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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS


CURSO DE CIÊNCIAS BIOÓGICAS – CCB
ZOOLOGIA DOS DEUTEROSTOMIA
PROFESSOR(A): PROFA. DRA. MARIA GORETTI ARAÚJO DE LIMA

SARA CRISTINE SOARES FERNANDES

RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA DE AVES

FORTALEZA – CE
2022
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1 INTRODUÇÃO

As aves superam em número qualquer outro grupo de vertebrados exceto


os peixes. Elas possuem uma grande diversidade de habitats, podendo viver em
florestas e desertos, montanhas e pradarias, e todos os oceanos. (HICKMAN, 2017)

As aves atuais (Neornithes) são divididas em dois grupos: (1)


Paleognathae, que são os tinamídeos, as grandes aves não voadoras similares aos
avestruzes, e os kiwis, frequentemente chamados de aves ratitas, que têm o esterno
achatado com músculos peitorais pouco desenvolvidos; e (2) Neognathae, que
compreende todas as outras aves, quase todas voadoras que possuem um esterno
com quilha, ao qual se fixam poderosos músculos de voo. (HICKMAN, 2017)

Segundo BENEDITO (2017) a característica mais marcante das aves é o


fato de elas terem penas, as quais revestem e isolam o corpo, contribuindo para a
regulação térmica e o voo. Esta é praticamente a única característica exclusiva do
grupo.

Toda a anatomia das aves é projetada para o voo. A conquista do ar para


um vertebrado grande é um desafio evolutivo altamente exigente. Durante seu
processo evolutivo, as aves sofreram diversas mudanças estruturais e funcionais
para o voo como a presença de penas leves e resistentes a tensão, presença de
aves para sustentação e propulsão, ossos pneumáticos que são leves e auxiliam o
voo, sistema respiratório e digestório eficiente e sistema circulatório de alta pressão
(HICKMAN, 2017).

As aves de maneira geral apresentam pescoço em forma de S, membros


anteriores modificados em asas, são endotérmicos, epiderme recoberta de penas e
escamas nas pernas, presença de glândula oleosa na base da cauda (uropígeo),
esterno bem desenvolvido com quilha (na maioria), ausência de dentes, presença de
bico, crânio com um côndilo occipital, olhos grandes, Cérebro bem desenvolvido,
sexos separados, Presença de órgão copulador em algumas espécies, fertilização
interna, ovíparas, ovos amnióticos com cascas calcárias duras e presença de vitelo,
fêmeas apenas com um ovário e oviduto esquerdo funcionais, ácido úrico é a
principal excreta nitrogenada, rim metanéfrico, presença de siringe (vocalização),
presença de sacos aéreos que auxiliam o voo, coração com 4 cavidades (2A e 2V) e
Circulação sistema e pulmonar separadas (HICKMAN, 2017; BENEDITO,2017).
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2 OBJETIVOS

2.1 Geral
 Compreender a anatomia das aves
2.2 Específicos
 Conhecer a morfologia e histologia das estruturas corpórea das aves
 Analisar as estruturas internas e externas das aves com a dos mamíferos
 Entender as singulares e peculiaridades desse grupo

3 MATERIAIS

 Exemplar de uma ave (galinha)


 Bisturi
 pinça
 Luvas cirúrgicas
 Jaleco
 Bacia
 Tesoura

4 METODOLOGIA

O método de eutanásia do animal foi por deslocamento cervical, afim de


se aproveitar dos restos do animal para alimentar para outras aves presentes no
laboratório.

