,
principalmente, pelas seguintes ordens:
1.1. Apterigiformes: kiwi ou kivi ou quivi (Kivi, o Apteryx autralis; Grande Kivi- mosqueado, o Apteryx
haasti; Pequeno Kivi-mosqueado, o Apteryx oweni). Endêmicas da Nova Zelândia, têm o tamanho de uma
galinha e não têm asas nem cauda. A sua plumagem é de cor parda, com cerdas rijas que rodeiam a base
do bico. A abertura do nariz encontra-se na ponta do seu bico comprido ligeiramente curvo. As narinas
ficam na extremidade do longo bico,o que nos faz acreditar que use o olfato em busca de frutos, sementes e
pequenos vermes e larvas de insetos.
1.2. Reiformes: a ema é autóctone da América do Sul e diferencia-se pelos 3 dedos em cada pata.
1.3. Estrutioniformes: a avestruz é classificada como Struthio camelus australis. É onívora e possui
apenas dois dedos em cada pata. Originária da savana africana, vivendo em zonas semidesérticas.
Medem de 2,0 m a 2,7 m de altura, pesam de 100 kg a 160 kg, vivem até os 70 anos e se reproduzem
plenamente até os 40 anos. As fêmeas botam de 50 a 100 ovos por temporada, gerando de 20 a 40 crias
por ano, com uma incubação 42 dias. Alimentam-se de pasto, alfafa e ração. Produzem cerca de 1,2 kg de
plumas por ano e 35kg de carne limpa por animal. Tendo desembarcado no Brasil nos Anos 90, a avestruz
tem se tornado um opção bastante atrativa para a agropecuária
brasileira.(http://www.avestruz.com.br/principais/o_avestruz.html)
2. CARINATAS: apresentam asas bem desenvolvidas e esterno com quilha. O esterno é muito
desenvolvido e a sua parte central forma uma crista saliente denominada "quilha" ou carena.

São representadas por ordens como:


2.1 Esfenisciformes: têm as asas transformadas em barbatanas; as penas estão reduzidas a pequenas
escamas piliformes; os pés, muito grandes, estão situados muito para trás. Na água, as asas funcionam
como remos e os pés como leme. O Pingüim.
2.2. Pelicaniformes: estas aves têm como característica marcante o fato do dedo posterior estar unido por
uma membrana ao segundo dedo ficando com o pé palmado. Têm costumes sociais e alimentam-se de
peixes. Vivem normalmente na costa com algumas exceções como as fragatas e os alcatrazes. O pelicano e
o mergulhão.
2.3. Ciconiformes: garça, cegonha e flamingo.
2.4. Anseriformes: pato, ganso e cisne.
2.5. Falconiformes: engloba cerca de 280 espécies, incluindo as aves de rapina diurnas. São depredadoras
carnívoras, servindo-se do seu forte e curvo bico com bordos cortantes. As suas patas são compridas, nuas
ou cobertas de penas mas com fortes e afiadas garras. Nidificam em árvores ou sobre as rochas e os
filhotes são nidícolas e totalmente dependentes dos pais. O urubu, falcão, águia, abutre e gavião.
2.6. Galiformes: codorna, faisão, peru, galinha e perdiz.
2.7. Columbiformes: possuem asas fortes, cabeça pequena, bico e patas curtas, mas com dedos muito
desenvolvidos. Algumas famílias nidificam no chão e não constroem ninhos, outras fazem o ninho nas
árvores, nascendo pouco desenvolvidos. Algumas espécies são migratórias. Só a família dos Columbídeos
tem 250 (alguns autores indicam 400) espécies espalhadas por toda a terra à excepção das regiões polares.
Os pombos.
2.8. Pscitaciformes: papagaio.
2.9. Estrigiformes: coruja.
2.10. Piciformes: pica-pau.
2.11. Passeriformes: as espécies pertencentes a esta ordem correspondem a mais de metade das aves
vivas atuais. São aves normalmente pequenas, com quatro dedos, três dirigidos para a frente, e o polegar,
mais desenvolvido, para trás. A siringe é bastante desenvolvida e todos apresentam 14 vértebras cervicais.
Constroem ninhos e nascem pouco desenvolvidas, requerendo muitos cuidados. São sedentárias e
migradoras ocupando todas as regiões do globo, à exceção da região ártica e antárctica. A ordem
compreende 54 famílias com mais de 5000 espécies. Os passarinhos.
Fontes:
www.avespt.com
http://www.avestruz.com.br/principais/o_avestruz.html
http://www.brazilnature.com/fauna/ave.html
http://www.reinodosanimais.com.br/aves.htm
http://members.tripod.com/~animalweb/aves.html
http://www.saudeanimal.com.br/
http://7mares.terravista.pt/aves/
http://www.animalshow.hpg.ig.com.br/aves.htm
http://www.meioambiente.gov.br/port/sbf/chm/biodiv/aves.html
http://www.biomania.com.br/zoologia1/cord_aves.php
http://curlygirl.no.sapo.pt/aves.htm
http://www.geocities.com/abc_aves/ordens.htm
De Beer, G. 1954. Archaeopteryx Lithographica, a study based upon the British Museum specimen. London:
British Museum (Natural History).
Blondell, J. & C. Mourer-Chauviré. 1998. Evolution and history of the western Palaearctic avifauna. Trends
Ecol. Evol. 13:488-492.
Charig, A. J., F. Greenaway, A. C. Milner, C. A. Walker & P. J. Whybrow. 1986. Archaeopteryx is not a
forgery. Science 232:620-626.
Chatterjee, S. 1991. Cranial anatomy and relationships of a new Triassic bird from Texas. Phil. Trans. Roy.
Soc. London B 332:277-342. Protoavis, 225 mya
Chatterjee, S. 1995. The Triassic bird Protoavis. Archaeopteryx (München) 13:15-31

Você também pode gostar