Inicialmente, foi mostrado as estruturas externas das aves. Externamente


as aves são recobertas por penas que podem ser: primárias formadas por 10 penas
(relacionadas ao voo), penas secundárias e penas caudal que direciona o voo da
ave e faz a frenagem; além de atuar no voo, as penas atuam na termorregulação
(juntamente com os sacos aéreos); em algumas espécies são usadas para
diferenciar o macho da fêmea (dimorfismo sexual); atuam na aerodinâmica, atuam
na proteção contra os raios ultravioletas, pois esses raios não vão conseguir atingir
diretamente a pele do animal; proteção contra choques mecânicos, pois a pele das
aves são bastantes delgadas. Outras estruturas externas foram visualizadas como a
cabeça, pescoço, as cristas que são usadas para a termorregulação e essa região é
bastante usada para administrar algum medicamento intradérmico, pois a derme é
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mais espessa; foi possível observar também o bico que não possuem dentes e é
diferente em cada espécie devido o hábito alimentar; os olhos que são bastantes
desenvolvidos e conseguem enxergar mais cores (devido a presença de 4 cones),
inclusive os raios UV; os orifícios nasais que são encontrados em locais diferentes
de acordo as espécies; as asas que possuem uma região chamada de propatágio
(pele), utilizada para fazer aplicação subcutânea; membros torácicos e membros
pélvicos com escamas (alfa-queratina e beta-queratina); os dígitos que possuem
formatos diferentes de acordo com a espécie; região interdigital com membranas em
algumas espécies; os esporões que estão presentes tanto em machos quanto em
fêmeas, mas nos machos serão desenvolvidos; Pele com ausência de glândulas
sebáceas, mas com sebo-queratinócitos que produzem gotículas de lipídios que
auxiliam na maleabilidade da pele além de atuar na proteção contra infeções
bacterianas.

Em seguida, foi realizado uma incisão na região peitoral para que se


pudesse visualizar as estruturas internas. Internamente, foi possível visualizar, a
língua; as aves não possuem glote (não conseguem deglutir); ausência de dentes;
siringe presente e responsável pela vocalização; crânio delgado e fusionados, com
certa aeração; ossos pneumáticos, aerados, que torna o corpo desses animais mais
leves; glândula do vento, que provavelmente pode ajudar na fabricação de um
líquido capaz de carregar os espermatozoides; glândula uropigiana possuem lipídios
que auxiliam no voo da ave, por impermeabilizar as penas das aves; glândula
auricular proteção contra entrada de microrganismo e produção de cerume; sacos
aéreos abdominais atuam na termorregulação.

Além disso, foi possível visualizar o sistema respiratório que é bastante


complexo, com sacos aéreos em pares (8/9) que se conectam com os ossos
pneumáticos e fazem a aeração dos mesmos. Na primeira inspiração, o ar vai para
os sacos aéreos caudais; na primeira expiração o ar vai para a região do pulmão; na
segunda inspiração, o ar é filtrado e na segunda expiração o ar será filtrado. Como
nesses animais os alvéolos são ausentes (diferente dos mamíferos), as trocas
gasosas ocorrem num sistema de contracorrente. Esses animais não possuem
diafragma, apenas cavidade celomática.
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O sistema digestório dividido em estômago químico (glândulas atuando


na digestão) e estômago mecânico (moela) que auxiliam na trituração do alimento,
além disso algumas espécies possuem papo (dilatação do esôfago).

O sistema urinário é formado pelos néfrons que possuem uma alça de


henle e não há presença de bexiga.

O sistema reprodutivo ocorre através da cloaca, nos machos, algumas


espécies, possuem um órgão copulatório (falo), enquanto as fêmeas possuem
apenas um ovário e um oviduto esquerdo funcional, além de uma vagina. A Cloaca é
formada pela região do coprodeu (fezes), urodeu (urina) e proctodeu (reprodução).

Sistema digestório dividido em estômago químico (glândulas atuando na


digestão) e estômago mecânico (moela) que auxiliam na trituração do alimento, além
disso algumas espécies possuem papo (dilatação do esôfago)

5 CONCLUSÃO

A partir da aula prática foi possível compreender melhor a anatomia


interna e externa, bem como a morfologia através da dissecação do exemplar. Além
disso, foi possível diferenciar algumas estruturas das aves com a dos mamíferos.
Dessa forma, a aula prática foi de extrema importância para o aluno assimilar o
conteúdo teórico, observar e comparar as peculiaridades presentes nas aves com
outros grupos de vertebrados.

6 REFERÊNCIAS
BENEDITO, Evanilde. Biologia e Ecologia dos Vertebrados. 1. ed. Rio de Janeiro:
Roca, 2017. 259 p.

HICKMAN, Cleveland P. Princípios integrados de zoologia. 18. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2022.

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